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Organizado e traduzido por Paulo Bezetr, ext obra de Mikhail Bakhtin (1995-1973), Os generos ais para a compreensio da ah ‘ontém textos fundam f gem dialdgca bakiniana quanto ao texte linguage i fem tradgdes revista e catejadas comp a stima edi a Obras rennidas do aut ras notas de Serguei Hotcharoy, orgaizador da edi Escrito entre os anos 1950 ¢ 60, “Os géneros de so” ©*O texto na lingvisticay a filologiae em out cada nova luz com a publicgdo, neste volume, de lois textos inéitos inteulados “Didlogos”, ie nfo ap secviram de base para a exerita de “Os gineros do disc mas que também esbogam ideias que mieam sauito am, ‘onde, como afiema o tadutor em seu posficio, “atribui-s Prépra nga tma natreza dalgica” suplementadas com s esa CTC Ros TTT) olrasbrsizoesee! ‘osinosip op s0s9090 50 Miknaill Bakhtin Os géneros do discurso Mikhail Bakhtin Os géneros do discurso editoralll34 EDITORA 34 ior 34 Ld Raa Huge SO2 Jaki Europe CEP 01455000 Sauls SP Be Tel (1) 38115777 woreda com be Copyrihr © Fons 141s to Basi), 2016 “eal @ Pala Rens, 2016 ops © Nia an biked by arangemen wth Hen Vainio Een od ese Geri Bacco: igh ones ‘reonugie totan Yo hao seen ero 7 Cops, pci rico clos ceria: Braet © Mal Proto Gris igo -2016 5 IPs Caloocto Fome (Soicat Nana do toe de Uren Rel poo (Os géneros do discurso Nota 8 edit brasil = 7 generos do discUt50.n © texto na lngustica na iologia ‘em outrascigncias humans. n Anexos [Nota do tadutor a08 “Dislogos” am Dislogo IA questo do discuso dialogico 113 Didlogo I. anes ea 1s Posficio, Paulo Bezerta 1st “Sobre 0 ator i Sobre o radwor Nota a edigdo brasileira Fite volume reine gusto textos de Mikhail Mikhilo- vtch Bakhtin (1895-1975): "Os géneros do discurso”, “O texto na linguistic, a flologia e em outrascicias huma- has”, "Dialogo I. A.questio do dscutsodialgico” e “Di logo i”. ‘Os dois primeiros textos foram poblicadosnacoletinea Stetikasloviéstovo wortchesta Estética da cig verbal ‘Moscou, Iskussvo, 1979), com organizagao e nota de Ser uci Botcharow, depois no tomo 5 das Obras reunidas de 'M. M. Bakhtin (Sobraniesotchintn, Moscou, Risski Slo- vari, 1997), volume organizado por Botchacoy e Liudmil ‘Gogotchvil, com os titlos “Problem retchevikh jinrov™ (Problemas dos géneros do discusso") “Problema tekst v Tings, flofogi i deugikh gumanitarikh naukakh” (“0 problema do texto na linguistica, na flologia e em outras. _Sncias humanas”) A tadueio de Paulo Bevera foi publi- ‘ada originalmente na coletinea Estétca da cragao verbal (So Palo, Martins Foaes, 2003) e cevsta para esta eigio ‘com coteo eicdo das Obras rewnidas. "Dialog L. Problema dalogtcheskoiriétchi”e “Dialog LU” sio ingitos no Bra e foram traduzidos a partie do ci tado tomo § das Obras reunidas de Bakhtin. (Os tentosapresentam tréstipos de notas de rodapé: as rota de Balen; as nots do organizador da edigio russ, ‘Serguei Botcharoy, assinaladas com (N. da E.)se a8 aotas de ‘adutor Paulo Bereta, asinaladas com (N. do T). ‘Nar ei basin 7 “0 texto na linguistic.” foi separada em dois rexcos liferentes no tomo 5 das Obras rewnida de Baktn,pabli= cado em 1997: "O problema do texto na linguistia.." € “Apontamentos de 1961” (*1961 god. zametki"). Respe- rouse aqui, no entanto, a edigio de 1979 do ensaio, pubi- eda em Stetikasloviésnovo trices ‘Os géneros do dicurso” fi escrito por Balkin en 1952.€1953 em Saransk (capital da replica da Mordévia, ‘na Unto Soviéica, 630 ki leste de Moscou),eintegrava, tum projet de liveo no realizado pelo autor. Os manuscri- os fram publicados pela peimeira ver na revista Literur- oj Utchebe (Estdo Liter}, 1, 1978, pp. 200-19. ‘Os apontamentos de 1959-1961 do autor reunidos em "0 texto na linguistic, naflologia e em outeas egncias hu- ‘ranas” foram publieados pela primeira vez como titulo “O- problema do texto” em Voprdssi Literati (Quests de Li- Leratura, n° 10, 1976, pp. 329-39, revista diigda por Vie dim Kojinox. (0s dois “Distogos” permaneceram inéditos até sua pu blicagio nas Obras reundas de Bakhtin em 1997, ' Nocera Os géneros do discurso (Os géneros do discurso 1.0 PROBLEMA E S08 DEFINIGKO “Todos os iverson campos da aida harana extol sos 20 io da linguagem. Compreendese perfetamente ftve 0 carter eat formas dss uso sejam t40 muliformes, ‘Tuan 0 campos da atvidade humana, o que, € lao, n30 ‘ontradir aunidade nacional de uma lingua. © empreo da lingua efeta-se em forma de enunciads! (ori e exciton cones eu, profridos pelos itegranes dese ou “tele campo de avidade humana, Eases eminiados efter digoe expects a Braids 0 por se conte (emi) «plo xo da inc fakin mpegs 0 temo sskeonie,detiead do ifiro hic qx in easing de xpi tani pes {ox semen ce pales 0 pop trite ‘Goipo pote sins. in Mart ei de guage He ‘te So Fal) rn bo Bain snd por 8. NV {his cer be tno defile meme ere ape elo no porous co “cnncad ¢enuncigio™ Mas kin no {Sr dno ene enunciated, x lor mmc rn ‘kicsone gr arson de pada do dnc or ue pss © ‘decor it dca da cours a ranane pba sor ‘npr un ura Pore rar, rl no esa 0 [fice ppt utr ao fee adan vkisane poe “rance aeacdor) Os pine do dco " Per nile liso sagem, ou sea, pea seep dos recursos lex gicosegramaicais da lingua, mas,acima de ido, por sua ‘orstzuglo composiional Todos caves ts elemento ontetido temitico, o esl, a construct composiional eee ee Se soma: retro cdo pa lege ee eee eae ‘labora eu po latnens el de count co Chis denominsmos ters do daca. Gee Sera ee eer eer ines pg so incite a poss da mal feed vide hamana pogo ad cmp des dade wen end elaborated um perio eae: ate elie es ahaa a melee Cato se dive uaa completa. Cab wctat ee er er Cas as cso Dee ab dre ce o ee eee ee Ai fedontee pce divided dav modalities de ogo eee eee eer tna da sang ed compo do arin) ore eee ape ea tad tla lace pede a nam denen eee a eee ere cna eee cree sen dat maniac publics ao apo sso do ee ee eee ‘tan lomo dae waco tian ¢ ono mas ae eae Ion) Pode pres gure betel dos ers de creates eae Seis prs et esd: pores exe asm ple do eee eee yee te eee eee eee 2 ial ab tolumes a odem mila padniada ea brigatra por tex consi ena abana profndemete nda, tre Aopcdade fancina como pode pena or tu cstnor pris dos nro ncuron demiadameate tharatone vaso, Ato ponents def de gte Shaustuo gel doe gnctondcivn mane verdad Famene colocada © que mais coda eam ox or Terris Mas da Andie ss nome di les foram or todadon nu cote dasa expeiidade arsine ts dtnges dreds ent es (m0 Ambo da irate ta nfo como eterna ips de comin, go 0 items de ours tips ma tn om exes wns naturesa tera igus) comer, Guarentee em conta thst ual do cman e dons pon a Ani Sete hoe eters on gers recon aa ss Goce sbseucnrs poco aces 3 ein ig ito deu nastier veal dee gen. im nado aterm pr eemplocome +l {do cam owas essa fsa sabre o ena, sobre Socesblidde vere epestce do nunca cre: fda conelsibiidde do pensmento}, ee, Aina ssn, Sinem a coped dor gneron rio io, ics) eacobina sn natura nga eral or fhe ctularanesetabno gers dcuivos do coi jo rdominnntcment alas do dogo coiano ecmas pesado pono devia ds nga geal {paced deSeumare em soe Sep nodemos ore 20 fundamen da downs de amr = din ene Hogs stn cn st enorme gor Sees ecto ada 0 para ela e€ obj eapctc di Peay apo) stn pein ai ana Bova durin de Same oe Marans « lof da apn (Cenngra,ib,1939 som una ds ds cree seta do pen ‘Sent inguin lo wo crete do “abe abst”) {nso era stra doco YN Nac Mor Os aeae do caro 3 ‘ruturalistas, nos behaviorstas americanos em hase i uiticas totalmente distinras, aos seguidores de Vosser) Conrado, esse estdo tampouco podiaredundar em uma de- fini corveta da nacureza unigersalmente linguistics do enunciado, uma ver que estava Fstrio a especficidade do sao lof d linen, 58.84. cola de Sasi r= reset po Ina ples sens ipl Chas ale lb Sedcaye 862) dda esas manifestagdes, a5 relages entre génes prmdrios ‘reproduridos, ainda que eles estejam no mbito de um enun- ciado, no se prstam a gramaiclizagioe conservam a sua inaturezaespesfeaessencialmentedistnta da ature dat relagbes entee as palaveaseoragbe eouteas unidades dali gua — grupos de palavas, t:} dentro do enunciado, ‘Aqui, com hase no material do dglogo das sas rl «as, énecessrio abordarpreviamente o problema da orasio como unidade da lingua naqulo que a diferencia do emi. ‘Giada como unidade da comtnicagdo diseursva (A natureza da orasio € uma das questdes mais comple xs edifecis na ingutia. Tata de opines em toeno des ‘Si questio continua em norsa ciéncia at os diss de hoje. No Gearefa nos, evidentemente,desvendar essa quest em to ‘daa sua complexidade;nosa intengao € abordar apenas um aspecto, mas tal aspecto nos parece de importncia substan ‘Gal paca toda a questo. Pars ns importa define com pre ‘isi a relagio da oragio com o enuncindo. Iso ajudaes a ‘luciae com mais clateza 0 enunciado, de um lado, ea ore so, de outro.) Posterormente trataremas desta questi, por ora ab servamos apenas que os limites da orag3o eng sida dl lingua nunca sto determinados pea alteencia de sue do discurso. Ess alterna, que emoldura a oragio de ambos os aspects, converte-a em um enuaciado pleno. Es ‘52 oragZo assume novas qualdades e& percebida de modo inteiramente diverso de como &percebida a orao emoldu rada por outras oragdes no contexto de um enunciado dese ‘ou daquce falante. A oragio ¢ um pensamento eativamen- te acahado, corrlacionado de forma imediata com outros pensamentos do mesmo falante no conjanto do seu enuncia aici do ine ano pers candton. Or pimron do diane 4 do; 0 término da oreo, 0 falance faz uma pausa para lo- fo passar a0 seu pensamento subsequente, que coatinua, completa e fundameata o primeiro. O contexto da oragio & ‘ conterto da fala do mesmo sjito do discus (alante) a foragio ni se corelaciona de forma imediata nem pesoal com o camtento exteaveral ds realidade (a situagio, o am- biente, a pr€histéxa) nem com os enunciados de outros Janes, mas io somene através de todo o context que 10 dei, fro 6, através do enunciado em seu conjunto, Se, po- é, radon esti cercada pelo contexto do dscurso do ‘mest flat, ou sea, se ea € um enunciado pleno e aca nado (uma replica do dilogo), entio ela estar imediatamen: te (e individualmeate) diane da realidade (do context ex teaverbal do discurso) ede outros enunciados das outros; a sts jf na se segue a pasa, qu €definida easimilada pe To proprio falante(pausas de toda especie, como manifesta ses gramatiensealeuladas e assimiladas, 56 s80 posivei denzro do discurso de um fant, isto é dentro de um en siados a pasas entre os enunciados mio so, evidentemen- te, de natutezagramaticale sim realy esas pass reais — sicoldgicas on suctadas por esas ov aquelas drcunstin {as externas — podem dessuie também um enunciados nos fineros Rccionais secundrios, ris pausas Ho levadas erm conta pelo artists, odiretor de cena, o ator, mas por prin: pio elas diferem tanto das pausas gramavcais quanto das pausasestilivicas — por exemplo, ene os sintagmas — no Interior do enunciado}; espera-se que essa pausas seam se fidas de uma zesposta ou uma compreensio responsiva de ‘ute falante. Semelhanteorasio,tornada enanciad pleno, faa uma validade semntca especial; em relagioa cla po" ‘dese ocupar uma posig responsiva, com ela se pode con sordar ow diseordsr, pode-se executtla, avalila, ets 20 {natexto, a oragdocarece de capacidade de determinar aces posta ela gana essa capacidade (ou melhor, familiariza-se ‘com cla apenas no conjunto do enuncado. » Nok a ‘Todas esas qulidadese peculiavdadesabsoluramente novaspertencem no & propria orag0, que se tornou enus- ciado pleno, mas precisamente ao enunciad, eraduzindo a sa natureza endo a naturera da ora elas ce incorporam 2 oracio completando-a até tomi-la enuncado pleno. Aora- ‘lo enqoanto unidade da liagua earece de todas esas pro- riedades: nfo é dlimitada de ambos os aspects pla alter. ‘om a reaidade (com a situagio extraverbal) nem rlasi0 lmedists com enunciados shes, ao dispoe de plenitudese- fa nem capacidade de determina imeditamente a posi- 540 responsva do onto falante, isto 6 de susciarresposts 2 oracio enguaato unidade da lingua tem naturea grama- tical, feonteiras gramaticas, lei gramatiale nia. (Fx rminada em um enunciado pleno e do ponto de vista dese dade semintico-objetal; 2) 0 projet de dseurso ou vontade de discurso do falantes 3) a formas spies da composiio & ‘do scabamento do genero. ( primeira elemento — a exauribiidade semntico-ob- {esl de tema do enunciado — difee profundamente nos di- ‘esos eapos da comunicasso discusiva. Essa exauibilda- [eimart vy plane sper nec olndinc, Jem por To sua Cmte cut eon mo eran, a por (We ols ragaereyponia® po “aia repo hij s snug cnr plement sentido con Bk an. dE) ‘tems do emenciado (por exemplo, de um trabalho cientica) ‘ganha uma elativa conclasbilidade em determinadas cond ‘Bes, em cera situagio do problema, em um dado material fem determinados fins colocados pelo autos isto 6, jf no am bio de uma idea dfinida do autor, Desse modo, deparam ‘nos ineviavelmente com 0 segndo elemento, que €insepa vel do peimeir, Em cada enuneiado — da réplica monovocal do cots 1 as grandes e complexas obras de cignca ou de literatura angemos ineepretamos, sentmos a ntengo discursi= ‘ir 04a vontade de prodicr sentido por pate do flante, que determina a totalidade do enunciado,o seu volume ea suas Tronteirss. Imaginamos o que a falante quer dizer ¢ com 11 intengio verbalizada, essa vontade verbalizada (com ‘eniendemos] € que medimos a conclusibiidade do enuncia- do, Essa intencio determina tanto a propa escolha do b> jeto (em certs condigdes de comunicasio discutsiva, na re lao necessiria com os enunciados ancecedentes) quanto 0s seus limites ea sua exaurbilidade semntco-obetal