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ELADIO G. R. PETRUCCI Engenheiro, Ex-Professor Catedratico da Escola de Engenharia da Universidade Fede- ral do Rio Grande do Sul; Ex-Professor Titular de Materiais de Construgdo da Escola Politécnica da Universidade de S4o Paulo CONCRETO DE CIMENTO PORTLAND 134 Edigao VLADIMIR ANTONIO PAULON Engenheiro, Ex-Professor da Disciplina de Materiais de Construgdo da Escola Poli- técnica da Universidade de Sdo Paulo; Ex-Professor Responsével pela Disciplina de Materiais de Construgdo da Universidade de Campinas; Engenheiro Sénior da Pro- mon Engenharia, de So Paulo © Copyright © 1970 by Eladio G.R. Petrucci Copyright © 1978 by Lia Miranda Petrucci Direitos mundiais de cdicao em lingua portuguesa cedidos a EDITORA GLOBO S.A. Rua Domingos Sérgio dos Anjos, 277 CEP 05136-170 ~ Fax: 836-7098, So Paulo, SP Brasil ‘Todos os direitos reservados. 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Concreto : Materiais : Engenharia 620.136 4, Concretas : Materiais de construgao 691.3 1 MATERIAIS COMPONENTES O concreto hidrgulico é um material de construgio constituido por mistura de um aglomerante com um ou mais materiais inertes e Agua. Quando recém-misturado, deve oferecer condigdes tais de plasticidade que facilitem as operagées de manuseio indispensdveis ao langamento nas formas, adquirindo, com o tempo, pelas reages que entéo se processarem entre aglomerante ¢ 4gua, coesio e resis- téncia. Os materiais que 0 compéem sio: cimento, agregado mitido, agregado gratido e Agua. Modernamente, porém, tem-se, freqiientemente, algum outro constituinte destinado a melhorar ou conferir propriedades especiais ao conjunto, tais como impermeabilidade da massa, diminuigéio do calor de hidratagio, aumento da durabilidade, maior plasticidade quando fresco, rapido aumento da resisténcia quando endurecido, etc. S&o os chamados aditivos, que dao origem aos concretos tratados. Produto fabricado pelo préprio engenheiro, muitas vezes no canteiro de servico, e devendo apresentar earacteristicas e proprie. dades compativeis com o fim a que se destina, dentro dos limites econémicos de cada obra, exige o concreto, de seu executor, um perfeito conhecimento das propriedades e qualidade dos materiais constituintes e do proporeionamento destes, bem como da técnica de seu preparo e uso. Para obter um conereto durdvel, resistente, econdmico ¢ de bom aspecto, deverd o engenheiro estudar: a) as propriedades de cada um dos materiais componentes; b) as propriedades do concreto e os fatores suscetiveis de alteré-las; ¢) © proporeionamento correto ¢ a execuciio cuidadosa’ da mis- tura em cada caso, a fim de obter as caracteristicas impostas ; 2 ENCICLOPEDIA TECNICA UNIVERSAL d) os meios de transporte, lancamento e adensamento compa- tiveis com a obra; e) 0 modo de executar o controle do conereto durante a ptepa- ragio e apés o endurecimento, a fim de capacitar-se do aten- dimento das caracteristicas exigidas, tomando os cuidados devidos em easo contrario. Ao conjunto cimento mais Agua dé-se a denominagio de pasta; adicionando um agregado mitido & pasta, obtém-se a argamassa, considerando-se 0 concreto como uma argamassa, A qual foi adiciona- do um agregado gratido. ‘A pasta terd como fungio: a) envolver os agregados, enchendo os vazios formados ¢ comunicando ao conereto possibilidades de manuseio, quando recém-misturado; b) aglutinar os agregados no concreto endurecido, dando um conjunto com certa impermeabilidade, resisténcia aos esforgos mecdnicos e durabilidade frente aos agentes agres- sivos. A funcfio dos agregados ser: a) contribuir com grios capazes de resistir aos esforgos solici- tantes, a0 desgaste e & agdo das intempéries; b) reduzir as variagdes de volume provenientes de causas varias; c) reduzir o custo. 