indice
PRIMEIRA PARTE
1 — Introdugéo m 13
ll — Sobre a origem dos egipcios m 19
lll — Sobre as dinastias egipcias mj 23
IV—ONilo m 27
V — Sobre as piramides jm 31
Vi — Esfinge, labirinto, templos, obeliscos mj 37
Vil — Diviséo social e costumes gm 41
Vill — Administragéo publica; politica; guerras m 47
IX — Agricultura, industria, comércio, navegacéo ml 51
X — Religifo m 55
Xl — Ciéncias e artes gm 65
XII — Filosofia; reforma religiosa jg 77Xill — Lingua e escrita mg 83
XIV — Literatura gy 89
SEGUNDA PARTE
| — Rosemary e Lady Nona gy 97
ll — Telika e Vola gy . 103
Ill — Telika @ Vola aceitaram uma misséo gg 111
IV — Comega-se a falar egipcio gy 117
V — Recordagées de Nona gy 125
VI — Recordagdes de Vola gy 137
VIl — Vola no servigo do Templo gm 151
Vill — Por que falou o Antigo Egito? gy 159
Notas da Editora (FEB), em 1975 wy 179CAPITULO |
INTRODUCAO
Egito, extraordinario pais de remotissima an-
tigitidade, cheio de mistérios, famoso por inimita-
veis construcdes gigantescas e admirado pelos
cultores do Saber!... Que é feito das tuas glorias?
De tua magnificéncia, das tuas grandezas
existem apenas ruinas de cidades, palacios e tem-
plos, catacumbas enterradas, eanais obstruidos,
colunas e obeliscos espalhados pelo murido. Mas, as
tuas Piramides elevam ainda os seus cumes ao céu,
e, junto com a Esfinge, continuam a chamar a aten-
cio da Humanidade para os Enigmas da Vida e da
Morte; e os misteriosos Hierdglifos despertam nas
mentes dos pensadores o desejo que Ihes respondas
& pergunta: Donde hauriram os teus filhos, na14 A VOZ DO ANTIGO EGITO
época que ja seis milénios distanciam dos nossos
dias, as fontes de tuas ciéncias e artes, e quais
foram as bases de tua estabilidade politica?
Emudeceu, 6 terra de Quemi (1), a tua lingua-
gem primitiva, e foi substituida pelo idioma arabe;
mas, n&o se perdeu a tua antiga Voz: apenas se
espiritualizou e falou aos grandes Iniciados nos
Mistérios: Moisés, Orfeu, Tales, Demécrito, Pita-
goras, Solon, Platéo e outros, inspirando-os nas
tuas doutrinas.
E verdade, Egito, que no Decdlogo que IEVE
deu a Moisés, no monte Sinai, estés sendo diaria-
mente lembrado como “casa de servidéo” (*), po-
rém os sabios gregos que beberam teus ensinos
falaram de ti com grande respeito e admiracao, em
matéria de ciéncias, artes e constituigao politica.
A tua Voz conservou-se maravilhosamente nos
Hierdglifos, cuja significagao ficara oculta durante
séculos, até que o génio de Jean-Francois Champol-
lion conseguiu descobrir-lhes a chave, na inscri¢ao
bilingiie de Rosetta.
E, em nossos dias, a tua Voz, trazida pelo
nobre Espirito duma antiga rainha da XVIII di-
nastia egipcia (2), falou-nos pela boca duma mé-
dium inglesa que, numa encarnacdo de ha 3.300
anos, vivera junto com ela; e, como explicaremos
na segunda parte deste livro, a Voz do Espirito
(*) Bxodo, cap. XX, v. 2: “Eu sou o Senhor teu Deus, que
te tirei da terra do Egito, da casa da servidio.”A VOZ DO ANTIGO EGITO 15
falou em lingua egipcia daquela remota época,
para dar-nos a prova da Sobrevivéncia da Alma e
das Reencarnacées, por meio das quais se efetua
o Progresso Espiritual na Terra...
