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Coordenacdo Editorial Carla Milano Benclowiez Equipe de Produgao: José Arruda Filho, José Antonino de Andrade, Maria Vieira de Freitas Traduca! Manoel Fernando Goncalves Seabra Capa: Silvio Oppenheim Coleco Espacos Dirigida por Maria Acélia de O Capital e seu Espaco Novel © Libraire Francois Mespero, Paris, 1977 © 1987 Livraria Nobel S. A. Direitos para a lingua portuguesa reservados para: Livraria Nobel S. A. Rua da Balsa, 559 CEP 02 So Paulo — SP E proibida a reproducio ‘Nenhuma parte desta obra poderd ser reproduzida sem a permissao or escrito dos editores, através de quaisquer meios: xerox, foto- copia, fotografico, fotomecdnico. Tampouco poderd ser copiada ou la através de meios eletrOnicos ou sravagdes. Os infratores sero punidos através da Lei 5.988, de 14 de dezembro de 1973, artigos 122-130. Impresso no Brasil/Princed in Brazil SUMARIO PREFACIO A SEGUNDA EDICAC ... ADVERTENCIA A GUISA DE INTRODUCAO .. OQ QUE # 0 ESPACO? 15 I — A concepedo empirista do espace .. 16 TI — A critica althusseriana da concepgao emy tempo e sua transposicao esp: 2 18 HI — Em direodo a uma problemética marxista . n 1 — Os fundamentos objetivos da concepedo empirste do espago ae eo Y — Plano de uma pesquisa critica DOS MODOS DE PRODUCAO AS REGIOES ....-+4+++ gas I — Os modos de produgdo «..+++++++ TE — Sobre a articulaglo dos modos de produgio « 37 IE] — Ocaso da agricultura francesa ......++e0s00+ az AS RELACOES INTER-REGIONAIS E O DESDOBRAMENTO DO CAPITAL MONOPOLISTA ..... 63 J — Articulacdio dos modos de produciio e slagoes internacionais saigarsan OA vyades: os capitalistas. A regulacio desias préticas privadas que concorrem para a reprodus%o do capital social é a lei do valor. Existe uma “lei do valor no espaco", que regula espacialmente 2 atividade dos capitalistas individuais? Veremos que no. 5. Os simples mecaniszres econémicos na nem as consegiiéncias sociopoliticas do desem pitalistas, e chegaremos assim a0 papel do Estado. ‘Teremos assim trazido a luz uma certa telagdo entre divistio do trabalho, divisio do espago, tado. O que nos levari de vo primeizas obserragbes de vitdvel ditadura do proletariado. (e esta ser nossa conclusio) as Engels sobre a questo — ¢ & ine- © caso, neste curto ensaio, de 0 mais modestamente, gerais do materia. ‘Uma tiltima palavra. Néo set tratar do conj se Ge esbocar, parlin smo, pistes de trabalho para desenvolvimentos ulteriores, asso- ciando eccnomisias e gedgrafos. clonério das massas, chegvem a tirer proveito desta anilise do inimigo”, a retificé-la e reinterpreté-la do ponto devista do campo Go povo, do ponio de vista de sua luta, ela nfo teré sido indtil... apesar de seu yoluntirio Gefeito teoricista. | ' O QUE E O ESPACO? mesmo ror aqueles cuja grifos', Pode-se pergnntar por qué. N za redagio. Se non postexernn 2 ito de espago, perguntariamos onde modas que sflo as metéforas espaciais € que nos servern para Den- sar, para fal es 10, as relagbes...? A nogdo de es- paco é uma espécie de “ferro-velho” informe, de onde se vai tirar expressdes que servem para dar uma aparéneia rigorosa ao discurso sobre os outros aspectos do real. Neste ensaio procura-se pasar da nocilo a0 conceito e, por isso, utilizar-se-& uma linguagem concei- tual preestabelecida, cheia de alusdes espaciais. £ preciso resignar- seaisso. (1) Nao sendo gebgrafo, apolat-me-si am LACOSTE. ¥..La géographie ¢a sere d'abard @ guar, Pr, Me 75 Pll Cleton Me) ‘do dotades de uma reista de rflendocttes: ase mortetoass na Adverténclal E veromos que elas in Ao empirsa do espace. I— A concepgite empirizta do espace aguilo que ¢ abordado, de ®, de outre, por ramos da ‘economia regional” e 2 “teoria O que nés procuram uma parte, pela geografia “hum: ciéncia econémica dominant da localizacio”. Para os ge6graios’, existem no real pedacos espaciaimente de- limitados: as “regies” ou “ugares”, realidades geogrificas ime- diatamente legiveis, identificdveis ¢ que precisam ser descritas com © maximo de perfeiedo. Essa