2 FATORES QUE INFLUENCIAM A QUALIDADE DO CONCRETO A qualidade do concreto dependeré primeiramente da qualidade dos materiais componentes. Impée-se, portanto, quando se deseja um concreto superior, uma selecgdo cuidadosa desses materiais. Um fator a ser posto em evidéncia é a uniformidade. E pre- ferivel contar sempre com um produto de qualidade média, do que com um que oscile de étimo a regular. De posse de materiais de boa qualidade, é preciso misturé-los nas proporgées adequadas. Neste proporcionamento, deve-se ter em conta a relagio entre cimento e agregado, a divisio do agregado em mitido e gratido e, muito principalmente, a relagio entre a 4gua empregada e os ma- teriais secos, ou, como é mais usual, a relagao igua/cimento. Necessdria ainda se torna, na massa do concreto, a mistura intima do cimento com a 4gua e a distribuig&o uniforme da pasta resultante nos vazios dos agregados mitido e gratido, que, por sua vez, também devem ser convenientemente misturados. Apés a mistura, deve o concreto ser transportado, langado ‘nas formas e adensado corretamente. Um iltimo cuidado se faz ainda necessério: a hidratagaéo do cimento continua por tempo bastante longo e € preciso que as con- digées ambientes favoregam as reac6es que entio se processam. © que se denomina a cura do concreto. Em suma, para obter as qualidades essenciais ao concreto: facilidade de emprego quando fresco, resisténcia mecdnica, dura- bilidade, impermeabilidade e constancia de volume depois de endurecido, sempré tendo em vista o fator econémico, sao necess4rios: ENCICLOPEDIA THCNICA UNIVERSAL a) selecéo cuidadosa dos materiais (cimento, agregado, 4gua e aditivos) quanto a: — tipo e qualidade — uniformidade b) proporeionamento correto: — do aglomerante em relagéo ao inerte — do agregado mitido em relag&o ao gratido — da quantidade de 4gua em relagio ao material seco — do aditivo em relagdo ao aglomerante ou a égua utilizada c) manipulacdo adequada quanto a: — mistura — transporte — langamento — adensamento d) cura cuidadosa. 3 CIMENTO PORTLAND 3.1 — Composigao quimica O cimento portland é um material pulverulento, constitufdo de silicatos e aluminatos de célcio, praticamente sem cal livre. Esses silicatos e aluminatos complexos, ao serem misturados com gua, hidratam-se e produzem o endurecimento da massa, que pode entado oferecer elevada resisténcia mecAnica. O cimento portland resulta da moagem de um produto deno- minado clinquer, obtido pelo cozimento até fusio incipiente (+30% de fase Iiquida) de mistura de calcdrio e argila convenienteniente do- xada e homogeneizada, de tal forma que toda cal se combine com os compostos argilosos, sem que, depois do cozimento, resulte cal livre em quantidade prejudicial. Apés a queima, é feita pequena adicao de sulfato de célcio, de modo a que o teor de SO3 nao ultra- passe 3,0%, a fim de regularizar 0 tempo de infeio das reagoes do aglomerante com a agua. Para facilitar 0 estudo dos compostos do cimento, 6 corrente consideré-los formados pela associagéo de corpos bindrios contendo oxigénio, aos quais se dé o nome de componentes. £ costume, também, dar destaque a esses componentes nas férmulas dos compostos complexos que constituem o cimento. Os componentes principais, cuja determinagao é feita a partir de uma anélise quimica, sio: cal (CaO), sflica (Si02), alumina (Alz03), 6xido de ferro (Fe203), magnésia (MgO), Alealis (Na20 e K20) ¢ sulfatos (S03). Conyvém preliminarmente passar em revista os componentes que se encontram nos cimentos: CaO — A cal 6 0 componente essencial dos cimentos, figurando numa poreentagem de 60 a 67%. Na maior parte provém da decomposigio do carbonato de calcio. §$6 em propor¢céo muito 6 ENCICLOPEDIA TECNICA UNIVERSAL pequena 6 que se encontra em estado de liberdade no cimento artificial. Em igualdade de condig6es, pode-se dizer que as Pro- priedades mec&nicas do portland aumentam com o teor de cal, desde que se encontre completamente combinada. Se o processo de fabricagéo nao é perfeito, pode resultar uma certa quantidade de cal livre, cuja presenga em estado anidro, acima de certos limites, prejudica a estabilidade de volume das argamassas e concretos. SiO. — A proporgio de silica no cimento portland varia de 17 a 25%. Ela se encontra combinada com outros componentes e provém sobretudo das argilas usadas como matéria-prima. & da sua combinagio com a eal que resultam os compostos mais impor- tantes do portland. Al2Q3; — Também da argila provém a alumina do cimento artificial; seu teor varia geralmente de 3 a 8%. O composto formado pela combinagiio desse 6xido com a cal acelera a pega do aglomerante e reduz sua resisténcia aos sulfatos, razéo pela qual a quantidade presente deve ser pequena. Praticamente nao se pode prescindir da alumina porque, agindo como fundente, facilita, com as tem- peraturas correntes na industria, o desenvolvimento das reagées que possibilitam a formagao do clinquer. Fe.03; — Esse éxido, trazido pela argila, aparece geralmente no cimento portland em quantidades relativamente pequenas, 0,5 a 6%, combinado com outros éxidos presentes. No cimento branco pode descer abaixo de 0,2%. Geralmente nfo h4 a assinalar a pre- sencga de FeO, salvo em quantidades muito pequenas, até cerca de 0,3%.