You are on page 1of 12
180 da Lel Pena no Hapage APLICACAO DA LEI PENAL NO ESPACO. wyora estudar este ponto da Teoria Geral da Let Penal - 9 seu ambito de vigéncin Aasieamente aquilo que vamos falar ira weidir sobre quando € que a lei penal portuguesa & aplicavel, a que factos é que ela ¢ aplicada, resn quanto h Quatro prineipios fundamentais reguiam a aplicngho da lei criminal portuj sua aplicagto no espace. © principio da territorialidads 0 principio da nacionalidade: 0 principio da universalidade c © principio realista, | De acordo com 0 prinsinio da territorialidads, a lei penal deve ser nplicada » todou of {actos nensis ocorridos em territdrio portuauts ~ logislador portuguds diz quando & que concretamente a let penal portuguesa" ¢ aplicavel ¢ estabslece determiadas conexdes. ou conexdes yeograficas. ou conexdes pessoais, ou conexdes que tém a ver com a natureza dos interestes em causa, "Parte yentl¢ especial do CP ¢ demuis legislagto penal Intel. principal ou complementar Significa pois que o legistador diz o seguinte antes dv mais a lei penal portuguesn & aplicavel factos praticndos no territdrio nacional: c isto independentemente da natureza dos interesses juridicos em causn e/ou independentemente da nacionalidade do agente, Os tactos penalmente relevantes ocorridos em territério nacional, a lei penal portugues € competente parn os julgar ==> ¢ 0 chamado PRINCIPIO DA TERRITORIALIDADE, ido ¢ um coneeito dado pelos penalistas 0 que scia territorio nacional. territdrio portugu: formas de direito internacional Resulta das mormas de direito constitucional v tambem d publica 0 territono ¢ 0 espago juridico onde um Estado exerce a sua autoridade. definindo o8 limites dda sua soberania perante o8 outros Estados Segundo o artigo § da Consttuigdo Politica Portuguesa de 1976, Portugal ¢ constituido pelo terntori hstorica definide no Continente Europeu. os Arquipélagos da Madeira e dos Acores © 0 terntorio ds Slacau sob Admunstragdo Portuguesa” A constitugdo de 1997 refere'~ “Portugal abrange © territéno historicamente definido no te uropeu ¢ os arquipelagos dos Agorcs « da Madeira contin 0 ‘ernténia & constituido pelo expago terresire, hidrico ¢ aéreo, tendo sido definido 0 espago Inidrico portugués pela Lei n °- 33/77 onde se fixou o limite de doze mulhas para as aguas terrtorais ortugucsns De acordo com o artiyo 2° daquela Let fisaete ein 200 mulhas a zona economies exclusia correspondente a denominada "plataforma continental” Nesta area o Estado Portugucs tem poderes sobre a zon economia exelusita, como sejam o direito de proibiglo de pesca, poderes rclitnor a exploragio dos recursos naturas, nieto ambiente, instalagdcsartificias e investigagdo cuctiiea snbemos que as embaixadas portuguesas, mesmo que situadas no esteangeiro, sto ‘acional. sabemos que territdrio nacional nfo se restringe apenss a territoriais. lagos. portos, Ass considerndas territér Portugal continental, mas abrange também as ilhas vas Agus canais, riot, etc Apiicagie da Lol Ps Portanto. se um chinds, um francs e um alemAo se envolverem numa rita no Intendente. a tei penal portuguesa ¢ competente ==> aplica-se & lei penal portuguesn porque o facto foi cometido em territ6rio portugues ant’ 4 do CP - Aplicacto no expago: principio geral io, a lei penal portuguesa ¢ in qual for # nacionalidade do E isto precisamente que expres "Salvo tratado ou convenc4o internacional em contri uplicavel' a) A factos praticndos em territério portugues, 1 gente" penal portuguesa € aplicavel a factos praticndos em territorio portugués, sejn qual for a nacionalidade do ngent | E o artigo 4.