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1- Analise propedéutica: Marx ~ ideologia alema ~ fases da historia. 1.1 Agricultura tradicional: era desenvolvida em propriedades autossuficientes Com o desenvolvimento do capitalisino surge a expressdo “questo agraria’, que se refere a relagdio campo X cidade Em suma, para o capitalismo crescer deveria: expropriar (expulsar) 0 homem da terra; criar mercado interno; meio rural fornecer méo-de-obra; concentrar a propriedade da terra, 0 que facilita a acumulagao de capital, ao lado de praticas de atos entendidos como acumulagao primitiva de capital, Primitiva por nao ser realizada a partir da relagao capitalista que ocorre com a venda da forga de trabalho para produgao ¢ venda do excedente. E quando 0 mercado interno no tem mais forga para consumir os produtos, o capitalismo tem de expandir para manter vivo Ex. atual ver da guerra contra o Iraque (Wood, 2006'). No Brasil, as propriedades rurais produziam ao mesmo tempo arroz, feijao, algodio, cana-de-agiicar, café, fumo, mandioca, hortaligas, .... além da criagao de animais. O algodao era tecido © confeccionado, a cana virava rapadura, agticar mascavo, cachaga ‘Nao havia a divisio do trabalho indispensavel ao desenvolvimento do ipitalismo (com o desenvolvimento da ideia de cadeia de produgao ha a divisdo de trabalho, onde cada agente ou conjunty de agentes realiza etapas distintas do processo produtivo). Lei 601/1850: conhecida como Lei de terras. Questo agréria_no Brasil: hoje, 0 trabalhador rural tem de ser muito mais produtivo que em 1940, época que se inicia a questio agraria no Brasil, com a industrializagao. E nas tecnologias que se encontra boa parte da solugdo. Mas devemos nos lembrar que o indice de produtividade esti defasado. Assim, mantém-se cumprindo 0 requi “produtividade”, evitando desapropriagao para fins de reforma agraria " Woon, Ellen Meiksins. © que é (antijeapitalismo? Revista Critiea Marxista, UNICAMP, Campinas, . 37-50, 2006, 1 2- Setores da economia na visio tradicional Teoria dos trés setores (Década de 30): a) Setor Primério: Atividades econémicas que para serem realizadas, contavam com a participagiio do trabalho humano € da natureza, visando a exploragdo de recursos da natureza, tais como, agricultura, minerago, pesca, pecudria, extrativismo vegetal e caga © setor primério que fornece a matéria-prima para a industria de transformagao. Este setor da economia ¢ muito vulneravel, pois depende muito dos fendmenos da natureza como, por exemplo, do clima. A produgio ¢ exportagtio de matérias-primas nao geram muita riqueza para os paises com economias baseadas neste setor econdmico, pois estes produtos n&o possuem valor agregado como ocorre, por exemplo, com os produtos industrializados. ») Setor S indérig: produgdo de bens mate 's elaborados, a partir de elementos oferecidos pela natureza, contando somente com a parti ipagdo do trabalho humano. (atividade industrial) F o setor da economia que transforma as matérias-primas (produzidas pelo setor primario) em produtos industrializados (roupas, méquinas, automéveis, alimentos industrializados, eletrOnicos, casas, etc). A exportagio destes produtos também gera riquezas para as industrias destes paises. c) Setor Tercidrio: E 0 setor econdmico relacionado aos servigos. S40 os bens intangiveis. Como atividades econdmicas deste setor ec\ micos, podemos. citar comércio, educacio, saéide, telecomunicag s, servigos de infor tica, seguros, transporte, prestagao de servigos de limpeza ..., servigos de alimentagdo, turismo, servigos bancarios ¢ administrativos, transportes, etc. Com o processo de globalizacdo, iniciado no século XX, 0 terciario foi 0 setor da economia que mais se desenvolveu no mundo. Necessario a abordagem da agricultura como parte de um sistema maior, No contexto atual, € imprescindivel que os stores envolvidos no setor o holis agroindustrial tenham uma vi ica do negécio, que vislumbre 0 todo, bem como suas partes relevantes ¢ inter-relacionamentos. sem levar em conta os Nao € mais possivel planejar sctorialmente, desdobramentos ao longo da cadeia de produgdo, Otimizagoes isoladas ndo garantem a sua otimizagao global. Assim o administrador rural deve conhecer ¢ atuar considerando esta realidade. A questo agraria no Brasil fez com que a agricultura tradicional cedesse espago pata o modo de se relacionar na sociedade de mercado capitalista. O processo de tran do modo de produzir, do tradicional para 0 moderno, esta dirctamente associado a constituigdo do Complexo Agroindustrial 1.4- Caracteristicas do setor rural: As caracteristicas peculiares do setor rural muitas vezes limitam a possibilidade de se seguir o planejado. ‘As areas empresariais (produgao, marketing, recursos humanos © finangas) as fungées administrativas (planejamento, organizagiio, direc20 ¢ controle) deverao ser igualmente consideradas ¢ analisadas como um todo sistémico em uma propriedade rural Mas, 0 setor agricola apresenta algumas caracteristicas peculiares, que dificulta 0 administrador na suas tomadas de decisées setores da € que © distingue dos demais economia’ a) dependéncia do clima: o clima condiciona a implantagao ¢ 0 manejo da maioria das exploragdes agropeouérias, Determina épocas de plantio, tratos culturais, colheitas, escolha de espécies, vegetais ¢ animais; b) tempo _de_produego maior que o tempo de trabalho: © processo produtivo ayropecuario se desenvolve, em algumas de suas fases, independentemente da existéncia do trabatho; ©) produtos_pereciveis: diversos produtos agricolas © pecuarios so perceiveis, 0 que condiciona a utilizago de técnicas especifi to da is de conservagao ¢ de planejame produgao e da distribuigao; 4) dependéncia de condigdes biolégicas: nfo se pode alterar a seqiiéncia da produgo, como por exemplo interromper uma lavoura de milho para obter soja, no caso de haver perda de interesse em milho por parte do consumidor; ©) tera como participante da_producdo: a terra participa diretamente do ciclo produtivo, € importante conhecé-la, analisé-la em suas condigées quimicas, fisicas. bioldgicas e topograficas; f) sazionalidade da produga a dependéncia do clima e as condigdes bioldgicas determinam a estacionalidade da oferta, ou seja, épocas em que ocorrem excesso ou falta Ge produtos (safra e entressafra) Com isto surgem implicagdes: variagao de prego; necessidade de infraestrutura de estocagem e conservagao; periodes de maior utilizagao de insumos. 