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'Mas... depois de ter ouvido seus programas favoritos no rádio e lido seu segundo
jornal do dia, já passou da hora de ir para a cama.'
Hoje, com muitos outros canais de informação, incluindo TV a cabo, Twitter, Facebook
e uma multidão de blogs, estamos cada vez mais soterrados por informações
potencialmente narcotizantes. Mas nós não estamos mais inteligentes do que antes. O
nível de conhecimento político nos EUA tem se mantido bastante estável ao longo do
tempo.
Entretanto, desde o tempo de Lazarsfeld, e especialmente desde cerca de 1990,
quando Tim Berners-Lee decidiu chamar a coisa que inventou de World Wide Web,
temos consumido um tipo diferente de conteúdo de mídia. Ele é mais especializado.
Presta-se menos atenção a áreas de interesse comum, onde pessoas com diferentes
pontos de vista podem tentar compreender umas às outras. Essa falta de um ponto
comum informativo torna o governo representativo bem mais difícil. Quando não há
interesse em saber e compreender as ideias dos outros, não pode haver deliberação.
Recaímos num método de votação simples, de aprovar ou reprovar. Quando as coisas
saem mal, simplesmente expulsamos os pulhas.
Os Democratas venceram em 2008 porque a economia estava azedando. Os
Republicanos notaram, e então sua mais alta prioridade é que o presidente Obama
falhe para que os Democratas sejam os pulhas de 2012. Eles são bastante abertos a
esse respeito. Onde chegaremos assim?
Caso funcione, o que pode impedir que uma minoria Democrata em 2013 mine o
governo da presidente Sarah Palin com mais engarrafamento? Se levar um governo a
falhar é o caminho da vitória, estamos naquilo que os engenheiros de software
chamam de 'loop': damos voltas e mais voltas e não conseguimos sair disso.
Não culpe o Congresso. Se um eleitorado narcotizado não se envolve, o inimigo somos
nós.