le, evi- ‘entemnente, também determina a escolha da forma do géne- ‘ro na qual sera construidoo enunciado (j se trata do terce- ‘ro elemento que abordaremos adisnte). Ess intengio—m- ment subjetivo do enunciado —combina-se em wma uni de indisotvel com o su aspctosemdaico-objeal, restr jndo-,vinculavd a uma situagio conereta singulae) de Eomunicagio discusiva, com todas as suas ctcunstncias in- dlivdasis, com sens participates pessoais, com as suas inter. ‘engGes —enunciados antecedents, Por 0 os participan- tes imediatos da comnicagao, que Se orientam na situaglo ‘eho enuneiados antecedentes abrangem fil eeapidamen: fe a intengio discursive, a vontade discursiva do falante, € ‘desde o inicio do dscuesopercebem 2 toralidade do enuncla- dom desdobramento Passemos ao elemento rerciro¢ mais importante para 1n6s-—as foomas estives de género do enunciado. A vonta- Orsi do dius ” enelivbilase 8) é 5) de clacursiva do falane se realna anes de radon esotha de certo ginero de dsr. Esa escola €Jteninada pe In epeidcidade de un dado camo da commmnicagio dict siva por consideragdssemntico-objai emia, pla Simao conreta da comunicaso dscursiva, pela compost Go pessoal dos seus partpates, te Em suis, te €3o discursiva do flat, com toda «sa indviuaidade © Subjeidade, €apicadse adapeada ao gener escolhido, Contin edeenvoive-se em determina forma de ge. is gncos exter sobretodo em todos 0 Eero ais ‘ariados da comunicsio oral ordiana, incluindo 0 gaero tas fair eo mas intino alamos apenas arave de certs gneros do discurs, ix todos os nosso nuciaos tm formas raiment estivese rpc de consrndo do conta, Dips de ners de diseaso ora eet). En termos préties, os os empregamon deforma sours € habilidos, ms en trmostedrcos poerosdesconhee cxsténca, Como o Jourdain de Molire, fue flava em prosa sem que dso suapeiase, ns falamon por nros iverson sem susp desu extn AX mer tno nobat-papo mis descataid live moldamos ono se dicuro po cetas formas de nero, as vere padronin dase estereripaas, i vores mais flexi, tives (a comuniagiocatidanaeambem dip de gneros erintos). Ess gtneos do dscurso nos 0 das quae a ‘mesa forma que nosé dad a ingun mater, qa do ‘amos vemente até comeyarmoso extudo Teco da re ‘nia lingua materna—sua composito vecabular wa éstrtora gamavical —nio chega a0 oss conheiment a pute de diconiriosegramstens, mas de enonciadoscon- {reton que nds mesos vies ens meson eprodrimos ‘ua comunicagsodicursiva viva com ax pessoas Que os 10 kia Assimnlaros as formas da ing somente as formas Alorenancados ejustamente com cas formas. Ae formas da w i ab lingua as formas tipcas dos enuncindos, isto & os generos do discuso,chegam & nossa experéncia € nosia consciés- ia juntas eestretamente vnculadas. Aprende falar sign Fis aprender a construe enunciados (porque flamnos po ‘enunciados endo por orgies ioladasc evidentemente, 130 por palavrasisoladas). Os geners do dscueso organizam 0 hosso divcurso quase da mesma forma que o organizam a3 formas gramatcas(sintticas), Nés aprendemos a moldar 0 nosso discusso em formas de género ¢, quando ouvimos © discuro allio, advinhamos o sew gnero peas primei- ras palavras,adivinhamos ceo volume (isto €, uma exten: io aproximada do conjunto do discurso), ums dterminads construgio composieional, prevemos o fim, isto &, desde 0 inicio temos a sensagio do conjunto do discus que, em se ‘guid, apenas se diferencia no proceso da fala. Se os ge 0s do discurso no exstisem ends nfo os domindssemos, se tivessemor de eri ls pela primeiea vex no processo do dis ‘urs, de conerui ivemente cada enunciadoe pela prime- aver, a comminicago discusiva sera quaseimpossivl ’Ns formas do género, nas quais moldamos 0 nosso ds- curso dferem substancaimente,€ claro, das formas da lin- {goa no sentido da sua exeabilidade eda sua coerg30(norms- tividade) para ofalante. Em linas gras, elas si berm mais Aexives, plistcase livres que as formas da lingua Tambét ce sentido a dversiade dos géneros do diseurs0 € muito frande, Toc ws sie de géneros sumameatedifundidos no eotidiano & de cal forma padronizada que a vontade diseur ‘va individval do falante 36 se manifesta a esclha de um ‘eterminado género cadmas na sia entonagio express. ‘Assim sio, por exemplo, ox diversosgneroscotdianos bre- ves de saudagdes, despedida, flctagdes, votes de rodaespé cle, informagio sobre a sxe, a eiangas, ete. A. dives de esses géncrosé determinada pelo fato de que eles dif ‘en entre si dependendo da senacio, da posi soil e das ‘elagBes pessoais de reciprocidade ene os parscipantes da Os gineodo dca » 1nd formas elevadas dessesgineros, rigoross- ns respetosas,concomitanes com formas fam lates, que aderaisapeesentam diveros gravs de fami dade, com formas intimas (eas dferem das familiares). Essesgnerosrequecea ainda cert tm isto & incliem em sua estruura dererminada entonacdo expeessiva. Eset gine 105, pasticulazmente os elevade, ofa, apresentam un l= to gran deestabilidade ecoagdo. Aa vontade dscuniva cos. ‘uma limitarse descolha de um género «x6 lees matizes de ‘uma entonagZo expresiva(pode-sassimir um tom mais £0 04 mais respetoso, mas fio ou mais ealoros, introd zicaentonaczo de alegtia, et.) podem rele a ndividali- dade do falance (a sua idea discursivo-emocional. Mas a bem aqui € possivel uma reacentuagio dos gneros, caracte- tistica da comunicacso dscursiva em geal esi, por exem- plo, pode-se tansierir a forma de genera da saudacio do ‘amo oficial para 0 campo da comunicagdo familia ito 6 ‘empregi-a com uma reacentuagio inca parc com Sins nilogos pode-se misturardeliberadamente os gneros das diferentes exer, Paralelamente a semethantes géneros padronizados, cesta eexstem, € claro, géncros mis livres mais criati= vos de comunicagio dscutsiva oral os géneros das conver- sas de salio sobre temas do cotidiano, sociais, estos es: rilares, os gineros das converas & mesa, das converss i- ‘imo-anistosas,intimo-familares, et. (por enquanto no este uma nomeaclarua dos géneros do disurso oral ea ponco es claro principio detal nomenclatura}.A maioria, cs ees sts alge nctea 8 ing pe oninoermente ex Rade ding) ote rae ei ti como ref, a Inga, ont scanty mates de gts dene det, Ch por exemplars Brn is I es gw omen des gc 1908, mos 110 Pas 1905 Ioan Ned w i at _dessesgneros se presta a uma eformulacio lve criadora {8 semelhanga dos génerosfcionais, e alguns talver até em. Iaiorgrau), mas © uso crativamente ive ndo & uma nova ‘riagio de ginero —cabe dominar bem os géneros para em pregilosivremene ‘Muitas pessoas que dominam magnificamente ma lin ‘gua semtem amide tral impotdacia ern alguns campos da ‘comunicapio, justo porque ndo dominam na pitia as for mas do nero desses eampos. Com feequénca, uma pessoa ‘que rem pleno dominio da dscurso em diferentes campos da ‘omunicagio cultural — sabe Jr um relatério, desenvolver. tuma discusso cientifica, fala muito bem sobre questbes ‘uma conversa mundana cal ou intervém de for ta muigo desajstada, Aqui nlo se tara de pobreza vorabw- Tarinem de estilo romado de maneitsabstata; tado se res tne a uma inabilidade para dominaro repertrio dos generos cde conversa mundana, fala de um sufcienteacervo de no {bes sobre um enunciado inti que ajudem a moldse defor mma rida edescontraida o seu discurso nas formas estlist covcomposicionais defnidas, a uma inabilidade para tomar 4 palava a tempo, comegar coretamente eterminar corre tamente (nese gneros, «compoig a0 & mit simples). ‘Quanto mais dominamos os géneros, maior é a desen- _voleurs com que os empregamos e mais plenae nitdamente scobrimos tees a nossa individualidade (onde so & por: {vel enecesiro) efletimos de modo mais exile stil « Stusgio singulae da comenicagio — em summa, tanto mais Plena € forma com que realizamos 0 nosso ive projeto de discuss. esse modo a falante nfo so dadas apenas a formas dl lingua nacional (s composigio vocabulareaesratragra- ‘matical obigatrias para ele, mas também as formas igual- ‘mente obrigtorias de enunciadoy ato 6, os géneros do ds curso: estes so Ho indispensveis para compreensdo mi- ‘ua quanto as formas da lingua. Os gneros do diseurso, com. Os nro do dco parados as formas da lingua, so ber mais mutives, en ‘ise pisticosentretant, para oindividuofalane ees sam Significade narmativo, nao sto criacos por le mas dados 2 cle. Por isso um ennciado sngplag, a despito de tod 3s individualidade edo caster criacivo, jamais pode ser cons creo, Agui possivel a mesma aberragio. Uma oragio co- ‘no “Ele moereu” plo visto incorpora ma determinada ex Dressio, ea incorpora ainda mais uma oragio como “Que Alegria!” Em realidade, ns perecbemos ages dessa nature ‘2a como emunciados plenose ainda mais em ua stad t= Pict sto nama espécie de géneros do discuso dotados de ‘expresso tipica, Enquanto oragBes elas sio desprovidas des “sLexpresso, sfo neutras. Dependendo do contexto do enun- ado, oragio "le morteu” pode traduze também uma ex presi postiva, de alegra e até de jabio. Ea oragio "Que Alegria!" no contesto de certo ennciado, pode assum tom nico ow amargamentesaristico. ‘Umm dos meios de expressio da relacio emocionalmen- te valorativa do falante com o objeto da Sua fala €a entona- so expressva qu sa nitdament na execuso oral” Aen fonacio expressva € 1m trago consituive do enunciado” Nix ident 2 aiaos com atresia or a Se cu i. 4 etnagio oxrenins come prs exreno da algo do ursadoecomo es mais inportnte ao costo fl mace Snead numa ne tables do ero eps ed tho 820" mig elm wn ec a paler om i Babin "No sista da lingua, sto & fora do emunciado, ea nfo exis- te. Tanto a palavra quanto a oragdo enguanto amidades da lingua sio desprovidas de entonagio expres. Se uma p- lavraisolada € proninciada com enconacio expresia, ji nfo €uma palavra mas um enunciado acabado expresso por ‘uma palavea(ndo hi nenbum fundamenco paca desdobri-la fem oragio), Na comunicagio diseursiva, existem tipos bas- tantepadroaizados © muito difunidos de enunciados valo- ‘tivo, isto 6 de géneros valratvos de dicurso que radu- 2em elogio aprovacio,éxtae, estilo, iasulto: “Orimo!”, “eavol”, *Maravilha!, “E uma vergonhal", “Porcaria!”, “Uma besa!” etc. As palaras qu, em determinadas condi «es da vida poltco-scil adquzem um peso espeificn, tor yhamse enuncados exclamativos expressvos “Paz! "Liber dade!” te. (Trata-re de um ginero de discurso poticoso- ‘al espcfca.) Em cert situagio a paavra pode aquirium ‘sentido profundamente expresivo na forma de enunciado ‘exclamativo: “Maet Mae!” (exelamam dez mil gregos em Xenofoate)2* Em todos esescitos no estamos diate de uma pala- ‘ra oad como unidade da lingua nem do significado de al. cone eave coat ve parece ar pla pao Sone tines [| Acorn oa samp na fom do er ‘dani rr do it no dt Ns nena,» pasta ne {tens com vl fenced nx enonaia qu lant contata emmon unin a sana cil or exon” (WN. Nona, “Nyaa exdh ea ples apes Zey 19266 pe 282 Si hesnd pecmmante ten (ena qe fr 3m [pole poal plcadn ral ded enna [1 stasioeo tine pdt, ae des, presumes enema ans decline amb x ds plan rd {edreongiotimlam osjom do eran” (VN. Vihar, “conan docousad®, rations cia 33,1980 96.77 Sade ° eof Ana, Menon Leningrad 951.121 io ep 3.0 n Og do do » plavra, mas de um enunciado acabado e com wm sentido ‘concrete! — estamos dante do conteido de um dado emu ‘ido; aqui, 0 significado da palavrareere uma realidade ‘smereta em condigesigualmene eas de comunicagiodis- tutsiva. Por isso, aqui nao 86 Lompreendemos o significado de dada palavraenqusto palavra da lingua como oeupamos em relago a ela uma ativa posigso responsiva — de sip i tia, acordo ou desacordo, de estimulo para 2 agd0, Desse mo doa entonagio expressiva pertence aq ao enunciadorenio rasan aii dev a onto de palavea da lingua tem ou pode te por si mesma “um | tom emocional”, “um colorido emocional, “um element axioldpico", uma “auréola eslstica”, et. e por conseguin ‘uma entonagio expeessva inerene a ela enguante pala va, Porque e pode pensar que quand escolhemos as pla ‘7135 para o enunciado & como s© noe uidssemos pelo tom ‘emocional proprio de uma palavesisolada:selecionatnos aguelas que pelo tom correspondem 3 expressio do nosso ‘enunciadoe rejeitamos as outras.F precisamente dessa my cir que os poetas representa 0 seu trabalho com a pl eae & assim mesmo que aestilista (por exemplo, "expe. rigncaesilsvica” de Pechkovski? inerpeeta ese proceso. tte Moa Bloom 2 No to Maro « laf de guage, 0 xe conse ocouncn ermine termnnlpannt sm teas" ‘ad nanan ofand, nile gaa ens pio cr Sida o Por signed, dreeament de ending Ines whims do ennciad queso rls om As as sts pees [oO te J nde mec de el Osipado do mancind, 2 cnr dvips co a ide jgmicadon de cements dig gx fen pe op fora. ae) 2A ape eit con hen acl aranes sts do eo" am poco reagan epee filo por XM. Pcovk par aaa odo fosonl et AML 0 ib E, apes de tudo, isso ndo & assim. Fstarmos diane de tama abetragdo jd conhecida, Quando escolhemos as pala ‘tas, partimos do conjunto pojetado do enunciado" e esse Conjunto que projetamos ecriamos € sempre expeessivoe & tle que iradia a soa expreseio (ou melhor, a nossa expres- 2 cada palavra que esolhemos; por asim dizer, conta fia esa palavra com a expresso do conjunto. Eescolhemos '& palavea pelo significado que em si mesmo no € expressvo ‘mas pode ou nio corresponder aos nossos objervos expres- vos em face de outrs plavias, ito 6 em face do conjunto ‘donosso enunciado, O significado neuro da palara referida ‘cera realidade concreta em determinadas condiges reais ‘de comunicagto discursvagera a cenelha da expeessio. Ora, {Eprecisamente isto que acorte no processo de criagio do ‘enunciado, Reiteramos 6 0 contato do sgncado linguis tico com a realidade concrets 6 0 contro da lingua corn a realdade, conto que se dé no