° do Cédigo Penal que gatabelese o principio geval da tervtarinldade "® lei | A alinen b) deste artigo 4.° estabelece um conceito mais amplo de territério nele brangendo 0s (actos cometidos a bordo de navios ou de neronaves portuguesa. Argo 7 Apliengto no espaco: principio geral - PRINCIPIO DA TERRITORIALIDADE Salvo tratado ou comvengie intertacional em contrvio. a lei penal ponuyuesa 6 plicada a factor praticados 4) Ent temério porruguds, seja qual for a nacioualidnde do agente: ou Dd A bordo de mvios ou ucronaves portugucses. - PRINCIPIO DO PAVILHAO OU DA BANDEIRA APLICACAO DA LEI PENAL NO ESPACO (ART.'S 4°, 5° E6.*) ‘A NORMA. 0 QUE DEVE SER REGRA GERAL, 0 NORMAL E QUE CADA ESTADO PUNA AS INFRACCOES QUE SE PASSAM NO SEU ESTADO, ATE A EPIGRAFE DO ART.” 4." NOS REFERE PRINCIPIO GERAL. ‘A CRIMES COMETIDOS NO NOSSO PAIS DEVERA SER APLICADO 0 DT." PORTUGUES. E, TODAVIA, POSSIVEL ESTABELECER UMA CONVENCAO PARA NOS NAO JULGARMOS FRANCESES NO NOSSO PAIS, NEM ELES JULGAREM PORTUGUESES EM FRANCA, DAI © SALVO TRATADO OU CONVENCAO EM CONTRARIO QUE PODERA SER ESTABELECIDO. Ao finar as regras de aplicacto da lei no espaso. este art” 4”. bem como o art" $° ressalvam o4 tratadot ou convengbes internacionais em contririo, ou sa, lei penal portuguesa éninds aplicada a quaisquer actos cometidos fora do territdrio nacional que o Estado portugues 4 tenha obrigado a julgar por tratado ou cont eng4o internacional. deisard de ser apicavel quando, pelos mesmos miei, 0 Estado portugués tenha aceite a aplicagdo ds uma outea lei penal % Comenedo Europela para u Repremsdo do Terrorismo, uprovnda pela Ler a.* 19/8. de 1BAGO, Pomtgal assinou as seguimtes conv engdes, com relevdncia nesta atria a) Convene Europela ‘a Vigincia de Pessoux Condendas ou Libertailan Condicionalmente (23JAN1979), que tein por objective orgnnizar win sistema de cooperagte tnfcmacionl sseeptivel de permut, no tertério de win Estado signatirio. a execugte das medidas condicionavs(libemigae aniccrpidn ov medidas aniloyas), concomitamtes ou posteriores Ax condenngées penais promuineiadas su oulre Estado pare. Esin comengio tein por objecto a orgnnizagto de wna enienyuda internacional que faclite 0 prevengio da reincidéncia ntrvés da promogto. alein fronteeas, de inéiodos de iraiainenta vndinidual © de reclasifleagio social que &im dado ns stax provas no Sinbio nacional 'b) Convengdo sobre o Valor Internacional das Sentencas Criminals (IOMAI1979), que se botcin na coneepede fundamental da assinilgo de wina sentenga estrangeir 9 win sentenga proferida pelos Tribunais interns respeiante a résaapectos, execu dt tomada em considerngdo. para sentenga, 0 efeu ve bis idem € 1 cerog efits, das semengas estrangsiras. ‘on his Tem «winyricm pode ser julgido mnis do que wna vez pela prica do meso crime ©) Convengo Europela sobre a Trunumissdo de Pracessos Criminals (1MANII79). que nasceu di ‘necessidide de regular contiios positivos de competéncia entre os Estados insmibros do Conselho da Europ ‘que podeim surgir por varios motivo8 Convengilo de Auvilio Judicidelo Matuo em Matéria Penul e rexpectiva Prococolo Adicionat (WOMALL979 e I7AGO1980), on el no Hapace ‘Aplicagto da bel €) Comvencio para a Trunafertncia de Pesioan Condenuday (193), A ALINEA B) QUER DIZER QUE QUALQUER CRIME COMETIDO EM AERONAVE OU NAVIO COM BANDEIRA PORTUGUESA, SEJA ONDE FOR, MESMO NO ALTO MAR, OU EM PLENO ESPACO AEREO O JULGAMENTO DECORRERA EM TERRITORIO NACIONAL. POR ESTAREM SOBRE O TAL PAVILHAO OU BANDEIRA PORTUGUESA. A MENOS QUE HAJA TRATADO OU CONVENCAO EM CONTRARIO. NESTE ART." CONSAGRA-SE O PRINCIPIO-REGRA £ BASILAR, QUE & 0 DA TERRITORIALIDADE, ‘A LEI PENAL PORTUGUESA APLICA-SE, ANTES DE MAIS, A TODAS AS