concepcio é levada até o fim com a nogio de “personalidade da regi Vidal de la Blache. “Essas ‘personalidades’ sto dados da natu: € nfo uma conserugdo de gesgrafo, resultado de seu proprio ravicetnio” (Y. Lacoste). E muito féeil dena eda a regiio do Antigo Regim: rerece ser descrito, A“ sOnica, que se obsiina e: orice ¢ se esquece de pave ‘$ preciso zefletir para medir e ndio medir ica, seleeio do conteide que sto mateméticos, extremamente abstratos‘, E, porém, trata-se da mesma concep¢ao fundamentalmente empirista do espaco: um continenze dado por existente, onde vém se inscraver as coisas descritas. s da “economia espacial” ou regional (de Lish e Von econfimicos de duas maneira: (3) Sempre segundo Lacoste, © no ignorando as aoe dirsges de peoguise que se dese £ » eepago da geomeris lana que se eames teres: so conjuntos de pon pridads, centre os quais pode ete, Exemplr oplanoda rede do Met. — pariindo des teorlas ecomdmicas gerais © desagregondo seus objetos em subodjetos zagionais. O espago econémico se apre- to como um conjunto to de pontos, com uma “dis- sroecone! ya estudar o “comércio exterior” entre os regides ou nagies), ete.s — consideranco 0 espago euclidiano, com duas cimenstes, como um bem superficie” que se consome, mas que no se produz, E a dtice da formacio de renda em economia espacial caso de. espago disereto e espace euclidiano nada mais rmas refinadas de uma mesma percepgic em- , mente mensv ? ios € imposta pelas precenpagtes do economista (propensio marginal pare imporiar, custo do transporte ex um plano consus " assim como a concepedo do “tempo linear onde se desen- tolam os acontecimentos” estd para a concepcfo das “noites de 4 de Agosto” dos “séculos de Péricles”. E a relagio empirica de um continents pare um contetido: hd o espace e nele se desdobram as coisas. Podemos procurar descrever estas coisas {0 espaco ecupado pelas coisas), ou descrever este espaco (0 uso deste espaco elas coisas). O cue afc $ posto em questo ¢ a percepsiio imediata de um espage ceupdvel cx ceupado. Mostzei, a propésit , gue apreendem o solo como “bem” caracterizadc que & 0 efeito esp: Gbes € préticas da esfera scondmico- dores visam a tal ou qual modo de nesta ou naquela es- § proprietirios se situam em relagio a este Ss B conctagoes ieolégicas. Quanto ao Estado manutengio da e social do es: dades que the sdo de estrutura social), confrontar outras re: 40s) para af se insereverom ot: se desenrolarem; é a concepgdo empi- iste que iaz da histéria, da geografia ou da economia espat arte de extrair do dado temporal ou espacial pedagos escolhidos. Hi—A critica aithusseriana da concepeao empirista do tempo e sua transposiche espacial Para criticar o empirismo, nfo partiremos Ga critica ger: Louis Althusser fez dele no seu “Curso de Fi tas”. Partiremos de sua cri sua versio refinada, a conespoao he em Ler O capital. “Podemos isolar duas caracteristicas essentciais do tempo bis- +térico hegeliano — 2 continuidade homogénea e a contemporanei- dade do tempo: tal come a desenvolves 18 12) A continuidade homogénze do tempo. ( como um. continuo, no gual se mé problema da ciéncia da historia recai entao, neste nivel, na di deste continuo segundo uma periodizacdo correspondente & sio de uma totalidade dialética & outra, (...) dinds o problema principal da historiogratia moderne. sidade do tempo, ou categoria do presente 10. Esta segunda categoria é a condigio de possibilicade da 12.2 6 a que nos vai revelar o pensamento mais profi Se o tempo histérico é a existéneia da totalidade soci necessdrio precisar qual ¢ a estrutura desta existéi 2) A est tura da existéncia ica 6 tal que todos os elementos do tedo no mesmo presente, € sic, ‘tuo homogéneo onde i se hecemos ai até «”‘personafidade region ‘Mas é evidentemente o segundo ponte o mais import pois, do mesmo modo cue a “contemporaneidade do tempo” esta dir mente relacionada com a concepedo hegeliana da tot: por ai deve ser criticada, € a “coespacialidade do espaco” (a de que podemos deiimitar uma