- O éxido de ferro, desde que em porcentagem néo muito elevada, & ‘itil pelo seu papel de fundente, desenvolvendo nesse sentido uma acéo talvez mais enérgica do que a alumina. Acredita-se que os teores relativamente altos de alumina e éxido de ferro possam facilitar a produgdo comercial de um cimento com porcentagem de cal suficientemente alta para converter toda a silica em silicato tricdleico, sem que resulte cal livre em quantidade inconveniente. $0; — Tem sua origem principalmente no sulfato de cfleio adicionado correntemente ao cimento para regular sua pega, retar- dando-a. Geralmente, estabelecem as especificagdes o teor m&ximo de 3% para SOz, considerando-se perigosa sua presenga acima desse limite, em virtude da formagéo do sulfoaluminato. Uma boa parte do pequeno teor de enxofre contido nas matérias-primas e no combustivel desprende-se no forno com as poeiras. MgO — A magnésia no cimento provém do carbonato de magnésio presente no calcdrio, geralmente sob a forma de dolomita (CaCO3, MgO3), ou, em pequena ‘quantidade, na argila. Seu teor no cimento varia de 0,1 a 6,5%. CONCRETO DE CIMENTO PORTLAND 7 Admite-se que no cimento portland a magnésia ndo se encontre combinada. Em quantidades superiores a certos limites, esse éxido atua como expansivo, agindo de forma nociva sobre a estabilidade de volume das argamassas e concretos. Tanto em relag&o ao SO3 como ao MgO, admite a maioria das autoridades que devem ser fixados limites, visto que as provas de resisténcia até 28 dias nada informam a este respeito. Quais os limites a adotar é assunto discutfvel que tem figurado na literatura técnica desde os primeiros tempos da histéria dos aglomerantes hidrdulicos. K20 — NazO — Os Alcalis K20 e NazO encontram-se com freqiiéncia no cimento portland, em teores de 0,5 a 1,3%, desenvol- vendo papel de fundentes na cozedura e agindo como aceleradores da pega. A certos agregados de composig&éo determinada atribui-se a propriedade de provocar expansées anormais nas argamassas, quando 0 cimento contém um teor de dlcalis superior a 0,6% (caleu- lado como Na,0 + 0,658 K20). TiOz — MnzO0, — P205 — Os dxidos de titanio e manganés e o anidrido fosfé6rico s&0 encontrados em pequenas quantidades no cimento portland e, por isso, geralmente n&o séo determinados separadamente. . Perda ao fogo e insoltiveis — Nas andlises quimicas dos cimentos figuram, ao‘ lado dos componentes acima referidos, as poreentagens correspondentes A perda ao fogo e insoltiveis no HCl. Sao dados que podem dar indicagées sobre a eficiéncia da cozedura, aeragéo ou adulteracao. A perda ao fogo retine umidade, Agua combinada e gés carbé- nico. As especificagées toleram no méximo 4,5%, o que jé 6 excessivo. Na realidade, sé atingiria limites dessa ordem em cimentos arma- zerados por tempo muito longo em condigées pouco favordveis, e isso ficaria patenteado nos ensaios mecfnicos. O teor de insoltiveis tolerado em especificagées em geral néo excede 2 1%, sendo que na realidade raramente se encontra um portland com mais de 0,4% de insoltiveis. A composigio em éxidos dos cimentos nacionais, em valores médios, 6 a seguinte: Ca0 — 61 067 % MgO — 082 6 % Si02 — 20 223 % 80; — 1a 23% FeO; — 2 a 35% Alcalis — 0,30 15% ALO; — 45a 7 % 8 ENCICLOPEDIA TECNICA UNIVERSAL Os quatro primeiros componentes sio os principais e deles derivam os compostos fundamentais, que iréo governar as pro- priedades do produto. Usa-se, na quimica dos cimentos, uma notacao prépria, sim- plificada, que muito favorece o estudo ea compreensao dos fené- menos referentes a este aglomerante. Assim, temos: cao — Cc Si02 — 8 Fe.03; — F Al,Os — A Conhecida a composigaéo analitica do cimento, 6 possivel, & base de certas hipdteses, calcular as quantidades dos compostos presentes. Os resultados de intimeros trabalhos sobre a constituigéo do cimento portland mostraram ser ele essencialmente formado pelos compostos: silicato tricdleico, silicato dicdlcico, aluminato tricdlcico e ferroaluminato tetracdlcico, além'do MgO e pequena quantidade de cal livre. H& a considerar ainda a existéncia de gesso. O exame microseépico