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UNIVERSIDADE CATOLICA PORTUGUESA. Faculdade de Ciencias eonémicas e Empresariais Microeconomia I Licenciaturas em Administracio e Gestio de Empresas ¢ em Economia 15 de Janeiro de 2003 Fernando Branco ‘Teste Final fbranco@fece-uep.pt O teste tem a duragdo de 2 horas € 30 minuos. Néo é permitida a consulta de quatsquer elementos. BOA SORTE. Exercicio 1: (5 valores ‘A procura de chapéus-de-chuva numa dada economia ¢ descrita pela fungio (QH(B)= 160-7, mils p Gio. peace pasicails pare Gs aes ac Give As oes época, a empresa Xuva tem sido a imica produtora de chapéws-de-chuva, tendo a fungiio de custo total Cy g-) = gx". Entretanto, anuneia-se ja que na proxima época ‘uma nova empresa, a Umbrella, entrari neste mercado. A Umbrella produzir& chapéus-de-chuva iguais aos da Xuva mas, dominando uma nova tecnologia, a sua fungaio de eustos sera deserita por C,(g,,)=10q,, +0.54,” a) Por ter um menor conhecimento do mercado, na proxima Spoca a Umbrella apenas determinara a quantidadc de chapéus que descja produzir apos conhecer 0 nivel de produgo da Xuva, Determine a quantidade de chapéus-de-chuva que cada empresa ira produzir para a proxima época, 0 prego a que sero transaecionados ¢ o lucro obtido por cada empresa. (Cotasio: 2 valores) Resolusio: Nesta situae3o tomamos como referéncia © modelo de Stackelberg. A empresa ‘Umbrella seri a seguidora pelo que determinaré a sua quantidade para resolver 0 seguinte problema Max (160— 4 — qu ay —10qy — 0.54," ‘A condigo de primeira ordem conduzird a: 160 ae 24 10-4, = 022 9, =50- Lay ‘A empresa Xinur terd a postura de uma empresa lider, pelo que resolveré 0 problema: vest -(s0-See}r a? ‘A condigao de primeira ordem conduzira a: 6 Portanto, a empresa Umbrella produzirii 4, 160-33-39=88 © os Iucros _serfo $8 x39 10 390.539? =2281.5 'b) Em épocas posteriores, contudo, é de crer que as duas empresas irdo decidir a sua produgo em simultineo’ Quantos chapéus-de-chuva deveriio entiio ser produzidos por cada empresa, a que prego deverdo ser transaccionados © qual o Iucro de cada empresa? Compare os resultados com os que obteve na alinea a) © explique as diferengas. (Cotagao: 2 valores) Resolugo: Agora tomamos como referéncia © modelo de Cournot. Jé conhecemos a fungio de renegdo da empresa Umbrella, 4, =30—14,. Devemos agora dterminar a fanedo de reac¢80 da empresa Xin, qu resulta a resolugto do problema: Max (160 = 95 — ay Me — 4x" ‘A congo de primeira ordem conduviré 3 160 ~ 24 ~ ay ~ 2ay =O 45 =40— Lay Juntando as duas fangs de reaogoobfemos a sezuine solugo: L ay = 50-54 1 =ao-1, ay at Portanto, 0 prego serd 160-30-40=90 © os ucras sero 2 x =9030~30? =1800 © x, =90« 40 ~10% 40 ~0.5% 407 = 2400 ‘Se compararmos estes resultados com os da alinea anterior verificamos, como poderia ter sido antecipado, que a empresa Umbrella produz mais ¢ tem mais Iuero do que linha na alinea anterior enquanto o inverso se passa com a empresa Xive. ©) Temse vindo a falar da abertura deste mereado ao exterior, pasando a permitir-se a importagdo de chapéus-de-chuva, Nesse caso, a produgo nacional tomar-sc-ia invidvel € as empresas Xuva e Umbrella cessariam a sua actividade, Esta possibilidade aumenta ou diminui a probabilidade de as empresas virem a desenvolver praticas de conluio? (Cotagaio: 1 valor) Resolugio: Tudo 0 resto constante, o estudo de jogos infinitos sugere que o desenvolvimento {de priticas de conluio € tanto mais ficil quando menor for a probabilidade de o mercado deixar de existir. Por conseguinte a possibilidade de abertura a0 exterior diminuia probabilidade de as empresas virem a desenvolver priticas de conluio. Exercicio 2: (6 valores) A confeitaria Bolos R'Us é monopolista da produgdo de paes-de-10 numa dada regifio. O seu custo total de produgdo é deserito pela fungo de custos C(q)= 4", onde q numero de bolos produzido. Existe apenas um distribuidor destes bolos que, por cada 216 bolo adquirido a Bolos R'Us, est disposto a pagar um montante que satisfaz a relagio P(q)=120-4 AXé este ano, no exercicio do seu poder de monopélio, a Bolos R'Us tem vendido bolos ao prego de 100. a) Este ano a Bolos R'Us resolveu praticar um politica de