2) trabalho disperso e ao ar livre: as atividades esto dispersas por toda a empresa, podendo ocorrer em locais distantes um do outro; h) incidéncia de risco: toda e qualquer atividade econdmica esta sujeita a ri mas na agropecusria os riscos sao maiores, Além dos problemas causados pelo elima, pragas ¢ flutuacdo dos pregos dos produtos (riscos climaticos, biolégicos ¢ econémicos) so sempre um risco, Ha risco na produgdo ¢ no prego a ser disponibilizado o produto. Hodiernamente, os prineipais temas debatidos em relagao as novas caracteristicas do campo sao a intensificagdo da pluriatividade, 0 aumento das atividades néo-agricolas em dreas rurais, a mecanizagéo crescente da atividade agropecudria, 0 agronegdcio ¢ 08 movimentos socioterritoriais no campo. Os efeitos dessas caracteristicas, isoladas ou em conjunto, s4o mais prejudiciais do que benéficos. O administrador rural deve assumir agdes administrativas eficazes para diminuir esses efeitos Agronegécio 2.1. Conceito de agronegécio: Agronegécio (agribusiness) a soma das operagbes de produgao e distribuigao de suprimentos agricolas, das operagdcs de produgto nas unidades agricolas, do armazenamento, processamento € distribuigao dos produtos agropecuarios in natura ou industrializados produzidos a partir daqueles Este conceito foi cunhado em 1957, chegando ao Brasil na década de 1980. Ja nfo se trata mais de chamar esta atividade de agricuftura. Aquela com 0 de bens, servigos e infraestrutura propriedades autossuticientes, mas de todo © compl que envolvem agentes diversos e interdependentes. Na agricultura tradicional néo havia “divisiio de trabalho’ Importincia do Agronegdcio: O agronegécio é 0 segmento econdmico de maior valor em termos mundiais. E Evolucio do agronegécio: O agronegécio equilibra a balanga comercial (Brasil) A) Cadeia de producdo/produtivas: proposta que surge na década de 60, na Franga Eo inicio para se pensar em organizacao em rede a.1) Conceito de “cadeia de producto”: € a sucessio de atividades necessirias produgao de um ou mais produtos correlacionados. Ou seja, dé uma ideia de encadeamento de agdes. 0 ponto principal da ‘cadeia de produgdo’ & a compreensdo das fungdes ¢ inter- relages entre os diversos segmentos e agentes que a compie. Os pmentos posteriores & produgo, que levam o produto até o consumidor final ficaram de fora deste conceito. 1) “Cadeia_de valor”: Entio surgiu 0 termo para abranger os segmentos posteriores 4 produgio. b.1) Conceito_de de valor”; cadeia que engloba os segmentos de distribuigao, comercializagao do de valor, que envolve adeia de Produ » passa x ser um sistema de agrega: atividades de produgio, processamento, distribuigdo © comercializago. Uma cadeia de produgio é definida a partir da identificagao do produto f b.2) Caracteristicas da produce com a influé: cia da ‘cadeia de valor b.2.1) possui varias etapas conseeutivas: Fatores de produgae (insumos, niiquinas, ciclos de_producdo (produtor agropecudrio) ~ distribui¢ao do, produto in natura para atacado, varejo ¢ para o provessador (produtos industrializados) consumidores finais, b.2.2) implica divis Zio de trabalho em etapas distintas. Fundamental para a organizagao da ociedades de mercado capitalista. b.2.3) os agentes da ‘cadeia produtiva’ podem estar dispersos no espago terrestre. b.2.4) nao contempla atores como instituigées de ensino, pesquisa ¢ desenvolvimento, apoio técnico e financeiro, dentre outros. OBS: para se ter uma cadeia de produgao, os varios seginentos néio podem atuar de mancira estanque. Devem, sim, planejar suas ages de maneira integrada. C) Visa sistémica do agronegécio: O conceito de Agronegécio® foi desenvolvido a partir da visto sistémica. Engloba, também, os agentes que coordenam o fluxo dos produtos, tais como 0 Governo, 03 Mercado, as entidades comerciais, financeiras ¢ de servigos. c.1) “antes da porteira”: ¢.2) “dentro da porteira™ ¢.3) “apos a porteira” ou “a jusante da produgio agropecuatia”: c.1) 0 “antes da porteira” Conceito: atividades que devem ser realizadas, a fim de se dar suporte para se iniciarem as atividades agropecuarias. O “antes da porteira”engloba Agronegacio (agribusiness) é a soma das operagdes de produgo e distribuigo de suprimentos agricolas, das operagaes de producto nas unidades agvicolas, do armazenamento, processamento ¢ distribuigo dos pradutos, agtopecuairios in natura ow industrilizadas produvidos a partir daqueles, c.1.1) insumos para agropecudria: maquinas, corretivos de solo, fertilizantes, produtos veterinarios; gua ¢ energia (Poder piblico na relagao). ©.1.2) inter-relagdes de produtores de insumos e agropecuaristas na ‘comercializ ago de maquinas ¢ suprimentos agricolas. Inclui-se a indastria, de maquina adubos...; as empresas de materiais genéticos ¢ distribuidores de insumos (atacadistas Os agentes econdmicos atuantes “antes da porteira” so formadores de pregos ¢ os agropecuaristas, os