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faimundo moreno delgado O METODO DOS ELEMENTOS FINTOS NA ANALISE DNA MICA DE BARRA GENS INCLUINDO A INTERACCAO SOLIDO - LIQUDO DISSERTACAO. PARA DOUTO RAMENTO. EM ENGENHARIA CIVIL NA FACULDADE DE EN GENHARIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO » QUTUBRO 1984 Publicado subsidiada pelo Instituto Nacional de Investigacao Cientilica A Ana Pedro e Tiago Meus Pais e Irmaos AGRADECIMENTOS Ao apresentar este trabalho nio posso deixar de expressar os meus agradecimentos a todos aqueles que de algum modo contribuiram para que ele se coneretizasse, e de um modo especial: ~ Ao Professor Rogério Martins, pelo estimulo concedido e pelo interesse e amizade que devotou 3 orientasio ¢ acompanhanento deste trabalho; ~ Ao Professor D. R. J. Oven, da Universidade de Swansea, pelas valiosas sugestdes e criticas feitas no decurso do trabatho; ~ Ao Professor Francisco Correia de Arailjo a quem devo os primes ros passos na vida académica; = Ao Professor Joaquim Ribeiro Sarmento pelos indimeros ensinamen tos recebidos ao longo destes anos em que fui seu assistencte; = Ao Eng? Manuel de Azeredo que de uma forma amiga e disponivel contribuiu com um conjunto importante de sugestdes e criticas a0 longo destes anos de convivio diario. = A todos os colegas que por diversos modos concederam o seu apoio e em particular os Eng? Joaquim Azevedo Figueiras, Eng? Carlos Alberto Magalndes Oliveira e Eng? Anténio Silva Cardoso. = Aos Engenheiros Alvaro Azevedo, Fernando Oliveira e Nelson Vila Pouca que, enquanto meus alunos, colaboraram na realizacio de trabalhos de computagao. Ww - K Senhora D, Maria Vitéria Campos Coelho Freitas, pelo trabalho de dactilografia realizado com competéncia e qualidade e tanbém pela disponibilidade demonstrada; = Ao Senhor Joaquim Andrade pelo magnifico trabalho de desenho desenvolvido; - K Empresa de Electricidade de Portugal (EDP), na pessoa do seu rector de Equipamento Hidraulico, Eng? Armando dos Santos Paupério, pela ced@ncia da definigdo da forma da barragem do Alto Lindoso, e aos Eng®s Braga da Cruz e Pinho de Miranda pe~ lo apoio concedido no seu estudo. = Ao Instituto Nacional de Investigagao Cientifica e 3 NATO (Bol~ sa Grant 1779) pelo apoio financeiro concedido. INDICE Pag. caPITULO 1 - ENTRODUGKO. er La CAPITULO 2 - FORMULAGKO GENERICA DO METODO DOS ELEMENTOS FINITOS ... 2.1 2.1 = INTRODUGAO woes eeeeeeee pene 21 2.2 ~ FORMULAGKO GENERICA .. feveeeee 2.2 2.2.1 - Discretizacgao do dominio continuo .... seeeeeeee 23 2.2.2 - Aproximag#o ao nivel do elemento ..sssesesseveeeeeveee eh 2.2.3 ~ Relagdes ao nivel do elemento an 2.2.3.1 ~ Relagdo entre deslocanentos e deformagies a7 2.2.3.2 ~ Relagdo entre deformagies e tensdes 2.8 2.2.3.3 = Relagdes de equilfbrio - Matriz de rigidez do elemento eee 2.10 2.2.3.4 ~ Agrupamento e resolugio do sistema de equagoes seeeeecereeeeseeseeee 2613 2.2.3.5 ~ Determinagio de outras grandezas relevantes .... 2.14 2.3 - ELEMENTOS TSOPARAMETRTCOS ee eee 21S 2.4 ~ INTEGRAGAO NUMERICA sss. co 2.18 2,5 = REFERENCIAS eee eeeeeeeeeee 2.21 CAPTIULO 3 ~ REFORMULAKO E REINTERPRETACKO Do METODO Dos ELEVENTOS PINITOS ....-s005 eens 3.1 - INTRODUGEO 4... eel 3.2 - ELEMENTOS DE ELASTICIDADE PLANA 3.3 3.2.1 - Elemento rectangular de 4 nds 33 3.2.1.1 - Geometria do elemento 3.3 3.2.1.2 - Campo de deslocanentos 34 3.2.1.3 ~ Relagdo entre deformagées e deslocamentos ....... 3.5 3.2.1.4 ~ Relagdo entre tensdes e deformagdes ..e.e.ee000. 347 3.2.1.5 - Matriz de rigider sessecsseeceseesesseeeees 37 3.2.2 - Elemento rectangular de 4 nds (formulacio através gum sistema de barras) sessseeseeeeesseeeeteeeenee 31 3.2.2.1 - 0 elemento como um sistena de barras ...... 31 3.2.2.2 = Matriz de rigidez duma barra 3.12 vr 3.2.2.1 = 0 elemento como um sistema de barras .... 3.11 3.2.2.2 - Matriz de rigidez duma barra .. 3.12 3.2.2.2.1 - Matriz de rigidez correspondente a deslocamentos axiais . 3.12 3.2.2.2.2 ~ Matriz de rigidez correspondente a deslocamentos transversais .......+ 3.15 3.2.2.2.3 ~ Matriz de rigidez global da barra . 3.16 3.2.2.3 - CAleulo do elemento k,, - barras nos pontos de Gauss .. wees 3.17 3.2.2.4 = Cilleulo do elemento ky, sesereeeses 3.23 3.2.2.5 ~ Sistematizagao do cAleulo .. 3.27 3.2.3 - Elemento rectangular de 8 nds (formulacao através dum sistema de barras) .....eeeeeeee coors 3630 3.2.3.1 - Matriz de rigidez duma barra de 3nds ..scesee 3630 3.2.3.1.1 - Matriz de rigidez correspondente a deslocamentos axiais ...eeeesees 3.31 3.2,3.1.2 ~ Matriz de rigidez correspondente a deslocamentos transversais + 3.35 3.2.3.2 - Gilleulo dos elementos k;, da matriz de rigidez do elemento rectangular . 3.36 3.2.3.2.1 - Barras paralelas ao lado da dimensio @ ...... 3.36 3.2.3.2.2 - Barras paralelas ao lado da dimensio b ...... 3.41 3.2.3.3 - Comparagao de resultados «...sseeeees 3.48 3.2.4 Vantagem da integracdo reduzida, ou selectiva, na anflise de certos problemas com materiais quase _incompressfveis. Sua explicagdo .......- + 3.46 B.2.hs1 ~ Cilindro e8pess0 seeeesesseeceeeeeeeenee + 3.46 3.2.4.1.1 - Solugdo tedrica ..... seeeeeeees 347 3.2.4.1.2 - Solugdo com elementos finitos ees 3.2.4.1.3 - Valores proprios da matriz de rigidez ....... 3.48 3.2.4.2 - Placa solicitada axialmente ........ 3.50 B.2.4.2.1 - Solugdo tedrica .eeesseeeeeeeeeees 3.52 3.2.4.2.2 - Solugdo com elementos finitos .. 3.53 3.2.4.2.3 - Valores prdprios da matriz de rigidez 3.54 VIL 3.2.4.3 - Elemento trapezoidal de 4 nds. 3.54 3.2.4.3.1 - Matriz de rigidez do elemento trapezoidal (formulagéo classica) . 3.56 3.2.4.3.2 ~ Aplicagio ao cAlculo do cilindro espesso .... 3.59 3.2,4.3.3 = Matriz de rigidez do elemento trapezoidal (formulacio a partir dum sistema de barras) .. 3.60 3.2.4.3.4 - Interpretagio de resultados . 3.63 3.2,5 - Modos de deformacao espiirios .......eseeee 3.67 3.2.5.1 ~ Elemento de 4 nds 3.68 3.2.5.2 - Elemento de 8 nds 3.68 3.2.5.3 ~ Elemento de 9 nds 3.69 3.3 ~ ELEMENTO DE VIGA . 3.71 3.3.1 ~ Matriz de rigides tedrica duma viga tendo em conta a deformacio por esforgo transverso (solugio tedrica) 3.71 3.3.2 - Elemento de viga de 205s ...sssseecesseeseeeeereeeee 3472 3.3.2.1 - Convergéncia do elemento ¢ influéneia da relagéo 2/t cea 3.75 3.3.2.2 - Andlise da matriz de rigidez com integragao exacta ..... 3.77 3.3.2.3 - Andlise da matriz de rigidez com integragao reduzida . 3.79 3.3.2.3.1 - Aplicagao a uma viga em consola sssseeeeeeers 3-81 3.3.2.4 - Coment&rio a outros estudos .ss+eeee 3.84 3.3.3 - Elemento de viga de 3nds . seeeeses 3685 3.3.3.1 - Matriz de rigidez ... se 3.85 3.3.3.2 ~ Andlise da matriz de rigidez .... 3.89 3.4 - ELEMENTOS DE LAJE oa 3.92 3.4.1 ~ Elemento de laje de 4 nds (formulagio classica) + 3.93 3.4.2 - Elemento de laje de 4 nds (formulagio através dum sistema de vigas) ... fe 3.95 3.4.2.1 - Matriz de rigidez da viga ..... 3.95 3.4.2.2 ~ Matriz de rigidez do elemento ....4- 3.99 3.4.2.2.1 ~ Exemplo. C@leulo do elemento ky) « 3.105 3.4.3 ~ Comportamento do elemento em fungio da orden de_integrag3o 3.4.3.1 ~ Modos de deformagio espiirios 3.4.3.2 ~ Comportanento do elemento em fungdo da razdo entre a espessura © 0 V20 seeeseseeeee 3.4.3.2,1 - Elemento de 4 nds .......8 3.4.3,2,.2 - Elementos de 8e 9 nds ... 3.4.3.3 - 0 elemento “heterosis” s.eeeeeeseesseees OG 3.4.4 ~ Um novo elemento de laje rectangular de 4 nos 3.4.4.1 ~ Estudo numérico do elemento . 3.5 - ELEMENTOS DE CASCA 3.5.1 - Elemento de casca degenerado 3.5.1.1 - Geometria do elemento . 3.5.1.2 ~ Campo de deslocamentos . 3.5.1.3 ~ Definigdo das deformagdes 3.5.1.4 ~ Relagio entre tensdes e deformagies. Matriz de rigidez .. Si CAlculo das tensdes 3.5.2 - 0 elemento de casca reinterpretado como um sistema de barras ... 3.5.3 Andlise da matriz de rigidez do elemento de_casca de 8 nds «14. 3.5.4 ~ Exemplo numérico .... 3.6 - CONCLUSOES .... 3.7 ~ REFERENCIAS . CAPITULO 4 - ANALISE DINAMICA 4.1 = INTRODUGAO «1... 4,2 = MTODOS DE INTEGRAGKO DIRECTA 4.2.1 ~ Método das diferengas centrais . 4.2.2 ~ Método de Houbolt ... 4.2.3 - Método de Wilson 0 . IIT 3.106 3.107 3.109 3.111 3.111 3.115 3.116 3.117 3.122 3.123 3.124 3.126 3.128 3.131 3.131 3.132 3.132 3.141 3.143 3.145 Ix 4.2.4 ~ Método de Newmark .. 4.10 4,3 ~ MBTOD0 DA SOBREPOSIGAO MODAL ee 4.12 4.3.1 - Calculo com matriz de amortecimento nulo .. 4.15 4.3.2 - Galculo com matriz de amortecimento .. senses 4.16 4.4 = ESTABILIDADE E PRECISKO DOS METODOS DE TNTEGRAGAO DIRECTA 4.18 4.5 - DISCUSSKO SUMARIA DO CAMPO DE APLICACKO DOS METODOS .... 4.21 4.6 ~ ANALISE DINAMICA USANDO 0 METODO DOS ELEMENTOS FINITOS .. 4,23 4.6.1 ~ Elomentos de elas! 4.23 4.6.1.1 = Matriz de massa seseseessseeeeees 4.23 4.6.1.2 ~ Matriz de amortecimento 4.24 4.6.1.3 = Solicitacies . ogoaK 4.25 4,25 4.6.2 ~ Elementos de casca 4.6.2.1 - Matriz de massa sssesessseeceeeeeeeasseeeeeeeeees 4426 eet ene 27, 4.6.3 - Filosofia dos programas .. pee eee] 4,7 - APLICAGOES 4.8 ~ CONCLUSOES 4.39 4,9 ~ REFERENCIAS 4.40 CAPITULO 5 - INTERACGAO SOLIDO-PLUTNO SL 5.1 - INTRODUGAO et 5.2 - FORMULAGKO DO ELEMENTO DE FLUIDO ATRAVES DAS PRESSES .. 5.4 5.2.1 - Equagdes da hidrodingmica .., 5,2,2 ~ Condigées fronteira . A 5.2.3 ~ Discretizacio usando o método dos elementos fFinitose ete ee 5.9 5.2.4 - Associagao dos aspectos estruturais e hidrodindmicos s..sseseeseee pos A) 5.3 ~ FORMULAGHO DO ELEMENTO De FLUIDO aTRAVES Dos DESLOCAMENTOS ee 7 + 5.13 5.4 - DOMINIOS DE COMPRIMENTO INFINITO .......00000000+ + 5.16 5.4.1 - Elementos com anortecimento ee 5.16 5.4.2 ~ Recorréncia a intervalos de tempo anteriores 5.18 5.4.3 - Elementos infinitos . pease 5.4.3.1 ~ Elemento unidimensional ...... cee 15021 5.4,3.1.1 - Geometria .. eee vee 5421 5.4.3.1.2 - Campo de deslocamentos .....seeeeeeseeeeeeees 5423 S.4.3.1.3 - Matriz de rigidez ....cccceseeeeseeeseeeeeees 5e2hh 5.4.3.2 - Elementos bidimensionais ... ss 5.26 5.4.3.2.1 ~ Elemento infinito numa direcgio bp CHE) 5.4.3.2.2 - Elemento infinito em duas direcgdes sea 5.4.3.3 - Aplicagdo numérica - carga concentrada num meio elastico semiindefinido ... 5.27 5.5 - ELEMENTOS DE JUNTA ceeeeeeeeeeeneeee 5.30 5.5.1 - Elemento de barra de 2 nds. eer 5.5.2 — Blemento de barra de 3 nés 5.31 5.5.3 - Matriz de rigidez do elemento de junta . esd 5.5.4 - Observacdes ... 5.35 5.6 APLICAGGES . a 5.36 5.6.1 - Propagagao duma onda de pressao num fluido contide num tubo sesseeseseeees 5.36 5.6.1.1 ~ Tubo de comprimento finito 5.36 5.6.1.2 - Tubo de comprimento infinito . es 20 5.6.2 ~ Reservatrio sujeito a uma aceleracio subitamente aplicada = pococn 5.41 5.7 - CONCLUSOES . 5.47 5.8 ~ REFERENCIAS pee 5.49 CAPITULO 6 - APLICAGRO A ANALISE DINAMICA DE BARRAGENS 6.1 6.1 ~ INTRODUGKO nooo 6.1 XI 6.2 = CONSIDERAGOES GERAIS SOBRE O CALCULO DE BARRAGENS 6.2.1 ~ Caracterfsticas geométricas . 6.2.2 - Caracteristicas materiais . 6.2.3 - Accdes 6.2.4 - Métodos e tipos de calculo 6.2.5 - Coeficientes de seguranca . 6.3 ~ ACGORS Stsmrcas pesgqo505050 6.9 6.3.1 - Idealizacio da accdo sfsmica e quantificacio da resposta .eeseeeeseeeees eee e) 6.3.1.1 - Determinagio da resposta usando acelerogramas .. 6,10 6.4 ~ BARRAGENS GRAVIDADE .. 6.15 6.4.1 ~ Barragem de Koyna ..sseeeee 6.15 6.4.1.1 - Resposta a uma acelerago horizontal e constante aplicada na base . 5 6.16 6.4.1.2 ~ Influéneia do comprimento do reservatério na resposta da barragem 6.7 6.4.1.3 ~ Resposta ao sismo de San Fernando 6.20 6.5 - BARRAGENS ABOBODA .. s+ 6.29 6.5.1 ~ Ligacao entre elementos de cascae tridimensionais ... 6.30 6.5.2 - Elementos de junta ...seeeeessseeee eee 6.34 6.5.3 ~ Barragem do Alto Lindoso . 6.36 6.5.3.1 ~ Andlise estatica da barragem solicitada pelo peso préprio da agua do reservatério .. 6.38 6.5.3.2 - Resposta a uma acelerago horizontal constante aplicada na base sesssessseee 6.42 6.5.3.3 ~ Resposta a accdes sismicas «1.0.44. 6.48 6.6 = CONCLUSOES .eeeseeeeeeeee 6.52 6.7 - REFERENCIAS ........ eee eee n6eSA) CAPITULO 7 - CONCLUSGES .... peeeee Tal CAPITULO 1 rvRopugio 0 dimensionamento de barragens tem-se constituido numa area espect- fica dentro da Engenharia Estrutural, quer pela complexidade e diversidade dos fendmenos fisicos envolvidos, quer pelas consequéncias catastroficas que adviriam de eventuais acidentes. De um modo geral,as barragens so estrutu- ras de grandes dimensdes e geonetria complexa que confinan con uma grande massa de Agua,a qual, em conjunto com arocha de fundaglo, influencia acentua damente o seu comportamento. ‘Ao Longo dos tempos tém sido desenvolvidos métodos de andlise deste tipo de estruturas, experimentais, analfticos e nunéricos, que envolvem un conjunto de simplificagées importantes. Assimna pesquisa de modelos analiti- cos ou nunéricos, tem sido corrente a consideragao de geonetrias simplifica~ das para a barragem, @ substituigio da rocha de fundagao por apoios elasticos fe, mo caso de solicitagdes dinamicas, a substituicao do reservatério por um conjunto de massas a adicionar & massa da barragem. © método dos elementos finitos é neste contexto um instrumento pode- roso quer pela sua capacidade em tratar uma grande gana de fendmenos ffsicos, quer pela sua facilidade de aplicacéo. 