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‘Saude ee Original Possiveis les6es musculares e ou articulares causadas por sobrecarga na pratica da musculacao Muscular and or articulations injuries caused by the ‘overweight in boby building Ocimar José Oliva Professor de Educacdo Fisica da Rede Estadual de Encino Antonia Dalla Pria Bankoff Chee do Laborato e Eletromiografa €Bromecica da Postura - Unico Carlos Aparecido Zamai "Mestrando na Area de Crcias do Esporte Faculdade de Educaclo Fisica da Unicamp RESUMO fies academias de musculacaaécomum encontarmos problemas civsosrelaonats& lees deere muscular elo aricl Sendo ass, abordamos ds lesbescausadas pelo uso de sbrecarga nos aparehes de musclaco, Dest fra, ocbjetiv desta pesqia &levantaro problema que tinge os de musculago © que, 2 vere, lev-os 3 desstncla da prt. O estuto fo elizado em academia de musculag, onde fl vefedo ur ina adequada para um Lom desenvolvimento da modakdade e a presen de profisionas de Educago Fisica para ministar as aus Das 55 entre 40 foram com homens e 15 mulheres perencetes a uma faa eta que varcuenve 24. 43 anos de Wade e com un tempo ce peta da refrsa no nfsor 6 meses A maior procra pel prétia da musclaco fo plo period da noite e pela eqléncia de 3 trinos semanas endo como objet, 6s S00 condconament fsa seguido pla estca corporal Do conjunto de dados aralsados percebemas que mals da metade dos enrevistatos ‘efstaranalgum tipo de leo em decoréncia unicamente do treinamento de musculacéo somando um total de 46 lestes,sendo que 2 enteitacos at 3esbes cal e outs 2reatram 4 ess cada, O maior acometimento fl no ombro (2%), .equido pla colunalombr emscls dosassperires Josho ecotoel (11%), miscls petorais (7%) tam lesbes na colua cervical no pun, os miscuos da panna nos mos abdominals 00s dutres de quai ens misclos do dtd Fo verticado ainda, que a metade dos praticantsé reno erin algun pode dor que ros dees, Fam 2 einadorsbrea dor pio em alguns cass eles no tera seu velnamento alterado mesmo aps o teinado er sido comunicad sobre 0 Em elagéo os lsbes sods 36% dos paticates lsionadostveram que abandonar os enamentes em vce deals lesbes, senda que o tempo de aio ene uma semana avis meses Dessespratcantes lesionados 22% vam que fazer atanento para se reaper Fo anda questioned de musculaousavem algun tpodesupemento almentar pare meherar sua performance na madalidadeecbteve-s como respostaafmatia ‘U@erando 0 grupo dos suplementes mais utlizados esto os aminscidos saquido pas vitaminasecarbocratas. Palavras Chave: Lesbes, Muscuacio. ABSTRACT ln od Buiting Acadeies, it very common to find people with many problems of muscular andatculations injuries This way we approach the injuries bythe overweight onthe equipment. The aim ofthis research srasing the problems that affect the practioner and that several imes make thm give Jpecticng. The research was done in Body Building Academies where there was a ood orgaization for good development of exerses and follow up of ication teachers, From the 55 interviews that were done, 40 with man and 15 with women between 24 and 43 yers old who had no less than 6 of practice. The reat majority of people wanted to practice body buldng at right with 3 training periods a week. In most of the cases people aimed conditioning andbod shaping From the analyzed data it wes relied that 55% of the interviewed people elated some kind of injuries caused ony by baling pectic shaving a otal of 4 injuries, thats Zintervewed people had up to 3 injures each, and 2 other people related juries each, The major was on the shoulder (28%), spine and superior dorsal musdes (7%) and cenvcl spine, wis cal abdominal and thigh muscle nurs to. Half ofthe ready