tomadores de prego (pois perguntam: quanto c ©.13) servigos: ‘i esquisa (Emprapa, e Secretarias de Estado, Universidades): © investimento em pesquisa deve ser tratado com especial atengéo. A Lei de cultivares, Lei 9456/97, que institui a Lei de Protegdo de Cultivares e da outras providéncias, regulamenta a protegdo intelectual dos géneros ou espécies vegetais que sofrerem intervengdes humanas para seu “aprimoramento™. Conforme a lei, a protegao nao 6 vitalicia, sendo que os prazos variam a depender da espécie vegetal; define quem obterd a protecdo, direito transmissivel por heranga; a maneira par se fazer 0 pedido de protegao, inclusive possibilitando pedido de certificagZo com prioridade‘; uso pablico restrito’, sangSes, dentre outros. nento Econdmico 2stimulos positivos advindos do Banco Nacional de Desenvolvi € Social (BNDES), Banco do Brasil (BB), Banco do Nordeste e Bancos estaduais (créditos, financiamento, incentivos fiscais); *O art 3° da Lei 9.456/97 descreve as intervengdes que gozam de protecio legal * Portanto, importante © advogado ter conhecimento desta lei. Ver Decreto 2.366/97 que a regulamenta Lei 9.456/97, art. 36"... nas casos de emergéncia nacional, abuso do poder econémico, ou oxtras cireunstinciay de extrema urgéncia e em casos de uso piblico nio comercial. Extensdo_rural*, desempenhada pelo setor piiblico (MDA ¢ sua Secretaria da Agricultura A Familiar (SAP)) ¢ grandes empresas privadas; Jafisestru uiura: pode ser providenciads pelo Estado ou por agentes privados (| Cooperativas. associagdes...) ¢.2) O “dentro da porteira” Cone 0: constitui a produgio agropecuaria, propriamente dita Com a agroindustrializacao, ha atividades que ocorrem dentro da porteira, mas no se referem a segmento, mas sim, ao “depois da porteira” (agroindstria verticalizada dentro das fazendas; laticinio, agtiear, cachaga..) e engloba 2.1) Produgdo agricola: “Compreende © conjunto de atividades desenvolvidas no campo, necessarias para a condugdo de culturas vegetais (ARAUJO, 2010, p. 41). As principais atividades da producdo agricola so 1- Preparo do solo “compreende as operagdes necessarias para coloca-los em condigdes ideais para a etapa de plantio”. Deve-se levar em conta o ciclo vegetativo das plantas* 2- Plantio: mister a preparago anterior do solo. A depender da planta, a atulizagéo de viveiros e mudas é indispensavel 3- Tratos culturais € operagdes para auxiliar no crescimento e reprodugo, como combate a pragas e a doengas, irrigagdo © adubagio. Pode ser necessario o uso de agrotéxicos. Nestes casos, devem ser tomados 08 cuidados para nao prejudicar a saide do trabalhador rural e nem do consumidor final, bem como o meio ambiente. *oxtensto Rural) é um processo cooperativo, baseado em principios educacionais, que tem por finalidade tevar, diretamente, 20s adultos e jovens do meio rural, ensinamentos sobre agricultura, pecwiria © economia doméstica, visando modificar hébitese aitudes da familia, nos aspecios técnico, econdinico & Social, possibiitando-the maior producto ¢ melborar a produtividade, clevando-Ihe a renda € melhorando seu nivel de vida.” ( Definigto da ABCAR), Disponivel em hiplambientesambientebrasicom be/azropecuario/extensao_ruraldefinicoes_de_extensao_rural him! TARAUJO, Masson J. Fundamenias de agronegdcio.3 ed. Sto Pavlo: Atlas, -2010, p. 42. * Plantes anuais: nascem ¢ dio fratos em menos de um ano. Depois morrem. Plantas semt-perenes veproduzem algumas vezes, Ex.; Bananeica. Plancas perenes: apds plantadas, reproduzem varias yezes até a morte da plante-mae. 9 4- Colheita: “é a operagao final no campo”, mas ainda ha 0 pés-colheita, com o transporte e arma zenagem internos. ¢.2.2) Produgdo pecutiria: “refere-se 4 criagao de animais domesticados, incluindo as clapas do processo produtivo, desde as inversdes em instalagdes, equipamentos, produgao de alimentos, cuidados com os rebanhos até a venda dos animais e de seus produtos” (ARAUJO, 2010, p45). Ressalta-se que o termo pecuaria se popularizou como criagtio de bovinos, mas refere-se a criagdo de qualquer animal domesticado, Ainda, hi 08 sistemas de criagao intensivo, extensivo ¢ semi-intensivo, A principal atividade da produgao pecudria € 1. Manejo: “conjunto sistematico de priticas adotadas nas criagSes, com a finalidade de produzir animais de forma econdmica” (ARAUJO, 2010, p. 46) ¢.3) O “apés a portcira” engloba as etapas de agroindustrializagao € distribuigao dos produtos até 0 consumidor final. Envolve comércio, prestadores de servigo, agroindistria, governo. Os produtos podem ser comercializados in natura, no pasando pela transformagao" na agroindistria, entretanto podem ser beneficiados'', processados'* embalados ou vendidos a granel A comercializagio ¢ feita por diferentes tipos de intermedidrios. Intermediacao. ocorre a cada mudanga de propriedade dos produtos (operagao de compra ¢ venda). Isto encarece 0 produto para o consumidor final, mesmo sem o produto sofrer nenhum tipo de transformagao. "ARAUIO, Massilon J. Fundamentos de agronegiicio. 