0 desenvolvimento que este método tem tido a par do crescimento, em termos de capacidade e velocidade de célculo, que se tem verificado nos computadores, permite a obtengdo de solugdes cada vez mais aproximadas, excedendo muitas vezes em preciso o grau de conheci- mento disponivel para os paranetros que intervém como dados. 1.2 A formulagdo de modelos, ¢ a implementagao dos correspondentes pro- gramas, que permitam a andlise dindmica de barragens, gravidade e abdboda, tendo em conta a interacgdo barragem-fundagdo-reservatério constitui um dos objectives principais deste trabalho. A interaccdo entre a fundagdo e a bar- ragem & considerada associando & barragem uma parcela de fundago com uma profundidade tal que as tensdes induzidas nos pontos mais afastados da seccao de contacto com a barragem possam ser consideradas despreziveis. Para ter em conta 0 efeito dinamico da Sgua & inclutdo na an@lise o reservatério, adop~ tando-se na sua discretizagdo elementos que simulam o comportamento de um fluido. A integragdo numérica das equacées diferenciais, que traduzem o com portamento dinfmico duma estrutura, & feita utilizando o método de Newmark. Sendo um método de integragio directa permite assim que as acgdes s{smicas possam ser incluidas directamente através dos respectivos acelerogramas, obtendo-se deste modo a resposta completa da estrutura ao longo do tempo de duragio do sismo. 0s elementos que sio utilizados sio essencialmente os seguintes: elementos planos de 8 nds, na andlise de barragens gravidade; elementos tri- dimensionais de 20 nés e elementos de casca de 8 nés na andlise de barragens abdboda. Este elemento de casca, que traduz adequadanente o comportamento de cascas espessas, apresenta, no entanto, no caso de lajes delgadas, uma ten~ d@ncia para conduzir a solugdes excessivanente rigidas quando se usa uma or- dem de integragdo numérica completa, Contudo, 0 seu comportamentomelhora dras. ticamente quando & utilizada uma ordem de integragao nunérica reduzida ou se lectiva. Para este facto, que & conhecido praticamente desde que este elemento foi desenvolvido pela primeira vez, nao foram ainda encontradas explicagées que 0 esclaregam completamente. Este aspecto do comportanento do elemento sus citou ao autor um conjunto de estudos que, ao que se julga, contribuem para 1.3 uma melhor compreensio do referido comportamento e que, ao serem generaliza~ dos a outros elementos, permitiram o desenvolvimento de um novo modo de form lar e interpretar os elementos finitos. A apresentacdo de alguns elementos finitos, 0 estudo do seu comporta mento e 0 desenvolvimento de um novo modo de formular a respectiva matriz de rigidez, constituen outrodos objectives principais deste trabalho. A ideia ba se do novo procedimento que se apresenta consiste em imaginar o elemento como um sistema de barras convenientemente escolhidas e localizadas, o que permite dar uma interpretacdo fisica a técnica numérica envolvida no método dos ele mentos finitos e, a partir do melhor conhecimento do comportamento do elemen- to de barra, extrair conclusdes quanto ao comportamento global do elemento fi nito. Outro aspecto importante € que, com esta formlagao, 6 possivel o desen volvimento de novos elementos, como é 0 caso de um elemento de laje rectangu- lar de quatro nds que é apresentado e ensaiado. © presente trabalho pode ser dividido em trés partes. A primeira, constituida pelos capftulos 2 e 3, é dedicada a um estudo de caracterfsticas mais tedricas do método dos elementos finitos; a segunda, que inclui os ca~ pitulos 4 e 5, & destinada & apresertacao dos modelos, e correspondente im~ plementacio, para a andlise dinfmica de diversos tipos de estruturas, inclu- Indo os aspectos relacionados com a interaccdo sélido-Iiquido; a terceira, constitutda pelo capftulo 6, tem caracterfsticas mais priticas e & dedicada 4G andlise dindmica de barragens. Le No capitulo 2 sio apresentados os aspectos gerais do nétodo dos ele- mentos finitos, aplicado a problemas de Mec@nica Estrutural, usando uma for- mulagio através dos deslocanentos. Uma particular atengio @ dada aos elementos isoparanétricos, que irdo ser utilizados ao longo de todo o trabalho em dife~ rentes tipos de problemas. Alguns aspectos da integracio nunérica sio também apresentados. 0 capitulo 3 & dedicado @ apresentagao de alguns elementos finitos, ao estudo do seu comportamento e ao desenvolvimento de um novo modo de formy lar a sua matriz de rigidez. A par da apresentacio dos elenentos de elastici dade plana de 4 e8 nds, Zintroduzido 0 novo procedimento para formular a ma~ triz de rigidez, K luz desta nova formulagio feito o estudo e interpretagdo do comportamento dos referidos elementos, os quais, como se sabe, conduzem 2 solugdes excessivamente rigidas (quando se usa uma ordem de integracio numé- rica completa) na andlise de sélidos quase incompressiveis. Os elementos de viga de 2 e 3 nds, em cuja formulagdo se consideram as rotages independentes dos deslocamentos verticais permitindo assim deformacies por esforco transver s0, so estudados em fungio da ordem de integragdo numérica utilizada. A par da descrigdo de um elemento de laje de 4 nés, em que também se consideram es rotagdes independentes dos deslocamentos verticais, & feita a reformlagao da respectiva matriz de rigidez utilizando-se para o efeito os elementos de viga anteriormente referidos. Com base nesta formlacio feita a discussio dos problemas relacionados com este elemento, nomeadamente a excessive rigi- dez no tratanento de Lajes finas,e correspondente melhoria de comportamento quando se utiliza uma ordem de integracio reduzida ou selectiva, e modos de deformagdo de energia nula espiirios. A generalizagio desta discussao é feita ao elemento de laje de 8 nds. & apresentado um novo elemento de laje rectan- gular de 4 nds e realizado um conjunto de ensaios demonstrativos das suas ca~ pacidades. Finalmente & apresentado um elemento de casca espessa e feita a ans) andlise da matriz de rigidez em fungao da ordem de integracao numérica e da sua espessura, No capitulo 4 faz-se uma descrigdo dos métodos mais usuais da andlise dinamica de estruturas seguida duma breve discussdo sobre os seus campos de aplicagio. Apresentam-se as matrizes de massa e amortecinente que véo ser adop- tadas. 0 método de Newmark, um método de integragdo directa implicito, é utili- zado na implementagao de programas de andlise din’mica de problemas de elasti- cidade plana e tridimensional, lajes e cascas. Finalmente sio feitas diversas aplicacbes, comparando-se as solugdes obtidas, quando possivel, com as de outros autores. © capitulo 5 & dedicado ao estudo dos aspectos relacionados com a in~ teraccdo sdlido-fluido. Duas formulagdes possiveis para tratar elenentos de fluido so apresentades. Para a tradugo de doninios de conprinento infinito so considerados tras procedimentos: elementos com anortecinento, método da recorrencia e elementos infinitos. Com o objectivo de possibilitar a exis- téncia de deslocamentos relativos entre o sdlido e o fluido na direcgdo tan- gencial & superficie que os separa @ formulado um elemento de junta. No £i- nal do capitulo sao apresentados dois exemplos com o objectivo de ensaiar os procedimentos propostos. No capitulo 6 os programas desenvolvidos sdo aplicados & andlise di- namica de barragens, gravidade e abdboda, tendo-se em conta os efeitos hidro- dindmicos do reservatério e a interacco com a fundacio, Na parte iniciel do capitulo sio tecidas umas breves consideragdes sobre o dimensionanento de ber~ ragens e sobre as acgdes sismicas, & efectuada a andlise dindmica da berragen de Koyna ensaiando-se os processos de simulagio de dominios de comprimento in- finito, apresentados no capitulo 5, para diferentes comprimentos do reservaté rio. Descrevem-se as técnicas adoptadas para estabelecer a ligagdo entre ele- 1.6 mentos de casca e tridimensionais, necessdrias para o estudo de barragens abd- boda, bem como o elemento de junta a incluir entre a barragen e 0 reservatério. Finalmente @ feita a andlise de uma barragem abdboda, a barragem do Alto Lindoso, estudando-se a influgneia de alguns pardmetros na sua resposta. So também in- cluidas as respostas aos sismos de San Fernando e El Centro. No capitulo 7 apresentam-se as principais conclusdes e sugerem-se reas para futuros desenvolvimentos. caPITULO 2 FORMULAGAO GENERICA DO METODO DOS ELEMENTOS FINITOS 2.1 = INTRODUGKO Os problemas tratados no Gmbito da Engenharia sio, na sua esséncia, de natureza continua, nao se dispondo para a maior parte deles da respectiva solugdo analitica [1-2]. Tornou-se assim imprescindivel o desenvolvimento e utilizagdo de métodos nunéricos [3], 08 quais se tém tornado cada vez mais populares com o progressivo desenvolvimento dos couputadores. De entre eles, o método dos elementos finitos tem merecido particu~ lar atengio © desenvolvimento [4-11], dada a sua capacidade de adaptago a uma enorme gama de problemas e facilidade de utilizacao. 0s aspectos gerais do nétodo, aplicado a problemas de Mecdnica Es~ trutural e usando uma formulagdo através dos deslocanentos, so apresentados na secgao 2.2. Na secgdo 2.3 & descrita una classe particular, os elementos isopa~ ranétricos, que iréo ser utilizados ao longo deste trabalho em diferentes ti- pos de problemas. Finalmente sio descritos alguns aspectos da integragéo numérica. Apresenta-se assim como objectivo principal deste capitulo passar em revista os aspectos essenciais do método dos elementos finitos como supor- te a0 desenvolvimento de alguns dos capitulos seguintes. 2.2 = FORMULAGKO GENERICA 0s aspectos gerais da formulagao do método dos elenentos finitos, aplicado a problemas de Yecinica Estrutural, vio ser apresentados, sendo certo que a sua aplicagio a outros doninios segue passos sensivelmente idénticos. No Gnbito da MecZnica Estrutural os problemas péeu-se, dum modo ge- ral, com o seguinte aspecto: num dado dominio, com caracteristicas ¢ propri~ edades conhecidas, pretende-se deterninar 0 campo de deslocamentos © tensdes, para um determinado conjunto de solicitagées e condigées fronteira. A sua resolucio, usando 0 nétodo dos elementos finitos, envolve fun damentalmente as seguintes fases: i) ii) Divisio do dominic em varios sub-donimios que passardo a ser designades por elementos. Estabelecimento ao nivel do elemento duma determinada aproxima~ gio para a fungio continua que se procura, em termos dum nimero finito de pardmetros, usualmente as incégnitas do problema. iii) Obtengio de um sistema de equacées algébricas que traduzem 0 iv) v) conportamento do elemento,en funcio dos pardmetros incdgnitos, cando as equagdes que regem 0 fendmeno em estudo, em con- junto com relagdes geonétricas, relacdes constitutivas do mate~ tial e a solicitagdo aplicada. Agrupamento dos sistemas de equagdes dos diferentes elementos, reconstituindo deste modo todo o dominio, e obtendo um sistema de equagdes global. Determinagéo dos pardnetros incdgnitos, através da resolugio do sistema de equagdes global em que se fizeram intervir as condigdes fronteira. 2.3 vi) CBlculo de outras quantidades relevantes. 2.2.1 ~ Discretizagao do dominio continuo © dominio continuo que vai ser analisado é subdividido em n ele- mentos de tal modo que aed | av (Qa) i=l A descrigio do dominio D @ assim obtida através do conhecimento das caracteristicas de cada elemento, geometria e propriedades materiais, L«[| / Fig. 2.1 ~ Divisio do domfnio em elementos das ligagdes entre eles. © niimero e 0 tipo de elementos a utilizar depende essencialmente do grau de aproximagdo com que se pretende resolver o problema em questéo, sen- do obtida uma maior aproximagao através dum refinanento da malha e/ou como veremos mais adiante, utilizando elementos que permitem uma aproximaglo de ordem mais elevada i fungdo que se procura. 