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CUSTOS: UMA ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE


EDUCAÇÃO PRESENCIAL E A DISTÂNCIA

José Antonio Lisoni


Pontifícia Universidade Católica de Campinas
lisoni@puc-campinas.br

Prof. Dr. Waldomiro Loyolla


Pontifícia Universidade Católica de Campinas
loyolla@nar.puc-campinas.br

Resumo

A Educação a Distância On-line (EAD-Online) começa a despontar no


mundo como uma nova modalidade de ensino. Devido às suas vantagens e
áreas de atuação, a EAD-Online está sendo cada vez mais utilizada no Brasil,
suprindo lacunas existentes do nosso ensino, devido sua flexibilidade e do perfil
profissional do público alvo. Faz-se necessário conhecer detalhadamente os
custos deste novo formato de educação a distância. Este trabalho apresenta uma
nova visão, com a identificação dos principais elementos de custo separados em
investimentos de Implantação e custos de Operação das Instituições de Ensino
Presencial e On-line. Isto facilita uma análise profunda desses elementos que
permita reconhecer a viabilidade econômica da implantação de cursos por EAD-
Online e mesmo comparar tais custos com a Educação Presencial equivalente.

Palavras-Chave:
Custos em EAD-Online, Elementos de Custos, Investimentos, atividades, EDMC.

1. Introdução

As sucessivas inovações de tecnologias de comunicação aplicadas ao


ensino, caracterizam a intensificação dos processos de educação a distância
como uma das tendências mais marcantes do final do último milênio. Apesar de
utilizado há várias décadas, principalmente na América do Norte e Europa, a
educação a distância on-line, vem se configurando como uma das forças mais
inovadoras para o aprendizado em todos os níveis.
A EAD-Online tem sido utilizada em várias modalidades de ensino,
treinamento e aprendizado, dentre elas destacam-se:
• Formação e capacitação profissional - É cada vez maior o número de
empresas que descobrem as vantagens do treinamento a distância para a
capacitação e atualização de seus funcionários, não somente por conta da
redução dos custos, mas principalmente pela possibilidade de envolver um
grande número de pessoas ao mesmo tempo e em regiões distantes
[Rumble; Oliveira, 1992].
• Capacitação e atualização de professores - Apesar de inscrever-se no item
acima merece destaque, no caso brasileiro, esta questão, dadas as
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características de nossos quadros de professores, notadamente aqueles