pracice when feeling some kindof pain and many of them dt tlhe coach about this and, even wore, in some cases they cdn'thave "esr period changed even after the cach was fold about the event In relation to the injures suffered, 36% ofthe inured pracitoners had to gut the sve 10 Sich injuries. They stayed away rom the talhng in 2 period that varied between a week and several months. From te ijuedprcitione's 22% {Best 000n a treatment in order to recover. t was also asd ifthe practoners used some knd of supplementary foodto increase thet perfomance and the "See nas postive for 42%. The most used supplementary fod are the aminoacids, followed bythe vitamins an the carbohydrates Key Words: Injuries, Body building Volume 3 + Namero 3 + 1998, de Atividade Fisica & Satie INTRODUGAO Nas academias de musculagdo, € comum encontrarmos problemas diversos relacionados A lesdes de ordem muscular ¢/ou articular. Sen- do assim, este trabalho pretende abordar a ques- to das lesGes causadas pelo uso de sobrecarga nos aparelhos de musculacao e levantar o pro- blema que atinge os praticantes de musculagio, € que, as vezes, leva-os A desisténcia da pritica Deste modo, uma vez que o interesse pela pritica da musculagao vem aumentando ¢ em conseqiiéncia 0 niimero de academias, os arti- Bos que tratam de lesdes em academias de musculagao, em geral, ndo foram publicados a partir do ponto de vista dos estudiosos da érea de Educagio Fisica. Sendo assim, o estudo da lesdo muscular e/ou articular poder, de certo modo, subsidiar o trabalho dos profissionais da Grea de Educacao Fisica, a fim de que seja pos- sivel diminuir sendo extinguir 0 ntimero de alu- os que passam por este tipo de lesces. Embora, a prética da musculacdo seja um habito comum, devemos estar alerto que a mai- oria dos movimentos corporais aumenta a so- brecarga na coluna lombar desde o caminhar len- to (Carpozzo, 1984), até a producdo de grandes cargas durante exercicios fisicos (Andersson, Ortegren & Nachemson, 1976, 1977; Schultz et al, 1982; Hall, 1985; Schipplein et al. 1990) A intengdo desta pesquisa € portanto con- tribuir, bem como, se possfvel, alertar tanto os profissionais da drea de Educagio Fisica, como 08 profissionais que estejam ligados ao trabalho de musculagao em academias, para atitudes pre- ventivas, como por exemplo o uso adequado de equipamentos, a postura correta, etc., a fim de que os riscos de lesdes sejam erradicados. MATERIAL E METODO MATERIAL 0 protocolo de consentimento foi elabora- do coma perspectiva de avaliar possiveis lesdes com origem na pritica de musculagio e diag- nosticar a pretensao do aluno em relacdo a prati- ca desta determinada modalidade. 0 protocolo contém informagies pessoais referentes ao nome do entrevistado, idade, sexo, peso, altura, pressZo arterial, profissdo e se tem © habito de fumar, Em relagao a pretenso do aluno, as ques- tes stio dirigidas para o motivo que o levou a procurar a academia que atualmente treina e 0 motivo que o levou a pratica da muscul No que se refere & pritica da modalidade, as questdes relatam 0 tempo de pratica da ativi- dade, perfodo de treinamento, freqiiéncia sema- nal, critério usado para sobrecarga nos exercic 0s € 0 uso de suplemento alimentar. Nas quest6es que avalia possiveis lesdes na pratica unicamente da musculagao, as perguntas foram elaboradas visando colher informacées sobre dores resultantes da pritica da modalida- de em questo, local relacionado com as dores, se executou treinamento sentindo dores, se co- municou ao treinador as les6es, se ocorreu mu- dangas nos treinamentos antes e apés as lesGes, se houve abandono da pratica em virtude das lesdes e se recorren a tratamento em conseqiién- cia das lesdes. METODO