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Pp Revista Montagem - Instalagao - Manutengao PCs « Redes - Internet Ceres as para 0 dia-a-dia do reparo de notebooks = Os defetos mais comuns, primeiras providencias quando chega na oficina, ‘manutencao dos drivers, teclados e display Notebooks: problemas de solda e sua correcdo Porque um tipo de solda utilizado nos micros portateis vem causando problemas © como corrigicos quando aparecem Notebooks: identificando resistores e capacitores Conhega os tipos, saiba como identifcé-los descobrir seu valor, para poder testa e substitu quando necessério el Fontes de alimentaca como funcionam Importancia, poténcia necessaria,tipos, como funcionam, quanto de energia Bastar ¢ quando dé para consertar a= Manutencao e conserto das fontes de alimentacao Procedimentos simples que podem prolongar a vida dil ¢ como proceder para Consertar quando elas queimarem — [24°3) Medindo o consumo de energiade um PC ra Veja como procedere entenda 0 que isso representa em termos de despesa no fim ddo més e da pratica de bancada as para ter uma offi de informatica lucrativa Para quem dleseja manter uma boa ‘empresa (e viver feliz com ela) Pas] TSN 1940338—4 Ee OnE) EC ORERI Cree Uma publicagso thecnica STEMAS Selecdo dos melhores artigos a publicados, evidamenie atualizados ‘ereunidos por temal PRINCIPAIS DEFEITOS E PROCEDIMENTOS DA man NOTE ms konea ad de "0s defeitos mais comuns e as possiveis solucées = Ferramentas necessarias = Como desmontar um notebook (sem estragar!) = Produtos titeis na bancada do reparador "0 que incluir no prego do servico? ri Série Ouro da Revista PnP Selecao dos melhores artigos ja publicados, devidamente atualizados e reunidos por tema! A Revista PnP completou 5 anos conhecida como fonte de informagées seguras e atualizadas para quem lida com PCs, redes e internet. Para comemorar esta ocasiao a Série Ouro traz de volta os melhores artigos ja publicados, atualizados e reunidos de forma a fi itar a leitura e a consulta desse acervo, além de artigos inéditos e importantes no momento. MAIS INFORMAGOES E PROMOGOES www.thecnica.com/ouro EDIGOES DA SERIE aun JA LANGADAS: MONTE E ADMINISTRE SUA PROPRIA INFORMATIZACKO DE EMPRESAS YM OFICINADE INFORMATICA 4 "ots pep cra dass ence “Enotes tae Ge vata {Dawa a? concen lis {Dimas eprom? oregano bls 250 ioc rumcotaa mesa ranterg? ‘TreduncooWadova7 sa opergies {cea ode SBR + horapae POs topes a ENTENDENDO OS ENDERECOS IP .e outros artigos avancados Sobre redes MANUTENGAO de NOTEBOOKS y USANDOIOS MULTIMETROS EDITORIAL Esta 6 a sexta edigso da “Série Ouro" da Revista PnP, série essa ‘que comemora os § anos de existéncia da publicagao fazendo uma roloitura @ atualizaga0 dos mothores artigos ja publicados. Para esta ledigo preparamos duas séries de artigos, que se completam. A pri- ‘meira trata da manutengao dos computadores portateis e a segunda aborda as praticas caracteristicas das oficinas de informatica. ‘Comegamos com 0 artigo "Principais dofoitos e procedimentos da manutengao de notebooks’, que é complementado pelos trés artigos ‘que se segue: “Dicas praticas para o dia-a-dia do reparo de notebooks’, *Manutengao de notebooks: problemas de solda e sua correrao’, e"Ma- rnutengao de notebooks: identificando resistores e capacitores". Esta ‘soguéncia do artigos da um panorama goral do que significa trabalhar ‘com manutengao de computadores portateis, mostrando as técnicas, 2 dificuldades que costumamos encontrar e como se pode superé-las, ‘de maneira a entrar profissionalmente neste mercado que nao para de ‘orescer. final, o que mais se vende hoje no mundo inteiro sao disposi- tivos computadorizados portatels, na forma de notebooks, netbooks, Lltrabooks, tablets e até os smartphones, que ndo passam de um PC ‘em miniatura a0 qual foram adicionadas as fungoes de telefonia, ‘A segunda série inicia-se com 0 “Aprendendo a Usar 0 Multimetro”. ‘Com efeito, hoje em dia, com os portatels dominando a cena, 6 inad- missfvel que um técnico de informatica deixe de conhecer polo menos ‘as fungdes basicas do multimetro, instrumento basico para instalar & ‘consertar equipamentos eletrOnicos de todos as tipos. Detalhamos como. funciona o multimetro e mostramos varias aplicagbes praticas para ole. (0 préximo artigo intitula-se "Fontes do Alimontagdo: importancia, ccaracteristicas e funcionamento " onde mastramos a importancia deste ‘componente presente em todos os computadores. Detalhamos 0s tipos de fonte, seu funcionamento e qual é a influéncia das fontes nos PCs. Complementando os dois artigos anteriores toms “Manuteng0 «e conserto das fontes de alimentacao dos PCs" onde damos dicas para Usar 0s conhecimentos sobre fontes e sobre os multimettos para con- sertar as fontes usadas tanto nos PCs de mesa quanto nos portateis, Na mesma linha temos o artigo "Modindo © Consumo de um PC” ‘onde vemos o quanto podemos economizar ao escolher boas fontes de alimentagdo. De quebra, veja como podemos ter evidéncias do funcio- hamento bom ou ruim de um PC s6 pela medigao do seu consumo. Imaginamos que esta edieao sera apreciada om espacial pelos pro- fissionais do ramo, por iss0 0 artigo "Dicas para ter uma oficina de infor- rmatica lucrativa’ vern bom a calhar. Nao falamos nele de coisas técni- ‘cas, mas sim daquelas dias que s6 mesmo quem tem muitos anos-de Janela pade fornecer para quem esta querendo se firmar no ramo. ‘Completando esta edicao temos também a tradicional seo "Cor- reio Técnico”, onde mostramos as duvidas mais frequentes ¢ interes- ‘santes enviadas pelos leitores para nossa redacao, e acreditamos com isso ter fechado com chave de ouro mais esta edicao comemorativa Boa leitural Iberé M. Campos ‘Assinaturas, colecdes e ‘ediges anteriores Peo eeone (1) 64839888 0 o ste a Thcniza Sistemas en tin Thecnea Ssiemas(womihecieacom) ig dares: wnvsersannp.comr ThwercaSistomas®é none friasia@raea _endimeno oo llr ¢ a0 asohanie: ragetaca de aa Mereea Cameos ME lato evsioncom bt (ehevessraetro001 96) xenplares avons ecoegbee: Dieter eetorchee: er Campos wares comp evisio:€ edict Eras: wn tecnca comets Expedido: Cas Lutz Contos com a Reddo Admiistropéo Imprstso: Sao Frarcisco Griica e Edtore Conesondinca para ecica Sitonas Disibugdo nacional pola FC Conarcale’ fun Bark do Pend 197 -00179070. Dito SA, Sto Paub-SP Dept Comore: (1) 289.9808 Tk) 38-0060 Fax (1) 2098-4006 OnE 'se 30 reas autora resend para SO Ihre Campos (2007-2013) Prone rprdiao de qualquer ate dst punicaao por moo rsco Sutra som atone ‘epee coe aurea sta edigao faz parte da Série Ouro, que yiptiie Outehy ‘raz uma selego dos melhores artigos ‘H publicados, devdamenterevisados e atualzados, ‘comemorando os 5 anos da Revista PaP INDICE @ Em 10 corpwrodenceboas LO anutengi de needs et jeshinesn OB Ws Conenoaces 930 capacitores ee Td eee. AM @® eth, BB Gear OST. Slee dinates kerava GD +E exsessamente protic repro paso ta tts ehragns er ‘walair mei sem aoa ox so ds exes. +A pubicagloe seus etre nose espnsaiizam pc conse emis eu maleial lzado er mals asses, + Ning aim da pri era (bor M. Camos ME o sn, Theor Sister), a credence a vero ashalae + rests pubicamiptess guna mara paas + As promotes deca cual qu so preseniarem em anncls reo so de ‘espns de Ere Os anancanes esto ces co qu sss romogie | do pod estar vnaldas& compra de pros, nem subernad anu modal de sor ou slo (N90 Ge Dect Le 7095172) + Aotelso deta pubeaioecbre nd otro nacional o>, MIGRAGAO DE DADOS Eo, PLOW EE Sincere wena & Rrsgraassrs Ne. Es de ato cn ou bas ‘Desens eg caste 6 VD Con farreipisdoOVD eb 20 Nova aero pga mat? uae oka dosteouas de nesta? OWnkons Vino orerai delaras ‘Aimar go woranen ras meses {Eni rtnsre eva Una ‘Thomatnee de ners ret» flare ‘slander crotecks: Con no mera? ‘eros de ote adlervirrin ents MANUTENGAO DE PCs Sega de artigos sbre Manutengc do PCs: Cancels ingerare dorandeo “Ager um ana eine “Fann 5 peta eeaes ‘Hang tse proceso co mandens 9rd ‘Eman ene 28 ‘SObdecn ss manors ‘cbse par tana tees tas “Osten na mala dots? MANUTENGAO DE NOTEBOOKS arcs bse e mantno detains ‘Winders Lut ‘comand oes ‘ Plena abvasmss corns Sees reese sits fanearaapetca 1 iat nim calaret rons UPGRADE DE COMPUTADORES ‘ Guacsoreo prac upp de campus Excel de som pr conte ans as pee por dea tee Serostis ‘Tres races de toreada 1 Cont moni ese cremiia ‘Reus vlog protiial MIGRAGAO DE WINDOWS PARA LINUX ‘stigacn de tntors pation isn xen outa ‘Ninn X07 le meorras mando cage? esa ptt 1 Cohsonensneyosn ‘Seaman creat Toe eiten eon. ee oes COMPARTILHAMENTO DE INTERNET 36 + Corpaninamens dinar! 26 1 Meter, 2 ror nena nossa vt ‘ estlogio de roganas no Un $ Coro’ ait ocsee dae muscles ‘Manion draco otras rete caps ‘sles pepo "oc sera io to ose? ‘Shiv Gage x Morel Ogu slr es daa? ‘seis 26 90 faze pare da Sr Ouro da Revita Po INFORMATIZAGAO DE EMPRESAS ‘rs uae ‘ooo neki at ee ura owatre rasa emus ‘Subin asta paa fae umste? ‘ema ct como fe cam toca son SPAM ‘bok ik impinasornése cm econ Sneed cuss oWeaows 8 AereposPo eos ropes da iizoseh PANE NO HD! ‘Grand OVDs do vieopoonazatns ‘Pann no Ho. Cane roca” Sr qv part LIVRANDO-SE DOS VIRUS "Orsini isa nace Stirandose conus Dagosands ser acess bard ot 1 Sener on oe dows urge Ube Lux ‘Sikcune wise ons PO 27 ‘ing comraressbres de 3, MUA A 1 serosal camurs 9 corset sss ‘Mund uta dose SoPeweuesemesy TECNICAS DE BACKUP ‘Tease tp ‘stg tin rads arbres de emai Sites te qonas pcs ners Ps ems ton cr Gina cmt pac 20 1 Deze toa ga oot mesmo 'Osttoices ae eoratea canoe DEFEITOS + COMUNS DOS MIGROS ‘+05 10ers comin ds PCs ‘Steeda ta seldo Were enon asso muro 1 Res P2P de campatanerto de aos ‘Foros se impr corecce ‘ Coteens ex estnas RAD {Scans RAD noWndens ‘Ties rhemsia «Fab en agape sto regu lies CLONAGEM DE HDs ' Cenngn eHOs-poceorns ta e poganes ‘Mini ea pion cam Wr uv eo ‘into «+ Con eons lst sows 1 stares etre ce dos pumice ‘Sottero tec octets 1 Sisto ptsinal oe cp ar alee? INSTALAGAO DE COMPUTADORES ‘Ge cnoi firn vsti de cames ‘vnc napa: st, ota, bles eos ‘Seber nl Owook reso Wao 7 EC? ik pons com a eens! ‘ug denon: bls estas sa corso 1 Erenend ise co am pure 2-0 cond ‘er exarmun ats mena etna? ‘Som poteseraton eS pee QUE FAZER QUANDO MICRO NAO LIGA Ome tenrunno orion rina? ‘gnc hsorspoatnn ‘Nistng elise ame VAN Serer ‘Catone coma ‘TXGterreaso ene tame ss ote $ Camcan eae Lotro feb Diet coWdow Serer ‘Tinton spec CFT (con ets eM) ‘tipumar coeypes races derechos? GRAVAGAO DE CDs E DVDs * Garo deCOs0010s ACCESS POINTS ‘Nee Pot nts yene so mbacr wes asa ‘Des pomseura tha de ate ate 1 Stas ea 208m pbs pros ‘Rewoalcgodcatagcom. storages os cron toss ‘torre das nies iio cP or. mca un os 1 Rigg e is raises 1s ras eng tuaandas dos prnlpl ations ds eces 1.28, sss come argos nkles, eunides por tne, |_MANUTENCAO DE PCs com WINDOWS: mde MONTAGEM DE REDES * Opasn ass ‘Rie pro a poncom ois XP S2 1 sind a nsw Vit bean em fe ‘Bin FE umriinvs om CO gia eum gan aur frao eta coarse + Geonoarosa de Pato em Ress Winkoes 1 Esto dovidos WPA com 0 DU Peete AS con numa canes QUANTO COBRAR UM SERVIGO ? * and magunas vr ano vw Ser 10) 1 Seite LAMP pros dows om Ubu 1 Farts elvan onde ac come (fs abr.) manana Ras elmer? ota une? ss aa ae une? ‘eostor io cal A iad? ESCOLHENDO E COMPRANDO. ‘OS COMPONENTES DOS MICROS. + Goro ov mata cg ets a geo ‘Escher cerrado os conpretes os res ‘owas ome Vino Sere 2009. ‘cies pop ser FTF 1 Winds Pe ta te 1 Hite ol 1 rut paa ose peo ata p co? WINDOWS SERVER 2008 R2 ' nrouoco hirds Sune 2008 fetes TG 2) $ Aorand ase arc oPronpl ie Gana Nrezwse Ln 1 Reagan mis aos vue Wdes 200 feataesiet pio et ‘Loman un bated ern 1 Ornbra a cept da seve ont} Eo Se > esearch 0) 1 Abgotyao ata aus eucroata? ROTEADOR: CONFIGURAGAO BASICA E AVANCADA ‘Rotadorcentgraio isa evar 1 Austeyisoproyonas ses ras acdsee {et tsode DVD SP) 1 Frisco No Fa Eevee ds praca ‘Tndchao Whos 7 one opananes 1 Dio us tos de rte 2 mice em pts ‘ Destp x rtbok ale omer? ‘Pore congo un ton ene? 12 MODELOS DE REDE YEW) = Seismic eee ‘ateads pores paved! ‘ese ress us cabeatas Qu 6 aor? ‘TEnentnso sanias dee alee avo ced sonra do Midas Gua ce iisiaroparsum PC ov Essa a3 as nerd ue 50 soc? eect amo ie ea ENTENDENDO OS ENDERECOS IP © outros artigos avancados sobre redes Ent ss aos P {Reprint seraneno ‘estar eas pos yx es catia 2 nerd erg sos seats $ fads sts occas Gl er? {Caton parent pr ees {rere corngae den wees ‘ Pouoms eae oae sees ees {decade Veja em nosso site tudo 0 que ja saiu na PnP: WWW.thecnica.com/pnp RESUMO DAS EDIGOES » EXEMPLARES AVULSOS COLECOES » OFERTAS 5 WIRELESS E CABEADA REPARAGAO DE PLACA-MAE = ‘Nauta econo sca ‘eter ono XP Vita 1 Gana co lenparcars oranges ‘ bonnsrai toro crs Enon oendaege ‘ Unvrsean aes Heo cota? Cotes eal mating cme e em SPAM as Opa eer (oo cesamatas) WINDOWS VISTA SP1 VERSUS XP SP3 ‘4 Analse especial -sistomas oporacionais: ‘Sitios a 23. {$Ubra0 804173 Uno cg fie ete Doves ree rede ease mids ants encima weg eres unc aes ees ‘lengen deat p59 MONTAGEM DE COMPUTADORES. ‘= Selncia especial d artigas eobre montage: Gib ao manana’ sso ‘Noxage aso pass ena 6 8105. Panta ss montagem of @ Computanores area do lo do Wes ssomam oon 1 hs aston is pts gad es) CONHECA ALGUNS PACOTES _ PARA COMPLETAR SUA COLECAO ! Pacote PnP Edigdes 12 a 17 de R§ 97,40 por R$ 88,00 Pavote PnP Edigdes 18 a 23 de R$ 109,40 por R$ 98,00 Pacote PnP Edigdes 24 a 29 de RS 114,40 por R$ 105,00 OBSERVAGOES: - Precus vidos até 3104/2014 + Sujeo a dsponibildade REDE DOMESTICA E ACESSO REMOTO ‘Rode coms passoapsso 4 Nero peda on mesca ‘Gea de 0s OVD: ese repro * Cause son. ma se. 1 Rett en otoce ese ce ‘ Aeeorrengs doves tateto MONTE E ADMINISTRE SUA PROPRIA OFICINA DE INFORMATICA ‘Mone i rin oa ssc ica { Noronto steno tata ‘Coro nis ea ots ‘Ghat mse? ‘Nota deta ene ‘Guana trae ents fel eno? ‘resin onde T pase ports ROTEADORES, ACCESS POINTS E INTERNET 3G ‘sRomadces coguayntasoneasea ‘tees pl pie, re cae st ‘Rode datas pas-aposso ‘Conanhaoan ce nent nea! 96/46 ‘Daprsiandorsoras © rani anes cite 5 ‘rns ds cos bn ig: Ba SERVIGO As duividas mais frequentes ou interessantes enviadas pelos I Porque notebook nao conecta na rede Wi: uma determinada empresa? Ha algumas semanas tive um problema com 0 meu no- tebook. Ele conectava a virias redes wireless, mas nilo con- seguia acesso quando tentava conectar na rede interna de uma ‘empresa, Tentei tudo o que sabia e ndo gosto de ser taxado de incompetente, por isso queria saber, na valiosa opiniao de voe8s, o que pode ter ocorrido. Gostaria de saber se 0 que penso est certo ou no, ou seja, que o problema nao tem nada ‘ver com as configuragées do notebook, jg que ele se conecta ‘outras redes, menos na rede daquela empresa. Obede, por email Como 0 notebook conecta normalmente em varias redes podemos supor que o hardware ea configuragdo de rede do apareiho estdo funcionando normalmente. Podemos, tam- bém, desconfiar que algo esteja ocorrendo especificamente nna conexdo daquele notebook aquela rede de empresa. O fato de nao conectar pode ter varias causas. Em pri- ‘meiro lugar, «rede da empresa pode ter sido configurada para sé aceitar as conexées vindas de computadores conhecides. Isto & feito