responsáveis pela educação de jovens. Contudo, é importante salientar, que
não bastam programas esporádicos de formação de professores para que o
problema da capacitação para o magistério profissional seja minimizado.
• Educação aberta e continuada - Por meio da educação a distância é possível
promover-se a proliferação de experiências de grande alcance social, para a
formação cultural da nacionalidade, dando acesso à educação a grandes
contingentes afastados das instituições formais de ensino, ou que têm
dificuldade de acesso a elas [Nunes 1994].
Museus estão adotando Educação Continuada como uma parte central de sua
missão para buscar um novo, mais ativo papel para suas coleções na vida
intelectual de sua comunidade. Muitos deles hoje tem divisão educacional
utilizada no projeto educacional básico, incluindo treinamento de docentes,
programas para criança escola e educação continuada convencional para
adultos [Matkin, 1997].
• Aprendizado para adulto - No passado, grande parte do ensino a distância era
dirigida a estudantes adultos, especialmente em áreas rurais. O maior uso era
para pequenos grupos a fim de ajudar fazendeiros e pequenas empresas
adaptarem-se as novas tecnologias. Este permanece sendo o uso mundial
mais comum. Estimativas do número de estudantes a distância na China
variam de um a dois milhões. Outros programas orientados à adultos incluem
a Universidade Aberta na Inglaterra, e os programas extensivos que vão
desde a Noruega à África do Sul. Num artigo da Revista Exame de 14 de
junho de 2000, Peter Drucker diz que a Principal Revolução trazida pela
Internet será a Educação a Distância para adultos [Drucker 2000].
• Ensino K-12 - Setor de educação a distância que mais rapidamente tem
evoluído. É destinado a grupos com idade pré-universitária, denominado de K-
12, nos Estados Unidos. Normalmente está na forma de módulos de
enriquecimento de currículos e projetos de telecomunicação. É um mercado
em explosão, e as universidades estão incrementalmente e proveitosamente
providenciando programas de cursos avançados para dar suporte aos alunos
através da alocação de recursos [Vieira 1988].
• Estudantes impossibilitados - Indivíduos que não podem viajar facilmente,
inclusive idosos e inválidos, são candidatos naturais para a educação a
distância. Algumas pessoas podem não estar aptas a fisicamente manipular
as tecnologias exigidas – uma situação na qual piorará com a evolução da
tecnologia, a menos que uma ação específica seja feita para reduzir os
problemas. Dispositivos existem para aliviar as barreiras físicas, e necessitam
ser incorporados ao modelo instrutivo. [Vieira, 1998]
No Brasil, o que se percebe é que há uma espécie de corrida em busca
do tempo perdido. Após a hegemonia da transmissão em rede aberta de
programas educativos por parte de emissoras de televisão durante os últimos
trinta anos, tanto o governo, através do Ministério da Educação, como as
universidades de forma isolada, vêm tentando ocupar o espaço da produção e
veiculação do conhecimento a distância. A perspectiva é de que se ampliem de
forma acelerada a oferta e também a procura de cursos a distância nos mais
variados formatos e conteúdos. É nesse contexto que a EAD-Online se apresenta
como candidata para cobrir a oferta de cursos feita impulsivamente, muitas vezes
por posicionamento pessoal ou política dos dirigentes educacionais.
Com as perspectivas de que a EAD-Online terá uma crescente e
significativa importância na maneira de ensinar, este trabalho tem o objetivo de
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analisar comparativamente os elementos de custos e as atividades que envolvem


o Ensino Presencial e o On-line. Ele evidencia as principais diferenças e
quantifica os seus custos, permitindo desta forma, uma avaliação mais realista
dos custos que envolvem as duas modalidades de ensino.

2. Custos

O significado da palavra custo é muitas vezes confundida com gasto,


investimento, despesa, desembolso ou perda.
Eliseu Martins em seu livro "Contabilidade de Custos" [Martins, 1998],
adota a seguinte nomenclatura para as terminologias acima:
a) Gasto - Sacrifício financeiro com que a entidade arca para a obtenção de
um produto ou serviço qualquer, sacrifício esse representado por entrega
ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro);
b) Investimento - Gasto ativado em função de sua via útil ou de benefícios
atribuíveis a futuro(s) período(s);
Todos os sacrifícios havidos pela aquisição de bens ou serviços (gastos)
que são "estocados" nos ativos da empresa para baixa ou amortização
quando de sua venda, de seu consumo, de seu desaparecimento ou de
sua desvalorização são especificamente chamados de investimentos.
c) Despesa - Bem ou serviço consumidos direta ou indiretamente para a
obtenção de receitas;
d) Desembolso - Pagamento resultante da aquisição do bem ou serviço;
e) Perda - Bem ou serviço consumidos de forma anormal e involuntária;
f) Custo - São gastos relativo a bem ou serviço utilizado na produção de
outros bens ou serviços.
O custo é também um gasto, só que reconhecido como tal, isto é, como
custo, no momento da utilização dos fatores de produção (bens e serviços), para
a fabricação de um produto ou execução de um serviço [Martins, 1998].
A maioria das referências que tratam de assuntos relacionados a custos,
se referem a custos de produção [Martins, 1998], [Cogan, 1995], [Shank e
Govindarajan, 1995]. Fazendo correlação desses custos com os de EAD-Online
e após análise de algumas metodologias utilizadas na apuração desses custos,
pode-se considerar que a metodologia mais adequada para apuração dos custos
em Instituições de Ensino, é a Activity-Based Costing (ABC). Isto porque como o
ensino não é um bem de linha de produção, ele é considerado um serviço, que
por sua vez é constituído de atividades, o que vai de encontro à metodologia
ABC, que significa custo baseado em atividade. Devido às dificuldades de se
levantar todas as atividades que envolvem o ensino, avaliar parte dos elementos
de custos com a metodologia tradicional e parte com a metodologia ABC muitas
vezes apresenta-se como a melhor opção, pois permite maior flexibilidade na
alocação dos custos.