entnciado, gra cenelha ‘da expresso, esta no existe nem no sistema da lingua nem 1a realidad objtiva exstente fora de nés. Portanto, 2 emorio, 0 juzo de valor e a expresso so _estranhos 4 palavra da lingua e surgem unicamente no pro= ‘cesso do seu emprego vivo em um entnciado concreto, Em ‘mesmo, o significado de uma palavra (sem referencia a ear Tidal conereta) €excracmacinal. Hi palaveas que signif _ gam especialmente emogdes,juzos de valor: legria", “0 Peco, Quetie de metal dng ater de guise td tin, Mons Leng, 3D, 0.133) (aE Qua coninoso nos dca, sempetrnnos de ante nooo donot rand ma fon evn denial {hom de nr qs de pro dal de dacuno- NB alas {Spleen aaa vmor dea lov oer, as como m= empes ‘Se rai com a deride pastas: nfm plas apes ‘ei foe dent de a ing cca «ainda si 9 ‘he undo wars uma eesti mel ei Or pinde daca s frimenco”, “belo”, “alegre”, “triste” etc, Mas esses sigii- «dos tamisim sie neutros como todos os demas. O colori do expressivo 6 se obtém no ensnciado ese colorido in depen do significado de tas palavras, soladamente toma do deforma absteatas por exemplo: "Neste momento, qual- ‘quer alegria€ apenas amargura para mim” — aq a plavra slegea” ecehe entonacio exprésiva, por asim dae, a des prito do seu significado. eine oaine etoile psa to. Esta é bem mais complexa. Quando escolhemos as pa lavras no proceso de construgio de um eauaciado, nem de Jonge as romames seme do stems da lingam sua fra, Deut, lexicografca. Cosrumamostir-las de outros enum: ados,e antes de wado de enomciadoscongéneres com ono £0, so ¢, pelo tema, pela composci, pelo estilo, consequen: temente,sleconaaios as palavras segundo a sua expecta ‘fo de género,O género do discurso ado € uma forma da lin- 2, mas uma forma pics do enunciado; como tl forma, 0 ‘enero inch cerea expresso tpica que lhe é inerete, No ge nero a palavra ganha certa expresso tipica, Os géneros cor fe agbestpicas da comunicagto dscuriva, {temas tipios, por conseguine, a alguns contaostipicos dos ‘Signficados das palaveas com 4 reaidade concreta em cr: unstinciastpicas, Dai a possiblidade de expresses tpcas, {que parecem sobrepor-s s palavras. Essa expressividade ti. pica do género no pertence, evidenremeate, palayra en {quanto unidade da lingua, ni far pare do seu significado, ‘mas reflete apenas a relagio da palavra edo sew significado coma género isto 6, com enunciados picos Essa expeessio ‘pica e a entonasie tipica que lhe corresponde carecem de ucla forga de coer que tém as formas da lingua, Fura rormatividade do género mais live. Neste excrplo: "Neste ‘momento, qualqoe ler €amargura para min", o tom ex pressivo da palava “alegria", determinado pelo context, tevidentemente nfo tipico desta palavra, Os generos do dis 2 ik akin ‘curso, no gel se prestam de modo bastante iil uma rea ‘entuagiog 0 tate pode ser eransformado em jocosoalegre, nas dat resulta alguma coisa nova (por exemplo, ogénero de tum epitiio joo) Essa expressividade ica (de gnero) pode ser vsta co smo a “auréolaextiiica” da palara, mas essa auréola mito pereence palavra da lingua como al mas a gnero em que dada palavracostuma funciona, é0 eco da otalidade do gé- ‘ero que ecoa na para, x ‘A expresso de gincro da palavra — € a expressfo de sénero da entoagio —¢ impestoal como impessoais 30 05 Droprios géneros do dicusso (porque estes sio uma forms fipiea de enunciados indviduais mas ado s20 os proprios ‘nunciados) Todavia, 3 palavras podem entrar no nosso {iscurso partir de enunciados individuas alicios, manten~ em nendr ox miioe grav os Kons eecosdessesemunciados individu, hs palavea da lingua no so de ningun mas 0 mes to tempo ns as ouvimos apenas em certos enunciados in _divduais, nso lems em determinadas obras individuals, 38 palavras jt nfo tea expressio apenas pica, porém, vessio individual externada com maior ou menotntiez ‘ean fungio do género),deerminada pelo context singular. "mete indrvdal do enuncado, (Os sigificados lexicogriicos neutros das palavras da fingua asseguram para ela a identidade ¢ a compreensio mii tua de todos os seus falantes, mas o emprego das palavras na omunicagio discursiva viva sempre & de indole individual ‘contextual. Por sso pode-se dizer que qualquer palavra exis) fe para ofalante em ten aspectos: como paavra d lingua ‘tts endo pertencente a ainguéms como palvea alia dos Dutros, cheiadeecos de outros enunciados por timo, co- tno a minba playa, porque, wma vee que et opero com ela femuma situagio determinada, com ua inten discursiva ‘ererminada, ela jest eompenetcada da minha expresso, Or piers do dco ss Non dis aspects fi «palo 6 expressing, mas esa xpress reeraman no prece poplar ela tose no food contto da pala sna reat coe Crete nau condigcs de wa saao rele coe coma € ralado peo erin ndvideaL Ne caso plays tis como expres de cea px loans do home individual atgvim dado de seid do estes ow tira, pay me, amigo, mee, ce} com abreviatra do coud Em cds Gps em cada clo sociale cad mic- smndo fain de amigo one de sas ve { homem ces vier ee mnie ve donde utordade gt i to, cmos obras te ae jp nage eos ula car, mia segue Eada Epc ds on eampon da vine aiid, existe ends tratgden eprom en oupep era dem oben enncade sts, Senecio so aca sen dterrizaes do “senhores do pene ‘nemo de un oc vera expres agua te fs fandameres ean en lo dons Sean ‘cogs icles nos qa cane aprenden Magu tatena ee evieremerysioepee express TEs porque sexpestacl scare aia equal auer peo ois deseo oun nrg co "ate comin com ov enc indias dsouno En cer sen, en expel pode tr carcino im proceso de asia ~ maton mano cider ~ ds Tals do nt cod plan da Eu odo noe ences cl tad leo de plas dos cut, du eridadeou de asinisbade, de eau aio de apr fspubiidade «de rlevdncl, Ee plas dos. oto et consign ama expreseo, ose om vaoratvo qe a anos eaborames cece ” Mii akin esse modo, a expresividade de detrminadas palavras ‘nfo € urna propriedade da propria palavra como unidade da Tingua ea decoreimesatamente do sgucado dssas pa lavas; esa expressio ov € uma expresio tipica de género, ‘ou um eo de uma expresso individaal albeia, que torma a uma espcie de epeesenante da plenitude do en «ado do outro como posigio valoraiva detersinada (© mesmo cabe dizer também da oragdo enquanto uni dade da lingua: ela também carece de expresividade. Isso 1s jf afemamos no inicio desta sego. Resta apenas com- pletarbeevementeo que fo dito. Acontece que 0s ipos exis fentes de oragdes costumam funciona como enunciados ple- ‘os de determinados tpos de ginero, Assim sio as oragbes ‘exclamativas, iaterrogatvese exortateas.Eviste um niime- 0 muita grande de géneeos centrados no cotdiano e espe ais (por exemplo, g2neos de ordens militares e de produ- ‘lo}, au, em repay so expressos por uma oragio de tipo Correspondente, Por outro lado, a oragbes dese ipo seen ‘contram de modo relaivamenteraro no contexto de subor- ‘dinagio dos enunciados desenvolvidos. Quando expresses ‘esse tipo [entra] no contexto deseavolvido de subocdina- ‘Go, destacamse com certa nitder de sa composigo e, em Feera procurando scr ov a primeira ou a ultima oragio do fenunciado (ou da paste telacivamente avtinoma do enun- ilo) Esses pos de oragSesapeesentam urn interes es ‘ecial no corte do nosso problema e ainda votaremos elas ‘Aqui sox importa apenas observe que as oraes dss tipo se fundem mito soldamence com sua expressio de pinero, ‘assim como absorvem com especial faiidade a expresso in- 2p rimeinea dima rao bm ean em geal ut rue wil it quae complemen: Pare ats, Por a ‘inde de crags dst eee" gue se cncomram edt {rem loo inka de alternini dos jos do dics. ( inersede daca ss Aivdal.Essasoragdes em muito contibuiram para conso- lidar lusio sobre anarureza expressiva da ora, ‘Mais uma obseragio, A oragio enquanto unidade da lingua tem uma entonagio gramatical especfcs eno ua ‘entonagZo expressva, Stuam-se entre as entonasdes grama- tieaisespecificas a entonagio de aabamento,«explcaiva, a cisjuntva, a enumerativa,ete-Cabe um papel especial en tonasio narrativa, 3 inerrogativa, &exclamativa e exorta: tiva:agui se een decerto modo a entonago gramatical com ‘a entonagio de gnero (mas nio com a expressiva no seni dd preciso do rermo}. A oracio s6ganhaentonagio expres siva no conjunto do enunciado. Ao apreseatat un exemple ‘de uma oracio com o ito de analistn, costumammos baste «Ea de cert entonasio tipica, ransformando-a em enun- ciado acabado (se tramos a oragio de um texto determina ddonés. entonamos, evidentemente, segundo a expresso de dado text) Pois bem, o elemento expressive é uma pecelaridade consttutiva do enunciado, O sistema da lingua &dotado das formas necessirias (isto & dos meio lingusticos) para emi tira expressio, masa propria lingua eas suas unidades sg nificaivas — as palavras ecrages — carecem de express pela prprianatureza, si neutas:Por ssa serve igualmen- te bem a quasquerjuizos de valor, os mais divetsos e contra d6rios, a quaiquer posgdesvaloratvas, Portanto, 0 enuncado, seu estilo e sua compesgio $80 Ct. nota 3a capo “Os eros do dca”. Sobre at ee ex vers miner Jor bora com fra ae ig AR Visi, °Aconanca como profiena de puoi do conga tet" set lio de WN. Vaca, fdas pando Br. ipl crs Penpesiaeea oss Nd Tj Maso Lei Fido 127 pp 312 octal prc Ba ey ™ i abe ites dialgicos dos enunciados. No entant, munca pode- ‘or identifier lingua ecomunieagSo discursva (como inter cmbio dialogico de enunciados)E possivel uma identidade bsolina entre dns e mais oragSes (sobrepostas uma 3 ou fra, como dass figuras geométrics, clas iri coincidr), além disso, deveros admitr que qualquer oragi, mesmo a mais ‘omplexa, no fuxo ilimitado da fala pode repeirse um n- mero ilimtado de vezes em forma absolutamenteidéntca, fempre um novo enunciado (ainda que sja uma citagio. Surge a questio de saber sea ciencia opera com ais n- Jividvalidades absolueamente singulaees como os enuncia- dos, se ees no iriam além dos limites do conhecimenco cien- tific genealizador. claro que iso € pensivel. Em primeio Jugas, ponto de partida de toda cincia so as unicdades Impazeseem todas as etapas da sua eajetbra ela permane- ce ligada a esas. Em segundo, acincia,eacima de tudo af Tsoi, podem c deve estar a forma especfca ea fangs dessa inividualidade, Devese ter oentendimento preciso de _gue énecssiro aplicar um correivo permanente 3s pret: ‘es da analiseabstrata linguiscca, por exemplo) 20 esgoca- mento de um enunciado concreto, © extudo dos tipos efor ‘mas de relages dialicas entee os enunciados e das suas for zs tipologicas(fatores de enunciados) © estudo dos ele- mentor extralingsiticos e 0 mesma tempo extassemsint- cos (artstcos, centifios, et. do enunciado, Exist um eam- 0 intciro ene anise lingafticae a pura andlise do sen- fido; esse campo desapareceu para a cic "No dmbito de um mesmo enanciade a oragio pode ee petiese fa repetgio, a citagio desi mesma, 0 involuntrio), mas a cada ver ela & sempre uma nova parte do enunciado, pois madou de lugar e de fungao na plenitude do enunciado, (© eaunciado em sua plenitude ¢ enformado som tal pe: lonleenton sang (apn tad a8. tos enunciados, Esses elementos extralinguisticos (dialdgi- ‘08 penta oenunciado também por dentro ‘Ar eaptessesgenerlizedas do flan na lng (pro somes essai, ocias pesos don verbs, formas rina tease lexiais de expreto da modalidade ede expresso dh rela do flan com ose disco} eo sjeito dad curso, © autor do enanciado.* ‘Do ponto de vista dos objetivos extralingsitcas do nunciado, oojuno linguistic € apenas un mca ‘0 autores formas css expresividade na ob. En «que medida € pose falar de “imagem” de autor? contramor autor ipereebemon compreendemos, se: timos, temos a seaside) em qualquer cra deat. Poe xemplo, em uma obra de pinta emp sentimos se 3 tor(o intr) conta nunca o vemos da maneia com ve tos imagens por ele epresenradas. Néeo sentmon em eh di como um pincipioeepresentador puro 0 sujet rere sl Tam bm no atorerato no vemoy, Ear, 0 autor ie ere seata aso somente a epresetago do pntor En ermos ‘igoroon, a imagem de ator € um contradiction ae. “Em verdade chamada imgem de ator 6 uma imagem de tp espe cterete de ors imagens da obra mat Ingen esta emo sex auton ques criau, A imagers dona ‘adorn sareago na pesto doe, sagem da personage entel nas obras astbiogsas (awtoingraas, conte Aivios, memérias, ey 0 het autbiogrtc,o ec li 0 et. Teds eles so mensuradonedeterinads po sa ‘elagio com o autorhomem {como ebet espetin der resent), mas to les so imagens representa ie {Eno seu aston, o portador do prislpi paramente cep: ‘erento, Podemos fle de ator puro para ciferencié amor parciaimenterepresenado, mowtado, que integra ‘bra somo parte del ‘O autor do erunciado mais omum,padronizado, cot Mihi Bain dino, Podesioscriae imagem de qualquer flan, erceber objetivamente qualquer palavr, qualquer dscurso, mas ss inner objeva naga nessa ma arela do propio fare ne tind por de ame aor do cosa. sso no significa que nfo haja caminhos que leva do, aufor omen ess cmos exe, eden fement,eainds mais na propria medola, o pepe Sago ‘dothomerm, mas esa mela none pode via ser ama ds imagens da propria obea. Tal autor esta nela como um todo, ademas rm ga superiog, mas manes pode Vea Ser parte omponentefgurada (objeal da obra Ele nfo € uma nate ‘cesta em natura vatiratae reas mas ua nats cveans ef non ereata™® pura Tm que medida so posit na Hterara paves po ras desprovidas de objeto, monovocais? Pode uma pala, ta qual aur no ove a vor do oxo, na qual $6 exist les le inti ira ser material de construgo de uma obra Titers? Algum grau de objtficasio nio seria condo in- dispensivel de qalqverexlo? Nio extaria o autor sempre ors ds lingua some material para obra de arte? Nio seria ‘qualquer eseritoratéolirio pro) sempre “dramaturgo™ 