Segundo Pédua (apud Carvalho, 1995), a pesquisa aqui realizada fundamenta-se a partir de uma metodologia que teve como base a en- trevista formal, valendo-se_portanto da ul fo do formulitio, Entende-se por entrevista formal a organiza- do de um roteiro de questdes cujas respostas atendam ao objetivo especifico de coletar dados para determinado assunto de pesquisa. No geral as respostas serio analisadas qualitativamente, mas se requer o minimo de padronizacdo para que se possa comparar as respostas dos entrevistados € entio extrair os subsidios para a pesquisa, Jo formulério é o nome geralmente usado para designar uma colecao de questdes que sio perguntadas © anotadas por um entrevistador, numa situagdo “face a face” com 0 entrevistado. A pesquisa foi realizada individualmente, em sala prépria, ou em local determinado pelo proprietério da academia, através da aplicagao Possiveislesdes musculares e ou articulares causadas por sobrecarga na pratica da musculacdo ‘de um questiondrio quantitativo, com perguntas fechadas, no qual o entrevistado tinha sempre a o de uma colocagao que poderia nao estar ssa em nenhuma das alternativas. SUJEITOS DA PESQUISA A pesquisa foi realizada buscando entrevis- praticantes de musculagio, em niimero total . que desenvolvem a atividade, com um po superior a 06 meses da referida prética, OS Os sexos, com atividade profissional ideterminada, com idade variando entre 24 a nos. (Tabela 1 e Figura 1) LOCAL cidade onde foi desenvolvida esta pes- possui 30 mil habitantes, sendo interior do ode So Paulo, e apenas 04 academias onde realizadas as entrevistas, foram denomi- de: academia 1, academia 2, academia3 e a4, sendo que na academia 1, foram re- & 22 entrevistas, na academia 2, 11 entre- Ma academia 3, 12 entrevistas e na acade- 10 entrevistas, totalizando 55 entrevistas 130 de indivfduos que em sua quase correspondiam as exigéncias especi- entrevista. (Tabela 2 Figura 2) ss as academias usadas para entrevistas infra estrutura adequada para se reali- om trabalho de musculagdo, tais como: exigéncia de exame médico, fichas individuais de treinamento, equipamentos proprios para 0 desenvolvimento da modalidade, ambiente bem iluminado, boa ventilagao, som ambiente e sala de espera, Todas tém em seu quadro de profissionais 0 professor de Educacao Fisica que ministra as aulas de musculagao, A academia 1 conta ainda com médico e diretor esportivo, a academia 2 com nutricionista e fisioterapeuta e a academia 4 com médico, fisioterapeuta e nutricionista, J4 a academia 3 nao possui o acompanhamento de especialistas como os existentes nas demais. A academia 1, se diferencia das outras, em virtude de estar instalada dentro de uma Associ- ago Esportiva que nao tem fins luerativos. Uma Tabela 1 - Numero de pessoas por Re eel IDADEEM CATEGORIA 24.27 28.30 31433 34.35 36 a39 40 a42 43 a45 ‘Total N° DE PESSOAS. VoLALCTS we a Volume 3 + Numero 3 + 1998 ‘vez que ela € de uso exclusivo dos associados, que realizam o pagamento de uma pequena taxa digria, € possivel constatar um maior néimero de raticantes em relago &s outras academias, Esta academia caracteriza-se ainda como sendo a que proporcionou um nimero maior de entrevistas. RESULTADOS E DISCUSSAO Em relagao a idade dos entrevistados, nota- ‘mos que o interesse pela prética da musculagao vem diminuindo a medida em que vai avancai do aidade, caindo de 19 praticantes na categor dos 24 aos 27 anos, para 2 praticantes na catego- tia dos 42 aos 45 anos. Ressalta-se que a entre- vista foi proposta apenas para praticantes de musculagdo com idade entre 24 a 45 anos de ida- de, (Tabela 1 e Figura 1) O nimero de entrevistados foi maior na aca- demia 1, em virtude do maior niimero de