2,2,2 - Aproximagao ao nivel do elemento A aproximagao introduzida neste método consiste em substituir, no dominio do elemento, a fungao continua incdgnita f(x,y,z) por uma sua apro ximagao E(x,y,z) = 5 (2.2) em que, sao um conjunto de fungdes convenientenente escolhidas eC, os nm pardmetros incégnitos. Dum modo getal a selecgio destas funces $, esta directamente re~ lacionada com a escolha dos pardnetros incdgnitos, tendo certos conjuntos preferéncia por fornecerem um significado fisico mais claro. Conforme a aproximagio for introduzida no campo de deslocamentos ou no das tenses, ou ainda nos dois simultaneamente, assim teremos diferentes formulagdes do m&todo dos elementos finitos. A formulacao através dos deslocamentos, que tem sido a que tem tide maior desenvolvimento, @ que serd usada ao longo desta tese, impde a aproxi- magdo no campo de deslocamentos sendo as incdgnitas os deslocamentos, ou suas derivadas, em determinados pontos do elenento, os pontos nodais ou nds. Quan~ do a aproximacio & feita no canpo das tensdes téa-se as formulacées através das forgas e as hibridas, e quando introduzida simulteneamente nos campos de deslocamentos e das tensdes as formulagdes mistas. Considere-se entZo que os parfmetros da fungio u, que aproxima o campo de deslocanentos numa direcgio, so os deslocanentos u, nessa direc gdo de n pontos do elemento. Tem-se entdo que (2.3) adoptando-se para N, fungdes do tipo polinonial. Cada funco N, represen ta assim a deformada do elemento quando se impe um deslocamento unitario do ni e zero em todos os outros, como se indica na Fig. 2.2 para o caso dum elemento quadrangular. E por estas fungées terem este significado particular que sdo usual mente designades por fungdes de forna, Designando por {u} 0 vector das componentes do deslocamento dum ponto genrico e {a,} 0 vector das componentes do deslocamento do nd i tem-se que: {a} {ay} {fu} = CoN]. [Ny], sees (y.]] . (= (N] {a} (2.4) fat) em que [1] ((1] @ a matric identidade) (2.5) A escolha do niimero de nds que se deve utilizar por elemento, depen- de essencialmente do grau de eproximagZo com que se pretende a fungdo {u), e também da geometria que interessa modular com 0 elemento. Na Fig. 2.3 apresentan-se os elementos que tém tido utilizagao mais generalizada. Pt 1G GRAS 2.7 2.2.3 - Relagdes ao nivel _do elemento As relagdes especfficas do fendmeno fisico em estudo vao agora ser aplicadas no sub-dominic que é o elemento. Nos problemas de mecnice estrutural tén-se relagdes entre desloca~ mentos ¢ deformagdes (relagdes geométricas), entre deformagdes e tensdes (re lagdes constitutivas) e expressdes que impdem condigdes de equilibrio. 2.2.3.1 ~ Relagdo entre deslocanentos ¢ deformagses Conhecidos os deslocawentos em todos os pontos do elemento, através de consideragées puramente geonétricas pode-se sempre obter una relagio do tipo fe) = (L] (u} (2.6) em que {c} 0 vector das deformagdes dum ponto genérico e [L] um opera~ dor diferencial. No caso geral de problemas de elasticidade tridimensionsis e no do~ ninio das pequenas deformages, 0 operador [L] é bem conhecido: ff A ) « 0 o | | | | | | | | 0 + ° ay |” i: 0 ° 2 | ae | | . \° Qn " cee 7 ay | iw ‘yal ° ie ae ¥ ay Vox a9 a2 ax sendo u, vew as trés componentes do deslocamento dum ponto genérico. Fazendo intervir a aproximagio (2.4) obtém-se fe} = [L) (W] a} = (B] fa} (2.8) sendo a matriz [B] usualmente designada por matriz das deformages. 2.2.3.2 ~ Relagdo entre deformacdes e tensdes Conhecido o estado de deformagdo de un corpo a determinagio do seu estado de tensao depende apenas das caracteristicas mecanicas do material que © constitui. As relagées entre esses dois estados, usvalmente designadas por relagdes constituintes do material, podem ser expressas do seguinte modo: (o} = (D] fe} (2.9) 2.9 designando-se a matriz [D] por matriz de elasticidade. Para o caso de corpos Linearmente elasticos, isotrépicos e tridimen- sionais tem-se que: 1 9 0 0) 1 0 0 0 1 0 0 0 (D] = a) (2.10) 3 0 0 Sim 0 ( “3 em que E(Q-v) 1-2v toa) _, ea 2h (ty) (-2v) 2(-v) sendo E e v respectivanente o médulo de elasticidade e o coeficiente de Poisson do material. Substituindo em (2.9) a expressao obtida em (2.8) resulta que {o} = Cb] [8] (a) (a) expressdo que permite a determinacio do estado de tensio num ponto genérico do elemento a partir do conliecimento dos deslocamentos nodais {a}. 2.10 2.2.3.3 ~ Relagdes de equilfbrio - Matriz de rigidez do elemento Nos problemas do ambito da MecAnica Estrutural, as equagdes que re~ gem o fendmeno fisico envolvido, sio equagdes que estabelecem 0 equilibrio em qualquer ponto do dominio, e, portanto no seu conjunto. A sua introdugio no método dos elementos finitos @ usualmente feita por umes des trés seguin- tes vias ~ Aplicagdo do principio dos trabalhos virtuais, em que os campos de deslocamentos virtuais sao obtidos impondo um deslocamento unitario em cada uma das direccdes nodais de per si. ~ Aplicagdo do método dos resfduos pesados, que partindo das equa~ gbes de equilibrio indefinido dum corpo e do teorema da recipro- cidade das tensdes (equagdes e teorema de Cauchy [1]), validas em qualquer ponto, e nas quais se introduz a funcdo aproximada dos deslocanentos, se obtém um conjunto de equagdes integrais no doninie do elemento. A introdugao da fungio eproximada origina um determinado erro ou residuo. A obtengio do sistema de equacées algébricas que permite a determinacio dos parametros da fungao aproximada & feita impondo que esses residuos obedegam @ um deter minado critério que os limite, usando-se dum modo geral para o efeito um determinado conjunto de fungées de peso. Quer isto di- zer que as equagdes de equilfbrio s6 sao satisfeitas em termos né dios sobre o dominio. Diferentes processos podem ser usados na aplicagao do método dos residuos pesados em conformidade com o conjunto de funcdes de peso seleccionadas, sendo os mais utilizades 0 da colocagao pon~ tual, colocagao por sub-doninio e o nétodo de Galerkin [4, 8]. 2 ~ Aplicagao de métodos variacionais em que se procura que um dado funcional, neste caso a energia potencial total, satisfaca uma condigao de minimo. Esta terceira via vai ser desenvolvida com mais pormenor no que se segue deste ponto. A energia potencial total x dum corpo @ a sona da energia elést: ca interior U e da energia potencial exterior W de posicdo das forgas exteriore: neutwW (2.12) A expressao da energia elastica interior dum corpo linearmente elstico é fol’ {e} av (2.13) Designando por {b} 0 vector das componentes das forgas de vol e num dado ponto do elemento, e por (t} 0 vector das componentes das forcas Ps Pi de superficie, a expressdo da energia potencial exterior W sera f { we | Gl? eve} oT (ep as (2.14) Tem-se assim um funcional 1, definido numa forma integral, em que {u} @ 0 vector das fungdes incdgnitas. 2.12 A solucio para o problema continuo é 0 vector das fungdes {u) que conduzem a um minimo de 1 para pequenas variacdes {éu}. én =0 (2,15) Conduzindo esta expressio ao conhecide princ{pio da energia poten- cial total uinima. Substituindo em (2.13) e (2.14) as equagdes (2.4), (2.8) e (2.11) obtémse t | (a3 poy" pp (3) fa} av + | tad” wg? Go} av + 2 ; NW ‘| tal” pwa (t) as (2.16) s © funcional est agora expresso em teros dun nimero finite de pax Fnetros, os deslocanentos nodais, podendo escrever-se que (2.17) Sendo a expressio anterior vilida para qualquer variagio 6a, entio [too aa, 2220 2a, 2 2.18) on hao de 2.13 Tesultando deste modo um sistema de equagdes que permite a determinasio dos deslocamentos nodais a,. Substituindo (2.16) em (2.18) tense que f [ | ce" (p] flav fa} +) Lx Gy ave | ey? (e) as = 0 v ty s (2.19) fazendo od | (ay (J [6] av (2.20) v {t} -| tT" {0} av -| In” {e} as @.2) v s resulta mais simplesnente que Ik] (a) + {4} = 0 (2.22) em que [Kk] @ a matriz de rigidez do elemento e {f} 0 vector das forcas nodais estaticamente equivalentes As forgas de volume e de superficie aplica- das ao elemento, 2.2.3.4 - Agrupamento e resolugdo do sistens de equacdes A aplicagio da expresso (2.22) 2 cada elemento en que a estrutura foi dividida conduz a um sistema de equagdes para cada um deles, traduzindo cada equacio 0 equilibrio numa determinada direccio nodal. A reconstituigie do doninio inicial € feita impondo o mesmo deslo— camento para os nds que pertencem a mais do que um elemento, pelo que as equa gSes de equilibrio correspondentes a esse deslocanento, resultantes dos elemen tos adjacentes ao nd, so adicionadas, obtendo-se deste modo um sistema de equagdes global (x,] {a} + te.) =o (2.23) A introdugdo das condigdes fronteira, normalmente deslocamentos prescritos em alguns nd e em nimero tal que pelo menos eliminem os movimen- tos de corpo rigido, permite a resolucdo do sistema de equagdes (2.23) e portanto a determinagio dos deslocanentos nodais {a,}. 2.2.3.5 = Determinagdo de outras grandezas relevantes © conhecinento dos deslocanentos nodais, permite finalmente 0 conhe cimento dos deslocanento e tenses en qualquer ponto da estrutura, bem como as reacgdes nos pontos de deslocanento prescrito. 0 cdlculo das tenses tem relevancia particular dada a sua importan cia nos problemas de dimensionanento. Assim pare 0 cilculo do estado de tensao em qualquer ponto basta aplicar a expresso j4 anteriormente definida (B] {a} (2.24) {o} fazendo intervir na matriz [B] as coordenadas desse ponto. 2.15 2.3 - ELEMENTOS ISOPARAMETRICOS Nas primeiras aplicagées do método dos elementos finitos os elemen- tos utilizados tinham uma geometria mito simples, triangulos e rect@ngulos, © que permitia facilmente o cAlculo analftico dos integrais envolvidos na sua formulagao. No entanto a necessidade de estudar problemas com geometrias comple xas © com uma descritizagdo aceitavel, impulsionou o desenvolvimento de novos elenentos, tendo sido 2 introdugio dos elementos isoparamétricos decisive nes, te domfaio [12]. A formulagdo de elementos isoparamétricos assenta em duas ideias chave. A primeira consiste em definir a geometria do elemento usando as coor- denadas dos pontos nodais e as mesmas fungdes interpoladoras utilizadas na aproxinagao da fungéo incdgnita. Ou seja (2.25) em que x, y, 2 so as coordenadas nun dado sistema de eixos dum ponto gené- rico do elenento e x;, yj, 2, as coordenadas do nd i no mesmo sistema. A segunda ideia consiste em expressar as funcdes de forma em termos dum sistema de eixos local €, n, $ adimensional, variando cada uma das coordenadas entre le +1 no dominio do elemento, como se indica na Fig. 2.4. A adopgao deste sistema de eixos permite, como se vera adiante, integrar numericamente, e com toda a facilidade, os integrais sobre o elemento necessarios para a determina~ go da matriz de rigidez e vector solicitacao. 2.16 As fungdes de forma para os elementos de 4, 8 e 9 nds representados na Fig. 2.5 sao: i) Blenenco de 4 nds i sos Late) Genny 4 ii) Elemento de 8 nds (Serendipity) Para os nods de canto G+e6) Geany € 5 4 nn- Ds eee oon) Para os nés do meio dos lados koe tee Gand + 2 2 (lt nnp G-8), iii) Elemento de 9 nds (Lagrange) Para os nds de canto Ne ee £&) (tenn), sels oaoee 7) (2.26) (2.27) (2.28) (2.29) 2.17 Para os nds do meio do Lado 2 = > (nénn,) (1-84) + P66) =n’), 2 2 * N, i= 2,4, 6,8 (2,30) Para o né central Ng = (1-8) (1-n?) Q.3D © caleulo da matriz de rigidez e do vector solicitagio, expressies (2.20) e (2.21), necessita agora de duas transfornagées. Em prineiro lugar, sendo N; fungao das coordenadas locais, témse de expressar as derivadas em relagdo ao sistema global que ocorren em (2,20) om terms das derivadas de N; no sistema local. Em segundo lugar o elemento do volume precisa de ser expresso em termos das coordenadas locais a par de uma mudanca adequada de limites de integragdo (ver 3.2.1.3 e 3.2.1.5). 2.18 2.4 ~ INTEGRAGKO NUMERICA Viu-se nos pontos anteriores que o calculo dos integrais envolvidos na formulagio dos elementos finitos implicava a adopgio frequente de proces- sos de integragdo nunérica, sendo o mais usual o da regra de Gauss-Legendre, Seja a funcdo duna variavel £(£) de que se pretende 0 caleulo do seguinte integral =| £(6) ab (2.32) Usando a regra de Gauss-Legendre, 0 cAleulo numérico de I & obti- do como o somatério dos produtos do valor da fungio em determinados pontos E, por um correspondente coeficiente Usando n pontos temse T= 4 £6) +o) £6) + 0. +0, €E) = Fw, £(E,) (2.33) sendo a respectiva interpretagio geonétrica dada na Fig. 2.6. Na tabela 2.1 apresentam-se os valores das abcissas e coeficientes para as primeiras trés orden de integrago de Gauss-Legendre. Tabela 2.1 ~ Abcissas e coeficientes da regra de Gauss~Legendre n 6. wy l 0.0 2.0 2 + 1.0 3 0.0 8/9 + ¥375 3/9 y X v bey 5 an 5 teat om —— a) Coordenadas locais b) Coordenadas cartesianas globais Fig. 2.4 ~ Sistemas de eixos nos elementos isoparanétricos Fig. 2.5 - Elementos de 4, 8 9 nds we ter Fig. 2.6 - Interpretagio geonétrica da integrago numérica de Gauss-Legendre 2.20 A integragdo numérica de fungdes polinomiais, como € 0 caso das que intervém nas equagdes (2.20) e (2.21), & feita exactamente até ao grau 2n-1, desde que se use n pontos de Gauss. Ver-se-a no entanto, no capitulo 3, como em certas situagdes, a uti- Lizagdo duma ordem de integragdo mais baixa do que a necessdria para se obter integragdo exacta, conduz a uma melhoria, muitas vezes drastica, dos resulta~ dos obtidos. Sao as designadas integragdes reduzidas e selectivas. A generalizacdo da integracio numérica a fungdes com 2 ou mais var rifveis @ evidente faa Ie fEmd—an= I of £(E,4n,) w, w, (2.34) 1 jerjea * 7 a 2.21 2.5 ~ REFERENCIAS CORRETA DE ARAGIO, ~ Elasticidade e Plastictdade. Inprensa Portuguesa, Porto, 1961. ARANTES E OLIVETRA, E, R. - Foundations of the Theory of Structures. Course 134, LNEC, 1972. ABSI, B. - Methodes de Caleul Mumérique en Elastictté, Editions Byrolles, Paris, 1978. ZIBNKIEWICZ, 0. C. - The Finite Element Method. Me Graw-Hill, London, 1977. ARANTES E OLIVEIRA, E. R. - Theorieal Foundations of the Finite Element Method. Int. J, Solids & Structures, vol. 4, 1968, p. 929-952. BATHE, K. J, e WILSON, E. L. - Moerical Methods in Finite Element Analysis. Prentice-Hall Inc., Englewood Cliffs, N. J., 1976. IRONS, B, e AHMAD, S, - Teeniques of Finite Elements. Ellis Horwood Limited (Publ.), England, 1980, HINTON, E. e OWEN, D. R. J. ~ An Introduction to Finite Element Computatione, Pineridge Press, Swansea, 1979. ROCKEY, K. C.; EVANS, H, R.; GRIFFITHS, D, W. e NETHERCOT, D. A. - The Finite Element Method. William Clowes & Sons, London, 1975. 