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NEVAR VITALY/ITAR-TASS/CORBIS

travessar uma fronteira como romper uma fina


linha de tenso. As fardas impecavelmente engomadas, os pastores-alemes de aaime, as perguntas secas cuspidas pelos guardas e o alvio depois
da ordem para seguir viagem. Esta fronteira no
exceo. Os poucos polacos que a atravessam preparam-se sempre para o que podem encontrar. O
dinheiro a melhor maneira de desbloquear situaes inesperadas. Por isso, h quem coloque uma
nota dentro do passaporte castanho, de pginas
ilustradas com barcos e bales de ar quente, antes
de o entregar ao guarda fronteirio russo. Detesto
isto, mas venho sempre preparada com dinheiro,
confessa-nos uma polaca. H sempre o risco de os
guardas decidirem que o carro precisa de ficar retido para avaliao.
Ainda assim, a maior parte do trfego neste ponto da fronteira faz-se em sentido contrrio. Neste

E 40

final de tarde de sexta-feira muitos russos de Kaliningrado preparam-se para fazer uma visita de fim
de semana a territrio polaco, muito provavelmente cidade de Gdansk. Famlias, homens sozinhos,
grupos de amigos. Trs rapazes, na casa dos 20 anos,
aguardam junto a um dos postos por baixo do telheiro verde que diz Rzeczpospolita Polska (Repblica Polaca) em gordas letras brancas. Ao lado,
o seu carro, um SUV preto, revistado. O cuidado
que puseram na roupa indicia que vo a uma das
vrias discotecas da zona balnear de Sopot. Antes
disso, tm de esperar que o guarda polaco de lanterna preta em riste acabe de inspecionar a bagageira:
desde que as sanes europeias Rssia entraram
em vigor, o combate ao contrabando redobrado. A
fronteira entre a Polnia e o enclave russo de Kaliningrado tornou-se um local de tenso controlada quando a Rssia tomou a Crimeia e deu incio

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