prati- cantes de musculago em relagao as outras aca~ demias. A mesma pertence a uma Associagio Esportiva sem fins lucrativos e é freqiientada somente por associados que pagam uma peque- na taxa por aula (Tabela 2 e Figura 2). Os praticantes de musculagao entrevistados sfo.em niimero maior do sexo masculino em vi tude de ser um esporte ainda “rotulado de mas- culino” e até agressivo para mulheres, podendo desenvolver seus misculos além da estética fe- minina, Segundo Rodrigues (1992), as mulhe- res preocupam-se com a feminilidade, a aparén- cia, a agressdo, a auto-estima e a propriedade do comportamento, No que diz. respeito ao habito de fumar, grande parte dos entrevistados nao tem. © hébito de fumar, provando que buscam além de tudo a satide através de atividade fisicae bons habitos, influenciados pelos médicos, imprensa, institutos educacionais que vém alertando sobre omaleficio e a falta de coeréncia entre o esporte 0 fumo. (Tabela 3 e Figura 3) Os entrevistados mantém uma pritica siste- mitica de musculagdo, sendo que poucos sao con- siderados novos e a maioria se coloca entre os que mantém uma boa experiéncia na modalidade. Em relagao ao eritério usado para a sobre- carga nos exercicios de musculago, uma mino- Revista Brasileira de Atividade Fisica & Saide Toei: (oa ecrrsy entrevistadas em cada academia ACADEMIAS N° DE PESSOAS academia 1 22. academia 2 ul academia 3 12 academia 4 10 Total 55 Seer ne ee CES ee Cee tule NUMERO DE PESSOAS POR ACADEMIA 25: 22 20: 5 academia academia academia” ac 1 2 3 CCE eee EMO Ls SEXOEHABITO N° DEPESSOAS DE FUMAR Masculino: 40 Feminino 15 Fumantes: 5 Nao fumantes 50 Total 55 Figura 3 - Numero de pessoas por ORS eC aA LUE Us SEXOEHABITODEFUMAR 60. 6 0 38 20. 25 2 15 18 e 5 Ea mmascuina feminine fumantes nie funantee 211 meses 2 anos de 2 anos taco do treinador ‘om carga maxima ério proprio 27 ério usado de sobrecarga TEMPO DE PRATICA E CRITERIO PARA SOBRECARGA 35 ) 2 254 20 15 ro ere eg econ r Bere Rau Ce Con T Ee eee N° DE PESSOAS 27 55 08 05 42 Figura 4 - Tempo de pratica na ete eK t Cee N te} sobrecarga nos exercicios 33 crit proprio PERIODO DE TREINAMENTO E VEZES DE TREINO NA SEMANA 2 co} PossivelslesGies musculares © ou articulares causadas por sobrecarga na prética da musculagSo ria segue a orientagao do treinador. Em outra minoria, foi constatada a realizacdo do teste de carga maxima ou de repeti¢do para avaliar qual sobrecarga é a mais propfcia para aexecucdo nos exercicios. Verificamos no grupo que se apre- sentou como sendo excessivamente maior que os demais, 0s praticantes usam como forma de sobrecarga nos exercicios seu proprio eritério, niio se preocupando em descobrir qual a melhor carga de peso que se deve usar, podendo assim implicarem uma mé formagio da estrutura fisica © que levard incidéncia de uma lesio (Tabela 4 e Figura 4). Menezes (1983) em seus estudos conclui que em fase de treinamento, um progra- ma mal elaborado ou mal vivenciado acarreta lesdes sérias, de efeito imediato ou retardado. A grande maioria dos entrevistados treinam no periodo da noite e da tarde em virtude de exer- cerem um trabalho durante o dia. Em relagdo & freqiléncia semanal dos treinamentos, uma pe- quena parcela dos entrevistados permanece na academia uma vez por semana e vai subindo a freqiiéncia a partir de duas até trés vezes voltan- do acair significativamente a partir de entio (Fi- gura 5). Com uma freqiiéncia semanal, por vol- ta de uma a duas vezes, corre-se 0 risco de vol- tar A homeostase, e de trés a cinco vezes se man- tém um bom aproveitamento dos ganhos gera- dos pelo treinamento. A maioria dos entrevistados procuram co- modidade no momento da escolha da academia, apegando-se logo A academia