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0) | aL eat tea, 3 BORDOSA - BOB GUSPE - ED! CAMPANA VAM: ne Ree Os PIR EM EXECUTIVOS?, MUDA BRASIL! E chato. E doloroso. Chego até a sentir vergonha mas, devo admitir que o Brasil € um pais bunda-mole. Nagdozinha das mais sem-vergonhas. Desde janeiro de 86, quando langamos este numero 2 do Chiclete, e que reeditamos agora para deleite dos novos leitores, que o Brasil, esta besta adormecida, continua no mesmo lu- gar. Em cima de um monte de merda, pra ser mais exa- to. Em dois anos, nado escorregamos nem pra frente e nem pra tras. Apenas fomos nos atolando mais e mais. Folheando estas 52 pdginas,vocé vai encontrar refe- réncias, tanto politicas quanto de costumes, como As Dez Previs6es Para 86 ou New Imbeciw, por exemplo, que se encaixam perfeitamente na babozeira em que vivemos hoje. Em suma:enquanto o tempo vapt, o Brasil ploft. Outras duas curiosidades desta reedi¢do sdo as trés paginas da finada Ré Bordosa e a incrivel histdria Revolugdo Sexual de Paulo Caruso que previu esta as- sustadora onda moralista e broxante que se abateu sobre todos nés, escrotos e escrotas do Brasil. (Angeli) i) ll TAO a CAMAR ADAS' NEM TUDO ESTA PER‘ Derois 06 vi ure A Alcs 6 LFCCADOS PEL Mal FERI si IHA DITADURA cane ENQUANTO iSS0,NUM PEQUENO BUTECO DA C/DADE NOSSO HERD! E SED COMPANHEIRO MANTEM Aw AV el Looe Wary.) hemor 2a a CHICLETE COM BANAN/ WDOSE ENGRE- PERFEITAMENTE.. COMO UM SISTEMA. Sie (Wha OPANANICO! QUER PARAR DE VIADAGEM!! CHICLETE COM BANANA 7 OEY roa enna: apa os barbers Soiree aaa rept AR ers Feet Mesa ay ai neue eT a CHICLETE COM BANANA De LOM Nave ae San aon Ly aa chad iN aitalss E a R! [aon CHICLETE COM BANANA, ° VOU LIGAR PARA LUDMILA, LWDMILA EA UNICA MINHA VELHA COMPANHEIRA MULHER QUE ME EN- DE LUTA mRESISTENCIA. TENDE «A UNICAn Nae Pola aay ah ESTOU FICANDO. etn HER? CARECA MesMo! | vee Nao! “4: eps pu ph eg seman CHICLETE COM BANANA DIARIO DE _ REDACAO lupiti! Estou adorando este novo emprego. Ainda_ndo acostumei com a cadeira. Nao tem rodinha: Jornalista sem cadeira de rodi nhas, nfo & um jornalista, Em compensagdo, nao bato mais car- to de ponto. Jornalista que bate cartéo de ponto nao ¢ jornalista. Mas isso so firulast Afinal, 0 que sio simples rodinhas perto da tranquilidade de estar longe, muito longe daquela maldita co- luna de turfe, onde fiquei aprisio- nado durante anos? Agora estou em pé de igualdade com 0 Paulo Francis, (ainda dou um cacete nesse cara!) pois tenho o meu es- Paco pra escrever a besteira que quiser. Sem enchecao de saco. Por isso resolvi abrir meu veiho Didrio de Redacao, escrito entre um péreo ¢ outro, no tempo em que vivia as duras desventuras de um jornalista contra a ditadura paulofranciana que impera na imprensa, Seguida-Feira - Levantei decidido a nfo escrever mais uma linha se- quer para esta maldita coluna de turfe. Odeio cavalos. Met talento ‘est acima de qualquer pangaré. & impossivel a ditegio do jornal nao reconhecer isso, porra! Nao aguento mais bauru com Coca- Cola nesse sujinho aqui ao lado da redacdo. Meu negécio ¢ Nova York. O diretor do jornal prome- teu pensar numa transferéncia, Es- tou ansioso. Terca-feira + Acordei com enjdo e mal-estar. Foi aquele maldito bauru do sujinho. Droga! Descon- taram no meu pagamento um dia que no bai o cartio de ponte jacanagem! Mas, tudo bem...0 diretor do jornal_me_assegurou uma nova colocacio. Ja estou pre parando as malas para abandonar 0 turfe, rumo a New York. Com- Prei cuecas novas, escova-de- CHICLETE COM BANANA LAER as dentes ¢ um diciondrio