no roteador ou access points que distribui a rede Wi-Fi, onde fica uma lista dos enderecos MAC (MAC Address) dos computadores autorizados a entrar naquela rede. Todos os demais sdo rejeitados. Neste sistema, quando algura fun ciondrio ou visitante quer usar a rede da empresa precisa contatar 0 suporte técnico da mesma e pedir para cadastra- rem seu computador, celular ou tablete como dispositivo utorizado. ‘Outro fator que pode estar impedindo 0 acesso & 0 padrao de criptografia. A maioria dos roteadores e access points atuais reconhece pelo menos os padrdes B, Ge N, sendo que os notebooks de uns 4 anos para cé também tra- balham nestes sistemas. No entanto, o padrao N ainda ndo std totalmente normatizado e implementado nos dispositi- vos que foram vendidos ou que estdo @ venda, entdo podem cocorrer problemas sea rede da empresa foi configurada para utilizar apenas 0 padrao N, que & 0 mais rapido. de 6 www.revistaPnPcom.br fores e respondidas pela nossa equipe. Outro fator, ainda, que pode estar impedindo 0 aces- so, €a quantidade de dispositivos wireless conectados aque- la rede. Os roteadores e access points tém um limite de dis- positivos para acesso simultdneo; se este limite jd tiver sido tatingido ninguém mais conseguird conectar mesmo que sai- ba a senha e esteja autorizado a usar aquela rede. De todos estes fatores, acreditamos que 0 mais pro- vdvel mesmo € que esteja ocorrendo a primeira situacdo, ou seja, a rede da empresa foi programada para s6 aceitar co- nexbes de dispositivos conhecidos e cadastrados no sistema, Isto € feito por medida de seguranca e também para impedir _que 08 funciondrios e visitantes usema rede da empresa para atividades indevidas. Notebook nao regula mais 0 brilho da tela depois que atualizou para o Windows 8.1 Comprei um notebook da Samsung que veio com 0 . Windows 8. Ele funcionava bem, mas resolvi instalar a atua~ lizagio para o Windows 8.1 que era oferecida gratuitamente pela Microsoft. Minha idéia era ter de volta o botdo Iniciar, tal como entendi que seria, mas fiquei decepcionado porque ‘© que este botdo faz é simplesmente acionar a interface “Ini- cian", 6 a mesma coisa que apertar 0 botdo “Windows versio 8. Certo, mas este nao é 0 maior problema, 0 que real- mente esté me tirando do sério & a regulagem de brilho do monitor. Com o Windows 8.1 eu ndo consigo mais controlar © brilho da tela, ela fica 0 tempo todo no maximo, gastando bateria& toa e ficando ino6modo quando o ambiente esta a ‘meia luz, J atualizei o Windows 8.1 com tudo o que tinha no Windows Update, mas o problema da tela continua, Max no site da Thecnica Sistemas 0 Windows 8.1 ndo é simplesmente uma mudanca de interface em relagao ao Windows 8. Ele traz internamente ‘muitas mudanas para tornar 0 Windows mais adequado as necessidades dos usudrios, além de aumentar a seguranca € efcitncia do computador. Com isto, épossivel que alguns programas e drivers que funcionam na versao 8 ndo funcio: nem no Windows 8.1, como € 0 caso do britho do monitor. Revista PnP n° 30 No caso relatado pelo letor, o que ocorre & que 0 sof- ware que regula o brilho do monitor (acionado pelo teclado) ‘do é compativel com 0 Windows 8.1.A Samsung oferece wma correcao para este problema, dispontvel no site da empresa ena pagina que diz respeito a cada modelo. Pode-se também iilizar 0 programa “swupdate” que acompanha os note- books da Samsung para manter os programas do notebook sempre atualizados com 0 que tiver de mais recente para ‘aquele aparetho. Resposta do leitor ~ Grato pela resposta,resolveu 0 problema. Foi s6 instalar uma atualizagio do controle de bi Iho do monitor, que achei pelo “swupdate”, e 0 controle de brilho da tela voltou a funcionar. Muito obrigado! Como trabalhar na area de automagao de lojas? ‘Atuo na drea de webdesign mas o que quero mesmo & trabathar como auténoma na érea de automatizagao de super- mercado e lojas. Quero lidar com implantagao de redes de computadores e com manutengdo de impressoras de ticket de compra em supermercados. Nao sei quis cursos fazere nem por onde comegar. Fiquei sabendo que alguns fabricantes de impressoras que atuam nessa érea dio cursos gratuitos. Por favor, vocés podem me ajudar? Adriana, por email A confecgao deste tipo de rede costuma ser wma tare- ‘fa para especialistas. Nem sempre quase nunca) dé para re- etir-o que se fez em uma instalagao em outra, geralmente é preciso fazer um projto para cada caso. Em outras palavras, 6 profssional tem que conhecer virias coisas como cabea- mento, redes wireless, roteadores, access points, servidores, Windows Server, Linus, aplicativos para comércio automa so comercial, cédigo de barras e por ai afora E uma especialzacao,e provavelmente a leitora teria «que fazer varios cursos até aringirum nivel de conhecimento que lhe permita atuar profissionalmente na drea. A Revista PnP ja trouxe varios artigos que poderiam servir como ma- terial de apoio, mas o ideal mesmo seria fazer um curso pro- fissionalizante na drea de redese sistemas. Estes cursos sao ‘caros e no conhecemos nenhuan que seja gratuito, o que é compreenstvel pela dificuldade em montar a estrutura de en sino e para contratar (e pagar) bons professores. Como levar rede Wireless a todo um edificio de apartamentos? Sou um profissional ainda novo na area, por isso es- tou um pouco inseguro e tenho algumas diividas. Estou pre- cisando implantar um projeto de rede em um edificio de 4 an- dares, sendo que cada andar tem 4 apartamentos. Sei que hé um link de internet no térreo, trata-se de um Vivo Speedy com velocidade de apenas I mbps. Vou dizer a0 sindico para con- tratar uma banda de 8 mbps, o maximo que esté disponivel na regido, afinal serdo 16 aptos ¢ assim ficarfamos com pelo ‘menos 500 kbps de velocidade por unidade, Nao é muito, mas, 0 que temos por aqui Revista PnP n° 30 CORREIO TECNICO a Penéei em ligar um switch de 4 portas nesse modem. ‘Speedy € subir um cabo por andar ligado ao switch numa pponta e na outra ponta conectado a um bom roteador. A idia € ligar 0 roteador do primeiro andar no do segundo e assim por diante na medida em que for instalando os roteadores até chegar ao quarto andar. Como nao posso fazer furagdes no prédio e também ndo gostaria de deixar os cabos a mostra, ser que 0 uso de algumas canaletas seria uma boa idéia? ‘Voces teriam uma sugestao de como fazer a instalagdo dos cabos e a configuracio dos roteadores? Abreu, no site da PnP ‘Atualmente, em situagdes assim ndo se usa mais fu- rar paredes para passar cabos de rede. Tudo pode ser feito com equipamentos wireless, de maneira rdpida e econdmi- a, Funciona assim: além do roteador, coloca-se tantos access points quantos forem necessérios para cobrira drea em ques- ‘do. Nesse caso, em especial, pode-se por exemplo colocar wn acess point em cada andar, pegando 0 sinal do andar abai- 1x0 e distribuindo no préprio andar, assim por diante, até chegar no iltimo andar. A maioria dos access points dssipa o-sinal para os lados, num formato de “rosquinha de cco”, entdo esta seria uma solucao bastante vidvel. Sugerimos a leitura do artigo “Entendendo as antenas das redes wireless” da Revista PuP n°24 para entender como as ondas das redes Wireless se propagam, Na mesma edicdo 24 temas 0 artigo “12 modelos de rede prontos para vocé usar”, onde mostra ‘mos como acoplar roteadores e access points para cobrir com o sinal qualquer tipo de edificio. Também sugerimos a seqién- cia de artigos da Revista PnP n° 29 para aprender mais como -montar redes e fazer sua configuragao. Serd que é dificil aprender a programar? Estou comegando a faculdade de Gestio da Tecnologia + da Informagiio. Estou gostando do curso, porém estou com dificuldades na disciplina de algoritmos, onde estou vendo a Jinguagem Pascal, através do programa Free Pascal. Queria saber se todos os profissionais de TI acham dificuldades nes- ta disciplina e se tem como vencer esta dificuldade, para ““mandar bem” em algoritmos e programagio? Ferrante, no site da PaP O.wso do Pascal em sala de aula no significa que se v4 programar nesta linguagem, 0 objetivo é mostrar as téc- nicas e a Idgica envolvida na programagao, e estas servem ara qualquer ouira linguagem que o aluno precise apren- der futuramente. Saber programar faz parte da formagao de ‘qualquer profissional de gestdo de tecnologia da informagao. ‘Mesmo que ndo vé trabathar diretamente com isso, durante sua vida profissional pode precisar entender-se com wm gri ode programadores ¢ para tanto vai precisar compreender 0s processas envolvidos nas técnicas de programagéo. Em nossa experiéncia, ficou evidente que certas pes- soas nascem prontas para entender as coisas da programa- $@io—eoutras nao... Estas tltimas jamais serdo grandes pro- ‘gramadores mas com algum esforco poderdo entender como www.revistaPnPcom.br 7 a SERVICO «coisa funciona e tirar algum proveito dela. Mas ndo é 1d0 dificil assim aprender 0 bdsico, basta um pouco de boa von- tade, treino, estudo e pensamento légico. Outra possibilidade que aventamos é que, talvez, a disciplina ndo esteja sendo bem dada. Afinal de contas, como em qualquer profissdo, existe por at alguns professores ruins € preguicosos, assim como hd escolas que ndo conseguem ofe- recer esirutura adequada para que 0 professor consiga de- senvolver un bom plano de ensino. Pelas poucas informagdes fornecidas pelo leitor nao dd para saber se este € 0 caso, mas sao situagdes que costumam ocorrer. Erros 628 e 0836 nas conexdes 3G Minha divida € sobre erros de conexdo com modems 3G, no meu caso da marca Huawei. O que significa esses €édigos de erros e como solucions-los: “erro RAS 628", "¢6- digo 0836" e outros assim? Acredito que muitos passam por esse problema com esses modems, mas pesquisei na internet € no encontreirespostas coerentes sobre esse problema André, no site da PnP Todos estes erros se referem a problemas de conexdo. Na quase totalidade dos casos esse erros ndo estdo ligado ‘20 modem ou ao computador emt si, mas sim as nossas pre cérias redes 3G as quais, por ndo comportar 0 mimero de usueirios, desconectam a comunicagio ou, falando em termos demodem, “fecham a porta” e dao estes erros de RAS cédi- {40.628 e outros ligados ds portas de comunicagao. Nao hi o que fazer nestes casos, ando ser mudar de local fsicamente, para tentar pegar uma rede menos sobre carregada, ou entdo mudar de operadara. Mas isto em efei- 10 36 por alguns poucos meses, porque logo mais aquela ‘eperadora e aquele local também ficarao sobrecarregados Em wm pats onde nem 0 2G ou 0 3G funciona direito como deveria, parece piada as operadoras oferecerem redes 4G como se fossem a salvagdo para que seus clientes tenham co: rnexdes melhores. Ora, x 0 3G funcionasse tal como foi pro jetado ja seria uma beleza para nds, brasileiros, sempre ca remtes de comunicagiao facil, confidvel e com pregos justos, Porque meu HD externo comecou a falhar? ‘Tenho hi cerca de 2 anos um HD externo de 2 TB da Seagate, com interface USB 2.0. Uso este HD para guardar todos meus arquivos, isto 6, misicas, videos e coisas da mi- nha vida profissional. Este HD nunca me deixou na mio, pelo ‘menos até recentemente. E que nos tiltimos dias ele comegou fica estranho, por exemplo: quando estou vendo um video, de repente a imagem trava e recomega depois de uns 15 se- ‘gundos, mas 0 4udio continua eorrendo normal. Isto aconte- ce de maneiraaleatéria, ts vezes acada hora, em outras acada minuto, Se eu copio o mesmo arquivo de video para o HD do PCele roda normalmente, significando que tem algo a ver es- pecifieamente com o HD extemo e nao com qualquer coisa extra, Vocés teriam alguma idéia, que nio seja a de comprar ‘um HD novo e ter que transferir2 TB de dados? Isso vai ser 8 wwm.revistaPnPcom.br ainda mais diffcil porque a velocidade de transferéncia do HD para o PC vem diminuindo consideravelmente, vai demorar dias para transferir todo este volume de dados. Manolo, por email 3s discos rigidos, internos ou externos, tém uma de- terminada vida itil. Quando chegam préximo do final come- ‘gain a apresentar este tipo de erro, ou seja, demora na trans feréncia e baruthos estranhos. Alids, parece que os HDs ex- ternos daram bem menos que os HDs internos, mas esta é s6 una impressdo porque ainda ndo fizemos testes intensivos neste sentido. No caso do leitor, que usa 0 HD externo como seu armazenamento principal, o desgaste no HD vai ser ain- da maior do que se 0 usasse apenas como dispositivo de backup. Alids, € importante notar que 0 projeto dos HDs ex- ternos geralmente visa isto mesmo, ou seja, sdo unidades de backup e de transferéncia de dados, nao sendo recomenda- dos para o uso diario intensivo. O certo € deixar os arquivos que usamos no HD do computador, levando para 0 HD ex ferno apenas o que se deseja guardar ou transportar para ou- tro computador, agora ou wm dia qualquer. Pelos sintomas relatados parece que o HD externo do leitor estd prdximo a danificar-se irremediavelmente, com 0 famoso “clique da morte”, onde o HD fica “batendo” e sem ‘permitir acesso aos dados. Por isso, sugerimos que faga wn backup imediatamente, enquanto os arquivos ainda estdo le- giveis e acessiveis: Quando ¢ preciso atualizar os drivers? Baixei um aplicativo chamado Driver Booster para atualizar os drivers do meu PC. Fiz um escaneamento ¢ apa- receram 8 drives para serem atualizados, entre eles o de som 0 de video. O aplicativo parece bom, mas pergunto: devo atualizar os drivers mesmo constatando que © meu computa- « dor esté funcionando normalmente? Fabio, no site da PnP Ainda ndo testamas 0 Driver Booster mas podemos dizer que, em geral, estes programas que se propdem a atua- lizar e corrigir problemas dos PCs geralmente trazem embu- tidos algum tipo de spyware destinado a colocar antincios e ofertas & vista do usuario. Em relacdo & pergunta do leitor a resposta curta ¢ direta seria: “o ideal € manter os drivers atualizados, mas sem extremismos.” Se 0 computador estd funcionando nor ‘mabmente a atalizagdo dos drivers pode ser dispensada, a indo ser que o fabricante dos mesmos tenha corrigido algu- ‘ma falha grave, que afete a estabilidade ou a seguranga do sistema, neste caso a awualizagdo passa a ser obfigatéria. Os drivers que mais precisam de atualizagdo sao 0 de video ¢ 0 de som, os demais podem ser atualizados, digamos, a cada 1 ‘ou 2 anos, claro que feita a ressalva acima. Problemas ao ativar um Windows 8 pirata Sou fi do Windows 8 desde as primeiras verses de teste. Admiro a velocidade que ele apresenta mesmo quando Revista PnP n° 30 ‘o hardware é fraco para rodar o Windows 7. Como sou estu- dante e no tenho recursos para comprar uma cépia original, cabo usando uma eépia “zenérica” do Windows 8 com um programa de “crack” que “ativa” o sistema. Pois bem, venkio agindo assim desde que saiu 0 Win- dows 8, mas agora estou em apuros porque atualizei meu PC para a versio 8.1 e nenhum dos “racks” que conheco esta ‘conseguindo “ativar” a C6pia. Talvez se eu formatasse € re- instalasse tudo resolvesse, mas tenho muitos arquivos no meu, PC e temo que mesmo tendo todo este trabalho acabe com 0 mesmo problema, ou