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CAPITULO VI ESTUDO DAS CARGAS MOVEIS EM ESTRUTURAS ISOSTATICAS 1 — INTRODUGAO. 1.1 ~ Classificagao das cargas que atuam nas estruturas As cargas que solicitam uma estrutura podem ser classificadas em dois arandes grupos: o de cargas permanentes e 0 de cargus acidentas, As catgas ditas permanentes sdo aquelas que atuam constantemente na estrutura, a0 longo do tempo, e sdo devidas ao seu peso proprio ¢ 20s revestimentos ¢ materiais de enchimento que ela suporta, O estudo dos esforgos provocados por elas nao apresenta maiores dificuldades, pois tratam-se de cargas cuja posigdo e valor so conhecidos e invaridvels, tendo ji sido, portanto, estudadas nos cap itulos anteriores. ‘As cargas ditas acidentais, conforme a propria denominaggo, sfo aquelas que podem ou néo ocorrer na estrutura e sio provocadas por ventos, empuxos de terra ou agua, impactos laterais, forgas centrifugas, frenagens (ou aceleragdes de veiculos, sobrecargas (cargas de utilizagdo) em edificios, peso de materiais que véo preencher a estrutura (caso de reservatérios digua, silos, etc.), efeitos de terremoto (de importéncia fundamental para 0s projetos em regides sujeitas a abalos sismicos), peso de neve acumulada em regides frias e, finalmente, pelas assim denominadas cargas méveis, que sdo aquelas devidas a veiculos que percorram a estrutura (caso de pontes rodovisrias ou ferrovidras, viadutos, pontes rolantes industriais). Para fins de andlise estitica, as cargas acidentais, com excegdo das carges moves, sao cargas que t&m posigdo e valor conhecidos na estrutura, podendo jou ndo atuar ao longo do tempo. Seus esforgos s¥0 cealculados, pois, da mesma forma que os devidos 2 cargas permanentes; tratase, entdo, de Problema 4 resolvido, Estudo das carges méveis om estruturas isostéticas 209 © mesmo ndo acontece para as cargas méveis, pois, quando de sua ‘ocorréncia (embora tenham valores conhecidos), as posigdes que ocupam ra estrutura variam a medida que os veiculos por elas representados a atravessem. Se fossemos estudi-las pelo processo até aqui empregado, teriamos que calcular esforgos para cada uma das infinitas posigbes que elas podem ter enquanto percorrem a estrutura, Tal forma de tratamento 6, evidentemente, inadequada e impraticdvel, Procuratemos, portanto, outra forma para resolver o problema das cargas moves. 1.2 ~ Definigio das cargas méveis. Trens-tipo Feita a conceituagéo do que seja uma carga mével, esbarramos na complexidade do problema de sua definigdo nos diversox casos priticos. Suponhamos seja nossa missZo projetar um viaduto. Que veiculos (cargss méveis) colocaremos sobre ele? Em que ordem? ‘Vemos, logo, que infinitas combinagdes de veiculos sos podem ocorrer; qual serd a certa, isto é, qual serd a combinag#o dentre todas as possiveis, que se pode adoter como representativa das diversas situagdes reais de cargas méveis que podem ocorrer durante a vida da estrutura? ‘A esta pergunta, diversos pesquisadores, em diversos paises, responderam com a eriaggo de veiculos ideais, denominados trens-tipo (por influéncia das pontes ferrovidrias), definidos pelas normas de projeto de cada pais e que vatiam dependendo da natureza e da forma de ulilizagio da