do clinquer revela o seguinte: Silicato tricdlcico: ocorre em cristais bem definidos, relativa- mente grandes, com contornos hexagonais. Os cristais em algumas amostras revelam formas muito perfeitas, com arestus bastante vivas, e em outras apresentam corroséo acentuada, aparecendo os dngulos arredondados (Fig. 1-A). Silicato dicdlcico: ocorre em cristais relativamente grandes, exibindo forma arredondada ou apresentando bordos dentados, sem nenhuma evidéncia de forma regular (Fig. 1-B). Entre os cristais dos silicatos de céleio encontram-se 0 material intersticial claro e o material intersticial escuro, constitufdos essencialmente das fases que se achavam no estado Ifquido & tem- peratura de clinquerizacio. Das trés formas alotrépicas do silicato dicdleico 6 0 B-2Ca0.Si02 que se encontra no cimento portland. © material intersticial claro foi identificado como sendo a fase contendo ferro, 4Ca0.Al203.Fe203 ou uma solugéo sélida préxima dessa composigio (6Ca0.2A1203.Fe203 © 2Ca0.Fe203). Sua forma cristalina é as vezes dificil de ser distinguida(Fig. 1-C), O material intersticial eseuro apresenta dois tipos: o eristalino eo amorfo. O primeiro consiste de 3Ca0.Al203 € 0 segundo € 0 Mquido que se solidificou sem ter tempo de cristalizar-se e 6 chamado vidro. Em clinqueres comerciais o teor do vidro varia de 0 a 22%, conforme a velocidade do esfriamento (Fig. 1-D) CONCRETO DE CIMENTO PORTLAND 9 Fig. 1 — Micrografia de uma limina de elfnquer. Outras fases observadas sio CaO livre e MgO livre. Apresenta-se a cal livre em gréos arredondados, usualmente como inclusdes nos silicatos. A magnésia & temperatura de clinquerizagio acha-se dissolvida no liquido. Com o esfriamento muito r4pido, parte do Mquido converte-se em vidro retendo a magnésia em solugio. Na parte do Ifquido que toma forma cristalina, a magnésia separa-se, dando origem a cristais de periclésio, admitindo-se que uma pequena proporgao, até cerca de 2%, se encontre em solugiio sdlida no ferro aluminato tetracdlcico. Aparece o periclasio sob a forma de graos angulosos, de formato irregular. Geralmente se encontra associado ao material intersticial. Os demais componentes, que aparecem em porcentagens muito pequenas, em geral inferiores a 2%, sio usualmente ignorados no célculo dos compostos, por néo se saber como realmente reagem. ‘A composigéo assim determinada 6 chamada de potencial, pois presume-se ser 0 cimonto inteiramente cristalino, sem qualquer vitrificagio, o que nao é inteiramente correto. A presenga de porgées vitrificadas afeta a porcentagem dos compostos e, deste modo, 0 céleulo feito 6 apenas aproximado. Inicialmente, a cal se combina com o éxido de ferro e a alumina, para dar 0 4Ca0.Al203.Fe203 (C4AF), até esgotar-se o dxido de ferro. ‘A alumina restante vai formar, com a cal, 0 aluminato tricdlcico 3Ca0.Al203 (C34). A silica combina-se com. a cal, dando o silicato dicéleico 2Ca0.Si02 (C28). O restante da cal age sobre o silicato diedlcico, dando o silicato tricdleico 3Ca0.8i02 (C28). Se houyer cal em excesso, haveré cal livre. Cada um dos quatro compostos principais mencionados con- tribui de maneira diferente nas propriedades do aglomerante. 10 ENCICLOPEDIA TECNICA UNIVERSAL DETERMINACAO DOS CPNSTITUINTES DO CIMENTO PORTLAND M TODO DE BOGUE o 2, a Sones s: zip ae 2 Lig fe S feet 8 ~ é Bs ots 7 O24 Eg eo ee Sth & «fu ~~eed fs 3 gay 2.4 ee °8 woe ET Sif? ° 2 2 1 s 8,4b0 1 Alz Os o£, GRAR NEZ GRAF, NES inate a a a rs 23 é a : 2 ey = = 20 3 io 19 Side _EXEMPLO: Grdf NE %Oxidos %CoO %Constitaintes Eas 0504+ 25 fexar 1150 3A = 3:0 CoOkvng tO] 10 Camu O 3 {600 ssi8-iopisi0 {6,8 + 500 S102 +269 loss + 250. otal «965, Total «965 Fig. 2 — Nomograma de Boour. CONCRETO DE CIMENTO PORTLAND 11 O cdlculo dos compostos, a partir da andlise qufmica em éxidos, é usualmente feito pelo método de Bocuz, que admite encontrar-se em equilfbrio o sistema na temperatura de clinquerizagio, assim persistindo durante o esfriamento. ‘A aplicag&o deste método 6 grandemente facilitada pelo uso do nomograma da Fig. 2, onde também se acha registrado um exemplo de aplicagao. Nos cimentos brasileiros, sio os seguintes os teores médios dos compostos: CS Os caracterfsticos destes tantes no quadro abaixo: PRoPriepaDE 42 a 60% 14 a 35% 6 a 13% 5 a 10% compostos, em resumo, sio os cons- C.AF Resisténcia. fraca, Intensidade de reago répida Calor desenvolvido. . peqtieno Lf RESISTENCIA A COMPRESSAO, kg/cm? ‘Tewpo~ pias ~ AF ~ Femme aLubunaTo. rerRaciveico _ ja = aLupemaro cinerea suo. Sie meres mee = SLICATO TRICALCICO. Keo. sid, os Fig. 3 — Comportamento mecinico dos compostos de cimento. 