10. ue 12. 2,22 CLOUGH, R. W. - The Finite Element Method after Twenty-five Years: a Personal View. Computers and Structures, vol. 12, 1980, p. 361-370. HOLLAND, 1. - Fundamentals of the Finite Element Method. Computers and Structures, vol. 4, 1974, p. 315. ERGATOUDIS, J. G.j IRONS, B. M, e ZIENKIEWICZ, 0. C. - Cumved, Ieoparanetric, Quadrilateral Elenenta for Finite Element Analysis. Int. J. Solids Struct., vol. 4, 1968, p. 31-42. CAPITULO 3 REFORMULAGKO E REINTERPRETAGAO DO METODO DOS ELEMENTOS FINITOS 3.1 - INTRODUGAO No capitulo anterior apresentaran-se os aspectos gerais do nétodo dos elementos finitos quando aplicado a problemas de Mecanica Estrutural e usando uma formulagdo através dos deslocamentos. A sua aplicagéo a problemas especificos implica o desenvolvimento de elementos adequados aos fendmenos em estudo, apresentando-se no que se segue a formulagio de elementos de elas ticidade plana, vigas, lajes e cascas. A implenentagio destes elementos com vista i sua utilizagio pratica 86 & possivel, na maioria dos casos, usando técnicas de integragdo numérica, em particular a de Gauss-Legendre j@ referide. A utilizacio de ordens de in tegrasio completa, em que se usa um niimero de pontos de integragio suficiente para integrar de forma exacta as funcdes polinoniais envolvidas, origina em certas situacdes uma tendéncia para uma rigidez excessiva dos elementos.Estao neste caso os problemas de defornagao plana quando o coeficiente de Poisson tende para 0.5 (sdlidos quase incompressiveis) [1, 2] e certo tipo de lajes © cascas delgadas quando a espessura decresce [14, 16, 18, 19]. No entanto a ue: izagio de ordens de integraglo reduzida ou selectiva permite uma melhoria inesperada, e por vezes drastica, do comportamento dos referidos elementos, introduzindo no entanto como inconveniente a possibilidade do aparecimento de modos de deformagio de energia nula espiirios. © objectivo principal deste capitulo consiste em dar uma interpretagio 3.2 fisica & técnica numérica envolvida no método dos elementos finitos form- lando-se a matriz de rigidez dos elementos dum novo ponto de vista, que permitird explicar a referida excessiva rigidez e as melhorias introduzi- das através da integragio reduzida ou selectiva, bem como sugerir um novo ele mento de laje que nao apresente aqueles inconvenientes. A introduglo deste novo procedimento, que idealiza o elemento cono um sistema de barras convenientemente escolhidas localizadas, @ feito na secclo 3.2 no Gmbito dos problemas de elasticidade plana, estudando-se tan bém os problemas da rigidez excessiva em sélidos quase incompressiveis. Na secgdo 3.3 apresentan-se elementos de viga, de 2 e 3 nds, nos quais se consideram as rotagdes independentes dos deslocamentos verticais permitindo-se assim deformagdes por esforgo transverso, estudando-se 0 seu comportamente em fungdo da orden de integragio numérica utilizeda. Estes elementos vao ser usados na secgio 3.4 na generalizacio do procedimento es~ tabelecido em 3.2 20 caso das lajes, e na andlise do seu comportamento para espessuras muito pequenas. Apresenta-se ainda um novo elenento de laje e correspondentes ensaios nunéricos. Na secgdo 3.5 descrita a formulagdo dum elemento de casca e feita a andlise da sua matriz de rigidez. Na secgdo final deste capitulo sao sumariades as principais conclu- sdes. 3.3 3.2 - ELEMENTOS DE ELASTICIDADE PLANA 3.2.1 - Elemento rectangular de 4 nés Usando a metodologia apresentada no capitulo 2 vai-se estabelecer a matriz de rigidez para um elemento rectangular de quatro nos. 3.2.1.1 - Geometria do elemento Considere-se um elemento rectangular de lados 2 e b, referido a um sistema de eixos global x, y paralelos aos lados do rectngulo e com a origem no centro, como se mostra na Fig. 3.1. Fig. 3.1 - Elemento rectangular de 4 nds Considere-se ainda um sistema de eixos local §, nN coincidente com 0 sistema global, mas em que as coordenadas dos pontos do elemento variam en- e + tre Usando uma formlagdo isoparamétrica tem-se, de ecordo com (2.25), 3.4 que (3.1) Fazendo x, e€ y, assumir os valores correspondentes a este caso particular, e sendo as fungdes N, dadas pele expressio (2.26), obtém-se mais simplesmente que (3.2) 3.2.1.2 = Campo de deslocanentos Nos problemas de elasticidade plana 0 deslocanento dum ponto & carac~ terizado por duas componentes u e v. A fungdo aproximada do campo de deslocamento sera entao 3.3) obtendo-se assim a fungdo que se representa na Fig. 3.2. 3.5 Fig. 3.2 - Campo de deslocamentos dum elemento rectangular de 4 nds 3.2.1.3 - Relagdo entre deformages © deslocanentos A relacio entre as deformagSes © os deslocanentos dada por (2.7) assume para o caso plano o seguintes aspecto { ae | “x = | av . 1 (3.4) | au, av Voy Jou enaoel Dispondo-se apenas dos deslocamentos en fungio das coordenadas locais, as derivadas dos deslocamentos em relaglo ao sistema global tém de ser calcu- ladas através da relagio (3.2). Sabendo-se que [au ww) | ax |e ae ae au ay ax [aan an em que [J] @ a matriz Jacobiano, ee yo oe 2 3g tem-se Finalmente que Bu av) {2 ax ax| fa Bey o by By y) (ew ae ox Ox i ay) | mw av an} | ay ay | © que eo; an. o} (2 & BE BE 2} | au b an Obtendo-se as derivadas dos deslocamentos em orden tir da expressdo (3.3), a matriz a 2 a 3& a 38E i=] 0 0 2™ 2 2 lb om 2 8 b a [B] de (2.8) sera: aN, ois an is aN, an aN, a Is e 3.6 (3.5) (3.6) (3.7) n 8 pare 3.7 3.2.1.4 ~ Relaglo entre tensdes e deformagies Amatriz de elasticidade [D] para um material linearmente eldstico e isotrépico e para o caso de tensdo plana é v 0 | 1 0 (3.9) o 2 3.2.1.5 ~ Matriz de rigidez Amatriz de rigidez pode agora ser obtida usando a expressao (2.20) (K) (s]" (p] £8) av (3.10) tendo-se, no entanto, de expressar o elemento de volume dV em termos de coordenadas locais av = t det [5] d& aq (3.11) em que t @ aespessura do elemento e det [3] o determinante da matriz Ja~ cobiano. Em particular 0 elemento kj, sera dado por 1 roc an, )? an, }? wae Bef {df 2 BETS (22) ae bate ce an Jalle 26 b an 2}a 3.8 aN) aN, ou substituinds 2 @ “2 pelos seus valores Be an Bab [ L fr, 1 abe ke eae eo am] +t ae dy otal [1a (sen) a me (3.12) Para integrar numericamente de forma exacta esta expressao bastard utilizar dois pontos de Gauss. Fazendo t=1, e usando os valores da tabela 2,1 obtém-se e 1 Ke = (3.13) a 5 Integrando com um ponto de Gauss wpe bL,ibBial (3.14) via 4 2) bb Os indices superiores e e r indicam elementos obtidos respectivamente com integragio exacta e reduzida. As matrizes de rigidez completas para as duas ordens de integragio estdo dadas nos quadros 3,1 e 3.2. 3.9 Wy wey sly ty - on Ll! : ; uy sete] oe [Es.Es (e1pex9 opSeaBouy) zynSuey99z oguoMeys unp zaptwta ap 2149eK - TE ONaYAD 3.10 (Hz 7 alee : - ty loa. | aa | = | zy eee ee eee see eee eee eee Sp a oee es eee |e ee ee a. | 1 oo a _ ona %_ ey] fe (eee (epyznpex ovSeagequz) Ae[nZuey904 ogUaMETS WNP zaprBT2 op ZEAIEW - z°€ ONAVND 3.11 3.2.2 - Elemento rectangular de 4 nds (formulagio através dum sistema de barras) 3.2.2.1 - 0 elemento como um sistema de barras Considere-se uma estrutura constituida por dois conjuntos de barras, um em cada direccio, de larguras respectivanente dx e dy, preenchendo to- do o dominio e ligadas através das suas extremidades a um contorno rectangular como indica a Fig. 3.3. Admita-se ainda que os lados do contorno apenas podem sofrer desloce~ mentos que variem linearmente entre os nds, e que a lei de variacdo dos deslo- camentos em cada barra & igualmente linear. A deformada da estrutura fica assin dependente de apenas 8 pardmetros, por exemplo as componentes do deslocamento dos 4 nds do contorno da estrutura. Esta lei dos deslocamentos é afinal a mesma que foi adoptada para o campo de deslocamentos na formulagdo clssica e tradu- zida por (3.3). Conhecendo a matriz de rigidez de cada barra, o cAlculo da matriz de rigidez do sistema de barras, referida aos deslocamentos dos 4 nds, pode ser feita sem dificuldade. No que se segue-vai mostrar-se que a matriz de rigidez do sistema de barras que foi deserito, coincide com a que se obteve através da formulago classica para o elemento rectangular de 4 nds. Este procedimento permite ainda obter uma interpretagao fisica, facilmente perceptivel, para o modelo matena~ tico desenvolvido no capitulo 2 ¢ possibilita o esclarecimento de alguns aspec tos menos claros desse mesmo modelo, nomeadamente a vantagem da utilizagao da integragao reduzida em certos problemas. 3.12 3.2.2.2 - Matriz de rigidez duma barra As barras introduzidas no ponto anterior admiten dois tipos de defor- magio: axial, com deformagio transversal inpedida, e distorsional. Por se considerar impedida a deformagdo transversal, a aplicacéo de forgas axiais N origina forgas na superficie lateral da barra, as quais vio ser substituidas por outras equivalentes N,, como se indica na Fig. 3.4a). A deformagio por distorsao @ obtida aplicando um conjunto de tenstes nas extremidades e nas superficies laterais da barra como se indica na Fig. 34d), cujas respectivas resultantes sio T e T, Na Fig. 3.4c) e d) indica~se a numeragio adoptada para as direccdes dos deslocamentos ¢ forgas na barra. Assim as direcges 1, 2 ¢ 3, 4 correspon dem deslocamentos e forgas respectivamente axiais e transversais (Fig. 3.4c), Bs 5, 6 7, 8 correspondem sistemas de forgas gerados por deslocamentos res~ pectivamente nas direcgdes 1, 2 3, 4 (Fig. 3.44). 3.2.2.2.1 - Matriz de rigidez correspondente a deslocamentos axiais Amatriz de rigidez que relaciona os deslocanentos com as forcas nas direcgdes 1 2,e que se vai designar por [K_.], & conhecida Est [ce ee (3.15) wavy em que s @ a largura de barra, t a espessurae £ 0 seu comprimento. 0 factor —2_ decorre de se considerar impedida a deformagio transversal. iv ae Fig. 3.3 - Decomposigdo dum elemento num sistema de barras me me A y ne Ne 8 ® joes ar j BaF rt ey 6. " Fig. 3.4 ~ Deslocamentos e forgas nodais da barra 3.14 A imposigdo de um deslocanento unitério na direcgdo 1 origina, como se indica na Fig. 3.5, uma tenséo 0, nas facetas normais ao eixo da barra 1 k, 3° ee (3.16) ts (ev?)t e nas faces laterais, por efeito de Poisson, uma tensio ppv ee (3.17) (vk Asforgas ks, € kg, estaticamente equivalentes tensio o, dis~ tribufda nas faces laterais serao Kis 7 Ryge- ta, 2 t= -2YE (3.18) 2 2Q.-v2) Odtendo~se do mesno modo Kg © keys pode-se escrever que Fs 1 +1) 8 | { 8 -~-—- | = (K,} 2(1-v?) | | Fe “1 a} [6 Ls, | (3.19) sendo, portanto, [K,,] @ matriz que relaciona os deslocamentos axiais com as forgas transversais desenvolvidas por efeito de Poisson. 