0 Sento de que ele dsb rota ax palavas vores Jos toy, inclsive A imagem de autor 8 outeas mascaras de au- tor) E posive que toda palavesdesprovida de objet. mo- ‘vocal ej ingens eimprese el pare uma exagtoautén- tea. Toda vor autenticamentecriadora sempre pose ape- ‘as uma seunda vor no cero. 56a segunda vor —a e- Iago pura — pode se desprovida de objeto atéo fim, sem abandonara sombra substancalgurad O eeitoe €ague Nocens rind con ti- (NE) * Noten ead eid em in. (Ne dB) Nana rior iad em tin (NE) leque sabe rabathar na ingua estan fora del, gece que temo dom do falar ideo. TExpimi i meso sigs Fane de t mesmo objeto parse outro e para simesmo (a sreaidae da concn) ste 0 primero grau de objetiagto. Mas ambem € post ‘el exprimir minha rlaSo comigo enguanga obo [0 4 unio ctgio da objaivagio) Neste ao, mina propa pa lava seroma prove de objew eresbe uma segunda Yo0 a minh propria Mas esa segunda vo fn ang om Ba Ge si mesma}, porquanto exprime una elago pars {oda care objetvador,materiaizadora da pala dba prinsira vor Exprimimosa nossa clago com agile que falaria dos se modo. No fla cotdiano isso se exprime na entonagio Jevians,zombetera ou iréniea (Karin em Tost)" ma entonagio surpresa, que no compreende interop, david, confirma, rej, sen indgnago, ensue ee Te tase dew endmeno de bivocaidae bastante pimivo¢ tuto comuns na comuniegio dacursivs da conversa do ia 2 ia, dos logos edicusses soe temas cetficon eo 4 tos temas ideolicos. uma bivoaldade bastante gros tae pouco geteralizador, amide fraeamente soa: 0 teproduridas com cacy as ale de Js intr Tocuores presets, Uma forma igualment ron pou cogeneralzador soa ferent varedads da esta patie. A vor do our linia, asia, endo rem peo. fundidade nem ec (criadora, generalizes) na relagio ‘itu enue as yous Na teats €0 lante por sta esténcia) realism coisifia frequentemente ‘ homiem, mas isso no € uma aproximagio com este. O na toralism, com sua tendéncia para a explcagio causal dos tose pensamentos do homem (de sta pogo semntica no ‘unde, coisifca-o ainda mais. O enfogue *indutivo", que arentemeate € proprio do realismo, & no fundo, uma ex- plicagio causal cosicante do homem. Ai, as vores (no sen- fido de estilossociaiscosifcados) se transformam simples- ‘mente em indicos das cosas (ou sincomas de processos) a clas jd nfo se pode responder, com elas jé no se pode ds- ‘ute extinguer-se as relagbesdiakigieas com tas vous. ‘Os graus de objetiicagio esubjetficaio das pessoas re resets (2 da indole dilégics da relagio do autor com las) diferem acentuadamente a literatura. Ness sentido, a imagem de Digvuchkin difere essencialmentedasimagens ob jetais dos funciondrios piblicos pobres em outros escritores. Ele rab est polemicamente afiado contra esas imagens, nas quai alo existe ot autenticamente dialgico. Nos co" ‘mancescostumam aparece dscussbesperfeitamente acaba das eresumidas do ponto de vista do autor (sso, evidente- aioe en lege Onlin da medi eo anil ctor ‘oman 8 aE) ‘mente, quando aparecem discusses). Fx Dostoigvski hi ex tenogramas de uma disessio inacabada e inacahivel. Con tudo, rodo romance geralmente & pleno de tonaldades ds losicas (nem sempre com as sigs personagens, é claro) De ois dle Dostoievski a polifoniacrese de forma imperiosa fem toda a literatura universal Em relago a0 homem, 0 amor, a compaixio, 0 enter necimencoe quaisqueroutras emocdes sempre si dialogs nesse ou naguele gra [Na dialogcidade (i.e, na configueagio de sujita das suas personagens} Dostoievskiwlerapassa cert limite, mas sua dialogicidade assume uma qualidade nova (supeion Aconfiguragio objtal da imagem do homem no éme- ‘a materialidade, Pode-e amélo, ter compainao dele, ee, ‘omais importante, podese ( dev-se) entendé-lo. Na litera tra de feo (como na art em perl) hi reflxo de subi vied até nas oisas moras (corelacionadas com o home). © dlseurso concebido em termos de objeto (eo diseur- so objetal requer necessariamente compreensio — caso con- teirio nio seria discuso —, mas nessa compreensio o ele ‘mento dialégico é atenuado) pode se includo na cada cau sal da explicagio. O discur desprovida de objeto centra do meramenteno sentido, funcional) permanoce no diflogo do (por exermlo, a ivestigagio cient) ‘Comparagio dos enunciados — provas em fsa, © texto como rellexo subjetivo do mundo objetivo, 0 "eto camo expe da contin qe refit al. Qua lo texto se tora objeto do nosso conhecimento podemos falar de reflexo do reflexo. A iterprecagao de um extosem- pre € um correo reflexo do reflexo. Um reflexo através do ‘outro no sentido do objeto reed, 1m fnfmeno da narreza vem “significado”, 6.0 signos (inclusive as palaras) vim significado, Por iss, qual- «quer estado dos sgnos, seja qual fr o sentido em que tena, avangado, comeca obvigatoriamente pela compreens ia akin 0 testo 6 dado (realidad primaio ponto de par “ida de qualquer dscptna aasciéncias humsnas. Um con- omierado de conhecimentos e modo beterogincos cha nado logs, inguistie, invetigngSo Iersria, meta inset Paroindo do texto, les peramblam em diferentes reses,agaram pedagos heterogéneos da natrcz, da vide terial do piqusm, da histria, «on unfat por vncilos ‘a caus, ora de sentido, mistoram constatages com ju tos de valor. Da also a objeto real €necessii passa a tia dlimitao precisa dos objetos da iaverigagt cen a. objeto real ¢o home social vc lila sexprineasimese por outros ek SEntar para cle e paras vida (osc trabalho, a sua li- ta, ec) algum outro enfoque alm daguse que psea pelos textos de signs criados ou a serem eiads por cle? Pode-se bserv-o.e eotudilo come fenémeno da natrera, como oi? A asiofsica do homer deve sex iterprtada como atiude mas no se pode interpretar a aitade fora da soa ‘rental eriada por ns) expresso smi (moeivos, ob- ieivosestimulos gras deasimilagio ee) Ecom se ob [ssemos o homem afl nds constumos o es impor tants depoimentos,expiagdes, confines, desenvolieros inrepralmenteo seu dscurso interior eventual ou cfetivo, ttc) Pr toda pare hi texto ral ou eventual ea sa ine. tsi. A ivestgago se rornainterogagioe conversa i= {0 dllogo, Nos nio perguntamos &mararera cela alo os Tesponde. Nés colocamos as pergunas ara ads meson € ide ceno modo organizamos # obwervacio 00a experincia jars obtermos epost, Quando estamos o homer, pro {utamoseencontramos sos em oda parte enon ermpeaa- em interpretr o cu signfiado, Fstamosincressaos primordalmene nas formas con- creta dos tetosenascondiesconcrets da ida dos ex tos na su latereagdoeiteragso, “As rlagdes dialogs entre ov enonciados, que araves: texto a inguin " sam por dentro tambim enunciadosisolados, pertencem 3 mealingisica.Difereraicalmente de todas as events r= lagbes linguistics dos elementos tancono sistema da lingua ‘quanto em um enunciado isola hasnt mstaingista do enucad (de prodogs do iscuso). Iigico-obeea oo sripl eno des paisa ns lags de etd ee or diets emncdos dab Os sends esto cvs ere vores fees Ai Porn excel a von dono. ‘Os elementos lingo ones em face da div so cm enunciados, ovens liementegnorando a fo tian do enoncado,fgnorand (em eset) soba Fare 1 qe dering a fons inbaliveis do enanca- ot As fogs melingustics ‘Ox enuncadosexraliterdis eas sus fons (pl «2s, cats dio, crs inion) amserion pra ‘la litera (por exemplars o romance), Ai sem dics oe sed oa Sorel ecu orto deo tra worse nels nts vor do proprio aor pie ace ace eee um do ato, se querem toa, ainda qu de eve, 0 mesmo ‘tema (pensamento), entram inevitavelmente cm relagées dia- liga ene i Hes sets no erro d tema coma, dl pensamento soma, ; ~ A eniarafaUima gusto ds gros dos srs mais antigos. O autor eo deninatiio don exerts. Os chavs hres Os piss nox malo (“Alege”) O ape Jo do mort ao vivo qe pass ao lo, As formas pon tas obrigatra dat evocages noma dos exrcismos tas reraseAsformasdorencnos «dos enalcimenon Mi Ean As formas do virupérioe da ofensa (ritual). problema da felagio da palava com o pensamento e da pala com o de ‘ejo, com a vontade, com a exigénca. As concepsBes migi- ‘as da palavra. A palavra como ato. reviravolts na histé- rin da palavea quando ela Se toma expresso pura (sem at) informagio(comunicagio). sensasio desi mesmo edo ou- tro na palavrs.O nascimento tardio da conscitncia do autor (O-auzor de uma obea liters ce) cra uma obra {counciado) discursivasinicaeitepeal. Mas clea cia a par Be de eaunciados heterogéneos, como que alheos.Até 0 dis “rao dire do autor écheio de palavras conscientizadas dos ‘outros. O falar indreto, a relagdo com a sua propria igus em como uma das linguagenspossveis e no como a n= 1 Tinguagem possivle incondicioal) ‘As personagens acabadas ou “fechadas” na pinnae (i- clusive no retato). Eas apresentam um homem definiivo, {ue if est todo al eno pode vir a ser outro, Os rostos das pessoas que jf dsseram tudo, que jf morteram [ou] €como Se tvessem morrido. O pintor concentra a atensio nos ta- ‘s9s.qeconcvem,determinam,fecham. Nos vimos o homers Intro endo esperamos mais nada (nem outa coisa. Ele no ‘ode enascer,renovarse,sofrer uma meanoefose—€a sua fase conclusva (a tina e definiciva), ‘A relagio do autor com orepresentado sempre fax par teqla composi da imagem. A relacao do autor é um ele mento constitativo da imagem. Essa relagio ¢ sumamente complexs.F inadmissivel eduzila a uma avaliasio line “Tis avaligdeslincaesdestroem a imagem aes. las n80 ‘existem nem na bos sitra (em Gogol e Schedsrin). Ver pela primeira vez, tomar consciénca de algo pela prima ve jd "ignitica entrar em elag3o com esse alg ele jt nlo existe em ‘nem para si, mas para o outro [i so duasconsciéncias cor felacionadas) A interpretagio jd € um importante momento (a imterpretagto aunca é uma taurologia ou uma dublagem, pois at hi sempre dois eum porencalrerceiro). O estado do (eso ingun » ‘io ouvido edo no compreendde (ef. T: Mann). “Nia si", “fo asim que aconteceu, ali, o que & que eu tenho 8 vor ‘comisso2" — slo relagde importants. A destruc dasa ligBes ques fundiram como gbjetoe das relagies em geal cia uma nova relagio. Um tipo especial de tlagdes valor tivoremocionais. Sua dversidade ecomplexidade Nio se pode sparar oat das imagens epersonagens, ‘ume ver que ele integra a composi dessas imagens como parte inalenivel as imagens so biunivocas es ves bivo- cals) Entetanto,a imagem de autor pode ser separada das Jmagens das personagenss mas esa prSpsia imagem foi ea da plo autor igualmentebiunivoca, Frequentemeate, ver das imagens das personagens, tem-s em vista pestoas aparentementevivas. (Os diferentes planos do sentido, nos quais esto os dis: ‘cursos das personagens eo discurso do autor As personagens falam como participants da vida repreentada, falar, por assim dze, de posigdesprivadas, de uma forma ou de osten ‘0 cus pontos de vista so linitados (las sabem menos que ‘© autor). O autres fora do mundo representado (em cer to sentido crado por ele. Fle apreende todo este mando a partir de outras posigGes qualitativamente distin. Por dl timo, todas as personagense seus dscursos so objtos da telagio do autor (eda discurso do autor) Entretano, os pla ros do dscursos da personagen edo dicurso do ator po- ddem erozarse, isto é, entre eles io possves relagiesdilé- sicas. Em Dostoigsk,cuas persomagens so idedlogss 0a tore tas personagens (peasadores eidedlogo) ext no mes 1mo plano Sio substanciniment dversos os comtextos dil Bice stuagdes de dscurso das personagens do dscurso ddo anor. Os dscursos das personagenspaticipam dos di Jogos reprsentados no iteroe da obra endo entrar diet mente no disogo ideolpico real da atualidae, ist é na co- ‘municagSodiscursva cea da qual a obra participa e na gual se assimila em sua plenitude (las paricipam desse digo *” ia ata spenas como elementos dessa plenitude. Poe outro ldo, 0 vor oma pogo precismente nse log real e€ de- terminado pela stugio eal da atuatiade. A deena do autor rea, imagem de aor por ele criadacaece de pat Cipac media no dislgo real (participa dest penas at sd conjunc da obras enretanto ela pode partir do nredo da obra enteric na dslogo representa com 3 pe Sonages (a conversa do "autor" com Onigun). O dieu Sordo anor que represents (40 autor rel) se tal discuso trie, um dcuso deo csencilmente divers, que aio fe catarno mesmo plano como dcurso das personages. Piece da ur dren «nana Sohn sa ina instant do sentido, asus, por asim ies, tia pla {As imagens de autor © as inagens da personages sto desceminaas segundo a concep de VV. Vino, Pot Tinguagencestios, as difeengas entre classe resumen 3d ferengas core ingagens eel, fo 6 2 diferengas me- ramente ings, Viogridov no revel as relagbes mai Is exralinnitica ete ls, Entretanto, ea imagens tigger) nfo eto ado lado ma obra como da Aoslngiscos als entra em complexay e dina e- ages serine de ipo especial. Ese ipo de lass pode ‘efinido como lg Slgias, As lags delgicas de indole especie: nio podem seas lacs, ‘tame lgin sida que dala] nem a meramente “Tiguiicas (telco compenicionan, Hs so poses ‘ete enunciados integra. de diferentes autos do dieu {Grditgo consigo mesma € ecundinio «repress ‘maioia dos casos), Aquino ns eefermos 3 origem dott ‘ "dilogo™ (elem Hizl,© inel Der dao: cn artistic Vera, 008 12, epi 1895 INE) ‘Onde no hi palaves noi linguagem ¢ nfo pode h ver relagdes dalépeas, estas nfo podem existe entre objtos ‘ou entre grandeza lgicas (concits, juiro, et). As re bes dialgicas pressopdem ligguagem, no encanto eas existem na sistema da lingua. Nio so posses entre os cle ‘mentos da lingua. A especfcidade das eelagiesdialdgiess re | quer um esudo especial.” [A concepeio esti do didlogo como uma das formas «omposicionais do discuso (o dscurso dalégico eo discur s0 monolégico). Pode-se dizer que ead replica & mono ‘em si (um didlogo minimo), cada monélogo& relies ‘de um grande diogo (da comunicago dscursva dem da ‘do capo}. O monlogo come dicurso que io se diige a ninguém e nao pressupoe resposta. Sio possiveisvaridos 4 8 monaco, <5 talespic dennis ns comunasto dieu Das ‘S Gnsiados, qusixquer que sejam, se confrontados no plano, ‘Jo sentido (ndo como objeos eno como exempos igus > icos),acaban em react dlozcn ma forma, ‘& ancl de dslogismo nio stencional (por excmplo,asle {dade dlerntes ensncadar de cents viros ou sibs de Sifsentsépocas sobre uma questo), “Fone ro! € um enumeiad de um sueito do cur so. “Pome!” — “Frio” so doisentmcadosconfrontador de doisiferemes sujet surge rele dale nso hava no primeio exemplo, © mesma acore com ds or ses desenvolides (pensar um exemploconvincent) ‘Quando o enunciado éomado para ss deals fn: vin wn pane ia aa ee sun ecm 0s do discuso: das esteras impubliciveis do discurso ratados cientiicos. A divers Mi atin As eclagdes dalopias sf relagies (de sentidos) ene de géneros de run (ef Rabelais) de gnero ncimos et. Em Aiterentes Epocase em diferentes genes disse a formasio dalinguagem. 