3 c4,, Sko Paulo: Atlas, 2010, p. 44 " Sao "as operagdes de obtengdo de produtos diferentes, com base em produtos in natura, proces semitransformados, que podem levar ov nio aditivos ou mesmo inisturas com outtos produios (ARAUJO, 2010, p. 88) "Objetiva melhorar a apresentardo do produto, quando € feita @ selegio, classificaglo, limpeza, polimento, teatamento contea pragas, embslagem etc. Evitam-se, assim, perdas 6, conseuuentenieate, ‘aprega valor ao atender & preferéncia do consuinidor (ARAUJO, 2010). * Segundo Aradjo (2010, p. 87),"Camprecnde-se por processamento alguns cuidados especiais eferuadus com 0s produtos, que os tornain mais prontamente disponiveis 20s consumidores e garantem-thes mettor qualidade’ dos ow © govemo tem forte influéncia na formagao de pregos, Atua por meio de politicas pitblicas agricolas, sendo as principais: Programa de Garantia de Prego Minimo (PGPM); Programa de Escoamento de Produgio; Contrato de Opgo de Venda, Aquisigdes do Governo Federal; Programa de Aquisigfio de Alimentos (PAA)" Vantagens da visao sistémica: Antes de iniciar uma atividade econdmica é fundamental planejar qual empreendimento ira iniciar, quem sera seu forecedor, seu consumidor, como apresentar seu produto no mercado (TIC), dentre outros. E com a visdo sistémica, © produtor rural tem condigdes de methor organizar sua atividade. 2.3- O direito do Agronegécio Conceito: € © conjunio de normas juridicas incidentes sobre a produgao", processamento e distribuigao dos produtos agropecuarios Agronegécio no Brasil: O agronegécio contempla a visdo sistémica, envolvendo todos os segmentos abrangidos na visio sistémica. Para contemplar todos os segmentos, o direito a s er aplicado no agronegécio tem normas juridicas de varios ramos do direito. 2.4- Administracdo Rural ¢ 0 Meio Ambiente: As atividades econémicas, sejam urbanas ou rurais, exercem © sofrem influencias do meio ambiente no qual esto inseridas. Fabricas do emprego, mas provavelmente poluem o ambiente podendo afetar pessoas que, via de regra, nao recebem diretamente seus beneficios econdmicos. O uso de pesticida numa empresa agricola faz com que a produtividade aumente, porém isto Instituide pela Lei 10,696/03, regulado pelos Decretas 6.447/08 e alterado pelo Decreto 6.959109. "118 rogras especificas acerea da contribuigtio do empregador/empregado para o INSS nas Leis 8213/91 © 8.214/91, bern como os heneficies, prazo de caréncia, comprovaso do trabatho rural, dente outros, também tem um custo social, pois os seus residuos iro afetar a sociedade como um ociedade, todo, poluindo o ar ea agua, que sao utilizados indistintamente por toda A administragdo deve esti vinculada ao conceito de lucros continuos. Compete ao empresério agropecuario tomar decis6es que levem em conta fatores umbientais, hoje ainda pouco percebide mas que, em um futuro nao muito distante, estardo afetando a lucrati dade de sua empresa 3- Sistema Agroindustrial (SAG 3.1- Nogdes gerais A agroindistria realiza a transformagao dos produtos primarios da agropecuaria que podem ser consumidos diretamente ou serem subprodutos inserir na produgio de alimentos, como a indastria de enlatados, laticinios, industria de couro, biocombustiveis, produgao téxtil entre muitos outros, A produgdo agroindustrial esta diretamente ligada_ aos _ produtos agropecuarios, processados ou nao, que fazem parte do nosso cotidiano, porém essa producdo vai além dos alimentos. Isto, por que muitos dos itens que compe nossa vida so oriundos dessa atividade produtiva, madeira dos moéveis, as roupas de algodao, esséncia dos sabonetes © grande parte dos remédios tém origemn nos agronegicios A partir de 1970, 0 Brasil vivencion um aumento no setor agroindustrial, especialmente no processamento de café, soja, laranja € cana-de-agiicar e também criagdo de animais, principais produtos da época OF tatuto da terra, Lei 4.504/64, menciona a agroindastria nos arts. 14, com redagao alterada mediante Medida Provis ia de 2001; art. 96, §§ 1° € 5°, com redagao alterada pela Lei © Regulamento aprovado pelo Decreto n°, 73.626/74, no seu art. 2°, § 4°, ativi define Je da agroindustria, O empregado da indastria de primeira transformagao é empregado rural, logo sujeito As regras do setor, inclusive para fins pat 2 Camara se empecea expe ative agno-eenno eniresstos & VI rata eins fein ap et tn eter insti em sets arrin 4 Consideramse como exploregae snfustudl em esiabelecinceto agavio, paca oF fins do pardgrafo ante, as ivdats ue comprecoder o peti Watanente des preilosagricios m natura Se wranorm-los em sea haute, {8 ome + ro, pace os ees deve Resulamento,#gessoa Fisica 02 juries, propria ou mi neuter pointe femora, sucameste ev memes de propesor © ebm asso de previdenciérios pertinentes a empregadores © empregados (Lei 8.212/91 ¢ Lei 8.213/91) e de Imposto de Renda (Tei 8.023/90), Ha autores que entendem que a Agroindistria & apenas a que faz a primeira transformagio da matéria-prima, como: secagem, limpeza... beneficiamento, Todavia, a Agroindustria tem sido definida de varias maneiras, tornando abrangente 0 conceito, que vem se adequando a partir das novas exigéneias do mercado, Até mesmo porque, ha indi: jas que fazem tanto a primeira fase quanto a segunda fase da transformagio"®. 3.2- Conceito: € a atividade do agronegécio, responsive! pelo processamento da matéria-prima oriunda da agropecuaria. Com o SAG, busca-se ressaltar a importancia do ambiente institucional ¢ das organizagbes de suporte ao funcionamento das cadeias. Portanto, 0 conceito de SAG € amplo. As relagdes dos agentes que atuam no SAG nao é linear. Ao contrario, apresenta-se como uma rede complexa, onde um agente tem contato com varios outros agentes. 