inglés- portugués, caso o Paulo Francis se recuse a dar umas aulinhas parti- culares. Afinal .. .estow tirando 0 lugar dele. E compreensivel. Quarta-feira - Cheguei cedo a0 jornal. Ja vim de mala e tudo, S6 esqueci_ 0 diciondrio inglés- Portugués. Depois de horas na sala de espera, 0 diretor do jornal ‘comunicou que de hoje em diante nio estou mais no turfe, fui trans- ferido para 0 caderno de classifi- cados. O mais chato de tudo foi voltar para casa com aquela bruta mala. O 6nibus estava_lotado. Desta vez 0 Paulo Francis se Quini -feira - Nao existe diferenca COLUNA DO PAIXAO entre turfe e classificados, Meu ta- lento para andlise dos grandes fa~ tos continua escondido. Nao posso mais suportar isso. Afinal, sou um grande jornalista .. de peso. Re- clamei ao diretor do jornal. Ele novamente prometeu ‘resolver 0 problema. Agora a coisa anda. Nao vou mais comer bauru com barata no sujinho. Bye, bye, turfe, Nova York me espera. Sexta-feira - Logo que cheguei a0 jornal fui chamado pelo diretor. Jia! Pintou um cargo de corres: pondente. Acredito que o Paulo Francis ja tenha sido avisado. Nao querg constrangimentos a0 che- gar. Ba vit6ria do meu talento que até hoje esteve escondido por de- trds de fedorentos cavalos. Agora chega. Adeus terceiro mundo. ‘Adeus periferia. Nova York, Id vou eu. Sibado - J4 me sinto correspon- dente internacional. Viagens, jan- tares, grandes contatos ¢ | mu- Ther”. muita mulher. Vim ao jor- nal apenas acertar os ponteiros da minha viagem. Me precipitei no- vamente ao trazer mala € passa- porte. Viajo sé amanha. Fiquei zanzando com a mala pela reda- gio. Fizeram mil piadas. Inveja. Pura inveja. Afinal, sou um corres- pondente internacional. Domingo - Cheguei is 6 da manhi- no aeroporto. Nao queria perder o avido que safa as9, Um correspon- dente prevenido vale por dois. Fi quei imaginando a cara do Francis quando me vise. Fui umas cinco vezes ao banheiro do aeroporto. Sorte que me livrei daquele bauru do sujinho. Quando chamaram meu vdo nem pestanejei, corri para o avido. Nao vi mais nada. Dormi feito um correspondente internacional. Sonhei que eu era o King-Kong em cima do Empire State. Segund: Quando desci do avido percebi o quanto foi indtil carregar esse maldito dicionério inglés- portugues. O diretor do jor- nal devia ter me avisado que eu se- ria 0 novo correspondente em A- suncién, no Paraguai. Droga! Odeio paraguaios. Odeio cava- los .. odeio o Francis, SS SS Vou DAR OMA Oak vai RP MISADA,PORRA!! ZER,MISTER Zs REAGAN? CHICLETE COM BANANA Se ALBUM DE FAMILIA COMO ERA GOSTOSA MINHA TIA MARTA Pode parecer estranho mas sou bastante chegado & familia. Guardo boas recordagdes dos meus tempos de garoto. Constan- temente ressurge na meméria boa parte de meus familiares. Princi palmente as partes de minha tia Marta. Ela, de dia, me dava brit quedos ¢ 4 noite, as costas para passar talco. Passava tanto que, 4s vezes, nao sabia se era minha tia Marta ou a Abominével Mulher das Neves, Imagens fortes pintam em mi- nha cabeca até hoje. Tia Marta sentada diante da penteadeira, seios saltando da camisola, eu feito idiota com a mao transbor- dando de talco e babando compul- soriamente diante daquele dorso nti. O dorso da tia Marta, que afir. mava de coxas juntas, ser ev. of inico sobrinho com tais privilé- gios. Além de gostosa, tia Marta] era mentirosa pois meu primo} maior, raspava-lhe as pernas todal semana. Quando pela manhd ha-1 viam pelinhos sob 0 tapete ... ba- tata! Teve sacanagem durante a noite. CHICLETE COM BANANA. 