regio, ou localizar uma atividade “no espago”) que leve ser atacada como condig’e de possi lade da concepgio em; espaco e reflexo duma certa concepeSo da totalidade social. Paris, Maspero, TH, ps 116 e seas po” tal gual 2 presenta L. Althuser ‘istics da ttaidade social begeliana permite 0 que eu proponko chamar um corte de es: (0 &, essa operago intelectual pela qual se opera, a qualquer momento é¢ (co, uma rapcara vertical, urna ruptuts aldo presente que todos os eres q siata ue exprime tne empirista; “E claro que ese concepcSo do tempe histérico nfo é seniio o reflexo da concepeBo que Hegel faz do tipe de unidade que itui a ligacdo entre todes os esiétons, Heséiices, ete towels, que aunidade deste dusio aspecto de tempe histérico ( muidade homogénea/coatemporancidade) é possivel e necessAria’ Somente uma tal concep¢R0 da realidade social permite falar sem problemas do par sineronia/diacronia, come, na dimensio es- sstudos regionais/relagées inter- tempos eartos, més ¢ longos, e contenta- somo tantos outros grodutos de seu is, estas veriedades, como tantas ou- \davia, comanda mente a produce destas vari tados, ce prcfertnen a jcescas variedades, como tantas ovtras : continue do qual se falou""s, as niio so éo offcio) que geégraios como Pierre geografia, Certamente as identifica com “espacos diferenciais de conceitualizago” e também colces © problema de sua articulagao, mas no coloca o da estrutura de todo “que comanda diretamente nilo relaciona a diferenca dos espacos" 2 dife- renga das formas de espacialidades objerivamente determinadas pela natureza das diferentes relagdes sociais estudadas, deixande por vezes, entender que a e da escaia depende da subjetiva deum nfvel de andi Poderiamos prosseguir longamente na critica paralela do em- historic por Althusser e do empirismo geogrifico por La- III — Ein direeaio 2 ume problemética marxista Eo que aos propte conceito de tempo: “Sabemos que o todo marxista distingve-se, sivel, do todo hegeiiano: é um todo cuja unidace (.. por um certo tipo de complexidade, a unidade de um todo estrs portando o gue se Pode hamar de aires ov insta sser a propésite da reconstragio do Ss imeira aproximagio, coneluis do marxista, que no & poss mesmo tempo “ico © processo de desenvolvimento dos dife- rentes niveis do todo. O tipo de existéncia histérica desses diferen- ‘etodciogia os meios de conheet .demos dizer: hd pars cada modo de téria proprics, eseandidos de um ento das forcas produtivas; um das relagdes de producio, escandi- ; uma histéria propria da superes- dos outros niveis. Devemos e producao um tempo e uma modo especifico. do deseny: tempo ¢ uma historia prépri os de uma maneira espectti trutura politica... (...) Cada uma dessas hist6ries préprias 6 escandida segundo rit- mos préprics e no pode ser conhecida sent sob a condictio de ter-se determinado 0 conceito de especi ie de sua temporali- dade hi imento continuo, re- volugées, cortes, etc.). Que cade um dessee tempos ¢ cada uma t6rias selam relat tGnomos, isso ndo faz deles pois, determinados com pre- ia ce cada nivel no eonjunto cisdo pelo modoeo gra das articulagdes de todo. Podemes fazer reservas & concepedio elthusseriana da totali- cade social e da temporalidade que the cor-esponde. Mostramos em outra parte" que podemes the recenhecer wm certo dominio ce validade. © é no interior desse domfnio ove tentaremos construir \6tico do espace. ‘Comecemos por lembrar 2 concepedo marxista da totalidade “leu” Althusser. ma estrutura complexa de relagées 5 instineias econémicas, politico-jurt- {#2 como uma articulacao de com- binagbes-tipe de relacdes, usidas no nfvel destas trés instdncias ¢ determinadas pelas relagdes de orodugao, combinagbes que cha- mamos modes de praduedo (capitalismo, pequena producdo mer- (05) ALTHUSSER, Lilt (18) Vernetan? 