pregos no lineares, concedendo um desconto de 20%, sobre © prego base de 100, a bolos adquiridos para além das 20 unidades. Terd a Bolos Us aumentado 9 lucro relativamente & politica de vender ao progo de 100? (Cotagio: 1.5 valores) Resolugdo: Na situaedo anterior a Bolas R Us vende 20 bolos tendo o lucro: 7 =100 «20 ~ 20" =1600 [Na nova situagio, com 20% desconto so vendidos mais 20 boles, pelo que o luero passa a ser: 1 =100 x20 +80 20~ 40 = 2000, aumentando relativamente a situago inicial. b) Alguém argumentou, contudo, que uma tarifa de duas partes deveria proporeionar tum lucro mais elevado. Descreva a tarifa de duss partes optima ¢ determine 0 lucto que ela proporcionaria 4 Bolos R’Us. (Cotacao: 2 valores) Resolugio: A tarifa de duas partes Sptima envolve vender bolos a um prego que coincida com ‘© custo marginal, exigindo-se como contrapartida © pagamento fixo mais elevado que {or possivel. Nesse caso 0s bolos seriam vendidos a um prego tal quc: 120-q=2g <>q=40, ou seja,_p=120 —40 =80. © pagamento fixo sera entio 0 valor do excedente com ‘que 0 distribuidor ficaria se nao pagasse nada mais, isto &: F 1x40 40=800 2 (O lucto global assim obtido atingiria x =800 +80 40-407 = 2400 ©) O problema da situagao anterior esti cm que, neste pais, tarifas de duas partes sé se podem utilizar em situagdes autorizadas pelo Estado, ¢ quase certo que esta nfo sera autorizada. A Bolos R’Us esta entdo a encarar a possibilidade organizar um coneurso Para a coneessio de licenga de distribuigao exclusiva dos seus pes-de-l6, O vencedor tera de pagar um certo montante pela licenga. Explique porque € que este coneurso podera permitir reeriar uma situago semelhante a da tarifa de duas partes éptima. (Cotacao: 1.5 valores) Resolugaio: Se 0 vencedor do concurso tiver a possibilidade de adquirir pice-de-l6 a0 prego de 80, a licitago no leiléo criaré uma competigdo de tipo Berwarxl em que cada ‘candidato deveri oferecer 800 pelo valor da licenga de distribuigao. Exercicio 3: (6 valores) Responda ds seguintes questdes a) Considere o seguinte jogo estitico: Jogador 2 M R 316 Jogador r 6, 33 20 1 B 40. TL 30 ') Determine todos os equilibrios de Nash. (Cotagao: 1 valor) Resolugiio: Existem dois equilibrios de Nash (TM) e (B,R), como se constata no quadro — Jogador 2 L M R : t rw 33 a Jogadort «= ez ea 20 i) Suponha agora que 0 jogo é jogado duas yezes. Determine todos os equilibrios perfeitos em subjogos. (Cotagio: 1.5 valores) Resolusio: Temos os seguintes equilibrios: todas as combinagées de (T-M) ¢ (BR); além_ disso, ¢ também equilibrio ((T.L),(T-M)) suportado pela possibilidade de no segundo periodo se jogar em (BR) caso 0 jogador 2 se desvie no primeiro periodo. b) A Bolos R'Us (que Ihe foi apresentada no exercicio 2) produz também em regime de monopélio as especialidades de Bolo-rei e Azevias, em tamanho gigante. Existem irs tipos de elientes para estes doces, os quais apenas esto dispostos a adquirir uma unidade de cada doce, ao prego méximo indicado no quadro seguinte: Bolo-rei ‘Azcvia Clientes A 40 80 Clientes B 80 50 Clientes C 35 70, Os custos unitnios de produgao de bolos-rei © de azevias sao iguais a 10. Sabendo ‘que 40% dos clientes sdo do tipo A ¢ 30% sio de cada um dos outros tipos, determine a politica optima de pregos. Justifique. (Cotagao: 1.5 valores) Resolugiio: Em primeiro lugar elaboramos quadro com os luctos unitérios miximos Bolorei ‘Azevia Cabaz Gecko Oe Clientes B 70 40 10 Clientes C 25 60 85 As anafise das principals possTbilidadss Conduz eniso aoe Seguinies resultados Pre Altemativa Tofo-rei[ Avevia[Cabaz|_ vero T 35) 70 = 670 17 = = ToS 850 ci = 70 T0—[ 810, Pelo que a solugio Gplima eavolve vender apenas 6 cabaz ao prego d= 105, que ser ‘comprado por todos os clientes. ©) Numa certa empresa, que opera num mercado competitive, 0 valor da produtividade marginal do trabalho € descrita por pPMg()=0~21, onde 1 é 0 niimero de trabalhadores contratados ¢ @ pode ser igual a 20 ou 40 consoante as ‘caracteristicas do trabalhador marginal. A populago de potenciais trabalhadores & composta em 50% por elementos com cada uma das produtividades. O custo de oportunidade do trabalho € 6 para um trabalhador menos produtivo ¢ 14 para um mais produtivo. 