33 transformagao do alimento. Agroindu tria propriamente dita: so os agentes que atuam na primeira A agroindiistria de primeira transformacio apenas adiciona atributos ao produto, sem transforma-los, As empresas de primeira transformagio sao caracterizadas como as responsaveis pelos primeiros processos de fragmentagio da materia prima agropecuaria, tais como trituragdo © moagem no caso vegetal ou fracionamento no caso de animais. : industrias de suco de laranja que atendem pedidos de fornecimento com diferentes exigéncias de composigiio, usinas de agticar que fornecem produtos com diferentes niveis de refinamento e até mesmo agiicar liquido, frigorificos que antes © segundo fse do ansformng relere-se “ne peragtcs de cbtengio de prodlos frente, com base em prods in mira pcessaos ou semitronsformados, que podem leva ono aivas ov miesba mises Com Ouiosprodstos” (ARAUTO, 2010 p 88) entregavam pegas inteiras (hasicamente traseiro ¢ dianteiro dos bois) fornecendo pegas menores embaladas para consumo. Observa-se que a indastria de primeira transformagao é, em geral, wma jo de um indistria de fracionamento com uma particularidade importante: a obten dado produto gera necessariamente co-produtos, com diferentes graus de insergio valor no mercado, Uma outra peculiaridade € que esse valor de mercado pode oscilar ripida e significativamente, transformando wm co-produto de um periodo em um produto principal de outro periodo. A agroindistria de segunda transformagio é responsvel por transformag fisicas. Promovem a produgao de produtos mais claborados como tortas, pizzas, refrigerantes, doces, macarrdo... (que se preocupam, cada vez mais com a diversidade de tipos de pizzas prontas, as mais diferentes torta . doces, bolos ou macarrdes), eraria: Conceito tradicional de empresa “A empresa € a organizagao que se propoe a produzir utilidades, bens ou servigos para troca, Combina ordena e executa os trés fatores produtivos, representando o fator produgao ””, Na economia tradicional, consideravam-s a terra, o trabalho ¢ o capital como os tr8s fatores de produgaio. Atualmente, tem-se 0 trabalho € © capital como os fatores de produgao. Isto ocorre por dois motivos. A terra no é mais impreseindivel a qualquer empresa, bem como pode ser uma espécie do fator capital. ‘oneeito majoritério de empresa no direito brasileiro: 0 conceito abaixo ¢ cunhado a partir da acepedo juridica funcional da empresa’®, © PINHEIRO, Frederico Garcia, Empresa Agraria, Andlive juridiea do principal instituro do direito agrsirio contempordneo 2010, p. 1S, Disponivel et heto imnestrado diceito.ufe be/gploads/I4/orieinal frederico garcia_pinhsira pdt 0 concerto juridico de empresa & poliédrico, havendo varias acepgdes. Sendo que cada uma delas tera tum conceito. A acepg2e funcional entende a empresa como atividade organizada (PINHEIRO, , Frederico Garcia, Empresa Agraria. Andlise juridica do principal institute do direto agrério contempordneo 2010, 15. Disponivel em: http:timestrad direito.ula. beuploads/I4/original fredericn_garcia_pinheire.paf Ei npresa € a atividade, organizada, profissional ¢ destinada & produgdo ou circulagio de bens ou servigos para o mercado leivo: 4.1- Empresa Agraria no direito b A empresarialidade agriria abrange trés institutos juridicos afins. Sao cles, a empresa agraria, o empresdrio agririo € 0 estabelecimento agririo. Ambos tem em comum 0 fato de desempenharem uma atividade agraria. A empresa agraria era considerada atividade civil. Com a edig&o do Decreto 2.627/1940, adquiriu a faculdade de ser constituida em sociedade an6nima O Codigo Civil de 2002 (CC: 102) deu tratamento ainda mais diferenciado a quem exercer empresa agraria, Segundo interpretagdo combinada dos arts. 971 © 984 do CC”, ao empresario agrrio cabe a escolha de optar por qualquer das formas de regime do direito de empresa brasileiro, Optando, deve providenciar o registro na Junta Comercial A empresa agraria tem trés maneiras de organizagio”. A familiar, a subordinada e a associada. Conceito de empresa agrari: Empresa agrdria ¢ uma atividade econdmica, organizada, profissional (no eventual) destinada, prioritariamente a produg%0 agrarie relacionada com da Lei 802390 e, algumas das atividades alencadas no att 2 eventualmente, também com outras atividades empresariais acessérias aquela (PINHEIRO, 2010) Ressalta-se que ha autores que dizem que a agroindtistria de primeira transformagio esté contida no conceito de empresa agraria, na qualidade de atividade agraria acessoria, Mas para que este enquadramento ocorra, sua atividade deve ser exercida pela mesma pessoa que produziu a matéria prima. Este hibridismo de atividades fez alguns doutrinadores chamarem de empresa agréria agroindustrial a ‘Segundo PINHEIRO (2010), 0 legislador mandou mat, pois denominou a atividade rural considerando sua especificidade de agrariedade, ao invés de considerar a focalizagio, Se rural ou urbana, ® Organizacao ¢ pressuposto para qualquer tipo de empresa (PINHEIRO, 2010, p. 159). empresa que tem a atividade industrial exercida de maneira acess6ria a uma atividade agraria principal Do contrario, tera certa autonomia, dependendo somente do fornecimento dos produtos. E! a agroindistria propriamente dita, Distingao entre en mpresa agraria ¢ empresa rural do Estatuto da ‘Terra (IT) A empresa rural esta definida no art. 4°, VI, do Estatuto da Terra (Lei 4.504647), Este dispositivo refere-se a imével situado no meio rural. B pela simples leitura se percebe suas caracteristicas: a) a exploragdo tem de ser eficiente, no abrangendo, portanto, a pequena empresa; b) 0 imével tem de estar no meio rural. O que é um erro, pois ha atividades agririas no meio urbano (a melhor definigao de imével rural é a que se baseia no modo de exploragao); Portanto, a definigao do art. 4°, VI, da Lei 4.504/64 se refere a, tio somente, uma classificagao de um imével rural, nao sendo o mesmo que empresa agriria, que deve ser definida sob a otica da atividade que exerce. Contudo, importante salientar que 6 comum confundir os termos, tratando-os indistinamente, Em que pese o conceito de empresa agraria ser mais amplo, pois vai além, nao encontrando os Ii ites naturais, impostos pelas caracteristicas ‘a’ e ‘b’, acima descritas. 4.2- Do empresario: Art. 966, do Codigo Civil /02 (CC). 