3. Elementos de custo

Os principais elementos, para análise de custos em EAD devem ser


relacionados com a Implantação e Operação das Instituições de Ensino. O não
reconhecimento desta dicotomia tem levado, muitas vezes, a análise
inconclusivas sobre os custos envolvidos na EAD e na sua comparação com
custos da Educação Presencial.
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A análise de custos do ensino on-line, atualmente, ainda está indefinida


porque cada Instituição usa uma metodologia de custeio, cada uma com ênfase
em diferentes elementos de custo, enfocando, basicamente, apenas suas
realidades particulares.
O artigo "Is Anyone Making Money on Distance Education ?", publicado
por Sarah Carr no The Chronicle of Higher Education [Carr, 2001] , relata seis
modos de medir custos em seis diferentes universidades. Segue abaixo quatro
deles:
A Pensylvania State University fazendo análise de seus elementos de
custos, com mensalidades, demanda de mercado e crescimento, chegaram a
conclusão que estes elementos é que irão assegurar a lucratividade de seu
"World Campus".
A University of Maryland University College criou um modelo para analisar
o custo de um programa MBA on-line e a conclusão é a seguinte: O programa
parece ser lucrativo dentro de um período limitado de tempo. Entretanto o estudo
indica a dificuldade de definir e enumerar os custos significativos.
A Drexel University examinou os custos de um programa de mestrado on-
line em sistemas de informação em relação à Universidade, aos departamentos e
aos estudantes individualmente e chegou a seguinte conclusão: O suporte
técnico, a tecnologia e o pagamento extra de professores tornam os programas
on-line mais caros, mas quando se leva em consideração o dinheiro economizado
em prédios e terreno eles se tornam mais eficientes em relação a custos.
A University of Illinois at Urbana-Champaign na análise para examinar
custos de programa de mestrado, levou em consideração os seguintes elementos:
dividiu os custos em "fixos" (ex: equipamentos) e "variáveis" (ex: salário dos
professores) e a conclusão é que o programa pode facilmente se equilibrar.
Assim, fica comprovada a necessidade de se definir os principais
elementos de custos, e mais do que isto, há que se distinguir entre os
investimentos de implantação e os custos de operação, para se ter um real perfil
dos gastos em cada fase do ensino on-line.

3.1. Identificação de elementos de custos para Implantação de Instituições


Em educação todos os gastos com Implantação, são considerados
Investimentos porque eles se tornam bens ativos da Instituição. Os principais
elementos de custo abaixo relacionados, ocorrem tanto na EAD-Online, como na
Presencial, embora com montantes freqüentemente muito diferentes.
• Planejamento;
• Aquisição de terreno;
• Construção de área física;
• Aquisição de Hardwares;
• Aquisição de Softwares;
• Construção de Rede de Computadores;
• Desenvolvimento de um Web Site.
Planejamento - Os gastos neste item, são principalmente aqueles
relacionados ao tempo consumido na sua elaboração.
Aquisição do terreno - Uma vez dimensionado o tamanho da área a ser
adquirida, os gastos neste item estão relacionados ao valor do m2 do terreno.
Construção da área física - os gastos estão relacionados ao valor do m2
de construção, sendo que para cada tipo de ambiente existem normas como "Arte
de Projetar em Arquitetura" [Neufert, 2000]. Para melhor visualização em relação
as áreas construídas, listamos abaixo as relações existentes com alguns tipos de
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ambiente, sem levar em consideração a infra-estrutura interna dos prédios com