que esté localiza- 23 9 / ‘ manha tarde note tvez ie 2vezes Svezes Svezes Svezes Volume 3 + Nimero 3 + 1998 8 Zamai da mais pr6xima de seu trabalho ou de sua resi- dncia. Em seguida notamos a preocupagao com © valor cobrado pelas aulas, sendo que uma par- cela menor se preocupa com a qualidade dos servigos prestados pelas academias, como por exemplo a formagao de seus profissionais e a qualidade das aulas ministradas. Uma parcela ainda menor foi atrafda pela notoriedade das aca- demias (Figura 6), Em relag&o ao motivo que levou os entre- vistados a praticarem a musculacdo, verificamos que uma grande parcela se preocupa em manter um bom condicionamento fisico e acredita na Cie nen Caan ee tiie) Cea Ce Ce tenn Ace local i notoriedade | prego Mt qualidade B outros 10 I igura 7 - Motivo que levou as GSN cece isu erat tet MOTIVO PELA PRATICA DA MUSCULAGAO Le terapéuteo esidicd hpertotia cand. twieo” outros 8 Revista Brasileira de Atividade Fisica & Saide fs E musculagéo como agente precursor para tal fie nalidade. Logo abaixo encontra-se o grupo que relaciona a pritica da musculagio como meio de se chegar a estética, proposta pelo modismo atual, divulgado pelos modelos e artistas tanto do sexo feminino como masculino (Figura 7), Segundo Pastore (1997), a disseminagio da pré- tica de esportes ¢ da malhagao nas academias impés um padro estético mais apurado, uma vez que a televisiio, o cinema e a publicidade usam as vantagens de se trabalhar com atores e mode- los torneados como estétuas gregas. Uma outra parcela, um pouco menor, busca a hipertrofia que, em virtude da influéncia da divulgagio de que os corpos esculturais da grande maioria dos fisicultores freqiientemente so conseguidos atra- vés de anabolizantes, acaba por desencorajar uma grande parcela de praticantes, ficando, assim, restrito a estes poucos a tentativa do desenvol- vimento fisico através da hipertrofia sem 0 uso dos temiveis anabolizantes. Uma pequena par- cela veio procurar a prética da musculagao como meio terapéutico, buscando com isso, resolver problemas relacionados 3 falta de atividade fisi- ca ou profilaxia para corregao de postura, ou ain- da recuperacao pds traumética, Mais da metade dos entrevistados apresen- taram dores resultantes da prética de musculagao € nfo relacionaram estas dores a nenhum outro fator que no estivesse puramente relacionado com a modalidade esportiva em questéio. A mai- or incidéncia de lesdes ocorreu no ombro (13), seguido com a metade dos relatos anteriores nos miisculos dorsais e coluna lombar (6). Logo abai- Xo temos 0 relato de lesdes no cotovelo (5), joe- Iho (5) e méisculos do peitoral com uma baixa incidéncia (3), Foram apresentadas também 2 lesdes na coluna cervical, 2 lesdes nos misculos da panturrilha, | lesfio nos misculos abdominais, 1 lesdo no punho, | lesdo nos miisculos adutores de quadril, 1 lesio no misculo delt6ide (Figu- ras 8,910). No que diz respeito a lesdes com o trabalho de forga, Goncalves (1997) relata a tendinite como sendo, principalmente acometida em ére- as com maior sobrecarga de trabalho Pontano (apud Goncalves, op. cit.) acrescenta sua origem a descoordenagio, atividades didrias do espor- Possiveis lesGes musculares e ou articulares causadas por sobrecarga na pratica da musculac3o DORES RESULTANTES DA PRATICA 01° ea 29 | 28 - 27 4 26 5 25 - NAO tista, microtraumas, contra¢ao muscular brusca € equipamento impréprio ou mesmo por “‘exces- so de uso”. Ja Menezes (1983) cita sua origem em decorréncia de constantes microtraumas. A bursite se relaciona com a musculacio, as bursas sofrem inflamag&o com derrame no interior, em razao da sobrecarga repetitiva nas articulacées. Relatos por Fatarelli et al. (1997), demons- tram