0 NOSSO aS EY) Tia Marta era foda, Tinha per- 1as Longas, roligas e bastante sorri- ‘dentes, dada sua maneira de sen- tar. Por qualquer motivo lé esta- vam as pernas da tia Marta dando risadas, as vezes gargalhadas Quando, & noite, assistiamos a tv titia sentava no ‘sofa ¢ jogava as pernas pfa cima de um banguinho enquanto sua saia deslizava lenta- mente, até as coxas ficarem todi- nhas & mostra.Com um certo es- forgo eu plantava bananeira no meio da sala, para estranheza dos presentes, ¢ conseguia ter uma vi- sio privilegiada de suas calci- mhas. As mesmas que toda noite procurava insistentemente no cesto de roupa suja. Tia Marta era lisinha, Sem a me- nor ondulacdo, Acredito que era efeito do talco. Perambulava pela casa apenas de andgua, Um dia, ‘enquanto ela dormia, escondi sua andgua na esperanga de que ela surgisse peladinha na porta do quarto, Para meu espanto saiu foi com © roupio do meu primo, Deve ter sido uma noite de raspa- do de pernas. Tia Marta era louca por filmes de terror. Nio perdia um sequer. Foi gracas a essa paixZo pelas chu- padas do vampiro que passei exc tantes momentos. Era s6 anunciar qualquer coisa do género na tv, que famos, eu € a gostosona, cor endo assistir, no escurinho da sala, A cada cena mais forte, eu fingia_morrer de medo s6 para meter a cara no meio dos pei- tos de tia Marta, Pei- tos maravilhosos. Pa- reciam dois travessei- ros com fronhas lim- pas. Até hoje, quando assisto a Sessio- terror, sonho & noite. Nio com 0 monstro sim com os peitos da tia Marta. Um dia, tia Marta foi fazer ‘compras © me levou junto. Pas- seio agradavel, Pri- meiro, por ser com a tia Marta e segundo, porque para_voltar. mos para casa pe- garlamos o dnibus lo- tado na hora do rush. Era a minha chance de encoxar tia Marta, muito bem encoxadi- nha, Cheguei até a ensaiar no pen- samento 0 desenrolar da encoxa- G0: Snibus cheio, tia Marta e sua maravilhosa bunda, de pé, pren- sada entre corpos, esperando eu ajeitar a bola, mirar na rede, chu- tar ¢ goooollli! Queria mesmo era me deliciar naquele mar de ndde- gas tao familiares, afinal, era a mi- nha tia Marta Depois das compras, ficamos horas na fila & espera do dnibus ¢ eu imaginando em qual daqueles pacotes, que carregava, estaria a nova camisola, o babydoll trans- Parente ou, quem sabe, uma nova remessa de talco . .. muito talco. © dnibus chegou, os passagei- ros foram entrando e minha ca- beca fervilhando de tantas idéias ET CHICLETE COM BANANA imundas. Tia Marta jd havia des- colado um lugarzinho estraté- gico, como eu queria: de pé, tra- seito empinado, vestidinho solto marcando todo o contorno das nadegas ¢ 0 coletivo super- lotado. Ninguém se mexia Id dentro a no ser meu periizinho que nao parava de solugar. Solu- ava tio alto que por pouco nao vira um escandalo. Mesmo assim fui passando entre os passagei- ros como um cacador atraves- sando mata-virgem atrés de sua caga. E ld estava a presa... mi- nha doce tia Marta, Fui che- gando, chegando... até que chegueiiii! Uau! Era mesmo uma delicia encoxar a Spal Mas que coisa estranha era aquela? Pensava que bunda fosse macia. Mas cis que olhando pra cima descobri o que estava havendo. O maximo que minha estatura permitia era me esfregar nas costas dos joelhos da tia Marta, Em compensagao foi ai que descobri o prazer dos ‘odores, pois meu nariz ficou a viajem toda enfiado entre as suas nddegas. O dificil foi conseguir respirar mas, sem crise. Todo ta- rado.tem seu calvario. Assim, passei minha infancia e parte da adolescéncia, andando de énibus, plantando bananei- ras, enchendo a mao de talco € principalmente me bolinando