escadas, rampas, corredores, auditórios e externa com energia, caixa de água e
esgoto.
1. Salas de aula - a relação é de 1,5 m2 por aluno;
2. Sala dos professores (reuniões) - com mesas isoladas para 4 a 6
pessoas e armário para roupa, a metragem é de 52,5 m2.
3. Laboratório de informática - a relação média é de 1,5 m2 por aluno;
4. Banheiros - a área a ser construída é de 2,0 m2 por vaso mais 1,50
m2 para circulação e lavatórios. A relação por vaso é a seguinte:
mulheres 1 vaso para 25 usuárias e homens 1 vaso para 40 usuários.
Para os homens temos ainda as urinárias que ocupa 0,50 cm cada e
pode ser utilizada por 20 alunos.
5. Estacionamento - o espaço necessário, contando as vias de entrada e
manobra é de 20 a 25 m2 por veículo.
6. Cantina - para atendimento de 100 alunos, com lanches rápidos,
preparados em outro local, e considerando áreas de estocagem, pré-
preparo, distribuição , atendimento com balcão e copa com pia, a área
a ser construída é equivalente a 40 m2. O espaço para os estudantes
é de 1,2 m2 por lugar, cada lugar pode servir 2 ou 3 vezes.
Aquisição de hardwares - os gastos estão diretamente relacionados com
os preços dos equipamentos, que variam principalmente com relação a
capacidade de processamento de cada tipo e modelo.
Aquisição dos softwares - os gastos estão relacionados ao número de
licença de cada produto, mas há que se considerar que para as Instituições de
ensino, as empresas fornecedoras de softwares, têm interesse na divulgação de
seus produtos no meio acadêmico e oferecem descontos significativos.
Construção de rede de computadores - os gastos estão relacionados aos
elementos e ou atividades que envolvem sua construção, a saber:
• Projeto - gastos relacionados com tempo consumido;
• Aquisição de Equipamentos - preço dos equipamentos;
• Implantação da rede - gastos com material e mão de obra;
• Meios de Comunicação - gastos com instalação e mão de obra.
Construção do Web Site - os gastos neste item estão também
relacionados aos vários elementos e ou atividades que envolvem sua construção:
• Configuração e Instalação de software no servidor - gastos com mão
de obra (salário mais encargos sociais);
• Construção do Portal e página teste da Instituição - gastos de mão de
obra (salário mais encargos sociais);
• Escolha e registro do nome do domínio - gastos com taxa anual.

3.2. Identificação de elementos de custos para operação de Instituições


São considerados elementos de custos, na operação das Instituições, as
atividades relacionadas abaixo:
• Marketing;
• Treinamento;
• Criar e Manter Cursos;
• Ministrar Cursos;
• Administrar Cursos;
• Administrar Patrimônio.
Marketing - Os custos com marketing estão relacionados com os tipos de
veículos de comunicação. Ex: Jornal - os custos são de acordo com os espaços
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ocupados e o número de edições; TV - os custos são de acordo com o tempo de