estrutura ‘Uma coisa tém, entretanto, os trens-tipo em comum: s4o constituidos por cargas (concentradas e ou uniformemente distribuidas), de valores conhecidos ¢ guardando uma distincia conhecida, constante, entre si. Desta forma, conhecida a posigio de uma das cargas do (rem-tipo, conhecemos imediatamente a posigio de todas as demais. Um exemplo representative de trem-tipo nos é dado pela configuragdo da Fig. VII (notese que qi, ga. Pt. Pay ms Pse dy on » Sy 880 grandezas conhecidas e de valor oénstante). , % RR mm aqolllt! as Heath e td h o tt Fig. Vi 300 Curso de antlise estrutural Devide 4 possbilidade de sréfego aos dois sentidos, suporemos, em geral, ‘que 0 trem-tipo possa percorrer a estrutura nos dois semtidos (no exemplo anterior, estudariamos as hipéteses das cargas percorrerem a estrutura no sentido gu, Pry m-sga © 90 sentidO go, Py, ge) Os trens.tipo mais usuais sf0 aqueles de pontes rodoviirias € de pontes fecrovidrias, Para obras no Brasil, sio definidos pela NB-6 e pela NB-7 da AB.N.T. €, esquematicamente, sf0 dados pelas Figs, VI-2 Vi-3 para ponces rodovidrias e ferrovidras, respectivamente: Fig. VER 1.3 — © problema a resolver. Forma de resolugao © problema que devemos resolver € 0 da determinagio dos esforgos maximos ¢ minimos provocados ns estruturas pelas cargas méveis, p de poste destes valores conhecendo os esforgos devidos as cargas de tipo permanente (permanentes propriamente ditas ¢ acidentals ndo-méveis), sabe- Temos entre que valores extremos variardo os esforgos em cada secio da estrutura, tendo, portanto, definide & sua faixa de trabalho. Por exemplo, suponhamos que numa se¢o de uma viga atue um momento fletor de 20 mt devido as cargas tipo permanente e que os momentos maximo e minimo devidos & carge mével vaiham 60 mt € ~40 mt. Esta segdo trabalharé, portanto, entre os momentos -20 mt ¢ 80 mt, isto é, se for estavel para estes ois valores, também o serd para os demais intermedidrios. (E por esta razio ‘que mosso interesse se concentrard, principalmente, sobre os efeitos maximos € minimos provocados pelas cargas méveis.) A forma de resolugfo do problema sera através do processo das linhas de influéncia, que serd definido no item a seguir. Este proceso terd sempre ‘Suas fases: supor-sed, inicialmente, que o trem-tipo seja constituido por luna Gnica carga concentrada unitéria (caso mais simples possivel para estudo) Estudo das cargas mbveis em estruturas isostéticas 301 2, apds, serdo feitos os necessitios cdleulos para se obter os resultados levando em conta 0 trem-tipo real (calculos estes de enorme simplicidade, conforme se veré), 2 — LINHAS DE INFLUENCIA 2.1 — Definigao Linha de influéncie de um efeita elistico E em uma dada segao S é a representagio grifica ou analitica do valor deste efeito, naquela segio S, produzido por uma carga concentrada unitéria, de cima para baixo, que percorre a estrutura, Por exemplo, suponhamos conhecita a linha de influéncia de momentos fetores na segio S da viga da Fig. VI-4. Baseando-nos na definigdo anterior, podemos escrever que: Ms Ms , para P= 1emA ~b, para P= | em © assim sucessivamente, +——_-2 Conforme se vé, a segdo ¢ 0 efeito estudados sfo fixos, variando apenas 4 posigéo da cage, Uma tinta de influéncia néo pode, pois, ser confundida com um diagrama solicitante, visto que uma ordenada de linha de influéncia ‘num panto se refere, de modo geral (excetuando-se a possibilidade da carga sobre a propria segao de estudo), a0 efeito em outre segéo. 