pelos cantos. Tudo por uma calga justa. A da tia Marta, € b- jo! Porém, um dia, ao acordar, soube que ela havia se mudado €, para meu desespero, levou suas langeries, meu primo ¢ 0 arelho de barbear. Depois disso, nunca mais tive noticias da tia Marta, Ficou apenas na lembranca. Lembrava no ba- nheiro, na cama, na cozinha, es- condido no barracéo... lem- brava em qualquer lugar. Foram anos de masturbagao continua, parando sé pro cafézinho. Dia desses resolvi dar um basta nessa tortura e procurar tia Marta. Cruzei a cidade. Zona norte, zona sul... vasculhei tudo no intuito de matar a sede que sentia desde moleque. Através de uma outra tia — alids também muito gostosa — con- segui o endereco de tia Marta. Corti a0 seu. encontro com 0 coracdo feito um ga- roto quando descobre a punheta, ndo parava de bater, tamanha era a emogao. Ao tocar 0 botdo da campainha, imaginei aqueles seios que tanto mala- barismo eu jé fizera para aprecia-los. Uma voz respondeu 14 de dentro. Incon- fundivel. Era a mi- nha gostosona, mi- nha peitudinha, co- xas lisas... era’a tia Marta. ‘A chave rodava na fechadura e meu co- tagio pulava feito peito de jogadora de basquete. A porta foi se abrindo devagar até que apareceu tia Marta, a minha tia Marta, completamente horrorosa!’ Meu Deus! Ela es- tava _medonha, uma velha! Gorda, pele empipocada, mau hdlito e pernas terrivelmente ca- beludas, o que rapidamente me fez deduzir que ha mais de dez anos meu primo nfo aparecia por lé, Entrei meio sem jeito, ela me ofereceu um cafézinho e come- amos a relembrar os velhos tempos até que CRAW!... Sai de la sé na manha seguinte com a mao suja de talco e tonto de tanto plantar bananeira. Tia Marta continuava tia Marta, ATENCAO! ALEITURA DESTA6 PROXIMAS PAGINAS E PESACONSELHAVEL AS PESSOAS COM COMPLEXO DE INFERIORIPADE, POIs ESTAMOS PRESTES AENTRAR EM CONTATO COM ACRIACAO MAXIMA DE DEUS. CHICLETE COM BANANA, Is 6 CHICLETE COM BANANA MTT y *RineinD VOCE Bis i VIR AUM MOTEL..DERIS- (\DUGY ESPELNOS E VIDEO e ’ ee fe i IM Yous viyall! CONSeGui! EW enseoon: RN Ce enka. ci GZ D j SEES Us DoX< Bact Sage WALTER E607 Sel) omer . BRA O11 One EY CHICLETE COM BANANA 7 Exclusivo! Inédito! Fantastico! Estarrecedor! Estonteante! Incrivel! Impagavel! | Impressionante! Inteligente! Indagador! Instigante! Supremo! Audacioso! Ta- | lentoso! Genial! Divino! Ducaralho! Glorioso! Corajoso! Apaixonante! Bestial! Nunca um encontro entre duas grandes personalidades recebeu tamanho destaque. Nem Reagan com Gobartchev, nem Leno com a Lilian e, muito menos o Mickey com a Minie conseguiram tal faganha Walter: Walter, diga aos leitores 0 que é ser um Walter? Walter: Bem, estive pensando so- bre ser um Walter. Consultei li- vros de grandes pensadores, tipo Walter Benjamin, Walter Kurtz man, Walter D’Avila e outros Walters, para chegar a uma con- clusio definitiva e fundamental sobre o que € ser um Walter. Walter: E qual a conclusao, Walter? Walter: “Que Walter é Walter Meu Deus! Que bonito isso, €? Tem vezes que as palavras vio saindo da minha boca, assim .. de uma maneira tao Walter que viro pare mim ¢ digo: Walter eu te ‘alter perdidamente. Por toda eternidade te walterei Walter: Puxa, Walter! Vejo que voce é um cara que sonha. Walter: Sonho, claro! Outro dia mesmo tive um sonho lindo co- migo: estava me vestindo diante de um espelho imenso quando olhei ¢ me vi com aquelas pernas, aquele corpo, aquele estilo resisti € Walter: Mas Walter, eu quis dizer outro tipo de sonho...0 sonko de querer ser alguma coisa Walter: E tem algo mais pra um Walter poder ser