12 ENCICLOPEDIA TECNICA UNIVERSAL Do ponto de vista da resisténcia, os dois silicatos de calcio séo os fundamentais, 0 CaS nas primeiras idades e 0 C2S em idades maiores, como pode ser visto na Fig. 3. Qs aluminatos siéo os respons4veis pelas primeiras reag6es, porém atingem valores muito baixos de resisténcia aos esforgos meefnicos. Por outro lado, o calor desenvolvido pelas reagdes do aglomerante com a agua é devido, prineipalmente, ao CsA, seguido pelo C38. 0 C2S eo CsAF liberam muito pouco calor por ocasiao da hidratagio. 3.2 — Hidratacdo do cimento © cimento portland € constituido por um certo numero de compostos, cujas reagdes sio & origem do processo de endurecimento. Conseqiientemente, antes de estudar o mecanismo do endureci- mento, impoe-se examinar a natureza das reagdes desses compostos com « 4gua. Os compostos presentes no portland sio anidros, mas, quando postos em contato com a Agua, reagem com ela, formando produtos hidratados. A hidratacéo do cimento consiste na transformagéo de compostos anidros mais soltiveis em compostos hidratados menos soliiveis. Na hidratacio, hé formagao de uma camada de gel em torno dos gros dos compostos anidros, de maneira que, na zona de transicio (zona intermedidria entre o cristal primdrio eo gel), a solugéo é supersaturada em relac&o aos compostos hidra- tados. As variagdes de concentragao de soluto e dgua fazem com que se gere um gradiente de concentragéo, originando uma pressio osmética que vai trazer a ruptura do gel, expondo novas éreas do composto anidro & agéo da agua. Os produtos hidratados séo de fraca solubilidade na égua, de tal sorte que, em um conereto denso, a dissolugao é de grandeza desprezfvel. Apesar disso, é interessante examinar 0 processo do ataque pela gua, o que se faré para 0 caso dos silicatos hidratados, que so os compostos mais importantes do concreto endurecido. O silicato hidratado, em presenga da agua pura, sofre hidrdlise, libertando fons Ca++ e OH-, H4SiOs e fons dos deidos silicicos, até que a concentracio atinja o valor necessdrio para o seu equilfbrio. Se a extrago for continuada, com Agua sempre renovada, 0 silicato hidratado eventualmente deixaré um residuo, constitufdo de sflica hidratada (HaSiOs) a, passando o fon Ca** totalmente para a solugao, acompanhado de fons OH~ e de parte da silica que tende a permanecer em solugao na forma de dcido ortossilfcico (HaSi04). O silicato de célcio hidratado constitui um exemplo de composto que forma solugéo incongruente. O composto é parcialmente CONCRETO DE CIMENTO PORTLAND 13 decomposto, quando em contato com a Agua, perdendo, principal- mente, calcio e pouco silfcio, tornando-se menos bfsico. O equilibrio 6 atingido quando a concentragao dos fons Ca**, libertados em solugéio, atinge o valor necessdrio para estabilizar o silicato de célcio hidratado menos bésico que resulta do processo de dissolugéo parcial. Os dois silicatos sdlidos, mais basico e menos bfsico, junta- mente com a solucao, formam um sistema em equilfbrio para cada temperatura considerada. Adicionando-se hidréxido de cflcio & solugao, este se combina com o silicato menos basico e, se for ajuntada mais 4gua, esta se combinaré com o silicato mais basico. Em ambos os casos, o sistema tende a atingir o equilibrio, embora possa exigir tempo consideréyel em virtude da lentid&o do processo quimico. Na pratica, como foi dito, a dissolugaio do silicato hidratado, contido no cimento endurecido, 6 insignificante, sobretudo nas massas de porosidade reduzida. Duas sio as teorias cldssicas que procuram explicar a hidrata- gio: a de Lm Cuavenize e a de Micxaeris. Na primeira, cristaloidal, o endurecimento é explicado pelo engavetamento de cristais que se formam pela cristalizagéo de uma solugio supersaturada de compostos hidratados menos soliveis que os anidros. O aglomerante, em definitivo, é um sistema de constituintes anidros instdveis, que, em presenga da 4gua, tendem a day um sis- tema de constituintes hidratados estaveis. Pela teoria coloidal de Micuazzis, a hidratagio do oimento dé origem a uma solugéo supersaturada e formam-se cristais em agulhas e palhetas hexagonais. Hi formagio