gravação e o número de aparições.
Treinamento - Os custos com treinamento estão relacionados com a
quantidade de horas que o professor gasta para seu aperfeiçoamento de forma
geral e, mais especificamente, no aprendizado de uso de novas tecnologias ou
ferramentas que possam auxiliá-lo na sua atividade de ensino.
Criar e Manter Cursos - Estes custos estão relacionados ao tempo que o
professor gasta na elaboração dos cursos. Normalmente são pagos de acordo
com o salário-hora do professor, neste caso incluem-se encargos sociais.
Ministrar Cursos - Os custos estão diretamente relacionados com o
salário-hora e encargos sociais, para pagamento das horas-aula que o professor
está disponível, para expor a matéria ou atender aos alunos.
Administrar Cursos - Os custos estão relacionados aos salários e
encargos sociais dos funcionários e materiais de todos os departamentos
envolvidos tais como: Secretaria de Curso, Departamento Pessoal, Departamento
de Compras, Contabilidade e Finanças, Almoxarifado e Recebimento de
materiais.
Administrar Patrimônio - Para melhor análise pode-se dividir este tópico
nos seguintes elementos de custos:
• Custos de Manutenção - Envolve limpeza das áreas físicas e
pequenos consertos, cujos custos estão relacionados com salário,
encargos sociais e material de limpeza e de consertos. Para limpeza,
utiliza-se um funcionário para cada 400 m2 de área.
• Custos de uso das Instalações - São gastos relacionados com imposto
predial, consumo de água e luz.
• Custos de Comunicação - São gastos com telefone, celular, fax,
correio e linha de acesso à Internet.
• Custos de Depreciação - São valores contabilizados mensalmente,
para reposição ou reconstrução de bens que se desgastam com sua
utilização. A classificação dos bens depreciáveis é a seguinte: imóveis
(4% ao ano do valor do bem), móveis e utensílios (10% ao ano do
valor do bem) e equipamentos (20% ao ano do valor do bem).
• Custos de Segurança - São gastos relacionados com salário e
encargos do pessoal que faz a vigilância dos prédios e dos veículos
dos alunos, além dos equipamentos como hidrantes, extintores de
incêndio e em alguns casos câmaras de vídeo.

4. Análise Comparativa de Custos: EAD-Online x Presencial

Para melhor análise dos elementos de custos, entre as duas Instituições,


divide-se em Investimentos na Implantação e Custos na Operação de Instituições.

4.1. Investimentos na implantação de Instituições


Planejamento - Na análise realizada, a medição para apuração dos
gastos é feita pelo consumo de tempo e como as atividades são semelhantes
chega-se a conclusão de que os gastos são equivalentes.
Aquisição do terreno - Neste tópico as diferenças são significativas, uma
vez que a área a ser adquirida para a Instituição Presencial é muito maior que a
On-line e consequentemente os investimentos também. Isto ocorre devido aos
diversos tipos de ambientes necessários que são construídos na Instituição
Presencial e que não o são na Instituição On-line (EDMC). Como exemplo
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podemos citar: Salas de aulas, banheiros, estacionamentos, cantinas e


laboratórios acadêmico de informática.
Construção da área física - Pelos mesmos motivos acima os
investimentos neste tópico também são muito maiores na Presencial que na On-
line.
Aquisição de hardwares - Divide-se este tópico em dois segmentos:
1. Hardwares para a área Administrativa - Para esta área pode-se
considerar os investimentos como semelhantes, uma vez que ambas as
Instituições necessitam de equipamentos para processar sistemas que
efetuem controles, emitam relatórios gerenciais e que permitam a
comunicação interna e externa, através da Intranet, extranet e Internet.
2. Hardwares para a área Acadêmica - Neste item pode-se num primeiro
momento, concluir que os investimentos com Instituição on-line são
mais elevados. Isto ocorre porque para a Instituição On-line, os
equipamentos requerem maior capacidade de processamento, devido à
necessidade de processarem programas multimídia e o próprio software
de Ambiente de Gerenciamento de Aprendizagem. Por outro lado é
impensável, nos dias de hoje, uma Instituição Presencial sem
laboratórios acadêmico de Informática, o que demanda grandes
quantidades de equipamentos. Conclui-se neste segundo momento que
os custos são maiores no ensino presencial.
Aquisição dos softwares - Como para os Hardwares este tópico, é dividido
em dois segmentos:
1. Softwares para a área Administrativa - Os investimentos são
semelhantes aos dois tipos de Instituição. Isto porque o número de
pessoas envolvidas na área administrativa é semelhante e os softwares
que elas necessitam são de gestão e de tomada de decisão, além dos
tradicionais, editores de texto, planilhas eletrônicas, browsers, banco de
dados e linguagens de programação.
2. Softwares para a área Acadêmica - Aqui os investimentos para a
Instituição On-line são maiores, uma vez que os softwares de que ela
necessita são mais específicos e seus preços mais altos. A diferença é
considerada pequena devido aos softwares que são utilizados no
laboratório acadêmico de informática na Instituição Presencial.
Construção de rede de computadores - Para melhor visualização este
tópico está dividido em dois segmentos:
1. Infra-estrutura de rede - Os investimentos neste item são maiores para
a Instituição Presencial. Isto devido a sua área física ser mais extensa e
com isso demandar quantidades maiores de equipamentos e materiais
de rede. Mesmo que seja exigida infra-estrutura mais robusta para
Instituição On-line devido ao seu funcionamento estar centrado na rede,
seus investimentos são menores.
2. Recursos de telecomunicações - Aqui os investimentos são maiores
para as Instituições On-line, por causa do grande número de acessos
simultâneos ao seu Site. A Instituição presencial tem necessidade de
recurso de telecomunicações, mas em menores proporções.
Construção do Web Site - Os investimentos neste item são maiores na
Instituição On-line, porque o seu Site tem que ser mais robusto e oferecer acesso
simultâneo e rápido com ferramentas de última geração. A diferença não é mais
acentuada porque nos dias de hoje qualquer tipo de Instituição necessita de um
Site para sua divulgação e comunicação com o mundo exterior.
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4.2. Custos na operação das Instituições