seja, Windows sem ativagio. O que pposso fazer? Voces t&m algum ativador que funcione? Darth Vader (), no site da PnP Oleitor relatao grande problema de quem uilica sis- temas operacionais pirateados, ow seja, «falta de confianca em que vamas poder continuar wilizandoo sistema para sem- pre. A cada verso de Windows que lana, a Microsoft vem ‘apertando 0 cerco as cépias piratas e com isto vai dificul- tando a vida dos piratas de plantéo. E assim: No Windows XP a ativacao era feita pela combinagao entre a midia de instalagdo e 0 mimero de série, ou seja, era fic usar uma cépia pirata por tempo indeterminado. No Windows 7 0 cerco apertou, pois nele a BIOS do computador também entra na verificagao. Mas es piratas imventaram wm sistema de “loader” (carregador) que punha na meméria do PC uma edpia faisa da BIOS a qual informava que 0 compu- tador era feito por uma grande empresa, como Dell, HP e Asus. Com isso 0 Windows 7 “pensava” que estava rodando em um PC feito por estas fabricas e aceitava um niimero de série que havia efetivamente sido vendido para elas. Mas con- tinwava sendo uma ativacdo local, ow seja, que levava em conta apenas 0 PC e nada mais, Sem contato externo, A situagiio mudou no Windows 8, onde a ativagiio feita on-line por um servidor KMS (Key Management System, ‘ou seja, Sistema de Gerenciamento de Chaves). Para ativar- se, 0 Windows 8 consulta um dos servidores KMS da Microsoft ou de alguma outra empresa autoricada por ela, fornece 0 mmimero de série e os dados do PC, obtendo assim a valida edo. O que os piratas fazem é colocar em agao falsos servi- dores KMS, que so cominuamente perseguidos edesativados pela Microsoft pela poticia de cada pais. A técnica mais recente de “ativagdo genérica” do Win- dows 8 (e do 8.1) consiste em gerar um servidor KMS local, no proprio PC ou em algum outro PC tigado @ mesma rede local. Iso funciona até que a Microsoft lance alguma atuali- zagdo do sistema que detecte aquele sistema ¢ o desative. Talvez tenha sido isto 0 que ocorreu com o leitor Para os piratas, entdo, 0 que resta a facer? Esperar sairum novo “crack” ow entdo adquirir o produto original Nao consigo me adaptar com o Windows 8, posso instalar 0 Windows 7 por cima dele? ‘Comprei um PC novo que veio com o Windows 8, que muito diferente de tudo o que eu e minha esposa estamos = = a a te Revista PnP n° 30 www revistaPnPcom.br CORREIO TECNICO a acostumados, visto que ustivamos o XP e depois © Windows 7. Gostarfamos de retirar 6 Windows 8 e instalar © 7 nesta ma- quina. E possivel fazer isso? Caso afirmativo, quais so os procedimentos e qual versio do Windows 7 devo escolher (Starter, Home Premium, upgrade ou versio plena, etc.) Danilo, por email Esta tem sido wna das perguntas mais fregitentes que chegam até nds. Peto visto 0 Windows 8 ndo agrada aos usu- rios acostunados com o Windows 7, mas isto € fil de con- tornar. Conforme mostramos no artigo sobre o Windows 8 da Revista PuP 1°26, basta instalaro aplicativo graito Classic Shell para que 0 Windows 8 fque igual ao Windows 7 menos 4 interface Aero (que ainda ndo esté disponivel para 0 Windows 8 ¢ que nada indica que voltard). Em compensa- (Go, 0 Windows 8 sem a interface Aevo roda mais répido que 0 Windows 7, emtao uma coisa compensa a outra 'No entanto, se o leitor realmente quiser usar o Win- dows 7 ao invés do 8, existem algumas possiveis solucdes 1 ~Devolver 0 apareiho ~ Se 0 PC for novo, pode-se tentar devolver para o fabricante ¢ trocar por outro que ain- da venha com o Windows 7 ou que permita este downgrade. Muitos fabricantes ainda oferecem o Windows 7 em sua ti- nha de produtos. 2— Comprar 0 Windows 7 ~Antes disto, verficar no site do fabricante do PC se ele oferece os drivers compatt- veis com o Windows 7. Se nio oferecer entao esqueca esta ‘opcao, porque a chance da instalagdo ficar incompleta sera grande. Caso os driversexistam, pode-se entao comprare ins- talar @ Windows 7 a partir do zero, apagando toralmente 0 HD e comecando pela jormatacdo, Nao se recomenda insta- lar 0 Windows 7 direto em cima do 8. 3 ~ Fazer upgrade para a versio “Pro” do Windows Be depois fazer 0 downgrade —A Microsoft oferece wma li- cenca de downgrade para quem possui a versao Professional ‘do Windows 8. Assim, quem tivera versdo Windows 8 basica terd primeiro que fazer upgrade para a versio Professional para depois solicitar 0 downgrade para o Windows 7. Isto é caro édifiil de ser feito, até porque a Microsofi nao esta nem tun pouco interessada. Fora isto, é preciso ter um disco de instalagao do Windows 7 OEM utilizado na fabrica do PC, porque a Microsoft nao vai fornecer este disco. Nofinal das contas, se quiser realmente voltar parao Windows 7, 0 que podemos recomendar & que envie 0 com: putador para wm téenico acostumado com este tipo de pro- cedimenio. Instalar o Windows 7 em um notebook que veio de fabrica com o Windows 8 pode ser uma operagao demo: rade cheia de pequenos truques que atrapalhaih aqueles que nndo dominam a arte de instalar e configurar o Windows. Pap | _ PARA PARTICIPAR DESTA SECAO [| Mande um e-mail paraleitor@revistapnp.com.br ou entao J entre na seo "Coreio Técnico” no site da Revista PaP em, ‘wunw.revistapnp.com.br e preencha o formulirio, ‘je em dia o que mais se vende e se usa sio equipamentos portateis, com diversos ‘tamanhos ¢ recursos variando entre os tablets € 0s notebooks. Com isto existe grande procura por profissionais especializados na manutengao destes equipamentos, mas os técnicos especializados nos PCs de mesa precisam estudar e aprender coisas novas para poder entrar neste lucrative segmento. Notebooks, netbooks, laptops, tablets e smartphones ‘fo, antes de tudo, microcomputadores que tém as mesmas partes existentes nos PCs desktop. Todos posstiem placa inde, chipset, processador, meméria RAM, mem@ria cache, Uunidade de armazenamento (com disco rigido ou cart6es de ‘meméria) € dispositivos on-board como video, som e fax- ‘modem. A diferenca dos portéteis em relagio aos PCs con- vencionais 6 que 0s componentes dos portiteis so muito rmenores, devido a alta escala de miniaturizagao. ‘Além dessas partes comuns a todos os computadores, 6s portiteis costumam usar dispositivos dedicados, isto, fei- tos especialmente para les. Por exemplo, os notebooks topo de linha trazem aceleradores de video (chips griticos ou GPU) da NVIDIA ou ATI, para obter melhor desempenho em jogos, multimidia e computagio gréfica. No caso dos “tablets” estes chips especiais também sio usados, mas para jgastar menos energia e aumentar a duracao da bateria, fator sempre importante em equipamentos portiteis Existem também diferencas, ou seja, os portiteis de todos os pregos podem ter periféricos inexistentes nos micros desktop. Entre estes podemos citar touchpad, webcam, mi- crofone integrado leitores de dadios biométricos, que ser- ‘vem para leitura da impressio digital. Os notebooks também ni descartam 0s discos rigidos com sensor de queda livre, ‘algo comum nos notebooks feitos para uso corporativo. Assim como 0 hardware basico & 0 mesmo dos mi- ‘ros desktop, a parte de software também & a mesma e, com isso, os notebooks sofrem dos mesmos problemas. Entre eles 6s prineipais so aqueles causados por descuido do usuario, prineipalmente no tocante a infestago por virus, malware e phising scam, entre outras pragas virtais. Os portéteis ta ‘bém sofrem coma lentidio decorrente do excesso de insta- lagdes e desinstalagdes de programas, 0 que acaba por cor- romper o registro do Windows. Da mesma forma, também 10 winw.revistaPnP.com.br apresentam fragmentagdo excessiva do HD e perda de da- dos por falta de fazer um simples backup. Em resumo, 0s notebooks apresentam todos os pro- ‘blemas decorrentes da parte Idgica do equipamento — do soft- ‘ware, por assim dizer ~ ¢ também por falhas causadas pelo hardware propriamente dito. $6 que nos portsteis os defei- tos de hardware so mais dificeis de detectar e de consertar, ‘© € desse tipo de manutengo que trataremos neste artigo. Os defeitos mais comuns Nossos eitores certamente jd sto profissionais da érea ou tém boas nogGes sobre a configurago, montagem e ma- rnutengio de micros PC desktop e, provavelmente jé esto aptos ou esto aprendendo a efetuar manutengdes logicas © fisicas em micros de varios tipos. ‘Assim, podemos comegar dizendo que a instalagao e configuracao do sistema operacional e aplicativos nos note- books ¢ praticamente igual a de um micro convencional, de ‘mesa. A dificuldade maior esté na localizagao dos drivers de dispositivos de hardware especificos de cada modelo de no- tebook, dificultando a migragao de um sistema operacional ppara outro como, por exemplo, de Linux para Windows edo ‘Windows 7 para 0 8 vice-versa, entre outros casos. A difi- culdade varia de fabricante para fabricante © modelo para ‘modelo, alguns sio mais féceis e outros sto bem diffceis, praticamente impossiveis de encontrar. Quando se trata da manuteneao do hardware, entre tanto, os micros portateis so bem diferentes dos desktop, conforme jé explicamos no artigo “Manutenco de note- books: Como entrar neste mercado?”, publicado na Revista PnP nS. Sua construgao fisica compacta, adificuldade para char pecas de reposigao e o prego dessas pegas dificultam a tarefa, necessitando de bons conhecimentos nao 56 da par- {ede informatica mas também das téenicas de reparacio em aparethos eletrdnicos € do mercado de componentes, Isto posto, resta-nos enfatizar que nesta edigto da “Série Ouro” da Revista PnP selecionamos uma seqiiéncia de artigos sobre a manutengio de notebooks que permitira Revista PnP n? 30 TECNICAS DE MANUTENGAO DE NOTEBOOKS @ 420s letores conhever mais sobre a dificil ~ mas luerativa — rie da manuteng80 f1si6a em notebooks © laptops. impo sivel cobrir todos os detalhes desta especialidade em to ppoucas paginas, mas podemos dizer que existem alguns de- feitos que sao clissicos e costumeiros como, por exemplo: + Onnotebook nao liga; + Odisplay de LCD nio acende; + Drive de CD/DVD nao esta conseguindo ler as midias sgravadas em casa e/ou os filmes comerciais em DYD adquiridos no comércio formal; + Bateria nao tem autonomia para o uso portétil do equipa- mento, que funciona apenas quando conectado 3 fonte de alimentagao do mesmo; + Notebook liga mas logo a seguir reinicia e entra num “loop” constante; + O'teclado e/ou o touchpad nao estao funcionando bem. Certamente existem outros defeitos, mas os acima re- lacionados séo os que um técnico de manutengio de note- books encontra com mais frequigncia, Entio vamos, por partes, comegar a desvendar 0 mundo dos dispositivos portéteis aqui nesta edigdo da Re- vista PnP. Nesie primeiro artigo, descreveremos alguns dos etitos ¢ apresentaremos propostas de procedimentos té nicos a serem realizados pelo técnico de portéteis, mas sa- ‘endo antecipadamente que os assuntos mio estarao esgota- ‘dos em tao poucas linhas. Nos préximos artigos desta série ‘mostraremos outras dias, éenicas e macetes. Ferramentas necessar Ss Antes dos primeiros defeitos e solugdes, falemos um. ppouco sobre as ferramentas necessérias para a manutengao, bésiea de um micro portatil, 14 tivemos a oportunidade de falar sobre o ambiente de trabalho do técnico e suas respec tivas ferramentas na Revista PaP como, por exemplo, nos seguintes atig + Montando uma bancada de trabalho, publicadona Re- vista PnP n?2 (¢ republicada na PnP n° 25), além do + Monte eadministre sua prépria oficina de assisténcia técnica, publicado na Revista PnP n’ 6 (¢ republicada na PnP n° 25) e, principalmente, o artigo: + O que tem na maleta do téenico? publicado na Revista PnP n° 25. Aconselhamos também a leitura do artigo + Aprendendo a usar o muitimetro publicado na Revista PnP n° 10 e atualizado nesta edi¢ao. O multfmetro é uma ferramenta basica na arte de consertar notebooks. Resumindo 0 contetido acima, podemos dizer que para 0 técnico comegar a entrar na drea de manutengao de notebooks precisaré ter, ao menos, o ferramental abaixo: + Multimetro Digital, + Ferro de solda e solda para componentes eletrOnicos, ‘+ Sugador de solda com “camisinhat” na ponta; + Togo de chaves de relojoeiro; + Jogo de chaves do tipo “torx” (vulgo “chave estrela”); Revista PnP n° 30 books + Cartao de banco ou de erédito (inutilizado, obviamente) ode ser substituido por um pedago de placa de fenolita (afinada nas pontas usando uma lima), Estas “ferramen- tas” sfo fundamentais para abrir o gabinete de um note- book sem estragé-lo. Spray limpa-contatos; ‘Tubo de pasta térmica; Lupa de aumento de ban- cada, ou até mesmo uma lupa de viseira (foto ao lado). A lupa de viseira é cessencial para Tidar com as pequenas soldas que preci- sam ser feitas numa manu- tengdo fisica nas placas. Kit basico de ferramentas¢ para computador; , ‘Soprador Térmico (aquele utilizado por instaladores de Insulfilm nos vidros dos veiculos), de preferéncia com al- gumas “biqueiras” para retrabalho de SMD; Pulsciraanti-estétia, devidamente aterrada, ouentao uma luva anti-estétiea. F claro que é possivel fazer muita coisa mesmo sem ter A mio toda a lista acima, mas cada um destes itens faci- lita o trabalho e diminui as possibilidades de alguma coisa sair errada. Para cada atividade existe a ferramenta mais ade~ ‘quada para gastar menos tempo e no estragar nada, Como desmontar um notebook ara quem esta acostumado a consertar micros con- vencionais, os PCs de mesa, a primeira dificuldade que en- contra quando comega a lidar com a manutengio de note- stamente a desmontagem do gabinete. EE féeil desmontar um micro de mesa, basta uma cha- ve Philips e pronto, todas as pegas saem facilmente. Num notebook a coisa é bem mais complicada, por- ‘que gabinete ¢ fechado com diversos parafusos travas de encaixe. Sea desmontagem for mal feita, invariavelmente o -gabinete ficard marcado e teremos um cliente a menos. Nin- ‘guém gosta que seu “querido” notebook volte da assisténcia {técnica cheio de marcas porque o técnico nao sabia como desmionté-lo sem estragar. Assim, fica aqui nossa adverténcia: nunca use chave de fenda para abrir um gabinete de notebook! Chave de fenda é s6 para lidar com os parafusos, para abrir 0 gabinete € preciso adotar procedimentos especiais e muito, muito cui- dado e paciéncia para nao estragar nada, Os procedimentos variam de modelo para modelo, mas existem algumas etapas basicas € que passamos a deli- near a seguir Prepare o local ~ Antes de mais nada limpe bem ban- cada, tirando toda e qualquer coisa que possa riscar 0 aparelho. Passe uma escova ou pano macio sobre a rea onde www-revistaPnPcom.br " @ MANUTENCAO ‘vai trabalhar, para certificar-se de que nao ficou nenhum pa- rafuso, residuo de metal ou lascas de plistico depositados sobre a superficie. Se a dea de trabalho for éspera, coloque uma madeira ou borracha macia sobre a mesa. Vire 0 notebook com a tela para baixo, deixando a parte inferior exposta. Retire a bateria ~ Em geral, a bateria pode ser removida sema necessidade de tirar parafusos, Se nao houver parafusos, haverd algumas travas que permitem acesso a0 com= partimento da bateria ou entio que a liberam totalmente para ser reirada Os