4.2.1- Nogées Gerais: Want 4%, VI- "Empresa Rural” € o empreendimento de pessoa fsica om juridiea, pica ou privada, que explore econémica e rscionalmente imbvel rural, dentro de condigao de rendimento esondimico Vetado... da vegiéo em que se silue © que explore area minima agricultivel do imével segundo padeées fixados, publica € previamente, pelo Poder Executivo. Para esse fim, equiparam-se as Areas euitivadas, a3 Pastagens, as matas naturais ¢artificias e as areas ocupadas com beneitorias © conccito juridico de empresa se confunde com 0 conceito da economia. Mas, em se tratando do conceito de empresirio, 0 mesmo ndo verifica. Para a economia, quem exerce empresa agraria ¢ empresirio. Mas o Cédigo Civil (CC) prevé situages onde, ao menos em principio, a atividade nao 6 exercida por empresario. art. 966, caput, diz quem é empresério no Brasil, Nos termos do CC, empresas comandadas por agentes no econdmicos sio as empresas _preponderantemente intelectuais (art. 966, PU), empresas (arts. 971 © 984”) e cooperativas (art. 982, PU) Conceito de empresdrio Segundo Queiroz © Santos”, . “Os empresirios so pessoas que se dedicam a tarefa de combinar os fatores de produg&o, estimuladas pela possibilidade de ganhar dinheiro”. Apés conceituar 0 empresdrio, estes autores ressaltam as trés_ caracteristicas que qualificam a pessoa como empresaria, a saber: 0 exercicio de atividade econdmica, visando produzir riquezas; a atividade deve ser organizada; e seu exercicio deve ser habitual. 4.2.2. Empresario Agrério: Conceito/earacterizacio: € a pessoa fisica (empresério individual”, empresétio rural) ou juridica (sociedades empresarias), que desenvolve a atividade agréria, com finalidade de Jucro, fazendo disso uma atividade profissional ¢ organizada Estes dispositivos do CC foram inspirados no direito alemao (PINHEIRO, 2010, p. 160/161) ® QUEIROZ, Jodo Eduardo Lopes e SANTOS, Marcia Walquitia Batista das, Direito do Agronegdcio. ced, ampliadla, Belo Horizonte, Editora Forum, 2011, p. 178 "A pessoa fisica pode exercer atividade econémica como empresirio individual, profissional intelectual ou empress naval Hi rscos em explorar uma atividade sem constitu empresa, ou seja, como pessoa fisica responsabilidade patrimonial, carga tributaria do FNSS e do IR, O- empr rio que exeree empresa agréria recebeutratamento diferenciado no ordenamento juridico brasileiro. Nao tem_o dever de constituir empresa, consoante o regime juridico do dircito de empresa brasileiro. Ao contrério, pode optar por ser empresirio, nos termos do art. 971, do CC™. Sera empresirio individual ou sociedade empresiria, Pode, ainda, recorrer a LC 123/06” O art. 971, do CC, cuida de uma faculdade atribuida ao empresirio, pessoa fisica: a de se inscrever no Registro Publico das Empresas Mercantis, 0 conhecido Registro do Comércio, equiparando-se, formal ou estruturalmente, a0 empresario mercantil, este tiltimo sujeito ao registro compulsério (art. 967). © art, 984 abre a mesma opedo para a sociedad agraria, empreendedora de atividade agropecuaria, inscrever-se, ou nao, no érgéo mercantil, com equiparagao as demais Quanto as possibilidades da LC 123/06, cumpre ressaltar que, independente do agente econdmico que exerce empresa rural optar pelo Regime Juridico do Direito de Empresa Brasileiro, podera se enquadrar como Micro Empresa (ME) ou empresa de pequeno porte (EPP), consoante LC 123/06, art. 3°, bem como_micros dedor_ individual (MEI) ou empresério individual, pr conforme previsto na consoante LC 123/06, art. 68. Esta fei permite que Sociedades Simples™ e empresdrio individual gozem dc tal privilégio, consoante art. 3°, da Lei Complementar 123/06 (LC 123/06). Em suma, 0 empresirio agrario pode utilizar o tratamento juridico diferenciado concedido as pequenas empresas, nos termos dos arts. 179 e/e 170, IX, da CF/88, regulamentados pela LC 123/06. Assim, podem fazer opgao pelo Regime Especial Unificado de Arrecadagdo de tributos ¢ Contribuigoes, 0 SIMPLES NACIONAL, tendo em vista que o art, 17, da LC 123/06 nao faz vedagao que impega esta opgao. *O En das de Direito CiviliConsetho da Justica Pederal corrobora tal cotendimento: “O registro do empresério ou sociedade rural na Junta Comercial ¢ facultative © de naiwreza constitutiva, sujeltando-se ao regime juridico empresarial. E inaplicavel esse regime a0 ‘empresarin ou saciedade rural que nao exereer tal op5io! 1 lei regulamenta os arts. 179 e 170, 1X, da CP/88. mnsoante art. 982, do Codigo Civil, sociedade simples nfo é nenhuma das sociedades empresarias previstas no att, 983 do CC (PINHEIRO, 2010, p. 101) nciado 202, eriado nas Jor Nao optando por ser empresirio, a pessoa que exerce atividade agréria (0 empresirio rural), exerce atividade tipicamente civil, de mero goz0 advindo do direito de propriedade, logo néo pode se valer da Lei de Recuperagdo de Empresas ¢ Faléncias (Lei 11,101/05), dentre outros beneficios concedidos ao empresirio. Mas também nao tera de submeter a exigéncias que deixam a administragdo mais complexa, por ter de cumprir o previsto nos art. 1.142 € ss; 1.179 ess, do CC io. 0 Ressalta-se que 0 empresirio agrario ndo necessita ser propriet possuidor, 0 usufiutudrio, 0 arrendatirio, 0 concessiondrio de terra, o parceiro outorgado, podem ser empresarios. rio segue o disposto no art. 968, do 10. do empres 1-0 seu nome, nacionalidade, domicilio, estado civil e, se casado, 0 regime de bens; I] - a firma, com a respectiva assinatura autografa; IIL - o capital; IV - o objeto e a sede da empresa Da capacidade Podem exercer a atividade de empresério os que estiverem em pleno gozo da capacidade civil ¢ nado forem legalmente impedidos”, Todavia, ressalta-se