3.15 3.2.2,.2,2 - Matriz de rigidez correspondente a deslocamentos transversais A matriz de rigidez correspondente As direcgses 3 e 4 e que designa~ renos por [K,,] 6 id&ntica a (K,,], j@ que a lei de variagdo de deslocanentos & igualmente linear, diferindo apenas na constante elastica que relaciona ten sdes com deformacdes, que é para este caso 0 médulo de elasticidade transver- sal G = B/2(1+) (j= S (3.20) A imposigo dum deslocamento unitario na direcgdo 3 origina uma ten- sao tangencial 1 nas seccées normais ao eixo da barra igual a E33 + tT £ (3.21) a Pela lei da reciprocidade das tenses ten-se nas faces paralelas ao eixo da barra uma tensdo t igual, que vai ser substitufda pelo sistema de forgas estaticanente equivalente k,, © kgs akg tS. eee 3.28) 22 Calculando de modo andlogo kj, ¢ kg, pode-se escrever a matriz 74 [Kyy) (ue relaciona deslocamentos transversais com as forgas resultantes da reciprocidade de tensées tangenciais, 3.16 r, 271) [6) - HP p= | 6.23) le, a | v3) 8, 3.2.2.2.3 - Matriz de rigidez global da barra Associando as matrizes definidas nos pontos anteriores tem-se que \2 tk] 0 % 3 ok a P Ww Ane | (3.24) F, | ST fom oo | | 3 *6 L 9 Oy ou mais simplesmente {Fh = (x, 1s} (3.25) Amatriz (K,,.] a parcela da matriz de rigidez da barra que rela~ ciona as forgas nas direcgdes de 1 a 8 com os deslocamentos de 1a 4. A outra parcela, que relaciona as forgas com os deslocanentos relativos nas direcgdesde 5 a 8 nao vai ser necessaria porque estes deslocamentos sao sempre nulos. Observe-se desde j4 que sendo nestas barras o campo de deslocamentos linear, as deformagies e tensdes sao constantes e, portanto, se se quiser 3.7 calcular a matriz de rigidez numericanente, bastard utilizar um ponto de Gauss (fungGo a integrar constante), 3.2.2.3 - CAleulo do elemento k,, - Barras nos pontos de Gauss 0 calculo da matriz de rigidez do elemento rectangular de 4 nés vai ser efectuado do seguinte modo: i) imposigdo dum deslocamento unitario nuna dada direcgao nodal ii) determinagio dos esforgos desenvolvidos no sistema de barras devidos a esse deslocamento )determinagdo atravée da aplicagio do principio dos trabalhos virtuais das forgas nodais equivalentes as forgas desenvolvi- das no sistema de barras. Para o cdlculo de k,, aplica~se o deslocamento unitario u, MW 1 como se indica na Fig. 3.6, A extremidade da barra de largura elenenter dy sofre um deslocanento 6, ty. Operando com a matriz (3.15) 0 esforgo na direcgo do eixo da barra (3.26) Aplicando o principio dos trabalhos virtuais, usando como deslocamen- tos virtuais os mesuos deslocanentos que originaran as forgas F,, obtémse a parcela do elemento kj, devida as barras paralelas & direcgdo a; 3.18 5 (3.27) Para que se possa extrair uma conclusao importante vai-se efectuar a integracao numérica da expressio (3.27). Usando dois pontes de Gauss de coor- denadas 5, e J, €coeficientes wv, © w, tense que ki = . (3.28) Mas a parcela 3, Bei, (3.29) 3 a forga que se desenvolveria numa barra de largura w; ¢ colocada ao nivel do ponto de Gauss i (y;/b @ 0 seu deslocamento axial), Quer isto dizer que para o ciilculo do elemento kj, basta usar duas barras colocadas ao nivel dos pontos de Gauss © com larguras correspondentes aos coeficientes de peso associados a esses mesmos pontos. Generalizando pode concluir-se que para a obteng&o da matria de dea do elemento rectangular, basta considerar un sistema de n barras em cada divecgio, cotocadas ao nivel dos pontos de Gauss @ con Largunas correspondentes aoe coeficientes de peao associadoa a eases pontos. Na Fig. 3.7 apresentamse os sistenss de barras correspondentes as or- dens de integragio de 2x2 e 1x1, designando-se por ia e ib respectiva- mente as barras paralelas & dimensio a e i dimensio b, e as correspondentes larguras por st# e 3i?, fe o bee dew Fig. 3.5 - Forgas transversais devidas a um deslocamento axial unitario I fe Fig. 3.6 - Deslocamento unitario a} integragdo 2x2 DI integrase x1 Fig. 3.7 - Sistema de barras de um elemento rectangular 3.20 0 elemento ky vai entao ser calculado com este sistema de barras simplificado considerando-se duas barras em cada direcgao, ou seja,o caso correspondente & utilizacio da integragio exacta na formulagio classica, e que se designou anteriornente por k¢, A determinagéo dos deslocamentos nodais das barras pode ser feito a partir da expressao (3.3) fazendo u, © 08 demais deslocanentos nodais iguais a zero + ae) Gam (3.30) 4 Estando a barra la colocada num ponto de Gauss, tem-se, de acorde com 1 a tabela 2.1,que n= + 0s deslocamentos nodais sio obtidos fazendo respec~ % la. Le &= 41, Designando por {8 “}, 0 vector dos deslocamen- 1 1, tense que tivamente & tos nodais da barra 1a na configuracéo (ju = {0 0 oy G3) Fazendéo n= -1/¥3 resulta para a barra 2a que 4} = fo 2a-4) o ot (3.32) 1 20 Para as barras ib vai estabelecer-se que Gs extremidades inferiores correspondem as direcgdes 1 e 3. Entéo o sistema de eixos local da barra est rodado de 90° em relacdo ao sistema de eixos global, implicando que os deslocamentos trensversais da barra sio iguais a -u (expressio (3.30)). Colocando as barras 1b e 2b respectivamente nos pontos £ =-1/7V3 e E~=+1/¥3, pode-se escre~ 3.21 ver que wey = fo 0 0» -2G-4)37 (3.33) 1 2 rey wy) = (0 0 0 (3.34) 1 Sendo a largura das barras s@ = b/2 e si? = a/2, podem calcular- ~se as forgas nodais em cada barra aplicando a expresso (3.24). Designando por (f, ] a matriz constituida pelo vectores das forgas das quatro barras na 1 configuraczo u,=1 tense que 1 ° 0 eee + & ° ° ~ sta = 4b a, Yardy 0 | 4 8 | a+t o | | | ° 0 -€a-4) 4 rE 3.22 Bt (1-v*) em que a, = Aplicando © principio dos trabalhos virtuais, em que os deslocamentos virtuais sio os da configuragio u,=1, obtémse o elemento ky). L Na aplicagio do P.T.V. @ necessario calcular o trabalho produzide pe~ las forgas F,, Fg, F, € Fg no campo de deslocamentos virtuais, sendo portan- to necessario fazer intervir o deslocamento relativo entre os pontos de aplica~ gio dos pares de forgas que constituen cada uma das forgas generalizadas F, a Fg: Bntdo aos vectores {6'*} e {6°} vio acrescentar-se vectores de deslocamentos relatives, que se designarao por (A6'“} e (Aé?”), constituindo- “se assim osvectores de deslocamentos virtuais {3'#} e {81>}, que envolvem todas as direcgdes em que existem forgas. Entio epee on celayt @igy ct i) G.36) ist 1 1 1 1 Neste campo de dealocamentos virtuaie as forgas nae direcgées 5 a 8 no realizam trabalho, pelo que substituindo em (3.36) os vectores anterior~ mente calculados resulta eee Sea | av’ a Bt by ge 8 G37) 1-v? 3a 3b que coincide com 0 valor expresso no quadro 3.1. 0 caleulo de &],, correspondente 4 utilizagao duma ordem de inte- LL? gragio reduzida na formilagdo clissica, @ feito usando apenas una barra em 3.23 cada direcgio. Os deslocanentos e forgas nodais serio agora la t (i, =f 0 2 0 0} 1 o o -237 (3.38) 2 oo 0, 9. 2a ones Ctepmecrerctags 2b 2b Aplicando 0 P.T.V, obtémse r a yy +Gt— (3.39) 1-v* 4a 4b que igualmente coincide com o valor expresso no quadro 3.2. © que se acabou de estabelecer tem una correspondente tradugéo grafi~ cana Pig. 3.8. 3.2.2.4 ~ Célewlo do elemento kp, A determinagio do elemento kp,, forga desenvolvida na direcgao 2 para um deslocamento unitario na direcgao 1, vai ser feita aplicando o P.T.V. a0 sistema de forcas obtido no ponto anterior mas em que agora o campo de deslo- vepresentada na Fig. 3.9. camentos virtuais @ a configuragdo v, 3.24 Nesta configuragio as forgas de 5 a 8 j4 realizam trabalho, pelo que se torna necessario 0 calculo dos vectores {Aé} de deslocamentos relativos. Seja o caso geral representado na Fig. 3.10 em que a lei de variacgao v(y) dos deslocanentos na direcedo normal ao eixo da barra, da sua secgdo ex- trena, @ a indicada. A diferenga de deslocanentos v,-v, entre os pontos de aplicagdo do par de forcas F pode ser obtida do seguinte modo (3.40) Desde que a fungio v(y) seja no maximo do 19 grau, pode-se obter o valor exacto integrando nunericamente com apenas um ponto de Gauss. Ou seja = (2) aXe G.4D ex)y a A partir desta conclusdo vao ser calculados os vectores {5}, . 1 0 catupo de deslocenentos da configuragéo v,=1 obtido partir de (3.3) v= +a+9 Gem (3.42) a As devivadas de v emordema x e y témde ser calculadas atra~ vés da relagao (3.2) Hee Mllasty. dy an dy 4 (3.43) lb ; : rio po Pig. 3.8 - Sistemas de forcas que originan ki) | og Kor Fig. 3.9 ~ Configueagio v, =1 " “ 7 g Fig. 3.10 - Deslocamentos dos pontos A e B_pertencentes B secgdo da extremidade duna barra 3.26 lL ayy 2 bx 0G ax 4 a (3.44) Para a barra le os deslocanentos 63° ¢ 6! obtémse fazendo en (3.42) n= 1/V3 e@ G=241, Os deslocanentos relatives Ad/* © As!* sio nulos eos ASr* © A6s* slo calculados de acordo con (3.41) ase = [2 xbeo (3.45) ay feel 2 alt = *) xbal (3.46) By) E=1 202 Procedendo de modo andlogo para as outras barras e designando por (8, ] a matriz constitufda pelo vectores dos desiocanentos e deslocanentos 1 relatives das quatro barras resulta que: aT gla, Gla. (6 = fe“), er" 1 0 oO 0 0 ° 0 tat 2 % 0 0 0 oO | JBasty 0 0 | (2 8 0 oO 0 0 | | loa a2 0 o | 0 0 oO 0 | 0 ° “1/2 “12 (3.47) 3.27 Aplicando o P.T.V. 2 pig? gi 2 ibyT git wey be E celgt coley 4 Beeb T pity (3.48) isl at 1 4 %) Substituindo, obtémse finalmente Bev 1 1 ie 2e lla. 4yra+4y} - 1s wo 8} = Ee(l4y) (3.49) 8(1-v?) que coincide como obtido pela formulagao classica. 3.2.2.5 = Sistematizagio do cleulo Aplicando a teoria desenvolvida nos pontos antecedentes pode-se efectuar o cdlculo da matriz de rigidez do elenento duma forna sistematica, que permita a sua facil implementagio em computadores. Assim, para cada uma das n barras que constituem o sistema caleu- lavse a sua contribuigao para cada termo da matriz de rigidez do elemento, sendo esta, finalmente, obtida pelo somatério das n contribuicdes. Entao para cada barra tém-se os seguintes passos: i) c@lculo da matriz de rigidez tee, a partir da expressao (3.24), em que o indice superior ix refere a barra i na direcgfo x (a ou b). 3.28 ii) CAlculo do vector de deslocamentos nodais {4'*} e de desloca~ mentos relativos {46°*} da barra, para cada um dos deslocamen- tos unitarios dos nés do elemento rectangular, constituindo-se assim a matriz { ts**) ] six. xa eee t6**) tna em que as colunas so os deslocamentos da barra em cada uma das 8 configuragdes unitdrias do elemento. No quadro 3.3 apresentan-se os valores desta matriz para o caso de uma barra em cada direcclo (integragio reduzida). iii) Clculo das forgas nodais da barra. Basta pare isso efectuar 0 a cgi ix . produto da matriz (K* ] pela matriz (6), em que apenas estdo inclufdos deslocanentos nas direcgdes de 1 a 4. aaeaae Na matriz [F*], as colunas so os vectores das forgas nodais da barra ix em cada configuracio unitiria do elenento. iv) Efectuando o produto de cada vector {F™} por cada um dos vec~ tores de deslocamentos {5'*}, obtém-se a contribuigdo da barra ix para cada um dos elementos da matriz de rigidez do elemento cei) = cei? (gig (3.52) oxo x8 x8 3.29 *Te00T soxye ep eusasts o ered eSuepnm ep varnser oaTqesou TeUTS O (T) | 40 of ej etfs z of of cro t wan 2.) amen $ pam o| o of} t] ojo} o/oj ols 2-) wne-v * ° o 2 wen 2 C e wen | + leven + 2 o a [op op 2 i : Yl waa? fre a o a won 2 teats " ae | *yuop % o-3 o=u alg] — a P2364 aleyg) — et ete (eprznpea ogSeadozut) sezteq senp op ose9 o vzed [9] soztaaen - EE oxpend 3.30 Efectuando o somatério das n matrizes [K™*] obtém-se a matriz de rigidez [K] para o elemento tK]= 5 cxity 3.53) 3.2.3 ~ Blemento rectangular de 8 nds (formulagio através dum sistena de barras) A formulagao que foi desenvolvida para o elemento de 4 nds vai ser agora generalizada a um elemento de 8 nds, que, por razdes de simplicidade, se considera rectangular. A formulagao classica para este elemento & id@ntica A do elemento de 4 nds, pelo que apenas se apresenta a sua geonetria na Fig. 3.11 ea rela~ go entre os sistemas de eixos (3.54) em que as fungdes so as escritas em (2.27) e (2.28). 3.2.3.1 - Matriz de rigidez duma barra de 3 nds © sistema de barras a considerar para a obtencio da matriz de rigi- dez de um elemento de 8 nds sera constitufdo por 2 ou 3 barras em cada direc~ Gio, como se indica na Fig. 3.12, conforme se pretenda a solugdo corresponden- te & integragio reduzida ou 3 exacta. A partir das fungdes N, pode-se verificar que o campo de desloca- mentos em cada barra é do 29 grau, o que implica que tenha de se considerar 3 nés por barra. 