1 lingo a palavea fo quase rudo na vida humana CContudo, nao se deve pensar que essa realidad sumarente iifaccada que eado abrange poss ser objeto apenas de tuna coca —a inguistca — esr inerpretada apenas por ‘étodos linguistics, O objeto da ingistia€ apenas o ma; feral, apencs o meio de comunicagio disuriva mas no 3 prGpriacomunicagio discursiva, ato o enunciad de ver lye as elas cose es dials) nem asformas da somunicaio, nem os géneros do discurso, lings estada apenas as relagbes entre os clemen sos nb nsinr dere Hign ris. elas en “eos ensniados nem as rea coma Baad: "No tocante aos enunciados reais ¢ aos falanes reais, sistema da ling € de indole meramentepotencal. Fo si nifcado da palvr, uma ver que estudado por va ling tia (a sematolgia ingutia), x6 € defini com 0 aio. de outraspalavra da mesma lingua (ou de outa ina) ¢ fas sas elagbes com els; 56 no enunciado © através do nia a signiendochep relaco com o conceit 00 imagem aristica ou com a realidad eonceta Asim € 2 pa- layea como objet da linguistic (no a palavea real como tuna concer os pte ete, como parte 0 0) ‘Comes pela prodasio do diseuso come realidad pi ‘meira da vida do discuso, Da rélica do coidiano a0 roman- ce demitosromos on um tatado de cicia. A inceragio "No ga eran ees ene pap, Nese Yom se ina one tat “6H gd sumed” (*Apomtaretos Se 1961" que complement prin IN. 9 T) eto gin entre as produits do discurso nos diferentes campos do pro ‘exsso do diseurso. 0 “proceso litera”, alata de opinises na ciéciay a lutaideologica et. Duas obras discusivas,, ‘umeiados, enunciados eonfrentados ents, entram em um. {ipo especial de elades embasidas em sentidos que chara ‘pos daligias. Sio de nature espctica, Ox elementos da Tingua dentro do sistema da lingua ou dentro do “texto (no sentido rigorosamentelinguistio) nZo podem entrar em se: lagBesdialgicas As linguas, dalton eritoriais, sociin iss: silos de linguagem (funcionais, digamos, o discurso Tamiliar do cotidino ea lnguagem centics, podem cm tui relagBes| 2 condigio de passarem por um enfogue no lnguitco dos fpstoe ito de eer trnefoomads em “vse de in tipicos ou earacteristicos de pessonagenstipicas (ainda que ‘no coneretizadas nem aomendasdefncvaments), a trans formacdo (em um plano un tanto diferente érealizada pela lingua esta (a escola de Vossler e parece que particular mente pelo dkimo trabalho de L, Spitzer). Sob semelhantes transformagoesalinguagem ganha um peculiar “autor”, um sujeco do discurso, um portadoecoetivo (am povo, uma na ‘fo, um grupo social, et). Tal transformagio sempee vai ‘al dos limstes da lngustica (na sa concep rigoross esata. Sao licita ais transformagoes? Sim, s20licas, mas apenas em condidesrigorosamente definidas (por exemplo, na literatura, onde sobrerudo no romance, encontraios com frequéncia didlogos de “lings” estilos de linguas) e numa det ns ex vei ie Ss Frnt testator. 9361956, Tagen, 198. Ida) assnilagio metodligicrgorom lara. Tis transforma {Ges so nadia quando, pom ado, we delra que ‘ing exradcoliie como sistema lingo (et essa, por out, guando se ntodis por conaband ta caracrervagiosbtdolgca da nggens cstlon {ocuceconteceprtularmerte co Vinogeidon Ea gues rete oe ee ered tetida se pode flr de sj da ingen ou ajo do i corn de um eso de inguagem, ou da imagem do centa Scent por wis eum trabalho Sento, ow dagen de tim hore de eis, ued pore a ingaage dos esin ox canner do bnroean que por ets da Innmpe Burosrtie, et) orginal a natura don rages dlias. A ge] tio do datos intro O linia das front neo een settee Meee ner fo. Agu cegamor 2 exter lost da ngage ¢ Speer etree ett ete ad fens, Nova clocasio do problema da aura doing Caden (© dado 0 rndo mo enc do verbaliado. O en ciado anc & apenas un efx, a expresso de lo 8 trintenm fora de dado cacabads Elec elgn gue ni ext nts del absoluamente novo cingular ee, dea em lao com valor oma verde com a bon dade om a belera, et), Coo agua coin eri € semper prt de lo dado a vagem 0 me to ober da eae, sein viendo, or pri suo eae, aeabado em sa vo demand) © dado iio se afore eiado, Vjesn aoa ele eenry Ce ete “Sexe hors"), Asai da pergant és compen. Pr cine lar pat ego. A resp pode ser vedadcira endo peeps ts aus fo hovkco?" 8 tonsa peng fa no cpa uc, ee As palavase formas coms abreviatras ou rpresentan 10s do enunciado, de uma visdo de mundo, de um ponto de Vista, et. reais ou possives ‘© monologismo do pensamento nas citcias humanas 6 linguist se habituow a pereeher tudo em um context fe ‘had tnio (no sistema da lingua ou no text interpret fem termos linguisticos,nio correlacionado dislogscamente ‘com o outro, com 9 texto no responsivo}e como lings de, evidentemente, ests com a 13240, O dalogismo do aoe ‘9 pensamento sobre obras, tcorias,enunciados, em eral do ‘oso pensamento sobre os homens. Por que se aceta 6 discurso no propriamente dicta, mas mio se acta a sua iterpretagio como palara bivocal? Estudar ao dado criado (por exemplo, a ling, 8 le _mentos aeabados e gerais da visio de mundo, dos fendmenos refleidos da tealidade, ete} & bem mais fil que etudar 0 priprio riado. Frequentemente, toda a anise cientiics se reduz 8 revelaco de um dado ntsc, jé presente e pronto antes da obra (o que Foi encontrado de antemioe ado era do pelo artist). F como seo dal itera fosse recriado na interior daguilo que fora crado, se tansformasse nel. Are ddug3o a0 que fo: dado ¢ pysparado de antemio, O objeto pronto, os meios linguisticos pronto para sua expresso, © peSpeio artista pronto, sua visio de mundo proma, Eels ue por meio de recursos pronto, i luz de uma visio de mondo Peoata, o poeta reflet © objeto pronto, Em realidade, cam hm se ria 9 objeto no processo de crag, criam-se pd prio poeta a sua visio de mundo, os meos de express. A palavea usada entre asp, isto 6 sent e empreaa- dda como palavra do outro, ¢ mesma palavra (como alg ma palavra do outo) seat aspas. As gradagiesinfnitas no nivel de alteridede (ou assimilagio| etre a palaveas as suas Viras posigdes de independéncia em rlags0 a0 fale. As palavras dseribuias em diferentes planos em diferentes di Hincias em face do plano da palavra do ator 6 kt Babin [io 6 0 discurso propriamente direto mas as deren tes formas de discurso latent, semilaente dfs, ete, do ‘outro. Tudo isso ia fra do emprego, ‘Quando nas lingungens, gras estiloscomecam as fa er ouvir as vozes, «sss deixam dese meios exponencais de expresso ese toraam expresso do momento, realizadas a vor entrou nelas¢passou a doming-las, las esto chamadas a desempenhar o seu papel ico e singular na comunicagio “iscursiva (criadora), A interpreta reciproca de linguagens eexilos. A r= lasio com 0 objeto ea velco com o semido personificado za palavra ou em algum outro material estruturado em sig nos, Arelacio com coi fem sia materalidade pura) 180 pode ser dialica (sto €, nd pode ser uma conversa, dis ‘ussio, acordo, et). A relagio com o sentido € sempre dia lca A pri comipreensao ji €dalegica. ‘A cosficagdo do sentido pars inclulo numa ssi cau- sal A compreensio estreita do dialogismo como discussio, polémica,parddia. Esta so formas externas mais eidenter porém grossias de dialgismo. A confianga na palavra do ‘outro, a acitagio reverente (a palavra de auroridade}, 0 aprendizado, as busca e a obrigagio do sentido abisal, a concordincia, suas eternas Feonteiras e matizs (mas no I mitagOes lgicas nem resalvas meramene objets), sabre- posiges do sentido sobre o sentido, da vr sabre & v0, i= tensificagio pela fasio (mas nio identifcagio,combinagao de muitas vozes (um corredorde vores) a comprcensio que Avra facade asia do dd oto em cos rage ding isin dodo dt mtd, ey, lnc substi, poe dine, ich no Prprament ‘(gu eed um sae apo ld) frm cis ‘miussamene pl st sada not noe 1920 em Marat else ‘age p18 SL (Na) completa, a saida para além dos limites do compreensivel, te. Essa lage espectiasnio podem ser reduzidas nem a elagbes meramente Igicas nom meramente objeas. Aqui Se encontram psigbesitegaig, pessons integra (0 invi- {duo no exige uma revelagiointensiva, ela pode manifestar- “Sem um som nico, em uma palvra nk), eaconteam-se Drecisamente vores. lava (em geral qualquer signo ¢ interindividual “Tudo o que € ito, aque expresso se encontra fora da “al- ine npn Api ple dics males sobee a pal, {em os seus diets, et eambeém os seus dietos agus for porque mio sna; qual partcipam tes peso ‘nas um fro), Ele Grepmesentado fora do autor e€inadmis: ‘vel que sea introjeado ntojegio} no autor. Sah eae eae te mao tudo 0 que cla pode dizer, ela sa do didlogoe se cos fs. A auto-obetivasio ns lie, na confsso, et.) como _atoalienagio eem certa medida como soperagio. Ao me ob- ietvar (isto 6, a0 me colocar para fora de mim mesmo g2- rho possblidade de una relagio autenticamente dal ‘S60 emunciado tem relago imediata com a realidad coma pestoa viva falante (0 sueito). Na lingua exstem ape fas as posiilidades porencias(esquemas} dessasrlapbes (Wormas pronominas,cemporss, modais, ecurss lexiais, ft}. Contuda,o nuncio nio €deteeninado por sua re ‘io apenas com o objerae com osueito-autorfalante(e por Sa relaglo com alinguagem enquanc sistema de possibili lads potencais, enquanto dado|,mas— isso 60 que mais. Importa para nds — deforma imedita com outros enunca- o* Mi a dos no ambito de um dado campo da comunicasio. Fora des sa relagio cle no existe em termos reais apenas como tex- {0}.560 enuneiado pode ser verdadero (ou nao verdadeico), correo (ou falo}, blo, justo, et Acompreensio da ling ea compreensio do enunc 'Nio estamos interessados no aspect pricoigico da re- lasio com os enunciados ( interpreragdes} dos outros mas com seu reflexo na esteutura do prpri encod. [Em que medida as defngdes lingustieas (pars) da lin saa ede seus elementos poser serempregadas na ans ar Tistico-stilisica? Eas podem servic apenas de eros inician para a derigio, Enteetanto elas no descrevem o mais im ‘Portante: to va lem dos ses limites, Porque a who seta 1a de elementos (unidades) do sistema da lingua, porém de cementos do enunciad. © enuneiado como uma totalidads de sentidos. ‘A relagio com os eunciados dos outos ndo pode see sepatada da relagio com o objeto (porque sobre ele discutem, Sobre ele concoedam, ale 3s pessoas se toeam) nem da cela. ‘0 como préprio falante Trata-e de uma trade viva. Mas 2 hoje alo tem sido hbita levar em conta a teria cle ‘mento. Contudo, mesmo onde el tem sido levado em conta {na analise do pracessolteriio, da publica, da pol cavda lta ente opines cientifcas, a natureza espetfica «das relagbes com outros enunciados enquanto enunciados, jsto 6, enquantotoaldades de sentido, ndo tem sido esta” dada nem revelaa (els tém sido inerpretadas de Forma abs- trata, igico-objeiva ou psicoldgica, cu até mecanicamente ‘ausal). Nao fi compreendida a natueza especfcaedial6- ca da iter eco das totalidadesseminteas, das posigdes Seminticas, isto 6, dos enunciades. 