que a pessoa legalmente impedida de exercer atividade propria de empresirio, se a exercer, responderé pelas obrigag contraidas. Vedacoes O art. 54, Il, da CE/88, estabelece que é vedado os deputados © senadores, desde a posse: “ser proprictérios, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa juridica de direito piiblico, ow nela exercer fungao remunerada © Cédigo Civil, 6, 1°40 5° (BRASIL, Vade Mecum, 13 ed. atl ¢ ampl,~ Sao Paulo: Saraiva, 2012) No caso de interdiydo superveniente a maioridade, proceder-se-4 4 liquidagao do estabelecimento, 4.3- Institutos complementar: 4.3.1) Do Registro: Uma vez que se faga a opcdo por constituir empresa mercantil para exploragao da empresa agraria, mister sera a inscrigdo no Registro Publico de Empresas Mereantis. A inscrigdo da empresa mercantil vem prevista nos arts. 1.150 e ss, do CC € regulamentada na Lei 8.934/94 OBS: Além de no Registro Civil, serio arquivados e averbados, no Registro Piiblico de Empresas Mercantis, os pactos declaragdes antenupciais do clausulados de empresirio, 0 titulo de doagdo, heranga, ou legado, de bens incomunicabilidade ow inalienabilidade. A sentenga que decretar ou homologar a separagdo judicial do empresario € 0 ato de recbneiliago no podem ser opostos a terceiros, antes de arquivados e averbados no Registro Publico de Empresas Mercantis, Com as indicagées estabelecidas neste artigo, a inscrigao seré tomada por termo no livro proprio do Registro Pitblico de Empresas Mercantis, Caso a opgdo seja pela inscrigdo da atividade agraria como microempreendedor individual, deve-se obedecer aos critérios fixados pela Lei Complementar 123/06 (art. 18-A). Nesta lei ha a previsdo de tratamento diferenciada ¢ favorecido, visando simplificar a burocracia e os encargos. 4.3.2) Done apresarial Empresa mereantil: arts. 1.155 e 5s, do CC. Coneeito: E © nome sob o qual o empresario, a empresa individual de responsabilidade limitada (EIRELI) © a socicdade empresar em suas atividades ¢ se obrigam nos atos a clas pertinentes. Compreendendo duas espécies: firma denominasao (qual diferenga?) 1) Veracidade: deve ser verdadeiro o nome do sécio, tanto na firma, como na denominagao social, ¢ sincera a indicagao da atividade que venha a incorporar 0 nome (deve estar explicitada no objeto social); € © principio da veracidade; 2) Novidade: - deve ser adotado um nome novo e diferente de outro ja existente a fim de evitar erros € confusdes nas identificagdes das empresas; é 0 principio da novidade, 3) Identificagao do tipo: deve identificar o tipo juridico da Empresa \da (EIRELI) ou da sociedade; Individual de Responsabilidade Li 4) Protecio_a moral: vedagdo do uso de palavras ou expresstes atentatorias 4 moral e aos bons costumes; 5) Vedagao a siglas ¢ denominagdes de drg%os piblicos: vedagao do uso de siglas ou denominagies de drgdos piblicos da administragao direta ou indireta € de organismos internacionais ¢ aquelas consagradas na lei © atos regulamentares emanados do Poder Publico. 4.4- Controle da atividade rural: © govemo cria regras para controle de doengas € pragas. Estas regras sdo especificas para cada tipo de criagio ow cultura Controla, ainda, a poluigao A publicidade dos atos propicia ao cidadao participar ativamente do controle das atividades do agronegécio Paises que adquirem produto da agropecudria brasileira também fazem controle de qualidade. 6.1.1- Bens materiais: méveis ¢ iméveis, umentos (maquinas e utensilios) para A) Bens méveis: representam os ins criagdo, plantagao, industrializagdo € comercializagéo, bem como os produtos da atividade agropecuaria, ou seja, os vegetais cultivados ¢ os animais criados Estes dois ultimos sao as mer fico” como bem do B) Bens imdveis: Doutina majoritaria entende o fundo i estabelecimento. Nao € qualquer terreno que pode ser um fundo ristico, mas o apto a receber a atividade agraria (bem de produgao), B.1) Caracteres do Fundo Rustico: destinagao para servir como bem de producao de cultivo e criacio elevam o Fundo Rastico da perspectiva do direito de propriedade do Cédigo Civil para Dircito da Empresa Agraria Ainda, as instalagies so acomodagées para reeebimento da clientela, devem ter 0 padrdo condizente com a clientela. Portanto, adequar 0 ambiente para que o estrangeiro se sinta proximo a sua cultura, pode ser uma maneira eficaz de conquisté-lo, 6.1.2- Bens imateriais: conformagao intelectual. Nao ocupam lugar no espago. Conceito: Sao ideias, frutos da elaborago abstrata da inteligéncia ou do conhecimento humano. Os bens imateriais fazem 0 estabelecimento agrario superar 0 Fundo Rustico aparethado. Ex: patentes. Tem regras distintas de transferéncia, e modo de prevenir crime contra a 6.1.2.1- Tipos de bens imateriais: A) Sinais distintivos: se os sinais distintivos forem observados, hé liberdade para 0 empresario, Sdo exclusivos e podem ser cedidos, Os sinais distintivos possuem dupla fungdo: garantia 40 empresirio © aos consumidores Para ser um sinal distintivo tem que respeitar os seguintes principios: | Fundo nistico € 0 solo que tem capacidade de ser explorado por alividade(s) ayraria(s) fe Da novidade (ser diferente dos demais estabelecimentos da mesma espécie); - Da verdade: identificar realmente a atividade, e; - Da refi cia (do sinal com o esta) ao estabelecimento. A.l) Espécies de sinais distintivos 1. firma: o nome; 2. marea: nome do produto; 3. insignia: caracteriza a sede do estabelecimento; 4. certificado de origem: elucidam a fonte ¢ a procedéncia de um produto agricola - Patentes animais ¢ vegetais: deve observar os seguintes requisitos Homogeneidade dos produtos; . Estabilidade da qualidade; Novidade; Adaptabilidade para ter aplicagdo agricola