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‘A Hemorragia Pulmonar Induzida pelo Exercicie (HPIE) ¢ caracterizada pela presenga de sangue nas vias aéreas traqueobrinquicas depois do exercicio (GEOR. 41995). E um dos maiores problemas médicos e ecandmicos para cavalos de esporte, principalmenie pela diminuigto de desempenno e mais raremente por levar cavalos a obito. Numerosas causas © mecanismos fisiopatolégicas tém sido propostos para a HPIE, incluindo doencas das vas aéreas, obstrugio de trato superior hiperviscosidade sanguinea induzida pelo exercicio, estresse mectnico da respiracto locemogo, redistibuigso do fuxo sanguineo no pulméo, diferences ras pressbes aheolares € hipertenso pulmonar. Vérios fatores podem causar 0 ceatiesse do sistema pulmenar 20 ponto de romper 08 caplares (Exickeon & Poole, 2002) ‘Aualmente a HPIE € definida como sendo a presenga de sangue live, de ‘origem pulmonar, na arvore traquecbrénquica ou sinais de sangue, apds exercicio intenso, geralmente identiicade por endoscopia apés 30 2 60 minutos depois do ‘exercicio (COSTA et al, 2004; NEWTON et al, 2005) ¢ com os hemossiderdfagos ‘no Lavado Broncoalveslar (DOUCET e VIEL. 2002). Pascoe et al (1981), em um estudo com 236 cavalos puro-sangue inglés, ddeterminaram uma frequéncia de 43.8% de hemorragie em vias aéreas, em dlversos ‘graus, sendo que somente 0,8 % apresentaram epistaxe. Raphael & Sema (1982) trealizarem um estudo endoseépico em 191 animals de covtida em até duas hores apés 0 exercicio, veriicando que 147 (75.4%) apresentavam evidéncias de HPIE e ‘apenas 13 (0%) apresentavam epistaxe. Estes resultados permitem infer que, ‘embora a hemorragia pulmonar seja encontreda em um grande niimero de arimais, fa epistaxe & um achado relativamente inftequente deste fendmeno (SWEENEY, 1991). Tem-se felatado que @ HPIE ocone, essendialmente, em todos os cavaios PSI de comida em treinamento (WEST et al, 1903; HINCHCLIFF, 2007), mas também consttui um problema em outras racas de cavalos que realizam exercicio Intenso, como 0s totadores e os quarto de milha, e em cavalos realizando exercicio de mencr intensidade, como os cavalos de sato e tragdo (LAPOINTE et al, 1994 ERICKSON e POOLE, 2007; VICINO, 2007). Esludes tem mostrado que @ prevalencia da HPIE em cavalos varle com a distancia, © tipo de comida, a idade @ 0 sexo (TAKAHASH et al, 2001), sendo ‘comum em condicbes de percurso curto e de exercicios de alta intensidade. Scipk et a. (2003) avaliaram a incidéncia de HPIE em 1.811 cavalos Puro Sangue Ingés (PS), entre 1997 a 2000, por endoscopia, apés 30 minutos da comida, e verficaram {que em aistancias de 1.000 a 1.200 metros era de 48%; entre 1.400 a 1.800 metios, de 47% e-em distancias superiores a 2.000 metios 5%. © comprometimento a0 rendimento desportvo causado pela HPIE néo havia sido comprovado alé o estuo de HINCHCLIFF et al (2008), quando demorstraram que cavalos de cortida com HPIE grau 1 apresentaram 4 vezes mais possibidades de vencer, em relagdo a graduagSes mais elevadas de hemorragia © exame endoscopico € melnor realizado entre 30 a 90 minutos apos execcicio (SWEENEY & REILLY, 2001). Ce principaie sinaie linicos 680 a dedluticto, @ tosse e 0 engesgamente. A morte rare, mas pode ocorer (KNOTTENBELT & PASCOE, 1988). A morte ocorre por edema pulmonar e esfixia, A Introdugio do endoscépio de fibra dptica flexivel faciitou o exame do trato respiratorio anterior dos eat Oexame endoscbpico em equinos afetados pode demonstrar hemorragia de extensio variével, que pode assumr a forma de aciimulos de sangue estacnade escuro, até Iinhas delgadas, quase inaparentes, ou ainda, muco corado de sangue ao longo do assoalho da traquéia (KNOTTENBELT & PASCOE, 1998), Blava et af (2007) desceveram a enfermijade em quartos de mina sendo que 40% dos cavalos participanies de provas de seis balizas © 75% nos atticipantes de prova de trés tambores apresentaram 0 problema. Lessa et at (2005) revisendo varios autores, relataram que a incidéncia da HPIE em cavalos de polo era de 11%. Burrell et al (1996) examinaram 60 equines utlizados em corridas, uma hora apés a competigio e em trés coridas diferentes, tendo obtido um percentual de 87% dos animais com evidéncia endoscépica de hemorragia pulmonar, (© historco, 0s sinais dinicos, principalmente os detectatos & auscultago, 0 ‘exame endosctpice, a radiologia € © lavado broncoalveolar s8o as. principais {ferramentas utiizadas para o diagnéstico (FOREMAN. 