Marketing - Como ambas Instituições necessitam de propaganda para
vender os seus cursos e se utilizam dos mesmos veículos de comunicação,
conclui-se que os custos com este item são iguais.
Treinamento - A parte de treinamento é muito importante para professores
e tutores conhecerem e aprenderem a utilizar as novas tecnologias. Os custos
com treinamento são todos para a Instituição on-line, uma vez que eles raramente
ocorrem no Ensino Presencial. Com freqüência, professores e tutores precisam
ser treinados no uso do ferramental pedagógico e tecnológico, exigíveis para os
cursos on-line.
Segundo [Loyolla e Prates 1998] as ferramentas não-convencionais, ou
virtuais, utilizadas pela EDMC, podem ser também divididas em dois subgrupos:
• Essenciais – que se caracterizam pela alta confiabilidade, pela
facilidade de uso e pelo baixo custo;
• Complementares – que se caracterizam pelo diferencial tecnológico
oferecido, que de maneira geral apresentam custos mais elevados.
São consideradas ferramentas essenciais de EDMC as seguintes:
• textos didáticos disponibilizados em Home Pages na Internet (sem
animação);
• aulas expositivas disponibilizadas em Home Pages na Internet (com
animação);
• orientação de pesquisas através de correio eletrônico (e-mail) e diálogo
remoto (chat);
• avaliação de trabalhos e seminários através de correio eletrônico (e-
mail) e diálogo remoto (chat).
São consideradas ferramentas complementares de EDMC as seguintes:
• textos didáticos gravados em CD-ROM (sem animação);
• aulas expositivas disponibilizadas em CD-ROM (com animação) e/ou
sistemas de teleconferência;
• orientação de pesquisas e dissertações através de sistemas de vídeo
ponto-a-ponto (VD p-to-p) e diálogo remoto (chat);
• avaliação de trabalhos e seminários através de sistemas de
teleconferência e/ou sistemas de vídeo ponto-a-ponto.
Criar e Manter Cursos - Os custos neste tópico são bem maiores na
Instituição on-line, pois existem diferenças em dois aspectos da sua criação:
1. Aspecto pedagógico - A tecnologia por si só não basta para assegurar a
construção do conhecimento. Segundo Lígia Leite e Cristina da Silva, o
problema é muito mais amplo. Educar a distância implica em
implementar todo um sistema que vai do diagnóstico das necessidades
do público alvo até a avaliação do processo [Leite e Da Silva 1998].
2. Aspecto tecnológico - Devido ao uso da Tecnologia da Informação a
grande mudança mais recente é a emergente rede de dados e ensino e
aprendizagem on-line [Finkelstein 2000].
A TI é fundamental para o EAD-Online, pois a forma de se criar cursos
são extremamente diferentes. Exige-se uma equipe para a sua
programação e disponibilização na rede, entrando aqui as figuras dos
programadores, do analista de suporte e do web designer, o que não
ocorre no Presencial. Outro aspecto importante é o suporte que é dado
tanto para professores quanto para alunos, uma vez que o Ambiente de
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Aprendizado tem que estar em funcionamento 24 horas por dia, 7 dias