a luxagéo como sendo uma lesdo comumente atribuida ao estresse articular, pro- vocando perda de contato entre as superficies articulares. Outra lesdo atribuida ao trabalho de forca é a osteocondrite, gerada entre outras causas, pela sindrome do “overuse”. Acrescenta Goncalves (op. cit.) que, os microtraumas repetitivos, ini- ciagao desportiva precoce ou supertreinamento em criangas levam a esta doenga degenerativa. Em estudos realizados por Buenache (1985) as lesOes mais freqtientes na musculacdo esto no antebrago, normalmente pelos iniciantes, que se deve ao fato de um aumento na sobrecarga de trabalho, no biceps, no cotovelo causado normal- mente pelos exercicios de extens4o para triceps, com movimentos bruscos e rapidos, no joelho e na coluna vertebral lombar. O numero de lesdes apresentados por prati- cante, situou-se, em sua maioria, em uma ou duas lesOes por praticante. Porém o que se caracteriza como sendo mais preocupante, foi 0 fato de exis- tir relatos nos quais verificamos que 2 pessoas apresentaram até 3 e 4 lesdes respectivamente, mostrando claramente o descaso com 0 qual, tan- | relacionado com as da pratica de LESOES joelho ombro fa lombar peitoral Ei cotovelo O dorsal outros NUMERO DE LESOES POR PESSOA 2 205 ; 18- 16+ 14° 12- 10- 6- eats es uma duas trés quatro to profissionais quanto praticantes, lidam com esta questao. Se a presenga de uma tinica lesdo ja é preocupante, duas ou mais constituem elementos mais do que suficientes para mostrar 0 quanto o trabalho preventivo é importante na pratica da musculagao. O ideal seria a erradicacdo das le- sdes através de métodos preventivos, Conforme Hollmann & Hettinger (1983) Volume 3 ¢ Numero 3 « 1998 Revista Brasileira de Atvidade Fisica & Satie rs) ‘Pata Se prevenir lesdes, deve-se ter uma técnica ‘Fegular no treino com pesos, cada exercicio novo eve ser executado com cautela, e com uma dose Pequena de sobrecarga, assim como realizar um prévio aquecimento ¢ a manutengao do calor do corpo durante o treino, nao treinar intensamente ‘quando fatigado, e na presenca de dores o exer- cicio deve ser interrompido. Para evitar a soma de leses, Massada (1987) prope a prevengao de acidentes desportivos, exclusio de jovens com distirbios de formagao na coluna vertebral, exames radio- I6gicos preventivos de 2. em 2 anos em jovens, ¢ Gongalves (1997) acrescenta dizendo que a ini- ciagao desportiva precoce ou supertreinamento em criangas causa lesdes. ‘Menezes (1983) cita que em decorréncia de constantes microtraumatismos, muitas vezes gera uma grave lesio. A metade dos praticantes de musculagao entrevistados jé treinaram na presenga de algum tipo de dor muscular e/ou articular, resultando num agravo em relaco as lesdes apresentadas, Il areverstio do chegando a ponto de tornar dif quadro clinico sem a presenga de profissionais da rea, Houve por parte da maioria dos alunos a de- cisdo de comunicar o treinador sobre as dores sen- tidas, ficando apenas uma parcela de aproxima- damente 1/3 que omitiu o problema, acreditando que a dor nao era suficiente para tal atitude. Metade dos alunos que comunicaram o trei- nador em relagao a dor presente, ni tiveram seu programa de musculacdo alterado, provavelmen- te pelo problema nao ser tdo grave ou pela inexperiéncia do profissional, ou ainda pela fal- ta de capacidade para avaliar a situagio, geran- do entéio o grande niimero de lesdes apuradas, Dos alunos lesionados, 36% tiveram que interromper seu treinamento por lesdes na prati- cade musculagio, 0 que nos mostra um alto in- dice de abandono de uma prética esportiva. A maior incidéncia esté situada em 1 semana até 1 més de interrupgao da musculago, sendo que poucas vezes a pritica esportiva