parafusos, se houver, geralmente servem para retirar uma tampa que permite acesso a0 com- partimento onde fica a bateria, Atengiio aos parafusos — Faremos agora a retirada do disco rigido, gravador de CD/DVD e, posteriormente, dda tampa que permite acesso & placa-mae, as memérias © a processador com seu cooler e ven- toinha. Para tanto, seré preciso retirar muitos parafusos. Repare que existe uma pequena marea ao lado de cada tum dos parafusos, indicando se ele esta fixando 0 disco rigido, 0 leitor de CDIDVD ou outros componentes. Esta marcagao € impor- tante (e varia de modelo para modelo) porque os parafusos siio de tamanhos diferentes e se voce niio for marcan- do de onde € cada parafuso retirado poderd ter difi- cculdades na hora de remontar 0 apa- relho. A foto ao lado mostra a “cole vase ° fanaa ‘¢io” de parafusos que conseguimos s6 na desmontagem basica de um nico notebook. Noteque elestem ta ‘manos variados, Retirada do HD — Os discos rigidos propriamente ditos (de 2,5” ou 1,8") costumam estar presos a algum tipo de suporteo qual, este sim, que Tica preso-a0 gabi- nete do aparelho. Para retiré-1o, solte os parafu- sos correspondentes ¢ puxe o suporte com o disco para fora. Retirada do gravador de CD/DVD — Solte agora 05 parafusos que prendem o gravador. Feito isto, puxe-o suavemente para fora, Se es- tiver dificil para sair € porque existe uma ou mais travas, ob- serve com cuidado € nao for- 1 muito. Pode ser preciso abrir a tampa do compart mento do diseo, para tanto utilize um clips (destes de 12 www.revistaPnPcom.br prender folhas de papel) inserindo-o suavemente no orificio correspondente, para soltara trava e liberar a abertura da por- ta da bandeja. Abrir a tampa traseira—Agora abraatampadocom- partimento onde fica a parte inferior da placa-mae. Sol- ‘te 0s parafusos correspondentes e puxe-a no sentido indicado pela seta (geralmente exis- ‘te uma) indicando justamente a diregdio des- te destocamento, Una ver retirada a tampa inferior yoo? terd /acesso ao interior do micro, atentando para as dreas principais: placa de rede wireless, processador e respectivo cooler, memérias € chipset. O chipset nfo pode ser removido, fazendo parte da placa-mie, mas a placa de rede wireless, costuma ser removivel. Veja: By Retirar a placa wireless — Desco- necte os cabos da antena, que € in- tegrada A tela. Tome muito cuidado com ‘68 conectores e cabos, pois si faceis de quebrare muito dificeis de substituir. FES Retirar as memérias RAM ~ Elas podem estar num. compartimento proprio, que pode ser na parte traseira out em baixo do teclado. O mais comum nos modelos. novos € ter acesso a elas ogo ao ser retirada a tampa inferior do gabinete. De qualquer forma, para rtirs- las basta conseguir acesso a elas, soltaras travas e puxar "= Maman ‘6 médulo para fora do soquete, na diagonal. ‘Cumpridas as etapas anteriores voe®terd separado al- ._ guns dos blocos principais do notebook. No entanto, depen- dendo do tipo de manutengdo a ser feita serd preciso des- montar ainda mais, conforme segue: ‘Abrir 0 gabinete ~ 0 desafio agora ¢ abrir a parte do notebook onde esto teclado e a placa-mie. Estes ga- binetes sto formados por duas metades, presas uma a outra mediante travas e, as vezes, também com parafusos. Retira- dos os parafusos, o segredo est em saber soltar as travas. Para tanto, voc8 vai precisar de uma “ferramenta” que nada mais é que um carto magnético (destes usados pelos ban- cos ¢ cartées de crédito), ou uma placa de fenolite (usada para fazer circuitos impressos) ou de aerilico fino (limada nas bordas, para afiné-las) inde, urn ferramenta Demarco ‘0s grampos de lato usados it6rios. Vé forcan- do cuidadosamente com esta “ferramenta” as duas tampas do gabinete até conseguir inserir 0 cartio Revista PnP n?.30 TECNICAS DE MANUTENGAO DE NOTEBOOKS @ nna emenda entre as duas, o que vai soltar as travas existen- tes naquele pedago. Prossiga para as proximas travas ¢ as- sim por diante, até dar a volta no aparelho ¢ ter soltado to- dass presilhas. Feito isto o aparelho abriré tal qual um ovo de pascoa, sem ter sofrido qualquer arranhao. EFA) Retirar o teclado ~ Todo notebook possui um prote- tor removivel entre a tela € 0 teclado, na parte superi- or, onde se encontram alguns leds de aviso eo botio de liga- desliga. Este protetor costuma ser bem dificil de desencai- xar. Depois de remové-lo, fica liberada a retirada do tecla- do, mediante a remogio de alguns parafusos que iro apare- cer. Existe também uma trava no meio, que precisa ser solta usando uma chave de fenda pequena. O teclado & conectado 8 placa-mae através de um cabo flat. Afrouxe os dois lados, dda trava para desconecté-lo, Nunca puxe o teclado de uma vex, pois poderd arrebentar 0 cabo flat. Remogii da tela ~ Puxe ocabo da antena wireless com ‘cuidado (ele passa para o outro lado, através de uma abertura na carcaga), desconecte 0 cabo do LCD (ele posstit ‘um terra que € preso 3 carcaga por um parafuso) e depois, remova todos os parafusos que o prendem 2 tela Mostramos a manutengio da tela no préximo artigo (vide pig. 25) por isso recomendamos que, por enquanto, ‘yocé no mexa com ela. Também niio faz parte do presente artigo fazer a manutengo na placa-miie e demais circuitos, portanto nfo mostraremos agora como desmontar o restan- te do aparelho. Note que, em alguns casos, 0 cooler € 0 pro- cessador estao bem acessiveis e podem ser removidos logo no infcio da desmontagem, mas em outros voce s6 tem acesso cles depois de remover a placa mie ou o teclado, Alias, a montagem do cooler de um notebook é bem diferente dos mi- eros de mesa trada aqui. A fi- gua ao lado mos- tra uma imple- mentagdo tipica, ‘onde o calor gera- do pelo proces- sador écoletadoe transmitido por um dispositivo APERTURAS DEVEN chamado “heat-. (PARAO EXTERIOR) pipe’ (fala-se algo como “rit-paipe”). O heatpipe € feito de ‘um material bom condutor térmico, e passa por uma série de aberturas na parte traseira do notebook, onde 0 calor & dissipado pela corrente de ar gerada por uma ventoinha, ‘Ainda em relagao & desmontagem, atente ao seguin- te fato importante: lidar com um micro portatil &tarefa de~ ada, Além do conhecimento técnico ¢ preciso ter mao leve, porém firme, além de muita paciéncia e um ambiente ade- quado e bem iluminado. Nada de desmontar notebooks num lugar qualquer € muito menos num dia em que vocé estiver FROCEG6ADOR ——_VENTOINHA Revista PnP n° 30 rnervoso ou preocupado, porque brigou com a mulher (ou ma- ido), discutiu com seu chefe ou com algum cliente, Desmon- tar notebooks num dia assim é a receita certa para ter um aparelho danificado ou para ficar ainda mais irrtado, Se voc® €irriquieto ou nervoso entio nem parta para as etapas a se- ‘guir, mostradas neste artigo. Caso considere estar ealmo 0 sutficiente, vejamos entio os defeitos bisicos pelos quais voce poderii comecar a ser um téenico de reparagao de computa- dores portiteis. Anilise dos defeitos mais simples e comuns Feitas as consideragies anteriores, potlemos agora mostrar alguns dos defeitos mais simples apresentados pe- los notebooks, juntamente com algumas de suas provéveis, solugdes. Abordaremos os seguinte problemas: 1 Aparetho nao liga; 2 Ble liga mas nio carrega o sistema operacional ou fica travando depois de certo tempo de funcionamento. 3. Notebook liga, mas a imagem fica bem fraquinha, ki no fundo da tela ‘Ostrés casos acima, detalhadosa seguir, servirio para {dar uma boa idéia dos procedimentos bisicos de manuten- ¢¢io dos notebooks, acompanhe: Deteito n? 1 Notebook nao liga ao ser pressionado 0 botao iga-Desliga Este fato demonstra que a energia nao esté chegando 40s circuitos, devido a algo que nao funciona entre a toma dade forga ea saida da fonte de alimentagio. Também pode haver defeitos na placa-me ou em algum dos componentes . ela ligados, Siga esta sequléncia, até resolver: Verificar a tenso de alimentacio — Em primeiro lu gar devemos verificar se o problema niio & da tomada de alimentago na qual estamos tentando ligar © notebook ‘ou até mesmo do cabo que vai da tomada até a fonte de ali- mentagdo do mesmo. Com 0 auxilio de um multimetro digital na faixa (Crange”) de VCA (volts de corrente alternada), podemos verificar se existe tensdo na tomada, Colocamos a chave seletora de medigo na escala superior mais préxima da ten- fo nominal. Porexemplo, para tomadas de 110/127V 0 multimetro deve ficar chaveado num fundo de escala em torno de 200V (depende do modelo), ¢ se a : tenstio da rede for de 220V 0 multimetro deve ficar numa escala entre 250 a 300V. Acertada a posigao da chave seletora, coloque as pon- {eiras do multimetro nos dois, polos da tomada. Se ela for de wwm.revistaPnPcom.br 13 @ MANUTENCAO, 3 pinos (dois polos mais terra) devemos desprezaro pino do ‘meio (terra). O valor medido entre os dois pins opostos deve estar dentro do esperado, com uma variagio maxima de 10%, ou seja + Entre 100 2 120 para rede elétrica de 110V nominais, + Entre 115 a 139 para rede elétrica de 127V nominais, ¢ + Entre 200 a 240 para rede elétrica de 220V nominais. Caso a tensio VCA na tomada de rede elétrica esteja abaixo ou acima do valor minimo espetado, conforme a lis- ta mostrada na tabela acima, o notebook pode nem ligat e, neste caso, sera preciso colocar um estabilizador entre a to- ‘mada e a fonte do notebook, EP) Verificar o cabo deforea ~ Agora que a tomnada est testada, verifique a tenstio na ponta do cabo. Natural- mente, esta medigao 56 | pode ser feita se 0 cabo puder ser desconectado da fonte. Ligue-0 na to- mada e cologue as pontas, do. multimetro (ainda chaveado para VCA) nos terminais na outra pon- ta do cabo, Novamente, se este tiver trés terminais, o do meio seré o terra e deverd ser deixado de lado. A tensio neste ponto deve ser igual & ‘que medimos direto na tomada, caso isto nfo acontega 0 cabo est com mau contato na tomada ou entao esté quebrado. Neste tiltimo caso, deve ser trocado, Verificar a safda da fonte de alimentacio —Se aten- so VCA de entrada da fonteestiver correta, Higue agora a fonte na tomada e meca a tensfio VCC no conector de sa- fda da mesma, aquele que se conecta a entrada de alimenta- g7i0 do notebook. Nao esquega que esta medigao deve ser feta com o conector desligado do notebook, para poder co- locar as ponteiras do multimetro nos {erminais do conector. Dependendo da fonte, a ponteira de prova vermelha do multimetro (que corres- pponde ao polo positivo) deve ser encostada na parte central do conector e a preta no seu centorno, Se o instrumento exibir um valor negativo, € 56 in- verter as ponteiras. Se nao existir tenso neste conector ou se a mesma estiver com um valor muito alterado devemos proceder a0 seu reparo ou entio comprar uma outra fonte. O valor en- contrado deve estar de acordo com 0 especificado nas eti quetas de identifieagio do fabricante ou impresso no fundo da fonte e na parte de baixo do computador. Por exemplo, sea saida nominal € de I8VCA devemos medir alguma coi- saentre 18 a25VCA. 0 valor maisalto ocorre porque a fonte ‘sti trabalhando sem carga, isto & sem nada ligado a ela, € devers ficar perto da safda nominal quando a fonte esta li- gad ao aparelho. 14 www. revistaPnPcom.br Refirar-a bateria -Desencaixe e retire abatera, con- forme jd mostramos. Sem a bateria, pressione o botdo a-desliga; se desta vez 0 aparelho ligar indica que a bate- ria est em curto-ticuito e deverd ser substituida ou recu- perada (6 possfvel recuperar baterias em certas situagBes, mas nnio em todas). A bateria de alimentago do notebook 6 en- tra em agio para usar 0 equipamento fora da rede elétrica (para permitira mobilidade). Em geral a utilizagao do micro sem a bateria no compromete o funcionamento isto é, 0 Japtop pode ser ligado na fonte de alimentagdo sem a bate- ria estar inserida, Quando isso ocorre, € até recomendével que, em caso do uso do notebook de maneita fixa por um Jongo espaco de tempo, seja desconectada abateria para que info venha a queimar caso o circuito de protego interno ve- nha a se deteriorar por qualquer motivo que seja. Se ainda assim houver a necessidade de uso do equipamento fora da rede eléttica, deveremos eno providenciar outra bateria ou proceder & recuperago da mesma. Verificar conector da fonte interno — 0 conector in- temo de alimentagio fica localizado na parte traseira ou lateral do notebook (dependendo do modelo e do fabri cante) e pode estar quebrado ou com soldafria nos termi: nais que 0 prendem & placa principal. Experimente pressio- nar suavemente para cima, para baixo e para os lados o conector da fonte ligado a ele, ao mesmo tempo em que pres- siona o botio liga-desliga. Se chegar a funcionar, esta sera uuma indicago de que realmente 0 conector de entrada de alimentagao esté solio, quebrado ou com solda fria. Neste ‘caso, 0 notebook deverd ser desmontado para efetuar 0 re- paro ou substituigdo deste conector, que serd um assunto a ser mostrado em uma futura edigéo da PnP. Retirar placas de expansio — Se houver, remova to- dos os cartes PCMCIA. Eles so usados para 0 fax- modem, rede ethernet, rede wireless, IEEE 1394 c outras fungdes. Uma vez. retirados, ligue 6 equipamento e verifique se 0 mes ‘mo passou a funciona. Se isto acon- tecer, serd uma indicacio de que um ‘ou mais destes periféricos estéem cur- to-circuito devendo-se entao proceder sua troca, Para saber qual deles estd causando 0 problema, reinstale todos os médulos um a um ligando e destigando 0 notebook logo apés cada conexao, Aquele que estiver defei- tuoso niio deixar que o equipamento ligue. Retirar unidades de disco - Discos magnéticos (floppy disks e hard disks) ou dispositivos éticos (CD € DVD) danificados ou em curto-circuito podem fazer com que 0 notebook nao li ‘gue. Desconecte todos esses, dispositivos e tente ligar 0 micro, Se funcionar, veja qual € 0 dispositive com problema e substitua-o. Revista PnP n? 30 TECNICAS DE MANUTENGAO DE NOTEBOOKS @ ‘Trocar processador, meméria, BIOS e fusiveis — Todo componente ligado através de soquete & placa- ie deve ser retirado e substtuido, um a um, por outro equi- valente, para logo depois tentarligar 0 aparelho novamente. efeitos eletrdnicos na placa principal podem levar também a queima de memérias RAM, BIOS e do processador. Este ‘iltimo, em especial, quando danificado pode fazer com que 6 notebook nao ligue. Alguns modelos de notebook possu- emacesso facil a tais componentes, através de tampas plis- ticas na parte inferior do equipamento. Em modelos mais, complicados ou compactos o teclado precisa ser desmonta- do para a troca ou expansdo da meméria RAM, ROM BIOS, ou do processador da placa mie. Verificar placa prineipal — Se nenhum dos procedi- mentos mostrados até agora fez com que o micro li- _gasse, ent provavelmente o defeito esta localizado na pla- ca-me ou em algum componente a ela conectado através de solda. Estamos falando de defeitos proporeionados por fusfveis queimados (normalmente componentes do tipo SMD), trilhas oxidadas ou abertase cit- Cuitos integrados controladores de periféricos Exe- cutar, digite CMD (no Windows XP, 0 comando seré COMMAND”) e, quando aparecer 0 fcone