3.31 3.2.3.1.1 - Matriz de rigidez correspondente a deslocamentos axiais A barra que vai ser considerada e as respectivas direcgdes nodais est representada na Fig. 3.13. A relagio entre os dois sistenas de eixos & 3 x= DON x, 3.55) jet > * em que «-lgae ; =e; al yy A BC) 3 Nye Les 5 & (1+E) (3.56) Usando uma formulagdo isoparanétrica tem-se que a expresso do campo de deslocamentos é dada por re (3.37) Para a relacdo entre defornacdes ¢ deslocamentos tem-se que eet (3.58) * ox Mas du,dude 2 ek (3.59) BE ax aE ve 2 3.32 Fig. 3.11 - Elemento rectangular de 8 nds 3 = a) integraco reduzida b) integragao exacta Fig. 3.12 - Sistema de barras para o elemento de 8 nds Se i 2 a + Th 4 a tn (" Fs Fig ey Fra uF sat Sus —— four fos.rs frs-re “Fo Fi Fie Fr a Fa Fig. 3.13 - Barra de 3 nds 3.33 Pelo que fu, 2 {2% % ay) | | gre l=, =, = uy } = (B] {ub (3.60) ae eee “3 Anatriz de elasticidade [D], para 0 caso de deformagdes transversaie impedidas, @ (3.61) Resultando Finalmente para a matriz de rigidez [KJ que relaciona deslocanentos com forgas axiais da barra: 1 ik] | (aJ" Cp] (BI se © ae (3.62) 2 Exenplificando para 0 elemento k,,, obtemse : kt tt] Cheeta - Pet (3.63) I, 2 Iv? 32 Sendo a fungao a integrar de 2? ordem, para a integrar numericamente de forma exacta basta usar dois pontos de Gauss. Efectuando as operacdes envolvidas em (3.62) obtémse 3.34 fz 8 2) 3 3 3| | [pee] eee eee a (3.64) we isvi gt 3 3 3 ee 64 il 3 3 Sendo a deformagdo transversal da barra impedida, a imposigio de des- locamentos nas direcgdes 1 a 3 gera forgas nas direccdes 7 a 9, Vai agora cal- cular-se a matriz [K,,,] que relaciona estas forgas com aqueles deslocanentos. A tenséo Oy, nas facetas paralelas ao eixo da barra é igual a vo,, entio para o caso de u,=1 tense que o = 21. gy (3.65) Yi g 2 Esta tensio, distribuida nas faces laterais da barra, pode ser substi- tulda por forgas concentradas nos nés, aplicando-se o principio dos trabalhos virtuais para a sua determinagio. (3.66) 1 al t+ oe heap) a Iv? 2 2 2 2 1-v? 2 ln (3.67) 3.35 Calculando todos os outros elementos do mesmo modo obtém-se a seguin- te expressao para a matriz Tk. 1 eer 3 6 0 2 (3.68) 3 3.2.3.1.2 - Matriz de rigidez correspondente a deslocanentos transversais A matriz de rigidez que relaciona deslocamentos com forcas transver- sais pode ser obtida de modo andlogo ao descrito no ponto anterior, resultan- do que amatriz [K,,] sé difere de [K,,] no que decorre da matriz de elas~ ticidade Ets 2CLv)e (Kk J= 54 S 3 i ag (3.69) 3 3 oot L 7 7 Amatriz [K,] que relaciona os deslocamentos transversais com as forgas nas direcges de 10 a 12 & idéntica a (3.68) bastando susbtituir Ev/(1-v?) por E/2(1+v). 3.36 3.2.3.2 = C@leulo dos elenentos k;, da matriz de rigidez do elenento rectangular de 8 nds No que se segue apenas se refere o calculo da matriz de rigidez cor~ responde & integracio com 3x3 pontos de Gauss, pelo que se vai considerar o sistema de trés barras em cada direcgio representado na Fig. 3.12. Para aquele sistema de barras comega~se por determinar os deslocamen- tos e forgas nodais de cada barra na configuragdo u,=1. 0s elementos k. L li sero determinados por aplicacio do P.T.V., em que os campos de deslocamentos virtuais so as configuragdes u, ou v, =1. Como objective de salientar os aspectos principais deste procedimento detalhar-se~a 0 cAlcule dos elenentos ue Kar 3.2.3.2.1 - Barras paralelas ao lado de dimensio a K semelhanga do que foi convencionado para o elemento de 4 nés, vei de~ signar-se as barras por ia e o deslocamento ou forga na direcgao j da barra ia ia respectivamente por 3S eB? (ig. 3.14). De acordo com (2.27) quando u,=1 obtémse w= 2 G8) (a Ce) (3.70) 4 Fazendo intervir nesta expresso es coordenadas dos nds das barras obtémse o vector {6"}, que contém os deslocamentos dos nés, nas direccdes 1 1 a3, de todas as barras paralelas i dizecgio a, na configuracio u, =1 os, 1 to), =} (079), a.m) i 1 3a, {o""}, t yy em que -q-4 wy 4-2 ts 10 1 4 ° ° t/+3]| avs s}j | (es ef -4 \ (3.72) “4 10 ° © respectivo vector das forcas nodais nas direcgies 1 a 3 tr) -{ als? » ey gptayt ¥ G.73) 4 ei 4 4 pode ser calculado através da matriz (3.64) ry = [iyl {6 a (3.74) 3.38 em que (fe es 3 3 3 | cops 18a 3 3 3 | 2.8 7 | 3 3 3 are 1 3 3 3 (x2 = Ee a8 w 8 wey? 9a | 3 3 Lol8 o21 | 3 3 ay) | | ee | 3 E! 7 Jby/. 8 16 18 18a] 3 3 | 2.8 2) t 3 3 3) (3.75) 0 calculo de ip parcela devida as barras na direccao a do elemen- to kj, da matriz de rigidez do elemento de 8 nés, & feito aplicando o P.T.V. em que os deslocamentos virtuais sao iguais a (8°), . Assim 1 a ayT a. ky, obtém-se da seguinte expressio . al ia 2 ia asi® =| . st. | ¥ Qyt | 77 Gen) 5 8 men 7 (an an ay nen (3.82) Procedendo de modo andlogo para as outras direccdes pode obter-se o vector {48°} (08%) oc [2-2 LA toe Si AL 3 At 1 18 5 18v 5 9 1g 5 bY 5 que @ constituido pelos deslocamentos relatives nas direcces 7 a 9 das barras paralelas 4 direccdo a. Finalmente, pode-se escrever que wf, = (807 oe8 1 (084), (3.84) 21 u, Kew 1 1 Efectuando as operagdes envolvidas tem-se que way = - Be 2 (3.85) 1-v? 36 3.41 3.2.3.2.2 - Barras paralelas ao lado de dimensao b Os deslocamentos nodais {6°}, , nas direcgdes 4 a 6 © represen- tados na Fig. 3.15, so obtidos fazendo intervir as coordenadas dos nds das barras na expressao (3.70) e trocando de sinal aos valores obtidos, j4 que o sistema de eixos local da barra esta rodado de 90° em relacdo ao sistema de eixos do elemento. © vector das forgas nodais {F°}, nas mesmas direcgdes @ dado por (PP) = (3.87) a en que sk 3 w te 1 = Cootta al (3.88) se e (K,] € a matric (3.69) dividide por s. O elemento kK}, @ entdo igual a we = CPOE (xP 7 ch), (3.89) 1 1 3.42 m 5) ag BOE oy MER fie & een g Fig. 3.14 - Barras paralelas ao lado de dimensio a ep |si 5 2 ay oP co oP Fig. 3.15 - Barras paralelas ao lado de dimensdo 3.43, Efectuando 0 calculo obtémrse Ea 26 (3.90) 2(14v) b 45 Para a obtencio do elemento k3, @ necessArio determinar o vector das forgas nodais {F°} nas direcgdes 10 a 12. 1 (Ph, = CHR 16"), G91) em que 1 | (3.92) Para se aplicaroP.T.V. necessario calculer na configuragéo v,=1 os vectores de deslocamentos relativos nas direcgdes 10 a 12 a fim de se obter 0 vector (A8"), 1 Partindo da expressdo (3.81) e fazendo em particular n=1 resulta que sal croeiy 25 (3.93) 2 a sendo o sinal negative resultante da mudanga para o sistema de eixos local. 3.46 Procedendo de modo anilogo para 46; e Asi) obtém-se (3,94) Entio > by? by (aie kp, = (6 7 Gey) 146°), (3.95) Conparando com {64} — expressio (3.71) u a Tx] com [K2,] — expresso (3.80) ew cu com — expressao (3.83) pode concluir-se que de modo analogo a (3.85) se tem que ey a met eneL a G.96) 2y) 36 3.2.3.3 ~ Comparagio de resultados Com o objectivo de ensaiar os valores anteriormente obtidos, efectuou- -se 0 célculo da matriz de rigidez dum elemento de 8 nés usando um programa ba~ seado na formilagao classica. 3.45 Os resultados obtidos para um elemento com a=b, E=3*10’ e v=0.3, encontram-se no quadro 3.4, Quadro 3.4 - Elementos da matriz de rigidez de elementos de 8 nds Elem. Expressao analitica Valores numéricos (Presente formulagao) Presente formulagao | Formulago el ky eee 025714286 x10° 0.257141 x10° 2C14v) b 45 w, -RE- BE = 0,10119048 «10° 0.101190 x10* lev? 36 -2(14v) 36 kay eC eee eee et) = 0.80586081 x10” = 0,805858 x10” lve als 2(14v) bg ky 0.42124542 «107 0.421244 x107 « - —Bt_ a 1 | ~0,28534799 108 = 0.285346 x10% 1) vag 214y) db 15 kg} 7b t+ ht 0,53113553 x10” 0.531134 x10? avi 9 2(1H) 9 3.46 3.2.4 ~ Vantage da integracio reduzida, ou selectiva, na andlise de certos problemas com materiais quase incompressiveis. Sua explicagéo A vantagem da utilizagdo duma ordem de integragio mais baixa que 2 necessatia (reduzida ou selectiva) no cilculo da matriz de rigidez, em proble~ mas com materiais préximos da incompressibilidade, tem merecido a atengao de muitos autores [1,2] mantendo-se no entanto insuficientemente explicadas as razdes deste comportanento. Os exemplos que neste contexto tém sido predominantemente considerados consistem em cilindros Scos e espessos, ou esferas, sujeitos a uma pressao interior. Nesta seccao, para além do estudo dum cilindro espesso, apresentamse 0s calculos de uma placa solicitada axialmente, bem como os valores préprios da matriz de rigidez para cada um dos dois casos. Para a andlise de estes resulta~ dos deduz-se em seguida a matriz de rigidez dum elemento trapezoidal de 4 nds, através da formulagdo classica e através da analogia com um sistema de barras, apresentando-se por fim uma interpretagdo e explicagao para os resultados obti- dos, com incid@neia particular nas vantagens da integragio reduzida ou selectiva. 3.2.4.1 ~ Cilindro espesso Vai sex considerado um cilindro de raios interior e exterior respecti- vamente iguais a 0.5 mel me sujeito a uma pressio interior de 1 kN/m”, impon- do-se que os topos do cilindro no sofrem deslocanentos relatives, ou sej uma situagdo de defornagio plana. © wédulo de elasticidade € E=1 kN/m? @ 0 coeficiente de Poisson assumiré valores sucessivamente mais proximos de 0.5, tendendo deste modo o ma~ terial para a incompressibilidade. 3.47 3.2.4.1.1 - Solugdo tedrica Para o cilindro em estudo, e representado na Fig, 3,16), a teoria da elasticidade fornece a seguinte expressdo para os deslocamentos radiais bye, wa (3.97) 3 em que r @o raio da superficie cilfndrica a que pertence o ponto que sofre © deslocamento radial u, 3.2.4.1.2 ~ Solugao com elementos finitos Para o cAlculo do cilindro usaram-se as malhas indicadas na Fig. 3.16b) ec) respectivamente com elementos de 4 8 nés, e, para cada um dos casos, uti- Lizando ordens de integraciio exacta e selectiva. No caso da integragao exacta tem-se 22 ou 3x3 pontos de Gauss, respectivamente com elementos de 4 e 8 nds. Na selectiva a matriz de rigidez @ dividida nuna parcela distorsional e em outra volunétrica usando-se 22 ou 3x3 na parcela distorsional e 1X1 ou 22 na parcela volunétrica. Os resultados so apresentados nos quadros 3.5 ¢ 3.6 e na Fig. 3.17. Quadro 3.5 - Deslocamentos radiais dum cilindro espesso com elementos de 4 nds [ r= 0.5 reo BET estvieo | v2 | 2 | tedrico| 0.963 | 0.9833 | 0.471 | 0.518 | 0.5166 0.971 | 0.9983 | 0.231 | 0.489 | 0.5017 9.972 | 0.9998 | 9.039 | 0.486 | 0.5002 3.48 Quadro 3,6 ~ Deslocamentos radieis dum cilindro espesso com elementos de 8 nds = 0.5 = 1.0 v | x0 | 2B | ecdetea | 90 | 33 | easeten 0.45 0.988 0.991 0.9833 0,530 0.532 0.5166 0.495 [0.973 | 1.000 | 0.9983 | 0.491 | 0.504 | 0.5017 0.4995 | 0.779 1,004 0.9998 0.378 0,502 0.5002 | e.49995 [0.245 ] 9.995*[ 0.9999 | 0.108 ] 9.391") 0.000 L 1 7 ~ Da andlise dos resultados constata-se que com a integragéo selectiva se obtém uma solucdo praticanente exacta enquanto que com a integragdo exacta muito cedo se verifica uma solugdo excessivamente rigida. Verifica-se ainda que, @ partir de certos valores de V, ocorrem problemas numéricos na resoluco do sistema de equacdes, cono pode observar-se nos valores do quadro 3.6 assinalados com um asterisco, que representan os des~ locamentos dos pontos A e B do cilindro (Fig. 3.16) que deveriam ser iguais (na Fig. 3.17 usaram-se os valores médios). 3.2.4.1.3 - Valores préprios da matriz de rigidez Para melhor se analisar 0 comportamento da matriz de rigidez dos ele~ mentos envolvidos nos cAlculos anteriores, foi feita a determinagao dos respec- tives valores e vectores préprios. Para isso considerou-se um finico elemento de 4 nds, em que a matriz de rigidez @ expressa em termos dos deslocamentos nodais indicados na Fig. 3.18, € 3.49 b) ) f M1 I pz f 1 a) Fig. 3.16 - Cilindro espesso Enos fondamenta tm) 10 pp teria eo tnbs (2x2) Abnés (232 © bx1) oa ost xBoés (3x3) | +8065 (33 © 242) al 02} * Le y 70, iF 10 ioe i Wav 0 ous. 0.435, aisss nutes ust9s =v u(m) 08. Abnés (22 1x1) | x8nds (x3) % + 8née (3x2 © 242) r 3, i 1 oe i Wii 0 aus oles, 04895 04995 o.4s8995, y Fig. 3.17 ~ Deslocamento radial de um cilindro espesso, sujeito a uma pressdo interior, em fungao do coeficiente de Poisson 3.50 com as Ligases af representadas. Este esquena traduz o que se passa nos elemen tos, quando integrados no calculo do cilindro espesso, ja que apenas se obtém deslocanentos na direcgio radial. Os valores obtidos pare os valores prdprios ¢ respectivos modos de deformagio encontram-se no quadro 3.7. Dos modos de deformagio representados 0 Gnico que intervém na defor- magao do cilindro espesso é aquele em que se verifica uma translacio no mesmo sentido, enbora com valores diferentes, dos dois lados paralelos do elemento. Analisando este modo de deformagdo para os diferentes casos estudados, verifi-~ ca-se que os correspondeates valores préprios, ou seja,a rigidez associada a cada modo de deformagio, séo afectados com a variagio do médulo de elasticida~ de volunétrica quando se usa a integragio exacta e independentes dessa variacio quando se usa a integraco selectiva. Conclui-se assim que sera na andlise des te modo de deformago que se encontrardo as razdes para a excessiva rigidez da solugdo obtida com a integragdo exacta, quando o nddulo de elasticidade volumé- trica tende para infinito. 3.2.4.2 = Placa solicitada axialmente Para poder verificar-se 2 influéncia da geometria do elemento neste tipo de problemas efectuaram-se cdlculos id@nticos aos anteriores para una pla- « z : 2 ca rectangular de dimensdes a e b, médulo de elasticidade igual a 1 kW/m? e solicitada por forcas uniformemente distribuidas e normais aos lados como se in- dica na Fig. 3.19, ~ Fig. 3,18 - Elemento de 4 nds com deslocamentos nodais na direccéo de 2 lados obliques Quadro 3.7 ~ Valores prdprios e modos de deformagdo do elenento da Fig. 3.19 Weiaes popes « nepenives nates & determegte +d v Srtesrast e 2 3e 4 | ae ous a2 nh ae cuss owe | w \/ 1h ects um J 0.4995 zee ae 3 wh | Le | 3.52 3.2.4.2.1 ~ Solugio tedrica Considerando dois lados da placa fixos, os outros dois, sob a accéo das forgas uniformemente distribufdas, sofrerdo translacdes de valores Aa e Ab, paralelas respectivamente aos lados de dimensio a e b. Designando por F, e Fy as cesultantes das forgas distribufdas, facilmente se pode concluir que, numa situago de deformagao plana, se ten {x a/b vra-v)) [o | { => lJ v/(-y bla ) || (3.98) em que D = B(1-v)/ (1+v) (1-2v) A resolug3o do sistema de equagdes (3.98) implica o cAleulo do deter~ minante da matriz det =D = (3.99) a-v) Verifica-se no entanto que quando v + 0.5 se tem que © que implica uma indeterminagio no cdlculo da expresso (3.99). Esta indeter- minagZo @ levantada sem qualquer dificuldade na resolugio analftica do problema, obtendo-se det = lev’ 3.53 (3.100) enquanto que, no céleulo mumérico, & de esperar que a partir de certo valor de V (dependente da precisdo da maquina usada) ocorran problemas numéricos. 