Professional Documents
Culture Documents
1999/2000
§1. Introdução
alguns aspectos da obra do pintor russo dos desenhos das crianças. Não se
pretende por esse facto uma análise de todo o material de Kadinsky. Seria
sentido, o que aqui vamos indicando são apenas aqueles aspectos que poderiam,
Para Kadinsky, tal como formulou nas suas refexões sobre a arte, a
imprecisão e pelo fraco domínio das técnicas e dos materiais mais levaria a
prazer. Nesse sentido, o desenho da criança surge muitas vezes como um puro
divertimento, porque ele vê aquilo que s outros não vêem: não existe uma
figuração delimitada das coisas, mas sim uma transfiguração da realidade que
que se sentia mais mundo das cores que no mundo do desenho. Como nas
pinturas das crianças, onde a mancha da cor é mais que suficiente para sugerir
desloca-se para essa impressão viva e forte que a cor ou o jogo das cores
essa dimensão lúdica da cor, o jogo dos diversos tons do azul, do amarelo e do
rosa. Dimensão lúdica que se acentua pela aparente rapidez da pincelada, como
E é também essa predominância lúdica pelo jogo das cores que domina
(1910). Perante estes óleos temos a nítida impressão que estamos diante de
uma pintura infantil. Os traços são reduzidos à sua forma mais elementar. Mas
nem sequer delimitam um espaço. Aliás, deparamos com uma figuração muito
cores, a sua dança e, por essa razão, surgem tremidos. A importância da cor, e
seguram o próprio bailado das cores, mas nunca surgem como elementos
definidores dos objectos: estes são definidos pelo alto contraste das cores
utilizadas. Aliás, no último dos quadros referidos nem sequer existem traços.
Tal como nos desenhos das crianças as fronteiras ficam indefinidas. As figuras
dominam, sem respeito pela delimitação dos objectos que aparecem assim como
se uma névoa os indefinisse, os estivesse prestes a revelar. Em Improvisação
tentativa sempre retomada, mas cada vez mais imperfeita. Tal como nos
diversos tons de azul que deixam essa impressão mais perdurável. O que se
movimento.
§5. A dança das formas
elemento figurativo apenas sugere, permite, aqui e ali, realçar esse movimento
quase barroco, das figuras desconexas, que se intersectam, como que numa
ordenado por linhas que se cruzam, mas não detêm essa desarmonia. Como na
nosso olhar que se tornou demasiado distante dessa aproximação mais imediata
revela traços que sugerem a pintura das crianças, como nos permitirá,
desejo
melhor do que ela para responder pelo que faz ,e porque o faz. Deste modo,
aprendizagens.
aula.
7. Biografia
Wassily Kandinsky
(1866-1944)
um forte vínculo emocional com a sua cidade. Durante os seus primeiros trinta
do o ter cativado.
obras de Kandinsky, como o cartaz para as exposições Phanlanx, mas o que mais
conquista por Kandinsky do que já será para sempre o seu território pictórico.
NKVM, que em 1911 recusa expôr Composição V com o argumento de que o seu
estreita, por causa disso, a sua amizade com Franz Marc e o músico Arnold
por muitos artistas sendo o seu estúdio visitado regularmente por Miró, Arp,
alguns traços alundem de vez em quando a figuras e objectos, que são uma
pintura que Kandinsky vive agora: o dilúvio, o apocalipse, o barco que entra num
.
8. Reflexão final: A Expressão Plástica da Criança:
acto espontâneo, que ocorre na criança sem influência por parte do adulto. Não
é necessário dizer a uma criança que desenhe, como não é necessário dizer-lhe
em que pode estar presente, tanto na sua realidade, como nos seus argumentos
Por meio do desenho, a criança joga, mas joga partindo do zero, criando ela
seu íntimo e traça-o no papel: o bebé e a mãe que o embala nos braços, a casa
É Arno Stern que identifica esta “viagem pelo imaginário” com a sua “anti-
situação”. Este defende que a criança cria “um cenário, um ambiente fictício,
personagens, que alimentam a sua fantasia, alegria e magia de viver. É aqui que
singela borboleta desprendendo as amarras do seu casulo, para partir para uma
Durante todo o processo, quer dizer, desde que cria o primeiro traço, a
a criança sabe ou a ideia que vai formulando das coisas, não reproduzindo
A criança desenha sempre para alguém, ainda que esse alguém possa ser ela
Muitas vezes as crianças oferecem os desenhos aos pais e estes nem sabem
deve assumir como tal. Factor importante, não é o “saber” do educador, mas a
1.Introdução pág. 1
6 Conclusão pág. 7
7. Biografia pág. 8
9. Anexos pág. 9