de janela preta do antigo MS-DOS, clique nele com 0 botao direito do mouse e selecione a opeao “Executar como administrador”. Natela do prompt de comando digite ed c2\ para mudar do] diretério CAWindows\System32 para o diret6rio raiz C: Estando no diret6rio raiz, digite 0 comando chkdsk /f fr (chkdsk + espago + /f + espago+ /t) que € a opcio do atual checkdisk (antigo scandisk) para achecagem ¢ reparagio dos arquivos do disco rigido. ‘© Windows diri que nto pode executar essa tarefa ‘com o sistema em uso, e perguntar se descja agendar a ve- rificagio com o checkdisk para ser exeeutada na préxima cializagao. Responda que SIM (digite “S") € reinicie 0 no- tebook. Ao reiniciar, o Windows entrar numa tela azul an- tes de carregar o sistema e fard todos os procedimentos de verificagao e reparacao do HD. Dependendo do tamanho do disco isto poder demorar horas, depois disto 0 Windows sera ‘earregado normalmente. CChegou entio a hora de desfragmentar 0 disco ri do, ow seja, fazer com que 0s “pedacinhos” de informagio dde-cada arquivo gravado no HD fiquem agrupados em scto- res préximos. Todo arquivo é dividido em pequenos peda «08 de informagio, chamados clusters, ¢ quanto mais desar- rrumados e distantes estiverem esses clusters mais lenta sera a leitura do disco rigido. ica A Revista PnP n° 27 traz uma série especial de artigos passo-a-passo sobre a ‘manutengao do hardware e software de Tcomputadores com Windows. ‘A importancia do micro auxiliar e da conexao de banda larga na rotina da oficina ‘Acho que ji deu para perceber que & preciso o técni co ter disponfvel em sua oficina um computador adequado, para realizar tarefas auxiliares e para buscar na internct 08 drivers de dispositivo. Isto porque, sem a instalagao dos drivers do chipset e do adaptador de rede nfo seré possivel 40 téenico conectar 0 notebook do cliente internet para se rem feitos os procedimentos de atualizagiio do sistema, do antivirus e dos demais apicativo. Conforme os mieros forem dando entrada na oficina para reparo, recomendamos que se v4 colecionando os drivers utilizados, devidamente separados por fabricante © modelo do equipamento. Cria-se assim uma base de dados 4que proporciona um ganho de tempo interessante quando da eexecugto de servigos em modelos de notebook que tenhamm sido reparados recentemente. Deixe também disponivel num servidor ou no HD do micro auxiliar 0 download dos Service Packs da Microsoft 22 wivw.revistaPnP.com.br para Windows XP, Vista, Seven, 8 ¢ varias verses de MS- Office (2003, 2007, 2010, 2013), entre outros programas que co técnico pereeba que so comuns os micros da sua clien- tela. O fato de ter estes softwares & mao permite que o téc- nico faga os reparos em menor tempo, satisfazendo a neces- sidade do cliente de ter seu equipamento de volta o mais ri pido possivel. Nao esquecam que a Revista PaP, através do site da Theenica Sistemas, vende 0 DVD de Service Packs € Uiilitérios (vide www.thecnica.com/dvds) com todos os Service Packs para Windows e Office, junto com os princi- pais antivirus gratuitos e diversas ferramentas que iro au- ar (c muito) aqueles que niio possuem ainda a tio sonha- da internet de banda larga. ‘lids, por falar em banda larga, podemos dizer que cesta é uma ferramenta imprescindivel & um técnico de repa- ragao. Nao di para pensar numa oficina que lide com notebooks e que nao tenha uma conexiio de banda larga. Entretanto, se em sua regio ainda no houver esta facilida- de, ento os DVDs de Service Packs da Theenica Sistemas * junto com a sua colegio de programas ¢ drivers vio quebrar bem o galho. Conselhos titeis, aprendidos na pratica Nossos avis ja diziam que ‘se conselho fosse bom se- ria vendido, endo dado”, Mas, mesmo assim, vamos insistr ro aconselhamento pois, na prética dria de bancada, va- nos conscientizando de que certas coisa precisam real- mente serem feitas ou observadas. Por exemplo: os notebooks tém muitas pegas peque- nase que vio lotar o espago disponivel na bancada do téeni- 0 ou podem se perder 20 eair no chao ou dentro de algum outro equipamento que estejaem manutengao. Por isso € fun- Drivers ¢ _tejaa sua oficina, entre outros fatores. Excelente esta idéia, Downloads > Notebook > Linha N > Modelo N8620 > nao acham? Hotkey para Windows XP ou Vista. O arquivo veio compri- ‘Ainda falando dos teclados, ido (“zipado”) e, apés a sua descompressio numa ‘que fazer quando se derrama al- qualquer, clicamos em seu executével (setup.exe). Pronto! gum liquido em cima desse “pobre Hestamos com as fungdes especiais de nosso equipamento _¢ indefeso coitado”? — funcionando a contento e, em geral é mais ou menos por af Em casos assim recomenda- ‘© caminho a seguir para fazer tais instalages. mos desmontar 0 teclado, lavé-lo com gue sabvio neutro e depois deixar se- ‘eando muito bem, sempre & sombra, de preferéncia. Ree eee eee ica — A Revista PnP n° 12 traz o artigo [Tudo sobre os drivers” onde damos m Reng nena ee i cea aC Chetaie Ga deivers de ed ara desmontar o teclado, normalmente se retiraaco- bertura dele e se desencaixa o “flat cable” do respectivo so- We quete para destravé-lo, Nesta operacio podem acontecer danos ais trihas da borda do flat cable Consertando e trocando teclados aacontecer, nfo se desespere. Voce poderd refazé-las usando tinta condutiva & base de prata, refazendo Uma grande fonte de problemas nos notebooks € odesenho dattriha usando um palito de dente ou uma laptops sio os teclados, ainda mais para aqueles que possu- espa propria para componentes SMD. Apis ase ‘em eriangas em casa. S40 muitas as hist6rias em nossa ofi-_ cagem da tinta, raspam-se os excessos com cuidado ina de teclas que foram arrancadas pelos “anjinhos”. pronto ~ temos um teclado consertado. Quando o ususrio tem sorte, a tecla semestragara engrenagem de nylon » Key cap ‘que é montada “em cruz”, ou seja, en- caixada no teclado por aproxima- Y ‘iio de um lado ¢ encaixe do ou- tro, resultando numencaixe duplo retainer ip 4 tecla, Estes casos sio simples pois basta 0 técnico ter paciéncia, uma pinga de metal e uma lupa paraconseguir recolocaratecla no oy lugar. Tal servigo &cobrado, natu- & ralmente, mas 0 cliente fica satis- feito em nao ter aquele notebook anguela”, com tec faltando, E nos casos em que a tecla se perdeu, ou Quando falamos em cobertura do teclado|estamos, Bem, ereio que jf deu para perceber que, no mundo nos referindo ao painel superior do notebook, onde se en- dos portiteis, a sucata é uma excelente fonte de renda para contra © botiio de liga/desliga ¢ demais funges especiais. 6 técnico, Imagine a seguinte situagdo: o filhinho arrancou —Normalmente ela é parafusada por trés da carcaga e debai- 24 www.revistaPnRcom.br Revista PnP n® 30 xo da bateria, Ap6s a soltura dos parafusos, procede-se de- licadamente ao desencaixe da mesma com uma espatula. Re- ‘comendamos aquelas espatulas utilizadas por dentistas, que ‘io de ago bem resistente e possuem variados formatos. A espatula que utilizamos em nossa Oficina possi um lado chato € com virola, enquanto 0 ou {ro lado € pontiagudo e em forma de triangulo. Esta espatula dos dentistas € perfeita para o desencai- xe de carcacas de portiteis e de displays de LCD também visto que, atualmente, nem parafuso fechando a carcaga os, displays possuer mais. Sdo todos fechados por encaixes, que quando so quebrados por impericia no desmonte ocasionam ‘o mau acabamento no fechamento do equipamento. Isto aca- ba sendo um problema pois estas carcagas sio dificeis de char para reposicdo e, quando as encontramos, custam bem caro, Fique atento, portanto, aos procedimentos de desen- caixe da careaga para o desmonte da mesma, Fagam tudo com, muita paciéncia e atengao, sem pressa para chegar ao fim. ‘Qualquer pequeno descuido poderd ser fatale resultar num grande aborrecimento e prejuizo. Um defeito comum: display nao acende Na pritica diéria da manutengdo de notebooks nota- se que uma das reclamagdes mais comuns é quanto ao fun- cionamento do display, geralmente pela queima da Kimpada, de catodo frio (CCFL). Tal lampada é encontrada no merca- do com pregos variando entre R$ 50 a R$ 200 sendo muito, fina e sensfvel J abordamos no artigo anterior este defeito das telas que nfo acendem (vide pig. 19). Por isso, o que mostrare- ‘mos aqui sao alguns truques adicionais que podem ajudar a resolver o problema. Lembre-se de que limpadas de catodo frio sAo similares is fluorescentes que vocé tem na sta cO- nha ou encontra no “boteco da esquina” e que tais limpa- das funcionam através de um reator, que & uma espécie de tum gerador de alta tenso para disparar os elétrons de um, polo ao outro da Kimpada de forma a reagirem com a pintu- rade fsforo existente no bulbo. A diferenga € que as lampadas domésticas grandes si0 de “catodo quente” (fazem uso de filamentos aquecidos para 0 desprendimento de elétrons). Ji as de eatodo usadas nos, notebooks nao utilizam filamento e aquecem bem menos que. as grandes, Mas ainda assim as pequenas aquecem bastan- te, portanto tenha cuidado a0 manuseé-las. ara a troca da limpada dos notebooks deve-se de- sencaixar a moldura do display de LCD, retirando-se antes, as borrachas que cobrem os parafusos e posteriormente os, priprios parafusos. Depois disto, desmonta-se a armacio do display que faz parte do conjunto da dobradiga. O display de LCD € fixado & armacao metalica através de parafusos, do tipo Philips. Estes so pequenos ¢ finos, por isso reco- ‘mendamos 0 uso de um bom jogo de chaves de relojoeiro, Revista PnP n® 30 www revistaPnPcom.br DICAS PRATICAS 3 ‘existem bons modelos feitos pela Stanley e pela Eberle Tools (da Tramontina). Apés a retirada dos parafusos, desmonta~ ‘mos enti a carcaga metilica do display para retirar a lim- pada queimada e trocé-la pela nova. Muitas vezes a queima da limpada é acompanhada pela ruptura do fusivel do FL (LCD) Imerter, algo ‘que um multimetro cha- ‘veado para OHMS Xvi ‘dena flint. Cat6vaeh np tenia ora placa de sucata na oficina para a retirada do fusfvel, poderd repard-la soldando por cima do fusivel SMD um fio fu- sivel de mesmo valor. Este fio pode ser retira- do de um fusivel comum, destes de vidro, que tenha “amperagem’ equivalente (a “amperagem™ ‘ou corrente méxima vem marcada no corpo do fusf- vel SMD). Pegue um fusfvel desses de vidro e quebre- ‘0 com cuidado, para retirar 0 fio fusfvel intacto. Com este fio em maos, basta proceder A sua soldagem por cima do fu- sivel SMD rompido, direto em seus contatos de borda. Pron- {o, com alguns poucos centavos que custam um fusivel de vidro destes vocé pode reparar uma placa PL Inverter. Se 0 defeito no LCD for de linhas coloridas atrapa- Ihando a imagem ou um fechamento da tela, em primeiro lugar procedemos a troca do cabo de video LVDS por outro sabidamente _ bom, 0 cabo LVDS é aquele uum do tipo chato que tem um. conector que se encaixa na pla- ‘ca mie, ¢ outro que se encai- xa na parte superior traseira do display. Se apés a troca 0 defeito permanecer, ai entio s6 mesmo trocando o display * de LCD para corrigir este tipo de problema. Isto porque tal defeito & ocasionado pelos Cis (citcui- {os integrados) que controlam os transistores de poténcia que chaveiam os pixels na tela. Estes Cls ficam soldados naque- le cabo flat que existe no display e que nio pode ser troca- do, pois as pecas depois de soldadas so cobertas por uma bolha de epéxi. J4 ouvimos falar de empresas que reparam telas de display de LCD, mas isso ¢ algo muito especifico & que foge a0 escopo deste artigo. Conclusio Jé falamos da manutengo de notebooks no artigo anterior desta edigio da Revista PnP, que complementaeste presente artigo e vice-versa ‘No préximo artigo desta mesma edigio (vide a seguir) falaremos mais sobre a manutengao de notebooks € laptops, mostrando os defeitos causaclos pelas soldas, um dos pro- blemas que requer mais conhecimento,treino e ferramental por parte dos técnicos de reparaclo. pap 25 ae teenicas DE BANCADA uitos leitores nos pedem artigos avangados so- bre manutengao de notebooks, até porque cres- ceu bastante nos ltimos anos a venda dos micros portiteis. Como o assunto é extenso e requer bons conhecimentos de eletrOnica e de pritica de ban- ada, daremos aqui mais algumas informagdes que complementam os dois artigos que fazem parte desta edigdo da Revista PnP, mostrando agora as importan- tes técnicas denominadas reflow ¢ reballing, Devido & grande miniaturizacio e as téenicas de fa- bricago utilizadas os micros portiteis acabam apresentan- do defeitos que nio aparecem nos micros de mesa, reque- rendo procedimentos de manutengio diferenciados. 14 mos- ‘ramos virias técnicas de manutengao de computadores em geral na Revista PaP n° 27 e detalhamos procedimentos de, manutengio espeeticos dos portéteis em outros artigos da PnP, como na edigio n° 5 e nos outros artigos desta mesma edigao. Vamos agora nos aprofundar no assunto. Quais sao os defeitos mais comuns ? ‘Antes de falar do reflow e reballing propriamente di- tos, que sto técnicas avangadas, 6 interessante relembrar que jeros portiteis se resume a desmontar ¢ remontar os equipamentos com delicadeza & \éenica para realizar procedimentos simples, tais como: + Fazer uma limpeza no cooler do processador para assim consertar aquele portatil que “trava” toda a hora. + Bfetuar a troca (ou expansio) do disco rigido, entenden- do que a interface IDE dos HDs de notebooks € diferente dainterface IDE dos HDs para desktop — a alimentagio ¢ a troca de dados se dé num tinico conector, diferente dos HDs comuns (de 3,5”) que possuem dois conectores. + Ampliar ou trocar a meméria RAM, para deixar 0 micro mais ‘gil ou para corrigir travamentos e reinicializagies 26 wwnw.revistaPnPcom.br (os médulos de meméria dos portéteis sio no formato SODIMM, diferente dos usados nos micros desktop). + Efetuar a troca ou instalagao do gravador de DVD, enten- dendo que o painel frontal destesdispositivos édestacavel, devendo ser retirado do drive original do notebook e pas- ado para 0 novo componente. + Fazer pequenos reparos em carcagas com polimeros den- tais, facilmente adquiridos em lojas de produtos ortodén- ticos (isto 6, para dentistas) + Trocar as dobradigas do display de LCD, lembrando que as telas dos portateis servem também como tampa de fe- chamento € protecio do teclado. Com o tempo acabam perdendo a pressiio ou ficando presas por acdimullo de po- eira, necessitando de limpeza ¢ lubrificagao. ‘+ Identificare corrigir defeitos da tela de LCD (“FL Inver- ter”, limpada de catodo frio, cabo LVDS entre outros). + Fazer pequenos reparos de solda nos conectores (“jacks”) de alimentagio de entrada de corrente e/ou nos cabos de alimentago internos. + Trocar ou consertar teclados, que deixam de funcionar devido & quebra do flat cable como, por exemplo, 0 cabo «do painel de liga/desiiga e aquele do touchpad. ‘O apanhado acima representa a maioria dos defeitos que ocorrem nos portiteis. Mas € claro que existem outros problemas e, dentre esses, ha um que acabou virando coisa do dia-a-dia nas bancadas dos técnicos de reparagio de no- tebooks. Analisemos este caso em especial: A questao das soldas utilizadas nos micros portateis ‘As placas-mie usadas nos computadores servem para interligar os diversos componentes tais como resistores, ca pacitores,transistores, circutos integrados, chipsets, tran- sistores e diodos, entre outros. Para diminuir 0 espago que ‘ocupam esses componentes sto fabricados em um encapsu- Jamento (formato fisico externo) chamado “SMD”. Esta si- Revista PnP n? 30 PROBLEMAS DE SOLDA E SUA CORREGAO eS ala 6 abreviagio do termo em inglés “Surface Mounting Device”, ou seja, Dispositivo de Montagem na Superficie. 