além de Walter? No entanto, uma coisa eu gostaria de ser: enitico da Folha Tustrada ou da Veja. Teria uma coluna so- bre umbigos. Desceria 0 cacete no umbigo dos outros e, é claro, brin- daria os leitores com meu proprio umbigo que, por sinal, € uma graca. Ninguém tem um umbizo igual ao meu Walter: Ah, ndo! Essa eu ndo ad- ‘mito! Estava aqui me segurando, ‘mas agora chega! Voce fica falando do seu umbigo porque ndo conkece 0 ‘meu, que é lindo de morrer! Walter: Mais do que o meu? Nunea! Eu nao tenho umbigo, te- nho um umbigaco! Walter: 4h, é! Entéo mostra af 0 seu umbigaco! Walter: Vocé esta louco? Mostro meu umbigo, depois vocé copia ¢ ai, li se foi mew umbigo pro bele- léu. Meu umbigo nao é qualquer um, Em suas ruguinhas caminha toda a histéria da inteligéncia hu- mana, Existe um monumento, ni cidade de Walter, para o meu um- bigo. Chama-se "“O Umbigo do Walter”. Nao é lindo? Eu morro de amor por mim. Walter: Eu me amo muito mais. Eu ‘me curto tanto que dou quatro em ‘mim sem tirar de dentro. Walter: Nao acredito no que es- cuto. Meus ouvidos ndo registram tal absurdo. Walter, vocé é um porco que sé pensa em sexo, Eu me amo como pessoa. Nao apenas como um corpinho bonito, mas sim como uma pessoa que tem sentimentos ld no fundo do meu eu. Tanto que levo café na cama pra mim, lavo € passo todas mi- nhas roupinhas e s6 depois vou pensar em sexo. Walter: /sso porque vocé deve ter um waltinho deste tamanho. Sé da pra pegar com pinga. O meu nao, é tum baita waltdo! Walter: Peralé! Entéo, para tirar essa divida ... mostra’o seu wal- ter que eu mostro o meu. Walter: Jé que é assim. 6 aqui! Sente a feral Walter: Entdo,dé uma sacada no meu, Nao é lindo? Walter: Puxa, nds somos demais heim, Walter? Ninguém aguenta, Walter fodosco! Conosco ninguém Walter: Walter, vamos cantar com o Walter de fora? Walter: ‘amos li Walter ¢ Walter (cantando): Nés somos Walter, Walter, Walter somos do exército, do exército dos Walter. ETA NOS! Texto, fotos, edi Walter Ego. CHICLETE COM BANANA AUA- AD \ Liat CHICLETE COM BANANA took BANAT ES i) fC Pe) Ih van Oy 4 3 ‘Cale nN MEMO) aad (worn e rary i VA I En mG [menue yy aI =I | \) fo (i 0 CHICLETE COM BANANA CHICLETE COM BANANA MINHOCA NA CABECA! Feito, soja, banana, Nelson Ned, Sonia Braga... Nio so- brou nada, Apenas minho- cas...s6 minhocas. Parece triste mas nao é, pois a solucdo para essa grave crise que atra- vessamos, esta justamente nesse bichinho gosmentinho ¢ pegajoso, da familia dos ameli- deos ¢ facilmente encontrado rebolando em nossos quintais, Segundo estudiosos, em 86, 0 planeta sofrera subitamente de uma terrivel escassez de_mi nhocas. Russia, Estados Uni dos, Franca...todos pagario rios de dinheiro por uma reles minhoquinha e sera diante desse problema que estard a chance do Brasil sair definiti vamente da merda, se_afir- mando perante os banqueiros internacionais, como o maior pais exportador de minhocas do mundo, seguido de longe pela India. Serdo as minhocas solugao para a crise? Claro! A Franca, por exemplo, nos daria a Brigite Bardot e alguns de seus ledes marinhos em troca de uma caixa abarrotada de minhocas d'agua; a Italia ndo hesitaria em nos remeter uma boa quan- tidade de espaguetes na man- teiga por uma lata de minhocas brancas. O dificil serd no con- fundir espaguetes com minho- cas, Se acontecer teremos que treinar técnicos para distinguir © que € minhoca, o que ¢ espaguete E da Unido Soviética? — Que transagdo faremos com os nari- zes gelados? Bem, de minha parte, quero algumas mulheres russas. Adoro bochechas ver- melhas € tornozelos