3.2.4.2.2 ~ Solugdo com elementos finitos Usando apenas um elemento de 4 ou 8 nds calculou-se a placa represen tada na Fig. 3.20 com ordens de integragdo exacta e selectiva. Os deslocamentos u, € vy séo apresentados no quadro 3.8, podendo verificar-se que neste caso no ha vantagem na utilizacio da integragdo selec~ tiva. Quadro 3.8 - Deslocamentos duma placa solicitada axialmente Elem. 4 nds Elen. 8 nds Tedrico v Desi. 2x2 aa 33 Be Axl 2x2 Ae Y% 0.7975 | -0.7975 | -0.7975 | -0.7975 | -0.7975 i 4 0.6525 | 0.6525 0.6525 | 0.6525 | 0.6525 ee vq | 70-7550 | -0.7550 | -0.7552 | -0.7550 | -0.7550 uy 0.7400 | 0.7400 | 0.7403 | 0.7400 | 0.7400 eee % -0.7505 | -0.7505 | -0.7510 | -0.7500 | -o.7505 eae 0.7490 | 0.7490 | 0.7500 | 0.7490 | 0.7490 | o.ggag05} % | -0+7400* | -0.7416* | -0.7227*] -0.7506*| -0.7500 | | 4 0.7400" | 0.7415*| 0.7253} 0,7517*] 0.7500 (CAiculos efectuados num computador WANG VS-80) 3.54 Os deslocamentos correspondentes a V = 0.499995, e assinalados com um asterisco no quadro, estao ja afectados de imprecisdes de natureza numérica, verificando-se que os deslocamentos dos nds de face superior nao sao todos iguais. Estes problemas nunéricos tém a sua explicaso no que se apresentou em 3.2,4.2.1. 3.2.4,2.3 ~ Valores proprios da matriz de rigidez De mode andlogo ao que se fez para o cilindro espesso calcularam-se os valores préprios da matriz de rigidez da placa com 4 nds para v= 0.495 & 0.499995 08 quais se apresentam no quadro 3.9. Pode constatar-se que o modo de deformacio que intervém no cAlculo (0 19 modo na integragio exacta e 0 29 na selectiva) no depende da rigidez volunétrica, explicando-se assim a indiferenga da ordem de integracio na reso- lugao deste problema. Saliente~se no entaiito que para solicitagdes que mobili~ zem 0 29 e 39 modo de deformacdo necessarienente surgiré de novo excessive ri- gidez com a integracdo exacta. 3.2.4.3 = Elemento trapezoidal de 4 nos 0s c@lculos apresentados em 3.2.4.1 3.2.4.2 petmitiram salientar os aspectos nunéricos mais importantes da utilizagio de elementos de elasticidade plana em problemas que envolvam materiais quase incompressiveis. No que se segue vai estudar-se analiticamente um elemento trapezoidal de 4 nds, usando em parti~ cular a analogie com um sistema de barras, tendo em vista esclarecer 0 comporta~ mento anteriormente descrito. 3.55 x Fig. 3.19 - Placa rectangular, soliciteda uniforme e normalaente aos lados a CHa, e rE A | | 10 Estknym? eK Fig. 3.20 - Placa com 4 e 8 nds Quadro 3.9 - Valores e vectores préprios da placa com 4 graus de Liberdade 7 Graeme - v | megs i ! ae | i 00 | ss = | 7 j ree 1 | nt | IS rT ' I a ! a ssn stack aan uses — | 3 . + = 1 y | | a? \ | w , ! h ! | 08 oor 1 aaa 3.56 3.2.4.3,1 ~ Matriz de rigidez do elemento trapezoidal (formulacao classica) Percorrendo passos id@nticos aos apresentados em 3.2.1 vai deduzir-se a matriz de rigidez do elemento da Fig. 3,21. A relasio entre o sistema de eixos local e global é dada por x ak (3.101) 2 2 e a matriz Jacobiano [J] por {a ™ Gis (3.102) 0 sere em que s = (bytb,)/2 € = (by-b,)/2. A matriz de elasticidade que relaciona tensdes com extensdes pode ser separada em duas parcelas, uma correspondente @ defornago volunétrice e outra & distorsioaal {o} = [bg] fe} + (p,J fe.) (3.103) em que 2/3 1/3 0 (p,] = 26 | -1/3 2/3 0 ° 0 1/2 3.57 to,} = 2 vo 3(1-2v) f-(2, 2, eB. (3.104) ax dy By Ox tep= 1 A matriz de rigidez, separando as parcelas distorsional e volumétrica, sera: Od = [Ky] + KI | (a]" 3 (J v+} 5) (o,) Ca) av v (3.105) Efectuando o calculo da matriz de rigidez volumétrica [KJ], coma integragdo exacta e reduzida, obtém-se os valores do quadro 3.10. 3.58 Quadro 3.10 - Elementos da matriz de rigidez volumétrica dun elemento trapezoidal de 4 nos Elemento| Int. exacta | Int. reduzida (2) | ay sey 8 x & os fa ys TaGetewt 2a(3s2-r*) nay? yy | ty eee 2a(3s7=r7) x Pe a ae 4 4 a ye : 4 4 K2! Koy kg og a 2st a x, 2 a 2 oo aa) sane 4s 3.59 3,2,4.3.2 ~ Aplicago ao cAlculo do cilindro espesso 0 c&lculo de um cilindro espesso sujeito a uma presedo interior, usan- do elementos de 4 nds, @ equivalente 20 cdlevlo das forgas necessarias para im por deslocamentos nos nds 1 e 4 tais que v. sen qualquer constrigdo aos Tae deslocamentos na direcgo u dos nds 1 e 2, como se indica na Fig. 3.22, A deformada final pode ser obtida como a sona de uma parcele em que se tém os deslocanentos v, =v, =v, gerando-se forgas FS na direccio normal 408 lados paralelos, com outra parcela em que se inpie deslocanentos tais que Fp + Fh = 0. i) Com integragio exacta 3as + kgo + Kgglv =D, BE. v Pa (ky) +k. Tami wn7 2a 26 FA = (ky, + gg + ky) # Ry = Dy ev (3.106) FP = (iy) + kyg + Kgy + Kgl =D, 1 12 18 32, 3877 yd B s Foo yy Hig t Rg t Rgy 8 Ov oy Impondo Fh = -Fp obtém-se y=~-.v e portanto 5 av (3.107) ii) Com integrago reduzida FAepyS.v e Reedy. (3.108) s 3.60 e portanto F= 0, Estes resultados confirmam os valores obtidos anteriormente j@ que, para aquela deformada, @ mobilizada uma forca dependente da rigidez volumétri- ca quando se usa a integragdo exacta, e essa forca é nula quando se usa a in- tegragdo reduzida ou, para qualquer ordem de integragio, quando o elemento é rectangular (b, =b, © portanto r=0). Observe-se ainda que a variagdo de volume @ nula em qualquer caso, ja que © aumento de volune AV, na direcgdo v & igual & diminuigdo de volume av, na direcgde Av, = 2av AV, = 2sy = 2av (3.109) Entdo a forga F que se desenvolve com a integracdo exacta sera de- vida a constrigdes interiores, que ndo existem na integragio reduzida, como se vera melhor mais adiante, 3.2.4.3.3 ~ Matriz de rigidez do elemento trapezoidal (formulaco a partir dum sistema de barras) Aplicando ao elemento trapezoidal a metodologia apresentada em 3.2.2., em que se fez a analogia dos elementos finitos com um sistema de barras, vai ser calculada a respectiva matriz de rigidez. 3.61 Como apenas interessa a rigidez volumétrica do elemento, e para que a formulagdo venha simples, vai considerar-se no caso presente barras com as caracteristicas geométricas e pontos nodais apresentados na Fig. 3.23. © campo de deslocamentos @ caracterizado por el (3.110) < " wie + ee in Anatriz de rigidez, com as parcelas distorsional e volumétrica sepa~ radas, sera 2 2) eer 3h 3 & j-+— @a) a2 2) 3-2) |, 2k 3 3t t Como exemplo vai efectuar-se 0 calculo do elemento k, da matriz ‘88 de rigidez do elemento trapezoidal. As barras e deslocamentos envolvidos estao representados na Fig. 3.24. Para o caso da integragao exacta, e por consideragées geométricas sim- ples, temse que : Ra tiset (3.112) sendo 2, e 2, 0s comprimentos das barras com a direcgdo dos lados paralelos e centradas nos pontos de Gauss. 4.62 ty. 4.62 — Fig. 3.21 - Elemento trapezoidal de 4 nds al 24} wet —+ r —}—b_—»x L a. Fig. 3.23 - Elemento de barra e deformacées unitarias 3.63 Fazendo , 4 nas as defornagées volunétricas, sio » as forcas Fi e F} nas barras le 2, devidas ape- rev ify. 2 2(s-r/¥3) 2 3 (3.113) ev 1/,_ 1) 2(str/Vv3) 2 v3) (3.114) Se se considerar a integracao reduzida, a barra ser de comprimento 2s, largura 2a eo deslocanento da extremidade, quando v,=1, sera igual a 0.5, pelo que Kia 7 (3.115) 3.2.4.3.4 - Interpretagdo de resultados 0 sistema de barras que constitui o elemento trapezoidal deforma~se dum modo anSlogo ao indicado na Fig. 3.25a), quando integrado no c@leulo dum cilindro espesso. A cada uma das barras impds-se um deslocamento unitério na direcgao do eixo, pelo que, se se impuser que o lado inferior do elemento nao tem deslocamentos na direcgdo transversal, os deslocamentos 6 e€ 6, dos ne 8 pontos A e B obedecen & condigdo 3.64 (3.116) J@ que 0 campo de deslocamentos admitido neste elenento @ linear. Entdo as di- minuigdes de largura, que se designarao por 6) e 8 das barras 1 e 2 sao iguais. Esta imposicéo, decorrente da lei de variagdo de deslocamentos admiti- da no elemento, introduz uma determinada aproximagio na tradugdo do comporta~ mento das bartas, como se pode constatar escrevendo a relagdo entre as forgas e 08 deslocamentos de cada barra, através da matriz de rigidez volumétrica oa [ ) Fi Wyle = | | 2. (3,117) is cs ry J 1 > 8 en que fazendo 6) = 1 © F)=0 se obtén us = (3.118) A imposigdo da relacdo (3.116) implica portanto o desenvolvimento de forgas F) auto~equilibradas entre as duas barras. Assim, fazendod, = 6 @ em (3.117) resulta que a(hy-L)) a(t. oo 3 OF = 4, (0,t,) (3.119) 3.65 Verifica-se assim que a adopgio duma lei de variago de deslocamentos linear, acarreta o desenvolvimento de forgas de constrigdo entre as barras, for- gas essas que assumem um papel determinante quando v+ 0.5 como se pode consta~ car através do grifico da Fig. 3.26. Em conclusdo pode afirmar-se que quando se pretende traduzir uma de~ formagio do elemento em que nfo haja variagdo de volume, & igualmente necessario que as barras individualmente se deformem sem variacdo de volume. Entdo, ao adop~ tar para um dado elemento uma lei de variagdo de deslocanentos, na direcgo trans versal as barras, caracterizada por n pardmetros, & necessdrio que os desloca~ mentos transversais das barras possam ser caracterizados por esses n paranetros sem introdugdo de constrigdes, ou seja, que o sistema de barras possua nessa di- recgio n graus de liberdade, pelo que: i) quando a lei de variagio dos deslocamentos na direcgao transver- sal € linear, portanto dependente de 2 parfmetros (elemento de 4 nds),é necessGrio adoptar apenas una barra, ou seja uma orden de integragio de 1x1; ii) quando a lei de variacdo dos deslocamentos na direcgao transver- sal € do 29 grau, portanto dependente de 3 parametros (elenento de 8 nds),é necessirio adopter 2 barras, ou seja, una integragao de 2x2, Saliente-se finalmente que os resultados apresentados nos quedros 3.7 e 3.9 podem ser facilmente interpretada A luz das concluses apresentadas. 3.66 { tl 21 | nt Fig. 3.24 - Configurasio v4 =1 &, Fig. 3.25 - Deformagao das barras que constituem o elemento trapezoidal a a @ OO Fig. 3.26 - Relagao entre o coeficiente de Poisson eo médulo de elasticidade volunétrica 3.67 3.2.5 - Modos de deformagio espiirios A utilizagio da integragio reduzida no c@lculo da matriz de rigidez de elementos finitos, que em certos casos conduz a resultados mais aproximados do que a integragao exacta, apresenta como grande desvantagem a possibilidade de ocorréncia de modos de deformacio de energia nula espirios. Ou seja, para além das deformagées de corpo rigido, o elemento apresenta a possibilidade de softer deformagdes sem que para isso seja necessario aplicar forgas nodais, a que corresponde portanto uma energia de deformagio nula. A andlise dos modos de deformacio espiirios dos elementos de 4, 8 9 nds, vai ser agora apresentade 3 luz da analogia com um sistema de barras que tem vindo a ser desenvolvida Um processo de efectuar a contagem do niimero de uodos de deformagio espirios dum elemento, com n graus de liberdade e constitufde por m barras em cada direccio, pode ser feito a partir da seguinte condigio: ~ a intersecgio de duas barras num ponto implica a introdugio de 3 condigdes de compatibilidade, dois deslocamentos e a variagaio de Gngulo entre as barras. Se a diferenga entre o niimero de graus de liberdade do elemento e o niimero de condigdes de compatibili- dade entre as barras (3mm) for superior a 3 (as condigdes para impedirem os movimentos de corpo rigido), entZo o elemento apresen- tar pelo menos un nimero p de modos de defornacio espiirios igual pen-3nm-3 (3.120) Nos elementos correntes, dado que as ligagdes entre as barras estio convenientemente localizadas, o niimero de modos espiirios é exactamente igual a p. 3.68 A caracterizaco dos modos de deformacio espirios dum elenento é feita calcu lando 05 valores e vectores proprios da matriz de rigidez do elemento. 0 niime~ to de modos de deformagao espirios dado pela diferenca entre o nimero de va~ lores prdprios nulos e o de movimentos de corpo rigido. 