0s componentes SMD so fixados. placa-mie mediante pe quenos pontos de solda, pelo mesmo lado que esto os cor- pos dos mesmos. Isto é facil de ser feito quando estamos | dando com resistores ou, capacitores, que tem ape- nas dois erminais, No caso dos chipsets (conjunto de ireuitosintegrados) a sol- da é mais complexa pois estes componentes tém dezenas de terminais. Alguns preci- sam ter ainda mais, centenas de contatos, e para tanto os ter minais precisam ficar por baixo do inv6lucro, num arranjo fisico denominado BGA (Ball Grid Array ~Matriz de Esfe- ras de Sold). Num componente BGA ‘0s pints dos contatos sto subs- tituidos por esferas de solda na. parte de baixo do invélucro, ara sua fixagio 0 chip écuidadosamente posicionado ‘numa placa de eircuito impres- 0 que tem pontos de contato revestidos de cobre, distribur- fj dos nas mesmas posigdes que asesferas de solda do BGA. Depois de montado, 0 conjunta todo € aquecidio num forne convencional ou num aquecedor porraiosinfravermelhos, fazendo com que as esferas de sol- daderretame unam-se aos contatos de cobre, fixando 0 com- ponente e, a0 mesmo tempo, fazendo 0 contato elétrico en- {re seus terminais e a placa de circuito impresso. A tenst0 , superficial da solda derretida mantém o componente perfei- tamente alinhado com os contatos na placa-mae, enquanto a solda resfria e se solidifica ‘Nem € preciso dizer que todas estas soldas so mi- isculas, acompanhando proporeionalmente o tamanho dos pr6prios componentes. Seria impensdvel fazer estas soldas manualmente, uma a uma, por isso nas linhas de produgio de computadores sf0 utilizados métodos de produgao em alta cescala que fazem milhares de pontos de solda a cada segun- do, Para tanto a liga metélica da solda precisa ser escolhida com 0 maior cuidado, conforme explicamos a seguir. Os tipos de liga de solda usadas nos notebooks A liga de solda convencional para aparethos eletro- nicos € composta por aproximadamente 63% de estanho (Sn 37% de chumbo (Pb). Esta proporeao resulta numa liga ficil de trabalhar, resistente e que funde (dlerrete) a tempe- raturas relativamente baixas, o que é bom para nao esquen- tar demais os componentes, Revista PnP n? 30 Esta solda convencional é usada ha décadas e com bons resultados. A questio é que surgiu, em especial nos pa- {ses europeus, uma diretiva chamada de ROHS (Restriction of Certain Hazardous Substances ~ Restrigao de Certas Subs- tincias Perigosas). As leis bascadas nesta diretiva profoem ‘oso industrial de algumas substancias quimicas sendo que, no caso da eletr®nica, a norma restringe 0 uso do chumbo (Pb) —daf porque essa lei ¢ também chamada de “sem chum- bo” ou “lead-free”, Essa diretiva entrou em vigor na Europa em 2006 e desde entao os aparelhos eletrOnicos (PCs desktops ¢ portéteisinclusos) destinados a esse mercado vém sendo fabricados com soldas que nao contém chumboem sta ‘composigio quimica, Num mercado globalizado, os fabi- ceantes acabaram abolindo o uso do chumbo em grande par- te do mundo e, como a maioria das pecas dos notebooks € ietbooks vendidos no Brasil sio importadas, geralmente se- ‘guem as norm: {As soldas sem chumbo (“lead-free”) slo o resultado dde uma mistura de metais (“liga”) feita com prata (Ag), co- bre (Cu) ou bismmuto (Bi) adicionados ao estanho (Sn). O estanho &0 responsive pela resistencia mecdinica da liga, e (os demais componentes afetam principalmente a aderéncia ea temperatura de fusio da solda, Tudo isso ¢ justificdvel em favor da preservacio do, ‘meio ambiente, portanto é de se esperar que tais teenologias sejam aprimoradas no decorrer dos anos. Entretanto, a liga sem chumbo esté causando problemas nos computadores. Porque as soldas sem chumbo causam tantos problemas? AAs soldas sem chumbo sto mais rfgidas que a solda convencional, que é mais maledvel. Isto significa que as sol- das sem chumbo nao absorvem tao bem as dilatacé tragdes que ocorrem devido as mudanga de temperaturas, 0 que vem causando alguns problemas. Como assim? Existem algumas explicagdes sobre o fato das soldas sem chumbo estarem causando problemas nos micros po tteis. Hi que se considerar, inicialmente, que a solda con- vencional é mais resistente as intempéries encontradas no Brasil, pais que tem clima diferente dos paises europeus € dos EUA, onde 0 calor nao é tio intenso, 0 ar no costuma ser to vimido como aqui e, o principal, nfo existem tantas variagées de temperatura num mesmo dia. Em Sao Paulo, porexemplo, pode ocorrer da temperatura mudar 10 ou mais ‘graus Celsius ao longo do dia. Este fato soma-se as altas tem- peraturas que ocorrem no acanhado interior dos notebooks, fazendo com que a sold “lead free” se rompa, soltando pelo lado do componente ou da placa-mie. utra explicagao plausfvel para os problemas devido as soldas pode ser encontrada durante o processo de prod fo industrial. A temperatura de fusio da solda lead free & ‘bem superior em relagao & tradicional —com chumbo — en- trando quase no limiar da temperatura méxima suportével wm revistaPrPcom.br a = TECNICAS DE BANCADA pelo componente. A solda tradicional para eletronica funde 1183 °C enquanto a lead free precisa chegar a temperaturas, entre 221 °C e 227 °C, dependendo da composigao. Portan- {0, 0 novo processo produtivo sem chumbo deve aquecer a solda a uma temperatura to alta que quase chega no Timite dos componentes os quais, normalmente, so construidos para suportar temperaturas de até 250 °C. Para no danifi- car os componentes, tais soldagens sao feitas com altas tem- peraturas mas num tempo muito curto (Os componentes atingem as altas temperaturas rapi- damente. Isto equivale a um choque térmico e, por conta disto, as soldas lead free acabam originando problemas de mau contato que nao costumam aparecer em méquinas que ‘rabalham em temperaturas mais amenas ou cuja solda se “amolde melhor as mucdangas répidas de temperatura. Ou seja, provavelmente o que as altas temperaturas e umidades do Brasil fazem é reforcar algum mau contato ocorrido na liga por conta de sua alta temperatura de fusdo, Resolvendo os problemas de sold as técnicas do reflow e do reballing Em fungfo desse contexto os brasileiros tém se de- parado frequentemente com micros portéteis defeituosos ‘devido a algum mau contato nas soldas. A técnica de repa- ragio consiste, basicamente, em refazer 0 contato perdido e para tanto existem duas téenicas principais denominadas “reflow” (Fefluxo) ¢ “reballing” (troca de esferas). Note-se que estes nomes sio populares, utilizados nas oficinas de manuteneo mas que so diferentes das ténicas uusadas durante a fabricagdo dos aparelhos. Na bancada, o que diferencia o reflow do reballing € 0 fato de trocar ou nao a solda existente nos aparelhos. Vejamos: A técnica do reflow O reflow (fala-se alzo como “riflou”) consiste em sol- dar 0s componentes novamente a fim de restabelecer 0 con- tato elétrico e também a resisténcia mecdnica da sold. No reflow a solda nao ¢ substitufda, ela € apenas es- ‘quentada novamente, simulando o que aconteceu durante a fabricacio do aparetho, numa tentativa de refazer 0 contato elétrico perdido. Mesmo que 0 contato seja restabelecido, no reflow a liga continuari‘a ter a prata em sua composi¢ao, podendo ocasionar novamente 0 mau contato na jungao en- {re.os componentes ¢ a placa de circuito impresso. Dependendo do tipo de componente SMD é possivel, ressold-los usando “estagdes de soldagem”. Estas utilizam um ferro de solda convencional, s6 que alimentado por cor- rente continua (CC) ao invés de ser ligado direto a tomada, que fornece corrente altemnada (CA). Isto porque no € re ‘comendvel retrabalhar os sensiveis componentes SMD com ferros do tipo AC, que poderiam transferir cargas elétricas, indesejaveis para os componentes. Existem estagdes de sol- dda analégicas e digitais, a diferenga é que as tiltimas possu- 28 www. revistaPnPcom.br ‘em um painel de LEDs para mostrar a temperatura progra- mada e em qual temperatura a estago se encontra no mo- mento. Para lidar com componen tes BGA, entretanto, € preciso uti- lizar um outro equipamento, cha mado “estagio de retrabalho”. Consiste num soprador de ar quente (iédia de 320°C) com viri- 6s tipos de ponteira (“biqueiras”) para ‘operar com componentes dos mais diversos tipos e tamanhos de forma a concentrar o fluxo de are direcioné-lo com pre- cisio a0 componente a ser soldado. © funcionamento de uma estacdo de retrabalho de componentes SMD é assim: uma bomba compressora gera tum grande fluxo de a, que €forcado a passar por uma resis- ‘Gncia elétrica superaquecida, Este sistema toma oretrabalho de componentes SMD muito mais fécil, porém 0 custo de aquisigdo acaba sendo bem maior do que o de uma estagio de solda. As estages de retrabalho SMD de boa marca cus- tam a partir de R$ 850 enquanto algumas estagbes de solda analégicas de funcionamento duvidoso saem por mfseros RS 150. Podemos também adquirir estagdes de retrabalho de du- pla fungfo, com ferro de solda DC (24V). A técnica do reballing No caso dos SMDs do tipo BGA (usados nos chip- sets) 0 reflow pode fazer com que o defeito suma, mas ape- nas momentaneamente. Ele poderd voltar num prazo curto, «em tomno de um a trés meses. Por isso, 0 procedimento cor- reto e duradouro é trocar as esferas de solda lead free por outras contendo chumbo em sua compoxicao. Mas este tipo de solda com chumbo nao esta proibi- 44a? Sim, mas apenas para os fabricantes de que vendem seus computadores nos locais onde existe legis peito. No mercado de ferramentas tais produtos “proibidos” podem ser comerciatizados normalmente, proporcionando a8 técnicos brasileiros a possibilidade de fazer uma manu- fee psteltano options impor recomendavel que nao se misture soldas sem chum- bo com as soldas com chumbo, ou seja, quando optar pela ressoldagem de um componente com a liga mais adequada ao Brasil, deve-se optar pela substituigo completa da solda sem misturd-la com a liga antiga, Esta éa técnica chamada de “reballing” fala-se algo como “ribé-lin”, que significa “trocar as esferas”. Para fazer o reballing manualmente € preciso uma estagdo de solda com ferro DC (corrente-contfaua) com pon- teira bem fina, fluxo de solda, esferas de solda de churmbo, malha para dessoldagem, pingas antimagnéticas ¢ um pré- aquecedor (“preheater”, fala-se “pré-riter’) ‘A técnica de reballing consiste, portanto, em efetuar aextragao do componente, remogao da solda anterior, lim- peza da placa de circuitos e do proprio componente em si, Revista PnP n? 30 PROBLEMAS DE SOLDA E SUA CORREGAO ea além de trocar as esferas lead free por esferas com chumbo em sua composiglo. Assim procedendo, conseguimos unm soldagem mais eficiente e feita com menos calor. Um retra- balho feito com a técnica do reballing pode salvar definiti- ‘vamente da sucata um notebook que costumava ser frequen- tador assfduo das oficinas de manutengio. Fazendo reballing numa estacao profissional E possivel fazer reballing manualmente com as fer- ramentas citadas, porém o uso de estages profissionais de reirabalho € 0 mais indicado para as oficinas maiores, prin- cipalmente as que se especializaram em manuteng0 de micros portateis e de outros aparethos que utilizam chips BGA. Para exemplificar, vejamos passo-a-passo como € feita, oreballing de um componente BGA 0 ual, no caso, é um chipset de video da Intel, modelo fw828010b, que esti soldado & placa-mae de onde precisa ser removido para ser ressoldado. Seri utilizada uma estagao de retrabalho profissional avangada da empresa Advanced Techniques (rwwatteo-us.com) de cujo site extraimos 0 tutorial € as fotos mostradas a seguir: Retirada do componente —A placa-mae contendoo componente deve ser fixacla &estagao de retrabalho, usando presilhas adequadas, Feito isto, o operadorinstala um coletor A vacuo, usando um cabegote do tamanho adequado ao dis- positive BGA a ser retirado. Este begote € alinhado sobre o comy usando alinhamento 6tico. Eseleciona- do um programa de aquecimento den- {re 0s virios disponiveis na estagao de retrabalho € a retirada € feita automaticamente: a estagaio, aproxima o cabegote do componente até cobri-lo. Feito isto ativado o sistema de sucgdo (vacuo) a0 mesmo tempo em ‘que 0 componente e a solda sao aquecidos. Quando a sola atingir a temperatura de fusio ela vai amolecer e 0 compo- nente sera separado da placa onde estava soldado, © aquecimento € controlado via software, de forma 4 simular 0 mesmo perfil de aqueci mento ¢ resfriamento supostamente | usado durante a fabricagao ¢ tanto no topo quanto na parte. damesma, Nesta estagio de retrabalho, emespecial, o aquecimento da parte in- {erior€ feito com raios infravermelhos e na parte superior & usado um jato de ar super aquecido. Limpeza da placa — 0 proces- so de retirada do componente deixa al- gumas gotas de solda ainda presas placa-mae. Devido a tensdo superfici aldos liquidos estas gotas tomam o for- mato de uma gota de égua, Como elas Revista PnP n® 30 ficam com formatos ¢ tamanhos irregulares, precisam entdo ser removidas antes da ressoldagem do chip. No caso deste ‘equipamento a retirada éfeita usando uma ferramenta de des soldagem a vécuo, mas poderia também ser feito com ferra- mentas manuais —ndo € tio preciso e nem tio répido, mas & possivel de ser feito. Reballing do chip — Depois que 0 componente BGA. foi retirado & preciso repor as esferas de solda que ele tinha quando novo. Isto envolve a transferéncia de um preparado 4uimico (uxo) juntamente com a sol- Matt stom de 1,2Q. ‘dane t=t Na figura 5 | ME | $ee2-veietenm | sm temos mais alguns } 5 poi -v aR exemplos de mar- | (i ena naman cago e de leitura de resistores SMD. Para. testar corretamente devemos dessoldar 0 resistor da placa para que ‘05 demais componentes a ele conectados nao alterem a me~ digo. O teste deve ser feito com um multimetro, chaveados para a sua fungdo de medicio de resistencia (ohmimetro). valor deve estar bem proximo do que estiver marcado no corpo do componente ou na placa de eircuito impresso. problema € saber qual 60 resistor suspeito de estar defeituoso. Na maioria das vezes encontraremos o compo- nente visivelmente queimadbo, podendo estar até mesmo rom- pido por conta do excesso de corrente que passou por ele Se nenihum deles estiver com aparéncia suspeita ai a coisa fica mais complicada: serd preciso testar todos os resistores, da placa, comegando pelos que alimentam ou fazem parte 4 estigio da placa que estiver com mau funcionamento. Vin 86 porque dissemos que, para consertar estas placas, 6 pre~ ciso ter bom conhecimento de eletrénica? Importante— Se for preciso