6 i) Admita que todos os agentes so neutros ao risco ¢ que, antes de serem desempenhadas fungdes, nem a cmpresa nem os potenciais trabalhadores conhecem a produtividade de cada um. Quantos trabalhadores sero empregues © que salario ser pago? (Cotagao: 1 valor) Resolueiio: Os trabalhadores considerario eusto de oportunidade esperado ¢ exigiraio ‘stlirio de 10 para oferecerem 0 seu trabalho, A empresa considerari a ‘produtividade esperada e empregaré trabalhadores por forma a resolver: 30-21 =1029/=10, ‘empregando der trabalhadores, ii) Admita agora que 08 trabalhadores conhecem a sua produtividade mas a empresa no. Quantos trabalhadores sero empregues © que salirio sera pago? (Cotacao: 1 valor) Resolugaio: Neste caso cada trabalhador s6 esté disposto a trabalhar para esta empresa se © salério for pelo menos igual ao seu custo de oportunidade, pelo que existe a possibilidade de contratar apenas trabalhadores menos produtivos pelo salirio de 6, ou trabalhadores que serdo mais ou menos produtivos com igual produtividade pelo salirio de 14, Ao salirio mais elevado a empresa estara disposta a empregar ‘um niimero de trabalhadores que satistaca: 30-2! =14 <>, O excedente neste caso sera $= 0.5%8 16= 64 Altemativamente, 20 salério de 6 a empresa empregari um mimero de trabalhadores que satisfaz: 20-21=6> O excedente neste caso ser. S=0.5 x14 8 trabalhadores pelo salério de 14 19. Portanto a empresa empregarit Exercicio 4: (4 valores) Responda as seguintes questdes: a) Num leiltio de segundo prego com valores privados os licitantes submetem Propostas exactamente iguais ao valor que atribuem ao objecto. Explique porque, recorrendo a um excmplo. (Cotas: 1.5 valor) Resolugo: Consideremos o caso de um lictante que aribui o valor de 100 a0 objecto ‘Supouhamos que cle licita exactamente 100 e com isso tem um certo resultado Imaginomos qus cle considerava a possibilidade de lieitar mais alto, suponhamos 102. Isso s6trria qualquer alterago na situago em que a proposta mais elevada de entre € outros lictantcs estivesse entre 100 ¢ 102; inicialmente 0 nosso licitaneestaria a perder e agora passaria a ganhar, mas pagando mais do que 0 objecto valial Taso nfo & Interessante, Analogaments, imaginando que cle considerava a possibilidade de licitar mais baixo, suponhamos 98, 96 haveria impacto no resultado se a propesta: mais clevada dos outros licitantes estivesse entre 58 e 100; iniciaimente © nosso licitante estar a ganhar e agora passaria a perder, mas deixando de ganhar im objecto pelo ‘qual teria pago menos do que © valor que the aribui ) Considere © caso de um duop6lio com produtos substitutos mas diferenciados em que as empresas competem em pregos, i) Explique porque € que as curvas de reacgdio tenderdo a ser positivamente inclinadas. (Cotagao: 1.5 valor). Resoluga: A inclinagfo das curvas de reacgiio pode ser pensada nos seguintes termos. ‘Suponhamos que uma empresa eleva o seu prego, como deverii a outra empresa responder? Se os produtos so substitutos, é de supor que alguns dos clientes se desviam da empresa que subiu © progo para a outra, gerando um aumento da sua procura, mas eniio seri razoével esperar que seja Sptime a esta empresa responder com um aumento do prego. Portanto, as curvas de reacgdo deverao ser ppositivamente inelinadas, ii) Considere o equilibrio de Nash desse duopélio quando as escolhas se fagam em simultiineo ¢ 0 equilibrio perfeito em subjogos quando as escolhas se fagam em. sequéncia, Quais serio mais elevados? Porque? (Cotacdo: 1 valor) Resolusiio: Tendo em conta que as curvas de reaceo s40 positivamente inclinadas, 08 ‘pregos no cquilibrio da situago em que as empresas escohem em sequencia sero mais clevades do que os pregos no equilibrio da situagao em que as ‘empresas escothem em simulténco. No grifico que se segue est representada a situagao, com as curvas de reac¢io ¢ as linhas de isolucro de cada empresa, bem como o equilibrio resultante da escolha simultinca c o equilibrio resultante da cescolha sequencial com lideranga da empresa cujos pregos sfo representados no ceixo das absissas (a que tem as linhas a azul) 6

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