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Escola EB 2,3/S de Mora

Ano Lectivo 2009/2010 BIOLOGIA E GEOLOGIA – 10º ANO

ESCALAS DE MEDIÇÃO SÍSMICA

A medição da grandeza de um sismo é um assunto complexo, uma vez que depende de vários factores,
tais como:
 da profundidade do foco e da distância ao epicentro – a capacidade vibratória das ondas
sísmicas diminui à medida que elas se afastam do seu ponto de origem, diminuindo também a
intensidade sísmica.
 da natureza do subsolo – isto, é, da resposta das rochas que o constituem, à passagem das
ondas sísmicas.
 da quantidade de energia libertada no foco, sendo um sismo tanto mais intenso quanto maior
a quantidade de energia nele libertada.

Escala de intensidade de Mercalli

A primeira escala construída para medir a grandeza de um sismo baseava-se na medição da


intensidade do mesmo. Entende-se por intensidade de um sismo o grau de destruição e de percepção
do mesmo pelas populações. Foi proposta por Giuseppe Mercalli e por isso mesmo denomina-se Escala
de Mercalli Modificada (pois entretanto sofreu algumas alterações).

Esta escala baseia-se em dados recolhidos em inquéritos feitos às populações. Por isso mesmo,
é uma escala extremamente imprecisa, pois depende de muitos factores tais como:

 Grau de sensibilidade das populações – pode influenciar a forma como as pessoas


percepcionam o sismo;

 Qualidade das construções – construções de melhor qualidade sofrem menos danos;

 Distância da localidade ao epicentro – se à medida que nos afastamos do epicentro a


intensidade diminui, então não é possível obter um valor único a nível global para quantificar o
sismo.

Existe um valor limite para a escala de intensidades, que é quando se atinge a destruição total.
Inicialmente, a escala proposta por Mercalli continha apenas 10 graus, mas mais tarde outro cientista,
Cancani, propôs a extensão para 12 graus. Outro cientista, Sieberg, contribuiu para a melhoria da escala,
descrevendo de forma mais exaustiva cada um dos graus. Por esta razão, esta escala é também
conhecida por escala de Mercalli-Cancani-Sieberg (MCS).

A determinação das intensidades de um sismo


em várias localidades permite construir uma carta de
isossistas. Isossistas são linhas que unem os pontos
onde a intensidade do sismo foi a mesma. Estas
cartas permitem uma melhor visualização da área
afectada pelo sismo e calcular (se necessário) uma
localização provável para o epicentro do sismo
(figura 1).

Ficha informativa nº 5 Página 1


As isossistas frequentemente são representadas a tracejado sobre o oceano, pois não existem
dados que registem qualquer destruição. São meras suposições. Por outro lado, a sua forma irregular
deve-se à heterogeneidade dos materiais atravessados pelas ondas sísmicas.

Escala de magnitudes de Richter

Actualmente a escala mais utilizada para medir a grandeza de um sismo é a Escala de


Magnitude de Richter. A escala de Richter foi desenvolvida em 1935 pelos sismólogos Charles Francis
Richter e Beno Gutenberg, ambos membros do California Institute of Technology (Caltech), que
estudavam sismos no Sul da Califórnia e mede a quantidade de energia libertada durante o sismo, ou
seja, a sua magnitude.

Esta escala baseia-se na análise de sismogramas. A magnitude é determinada com base em


cálculos matemáticos que relacionam a amplitude máxima das ondas sísmicas registadas num
sismograma e a distância epicentral.
Esta escala é uma escala aberta, isto é, sem limite máximo; na verdade foram registados poucos
sismos de magnitude superior a 9 (tabela seguinte).

A escala de Richter é uma escala logarítmica, isto é, o aumento de um grau de magnitude (por
exemplo de 4.5 para 5.5) corresponde uma quantidade de energia libertada 32 vezes superior.

Por exemplo: sabendo que a relação entre a magnitude (M) e a energia (E) libertada num sismo
(expressa em Joules), pode ser calculada pela fórmula:

E = 10(2,4M – 1,2)

Magnitude Energia libertada


Preencha a tabela que se segue com os
4,5
valores de energia libertados para cada uma das
5,5
magnitudes.
6,5
7,5

Esta escala é muito mais precisa, pois baseia-se em cálculos matemáticos e registos de
sismogramas. Além disso, permite atribuir a cada sismo um valor único a nível global.

Ficha informativa nº 5 Página 2


A tabela que se segue resume os principais aspectos comparativos entre as duas escalas
referidas:

Escala de Mercalli modificada Escala de Richter

Mede a intensidade Mede a magnitude (quantidade de


(grau de destruição) energia libertada no hipocentro)

Baseia-se em inquéritos feitos à Baseia-se em cálculos matemáticos


população e análise de sismogramas

Escala aberta: potencialmente


infinita, embora não se tenham
Escala limitada: de I a XII
registado sismos com magnitude
superior a 9,5

Valor variável com a distância ao


epicentro, qualidade dos terrenos e Valor único para cada sismo
construções

Escala subjectiva, pois depende de


Escala objectiva
vários factores

Sismos e Tectónica de Placas

A distribuição dos sismos a nível mundial não é aleatória. A grande maioria dos sismos coincide
com os limites das placas litosféricas que, como sabemos, são zonas instáveis. Contudo, também se
verificam alguns sismos que ocorrem no interior das placas litosféricas.
Assim, de acordo com o enquadramento tectónico dos sismos, podemos classificá-los em
sismos interplaca e sismos intraplaca.

Ficha informativa nº 5 Página 3

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