substituir um troca deve ser feita por outro do mesmo valor de resistén- cia ede poténcia igual ou superior ao daquele que esti sen- do substituido O tamanho ea forma dos resistores varia muito, o que atrapalha os iniciantes, até porque os resistores SMD sio pa- recidos com os eapacito- res SMD. A figura 6 mostra alguns dos tipos de fornecidos por um fa- bricante. A notagio na placa de circuito impres- 80 pode ajudar a tirar a duivida e, se esta ainda persistir, pode-se retirar componente e medi-lo para saber o que 6 Figura 5 ~ Exempios de marcapao e lojra de resistores tipo SMD =i 32 winw.revistaPnP.com.br Entendendo a fungao e os tipos dos capacitores Esses componentes sio encontrados em abundancia ‘nas placas de todo equipamento eletrOnico. Funcionam como acumuladores elétricos, armazenando energia que depois ser dissipada num period de tempo que varia de segundos milionésimos de sezundo. Devido aesta caracteristica, 05 ‘eapacitores podem servir como estabilizadores de tensio (por ‘exemplo, junto as entradas de energia da fonte de alimenta- ‘gio numa placa de um PC) ou entio como uma espécie de filtro, deixando passar sinais de corrente alternada (CA) e bbloqueando sinais de corrente continua (CC) e, com isso, ser- vvidor de acoplamento entre diversas partes dos cireuitos. ‘Os capacitores tm trés caractersticas basicas, que de- ‘vem ser respeitadas numa substituigio: + Capacitancia — E a capacidade de acumular energia do componente, expressa em Farad (F) e seus submltiplos: mierofarad (uF), nanofarad (nF) ¢ picofarad (pF) corres- pondentes, respectivamente, a 10°, 10° e 10 de Farad. Na pratica, os valores vao de 1 pF a mithares de iF. *+ Polaridade ~ Os capacitores tém dois terminais, sendo {que 08 dos tipos “eletrolitico” e “tantalo” tém polaridade (lado positivo ¢ negativo). No corpo desses tipos estard indicado qual € 0 polo positive (+). + Tensio maxima —Todo capacitor € projetado e construi do para trabalhar com determinada tensio maxima entre seus terminais. Se esta tensio for excedida o componen- te se estragard rapidamente + Temperatura maxima —Os capacitores sio construidos para trabalhar dentro de uma faixa de temperaturas. Fora dessa faixa a capacitincia vai variare ele pode estragar, seja por excesso de calor ou de fro. Durante uma substituigao de eapacitor, se ele for do tipo eletrolitico ou de tantalo, que tém polaridade especiti- «2, esta deve ser respeitada sob risco até de explodir 0 con ponent, literalmente. Podemos trocar um capacitor por outro de capacitdi cia ou de tensdo maxima admissivel um pouco maior. A tem- peratura de trabalho deve ser igual ou superior. Suponhamos ‘que, numa fonte de alimentagio, tinhamos um capacitor de 10 UE por 10 Volt. Se nao encontrarmos uma pega igual po- ‘demos substituir por um de 16 uF por 10 Volt, ou por um de 10 uF por 12V ou, ainda, por outro de 16 uF por 16 Y, isto lato, se houver espago fisico na placa pois qualquer um des ses serd de tamanho maior do que o origi Sc aplicarmos uma tensG0 muito acim do imite a um dado capacitor a energia pode ser suficiente para provocar ‘um arco elétrico que atravesse o dielétrico (isolante inter- no) 0 que causard a destruigdo do componente. ‘0s capacitores tém formatos e tipos bem diversos, ¢ a escolha por parte do projetista do citcuito avalia diversas caracteristicas que ndo cabe analisar aqui. Por hora, basta saber que, por dentro, os capacitores t8m duas pequenas pla- Figura 6 ~ Resistoes tipo SMO © THT cas unidas por um isolante. Cada uma dessas placas seri um Revista PnP n? 30 dos terminais, O material do isolante € que determina a ca- racteristica principal da construgio do capacitor, por isso eles sio classificados com base nesse material. Alguns dos tipos mais usados de capacitores estdo mostrados na i 7, Existem também capacitores @- gp eletroliticos de estado sélido. Tais =a componentes sao identificados con- Q itl, siderando-se (de cima para baixo, Oe com a leitura frontal) a terceira e ‘quarta linha de c6digos. A terceia li- nha indica o valor do ei | (cmp) ea quarta linha indica aten- so de trabalho (em V). A faixa & esquerda indica a polaridade negat ‘va, devendo a mesma ser soldada no Jado chanfrado do silkscreen da pla- cade circuito impresso. Os eletroliticos no formato SMD sio diferentes, possuem um 83t80 08 do tipo THT, € corpo de ep6xie sdo chanfrados pelo dretaestdo os SMD, lado POSITIVO. Ou seja, a faixa pintada no seu corpo NAO representa o lado negativo, mas sim o positivo. Também pos- stem em seu corpo identificagdes de capacitancia ¢ tensiio de trabalho. Por exemplo, 0 cédigo 10 6Y significa 10 uF por6¥. Algumas vezes um cédigo € utilizado para sua iden- tificago, o qual normalmente consiste de 4 digitos (uma le- trae 3 ntimeros). A letra indica a tensao de trabalho e os 3 niimeros (2 digitos e um multiplicador) indicam a capaci- tncia em pF Por exemplo, o capacitor marcado como A475 indica ser um de 4,7 pF por 10V porque: 475 = 47 x 10° pF 7x 10° pF = 4,7 nF. As letras correspondents fis tensdes de trabalho es. ‘Go mostradas na tabela abaixo: Os capacitores SMD cerimicos também possuem ‘marcagOes em seu corpo para identificd-los. Podem ser duas ‘ou trés letras € um niimero, onde a primeira letra (se exist) representa 0 cédigo do fabricante, a segunda representa 0s, algarismos significativos (mantissa) enguanto 0 niimero 60 fator de multiplicagio (em pF). Por exemplo, 0 eédigo $3 significa um capacitor de 4,7 nanofarads (4,7 x 10° pF) de um fabricante desconhecido, J4 eédigo KA? representa um capacitor de 100 pF (1,0x 10" pF) do fabricante Kemet. Veja a seguinte tabela para melhor entendimento: ‘capacitor A esquerda Consulte também os seguintes artigos Tea anna [ Lae Warses | LaeaWanina i se ae RE AT 16 publicados aqui na Revista PnP: 5s ata erieea a] oct oer + Manuiengao de notebooks: aaa bees ET rR como entrar nesse mercado? (PoP n 5) Ba ae + Roparagao de placa-mae (PnP ni? 27) el a ‘Montando uma bancada de trabalho (PnP n® 22) [cl CE FE Fes | Edig6es anteriores podem ser vistas e encomendadas gp eet te ‘em nosso site na pagina www:thecnica.com/pnp RESISTORES E CAPACITORES Hr, Os capacitores so componentes cujas caracteristicas elétricas vio se alterando ao longo tempo, tanto mais rapi- ‘damente quanto mais severas forem as condigdes em que tra- bialha. O tipo de isolante interno, assim como o tipo e quali- dade de sua construgio também contribuem para um capa- citor durar mais ou menos. Dentre os eapacitores usados em informatica, o tipo que se degrada mais rapidamente é 0 eletrolftico no encapsulamento THT, que costumam “est far” causando diversos defeitos nas placas-miie, como é sa- bido pelos técnicos de informatica, O pioré que 0s capacitores sio componentes dificeis ‘de medit. Os multimetros, na pritica eno geral, nfo tém uma precistio aceitavel ao medir capacitancias. Mesmo usando um ‘capacmetro profissional a medi¢ao nao é simples e nem & 14 muito confidvel. Isto porque um capacitor pode apresen- tardeterminado valor quando frio ou com baixa tens, mas Figure 7 Algune tos de alterar consideravelmente esse valor ow até entrar em curto- cireuito quando quente ou com tensao préxima ao valor ma- ‘ximo suportado pelo componente. Devido a esta variago ao longo do tempo, ¢ também A dificuldade de fazer uma medigao exata no componente, quando estiver em diivida se um capacitor esté bom & me- Thor trocar, por via das dividas. Eles so causa constante de problemas e, na divida, é melhor resolver logo, até porque so componentes relativamente baratos. A excecio a esta regra vai para os componentes que sejam ser dificeis de en- ccontrar novos. Nestes casos podemos recorrer a sucata, reti- rando componentes de placas defeituosas © que devemos guardar justamente para esta finalidade. Mas lembre-se de testar 0 componente antes de reutilizé-o. CONCLUSAO O intuito desse artigo foi fazer uma introdugao aos capacitores e resistores utilizados em informética, em espe- cial nos micros portéteis. H4 muito 0 que dizer sobre esses ‘componentes tio importantes, mas esperamos que com o bé- sico aqui mostrado vocé se sinta em condigdes de procurar mais informagdes a respeito deles nos livros e sites. Pelo ‘menos agora vocé ja conhece os conceitos bésicos eteré uma base melhor para julgar o material que encontrar. pap MAIS ARTIGOS UTEIS PARA MAN 10 DE Ni ;0OKS E DISPOSITIVOS PORTATEIS Revista PnP n® 30 www.revistaPnPcom.br 33 DEPT eae ee multimetto é o instrumento mais usado nos laboratérios de eletrdnica e encontra varias aplicagées também em informatica. Entenda o que ¢ este aparethinho to dtl, relembre as formulas bsicas de eletrdnica e veja como usi-lo em diversas medigées iteis e priticas. citamos 0 multimetro varias vezes em artigos pu- blicados na Revista PnP, inclusive aqui nesta mesma edi «lo. Nao é para menos, porque © multimetro tem lugar de destaque na manutenga0 de PCs, notebooks e tablets, assim como também na instalagao dos computadores em geral Noentanto, percebemos que varios leitores t8m dil culdade em usé-1o, Alguns porque desconhecem conceitos bisicos de eletrdnica, outros simplesmente nio sabem lidar como multimetro porque nunca tiveram alguém para expli- car como funciona, Pensando nesta situago, queremos com este artigo esclarecer alguns conceitos para que vocé possa, a0 menos, conseguir informar-se melhor na internet e nos livros. Mui- tacoisa que parece complicada a primeira vista acaba ficando simples depois que alguém nos mostra o caminho. Para comegar, é interessante saber que © multimetro 6 0 aparelho de teste mais usado pelos técnicos de eletroni- a, mas que também € ttl para os profissionais de eletro- técnica, informatica e de qualquer outra érea que utilize com- Pponentes elétricos e eletrOnicos. Afinal, permite realizar uma, infinidade de testes e avaliagGes, dinetas e indiretas, Na érea de informatica, muitos técnicos deixam de utiliza-lo por puro desconhecimento, porém com algumas, explicagées e um pouco de légica qualquer umn pode wilizar (0s multimetros para testes, avaliagSes e consertos. 34 winw.revistaPnP.com.br TP AmrY it Eletronica basica ea Lei de Ohm © multfmetro & um instrumento feito para medir as unidades basicas da eletrénica, a saber: + Tensiio — Comumente conhecida como “voltagem”, é me- dlida em Volt (V). Nas férmulas, a tensdo € representada pela letra “U” + Corrente — f conhecida popularmente como “ampera- _gem”, ustamente por ser medida em Ampére (A). Nas for- + mulas, a corrente é representada pela letra “I” e pode ser expressa também pelos seus submiiltiplos miliampere € microampére, + Resisténcia — Medida em Ohms (W). Nas formulas, are sisténcia €representada pela letra “R”. Pode ser expressa também em KiloOhm (1.0002 ou 1KQ) ¢ também em MegaOhhm (1,000,000 ou 1M©). Desta caracterfstica de medir estas unidades ven um, dos outros nomes recebidos pelo multimetro: V.O.M. Muito utilizada na literatura internacional, esta sigla € uma abrevi aco, em inglés, das medigGes que ele faz: Volt, Ohm e M liampere. Isto porque, em eletronica, um milésimo de am: péte € mais expressivo do que o proprio Ampere, sendo este ‘ltimo mais indicado para as mecligdes feitas nas instalagbes prediais ou em aparelhos de maior consumo. Estes tres tipos de grandeza esto representados na lei basica da eletrOnica, que € a Lei de Ohm. Jé falamos nela em outras edigdes da PaP, por isto pedimos desculpas aos Ieitores que jd a conhecem mas precisamos relembrar aqui este conceito tao importante para completar este artigo: Revista PnP n° 30 APRENDENDO A USAR O MULTIMETRO. {fiBp, A lei de Ohm estabelece a relacao entre tensio, re- isténcia e corrente, ou seja, mostra que o valor da tensfio é igual a resisténcia multiplicada pela corrente, ou sej U=R*T (formula 1) Onde: U = Tensio (medida em Volt) R = Resisténcia (medida em Ohm) ‘orrente (medida em Ampere) Para visualizar o que significa a lei de Ohm imagine um circuito basico, representado na figura 1. Temos um gerador de corrente (G), que pode ser ima pilha de Tanterna (ou uma bateria de carro, por exemplo. Este gerador est li- zgzado através de um condutor (fio) a uma resisténcia (R) que pode ser algo como um aquecedor de ambiente ou uma kim- pada incandescente. Este esquema vai fazer com que circu- Je uma corrente elétrica (I) no condutor (em azul) indo do plo positivo para o negativo. Esta corrente pasando pela resistencia vai gerar ca- lor, devido a “forga” que a eletricidade precisard fazer para atravessar a resisténcia, O montante da energia elétrica con- sumida neste processo € channado, em eletrOnica, de“‘potén- cia”. Sua unidade de medigdo 6 0 Watt ea poténcia é calcu- lada pela formula: Peutr (formula 2) ‘onde: P = Poténcia (medida em Watt) U =Tensio de alimentagao (medida em Volt) 1 = Corrente (Ampére) Na giria, estas duas formulas so conhecidas como “URE-PUT” c uma vez que vocé saiba aplicé-las estara apto ‘ausara maioria das fungdes dos multimetros. Para facilitar ‘entendimento, veja os exemplos de aplicagao a seguir. Digamos que queremos saber a corrente que passa por uma limpada de 36W retirada do farol de um automével, onde temos a tens de alimentagao de 12V, vinda da bate- ria, A resisténcia, portanto, é a limpada e 0 gerador repre senta a bateria. Aplicando na formula 2 temos que: Peutr r= Po = [Sia aee Outro exemplo: queremos saber a poténcia elétrica dissipada por um chuveiro alimentado por uma tensiio de 220V e que consome 20. Aplicando na férmula 1 Peutr z (P= 220* 205 4400 wate Na verdade, neste segundo exemplo as coisas so um pouco mais complexas porque estamos lidando com corrente alternada, aquela que sai das tomadas, e ndo com corrente continua, aquela que emana das pilhas e das baterias de car- ro, Este € um fator importante, vejamos mais sobre isto: Revista PnP n° 30 winw.revistaPnPcom.br @ Correntes do tipo alternada e continua As leis URI-PUI das formulas | €2 se aplicam, bas ccamente, aos circuitos de corrente continua como as que ex tem nos automéveis e nos aparethos portéteis. Enquanto isto, nas instalagdes prediais, em eletrOnica e em informatica se usa também a chamada “corrente alternada”. Jé analisamos as correntes continuas e alternadas no antigo “InstalagGes elétricas prediais para técnicos de infor- matica” mostrado na Revista PnP n° 6 (cepublicada na PnP n® 28). Recomendamos este artigo para que voce comece a se aprofundar no assunto, vamos fazer aqui um resumo: 'Nos circuitos de corrente continua (resumidamente, CC em portugués e DC em inglés) a tensio é constante a0 Jongo do tempo. J nos circuits de corrente alternada (abre- vviada por CA em portugués e AC em inglés) a tensio muda vidrias vezes ao longo de cada segundo. O ntimero de vezes que isto acontece & chamado de Hertz (Hz), unidade em que se mede a freqiiencia de uma tensio CA. A figura 2 abaixo ilustra a variagao de tenso num circuito CC e em CA: Figura 2 — Dilorengas entre um circuito em corrente conta (CC) © outro em correne alternada (CA). A area hachureada representa ‘ resultado da tenséo pela corente, ou sea, a poténcia dsipadda, Nas tomadas domiciliares do Brasil a alimentagao é fornecida em 60 Hz. Portanto, uma limpada comum ligada nestas tomadas acende e apaga 60 veres a cada segundo. ‘Tem-se a impressio de que a kimpada esti sempre acesa porque a visio dos seres humanos nao consegue perceber este fendmeno tio répido e, além disto,o filamento da limpada no chega a apagar totalmente, diminuindo o efeito de cin- tilagao. 