Para os prezados leitores e leitoras poderem
bem avaliar a significacao desse fato, convém que
déem conosco uma visita aos tempos em que 0
Egito tinha uma civilizagdo admiravel, quando a
Europa atual ainda se achava, pela maior parte,
na época da barbarie. Comparando, na segunda
parte deste livro, as comunicac6es obtidas por meio
da mediunidade com o que nos diz a Historia, mais
convincentes seréo as nossas dedugdes a respeito
da sua veracidade.
Agora, voltemos & pergunta: “Em que encon-
traram os antigos egipcios as bases de sua estabi-
lidade politica?” E respondemos:
“Na sua Constituigéo, que era admiravel Sin-
tese de Ciéncia, Justica e Economia, e punha 0
Poder supremo nas maos dos homens sabios, ini-
ciados nos Mistérios Sagrados.
“Durante 4000 anos antes da era crista” — diz
Saint-Yves d’Alveydre em sua notavel obra ‘“‘Mis-
sion des Juifs” — “foi o Egito para toda a Europa
Meridional a Metrépole sagrada, a grande Univer-
sidade, a sede da Ciéncia completa. Todos os graus
do Sacerdécio, desde o mais baixo até o Pontificado,
representavam os degraus da Ciéncia e da Sabedo-
ria totais, abertas ao escol do mundo leigo pela16 A VOZ DO ANTIGO EGITO
Iniciagdo, que constituia um Segundo Poder ma-
gistral, sendo Terceiro Poder as Assembléias locais
dos pais e das maes de familia.”
Aos que, por estudos mais ou menos prolon-
gados, haviam adquirido os conhecimentos forne-
cidos nos Pequenos Mistérios, conferiam-se os
titulos de “Filho da Mulher”, “Filho de Herdis”,
“Filho do Homem”, segundo os graus de saber
alcangados; eles, entéo, possuiam certos poderes
Sociais, como a terapéutica, a mediacdo junto aos
governadores, a magistratura arbitral, etc.
Os que nos Grandes Mistérios completaram os
estudos das Ciéncias superiores, recebiam o titulo
de “Filho de Deus”, quando o respectivo templo
onde estudaram era metropolitano, e “Filho dos
Deuses”, se 0 templo era provinciano. Estes Inicia-
dos tinham o direito de desempenhar certos pode-
res, chamados sacerdotais reais.
Devido ao reconhecimento dos sabios princi-
pios governativos de todos os povos civilizados do
Mundo nos séculos e milénios que precederam os
primeiros reinos e impérios militares, as nacdes go-
zavam paz geral. Cerca de 3200 anos antes do Cristo,
porém, rebentou na fndia um cisma, provocado
por Irshu, o filho mais mogo do imperador Ugra.
Quando este monarca faleceu, sucedeu-Ihe no trono
o seu filho mais velho, de nome Taraékhia. Irshu,
que era regente das provincias, seduzido por sua
demasiada ambicao, rebelou-se contra o irm4o e,A VOZ DO ANTIGO EGITO 17
proclamando que o governo n&o deveria estar nas
mos de pessoa que se apoiasse na autoridade es-
piritual, e sim nas m&os armadas de forga material,
produziu uma sangrenta guerra civil. Foi vencido
e rechacgado da india; porém, com os seus compa-
nheiros, tomando a cor vermelha por emblema, em
oposigéo & cor branca dos adeptos da legalidade,
invadiu a Asia Menor, a Arabia, o Egito, e por toda
a parte combatia as instituicgdes existentes, negan-
do a autoridade espiritual dos corpos docentes e
elogiando a superioridade da forga armada, Assim
se originaram os governos absolutos e tiranicos, e
a histéria dos povos, desde entao, esta cheia de
opress6es, guerras e revolucoes.
O primeiro soberano coroado, que desprezou a
autoridade espiritual, foi o tiranico imperador ba-
bilénio Ninus, 0 Nimerod da Biblia.