302 Curso de antlise estrutural Pouemos escrever ainda que £ = E(2) e, a partir da detinigdo dada, estudaremos, para os diversos tipos estruturais com que trabalbamos asual mente, estas FungOes linhas de influéncis £2) « fim de, com seu auxilio, confome veremos 2 seguir, resolver o problema das cargas méveis atuantes en estruturas Obserragdo: E pode ser um esforgo, reagdo ou deformacao; em suma, uun elit elistico qualquer (deve ser um efeito eléstico para que see wilido © principio de superposigdo de efeitos, que serd empregado na solugdo do problema, conforme veremos). 2.2 — Fases de resolugdo do problema A resolugio, baseando-se no conceito de linhas de influéncia, englobaré duas fases distintas: 12 fase: dada a estrutura, o efetto fe a segd0 S, obter sua linha de influéncia; 28 fase: conhecidos o trem-tipo e a linha de influéncia (14 fase), obter os efeitos devidos a esse trem-tipo. Devido a sua grande simplicidade, resolveremos inicialmente o problema da 29 fa 2.3 — Obtengio dos efeitos, conhecidos o trem-tipo e a linha de influéncia a) Seja um trem-tipo constituido pelas cargas concentradas Pr, ..4 Pn & ej 4 linha de influéncia da Fig, VI-S. Lae mi s Fig. (0 valor do efeito produzido por uma das cargas concentradas Fi, a partir a definigdo de linha de influéncia, & Pjnj, Pelo principio de superposigao Ue'efeitos, quando atuarem todas as cargas, teremos, E's = EP; ny Estudo das cargas moveis om sstruturas isostéticas 303 ») Seja, agora, 0 caso de um trem-tipo composto por uma carga uniforme- mente distribuida q, conforme indica a Fig. VI-6. Teremos: 6 Es f (adz) ny, 00 seja Es af nude = q2, “: sendo $24 érea, na linha de influéncia soba regifo ocupada pela carga (a este rea chamamos rea de influéncia) +~——_————— ie lade | 1» (Tin Ty t Heer i Ties a Fie v8 ©) 0 caso geral serd uma superposigd0 dos casos. e b (trem-tipo composto de carges concentradas e distribuidas). Podemos escrever, empregando © cipio de superposigéo de efeitos: Es = Zin + a2) wi) Para se obter, entdo, 0 efeito produzido por um trem-tipo ocupando uma dada posigéo sobre a linha de influéncia (conhecida), basta multiplicar cada carga concentrada do trem-tipo pela ordenada da linha de influéncia sob ela © cada carga distribuida pela respectiva drea de influéncia, somando-se 05 resultados. Obserragoes: a) Os principios estudados até aqui sio vélidos para estru- turas isostaticas e hiperestaticas. Daqui para frente, estudaremos as estruturas Isostéticas. b) A partir da expressio V1.1, 6 fécil ver que as unidades das linhas de influéncia de momentos fletores sfo unidades de comprimento e que as linhas de influéncia de esforcos cortantes, normais € reagdes de apoio sfo adimensionais. 