grossos. Agora, dos Estados Unidos barganharemos nossas minho- quetas por todos os sobreviven- tes do Vietnd, © aquela besta quadrada do’ Richard Nixon por uns pares de minhocas bra- vas. Espécie de espantosa re- produgao, Parecem até coe- lhos. Com o Japio sera diferente. Firmaremos um acordo nipo- tupiniquim para fabricagio de reldgios com pulseiras descar- taveis para minhocas do tipo listrada. $6 minhocas-listradas chegariam a tal ridiculo, mas foda-se. Uma transagao dessas nos renderia bilhdes de yens. E claro que com este fervilhar econdmico . . .este fausto todo, s6 comparado a explosio do cacau por volta de 1900, surgi- ro situacdes_terrivelmente desagradaveis, tipo a Argentina insistir em barganhar o Galtieri e o Videla, sem fazer muita questo das minhocas; Cuba tentard nos devolver 0 Chico Buarque e a Lucélia San- tos...Por isso, teremos que elaborar normas e regras para exportar nosso valoroso pro- duto, Assim, com o jeitinho (hum...) que nos é peculiar, poderemos acabar com aquela imagem jocosa de repibli das bananas para nos afirmar- mos dignamente como repti- blica das minhocas. Nao é lindo? Viram? Solugdes para sairmos do buraco existem aos montes. Algumas de inegivel eficiénci ‘como por exemplo, x utilizagio do lixo urbano na decoragéo do carnaval da cidade, ou 0 emprego de varios roqueiros na pavimentacao das ruas de Ita- biina ¢ Jequié, ld no sertiozio da Bahia, CHICLETE COM BANANA, MAS EU NAO O;DESCULPE, CARINHOS . ¥ ETODOA Petree CARUNHOS! JIE ou CARUNHCS'EL LEOPOLDO! TEOPOLDO.. a MESMA HERD, Eg My Ca eS ea al oes a AW (@a), \ fees a ul Al) Zi Tr Ans BARRIL DE Vopca!! 9, ree O | Je» aa ET oy i je a i NGELI: mara ASTRAL TRANGMUTA GOES, MEDITAGAO TRANSCEN DENTAL MENTALIZAGOES ENERGIA CUSMICA, BIODANCA JOGO DE BUZIOS & PARANORMALADADES EM GERAL ayarsaneta: Dez PREVISOES PARA 86 4 gue 0 SER HUMANO CONTINUARAY os Brac ve BE- EM FRANCO PROGRESSO CUL- 5 Bien SERA’ TURAL . SAIREMOS DAMODA DOS ; MOTIVO DE PRO: ANOS 5O E ENTRAREMOS 0E SOLA WE EUNDos eeTu- = ANOS 60. on DOS ENTRE MILHARES DE NOVIBSIMOS POETAS BUECARAO UMA GRANDE CHANCE , 'O MESMO ACONTECENDO,COM OS QUADRINHISTAS, BROTANDO DAT a TERRIVEL CONFRONTO GuE, ENTRE MORTOG E FERIDOS, SOBRARAO E OU DOS VE Zs yess CRITICOS MUSICAIS DAIMPRENSA FAULIS- TA NAO REGISTINDO A TENTACAO, FORMARZO UMA SUPER-BANPA DE ROCK POS-MODERNO. APE- SAR DISSO, TUDO CONTINUARA UMA GRANDE BOSTA. 6" wi PAULO HAVERA’ UMA DEBANDADA DE OFICE- 623.2 NO MERCADO. EM eoneequencia DISGO SURGIRA'UMA PORRADA DE NOVAS BANVAG PUNK- ROCK. cane iota NA POLt ICA, SENTIREMOS 0 'SABOR DA MS- TURA DE ALHOS COM BUGALHOS. 6 CHICLETE COM BANANA A LUTA CONTINUA ee ee Os conservadores devem estar achando que agora, na “Nova Republica”, estejamos STN Co MLL Moet a AE oO Lo) levo jeito pra florista, continuo crendo que estamos mesmo atolados num imenso mar de lama. Pra nao dizer outra coisa. Entdo, nada mais justo que dar vazdo ao meu lado anarquista italiano e sair por ai jogando querosene na fogueira. Por isso, como prova de fogo 4 Nova Republiqueta, trago ao conhecimento de todos as greves e os movimentos de paralisacado que o ministro Almir Pazzianotto jamais imaginou existirem: wW Amantes Profissionais — A cate- goria reivindica aos patroes € patroas melhores condigdes de trabalho como: carteira assi- nada, toalhas quentes, férias remuneradas, lengéis lavados, fundo de garantia, intervalo para o cafézinho, hora-extra paga e muitos outros direitos que lhes vém sendo negados a0 longo destes anos de ditadura. Inclusive assisténcia médica porque afinal, com a Aids ndo se brinca Grupos de Rock— Eles que me desculpem mas chegou a hora de’ uma paralizacdo total de suas atividades para uma pro- funda avaliagdo nas idiotices que vém fazendo. Aconselho, também, exigirem de seus em- presario cachés mais baixos, pois do jeito que esto alimen- tando suas contas bancérias, vio acabar gordos como elas, carecas como seus pais, ¢ im- becis como ninguém. Ai, garo- tada .. adeus rock and roll: O clima ficou mais para bolero. 