2 da Advertncia, i cantil, procugiio doméstica, feudalismo...). Mas ests. articulagso nfo é ume combinsefo linear (uma justaposicio em proporgbes .do, com efeito, a forma de existéncia de cada um dos modos ¢ consideravelmente modificada pelo lugar que Ihe reserva & reproducio do modo dominante na formagdo social (o capitalismo); de outro lado, o préprio modo de producdo dominante conta, suas condigSes de exisitncia concreta, na formagto considerada, Com a presenca dos outros modos de producdo (que the servem de feservas de mao-de-obra, de mercado, etc.)", Ainda que cada um os modos de produco possua, a priori, sua propria dindmica de desenvolvimento, sua prépria logics, geralmente contraditéria em Telacio as dos outros modes cuja presenca a andlise revela, paten- ibs a sintese, na articulagio conereta des moéos, 2 do modo de produgho ca impée 20 cenjunto jade, seu modo de funcionamento, que aparece entdo como por exemplo, o sntagocisne ee 1 ettudo concreto mostrard 0 fancionainento de tim @ coerente, possuindo caracteristicas originais, aque lidade social na sua dimensio espacial, realidade que chamaremos do mesmo modo. Esse género de facilidade reccbre “sobredeteminagto" de Louls Althusser (Pour Mary. Paris, Maspero, Falamos de mansicfo entre uma formasio soca! deminada por um modo ¢ uma forma: ‘tp social dominade por um ovtro (process diarinics) ede articulaedo entre os medos de ‘poduse no selo de uma esrutur sinzrOnia webres. Esta atieulagso tem sue dindrica, suse combine 4 dinkenics doe dos modos, em am acronis erindinge! am fase 0 que se impte ao desenvolvimento des- jiremos que 2 sociedade recria seu espeg0 s0- ¢ Ge um espaco concreto, sempre ja dado, herdado do passado. 2 € assim que abordaremos a questio da organizaciio do territ6rio. proprias as relacdes definidas nas dif rentes modos de producBo presentes na i "? Ela no € sendo a dimensio espa- in material que rege a relago conside- uma correspondéncia entre “presenca-au- IV — Os fundamenios objetivos da concepgéo empirista do espaco leitor atento deve franzir as sobrancethas A leitura desses liltimas frases. Se o espaco sécio-econdmico ¢ apenas 2 dimensio a ecetoa masa das relaes econdmicas ¢ sociais, Reflexo em qué? E ares” na relacio (avalia-se aqui o espaciais para definir as “re- , a “‘separacko do produtor spacial evigenie, materia. Ihe $superposto e que se aprea para as pessoas privadas 0 E preciso compreene conereto se apresenia, 20 = 10s analisados, eomo um: relages scciais e, encusr a ' 28 Guzi-is, Todas as rsiactes contribuem paza “compor" a realidade Social, mas cada relacic supde a realicade social como um dado. A existéncia materiai da reproducio social, enquanto ela & producto pelas relacdes sociais de sua crépria condig&o de exist ofa, enquanto ela nfo é transformacio revolucioniria das condic’ de existBncia, 60 que chamamos noulza ceasito®, ¢ de acordo c , quacirs de vida. © “espago social” € uma das dimensdes (a dimensio espac esse quadro de vide. E, pois, uma das categorias da relagies sociais que tida, na reprodugio soe efeito dentas relagSes, or como wt decomposicao purams sociais sendo sem dimensfo espacial. Podemos dizer ainda aue o espaco reprodacio social ¢ 6 nesie sentido que o reflexo das relagtes s uns cos outros, Esta con:radigao soci Pla iusto: — aaparéncia de ume cutonomia do espace social em relagio 3s atividades privadas que nzle se desenrolam, autoromia que ‘trapessa o fato de que toda atividade ce insereve em um quadro de (19) Ce. Le tribut oncierurbain. Op. ct, primeira pers (20) Por eempo: otro de ama comunidede primiva gu praia a extra tnerante | sobre quelmadse % § condigdes sempre jé dadas, herdadas do pasado. Quero dizer © espaco social se impGe como um constrangimento “natu exterior a todas as atividades privadas que nele se desenrolam (pro- dugdo, consumo, ete.); inversa de que o espago social, ou pelo menos 0 material (o quadro construido), 0 produto de urbano inspirado-n podemos ser tentados a di $ bem 0 caso da produg&o do espago sccial, Jo é sendio uma das dimensdes da exisiacia 1s0 do produto para os diversos produ privados see Colocar-nos-emos 2 questo: do valor ne espaco", um mecanismo de alocacio de espaco social entre as diferentes