35 BS FERRAMENTAS. A corrente alternada é fundamental para o transporte de energia entre as usinas e os consumidores, conforme _mostramos no artigo “A importincia do aterramento” que faz. parte da Revista PnP n? 3 (republicado na PnP n° 28), Entre outros fatores, @ energia em corrente alternada ¢ importante ‘porque permite utilizar transformadores que abaixam ou ele- ‘yam a tensdo do circuito com pouca perda de energia duran- teste processo. Por isto € que se vé tantos transformadores por af, nas centrais elétricas, nos postes das ruas ¢ dentro de todos os aparelhos eletrOnicos, inclusive nos computadores. ara o que nos interessa aqui, neste artigo, € preciso saber apenas que existem as tenses contfnuas e as alterna- das e que precisamos mudar o chaveamento do multimetro ‘corretamente para poder fazer a medicio, conforme veremos, nos exemplos adiante. Conhecendo 0 multimetro J4 vimos que 0 multimetro mede pelo menos tres ‘grandezas elétricas. Para tanto, ele junta as fungdes de trés aparelhos de medigao: + Voltimetro ~ Para medir tensGes, expressas em Volt eem, seu submiitiplo, o miliVolt (mY), + Obmimetro ~ Para medirresisténcias, expressas em Ohm, € seus miiltiplos kiloOhm (kW) e megaOhm (MW) + Amperimetro — Para medir corrente elétrica, expressa em, Ampere e em seus submittiplos, o miliampére (mA) ¢ 0 ‘microampére (1A). (0s fabricantes costumam integrar outras funges aos seus multimetros, mas todos os modelos, por mais baratos, que sejam, medem a0 menos estas trés grandezas basics. ‘Uma das vantagens deste sistema trés-em-um € a pra- ticidade de uso e a diminuigao do custo, pois permite com- partilhar componentes importantes como as pontas de pro- va, 0 mostrador ¢ o gabinete, Entre as fungdes extras que podem ser agregadas a um multimetro esto a medigao de capacitores,transistores, continuidade, pilhas, freqléncia & temperatura. Por melhor que seja, entretanto, os multimetros no costumam ser tio precisos quanto os medidores espeefficos, mas para o uso em informatica a preciso de um multimetro, costiima ser mais do que suficiente. Exemplificando: para medir as tenses de uma fonte de alimentagio com precisio de 0,014% sera preciso usar um, voltimetro digital, ou seja, um aparetho ques6 mede tensdes « que foi projetado para ser o mais preciso possivel nesta fungdo. Enquanto isto, os melhores multimetros oferecem, precisdes em tomo de 0,5%, mas os valores tipicos ficamn entre I a 3% para os modelos econdmicos. Para ter uma nogdo do que isto significa, ¢ interessante saber que uma pre- cisio de 0,5% € suficiente para as aplicagdes priticas que ‘veremos adiantee, em especial, para utilizar na reparagdo e instalagao de redes, dos computadores, ede seus periféricos, 36 wwwrevistaPnPcom.br Existem dois tipos de multimetro em relagdo a for- ‘ma como mostra os valores: analégico e digital No multimetro analégico (figura 3) um ponteiro in- dica o resultado da medigao ao percorrer uma escala gradu- ada. O multimetro digital, por sua ver, apresenta a medida em um display de cristal Ifquido (figura 4) que mostra nd- eros, letras e até grficos, “Tanto no anal6gico como no digital os principios de funcionamento ¢ os modos de operacao sao similares. En- tretanto, o digital leva vantagem na maior facilidade de lei- tura enquanto que o anal6gico é mais pritico nas situagbes onde se quer ter apenas uma idéia da grandeza do valor. Isto ‘ocorre, por exemplo, quando estamos avaliando o estado de transistores e também quando estamos medindo tenses que variam rapidamente porém de maneira perceptivel, como acontece ao ligar um chuveiro em casas onde a instalagao cesté mal dimensionada, o que faz com que as Kimpadas di- ‘minuam a intensidade da luz.emitida. (Os multimetros tem trés partes principais: 1 Mostrador ~ Pode ser anal6gico ou digital. 2. Chave seletora — Para alternar entre os diversos tipos ¢ escalas de medigao. 3 Pontas de prova ~ Um conjunto de dois cabos flexiveis ‘com contatos especiais em cada ponta. Servem para fa- zer 0 contato fisico com os pontos a serem testados. AS pontas de provas com os respectivos fios sio destacdveis, sgeralmente nas cores vermelho e preto. (0 prego do multimetro varia muito, indo de alguns Reais a varios milhares de Reais, dependendo da precisio ¢ dos recursos oferecidos, Para um técnico de informatica ou de instalagiio de redes praticamente qualquer modelo servi- 14, desde que seja de qualidade razodvel. Em termos prati- os, estamos falando de aparelhos que custam entre RS 50a 100, o que é muito barato frente a sua utilidade didria e du- tubilidade. Um multimetro de qualidade razosvel vai durar ‘muitos e muitos anos, Usando 0 multimetro ~ fungdes basicas 14 vimos que 0 multimetro tem duas pontas de prova, -geralmente nas cores preta e vermelha. Elas sa0 utilizadas para conectar o aparetho aos pontos do circuito ou do com- ponente que queremos medir. Em geral, estas pontas de prova sio ligadas em paralelo ao que se quer medir, com ~~excegio da medigao de corrente: para medir correntes, as pontas de prova sao ligadas em série com 0 cireuito, ‘Antes de fazer uma medigao € preciso mudar a chave seletora para o tipo de grandeza a set medi- dae paraumaescala apropriada. Digamos que voc8 vai medir “voltagem” de uma bateria de um caminhio, mas nao tem Revista PnP n? 30 APRENDENDO A USAR O MULTIMETRO. BS idéia do valor que serd encontrado. J4 sabe, entretanto, que umn circuito em corrente continua (CC). Assim, chaveie 0 multimetro para a escala de VCC mais alta que estiver dis- ponivel—o valor exato muda de aparelho para aparelho. Di- ‘gamos que o multitester que voce esti usando tem o maior fundo de escala em CC igual a 120V. Coloque a chave nesta {enso, mega a bateria ¢ terd um valor em torno dos 24V. Made, portanto, o multimetro para um fundo de escala mais apropriadlo, digamos, de 30V, refaca a medigao e, com isto, tera mais precisdo na medida, chegando, por exemplo, a 24,3 V que seri portanto a tensdo de saida dessa bateria, Outro exemplo: vocé vai instalar um computador novo na casa de um amigo ou cliente, mas ndo sabe se a rede elé- {rica do local é de 110 ou 220V. Para descobrir isto vai usar seu multimetro, j4 sabendo que a tensio na rede el do tipo CA, ou seja, corrente alternada. Chaveie © multimetro para a escala mais alta de VCA dispontvel, digamos, de 300VCA. Assim, 0 aparelho nao queimars caso, por exem- plo, vocé 0 tivesse colocado numa escala maxima de 120VCA c a rede local fosse de 220. Feita a medigao, su- Ponhamos que foi constatado que a tensio na rede estavaem torno de! 15V, portanto pode chavear para a escala mais bai- xa, de I20V, ¢ fazer a medigdo com a precisiio mais alta que co aparelho pode oferecer. Por falar nisto, & bom saber que a precistio maxima de um multimetro, medida em porcentagem, é relativo ao lor maximo, também chamado de “fundo de escal Quanto menos o ponteiro se mexer (no caso dos analigicos) quanto menos casas depois da virgula (no caso caso dos digitais) menor sera a preciso da medida, ae: Ponte que se movinena om temo ds eozaa pare mostar os ers. Noto que aoszala de Ohms & Inertia om olagto as oures« procca {ar valor"210 juin, garde so lima pena na outa egrando-s0 0 uso eomespondente (ae ry 10) Feslaténle een, om Ko po Yel Quanto melhor spare, mar aresiatnca, Agi, reste cao, 8 (Chae sletor de tungtes. em quate seedes pina Obs, DO (crete contin oi CO), (A outas medias com a pnt vermelna no negatvo era trcara posgaofunconamena noma para modi CC, VCA e Obs, Conector do cabo verano (posto) pra poder usar a scala de até 1200 V em OC Conoco do cabo veematho para medi saica om tonsces (11) itrnadae a gorem motdae. Em ‘uniddes reaves (DB). Pelee & ezcaa de medio vermelha no mostador (doom fad para mecir ats 124 em Co ESCALAS E RECURSOS DO MULTIMETRO ANALOGICO Muita gente prefere os multimetros digitais porque parece ser mais facil ler as medidas. No entanto, depois que a pessoa se acostuma, o analégico pode ser ainda mais répido de ser lido, bastando uma rapida olhada, Veja como 6 a escada de medigiio dos analégicos ¢ outros recursos: (8 vores desea no topo ‘to para madicto de feciios precisa ser mutpieados l.que estvar esclid na chavo 0s valores ga oscaia am 'yemelho so para medio de om hnao do etcala em 6, 2, \Conector par o cabs vormtho {posite} quando feruoado \Sonector gaa o cabo vermalno posto) € waco para maar Yl. Ohm e Ampere (até B00mA). tis) a oda as mecigoes. Revista PnP n? 30 wwrw.revistaPnPcom.br 37 BS FERRAMENTAS Portanto, a seqiigncia para fazer uma medida com o rmultimetro € sempre a mesma: 1 Determine o tipo de grandeza a ser medida: tensio (“vol- tagem), corrente, resistncia ou outra funcao extra que seu multimetro possa ter. 2. Mude a chave seletora para fazer aquele tipo de medigao, na escala de fundo mais alto dispontvel para ela. 3 Faca uma medigéo preliminar, para ter nogao do valor a ser medido. 4 Mude a chave seletora para um fundo de escala 0 mais _prGximo possivel logo acima do valor a ser medido 5 Faga a medigao final ‘Vejamos na prética como fazer medighes. A princt- pio comas grandezas hasicas, depois mostraremos exemplos de aplicagses para os multimetros. Medindo tensGes (“voltagens”) A medigdo de tensdes & simples. O nico cuidado & saber se tensiio € continua ou alternada, Mas como saber? ‘Algumas dieas podem ajudar. A tens sera do tipo “alternada” se estiver medindo a rede elétrica ou algum de- rivado dela, como a sada de um transformador. Se estiver medindo uma bateria, pilha ou a saida de uma fonte de alimentagao, muito provavelmente estaré li- dando com corrente continua, Alguns multimetros digitais identifica e se ajustam automaticamente de acordo com a tensio aplicada nas pontas de prova, mas 0s aparelhos ana~ logicos nio tém esta facilidade. Se ainda estiver em dtivida, experimente fazer este teste: chaveie © multimetro para uma escala de medir ten- sdes em corrente alternada (VCA ou VAC) com teto de es- cala bem maior do que se espera, Mega. tensio e anote. De~ pois inverta as pontas de provae meca novamente. Se as duas medigdes forem iguais vocé estar lidando com umta tensio, alternada, Se houver uma grande variagao estaré as voltas com uma corrente continua e precisa chavear 0 aparelho para uma eseala de corrente continua (chamado de VCC ou YDC no mostrador). © Aviso importante —Tensdes continuias (CC) tem pola- ridade, Para medilas é preciso ligar a ponta vermelha no polo positivo caso contrério o multimetro poderd se da~ nificar. Alguns multimetros tem uma chave reversora, ‘onde a ponta vermelha passa a ser 0 polo negativo (vide item 7 da figura 3) ‘Uma vez sabendo se esti lidando com tensdes em CA. ou CC, basta chavear o multimetro para a posigao comreta & Jigar as pontas de prova nos locas a serem medidos. Lem- bre de ligar a ponta vermelha no positivo se estiver medindo tensdes continuas (CC) Para exemplos de como fazer a medigio de tenses vveja mais adiante, dentro do t6pico “Aplicacoes pric: ‘os exemplos “Medindo a rede elétrica” (figura 5) ¢“Medin- 4 baterias” (figura 6). 38 wwvw.sevistaPnP.com.br Medindo resisténcias ‘A medigao de resisténcias exige que se retire o com ponente do circuito onde funciona, caso contrério a energia fornecida pelo circuito vai interagir com o multimetro, dis- torcendo a medigao. Digamos que queremos medir um resistor (*resisténcia”) que alimenta determinado ponto do circuito de uma placa-mie de computador. A primeira etapa seri isolar 0 componente do citcuito. Basta destigar uma das ppontas, o que pode ser dificil em determinadas situagdes de- vido ao pequeno tamanho do componente. Seré preciso al- ‘guma experiéneia com o ferro de solda e sugador para efe- tuar a retirada e recolocagio sem causar danos, ‘Uma vez com o componente destigado, comecamos a medicio na escala mais alta do multimetro (geralmente 10KQ) e vamos abaixando o fundo de escala até chegar a ‘um ponto em que a medigao possa ser feita com preciso. Se o componente estiver em bom estado, deve entio ser re- colocado no circuito, caso contra deve ser substituido. O esquema de medigao é o mesmo da figura 6, a diferenca é que aescala do multitester deve estar em “Ohm” ea polari- dade das pontas de prova € indiferente. Medindo corrente continua (CC) Para medir a corrente que circula por um citcuito & preciso interrompé-lo ligaro multfmetro em série com ele. Reforgamos que as tomadas de forga existentes nos edifici- os fornecem corrente alternada, enquanto que a corrente continua € usada nos aparelhos alimentados a pilha ou bate ria ou entio nos circuitos que so alimentados pela fonte de alimentacao dos aparethos eletrénicos. Observacdo importante: em corrente alternada, a aioria dos multimetros mede apenas alguns poucos mil “ampere (mA), algo em torno de 300 a 500 mA (0,3 40,5A). Modelos mais caros conseguem medir além de 1A, poden- do chegar no maximo a 10 ou 12A. Para correntes maiores do que isto € preciso utilizar um ampertmetro dedicado (nao acoplaco a um multimetro), geralmente do tipo “alicate” que ni necessita que o circuito seja interrompido. Para fazer a medigdo € preciso localizar 0 ponto onde queremos medir a corrente, de preferéncia onde exista um conector que possa ser desligado ow um fio que possa ser cortado ¢ emendado ap6s a medi¢ao. Com o circuito desli- zgado, interrompa-o no ponto desejado e ligue as pontas de prova do multimetro no local do corte, atentando para a po- sigdo da ponta vermelha e preta do multimetro ~ a ponta vermelha deverd ficar no lado do circuito que esteja mais préximo do positivo da alimentagio do circuito, Chaveie 0 multimetro para uma escala de corrente apropriada ¢ ligue ‘© circuito para fazer a medigao, Naturalmente, se 0 citcuito tiver um ponto onde possa ser interrompido sem cortar nada, tanto melhor. Este ponto pode ser, por exemplo, um fusfvel ‘ou algum tipo de conector. Revista PnP n° 30 APRENDENDO A USAR O MULTIMETRO. BS Digamos que queremos medir a corrente elétrica consumida por um rédio de carro, Desligamos o fio que traz energia para 0 aparelho no polo positivo, inserimos a ponta de prova vermelha do multimetro no fio que vem da bateria © a ponta de prova preta no fio que vai para o aparetho. E: colhemos uma escala adequada no multimetro, digamos, BAC (esta escala depende do modelo do multimetro). Li- ‘gamos 0 aparelho ¢ fazemos a medigo, Depois desligamos tudo e refazemos a ligacio do aparelho tal como estava. A figura 7 mostra os esquemas desta medi Medindo corrente alternada Conforme dissemos, a maioria dos multimetros con- segue medir apenas alguns miliampere em CC. $6 0s mo- delos mais caros e sofisticados conseguem medir uma cor- rente maior em CA. Supondo que voe® tenha um aparelho adequado, o procedimento seré similar ao utilizado para me-

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