de um silicato mono- cdleico hidratado, pouco soliivel, que dé origem a um gel coloidal na massa geleificada, que aprisiona os cristais; o gel continua a tomar agua, a massa endurece e impermeabiliza-se. Veja-se 0 que ocorre com os compostos, na hidratagao do ci- mento: C3S — A hidratagao comega dentro de poucas horas, despren- de-se calor; o composto anidro vai passando para a solugio, aparecendo cristais de Ca(OH)2, enquanto uma massa gelatinosa de silicato hidratado se forma em torno dos graos originais. (2S — & atacado lentamente pela égua; depois de semanas os eristais se recobrem de silicato bidratado. Forma-se também Ca(OH)2, porém em menor quantidade que na hidratagao de C38. (3A — Reage rapidamente com a dgua e cristaliza em poucos minutos. Nao se produz hidréxido, mas aluminato hidratado. © calor de hidratacio 6 tanto que quase seca a massa. 14 ENCICLOPEDIA TECNICA UNIVERSAL C,AF — Reage menos rapidamente que o C3A. Nao libera cal e forma também um aluminato hidratado. Estas reagdes processam-se simultaneamente, havendo ainda uma reagio, da parte dos compostos, com 0 gesso. O aluminato de célcio hidratado reaciona com o sulfato de calcio e forma um sulfoaluminato conhecido pelo nome de sal de Canpuor. C3A.aq. + 3CaSOs ————> 3Ca0.Al203.3CaS04.31H 20. ‘A cristalizacdo desse sal se d& com fixagao de muita dgua. Havendo cal dissolvida na dgua de embebig&o, o aluminato nao esté dissolvido e forma-se nos poros da massa uma quantidade de sulfoaluminato maior do que eles podem conter, 0 que provoca a. expansio e desagregacao do material. Em caso contrario, isto 6, formando-se o sulfoaluminato a partir do aluminato dissolvido, a cristalizagéio do sal n&éo ocupa uum volume maior que o dos trés componentes (4gua-aluminato- sulfato), o elemento sdlido se aloja nos poros e a massa se torna mais compacta. ‘As reagées de hidratagio dos diversos produtos do cimento portland podem ser representadas, de maneira, esquematica, pela Tabela I. ’ Os estieios I, Ia, IV e IVa referem-se As reagdes que se proces- sam inicialmente. Se o estgio IV for formado em primeiro lugar, a transformagéo para sulfoaluminato com alto teor de sulfato pode comecar em algumas horas. Os estégios V ¢ Va se formam Guando a gipsita se esgota, isto é, dentro de 12.a 24 horas da mistura do cimento com Agua. No sistema complexo geral, pode haver superposigio de diver- sos estégios. A partir dos estégios V e Va, poderia ter-se um estégio ‘VI, adicionando-se a silica oriunda dos silicatos, formando solugdes sdlidas complexas. Ainda um estégio III poderia ser imaginado, resultante da combinagéo de alguma alumina com 3Ca0.2SiO2.aq., formando um silieato de aluminio ¢ calcio hidratado como 2Ca0.Al203.8i02.aq., com separacio de silica. Dos compostos resultantes, o tinico soltivel em Agua 6 0 hidré- xido de célcio, sendo esta solubilidade a principal causa de degra- dagdo do cimento endurecido. Nos cimentos portland comuns formam-se de 13 a 17% de €a(OH)2. ‘A alta resisténcia do cimento se obtém pela melhor moagem ou pelo aumento de C3S (aumentando CaQ), mas isto ocasiona, CONCRETO DE CIMENTO PORTLAND 15 Taspeta lI HIDRATACAO DOS SILICATOS 3Ca0.8i02 2Ca0.Si02 I | PARCIAL Ta PARCIAL 2Ca0.Si02.aq. + Ca(OH)2 2Ca0.Si02.aq. (tobermorita) (tobermorita) u | compres 3Ca0.28i02.3H20 + Ca(OH)s (afwillita) HIDRATACAO DOS ALUMINATOS 4Ca0.Al20s.Fe203 + AI 2H: Seat teO a ee? + CaS04.2H20 + Ca(0H)2 IMEDIATA, IVa RAPIDA Agulhas de 3Ca0.Al203.3CaSOs.aq. 8Ca0.Fe203.3CaS04.09. Agulhas de 3Ca0.Alz03.3CaS0z.2q. (semelhante a estringit : AoE (provavelmente em solugéo sélida) + Ca(OH)2 Va PLACAS HEXAGONAIS PLACAS HEKAGONAIS (solug&o sélida) (solugdo sélida) 3Ca0.Al203.CaSO4.29- 3Ca0(Al203.Fe203).CaS04.aq. 3Ca0.Al203.Ca(OH)2.9q. 3Ca0.Al203.Ca(OH)2.0q. 16 ENCICLOPEDIA TECNICA UNIVERSAL aumento de hidréxido, isto 6, a melhoria de resisténcia 6 acompanhada de menor estabilidade quimica. O Ca(OH)s2 dissolve-se até na Agua absorvida da umidade do are, vindo & superficie em contato com o C02 do ar, dé CaCO3. Este carbonato insoltivel dé eflorescéneias brancas. Na 4gua do mar, o sulfato de magnésio nela contido reage com 0 Ca(OH)>, e resulta CaSOz, com conseqiiente depdsito de hidré- xido de magnésio. Kste sulfato de célcio ocasiona expansio na massa do cimento e, juntamente com o existente na 4gua do mar, combina-se com a alumina e d4 o sal de Canptor (sulfoaluminato de célcio insolivel), o que agrava com o tempo a fragmentagio do cimento. ‘A adig&o do gesso no clinquer 6 feita para impedir as reagses quase instantAneas do CsA. O gesso combina-se com o CA.aq. insolivel, que precipita e retira, assim, da solugéo 0 CsA. A limita- g80 da quantidade de gesso é feita pelo teor de SOs; quantidades excessivas podem dar lugar a cimentos expansivos (Sal de Candlot). 