efetiva: assim, os ‘Transgénicos ficam protegidos A Lei 9.456/97 tem como objetivo principal a instituigio da Protegao de Cultivares. © incentivo @ Pesquisa & Desenvolvimento é preponderante para o fortalecimento de um estabelecimento agririo. A protegao legal faz com que os ganhos econémicos sejam garantidos e clever o faturamento. Conforme se apura da interpretagio da Lei 9.279/96? As invengdes sio protegidas, j4 as descobertas nao. 2 Bsta Ici regula os direitos ¢ abrigagses relatives & propriedade industrial, esclarecendo 0 que vem a ser invengao, Portanto, deve ser analisada conjuatamente com a li 9456/97 6.1.3- As relag6es juridicas Sdo indispensveis para uma correta avaliagdo da situagio real do estabelecimento, pois assim da para ver ative ¢ passivo, Representam os direitos e obrigagoes. Ex: direito de localizagao, contratos para venda da safta, Arrendamento. Se a classificagdo dos contratos como bens imateriais € controvers: comercial nao comporta dividas. © ponto 6.2- Aviamento ea clientela: capacidade de realiza cconomicamente desejaveis € de captagao de clientela 10 de objetivos Aviamento: Segundo o dicionério Aurélio, aviamento é “elemento essencial do estabelecimento comercial: © conjunto de aparelhamento, freguesia, crédito © reputagao” Conceito: € uma qualidade, representada na capacidade de realizagdo de objetivos economicamente desejaveis ¢ de captacao de clientela. Pressupde a existéncia de atividade desenvolvida pelo empresério por meio do complexo de bens que 0 compde, logo se transfere o estabelecimento também transfere o aviamento. Natureza Juridica: tem muitas divergéncias na doutrina como elemento imaterial do estabelecimento: Ressalta-se que Lei 11.867 nao inclui como elemento como qualidade (melhor entendimento): & a consequéncia da coordenagao Constitui na capacidade potencial de gerar resultados economicamente apreciaveis. - Clientela: os produtos. 2 a existéncia de pessoas que, de forma estivel e regular, adquirem Para uns: a clientela esta incluida no conceito de elementos do estabelecimento; Para Outros: (melhor entendimento, pois ndo hd como transferir a clientela) a clicntcla é qualidades deste instituto, j4 que representa a conseqiiéneia da coordenagao dos fatores que compée o elemento patrimon rio. 1 pelo empre Aula 07 ~ 24.03.2014 1- Das Associagdes 1.1- Introdugio Neste (6pico do estudo sera abordada a repercussio das Associagdes na organizagao do empresatio rural. As associagdes s4o uma das estratégias do agronegécio. Oportunamente serdo objetos de ser utilizadas pelo empresario rural, tais como cooperativismo e formas de cormecializagao. estudo, outras estratégias que podem Um primeiro passo ¢ delimitar sobre qual tipo de associagdo se trata’, Apés, verificar qual sdo os motivo para a existéncia das associagdes, ¢ como elas se estruturam. Por fim, serio abordados os problemas enfrentados pelas associagdes econémicas modemas ¢ a capacidade de adaptagdo as mudangas institucionais. 1.2- Legislagao pertinente: 1.2.1- CE/88, art. 5°, XVI a XX1; 1.2.2- Codigo Civil (CC), art. 44, Ie arts, 53 a 61. Segundo (SAES ou ZYLBERSTAJN, 2000) as associagdes sio os grupos de pessoas com interesses comuns, que se unem para a consecugao de determinado fim. 1.3- Con: 1.3.1 Doutrinarig - Associagdo é uma organizagao resultamte da reuniao legal e voluntiria entre duas ou mais pessoas, fisicas e/ou juridicas juridica, para a realizagao de um objetivo comum 3A Lei 9.790/99 regula as Organizagéies da Sociedade civil de Interesse Piblico, As associaySes objeto do presente estudo, esto excluidas desta madalidade, consoante previsto em sev art. 2° as associagdes so organizagGes que tem por finalidade a promogao de assisténcia social, educacional, cultural, etc. Nao tem como objetivo fins lucrativos ou intengao de distribuir resultados, embora possa aumentar seu patrimonio (CC, art. 56, PU). (As Cooperativas tém finalidade essencialmente ccondmica) Os empresarios rurais agem assim, por entenderem que as agdes individuais so menos eficientes, apesar de, em regra, terem interesses particulares distintos que os motiva a se associat F podein constituir partidos politicos, club fim de auxiliar © desenvolvimento econdmico dos scus membros, sendo estas 0 objeto do presente estudo. s, escolas, associagdes com o Portanto, “as instituigdes estao para as “regras do jogo”, assim como as organizagbes/associagao estéo para os jogadores” (SAES, 2000, p. 167, apud, North, 1990) Mas nem sempre somente as regras do jogo serfio consideradas nas tomadas de decisdes, que sempre deveriam buscar a finalidade. Deve ser salientado que o resultado das estratégias do agribusiness depende, sobremaneira, da postura adotada pelas pessoas envolvidas. Isto, porque quando da tomada de decisdes, cabe a estas definir quais regras obedecerao, bem como se terdio capacidade de executar o planejado. Ex: O1- com a edigdo da Lei 9.456/97, que institui a protecio a Cultivares, as associagdes podem aplicar recursos proprios ¢ investirem em Pesquisa ¢ Desenvolvimento (P&D), visando explorar, economicamente, a propriedade intelectual referente a Cultivar criada a partir da atividade de pesquisa que planejou e executou. 02- Um crime ambiental muitas vezes € 0 resultado do descumprimento das regras de preservagao ambientais, como desmatar area de protego permanente 1.5- Motivos para se criar as associagbes econdmicas: © objetivo principal de quem exerce atividade profissional & o lucro. s quando as pessoas ctiam associagdes que agregam pessoas fisicas c/ow € que atuam em ramos similares, 0 fazem visando ter suporte M juridicas distintas,

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