1 exporimentade compe uma pare do sistema expe- imental {na microfisica), Pode-se dizer que o interpetador parte doenunciado a se inerpretado, do texto (ou melhor, dos eaunciados, do dilogo entre ese, entra nele como um ‘ovo participant). O eacontr dialgico de dua const ‘das nas cigncas humana, A malduragem do enunciado do ‘outro pelo contexto dialogco. Até quando damos uma ex- plicagio causal do enunciado do outro nés 0 estamos ree tando, A coisifcagio dos enunctados dos outros € 0 modo ‘specific (also) deeejet-los. Se entendermos oennciad ‘como uma rage meciniea eo dillogo como uma cadeia de reagbes (na lingutstca descrcva on entre os behaviorist), cntio a tal compreensio esti sujeitosigualmenteranco os, ‘envnciados vedadeiros quant os falbos, tanto as obras ge nlais quanto as desprovids de talento (a dferenga esti ape- nas nos efeitos mecanicamenteentenddos, na ula, ee) Esse panto de vita, celativamente lito, assim como 6 por- to de vista paramentelinguistico (a despeito de tod a dif eng entre cles), no acta a esséncia do enuciado enquan- te conjunto de entides, como ponto de vista semantic po siglo semintia, te. Todo entncado pretende a justia, a ve racidade, a beleea © a verdade (o enunciado igurado, etc. sees valores dos enunciados também nio si determinados por sua relagio coma lingua (como sistema puramente lin fuistco), nas por diferente formas de relagi0 com 2 ‘dade, com o sito falante e com outros (aheios)enunci- dos (particularinente com agueles que s¥0 avaliados como, vetdadeiros, belo, et) ‘Alingutica opera com texto, mas no com obra. O.que «la diz sobre a obra € taza de fora por coatrabando eno dlecorre de andlise puramente linguistia, FE elaro que esa propria ingustica eombém costama es, desde o inci, natu- ‘er conglomerad ser sarurada de elementos extralingui- ‘ico. Simplifcando um pouco a questo: as lags pura- mente linguistics sto 0 objeto da linguistic) sto relagbes Ao signo conto sgno, e com os sig no ambito do sistema da lings on do texto isto & a8 lads sist2mieas ou linea ea eee erect terete entrar Geom, coo tol lant cco nto cra ee peer easel eres eee ores Dec ea ecera aera ee Se eee ere eee ee ere eer ere ep etre od ae Boer air renee ae a Seance ae ered ce Tada oburvaio rcp «tri ta de ee areca ree tg ereteeenyeeer et ere ire eee ee ees ea eae eee ae ra sts arate Ce eee eter er eae sea eae ed caer eer ere etc “originais € nao podem se reduzir a relagdes logicas, ow fin- Sear eats tras relagBes naturas, 9 novo tipo de elasies semimicasy Do ato de Pekin, “Sobre igade ohanen be de Svo Plc (18355 “A rario€sapeiel em ane do conto ‘Sco polio ms os ios ge cada ste aparece oust repecio So nce” AS. icin Obra cmpta om 10 eas 0 evil, Mowou- Leningrad, 1964p 472 Neda) coos embros 35 podem sec ononciados integra ow vsos somo integra), ats. dos ais ‘sti eno qual exprimen a sso) ues do dssur Sousa ou potenciab, autores fe as enunciads,O di 0 eal a converas do cotidiano a diseusio cinta, ads {Sts poc, ee). A ela entre as eeplias dtl do fg oo tipo mar externamentenoxroe simples dere Bes dialigias, Contado, a8 elas nyc jas coin ‘idem com as lage entre as replicas do dilogo real, 0, fem mai ampla, iver do ono, tanto no tmpo quanto no 9p. hem um are oatro, no coneonto dose ‘esenia da istria de algama questo centifica (independen te ou inclida no tabalho cient sobre uma determinada {questo} realiza confontosdialgicos (entre ennciados opi- tides, pontos de wists), entre enuniados de centistas que m0 sabia e nem podiam saber nada uns sobre os outros. O as- ‘pect comum da quescio gera. aqui reagis sialicas. Na fteratura de B80, os “dilogos dos mortos” fem Luciano, 1 século XVII}, em conformidade com especificidade li as apresenta uma stuagio fetcia de encontro no rei= tno dos mortos. Um exemplo oposto€ a stuaglo do dilogo ‘Ge dois surdos, amplamente empregada no género cbmico, niio se pode compreender o contato dialégico real mas ni0 ‘existe entee as replicas nenhum contato centrade nos seni- dos ou contato maginado). As telagies dalgicas s0 nv Jan Aqui se evela 0 ponto de vista do “eresiro” no dislogo {que ado participa do pple € sempre dali. se pode interpretae as relagdes dia logicasem termos simplifcados eunilaterais,reduzindo-asa tama contradigio, lit, diseusso, desacorde. A concordin- n i Babin ia 6 uma das formas mais importantes de telagies disligi- fs, A concordincia & muito rica em variedads e maties, ois enunciados idénicos em todos os sents ("Clima ma. ravilhoso!” — "Clima maravihoso!”) se realmente sto dois ‘enuneiados pertencentesa diferentes vozes eno ums enu- ‘ado, esti igados por uma relago dialégica de concord. a. Trae de um determinado acontcimento dala nas relages mitaa entre os dois, © no de um eco. Porque tam- bm podria no haver concordincia(*Nio, lima nfo.es 1 muito bom”, et) plas co ds dl mo smo res, Ee oes i fundamente monolgcas sempre estio presentes telabes dalégess Entre as unidades da lingua, independentemente de co- smo as imterpretemos e do nivel da esteutur Linguistica em ‘que a romemos, nio pode haver relagesdialogicas (fone mas, morfemas, lexenta, orages, et). 0 enunciado (er ‘quanto plenitude do discurso}nio pode ser ecoahecido co- ‘mo unidade do nivel imo e superior ou como um andar da ‘esrutura da lingua (situado sobre a sintae}, uma ver que ele faz parte de um mundo de reaps interamente diversas (ia Jopicas),ndo confrontves com relagaes linguistics de ou ‘os ntti, (Em certo plano, € posivel apenas © confeonco dejum enunciado pleno com a palavra.) O enunciada ple uma unidade da lingua (nem uma unidade do *fuxo da lingua” ou “cadeia da fal), mas uma unidade da comunicagio discusiva, ue alo tem signifi ‘do. (sto &, um sentido peno,relasionado com «valor mma verdade, a beleza etc. —e que requer uma compreen- ‘lo responsive que inclua em si 0 juico de valor) A com- preensio responsiva do conjuncodiscursivo é sempre de dole dislbgien A compreensio dos enunciados integrase das relagdes lalgicas ene eles € de indole ineveavelmentedalgica (in a Poe Sch pe ee ‘com a inclusio do experimentador no sistema experimental, ean See gn shot mae ee Soles emer gai Se a Se 2 ee ee Er fee ee aera paar reese pe eres 2a ee Se See enriranecererers Froxinidade, de coneevude, de compecensibidade, et) Beste bone omens a ere ee ‘© autor do enunciado propée, com maior ou menor cons- aC ene eres seh eens Se ee |e aE een tio e sua compreensio responsiva idealmente verdadeira ga- eee ee Ee een ane Bi once oe pa eos eee 1 ‘Mi Bao para anotagio de Ineunas terms proviveise complementasoes. ‘O restanteapeesenta os escritos de Bakhtin formata- os como texto 610. Paulo Bezers Dislogo 1 A questiio do discurso dialégica A compreensio nio repte nem dula o falante, ela cia ‘sua propria concepsio, seu préprio conteido; cada falantee cada compreendedor' permanece em se proprio mand 3 palavrafacuea apenas 0 drecionamento, 0 vrtce do cone Por ouzo lado, flante ecompreendedor jamais permanscem «ada um em seu prépeio mundo; 20 contzio, enconteantst ‘num nove, num teeeio mando, no mundo dos contats; i igemse um ao outro, entra em ativasrelagbesdilgicas. A.compreensio sempre € prenhe de resposta. Na palavra do falante ha sempre um elemento de apelo a0 ouvinte, uma di rerriz voltada para a sua resposta, Isto se manifesta com maior clareza no discursodilogico.Arelagio ene as rél- «18 do didlogo difere da relagio entre duasoragies de um contexco monolgico ou entre dois enunciadascentados no ‘cso tema e nso relacionados dilogicamente, "io eo “amped” a st dconarznd, nko 1 eto ports ap de uni cn prec sig ie lsmtecompeenddo foperionmatnt tse Inco ‘So bliin de dogs. Com a nono do “compre” com eats alge Gliisemre Maina aes dca {face deuina ligands, dosent 9 ‘ieee en comdend nt [a T)| (© telativiemo da ferengs entre moaélogoe dslogo? Cada replica ¢ mosoligica até cereo pont (0 enunciado de um suelo} e até cero ponto cada mondlogo & uma réplica, ‘uma ver que intgea <> 0 contest da dscussio ou da per ‘una, pressupde ouvintes, uma polemic precedent, ee. 0 ‘idlogo envolve <2> enunciados de ao menos dois sueitos, ‘nas ujeitos interigados por relies dalgicas, que cone ‘em tim a0 outro, respondem tum 30 out, ees ligacdo re laglo de um com o outro) se reflete em cada replica do dis- logo, determina essa replica ‘0 apo da literatura a0 dscurs falado os popular n50, apenas um apelo 0 lxico, a sinaxe (mais simples) a tes de tudo, um apelo a0 dogo, as potencialidades da con: ‘yersagio como taly 3 rensagio medita de ter um ouvinte, 3 imtensificago do elemento da comunicagi da communica Tidade Eo enfraguecimento do elemento monoloyico do dis cua do reforgo do dialogico. [Wma apreciagio dos géneros do ponto de vista de sua islogiciade (ntema eexteaa)] "Maioe cu menor grau de concentra do falante em si 4 mesmo ot no objeto (0 mondloge cence, isto & maior ‘ou menor gran de monologieidace? (ie, de dialogcidade), da expresivdade (no sentido de fang}. umbold: sobre a compreensio. A compreensio esa lmportinciaexcepcional. Uma diretsiscentrada numa com preensblidade maxima, na compreensibilidade de todo wm ‘ovo, Uma deetrz centrada mama compreensibiidade limi * So Ratio era que toma da dlr et ene moaslog dogs ne ences corrapontcsemelis e {tem “Os geo do dca" em am ato exer pomerion e Ta. NT) * Monlidde«dlgidadetm odo de poeciide ‘tenn mongole. (No aw id ab ada, esta a direri de todos os jages — da gira 208 jar ses da nobzeza. Cahe ampli o circu dos que compreen- dem ou, a0 contriio,estetar esse cteulo. 1.0 enunciado como unidade primitia do discuso € suas modalidades, Hi modalidades de enonciados segundo 4 fungio (a discurso do cotidiano, 0 cienico, 0 fecionl te},e modalidades segundo arelagio como ouvinte: 0 di Togo, o mondlogoe orelatviamo dos dois. © mondlogo es tiligado fungi exprestiva 2. Acompreensio esa dialogicdade. 3.0 didlogo suas modalidades: a importincia do dis «uso diolgico para alieratura, © problema do dilogo na ‘ncia e nos campos figurados <2> da cgncia. As vrias es Pécs de conferéncias <> ‘Nala do compecendedor nao € tabula rasa palavra luea com ela ea reorganiza, [Hs om grau de compreensibilidade no monélogo ena éplica tomada isoladamente Ua orago, ada de um con rexto monolgio,e uma replica exeraida de um dslogo: em que consiste a diferenga? Que relagdes so violadas (romp das} num e nouteo caso? (Odiflogo taza marca no de uma, mas de vita ind vidvalidades.<..> 1 Peculiavidades da composiio lexical do disursodia- logo (as interjigdes, os pronomes, ee) 2, Peculiaridades da estrucurageamatical (0 imperativo, ech} E mais forte eespeifico 0 reflexo da personalidade do falance no dilogo (expressvidade|. Em que consiste a espe- cifcdade? A relagéo com outo (polémicae diferente) ea personalidade do falanteformam:se na lita com o parece. (© papel do dislogo na histria da linguager liter A linguagen liersriacontemporinea caracteriza-se pela eX ‘ingao das formas livresas de discursoe pela iatesifias dds formas de inguagem flada. No fund, a formas livres Dislge us as so monolégicas. Limitam o papel do parceiro e estio voltadas para um restito cecal de letores defers, queco- nungam num espcifco convencionalismo liveesco.Intensi- ‘ca-se clemento dalico e agplia-a prépria communica 0 dialégica.. IIncensiicagio do clement dialgico nos géners ite- trios nfo dramaticos. Redo das partes desritivase, em. seal, do discueso do autor Suegimeato do aarrador(com- Date ao carter livrsco 4 monologcidade). A naturezspo- lemisea do autor ‘Uma divetsie volta para a respon, a objego, a res posta imediata. A influéncia especial das condigdes reais edo lima da discus ‘Aras de que formas a linguagem se enriquece a0 ea- lizanse no dscurso? Atrvés das formas da totalidade 0 cio absoluto, 0 im, a conclso, A oragio eo enunciado, O rau eo eariter do acabamento, Uma oragi0 pode ser sce: ‘ida por outra oragio do mesmo falante. © fim de um enus «ado presspie 3 mudanca do svjito do dscurso Ea disse * tudo, outro pode fala, mest que o fags usando um sil oso acord-desacordo, "Em sua totaldade, o enunciado sempre & diecionado, tem um destnatri defnido (0 “lioe", 0 “public” esoas sliferengas por épocas, em seu término acentua-se essa rela ‘io. A oragio nio tem destinatirio, tem um contexto 20 qual ‘sto vineladas as elagdes logico-objetasesiticas, Todo dscurso termina, mas ndo no vazio, edi lugar 20 liscuso do outro (ainda que sao discus interior), & ex- pestatva de resposts, de emogao. ‘A unidade do discurs ¢o enunciado, Todo eaunciado por natureza uma réplica do dilogo (comunicacso elu) O discuss € dialégco por natura, O relaivismo na dif renga entre dilogo e monélogo. u6 i an “Toda intensifcagio da expressdo da personalidade do falante no discurso monolégico (isto &, onde quer que come ‘cemoe sentevivamente a personalidade individual do flan- te) € uma intensficagao de sas potencaldades dslgcas O dislogo real e convencional. O dilogo real baahs -2> todas. as formas monolégicas e dalégic-convencionals, Servindo-Ihes como seia e eoretiva <2. inguagem torna possivel a vida discusivae, por outro lado, ela mesma € in Fluenciad por ela. Novas formas sirgem no discurso (pala ras, expresses frascol6gcas, formas gramaticas) para em segue generaliar-se e exablizarse na lingua, Atrvés do ‘til eda inguagem, Essa nova formagéo se rorna um jar -Ronismor fazem-senecesiras novas condisBes para que ela pase a integrara lingua de todo um povo (a elaboragio ds Hingua plo escrito). [A morte de uma lingua ea mort das lingua. ‘Os campos de emprego da lingua na vida social diver sida e oinfinitude desses campos. Nos diferentes campos laborams diferentes génezos discussvos, io 6, formas de ‘enunciados Discurso 6a lingua in atu. £inadmissvel conteapor lin sna e dscurso em qualquer que sea a forma, O discurso é Ho socal quanto a lingua. As formas de enunciado também so socias c, como a lingua, so igualmente deerminadss pela comunicagio. [Acomunicago de uma ideiapronra a expresso de um seotimento femogio) pronto, de uma intengio (am ato vol tivo) ea formacio de um pensamento, um sentimento, uma decisio na lingua, no processo de expresso. ‘A questio do monslogo iterog, formas do estilo efor: mas do todo (formas da conclusio). PE incissolvel a relacso, centre oestlo eo género, 1 sea, o etl estado apenas pa- 20 discuso poatico,) 1A formagio de uma ieia avorze na mesmo proceso de comunicagdo, de intercambio de ideias. Vejase a formu: Dislag Ww la diaigca de Marx Eagls* Ua dia se endatce po fasimesma no proces de seu esclaecmento para 0 out. or iso ndo nem pode haves por asi das un mont logo voli, ou sj no endersyadoa ing, oa x. pressio purament indivi Je pensament pra sme tno, Semelbante monclopo individual absoluo, se € que © ‘oneskemos, dipemara ling, compreensivel par 0 00 tron, prderia qualquer ela no campo da lingua. Tad Sp do proceso de inercimbio de ea: soil, Molar, ‘Eoabsolita— expresso de una indvialidade — no ex {est € uma feo da fonoia ideals da lnguagem, que haute lingua da casio indivinal A lingua € dala ecomunicasio") por satires, O mondlogo aber {nto que seria un mondlgo fundado nalingua,éexcui. tela propria naurezada lingua, 1A guts ea eed ling como seta fos se monoligca) ‘Contudo, se lingua € dialgica por sua natureza sox sea mondlogo abso émposivel a diferenc “formas dialgicas e formas monologicas de discuso ni audmissvel como necessria. Aepar com as formas dalgieas de discurso (por exemplo, 0 didlogo cordiano, existem for ‘tas monolégieas (por exemplo,o discuso cis obras rica ee). Eta “ating tanga quanto sconce ig sare eee eee fakem are min mms cn cons» gin sre apes te ee ee nu" Ka Mant Fach Engels Ober compar amo p20, ‘pd Sora Bachar Léa Goswci ogs)N-M. Bai, ‘Sian thins ean eo 5, Morou, Rime lov, 1987p 566.