304 Curso de antlise estrutural 24 ~ Obtengéo das linhas de influéncia para as estruturas isostiticas 24.1 ~ Viga engastada e livre Seja a viga da Fig, VI-T. Estoda e 2 emos todos 0s efeitos estéticos, quais sojam, reagoes de apoio ¢ esforgos simples 1 Partingo da deCiniggo, supomos uma carga unitiria percorrendo a estrutora, definida pela abscissa z. Busquemos as diversas linhas de influéncia, ou seja, as diversas fungdes £ (2). Temos 2) reagocs de apoio Vq = #1 arbitraremos 0 sinal @ para a reagdo vertical que for de baixo para cima); Ma = 2 (imbdulo 2, tacionando as fibras superiores). Lm b) esforgos simples em S. Temos: 0, para 2 x Lt Tie I als an Vp, para r abet Fig. VEIO 308 Curso de anilise estrutural Observagdes: a) Conforme vimos nos casos 2.4.1 € 2.4.2, no estudo das linhas de influéncia de esforgos simples, devernos examinar sempre separads ‘mente as possibilidades da carga unitdria estar a esquerda ou a diseita da sego em estudo. b) A linha de influéneia de esforgo cortante numa segao apresenta sempre ‘uma descontinuidade igual a 1 nesta seco, conforme podemos conchuir a partir dos casos jd estudados. Ex. VL2 — Para a estrutura da Fig. Vi-I1, obter as envolt6rias de mo- mento fletor e esforgo cortante, cotando.as nas segdes indicadas. Sdo dados: a) Carga permanente: g = 2t/m 200 tor tt/m ) Carga mével 3m + jena A O ®@ 8 yt a toto $3m-% 3m+3m+3m+ Fig. VELL Observagao inicial: entende-se por envoltéria o lugar geométrico dos esforgos méximos (de ambos os sinas) atuantes em cada sepfo de estrutura, 2) A carga permanente atuante provoca ot diagramas solicitantes indicadot nas Figs. VI-I2.1 ¢ VI-122. a_©@@ 5 + Me Lore enti wy vent 2A ag a] @ os vena ® Oy tem a) oN Estudo das carges méveis om estruturas isostiticas 307 b) Os efeitos maximos da carga mével nas seces indicadas sf0 bat) Segao A A partir da Fig. VI-13, temos: 20 tor Wm ae LiA.Q, Fig. VIS nl—“‘o78 Die, = 2X 1+ 10KO.TS+LXI2X1 = #335t © Gains = 0 Sendo a seg40 A 0 apoio de uma vigabiapotada, temos: My = 0 6.2) Segao 1 Temos, a partir das Figs, VI-I4 e VI-IS 10) tum [20° are ab) = Fi. vias Fig. VE-tS im, i ' A Len aa 308 Curso de antl ‘anélise estrutural Estudo das carges méveis em estruturas isosthticas “ws 4) Para segdes simétricas em relagao a segfo 2, podemos verificar faci mente que a8 linhas de influéncia de momentos fletores sfo simétrcas ¢ rele esforgo cortante sio antsimétricas (mesmos modulose sinais opostot), de modo que podemos escrever imediatamente: Qi = 20x09 «10x05 +L x9x 095 = +2340 Quimix sae (20x 0.25 + 4X 30,25) = -5,4t o Mig = 20% 2.25 + + xix WX 225 + 1OX 1S + 4X 12X 228 = 73,5 mt Mig = TBS mi; Orne = 15:46 Oi Qin = -23,4t ee Obey = 05 Obidix = 33.54 c) Quadro de valores e envoltdrias wm for fo Para momentos fletores temo, a partir do quadro de valores a seguit & cemvoltoria da Fig. VI-I7. . kh i =o | o ito vers i i | | ' i Fava "\ envoltia wa [am frm} e de momento fletores trabstho tem rth —— Lia, ! @ | 15m 129 vets ea Fie VEIT I oa Ieee ee ae & segio | CHB, | Cate | Envoltria Permanente | Mével Fig. VIG | 1 27 735 | 1005 Como as areas positiva © negativa da linha de inf : 2 36 93 inka de influéncia da Fig. VI ° 3, ot « OMe «en > a OL = Ota = 120x05 +10X025 + 4x 6X05) = E14 (Walores em mt) ara momentos Metores temos, confome a Fig. VIN6.2: ih, «20% 3 11015 + L123 = OF vara esfogos corte, terns, a partic do. uadro de valores 2 seg Lica 3 = 93 as chor incase VET 310 Curso de anglise estrutural Carga Mével Envoltoria Sega0 coe a Permanente ® ° elo +1? + 0 4455 | 412 A | 33s | L ) 1 +6 aaa | -54 | +294 | 06) ie ee te ee ed 1 6 +54 (06) | -29.4 8 2 o | 33s | Cia | -a55 (Valores em 0) Fig. VIS Observacdes. a) A faixa de trabalho da estrutura € a delimitada pelas envoll6rias dos dois sinais ou, no caso da existéncia de esforgos de um nico sinal (Fig, VI-17), € a delimitade entse o diagrama devido as cargas permanentes e » envoltéria obtida b) Até o presente instante, lidamos com trens-tipo bastante simples nos exemplos feitos, tendo sido, portanto, facil chegar-se 4 posigdo que acarreta ‘0s efeitos maximos. Caso, entfetanto, os teenstipo se tornem mais complexos, necessitaremos do auxilio de alguns teoremas, que estudaremos'a seguir, para nos indicar a posigdo que conduz aos efeitos mais desfavordveis, Estudo das cargas miveis em estruturas isostéticas an 2.4.2.1 — Pesquisa dos valores méximos 2.4.2.1.1 — Teorema geral “Ocorreré um efeito méximo quando uma das cargas concentradas do trem-tipo estiver sobre um dos pontos angulosos da linha de influéncia em questao,” Fig. VES ‘A partir do esquema da Fig. VI-I9, usando 0 procedimento clissico do Cleulo Infinitesimal, damos um acréscimo dz a vasidvel independente; a varivel dependente & sofrerd um acréscimo dE, e de valot. dE i +g) = (E + dB) - E = [2A (m+ dz tga) + 2 ~ [2P; = de DP tga EP tg a; Impondo a condig4o de maximo, sabemos que: = antes do maximo: ZA) tga; > 0 = ap6s 0 méximo: EF; tgaj <0 Como os valores P; sf0 constantes, deve haver uma mudanca em aj que satisfaga as desigualdades anteriores. Logo, o méximo ocorrerd quando uma ddas cargas concentradas estiver sobre um dos pontos angulosos da linha de influéncia, Observagdo: este teorema € inteiramente geral, valendo também para as estruturas hiperestaticas, 2.42.1.2 ~ Obtengio da posigZo do trem-tipo capaz de produzir momento fletor méximo na segdo 5 (dada) de uma viga biapoiada, supondo o trem-tipo constituido por cargas concentradas. 312 Curso de andlise estrutural ‘Seja © trem-tipo composto pelas cargas concentradas P,, Pay + Pas ndicado na Fig. VI-20. \ ie = ; | 1 | 1 i i 1 1 \ i L Fig VE20 Chamando-se Re € Rg as resultantes das cargas do trem-tipo a esquerda eA direita da segfo dada S, respectivamente, temos: Ms = Rete + Rata’ Por semelhanga de tridngulos, temos: te @- dx . ne FEU Ms © Re=2 (a2 + Ra FED 7 smo trecho tetilineo de uma tinh Podemos substitu as cargas atuantes num mesmo * de intudncia por sua resullante, proposigéo esta de imediata demonsicagdo, conform pode verificar 0 Heitor, € que fot aplicada neste «aso. Estudo das cargas méveis em estruturas isostéticas 313 Derivando em relagfo a 2, ve: dMs cae x cmieeiat itl +(R-R)X= RZ (RRIF = RA - Rey sendo Ra resultante de todas as cargas concentradas do trem-tipo. ‘Suponhamos seja Py a carga concentrada que, colocada sobre 0 ponto angulosa, nos fornega Msmix (a esta carga chamaremos eixo critico). Temos, entdo: antes do méximo: “MS. p * _ $" r 7 RT-ER>O = apés 0 o: Ms ptf piso méximo: TS = RE - ER <0 ‘As duas desigualdades, que definem o eixo critico Py, podem ser englo- badas da forma a seguir: xt PSRESE RB (viz) Observagdes: a) A expressio (V1.2) foi deduzida para um sentido de rem-tipo, Podendo o trem-tipo se deslocar nos dois sentidos (6 que € 0 usual}, deverdo estes dois sentidos ser tratados como dois trenstipo dife- rentes, prevalecendo o valor méximo dos dois obtidos. b) Todo 0 raciocinio que fizemos $6 € vilido na hip6tese de ndo sairem cargas do conjunto P,, ..., Py & viga quando Py estiver sobre S. Caso contrério, deveremos proceder por tentativas, respeitando 0 teorema geral estudado em 2.42.1.1, €) A desigualdade vale também se, além das cargas coneentradas, 0 trem-tipo possuir uma carga distfibuida infinita. 