3 Locutores de FMs — Taf uma Breve que, mesmo sendo decre- tada ilegal, eu acho legal paca! Poderei assim, ficar em casa es- cutando um ‘sonzinho sosse- gado, sem aqueles pentelhos falando demais sobre coisas que sabem de menos. Sera o maior beneficio que a catego- ria pode prestar a este Brasil varonil. Mutheres — Se caso esta greve se consumar serd um desastre, néio s6 para a economia nacio- nal como também para os seto- res politicos, sociais, culturais bacanais do pais. Nada mais terd sentido nesta droga de vida! Andaremos pelas ruas sem termos o que apreciar; no terd mais graca viajar em dni- bus lotado e ‘muito menos ir trabalhar sem aquele belo par de pernas sentado na escrivani- nha ao lado. Os politicos nZo terdo o por qué encolher a bar- riga defronte as cdmeras det os artistas entrario em crise coletiva e, 0 mais importante, eu abandonarei definitiva- mente esta_minha brilhante carreira. Afinal, mesmo que afirmem 0 contrario, tudo que © homem faz é pensando em ser 0 gostosio das mulheres. E, para isso tem que oprimi-| durante séculos ¢ séculos, amém! Analistas — Os analistas fazem uma reivindicagio muito da justa, Querem uma melhor dis- tribuigao de loucuras pelo pais, pois s6 tem pintado loucos, perturbados mentais, emocio- nais, existenciais € outros quas quas quais, de baixo poder aquisitivo, Rico nio fica debil, apenas excéntrico. Portanto, diante de um quadro desse os coitados dos analistas irio, logo logo, @ faléncia. Ai, em vez da cura eles se tornam a doenga. Mies — Se todas as mies deste imenso Brasil decretarem greve geral, podemos dar adeus para o macarrdo a bolonheza aos domingos, ao paozinho de torresmo no café da tarde e para os pobres de espirito, mesada no final do més. No en- tanto, tenho 14 minhas diividas quanto ao sucesso da paraliza~ go. Mie ¢ mie! Nao resis- tindo, logo irdo fazer um boli- nho de fubé pra gente. @ Criticos de Artes — Uma greve sem grandes proporgées. Tudo continuard funcionando nor- malmente, sem abalos nem da- nos. Muito pelo contrario, Se- gundo alguns artistas, esta pa- ralizagdo representa um alivio, pois poderdo trabalhar sossega- dos, sem enchegdes de saco ¢ livres de qualquer censura. o Reaciondrios — A gente tenta Faz comicios, passeatas, pique; tes, assembléias...mas_nada adianta! E uma categoria difi- cil. Nao quer saber de opera. cdo tartaruga e muito menos de greve geral. Seus lideres dizem que tém muito a fazer e nio querem nada com comunistas. © negécio deles € trabalhar com eficiéncia. Isto ¢ verdade. Haja visto o Riocentro e as di versas bancas de jornais tosta- das por esse pais afora. Este pessoal ¢ fogo! @ Drogueiros — Os viciados em drogas também esto de bracos cruzados. Néo abrem mio deste direito nem para uma pi- cadinha, Reivindicam drogas sem misturas © pregos mais acessiveis no mercado, Esta greve atinge: de cheio o scio (hum . . .) da familia classe me- diana brasileira que passa boa parte do tempo falando mal do filho da. dona da quitanda, acostumado a beber maconha, fumar cocaina e cheirar boli- nhas, que coisa mais feia! 3 Tropa de Choque — O movi- mento exije