atividades materiais privadas? Em todos os ca- 508, = eleruam por relages mereantis. Mars onsagroua primeira seo de O capita seta primeira carateisten, a7 sGnoma ¢ independents, acima (ou ao redor) da sociedade, exata- mente como.o Estado + o merc: elas mesmas razées), para cada agente privado que af viré “inscrever” sua atividade. Essa é a base mais particular da concep¢ao empirista co espaco, tal como & sistematizada nas teorias burguesas da localizagio. Y — Plano de uma pesquisa critica Das consideracdes que precedem decorre o plano deste ensaio. Estudaremos, mente, a “estruturagdo do espago” pe- Jos modos de produgao, ou seja, a dimensio espacial da art dos modos de produgio. © que permitird explicar a ex regides cesigualmente Gesenvolvidas. ii do problema guesas da localizacdo, e, aara nbs, é¢ problema da “lei do espago".. Come seremos levados a passagem das formas concorren soluedo dessa contradicto, im; pel do Estado, con ral sobre © papel do Estado na Neste estidio de nossa reflexto, 44 podemos conclustes, Primeiramente, no 4 mais possiv: partir das “regides” para analisar, de uma parte, suas earacteristicas e, de outra parteysuas relagGes inter-regionais. E isso por duas razBes: Primeiro, seria preciso que o objeto “regia independentemente da caracteristiea que se estuda, ou da relagao inter-regi jeorss que o espaco politics di- atzonteiras passadas, fesse definido vide “regides” evidentes: Estados, regites, departamentos, ete. Estas divisdes so pertinentes quando se estudam as relagies e a atividade econ6mica? Geralmente, nao. ‘Mas, mais profundamente, sio as relagdes sociais que, & me- dida que tém uma dimensio espacial, “polarizam” o espage social pobre”, hé apenas’ regites de pol porgue hé regides de ricos e rel queza © pobreza e as dispdem diferencialmente no espaco. Que esta polarizacdo adguira a evidéncia de ume divistc espacial empi- fica (que permite por exemaplo, do “‘conjunto dos paises sub- dssenrolvios", do “desert francés", das “regides beriecede etc.), é 0 que precisa ser explicado wars «gusto nacional, Stalin define ana, vada et rags objetives, nerdadios do passado: comunidade tritr cialidade. A dnica unidade concreta que constitui a Occitini movimento das massas que a cria, construindo a unidade popular contra os projetos do capital monopolista francés. atlantico. Mas no basta dizer isso, Se a Occitinia n&o é uma entidade regional preexistente, submetida 1uma simples dominaco externa’ é também porque, no territério de Occitfinia, do qua! acabamos falar, travam-se outras relagbes s0, ‘ais: relacdes entre res ¢ explorados, Os exploradores \ertencentes a0 to Oceitinfa pertencem a esta propria O ? Aiguns tamente nao, outros... talvez. Toda @ hi ie dos primeiros ni consiste em impor a0 movimento occitano , na definigfo geogrét fica? O “Gireito de viver no lugar” ilo primeiramente “o diseito de Intar no lugar’ E, mais geralmente, quem 4 um “verdad; 1970? Quem é um “verdadeiro” francés em 1792? absciuzamente de nega: idade do “tf ional’. Esses fatos tim a realidade de imigo” aparece como Todo problema est fantoche do estrangeir linha de ‘demare: ‘Uma titima palaiza. Os gebgrafos se espantario, talvez, que nfo faga nenhuma slusio ao espago “Hi apenas pesam hoje como “causas externas” que somente agem no | espaco s6cio-econdmico por intermédio de “causes internas’’. De uum ponto de vista histérico, tiveram, sem dtivida, um peso deter. sminante, Mas os marist, come os geégrafes, fiveram uma forte bisirloa” & um pre contra um fimige que aparece come “astran tend@ncia, em nome do “papel determinante das condigées da pro- (Josef Stalin, no Materialismo histérico ¢ mate- -0, biblia do marxismo vulgarizado em evolucio- coloca, em primeiro lugar entre elas, as condigdes geogra- a reduzir a hist6ria a um determinismo geogrifico, para que ‘haja tempo, no presente, de corrigir 0 rumo, mesmo correndo o 10 de tore6-lo no outro sentido. diigo materi Tialismo dic m0, ficas), 31

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