{8.d0) ue kd | damente dos dilogos. No dmbito de totalidades mono 3 como 9 romance, isinguemse o dscutso monalégico ‘do auror (ou nactador) €or dilogos das personagens Edi ‘pensével demonsrar a evienteexisttncia de dferengas es ‘Sencaisenee 0s discursos monol6gcoe dialégico no smb to (ena base) da dialogicidade geal de uma lingua. E naru- ral supor ques Formas do discurso dalgco sio intressan- tex por exprimirem, de modo mais acentuado e peo, a2 tureza socal da liagua como <2> meio de comunicazio (0 gue, evidentemente, nfo reduz tampouco a sigifeagio da forma relativo-monoldgica <2> de discurs). [2 Lingua fala. Os eampos de emprego da lingua (so qe infnitos. A fanglo da lingua ea formacio dos enun- ‘ado, A questo da unidade ds comnicagio linguistic, do incercimbio de ideas. 3. A definicio de dslogo seus problemas 4.0 pac do dislog na histéria da nguagem ltr fia, Didlogoe eseita. O monologismo da escrita les, a fs <>, formas dicursvasrligioss, pos de textos Sagea- dos, ora, et) 5, O didlago na literature A teoria da linguager poét- cx orinda de Aristtees, o discuso fundado nos topes < {gue no se propaga aos ddlogos. Etudava-se apenas aL {Buagem do autora linguagem das personagens 36 sestuda- ‘va de modo natutalista (com predomini dos dslogos obe- this no pasado, das madangas <> no furro) (0 intercdmbio de idias¢sentimentos prontos ea for magio das ideas e sentimentos no dislog. A formagao da cio no dilogo (0 dslogo dramatico na acepsio precisa do terra) “As formas da lingua, que levam uma vida mais ativa no cldlogo (par exemplo, o pronomes ealgumas formas ver bas) Ela levarnm essa via também no paseado (retrospec- ho). A questao da origem da lingsa e de algumas de suas Formas.) Distgo «1s so monologics, Limitam 0 papel do parceco ¢estio voltadas para um restrioeiculo de keitores de lvrs, qe o- ‘mungam num especiico convencionalisma lesa, Inns fia-se o elemento dialgico e ampliase a propria comunica so ali Unensicaio do clement dilgco nos genes I trios nia dramiticos. Redugio das partes desrtivas cm ial, do discurso do autor. Surpimento do nareador (eom- bate a0 carter lvesco & monologickdade). A nature po- lemista do aun, ‘Uma diveizvoltada para a resposta, a objegio, ares post imediata. A influéncia especial das condigdes reais edo lima do diseurso “Aravés de que formas a linguagem se enriquece 20 rex- lizanse no discus? Através das formas da totaldade; oii ‘io absolut, o fim, conclasfo. A oragio eo enunciad, frau eo carite do acabamento, Uma ori pode se sce dlda por outraorao do mesmo falane.O fim de um ena ciado presupse a mudanea do sueto do disurso, Eu disse tudo, outro pode falar, mesmo que ofaga usando un silen- cose acordo-desacondo Em sua ttalidade, o enunciado sempre & drscionado, ‘tem um destnatiri defini (0 “leitoe", 0 “pblico” e suas dierengas por épocas), em seu témino acentua-s esa rela. 40. Aoragono tem dstnatrio, em um contexto 30 gual (tio vinculadas a5 relages lgico-objetais sinttcas. “Todo discurs termina, mas no no vazio e dé lgar 20 Aiscusso do outo (ainda que sea 0 discuso interior, ex pectativa de esposta, de emos ‘A unidade do diseurso €0 enunciad, Todo enunciado {por naturea ums replica do dislogo(comunicacao lta) (0 dlscurso 6 daligico poe navurers. O relativism ma df= renga entre dlogo e mondlogo, M6 Mi atin “Toda intesfcagio da expressdo da personalidade do falante no dscurso monolégico (isto & onde quer que come- cemos a sentir vivamente a personalidade individual do falan- te) Ema intensificagio de sas potenialiades dala. O dislogo real ¢ 6 convencional. O dislogo real banka ‘<> todas as formas monoligicase calico convencionais, fervindo-Ihes como seo ecorretvo . A liguagem eoena possivela vida discusiva e, por outto lado, ela mesma &in- fivenciads po els. Novas formas surgem no diseuso (pala- ‘eas, expresses frascolgcas, formas gramaticais| para em seguida generalzarse e extabilizarse na lingua. Através do ‘sto e da linguagem. Essa nova formagio se torna um fzanismorFazemse necessiias nova condighs pars que ela passe a integrar a Kngua de todo um povo (a elabocacio da lingua pelo esrtor [A morte de uma lingua ¢a mort das linguas. ‘Os eampos de emprego da lingua na vida social adver sade © ifinitude esses campos. Nos diferentes campos claboram-se diferentes wénerosdiscursvos, isto formas de ‘enunciados ‘Discurso € kngua in actu. Einadmissivel contraporln- 1 discurso em qualquer que ja a forma, O diseurso & tio social quanto lingua. As formas de enunciado também So socais e, como 2 lingua, sio igualmente determinadas pela comnicagio. [Acomunicagzo de uma ideiapronta, a expressfode um sentimento femogio) promo, de uma iatengio (um ato vol tivo} ea formacio de um pensamento, um sentimento, ua dcisiona lingua, no proceso de expressio. ‘A questio do monsloge interiog, formas doexilo efor mas do todo (formas da conelasio}. Findsolvel a relagio ‘entre estilo eo wénero, on sea, ost estudado apenas pa- 20 discuso poatico,) 1. formagio de uma ideia corse no mesmo processo sd comunicagio, de intercimbio de ideas. Vej-se a formu Diogo M7 Iadialigica de Maree Eagle Una ii se ecarece p- fuslesema no procs de ra crlecinren para o our. Por ise nao hd nm pode hate por asim dae um 00 logo abnor ou sda, nfo codueyedo a ringam, una ex precio purascne indivi de um perstneto para sie fro. Serethante monGloga india! absolut, se € cue © toncebemoe, dspesariaa ing compteesive par 4 fron, pondera qualquer carta oo campo da agua. Todo nonsado& dag n sta, ¢endersado a tos pa. Spade paceno de fercinbla de Kia: sock, Mowe “ge ibeclto = expresso de $b utr feo da Sloaoia Mealina de Iinguagem, que furs alngua da. (Cmca de somunieseo" or ‘ito, ave seria uh mondlogofondado naling é exci tn pepiancuera da lingua. ee Fingal eal nod aingaa como oe xa for semonclagia) Coord, lingua ¢dligic por sua natura sce ‘ese omondloge absolut €impossivl a diferenciago ene formas dikigias formas monolgias de discutso nfo 638 admissivel como necessria A par com a fr de dscurs (por exerplo, 0 di ronolgics (por exemplo, a discuso cenifco, a5 no- ‘elas eos cons, a obras liteas, et) Estas no 0 mond Togos absolutes, mas por sua organizaciodiferem acent 4 pling anga guano acon aliga samen season ale pri sr eit aro oto es sim xi nn ara mim cy cm comcci» ngen re pers ew da promenade de coming com ata pe ones Kart Marre Basic Engel, Ober comply tomo 4 pp. 20 Ad Seg char Linda Copii (og, MLM Bain, Sintra sens) ono 5 oso Rise lr 197. 866.8 do) 1 a abn ddamente dos dilogos. No imbito de cotalidades monolé- 35 como o romance, disinguem-se 0 discurso monolgico {do autor (ou naradr)e os dislogos das personagens. Edis pensivel demonstra evidenteexistencia de difeengas e Senciais ene os discursos monoldgicoe dalgico no imbi- to (ena base) da dialogiidade geal de uma lingua. F natu ‘al supor que as formas do dscursodialigic so interessan- tes por exprimirem, de modo mais acentuado e puro, a na- tureza socal da lingua como <2> meio de comunicago (0 ue, evdentemente, no reduz tampouco asignifeagio da forma elasivormonologica deciscurs). [2. Lingua e fala, Os campos de emprego da lingua (50 ‘quae infnitos). A fungio da lingua ea Formaco dos enun- ‘dos, A questio da unidade da comunicai linguistic, do imercimbio de ideas. 3. definigio de diilogoe seus problemas. 4.0 pape do dislogo a histéra da lingwagem ters sia, Didlogo eeseita. O monologismo da escria (les, anl- ses

, formas discursivasreligiosas, pos de textos sara- os, oragts,et.) 5,0 cidlgo na litersturs. A teoria da lingua podt- ‘voriunda de Aristtcles,o diseuso fndado nos topos <>, ‘que io se propaga 20s didlogos. Estudavase apenas a line fruagem do autor a linguagem das personagens 56 seestuda- ‘va de modo narutalista (com predominio dos dislogos obje fais no passado, das madangas <> n0 faueo). ( intercimbio de iia ¢sentmentos pronto ¢ a for das icase senimentos no dislogo. A formagio da gto no dlogo(o dillogo dtamaico na scepgo precisa do ‘ermo). [As formas da lingua, que levam uma vida mais ativa no Aidlogo (por exemplo, 6s pronomes ¢algumas formas ver Diss las levarana esa vida também no passado retroepec- Ho}, A questio da origem da lings ede algamas de suas formas] eae incorpos igo ore {oma nova qualidade] —o acabamen discunsivo, ela ji pode cr seuida nfo de ouza oraco, mas de um enunciado tio compressa Te das eon dcr ‘vos, um intercsmbio de dels, una eomteira dala, <> {0 ciscursodialgicoe pensamento. A formagio do pensamento no dilogo. A Tuta do novo contra 0 velho] (© estilo do discurso de slo <2>, 0 estilo do discus familia o esl de una conversa ofl ou pric. Os ex los do discuso dialégico, Cada um dles domina vitios ei tos, sts so determinados pela relagio com o interlocutor idade da hierarguia social, plo objet ‘peoclma exterao da conversa, pelos acontecimentos queen” ‘sejam a conversa. Os esilosdislgicas de Tchitchikor das replicas de personagensisoladas, que a arse- terizam assim como caracterizam 0 se estilo ¢ seu pel o- lal individual, ainda ho dis em sewconjunto, it & 0 fencontro, 0 toque ea luta entre diferentes inividualidades [A importnia das es inernas da lingua para com: preensio. ’diferenga entre oentnciado monolgico ea replica de um dogo] ‘comporisio das poquenas¢ grandes mass discus ‘vas A linguitca termina com uma oragio subordizada, sm periodo, que sio clementos do enunciado, ¢ desconhece « composigdo das totalidades verais. Quando uma oraga se Reoagen cnr de Amar mort, Se Giga |N- oT) Mi abs torna um enunciado integral, muda de qualidade. A ques- to dos géneros discursivos dos enanciados, su complexda- de e suas dificuldades. Estudamse apenas os génetosliteri- ios, mas estes sfo especfcose antes de rudosinéics (ou sinerésios) [Estar nos pequenos géneros a questo do acabamen- (© problema da comunicagio discursiva, ou sj, da in- terasio dos falantes. © reflex, nas formas da lingua, dessa interagio, das posiges dos falantes, ocenitio © a8 mise-om scones da cominicngiodiscursvas as palavrs e formas, que ‘io tém uma importinciaobjetal, mas ratvo-dial6gica) A imcer-relasio dialégica de estilo no romance (elas se corrlacionam convo as eéplicas do dlogo) Por exemplo, 0 arcalsmos na lirica eno romance (em Paehkin].* Aqui o dis ‘curso se disp em diferentes planos. As nuance lexicais 0 eee eae eee eae eee eeeean a or razbes no objtais. Vej-se uma anslise do levguén ‘Oniguin do ponto de visa da infléncianeleexercida pelo iscumo daldgico, pelo heterodscurso dialéieo. Todo dis «curso do outro czado (ainda gue sea uma simples citasio) pressupie uma elagio dala com ee (mesmo que sea de oncordincia, de confrmagio). <> ‘O problema da sntercompreensdo. Nao stata de uma copupreensio simples (passiva)cujo fim seia apenas com: preender que o falante quer dizer, sem avalar a compreen- ‘lo de sua fla em ae dela uma conclusbes nem apresen- tar uma reagio responsi. No undo, semelhantecompreen: ‘nunca ocorte, & uma fcglo. Toda compreensio €, em * Ald Sepuleich Pein (1799-1837), poeta prone reso, autor do omaes em ess lend Ome, EA pre st "iad dcr romana, Bansal ae romn: de Pahi heeds dl, IN do) palavras, querem aco (por evemplo, ocumprimento de uma, eeaiac ee at ee ee eer are Sie seers ck age epee ee ee eee a ea eee ree eee a eee Pe ers ee rece ee ee ena Dstitete gemrersa indieere tal fle Eno, o estilo nko ¢determinado pel significado gi ‘orobjetal das palvras, mas pela expresso o ej, pela a ‘ola esti que caraterizaosueito do discurso e sua re- lagi com a realidade expressa no aspect lico-abjtal da palara. A isto se incorpora um trio elemento no discur 14 palaora do outro acerca do as replicas antecedentee conse (que paem ser antecipadas, diecio- ‘ada ¢esperadas), A rlagio com 0 interlocutor dete Tidade), A relasio com 6 interlocutor e com seu discurso & tum elemento determinant do discurso no dilogo, fora do ‘qual éimpossvel compreender uma eéplica. Mas ese elemen: ‘west implicit, presente em qualquer dscurso, uma ver que todo discurso pressupde um ouvite, um apelo a este, Con * camo observa Botha «Gopi em a be paeroe aki io comohdow ee desman cms cnt vin ‘eng do diac er ua Serra nen em dees fates Clots so Dit en MM Babin, Sobre can Ii (Ova ems) tomo. 567-INe dE ny Mit Baia tudo, no mondlogo a sensagdo de um owvinte é outro mo- ‘logo esté mais concentrado no aspecto logico-objetal ov Tico emocional do discurso, e nfo ¢desviado dessa concen- traci pela intrferneia real ou presumida do outro (pelo onto de vist do outro, pela discordincia do outo, et) [No discurso monologico, © ouviate tom um carter mais in- efnidoecoletivo (embora esse “coletivo” poss ser sentido ‘de modo diferenciador amigos-cortligons ios, nimigos-a- ‘versio, et). O principal é que o mond) inter: 30, 0 ‘ovine pode regit apenas roaldade do monélogo, 2: Quem escolhe a forma monologica ‘uma concentragio exeepcional no objeto ‘Face, Quando se estuda odissurso monolégico, a anise ae read go-objeal do dnc eae ar ee eee freee ee cea ees ae eta ae eee ee TA qi tem nas compe com scr dia Pee ae eee oe Seer ee cece ree ee eee sar eles Onesie cial dear ace ee ee eee te ae ee oe Tor abwrar dso Enccessinioedeneeate, connie 0 ‘Has de ootoge i oc meg le Sere eer ce ese eee ee eee ea er eee nea ee eee Sea ae aor © au de dslogzago do monsogo pode ser muito varia do. Enecesiio evar em conta ox erent pontos de vista {ques enunciam sobre o objeto do dacs, polemizi om uns ponos de vista (cages, eprodugies de concepts