3.3 — Pega e endurecimento Um cimento misturado com certa quantidade de agua, de modo a obter uma pasta pldstica, comega a perder esta plasticidade depois de um certo tempo. O tempo que decorre desde a adigéo de Agua até ao infcio das reag6es com os compostos de cimento é chamado tempo de inicio de pega. Este fenémeno de inicio de pega se-evidencia pelo aumento brusco de viscosidade da pasta e pela elevagéo da temperatura. Convencionou-se denominar fim de pega a situagio em que a pasta cessa de ser deformével para pequenas cargas e se torna um bloco rigido. A seguir, a massa continua a aumentar em coesio € resisténcia, denominando-se esta fase de endurecimento. ‘A determinag&o dos tempos de infcio e fim de pega é impor- tante, pois através deles se tem idéia do tempo disponfvel para trabalhar, transportar, lancar e adensar argamassas e coneretos, bem como transitar sobre eles ou regé-los para execugfio da cura. Varios sio os fatores que influenciam a duragdo da pega: Cimentos ricos em C34, que é 0 composto que reage imediata- mente com 4gua, dio pega muito rapidamente, devendo ser cor- CONCRETO DE CIMENTO PORTLAND iW rigido este tempo de infcio de pega pela adigio de gesso; a formacao de sulfoaluminato retarda a hidratacio. Para cada tipo de clinquer, existe uma quantidade étima de gesso a adicionar, e que & funcéo, além do teor de CzA, da por- centagem de 4lcalis e do grau de moagem a que se vai submeter o elfnquer. A duragdo da pega varia na razio inversa do grau de moagem. Os cimentos mofdos muito fino dio infcio de pega mais rdpido e fim de pega mais demorado que os menos finos. A quantidade de 4gua empregada na confeccdo da pasta influen- ciaré a pega, verificando-se tempos de inicio de pega menores, para maiores quantidades de 4gua de amassamento. O aumento de temperatura diminui 0 tempo de pega, utilizan- do-se esse conhecimento para acelerar a pega em certas técnicas de pré-fabricacdo. Os cimentos que contém escérias ou pozolanas sio mais sensiveis ao decréscimo de temperatura que os portland. Temperaturas préximas a 0°C retardam as reagées, e pouco abaixo deste valor as paralisam. Certos compostos soltiveis aceleram a pega, 20 passo que outros a retardam. . Entre os primeiros, estdo o cloreto de cdleio (em porcentagem superior a 0,5%), o cloreto de sédio, alealinos (potassa, soda); como retardadores citam-se: gesso, carbonato de sédio, éxido de zinco, agicar, bérax, tanino, Acido fosférico. Com relag&io ao tempo de infcio de pega, os cimentos sao clas- sificados em cimentos de pega normal e cimentos de pega rapida. Os primeiros, de acordo com a normalizagao brasileira, sio aqueles que dao infcio de pega num tempo superior a uma hora, medido este tempo em condigées estandardizadas, numa pasta de consisténcia dita normal. Nos cimentos de pega répida, o fendmeno de pega se inicia e termina em poucos minutos. Nao existe no Brasil a fixagdo de um valor do tempo de inicio de pega para estes cimentos. As normas francesas classificam os cimentos, de acordo com o tempo de infcio de pega, em: Cimentos de pega répida < 8 minutos. Cimentos de pega semilenta, 8 a 30 minutos. Cimentos de pega lenta (normal), 30 minutos a 6 horas. Cimentos de pega muito lenta > 6 horas. peucrangeco 18 ENCICLOPEDIA TECNICA UNIVERSAL Poderfamos adotar, nas condigées brasileiras, a seguinte orde- nacao: Pega répida < 30 minutos. Pega semi-répida, 30 2 60 minutos. Pega normal > 60 minutos. O fim de pega se dé de 5 a 10 horas nos casos de cimentos normais; na pega rdpida o fim se verifica poucos minutos apés 0 inicio. Em alguns cimentos, apresenta-se um fendmeno conhecido por falsa pega e que consiste em iniciar-se a pega poucos minutos an ea de Agua, verificando-se, porém, o fim de pega normal Fig.4). DIAGRAMAS DA PEGA E EMDURECIMENTO DE PASTA DE _CIMENTO Fig. 4 — Pega e endurecimento da pasta de cimento portland. Nestes casos, um amassamento mais enérgico da pasta, sem aeréscimo de Agua, é suficiente para eliminar a