4) A desigualdade vale para qualquer linha de influéncia da forma da Fig. VI-21, +——_ 1+ to ! Fig. VEZ 3 Curso de andlise estrutural €) A desigualdade que define 0 eixo critico garante apenas que, caso 0 ‘méximo ocotra com todas as cargas Pr, .., Py na viga, ele se dari com 0 ixo ctitico sobre a seqfo. N&o garante, entretanto, que ndo possa ocorrer® rmiéximo com alguma ou algumas cargas do trem-tipo fora da viga (ver exercicio VIS). As aplicagbes seguintes esclarecem. Ex. VI3 ~ Para a seg 5 da vigt da Fig. VI-22, percortida pelo trem-tipo indicado (que pode se deslocar nos dois sentidos), obter Msn Fig, Vi22 Deveros estudar as postibilidades do trem-tipS’ se deslocar nos dois sentidos. Temos: 2) 19 sentido: ge tor 12t a5 ae x 50X8 17” 20 S+10<20<5+10412 R=ER = 501; R = 20t 12 € 0 eixo cxitico, O momento maximo valerd, a partir do esquema da Fig. VI-23: Msaix = Efi = 194,2 mt ert Fig. VED Estudo das cargas moveis em estruturas isostéticas 315 b) 20 sentido: 8 15t 12t Tr Bt <0 <84I5 15t € 0 eixo critica, © momento méximo valerd, a partir do esquema da Fig. VI-24: Msig = EPimj = 1948 mt Fig. VE24 Prevalece, entio, o segundo sentido ¢ temos, entao: Msmix = 194.8 mt Ex. VL4 — Mesmo exercicio anterior, supondo o trem-tipo da Fig. VI-25. Bt tore fast ae Wm Fig Vi2s U2 2 Imediatamente, podemos escrever, a partir da fig. VI-24: Msg = 1948 +1 X LX 48 X 20 = 2428 mt Ex. VLS — Obter-Msm gy para o trem-tipo e a viga indicados na Fig 316 Curso de andlise estrutural be : a T i 7 1 y #— 12m 12m reyes H4m}4me amt de a) 19 sentido: 30t at 40 10 10 Lhd | _ Re G04443X 10X12 Temos, AE - 04 * KIX L304 Como 30 < 32 < 30 + 4, temos que o eixo critica ¢ dado pela carga de 4t. A partir da linha de influencia da Fig. VI-27, obtemos: Mig = DPinj = 204 mt “| ‘| ye \" I LiMs 2m am ‘am 6m Fig. VIR? b) 20 sentido: 10t 10t tor 4 30r Lyd] Temos: 10 + 10 + 10 < 32 < 10 + 10 + 10 +4, sendo a carga de 41, novamente, o eixo critico. Devido 4 simetria da linha de influéncia, ndo é necessirio refazermos os cilculos e, para esta posigdo, teremos também Mspyin. = 204 mt Com isto temos garantido que, caso o mdximo ocorra com todas as cargas sobre a viga (nenhuma fora dela), ele valerd 204 mt. Nada nos garante, entretanto, que ndo possa existir uma posigdo em que apenas alguma ou algumas cargas do trem-tipo saiam tora da viga e que este fato acarrete o aparecimento de um momento superior a 204 mt. E 0 caso deste exercicio, ‘no qual, testando a carga de 301 sobre a segdo S, obtemos, conforme Estudo das carges moveis em estruturas isostiticas 37 indica a Fig. VI-28: Ms = 2Pinj = 216 mt, prevalecendo entdo sobre 0 outro valor. Logo: Msimiq = 216 mt 30 | | t t Lims 2m 4m Sm Fig. Vi28 3 ~ Teorema de Barré (obtengao da segdo onde ocorre o momento fletor maximo absoluto numa vige bispoiada, provocado