INFRACCOES, COMETIDAS NO TERRITORIO PORTUGUES, OU SEJA DENTRO DOS LIMITES DAS SUAS FRONTEIRAS, INCLUINDO PORTANTO A TERRA FIRME, ILHAS. RIOS. LAGOS, CANAIS, PORTOS EMAR TERRITORIAL, OS NAVIOS £ AS AERONAVES PORTUGUESAS CONSIDERAM-SE EXTENSAO DO ‘TERRITORIO NACIONAL, PELO QUE 0 COMANDO FORMULADO E AINDA AFLORAMENTO DO PRINCIPIO DA TERRITORIALIDADE. Ente principio da territorialidade ¢ depois complementado pclo PRINCIPIO DO PAVILHAO ou da BANDEIRA pelo qual. independentemente do espaco néreo ou das aguas. a lei Penal portuguesa também se aplica a factos praticados no interior de navios com pavilhto Portugués, ou a bordo de neronaves registadas em Portugal E efectivamente um complemento do principio da territorialidade ste principio do pavilho ou da bandeira. que vem oxpresso na alinea b) do mesimo art" 4" "Salvo tratado ou convencho internacional em contrério, # lei p aplicAvel: b) A factos praticados a bordo de navios ou xeronaves portuguese al por Tudo isto “salvo tratndo ou convencho internacional em contrério", porque se Portugal tivesse subscrito e aderido a uma convencAo internacional que, por eXemplo em matérin do crime Xoou Y. atribua competéncia para os fnctos serem julgados pela lel Belga, Japoness, Francesa ow Inglesa, cinto o tratndo ou convencAo prevalece(m) sobre esta norma do art.” 4”, que ¢ uma norma geral, Asonvencio ou tratado aparece como uma norma sxpscial aus prevalece sobre a norma xecal. 0 46 conexdes geogrAfleas que 0 lugislador utiliza para tomar aplicacl a lei nalmente > Mas nto penal portuguesa, para que a let penal portuguesa seja competente para julyar factos felovantos 0 legistador utiliza também a conexto dos valores ou dos interetses lesados ou amencados de testo com as actividades criminosas, 0 valor dos interesses postos em causa pela priticn do crime, E iso evidencin-se em sede de dois principios. que sto @ o principio da tutela ou da protecsAo dos interestes nacionais. 0 principio da universalidade, também denominado de principio de nplicagto univertal. Estes prineipios cém cont Dizo Art.” 5. - Factos praticados fora do territério portugues "1, Salvo tratado ou convencfo internacional em contrério, a lei penal portuguers ¢ ‘ainda aplicdvel a fnctos praticados fora do territdrio nacional: n) quando constituam os crimes Drevistos nos artigos 221.°, 262." 0271." 308," a 321.", 328." a 48.." Rodaegio dada pelo Ant 10° da Lei $2/2003, 22AG0 Osrt's 300-"e 301 "do CP foram rerogados pelo Art” II." da Let $3 crimes que o Estado Portugués entende ferirem a sensibilidade juridica nacional - crimes que Quando se trate dos crimes expressamente consagrados na, alinen a) don.” 1 do arte §," = Oem em causa valores ow interestes fundamentais do Estado Portugués DOS INTERESSES NACIONAIS - TAMBEM CONHECIDO COMO PRINCIPIO REALISTA 2 princinia realista considera que o Estado nko pode deixar de acautelar e defender os Principios © fundamentos da sua prépria soberania, penalizando e perseguindo todas as condutas ou oF actos que ofendem directa ou indirectamente a prépria estrutura do Estado, (crinmes de atentado contra a ssguranga do Estado, flsficagto de moeda ¢ttulos equiparados) Dado 0 tipo de interesse em que o Estado ¢ ofendido considera-se ser indiferente o local onde os crimes ao cometidos (artigo $.°, n° 1, alinea a) do Cédigo Penal) | © Ca temos a expressdo do PRINCIPIO DA TUTELA ou PRINCIPIO DE PROTECCAO Quanto d linen b) do art "I, Salvo tratado ou convenglo internacional em contrrio, a lei penal portuguesn & ainda aplicivel a factos praticados fora do territério nacional: b) quando constituam os crimes previstos , 160.% 169.7, 172.4 173., 1762 236. 