por semana.
Ministrar Cursos - Ao abordar-se a parte de Ministrar cursos, novamente
depara-se com custos maiores na Instituição on-line. No EAD-Online, sem a
presença física entre os participantes, o contato é feito pelo uso da tecnologia. O
professor precisa reconhecer essa mudança no ambiente e trabalhar com as
potencialidades do meio adaptando-o às suas necessidades, atendendo
frequentemente um número de alunos menor que no ambiente presencial. Por
outro lado tem-se que considerar, os custos com a presença do monitor, que
ocorre sistematicamente e somente no ensino presencial.
Administrar Cursos - as atividades dos dois tipos de Instituição são
semelhantes, mas considera-se os custos mais elevados na Instituição
Presencial. Isto devido à mesma necessitar de mais funcionários para sua
administração e atendimento ao aluno que está diariamente presente, o que
provoca efeito cascata nos demais departamentos. Os departamentos envolvidos
são os mesmos citados no Capítulo 3.2 em Administrar Cursos.
Administrar Patrimônio - Os custos neste item são significativamente
maiores na Instituição Presencial. Para melhor análise eles estão divididos em
cinco elementos:
1. Custos de Manutenção - Devido as áreas de terreno e de construção da
Instituição Presencial serem maiores, consequentemente seus custos
também o são.
2. Custos de uso das Instalações - A mesma análise do item 1 é válida
aqui, logo os custos com consumo de água e luz também são bem
maiores, assim como o valor do imposto predial.
3. Custos de Comunicação - Pode-se considerar que os custos deste item
são um pouco maiores na Instituição On-line, devido o acesso à
Internet. A diferença não é muito significativa devido na Instituição
Presencial os custos com telefone, fax e correio serem maiores.
4. Custos de Depreciação - Os custos com este item, são mais
significativos na Instituição Presencial. Isto devido a área dos imóveis
serem mais extensas, os móveis e utensílios terem maior quantidade
ocupando a área construída e os equipamentos terem maior número,
devido aos laboratórios acadêmicos de informática.
5. Custos de Segurança - Os custos aqui são também mais significativos
na Instituição Presencial, em função das áreas de terreno e de
construção serem bem maiores, o que demanda mais pessoal e mais
equipamentos de segurança.

5. Conclusão

Numa análise superficial dos elementos de custos, entre os dois tipos de


Instituição On-line e Presencial, eles se apresentam semelhantes. Numa outra
análise mais aprofundada, e uma vez identificados os principais elementos de
custos, tanto na implantação como na operação das duas Instituições, conclui-se
que os investimentos de implantação em Instituição Presencial são bem maiores
que os de Instituições On-line. Isto devido principalmente à aquisição de terreno e
construção de área física. Quanto aos custos de operação eles também
permanecem maiores na Instituição Presencial, mas em menor proporção, sendo
que os elementos que mais contribuem para isso são: administração de cursos e
de patrimônio.
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Fica evidenciado que a EAD-Online, com suas tecnologias de informação,


recursos de comunicações e com menores custos, pode melhorar a eficiência
econômica do ensino e da aprendizagem a distância em nosso país. Com isto,
resolve-se algumas das principais questões ligadas a educação, tornando-a
acessível a uma boa parcela da população que, por questões de horário das suas
obrigações profissionais ou pela distância aos centros educacionais não podem
adquirir os conhecimentos necessários para sua educação e ou aperfeiçoamento
profissional.
Este trabalho oferece uma nova visão, detalhada para a análise de custos
entre EAD-Online e a Presencial, particularmente facilita uma análise comparativa
entre ambas ao propor a distinção entre os elementos de custo de implantação e
operação.

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