que 0 governo pro- porcione mais greves pois, se- gundo estatisticas, em relagdo 0s tempos da ditadura dos ge- nerais diminuiram os _movi- mentos de paralizagao ¢, s¢ as- sim continuar, nao terdo em quem baixar o cacete. CHICLETE COM BANANA » I a BY-Conneca ack 2 BENDITA...ASAWACAOS Ae S60 alco =) DARC. te TENA CONE CO,IRVO! A CRUZ BENDITA TEM (aseigo ANi-ATOMICO? TW castll "Er (NAO! NBO} (Tem! (71 Chegou a hora dessa gente idiotizada mostrar seu valor. Surge nos lugares tchans das grandes cidades, uma new tendéncia jovem que busca o direito de transformar o mundo num imenso hamburger... . lotado de catchup. IDIOTICES PARA TOROS! _ E UM PASSARO? __E UM VIDEO-GAME? NAO,E UMA BESTA QUADRADA! CHICLETE COM BANANA @ Todo NI adora roupa de guerrilheiro mercenario. Afinal, é uma guerra arran- car a mesada do papai. w JS Nicompra jornal sé para olhar o segundo caderno. Sim, olhar, porque ler ja so outros quinhentos. nav ® Lavar pratos em Nova Torque ¢ 0 que hé de mais NI. No terceiro mundo sem- pre foi chic softer no pri meiro. ow & Todo NI € chegado ao descartvel, tipo one way. Ontem adorava 0 rock, hoje curte a bossa-nova e ama- nh, quem sabe, vai dancar a polca. Aw P Todo NI & um empata foda. Quando vocé descola uma gatinha num bar da moda, sempre tem um NI pra encher 0 saco, Nunca se sabe se é namorado da garota, se s6 esté a fim ‘ou se o panaca apenas estd ld de bobeira, My # Shopping Center € uma fixagéo NI. Perambulam de sacolinhas na mao, com pinta de quem esto ali por puro acaso. 1 NI adora computadores de toda espécie. Precisa fa- zer contas, vai ao compu TRAGOS E TIQUES DE UM dor. Quer entender o mundo, vai 20 computador. Fazer xixi... pra tudo ele vai ao computador. Pen- sando bem, os dois até que se parecem. NI nio gosta de sexo. Se gosta, por que é que ha ho- ras estd ai peladinho com a menina e nao fez niente? ww ® 0s Nis so, geralmente, do sexo masculino, Existem garotas NI, é claro, mas sio poueas ¢ de facil recupera- ga0. © mundo ¢ das mu- theres, éta ndis! ww “WE Os Nis cam anos espe- rando se formar em Comuni- cagdes, levam mais algum tempo aguardando uma he- ranga de familia edepois via- jam pelo mundo para arejar. Quando nao, viram, cineas- tas pos-modernos ¢ rodam, no Madame Sata ou no Baixo Leblon, um documen- tario sobre a fome na Etié- pia. Assim, as folhas do taldo de cheques do papai vao su- mindo .. .sumindo... ww CO ouase todo NI é filho de intelectual es- clarecido ou de gente famosa. Aos 8 anos toca piano para as titias; aos 10, 1 Marx; aos 15 é © rebeldezinho da mamie e, aos 20, sucesso nacional. Rapido, nao? — : A Quanto a ferrenha dita- dura que se implantou por mais de vinte anos em nosso pais, espalhando fome, de- semprego, tortura e 0 medo entre todos os cidadaos, os NIs so taxativos: Foda-se! Fodo-me eu, foda-se tu, fo- damos todos nés' CHICLETE COM BANANA. CHICLETE COM BANANA ea a Leh) NEW- NACIONALiSTA NEW-COLONiZADO EUS once MEDS eeiles IT 0 Tol \COM ELE. PENA QUE ELEWn Boi SES EU FILHO TEMOS Be eT Toe cabs Z 7 ‘HerocA GVAUBER PASSOU! © BRRRASIL MUPOU.n CONSUMI- M0S,AGORA,UMA isTeTica URR- RBANA DE FiM DE SECLLO. Ih S00 CHEGADO A UMA BROA DE MIMO: MINHA AREA SN ge OA u (CHICLETE COM BANANA NEW-ATOR SINTO MUITO MAS, APESAR DE UMESFORCO DE REPORTAGEM, NAO CONSEGUI NENHUM EXEM- PLO DE NEW IMBECIW NA AREA POLITICA, ONDE AINDA REINA 05 MBECIS DE ANTIGAMENTE. DESCUPEM A PALMA... DELES,E ARO NEW-CRITiCO DEPENDE DO ae te VEZES ESCREI OS PES, I. VE2es A Mbouneve yr Te , TES EM eb fee ~ Tec tec a) eh Te tee

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