8 238." no n 1, do art 239." ¢ fo art,” 2 "eno posta ser extraditado ™" jente seja enconteado em Portug igo objectiva de punibilidnde, " Pressupde ques evimidigto ten sido pedida mat nto poss ser concedia, @ Consagra-se aqui o PRINCIPIO DA UNIVERSALIDADE ou PRINCIPIO DA APLICACAO UNIVERSAL. ‘Sto de alguma forma crimes que todos o4 Estados t8m interesse em punie.E. de um modo eral. independentemente do lugar onde sto praticados. independentements da nacionalidede dos seus nutores, sho crimes que reclamam ume punicho universal ¢ dai que as ordens Juridicas se ‘eclamem competentes para fazer aplicar a sua lei penal a etsce factos descritos na alinca b) dan” doar §" do CP Um afloramento do principio da universalidade ou da aplicagho universal ¢ cypresso no 2 do art.® 8." quando te diz 4 “A lel penal portugu que o Estado Portuguds se tiver obrigado n julgar por tratado ou por convencho internacional ” | 2-orincipio da universalidade determina ques tei portuguesa deve aplicar-se x fnctos ¢ ainda aplictvel a factos cometidos fora do territério nacional cometidos no estrangeiro, por se entender que todos os Estados tém o direito de punir crimes ue pdem em causa a extrutura ¢ o fundamento da propria comunidade internacionel, ‘Trataese de crimes contra» propria humanidade e violndores da dignidade da pessoa ‘humans. (crimes de genocidio. cnmes de escrasidfo, rapto, recramento de mereendtios (artigo & © n° |, alinea b) do Cédigo Penal). ~ Para alm de conexdes geograficas (art” 4"), de conexdes dos interesses ou valores em o lewsladorescolte anda una outra conendo para determinaraplcdvel ali penal pougacen {que 6 um conexto peston Esta conexso pessoal tem expresso legal nas alinens hed) do art," 5." do CP. Da alinen ¢) relira-te © BRINCIPIO DA NACIONALIDADE, também dito PRINCIPIO DA PERSONALIDADE, ACTIVA E PASSIVA, oO is Uizsnos basicamente que a lei penal portuguesa se aplica a factos praticndos no estrangeiro por portugueses. . DP Apllangde du Lel Penal no apace : Assim, Anténio,cidadto portuguds, vai a Espana de ériase zange-se com um espanhol, A dandosine um murro.e um pontape neste caso Antonio comete um crime de ofensas A integridade fisicn simples. Serh que a lei penal portuguesa ¢ competente para conhecer esta infraccho ¢ para a julgar? E, de harmonia com o principio da nacionalidade acti aplica-se a factos praticados no estrangeiro, que sejam cometidos por cidadios Portugueses). > 9 lei penal aportuguess ionais (por 1 comevc® Missin. asinaidne ania ioe qu ei peal portuguese alien a fats cometidos no estrnngeiro contra portugueses. Ponanto: ‘Activa “=> quando os autores sejam portugueses ‘pausiva ==> quando as vitimas sejam portugueses Qual ¢ a razto de ser da lei penal portuguesa ser competente © av aplicar. no ambito do principio dx nacionalidade activa, a {actor praticados no estrangeiro cometidos por portugueses” = En primciro lugar. podemos entender que o Estado Portuguds tem efvetivan cons tego ¢ a protunsto de que o$ seus cidaddos. mesmo no estrangeiro, continuen a obedecer as leis ‘nacionai + Por outro lado repare+se que a lei de que o agents, 0 autor da infracgdo, < efectiramente cidadto, a let do Estado que cle ¢ subdito.