falsa pega, passatido a pega a ser normal e nfo havendo perda de resisténcia mecdnica. Uma das causas da falsa pega é a desidratagio do gesso, por ocasifio da moagem do cimento, onde a temperatura pode atingir 150°C. O fato est4 condicionado A quantidade de gesso desidratado e A velocidade de precipitagao. CONCRETO DE CIMENTO PORTLAND 19 Com as reagdes, a temperatura néo se eleva, a0 contrério do que acontece com os cimentos de pega répida. A medida do tempo de pega se faz com a utilizagio da agulha de VicaT (Fig. 5) de formato eilindrieo, secio cireular de 1 mm’ e aplicada sobre.uma pasta de consisténcia normal, com uma carga de 300 g. A consisténcia normal é determi- nada pelo uso da sonda de TzTMaszr, de formato também cilfndrico, mas de diametro de 1 em Diz-se que a pasta tem consistén- cia normal quando, colocada em uma forma de feitio de anel, com diame- tro interno de 8 em e altura de 4 cm, a sonda de TeTmaser, colocada subre a pasta sem choque e sem velocidade inicial, estacionar a 6mm do fundo da forma. O tempo de intcio de pega 6 0 tempo que decorre desde o instante em que se langa no cimento a 4gua de F amassamento até que a agulha de Vicar, aplicada também sem choque, estaciona Fig. 5— Aparelho de Vicar. a1 mm do fundo. O fim da pega é 0 tempo que decorre desde 0 langamento da 4gua de amassamento até o momento em que a agulha, aplicada suave- mente sobre a superficie da pasta, n&o deixa vestfigios aprecidveis. As determinagées devem ser feitas a 21°C e a umidade relativa do ambiente deve ser superior a 85%. Um aumento de temperatura faz diminuir bastante a duragéo da pega do cimento portland, acontecendo o inverso com a diminui- g&o de temperatura. Na temperatura de —1°C, a pega nfo se da, havendo conge- lagéo da pasta. Estes fenémenos podem ser detectados por medidas de velo-. cidade de propagag&o de som ou variagéo da resisténcia elétrica sob uma corrente de alta freqiiéncia, através de uma pasta de cimento. Assim, no primeiro caso, a velocidade aumenta bruscamente a partir de um certo ponto (inicio de pega) e torna-se praticamente constante mais adiante e igual A velocidade numa pasta endurecida (fim de pega). 20 ENCICLOPEDIA TECNICA UNIVERSAL A resistividade aparente apresenta dois minimos bem definidos com © correr do tempo, o primeiro correspondendo ao infeio © 0 segundo ao fim de pega. ‘A medigio de temperatura de uma pasta fazendo pega, em um calorimetro, mostra também que o inicio de pega corresponde a um inicio de aumento de temperatura co fim de pega a um maximo bem definido: Deste modo, o inicio e o fim da pega dentro do processo fisico-quimico de hidratacio séo fenémenos reais, postos em evi- déncia em varios sistemas de medida: mecdnicos, térmicos, elétricos © actisticos. 3.4 — Grau de moagem Além da composigéo quimica do cimento, o grau de moagem exerce grande influéneia sobre suas propriedades. A hidratacgao dos graos de cimento em contato com a égua se faz da superficie para o interior e, deste modo, o grau de moagem influird sobre a rapidez da hidratagao e, conseqiientemente, sobre o desenvolvimento de calor, retracio e aumento de resisténcia com a idade. ; Como ordem de grandeza, pode-se citar que a agua age a 0,54 de profundidade nas primeiras 24 horas, 24 na primeira semana e 4u no primeiro més. Deste modo, um clevado grau de divisio conduziré a cimentos que endurecem mais rapidamente e mais resistentes 4 penctrag&o da &gua, bem como a pastas mais homogéneas e estdveis; em con- trapartida liberar&o maiores quantidades de calor, darao uma retra- go maior e por isso seréo mais sensfveis ao fissuramento e a um armazenamento longo no depésito ou na obra. A medida do grau de moagem era, e ainda o é em muitos lugares, feita através de um ensaio de penciracio por uma peneira padréio (n° 200, malha quadrada de 74y de lado). Esta determinagio 6 bastante imprecisa e 56 foi conservada em face da facilidade de sua execucéo, principalmente comg au- xiliar no controle de fabricacéo dos cimentos. Modernamente, se utiliza ou a determinagio de composigéo granulométriea ou a medida da superficie especifica, para definir © grau de moagem. No primeiro caso, verifica-se a variagdo da densidade por meio de um areémetro, num tanque de sedimentacio, onde se precipita uma amostra de cimento num Ifquido, que pode ser querosene ou

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