1993: ROY e LAVOIE. 2003), s sinais clinicos associados com HPIE sao, basicamente, diminuigdo do rendimento allstico e 2 presenca de epistaxe. Esta ultima, entretanto, ocore somente em 0,25 a 13% dos cavalos de comtidas acometidos de HPIE (ERICKSON e POOLE, 2003). A epistaxe em equinos no deve ser considerada somente um ‘sangramento nasal, ¢ sim, um sinal de hemorragia em alguma éea do aparelho respiratorio que é dienada para a cavidade nasal. Ela pode ocorrer durante ou logo apos 0 exercicio, sendo frequentemente notada a0 final do exercicio, patticularmente, quando 0 animal retorna a cochelra e the # pemitido baixar a cabeca. Ela pode ser bilateral ou no, e se resolve dentro de algumas horas ou pode ainda recidivar (BACCARIN, 2005) ‘A.consequéncia no desempenho allético € contraditia, pois ha trbalbos que relatam cavalos vencedores com HPIE (MACNAMARA et al, 1990; RAINS et al. 2003), embora o grau da hemorragia pulmonar parega ser o fator limitante da ‘capacidade de exercicio do animal (EPPINGER, 1990) Exceto pela pequena proporgio de cavalos que apresentam epistaxe eo bbaixo rendimenio atético de alguns enimais aetados hé poucas anormalidades detectavels no exame fisico de rotina dos animals com Hemoragla Pulmonar Induzida por Exercicio. A frequéncia cardiaca e respiratéria, assim como a temperatura retal podem estar elevadas logo apts o exercicio, e ndo estar ‘relacionadas & hemerragia pulmonar, jé que retornam A normaidade no periodo de repouso imediato (BACCARIN, 2005). Os cavalos afetados podem deghutire tossir mais frequentemente, durante a ‘recuperagao do exercicio devido & presenca de sangue na faringe e laringe, embora a tosse sela uma observagdo comum em cavalos que esto se recuperando de exercicios extenuartes (RAINS et al., 2003). Dispnéia ¢ rara em cavalos sangradores ©, quando presonte, indica hemorragia severa ou outras doongss pulmonares como pneumonia, pneumotérax ou ruptura de abscessos pulmonares (BACCARIN, 2005). (0 endoscbpio é introduzido pelo meato nasal ventral, pela narina dirita ou pela esquerda, De manera sequencial, as esiruluras enatomicas do trato respratério anterior 880 avaliadss durante a introdugso do instrumento, das narinas 4 laringe. Depois, avanca-se 0 endoscépio para a traquéia © avalia-se 0 kimen traqueal, até a carina (MICHELOTTO, 1993). [A auscultagdo tordcica durante o repouso raramente evidencia alleragées em avalos atletas sendo nevesséria 8 utlizacao de uma sacola para o cavalo respirar 1no seu interior, ampliando © esforgo respiratérie, pedendo tomar audiveis alguns ‘uidos anormais em certos casas (MICHELOTTO 2010). © diagnéstico da HPIE pode ser feito pela evidéncia de sangue na traqué’a, visivel através de exame endoscépico (HINCHCLIFF et al., 2005b; ERICKSON e POOLE, 2007), pela contagem de eritrécitos no LBA (MEYER et al, 1998) ou pela presenga de hemossiderdfagos (macrofagos coniende hemossiderina ou eriticitos) no LT (EPPINGER, 1960; MICHELOTTO JUNIOR et al, 2007) e/ou no LBA (DOUCET e VIEL, 2002; SANCHEZ et al., 2005; BIAVA et al, 2006), realizado uma hora apés 0 exercicio. A presenga de hemossiderdfagos no LBA é considerada a forma mais sensivel de diagnéstico da HPIE (McKANE et a, 1993). AS limitagbes de clagnostico do exame endoscopico, principalmente no que tango 20 intervalo entre © episédio hemorrdgico © © momento do exame, ainda difcuitam o diagnéstico em muitos cavalos (MEYER etal, 1998). © exame endosctpico, ume metodoogia subjetiva, depende do julgamento do examinador, 0 que difculta a unifommidade do diagnéstico, pols esté sujeito a variagtes interpessoais, Medias terapSuticas © de manejo s6o ullizadas como esforgo de reduzir ou prevenir a ocoréncia da HPIE, mas a eficiéncia desias medidas ainda permanece controversa

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