¢ a let que els em principio melhor conhece. E e1 dente que © portuguét que di a bofetada ao espanhol em principio conhece melhor a let portuguesa do que a lt espanhola, + Por outro lado amnda. o Estado Portugués sente-se de alguma forma atingido na sua reputagio ‘quando um subdito seu, quando um cidado portugues comete um crime no estrangeiro + Finalmente, a aplicagdo da lei penal portuguesa a factor praticadon 10 siibditos ou cidaddos nacionaia é a garantia da nfo evtradigdo desses mesmos nacionais fangeiro por ‘Quanto a justificagdo do principio da nacionalidade pastiva ou da personalidade passiva, ou seja. de que a lei penal portuguesa se aplica a factos praticados fora do territério nacional quando a centende-te que aqui o Estado portugues adopta uma certa solidnriedade com os interestes ou valores lesadot conte O prinefpio da nacionalidade activa e passiva vem expresto no art.” 8." do CP. onde se diz que . Salvo tratado ou convencto internacional em contrério, a lei penal portuguess & ainda aplicivel a factos praticados fora do territério nacional: ¢) por portugueses "" ou por estrangeiros contra portugueser , sempre que se verifiquem cumulativamente certes ‘condicdes ——— Principio da nncionaidnde activa "Principio di nacionalidade passiv CONDICAO agentes sejam encontrados em Portugal E uma condigHo objectiva de punibilidade. déntica 4 precentuada na alineab) Esta condigdo justficate porque fazer aplicar « lel penal portuguesa cometem factoa penalmente relevantes no estrangeiro = pode aio ter relevAnc individuo nto for encontrado em Portugal, OP - Aplicagse da Lal Penat no tepago E cuidemte que dizer que a lei penal portuguesa ¢ competente para conhecer ¢ julgar 0 ‘Antonio que em Espanha deu uma bofetada xo Manolo. de nada serviria seo Amonio ngo pudesse ser julgado em Portugal, Logo, ¢ condigAo necessarin a sua presenca no territdrio nacional, Mas a necessidade da pretenca do agente ou autor da infracclo em territério nacional - {que ¢ uma condigdo objecti.a de punibilidade - nfo depende da vontade do autor da infracgAo Isto , basta que o agente se encontre em Portugal. independentemente de esse facto ser de sua livre vontade Suponhamos que Antonio em Espanta esbofetcou o Manolo ¢ em seguida resolve fugir para ft Tailindia. spanhando para sso um avido cm Madnd Mas a bordo do avido encontra-se um terrorista que des\ a 0 avo para o aeroporto de Lisboa, obrigando os passageiros a sait do av So, E Antonio, que nto queria nada estar em Portugal, mas sim oa TailAndin, acaba por se ver em Portugal independentemente da sua vontade. 2. CONDICAO. ‘Que of factos criminosos 'sejam também puniveis pela legisingto do lugar em que foram praticados, salvo quando nesse lugar nko te exerca poder punitive — Exemplo wa Aniircida, ‘ow passive ¢ a de que 08 factos praticados no estrangeiro xejam também considerados crime no estrangeiro, no local onde eles foram praticados, m cm Espanha ninguém duvida que sc exerce 0 poder punitivo: © ningudm em principio du ida que as ofensas corporais sho criminalmente sancionadas, = tambem se Pedro, cidaddo nacional. mata Jean Plerre, em Franca, também o homicidio em Franca considerado crime. = imas se por hipotese Maria, gravida, vai praticar um sborto ou uma interrupcho Voluntaria da gravides a um pri ta actuagho no constitui crime (por exemplo na Holanda). entlo falta esta segunda con aplicabilidade da lei penal portuguesa ¢ Marin ‘nfo pode ser julgada pela lei nacional por esse facto, Porgué” Porque na Holanda exerce-se 0 poder punitivo mas o facto por eln praticado - 9 interrupclo dotosn da gravider - nfo constit 3. CONDICAO. 