foi interrompi- da por um perfodo superior a | més. Poucos alu- nos fizeram tratamento em virtude de se Iesionarem na musculagdo (12), apesar do aban- dono da pritica do esporte. A maioria daqueles que necessitaram de tra- tamento fizeram uso de medicamentos, verifi- cando-se 0 uso de antiinflamatérios e pomadas para dores musculares. Ainda deste grupo, 6 pes- soas tiveram que recorrer ao tratamento com médicos através de fisioterapias, devido a exis- téncia de uma lesdio mais grave. Ressaltando que nenhum dos entrevistados tiveram que fazer ci- rurgia ou infiltragao. Foi possivel verificar ainda, que das les6es apresentadas somente duas pessoas ni tiveram seu treinamento alterado e que 10 tiveram seu treinamento alterado em virtude de ser uma le- siio mais séria a ponto de seu programa de trei- namento softer alteracdo O conceito atual de estética e a ansiedade para um desenvolvimento muscular rapido le- yam um grande mimero de praticantes desta at Vidade fisica a fazerem o uso de suplementos alimentar O aminofcido lidera o grupo de suplemen- to mais utilizado pelos praticantes de musculagdo, seguido pelas vitaminas e carboidratos. Tudo isso também nos faz ressal- tar que atrds desses produtos existe um grande marketing realizado pelos fabricantes dos pro- dutos tendo em seus rétulos a imagem de cam- pe6es mundiais promovendo o produto. CONCLUSGES Baseado em nossos resultados julgamos poder tirar as seguintes conclusdes: a - A maior procura pela pratica da musculagao foi pelo perfodo da noite e pela fre~ giiéncia de 3 treinos semanais, tendo como ob- jetivo, na maioria dos casos, o condicionamento fisico, seguido pela estética corporal b-Mais da metade dos entrevistados (55%) relataram algum tipo de lesaio em decorréncia unicamente do treinamento de musculagio, e somando um total de 46 lesdes, sendo que 2 en- trevistados acusaram até 3 leses cada e outros 2 relataram 4 lesGes cada, ¢-O maior acometimento de lesdes foi: no Possiveis lesdes musculares e ou articulares causadas por sobrecarga na pratica da musculacao ‘ombro (28%), coluna lombar e miisculos dorsais Superiores (13%), joelho e cotovelo (11%), mts- culos peitorais (7%) e também lesGes na coluna cervical, no punho, nos misculos da panturrilha, nos musculos abdominais, nos mitsculos adutores de quadril e nos mtisculos do deltéide. d - Foi verificado, ainda, que a metade dos praticantes j4 treinou na presenga de algum tipo de dor e que, varios deles, ndo comunicaram ao treinador sobre a dor e, pior, em alguns ca- sos eles nao tiveram seu treinamento alterado mesmo apos o treinador ter sido comunicado sobre 0 ocorrido. 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O Esporte.....suas Lesdes. Rio de Janeiro: Palestra Edigdes Desportivas, 1983. e - Em relag4o as lesdes sofridas 36% dos praticantes lesionados tiveram que abandonar Os treinos em virtude de tais lesdes, sendo que o tempo de afastamento variou entre uma se- mana até varios meses. Desses praticantes lesionados, 22% tiveram que fazer tratamento para se recuperar. f - Foi ainda questionado, se os praticantes de musculagao usavam algum tipo de suplemento alimentar, tendo como resposta afimativa 42%. Liderando o grupo dos suplementos mais utili- zados estdéo os aminoacido, seguido pelas vita- minas e carboidratos. ORTEGREN, R. & ANDERSSON, G.B.J. Electro- myographic studies of trunk muscles, with special reference to the functional anatomy of the lumbar spine. Spine, v. 2, n. 1, 1977. PASTORE, K. “Em Busca do Corpo Desenhado” Veja. So Paulo: Abril, janeiro no 01, 1997. RODRIGUES, C. E. C. Musculacdo Feminina. Rio de Janeiro: Sprint, 1992. SCHIPPLEIN, °D. et al. 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