por um trem-tipo constituido por cargas concentradas). Fig, V9 Seja Sa segfo onde ocore 0 Myixabs.. Cvja abscissa x queremos determinar. Chamando-se R a resutante geral das cargas do trem-tipo; A distincia do eixo cxitico Py a resultante geral R; Re A resultante das cargas a esquerda da seeao S; eA distincia de Re a Py, obtemos: Msmtx RU 5D Ree, pi vy = Resa Derivando em relagto @ x, obtemos: G8 Bana a8 Curso de andlise estrutural Impondo a condiggo de mdximo, vem: 1-2x-d= 0, ou seja: x =-54 Concluimos, entdo, que Py € R devem ser simétricos em relago 20 meio dda Viga e podemos, entdo, enunciar 0 teorema Je Baxé; “© momento fletor maximo absoluto numa viga biapoiada ocorre numa seedo tal ¢ para uma posigdo do trem-tipo tal que o meio da viga coincida ‘com o meio da distincia d que vai do eixo eritico Py até a resultante geral 1 ddas cargas do trem-tipo.” Evidentemente, 0 teorema de Barré no nos fornece 9 eixo evitico, que setd obtido por tentativas, corfurme ilustsa o exemplo V1.6. Observagdes sobre a validade do teorema de Barré 8) Nenhuma carga do conjunto P, .., P_ pode sair de viga. 'b) Nao pode existir carga distribuida infinita no trem-tipo, ©) E necessirio (mas nao suficiente), para que 2 segso critica seja a do meio, que uma das cargas do trem-tipo coincida com sua resultante Ex. VI6- Obter 0 momento fletor maximo absoluto para uma viga de 10 m de vio, percorrida pelo trem-tipo da Fig. VI-30. ‘| "| “| “| 41m — 2m Fig, VIO A posigo da resultant, de fécil obtengfo, fica a2 m das cagas extremas, conforme indica a Fig. Vind: Lert map mm me Fig. V3 Para resolver 0 problema, verificaremos, uma a uma, as diversas cargas, constatando se podem ou nao ser eixo critica, Usando as notagoes da Fig. VI-2 Estudo das cargas moveis em estruturas isostéticas 319 a) 18 carga de 81 Tesanosd=2m.caieseetaine= 5-1 amet 3%4. 136 Logo, ela néo pode ser eixo exitiea, b) 28 carga de 8t josd = I m,0 que acarretaria x =5 -0,5 =4SmeR ee 7 5,31, Como 8 < 15,3 <8 + 8, esta carga pode ser eixo critica ¢ teremos, neste caso, a partir do esquema de Fig, VI-32. Mornin = EPinj = 61 mt x= 45m 12 8) js | je 45ml 2-7 2.48m bo Fig. Vi-32 ©) Carga de 126 Teriamos d = 1 m,o que acarretaria +5405 =5,5meR>: Ee ar = 18,71. Como 8 + 8 < 18,7 <8 +8 + 12, esta carga pode ser eixo critico. A partir da Fig. VI-33, temos: Msmix = DB = 63,2 mt va oze ba, hain Pa vias 8) Carga ae 6 Teviamos d = 2m, 0 que acuretariax =5 +1 =6meRE= 24S. 29.4, Logo, ela néo pode ser eixo critico, 320 © momento maximo absolute seré, entdo, de 63,1 mt, para a seqao a 5,5 m do apoio esquerdo, quando o trem-tipo estiver no sentido indicadona Fig. VI-30 e, devido a simetria de uma viga biapoiada, para a segdo a 4,5 m, quando © trem-tipo correr no sentido contrdrio. Emm suma: Agyix abs 45m ex = 55m. 63,1 mt, para x 2.4.3 ~ Viga biapoiada com balangos Conforme fizemos em 2.4.1, temos as seguintes expressdes para as linhas de influéncia no caso da viga biapoiada com balangos da Fig. VI-34: ae joes I he eae Va =~, para qualquer z (positivo ow negative) Vy = pa unr = Para uma segio genérica S, pertencente a0 vio AB, temos os seguintes esforgos simples: 2(l~ x) 7 x(l-2) 7 para 2 x “Vg, pata_2

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