1 Que “constiuam crime que admie extradigtoe esta nfo pose ser concedida”. | ‘A segunda condicto no Ambito do principio da nacionalidade ou da personalidade activa Por forga do preceituado no art 33 da CRP. por esta factualidade criminal. ao se admite x ‘extrndigho de cidadRos nacionais. Assim. se um Estado estrangeiro pedir a0 Estado porwyuds que the entreyue 0 cidadfo nacional Anténio para que ele responda eriminalmente no estrangeiro (sia julgado no estrangeiro) por um crime que cometeu. ou para que cumpra pena no pais estrangeiro. © Estado portugués nto concede a extradigo ==> Antonio ¢ ui eidadao nacional CRP Antigo 1 Expulsto, evtridigito editento de asito oO 1+ A extradiglo de cidadon portugueses do ternitério nacional $6 ¢ admitida. em condigdes: de reciprocidnde estnbelecidas em conveng#o intermacionnl. os cayos de terrorisme ¢ de crininnlidade Internacional organuzida, ¢ desde que a orden juridica do Estado requisitame consagre garantin de wm processo iusto ¢ equitativo 4 - $6 adiitida a extradigo por crimes a que corresponds, segundo o direito do Esindo requsitante, ‘pena ou medida de seguranga pr atv a ou restrtiva da liberdhde com caricter perpeuo ou de durayo sndefinida, cm condigdes de reciprocidade estabelecidas cm comengfo internacional € desde que © Estado requisite oferega garam de que il pena ou medida de seguranga io seri aplicada ou evecutad, 4-0 disposto nos nuneros anteriores mito prejudicn a aplizagte das normas de cooperacto judicitria penal estabelecidas no Amibito da Unido Europeia ‘ OF - Aplicagso da Lei Pens! no space ‘qualquer inulo, por mou as politicos ou por crnes a 6 - Nao ¢ adinitida a extradiglo. nem a entrega lame, pena de more ou ours de que seule lesho tae corresponds. segundo o dire’ do. Estado req lnreversivel dv imtegridide fsicn 7A extmdigito x6 pode ser detemminadn por wuiordude judicial oO Invertamos a situagho: © Manolo ¢ que esbofeteia o Antonio, em Expanha. Facto peaticndo no estrangelro, vitima portuguesa (principio da nacionalidade passive), file obstate. o Manolo vem a Portugal para passar (ering no Algarve « ainda se vom gabor do que fez 20 Antonio {raginemos agora que em Espanha, para os crimes de ofensas corpornit, exstia pena de Frogs Seeestade espanhol pedia a0 Estado portugués que the eniregasss 0 Manolo pars cle sey Julgado pelos ofensas corporais que tinha eometido Tambem esta consttucionalmente expresso no art 33° da CRP que nko & admitida cxrradicto quando ao crime que fundamenta 0 pedido de extradicto correaponda a pen de morte ewe Logo. em principio ¢ um crime que de alguma forma. como crime que ¢, podia e\ entua admits eatadigdo Mas ela ko pode ser concedida, por causa deste motive de homantdnds ‘consagrado constitucionalmente, © Ainda um afloramento do principio da nacionalidade ou da personalidade se encontra ‘expresso ne alines d) do art.* 8 do CP: icant (ratade ou convengdo internacional em contrério, a lei penal portuguesa ¢ ningh ablichvel a factor praticados fora do teritério nacional: d) contrn portuguese, nor Pocentuesey due vivam habicualmente em Portugal ao tempo da sua priticn e ele sejam ‘encontrados."""! E nele sini encontrador” & coudigto object. n de punibilidads Suufiea pois que a lei penal portuguesa também se aplica a factor pratcados por pecauacaes contra portugueses desde que clct sejam pratiendos no estrangeira’ partugucces que no tempo da praticn do fneto habitem em Portugs | fivagineios que Maria estava gravida e ela ¢ 0 seu médico particular deslocam-1e a um | Pals onde a interrupcdo voluntaria da gravidez nAo ¢ crime; ¢ al se far abort Orn, » Maria ¢ 0 seu médico residem habitualmente em Portugal: 6 vio [A fora para nko foram Punidos. Portanto, sto crimes peaticados no estrangeiro, por portuguetes, conten portuguese. O,netmo 4 pases nos casos de bigamia, Por exemplo, uma peston que extavalgada por ratriménio a outra e ako 4e podin divorciar; ¢ entho in a um determinado pais divorclanse ¢ ‘contraia novo casament Temos nqui um caso de crime de bigamia, como intuito de defraudar a lel, | ‘S6 que 1 lei penal portuguesa também ¢ nplicdvel a estes ca A Dra Cristina B. Pinto entends todavia que ndo