alias et), apiaracem ostros = levar dalgiagto do discus monolico, Alem dis, pode falar dma ten ‘tnca histories geal &dalogzago do mondogo (dos _Beros cienifico, publiisico, fcsional,jomnalistico.e de revi {as et). Uma daloiacio doses face eee eee rare aa relaco com ele em se volta ao ouvins, sem evar dreamen em conta pos de fis preci dos otros] ‘At 0 dicuro-ailo da pdtca bocca € deri ado pela lag com o outro —o dena: “Propo” eset ener ee eat oe reine eta (er docu, eer cee panes care eee ne eae ae re ee cg area eat faa rca ee eee are ae ein aes ere eerie pala iree ated ae ota (dala atoms puma onc do aes Eat per eter eee ee perp eee ee ee casera eee ee pean eee ee eed Se ae tan ea a, eee ‘Bet ober Ee cocoon ochoge inflates “tac demarcagio pode ser ocultos ou abertos. ‘A diretsiz voltada para a compreensio do interlocutor pressupde no 6 que el conhes.a lingua (compreensio lin- _Rulsica) como ainda leva em conta cettas opinioes, gostos preciagSes desseimterocutor [Auséncia de estado dos géneros. Foi elaborada apenas uma teria dos géneroslteririos, mas elaborada sobre a ba- se eseciicaeestreita de Aritteles e do Neoclssicismo. Os Prinipais gener da lteratura contemporines, como ro- Dislgo 9 Prlawae € fer ‘mance, por exemplo, no foram absolutamente elaborados. ‘A teora dos gneros pate de definigbessemantco-objetais. ‘Alnda se estudou arelagdo dos gnetos com estilo (Arist teles, Horicio, Boileas, Lomondsjov)] '0 didlo, a discussio ea lita peessupdom wma inter compreensio linguists, “Traa-se de um problema de formas degneros. No pro cesso de desenvolvimento da cura esses génerosdiscurs: ‘os 8 espcializaram, assim como se especalzaram as for ‘mas de comunicagio cultural (centifica, a ce. sas etapasestenciais so aesrita ea publicagzo de i ‘ros. Tudo iss contribui para a especializagao dos gineos «sa concentragao-no objeto dessesestils comega com sua dia Togizagio parca. Nos momentos crucais sempe se inten sca o elemento dialégico do discorso, agudiza-se a sens ‘0 de ouvinte-contemporineo,inimigoe amigo, cesce a lar {a.com todo convencionalsmo, com o moaologsmo conven ‘ional. O recurso aos extilos de coaversagio e a ampliagio ‘do campo da linguagem litera esto itimamenteligados <2> 20 recurso a0 dilogos ocorre — e is0 € muito impor tante— uma anipliagio da concep de ouvinte-contempo- Finco, de sua democratizagio. O convencionalmo, a0 en raqucer a sensagio eo ato de considera oouvinte, 0 mes 'spalavea até da relidadeeftiva, A iragio, a0 agudizar a sensigio ea considera do outro ido ouvint ativo-Fesponsvo contempornco), apro- ‘xia simltaneamente a palavea da weaidade, assegura uma “concentra objetal até mais criadora dessa palara. O con- ‘vencionslismo ridiional no eampo da arte contribu para ‘odogmatsmo no campo da cgnca, 0 crescimento do dislogo na lieratura es dalogizagio das partes monolégias 190 Uma colocasio mais ample, sobretado, mais profun- ‘dada questio do discusso do outro em todos os campos da omic dacrsiv (iad pl forma de cha). A formasio, o desenvolvimento do pensameato na dis- _cussio, no ddlogoe sua consolidagao em formas monoligi- Gas. Nio povemiosdesinterar estes dois moments, entre cles hi constantes ranges ‘Una dalopcidade pera de radon os intros dscusivos (de todas as formas de comunicago diacursva) «uma di Ung elatva de dillogo e mondlogo. Refexo, am or tas monolgkcs doiereambio alg de ay da on- Sidra do oun avo, Cada enuciadoé uma relics do dlslogo,c0 mondlogo ext tepleto de eos dos emuncados io onto, Varin Bastane a forma o carter desses eons Yincul-e lingua 0 stud dos tpos peas dessas fr rman. Tad so promove 3 questo das formas do relexo€ (etransmissio do dscurso do ov. STR compen incotcta do enuncad como um ss sma fechadoe avosafiient, un stem fechado fra do (ual no hd enuiado do outro, hi apenas a suposgto

do ouvinepasvo nunciados alos sore o mesmo em ou um repos: ta dialgiainiera on uma espota a dado enunciado (ur Ahlgg dro “Fi una dietenga essencal ene 0 dcuro esrtura- do em topos por exempo, uma expresso metfica) eo “acurs patédico, nico, himorisco, polemic, et No Prinz caso, um wit dcursivo e todo 0 movimento {30 ao interior do proprio objeto (desenvolvimento gio objtl) ou na expres indvideal do pépeofalant (ou ta combina de aos 0 senios. No segundo, pres piese um segundo sito e seu discus de out (eal on Posse «uma rlago do flane (primeira sic) com ex Se iscuro, io 6 pressupsemae ox ements J ua ine Dislogo t a pee Se decent ese ‘ima ideia do outro, que se expe apenas a uma apre- ago semntico-objetal, eo enuaciado do outro, zevestdo de Forma estlsica tendencial, ideolbgicae individual. En- tre elas transigdes continuas, pois “no existe ideas rnuas". No entanco, podemos abstrair esse cater ahi (na ‘itn [A dilogicidade interior de coda palavea ea fctnacom- posicional externa do dislogo (em sentido restito)- ‘© encontro com a palaa do euro no objeto eum 8o- vo encontro com ele na resposa(apalavre a provoca,ante- Sint coms ievonad pra el) {0 fundo aperceptivo da competi, considerado pe lane. [A existincia de palaveasestliticamente newrasefor- ras de inguager evidentementerlatvas dante dos exilos ddominantes de uma dada época). A estas aspira 0 escritor a0 estar o estilo educates, ‘A descoberta, 2 claboragzo de um estilo para meu pré- prio discursoincondicionalmente iret, meu préprio estilo Aero de autor Diterentestipos de tabalho com meu proprio discus ieto (*0 nico dscursonecessrio no Gnico lugar neces rio") com o extlo do outro (stilizivs,parodiavel, semi soneniona ‘Nilo podenos dvi dois sentdos de wna mefoa cn tre das vozes, das replicas, no & possivl por dos acentos nm ida i ‘numa metfora, © movimento metaérice da inguagem no Edialgico. ‘Quem deve estudar a frmas do enuniado, ou sea, 05 sineros discursivos? O linguista? Ou o investigador eri A reforma da linguagem liter ria como um deslocamen- to das formas existentes de disurso de um campo de sua ap ‘go para outro. Mas esas formas de dscurso também ta- 2zem consigo os gineros dscursvos que les correspondem (o.dislog, por exemple) Hi inlluéncia do ouvint interlocutor no discurso. No lidtogo atua um ouvinte cel, cujas replicas so dada ¢ de- terminam as réplicas tesponts. © enunciado €0 minimo daquilo a que se pode respon: der com que se pode concordar ou aio coacordae. Um enn: ‘iado nega ouafia algo, Nio se pode responder a uma or ‘lo porgue em si mesma ela no afiema (nem nea). la 3 Se torna afirmagio no contexto, na relagio com ours ora sesna totalidade de um enunciado, Se uma orasio nd tern contexto, se 20 é um exemplo para andlise ela ji nfo € uma ‘oragio, mas um enunciado integral composto por uma ors- 0. Fla adquire novas qvalidades: js afima (ou nega) algo = claro que em grau variado de modalidade— com clase pode concordar ou nio concorda,discutz, eeforeae os a ‘sumentos, ec. Aql entra papel do outro, A ideia seroma ‘objeto de toca com o outro Parte do coajuato monolgico se tomam pensamentos ‘na totaidade do contextoe dt podem ser destacados e dis ‘cutis separadamente ‘io se trata simplesmente de um pensamento, mas de ‘um pensamento-afiemagio, A oragio é im pensamenta 4e3- Dado, mas fora do contexto ela ainda ndo afrma nada, com cla ainda ao se pode dscutit S6 se pode dscutie uma ona 50 do ponto de vista de sua corregio gramatical 0 enunciado jf pertence ao campo da ideologia (mas no tem necessariamentecariter de lasse). “Espee, ainda ado termine.” One dit. Destacada do context, sma qragio-obeto de diseussio vista como um ennciado acabadotpelo <> qual ofalan- te esponde). TA celasio com 0 coateido sefnntic-objetal do (na cincia) ea relasao com seu estilo (visto de mun- fo}. "Quem vives e pensou.."S Compare se isto &trada an Toga de Gruchaitsk® [Aqui nfo re pode separaro estilo do contesido semati- réplica como no monde. Nao €possivel compreender 0 estilo dem disearso sem es se clemento sumamente importante eesilizador. “Trata-sejastamente do estilo do enunciado eno do es silo da lingua na acepeio pevisa do term. O estilo de um enanciado concreto sempre incorbora a relagio com 0 ov ints, mesmo que sj o estilo de um sequerimento, de wna _esolugio postiva emanada deste, o estilo de uma orem mi lta, Exlos cosmovisivs ¢extilostendencais, Ao se rena rem estos de um enunciado conceeto, eles assume um ex titer polémico, apologético cestlizador, mesmo que tenham. ‘o miimo de pureza e moderagio. O empeego de um estilo ‘consti até certo pont, quase sempre uma eslzag30, tama ver que envolve<2> relagio do falante com determi nado estilo (um falar com resslvas, uma flagao.com 0 discwso allio ou seialheio) "Nem de longe sto neutos todos os fendmenos da li 1 frascoligess, os meso as Formas” 3). Fstas exalam estos, a elas esto “inculad a cana org eee Te a ‘Cae emprega esas pala com Felons 1000 spat eons. Alm dsplatas neue den fem, na lingua hi muitaspalaveas aleias ou semis 6 falant, para.o seu, isto &, para o estilo adequado 3 “Em qualquer estilo (0 negocial, por exemplo), empre- games palaveas com rssalvas. “Como sedizno dina dia”, como diriam os poets, “falando em linguagem ofciosa”, Que formas de relagio com o ouvinte-eitorincrlo: cutore com o dscurso do outro exitem no entnciado? Co- tno classifieds? Cbs, antes de td, enfocar <..> 0 seguinte fendmeno, © imeriocuror-ouvite-leitor€ a segunda pessoa a quem 0 nuncio oe dro endereado, gum spond os us kdl an { cua resposta anecipo, Mas uma rrcira pessoa, cujo enn: ‘ado menciono, pessoa ess que eu cito, com quem polemi- 2ecconone nba sews sez poson uma ve gue entro em relagies dislgicss com ea, ov sa, tomar seh ro de uma relagio dislgics, Of dem set simplemente um objeto de dscuso, visto que me. refiro a eles ¢ para mim eles se toram am pasceio dag {so Ademais, 0 ouviate eo discurso do outro podem ter uma forma eoetva,generaizadora. 0 que ocotre nos extlos polémico e resalvados que se empregam. {Classifcasio dos pureciros dalgicos. O iterlocutor 0 discursodieto a0 al responda, Ocampo apereptiva do imerlocurorouvinge. Sua resposta anecipadors. A rela G0 com tudo © que jf foi dita sobre 0 objeto do dacurso (ainda que sea a forma “assim se costa achay, se diz”), apoio vad ou apni vlad TO relexo do dicurs alco esun influgncia, As formas esse eflexo,O discuso (do outro peemanece fora do enn: lado ou se insere nel, insere-e em forma dice ou em di- ferentes modalidades de form indieta(hibridizagio.” Em todos os cass isto determina o enunciado: rant 0 seu et- lo como a sua composigio <>. ‘Uma oragio, assim como uma palavra isolada, desde ‘que covtetamente composts, ms compreendems, st & pa ra nds € claro o seu significado, mas no podemos apeecis sla, concordat com ela ou discordar dela, ou sea, impos sivol ter uma compreensio responsiva e empeegila. Apre cite via concordincia-disconincia <> — ocuparalgima osigo. 7 Netcom curs pam ga segue Bat ror ems ge ain am © dacs m oman bn con Pas Pris de Dow (N oT) ‘A condigio de parciro dildgico € ocupada peo pbl- 0, pelos critics, pelos ccnsisasespecalisas, os descende tes, 0 povo, et, As vias concepgaes de ouvintes aos quais se destina o enunciado No discusofilado, falante nfo tem etl individual, astuir seu enunciado, ‘A questio da polémica aberta. Estdo das formas de ‘enunciado com hase no fato de que cada enunciado(inelusi ‘ye 0 mais monol6gico,slirio e autossociente) participa ointercionbio socal de ideas, & uma. wnidade dese ine cimbio, &determinado por esse intercimbio, que €dildgi- co por natureza] (0s principioshieranuicos de diferenciaea0 dos eile. Estilos promovedores e rebaixadores. Aqui no se tata de simples reflex da hier ‘numa sciedade deca fs uma eoncepgio tio simpliicada seria uma vulgarizagiol, Lau imports imerclato dns de esto, oe Sere ee gins asco a Rio Gem todos os eros do discus que pode se ma *ifetara maneira individual dofalante. Frequentement, © Princip formadoe do xl taiso do gEneo (por exer Plo, exo de uma ordem militar, 0 exo de ato on, estilo de deliberages sobre producto estas et) da ing com fins casita era tos limites paca esse emprega (ulrapassando esses limites, 0 ‘is ables da ngage da cau pols do chara ea i op de cing cen an concepsf0 Box fa Se ain sre oe daca na aN 0) uw Mik Rakin cenunciado deixa de ser compreendido). Sobre 0 significado Inasilar (de toa Kngua eneutro) das palavras e formas da lingua superpemse signifies eomplementaes eypecias de cariterpredominanvementevalorativo. Ocorre uma espé- ‘ie de contaminagao de palavrase formas particulars da i ‘gu por certs avaligdes(aueolas estlistias). Essa contami- ‘nagio ocorre nos enunciados. Sao at& possieis colorido in- dividuais em manifstagies da lingua. Nao se pode entender ‘o mecaniamo desseprocesso sem um estudo mais profundo dds estrusira do enunciado como unidade da comunicacio sdiscursiva, sem uma compeeensio de sua narureza dialigica, “Todos o= campos da ideologia usam a Vingua, mas eada_ uma se ssamos &questao do significado contextual da pala ‘ea E jastamente aqui que entra 0 famoso aforsmo de Pi- chin! Tinga nacional serve mio sa toda a sociedade (a todas as classes grupos soins) nio s6 a todes os campos da vide da sociedade (produgio,ieologi, etc. —da base 3 ‘uperescutura) mas também a todas as situagbessingulaves "cexcepcionais, a fouls as intengdespossveseexcepcionais dos falantese esritores, a todas as novas descobertas. O ‘mundo apreendido pelo conhecimento ampliouse de modo Jnustado, mado, ensiquecet-s, dfereniou-se num lapso da realidad foram * Coma ram Hoar ¢ Goch um dos tema ie Takin pope dealer cn "Os geo do dcr" a 08 fee (Sedo "arn, ae or Hann in ee eis“ ran ine! qed cinta 0 cco sin cam fim nnd ns iso dan {Emo non srg sc tae 80 80a peso dotesico BU do

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