se pode aplcar esta alinea d) ao caso da daar gfe feside habvualmente em Portugal e sai abortar a um pais onde o abono nko ¢ crime por cduas ordens de razto: YW oartigo diz “a factos cometidos no esteangeiro” Realmente (A). grasida, vai a Holanda ¢ ai pratica a interrupgdo voluntéria da gravidez ==> um facto praticado no estrangeiro. OP - Aplicage da Lel Penal ne fepage por portugueses Nao ba din idan huma que ela ¢ portuguesa. ‘contra portugueses’ O que ¢ 9 eto” Por forga da lei da nactonalidade, o feto no tam nacionalidade, Nos cniténos ue estabelecem a nacionalidade ndo esta pres isto 0 feta. 1 B Considera-te que portuguetes so os portuguescs ja nascidos, 14 com personalidade lwriica, ou abrangera também os nascituros e os concepturos (isto sein embargo. de haser quer entenda que ja existe personalidade juridica antes do nascimentoy? Se este crterio ¢ extraordinariamente accitavel para efeitos de dirsito civ. para efsitos de ‘irito penal sea fazer uma interpretagdo muito exteniva eaté mesmo una analog E como a norma aqui de contetido ow cardcter incriminatério, a analogia etth vedada pelo n."3.do art. 1." do CP. 0 pretende que a lei penal portuguesa deva ser Aplicada aos nacionais portuguetes qualquer que seja o lugar em que ot portugueses hajam cometido crime O antigo 5.°, n° 1, alineas c) ed), contém afloramentos do principio da nacionalidade O principio da nacionalidade presenta duns facetas:- cm felagto aos crimes cometidos por portuguetes contra portugueses ow por cstrangeiros contra portugueses, desde que se trate de portugueses i | exige-se, cumulativamente, a verificagdo das seyuintes condigdes | = 08 portugueses que cometeram os crimes no estrangeiro ¢ ai residem habitualmente, terfo de encontrar-se em Portugal; 21 £2 fastos cometidos pelos portugueses, residentes habitualmente no estrangeio, terlo que ser considerados crimes tanto 4 face da lei portuguesa, como a face de leh estrangeira do local onde foram cometidos, ‘Assim, se um portugués passar um cheque sem provisto na Aftica do Sul ¢ for lesado com tal passagem um cidadio portugués, o portugués em causa, que reside habitualmente no Saeangeiro, nlo poderd vir «ser julgado em Portugal, uma vez que esta conduta, (a passayern de cheques sem provisdo), nao ¢ punida como tal e como crime auténomo na Africa do Sul Situagto diverse podert sera de um portuguds que comete um crime no estrangeiro € que ¢ encontrado e julgado em Portugal, se o crime em questdo for punido de uma forme mais benévola pela le estrangeira. Ha entho que averiguar, se, no caso concreto, ali esrnngeira ¢ Gait fvorivel ¢ sera entho esta a que devera ser aplicada pelos tibunais porugueses (artigo 6°. 2 do Codigo Penal) Se se tratar de crimes cometidos no estrangelro por estrangelros contra Portugueses, a aplicagdo da lei penal ja pressupde a verficagdo de trés condigdes, a saber | * - 08 agentes estrangeiros serem encontrados em Portugal, 2" 08 actos praticados serem considerados crimes tanto no estrangeiro como em Portugal, 3" oagente estrangeiro nto possa ser extraditado ‘ OF - Aplicagto de Lol Penal no Bapece A fet portuguesa permite a extradigdo de estrangeiros para serem julgados no pais de eam, mas No permite a extradi¢4o de nacionais portugueses (Decreto-i.ei n? 437/78 de 16 de Agosto) Fora destes principios ha que acentuar, como regra fundamental na actuagto do Estado Fortuuuds na perseguigdo e punicdo dos crimes, que o Estado renuncia 4 sua nctuagho neste amin. sempre que existam tratados ou convengdes internacionais, que estabeleeam de Forma diversa 0 modo de actuagdo do Estado Portugués E disso um exemplo tipico a rendncia do Estado & perseguicho dos crimes Sorpetides por representantes de paises acreditados em Portugal, como seit o caso dec embaivadas, dada a existéncia da Convencdo de Viena, que regula tal materia ‘Argo 3" Focios pricados fora do tetone portugues Ince tango ov comengo intemacional em contin, a lt penal portgucts & ainda aplehel n facios cometios fra do terténo naonal, 2 Quonde (B) em Espana (A) foge pare Portugal antes de ser julgado em Expanha, ‘qui a lei penal portuguesa, e nomeadamente os art."s 131. (A) sresseeee MAUR swoneees> (B) em Enpanha (A) € julgado pelos tribunais expanhdis que o condenam numa pena de 8 anos de pristo. st,, tem competéncia Duns hipdteses se levantam aqui 8) Depois do julgamento, (A) foge, aubtraindo-se totalmente ao cumprimento da pena € vem para Portugal. b) (A) cumpre 4 anos de pena e no fim deste tempo evade-te da cadeia e vem para Portugal. Nestas situacdes, a let penal portugues 4 competente. 10 ou limite que é o seguinte ¢ que resulta do disposto no 2 Existe ainda uma outea rest do art" 62: “Embora sejn aplicdvel a lei portuguesa, nos termos do niimero anterior, o facto seré julgado segundo # lei do pris em que f0i praticado sempre que esta seja concretamente mais favordvel 40 agente. A pena aplicavel seré convertida naquela que the corresponder no sistema portugués, ou, nto havendo correspondéncia directa, naquela que a lei portuguesa prevé para 0 facto." Relativamente a factos praticndos no estrangeiro, em que por forga das regras evpostas no art" 5° do CP n lei penal portuguesa for competente, entdo o juiz deve ter em conta e deve julgar segundo a lei estrangeira, a Ici do lugar da pratica do facto, scmpre que a tel estrangeirn for concretamente mais favordvel no agente, com n ceasalva de estar em causa o principio da proteccAo dos interesses nacionais expresso na alinen a) do art.’ .° do CP Esta ressatva vem expressa no 1." 3 do art.” ‘O regime do numero anterior nfo se aplica aos crimes previstos na alinen a) don." 1 do 0 5." Se a lei penal portuguesa, é. em princinia aplicAvel aos crimes cometidos no extrangeiro nos termos anteriormente descritos, hA que Cer em conta ns restrig6es a essa aplicabilidade, dado o dispotto no artigo 6.° do Cédigo Penal, De acordo com ot principios ai definidos asi penal oortueuese ounce se aplicars nos es cometidos no estrangeivo quer por portugueres, quer por estrangeiros, desde que 9 i is que the tina sido impoxta, Nfo tendo havido julgamento ou cumprimento total da pena, os crimes cometidos no estrangeiro poderto ser aprecindos em Portugal © u¢rd aplicivel a pena mais {avortvel revista ALLO crime. (2 pena do pais onde o erume for comettdo ou a pena prevista pela lor portuguesa) © Estado Portugués, porém nfo abdica da aplicacko da pena prevista na sun lei penal, em relagho aos crimes que se enquadram no prineipio realista (ateniados contra a seguranga do Estado, falsfcagto de mocda. ec) ‘Amtigo 6” Reuincdes a apicacto da lei poruiguesa 1+ A aplicaglo dt lei portuguesa a actos praticados fora do territéno nacional a9 tem lugar quando 0 gente no ter sido julgndo no pais da pratica do facto on se house subtnido ao cumprimenta iol ou parcial «di condenasto 2 Embora sejo aplicvel lei portuguesa, nos trios do nisnero anterior. 0 facto ¢ yulyndo segundo a sm que liver sido priticado sempre que esta sejn conereiamente mas favorinel 0 ayente. A penn ivertida nquela que Ihe comresponder vo sistema portugues ou. no hvendo correspondéncia directa. quel que a let portuguesa prever para o fico. +0 regime do numero anterior nfo se uplicn os crimes pretistos na alinen a) oN 1 do ye se PROTECCAO DOS INTERESSES NACIONAIS -

You might also like