3.2.5.1 - Elemento de 4 nds No elet nento de 4 nés,em que n=8, 4 utilizagio da integragdo redu- zida corresponde um sistema de uma barra em cada direcgio. Entdo aplicando (3.120) tem-se que p=8-3-3=2 0s dois modos de deformagao espirios encontram-se representados na Fig. 3.27, podendo verificar-se imediatamente que os nés das barras nio se deslocam, pelo que associado aquele conjunto de deslocamentos nodais se tem um sistema de forgas nodais nulo. 3.2.5.2 - Elemento de 8 nds © niimero de modos espirios do elemento de 8 nds, integrado de forma reduzida, € dado por p= 16-4x3-3 21 © qual se encontra representado na Fig. 3.284). Da observacio da deformada das barras, a tracejado na Figura, pode 3.69 constatar-se que apenas existem deslocamentos na direcgdo normal ao eixo, No entanto, como se verifica na Fig. 3.28), as forgas geradas em cada uma das barras anulam-se mutuamente, pelo que o sistema de forgas nodais ser nulo. 3.2.5.3 - Elemento de 9 nés Possuindo o elemento de 9 nés, mais dois graus de liberdade que o de 8 nds, ter entio mais dois modos espiirios, quando calculado com uma integragio de 2x2 pontos de Gauss. Para além do modo espiirio do elemento de 8 nds, o de 9 nds apresenta ainda dois iguais ao da Fig. 3.29a). Neste modo de deformagao as barras mantém- ~se indeformadas, cowo pode constatar-se analisando a deformada do elemento com © nd central livre (Fig. 3.29) e a deformada impondo apenas um deslocamento a este nd (Fig. 3.29c)). 3.70 Fig. 3.27 - Modos de deforuacdo espirios do elenento de 4 nés al » Fig. 3.28 - Modos de deformacio espirios do elemento de 8 nds Fig. 3.29 ~ Modo de deformacio espiirio do elemento de 9 nds 3.71 3.3 ~ ELEMENTOS DE VIGA 0 procedimento adoptado na secgao 3.2,para estabelecer a matriz de rigidez dos elementos de elasticidade plana, pode ser generalizado para os elementos de laje. Para isso vio ser desenvolvidos nesta secgdo elementos de viga de 2 © 3 nds usando una formlagio om que as rotagdes sao consideradas independentes dos deslocanentos verticais, podendo terse em conta, deste modo, a deformagéo devida a0 esforgo transverso. Este elemento de viga tem merecido uma atenclo particular [3-6] pelas conclusdes que permite tirer pera o desenvolvimento e interpretagao de elementos de laje e casca que sio formulados de modo andlogo. 0 estudo que vai ser feito consiste en analisar a matriz de rigidez deste elemento de viga,calculada com ordens de integragdo exacta e reduzida, © apresentar justificagdes para o facto de se obterenbons resultados com a inte- grasdo reduzida, enquanto que com a integragio exacta se verifica, em certos casos, uma excessiva rigidez quando a razdo entre espessura e 0 comprimento for muito pequena. 3.3.1 - Matriz de rigidez tedrica duma viga tendo em conta a deformacao por_esforco transverso (solugio tedrica) A matriz de rigidez [K"] obtida a partir da teorie classica de vi- gas, € em que se inclui a deformagio devida 20 esforgo transverso, & {42 | ap ~ bb e on oe oO a (3,121) _ 42 6h 12 GA, eB Fs # s Mo 146 1 - Hb ad 16 Lp 3.72 em que A, @ a Grea efectiva de corte. Os deslocamentos nodais e respectivos sentidos sao os indicados na Fig. 3.30a). 3.3.2 ~ Elemento de viga de 2 nés A formulagéo deste elemento @ feita a partir do elenento rectangular de elasticidade plana de 4 nds, Fig. 3.30b), em que se introduz a hipétese sim- plificativa de que a extensio ¢, & desprezivel, o que implice que as componen tes do deslocamento na direccio 2 dos dois nds de cada Lado paralelo a essa mesma direcgio sio iguais. Se no se considerar a deformagio axial de viga, a componente do deslocamento na direccHo do eixo dos xx dos pontos de uma secgdo normal ao eixo depende apenas dum parametro, que ser a rotagdo a da secgao. Tém-se assim os mesmos quatro deslocamentos nodais da Fig. 3.30a). A geonetria do elemento sera ent&o caracterizada pelas expressdes (3.122) em que t @ a espessura da viga e a Lae); N+ 2 ase) (3.123) es 2 3.73 Para o campo de deslocamentos tem-se que : (3.124) 2 [end em que a, € so respectivamente as rotagdes e deslocamentos verticais dos nds do elemento de viga. A relacio entre deformagdes e deslocamentos &, para este caso em que dada por ( e, Bu /8x {e}= - (3.125) Y, Bu/dx + Bu/dz = (8) (3.126) em que ee h de L (BJ = (3.127) | 2 Ny 2 aNy Q dé h dé A matriz de elasticidade resulta da expresséo (3.9) fazendo 0, = 0, isto @ fe ; | (p} =e | (3.128) | oO oe l 20+v)X em que X & 0 coeficiente de forma, sendo igual a 1.2 para o caso de seccdes rectangulares. Finalmente a matriz de rigidez € calculada a partir de CaF tol ce] 22 ae ag (3.129) 4 {k] = em que b & a lergura da viga. A integracao da expressao (3.129) pode ser feita numericamente usando dois pontos de Gauss na direccao ~ e dois ou um na direcgao de £ conforme se pretenda uma integragao exacta ou reduzida. Designando por [K°] a matriz de rigidez obtida com integragdo exacta e [K™] a obtida coma integracio re- duzida tem-se que t 1 | 2 ace thm Sim 20 122 3a [k*] = Eb} (3.130) t t e -+ + x an 20 aa t ef te e e -+ th =~ = 20 12k 6a ou a 3.75 = : ] = sim Jot ae, th | | 122 da CT] = El 3.131) c t r -t + =k | ot 2a a -£ + | 2a ‘21 =| em que % = 2X(1+¥), 3.3.2.1 ~ Convergéncia do elemento e influéncia da relagio #/t Para se apreciar 0 comportamento deste elemento calculou-se une viga simplesmente apoiada de 10 m de vao e solicitada por uma carga uniformenente distribufda de 1000 kN/m. Apresentam-se na Fig. 3.31 os resultades obtidos fazendo variar o ni~ mero de elementos em que a vige @ discretizada. A convergincia para a solugio exacta € mito lenta com a integracdo exacta da matriz de rigidez, enquanto que com a integragdo reduzida a utilizagio de 8 elementos conduz a um resultado com um erro maximo de 1.2%. Os resultados de uma outra série de calculos, em que se fez variar a relagdo t/t, esto representados na Fig. 3.32,neles podendo constatar-se a excessiva rigidez obtida com a integragao exacta, mesmo para relacdes usuais de A/t. A solugdo obtida com a integragéo reduzida acompanha de perto a solucio tedrica, apenas ocorrendo problemas numéricos para valores de 2/t elevados. 3.76 2 ze m Y 3 Re hk b a) Pig. 3.30 ~ Elenento de viga We, trv) Solugde tedica Wvigas ceigadas) P= 1000 N/m CETTE Ty S55 ba) #2100 E= 1000 kN/em? 200. *-Integrapie reduzida 100, x-Integragde exacta boa 8 ie * de elementos Fig. 3.31 - Convergéncia do cdlculo duma viga simplesmente apoiada wext® Soluedo_teériea_Iviges detgadas) sol € 2100.0 kN/em? 40 2310.0m; B20.3m P= 1000 KN/m 30; X-8 elementor (1 +2) $28 elementos (2421 20 +216 elementos (262) 19; BS io OSS Fig. 3.32 - Deslocamento vertical do ponto central duma viga em fungéo da razdo t/t 3.77 3.3.2.2 ~ Andlise da matriz de rigidez com integragdo exacta Qualquer deformada duma viga de 4 nds pode ser obtida por uma combina- go linear dos seguintes modos de deformacao: i) translagéo (uw, i) rotagio Gey (yw) /) 441) destocamento relative dos nds na direcgio w (Ww, *-¥p5 iv) rotacdes nos nds iguais e de sinais contrarios (w, =v, Para efectuar um estudo comparativo das matrizes de rigidez (3.121) & (3.130) basta ent&o analisar os modos de deformagio iii) e iv). Na Fig. 3.33 apresenta~se lado a lado o calcul da rigidez dos referi- dos modos de deformagio, da viga tedrica e do elemento de viga. Constata-se assin que a excessiva rigidez do elemento de viga decorre do facto de se obter 0 modo de deformagao iii) apenas por distorsao eo modo iv) incluir uma parcela de distor- so que no existe na solugio tedrica. Mas a conclusao mais importante & que a razio entre a rigidez tedrica € a do elemento de viga & a mesma para os dois modos de deformacao. Entao (x'] = a (x®) (3.132) en que as —L (3.133) 3.78 Tedrica M.E.F, (integragio exacta) gouge ops e,02 nen okt «ac Z jee i t EL Kye 7 BL/2 En yey ME Jor keg 7 HA, /12 © att 1 a2 ky 1 +8768, /126r b) Rotagdes nos nés, iguais e de sinais contrarios (modo iv) Fig. 3.33 - Comparacao entre os modos de deformagao do elemento de viga tedrica e 0 de 2 nds 3.79 ou seja, obtémse a solugdo exacta como elemento de viga de secgio constante de dois nds, desde que se divida a matriz de rigidez pelo parametro a. 3.3.2.3 ~ Andlise da matriz de rigidez com integracio reduzida A utilizagio duma ordem de integragdo reduzida no cdlculo dos modos de deformacao representados na Fig. 3.33, altera apenas o calculo do modo de deformasio iv). Para este modo,a parcela da rigidez devida & deformagio por tensoes tangenciais Ke @ nula, e portanto a rigidez i coincide com a t tedrica como facilmente se verifica. Os bons resultados obtidos com esta orden de integracio decorrem entdo do facto de se conseguir representar de for- ma exacta 0 caso de flexdo circular. Para uma apreciagao mais detalhada destes pontos vai deterninar-se o aspecto genérico que deve assumir a matriz de rigidez dua viga de dois nds que permita calcular de forma exacta o caso de flexiio citcular. Considere-se uma viga em consola em que se aplique na extremidade um momento igual a EI/t. A solugdo exacta conduz a que (3.134) Por razdes de equilibrio existem as seguintes relagdes entre elementos da matriz de rigidez da viga (3,135) e por razdes de sinetria e finalmente {k] = ra L 3.80 (3.136) + Kyo oO EL eto Bor (3.137) + yy 7 0 & a ay “hy “ug Hey f= «4, -2+u,% aia MG a (3.138) & Sin ky 4, ¢ v a + kay 7 Entdo conforme o valor assumido para kj, (e que depende da rigidez que se considerar no modo )) assim teremos diferentes comportamento para a 3.81 viga. Se 121 oe pees obténrse a matriz de rigidez dune barra em que se despreza a deformagio por es~ forgo transverso, e se 1 Ler Fer eer y+ EL & wCa s obtém-se a matriz que tem em conta essa defornacio. No caso presente, em que se utiliza a integracao reduzida, o Kh @ sempre maior que o tedrico, e tanto maior quanto maior for a relagdo 2/t como se pode constatar na Fig. 3.34. Quando &/t & grande, ou seja para vigas finas, a rigidez associada ao modo de deformagiio iii) @ muito maior que a real € portanto 2 deformagao da viga € obtida apenas 4 custa de flexdo circular. 3.3.2.3-1 ~ Aplicagio a uma viga em consola Os esforgos © os deslocanentos duna viga em consola de vio % ¢ soli- citada na extremidade por uma carga concentrada P, podem ser determinados a partir da matriz (3,138). (3.139) 3.82 Resolvendo este sistema de equagies resulta que (3.140) Verifica-se assim que a rotacio & independente de k,, © corresponde B rotagdo que a consola teria se fosse sujeita a um momento constante de 2B (mo, mento médio na viga). Efectuando o calculo de §, coma matriz de rigidez tedrica sem de- 3 formagio por esforco transverso, ou seja,fazendo Kj, ~ 1281/2”, resulta que 2 246 (3.141) 3 Quando se usa o elemento de viga de 2 nds, calculado com integragio reduzida e conforme k,, cresce, 6, tende para 26,/2, ou seja tende para © deslocamento vertical que se obteria se a viga fosse sujeita a um momento cons tante de 2/2. Se se pretender calcular a mesma viga discretizada num maior niimero de elementos, isso corresponde a considerar em cada elemento uma flexdo circu- lar devida a um momento constante e igual ao valor médio nesse elemento, como se indica na Fig. 3.35, sendo portanto 0 cdleulo da viga (A) substituido pelo cAlculo da viga (8). 3.83 ‘ “ 1 : ky 2»! rc | vet . v= 0.0 as t 8 70 io 7 tt ‘ sagio ce Et : Fig. 3.34 - Variagdo de ky/k; em fungio de t/t Visa A | +—-_1_____+ VIGA B Oe Fig. 3.35 ~ Esquema estrutural correspondente ao cilculo duma viga em consola, usando 4 elementos de viga de 2 nds (integragdo reduzida). 3.84 3.3.2.4 - Comentario outros estudos © estudo de elementos de vigas tem sido desenvolvido por varios auto- res [3-6], tendo em vista quer a obtengio de elementos que traduzan melhor a realidade, quer para extrair conclusdes sobre o comportamento das lajes com for— mulagio andloga. Em particular, MacNeal [4] formula um elemento de viga de dois nds em que a parcela de deformacao por corte @ calculada com um ponto de Gauss e GA, € substitufdo por cat, en que Tengo em conta o que esta expresso na Fig. 3.33 facilmente se conclui que se obt&m para os dois modos de deformacao valores coincidentes com os ted~ | 0s, j4 que a rigidez do modo iii) @ afectada dum coeficiente que a torna igual & rigidez tedrica, ¢ no modo iv), @ anulada a parcela correspondente & deformagio por distorgio ja que o seu clculo @ feito com um ponto de Gauss. Prathap e Bhashyan [6] apresentam um estudo da energia de deforma- so deste elemento de viga concluindo que, quando integrada de forma exacta, usando uma rigidez @ flexo modificada © elenento de viga tende a couportar-se como a viga classica. Com este procedimento o modo correspondente @ deformagao circular é bem calculado, mantendo-se 0 modo de deformacio iii) inalterado, ou seja, obtém se com uma orden de integracao exacta uma solugio id@ntica @ obtide com a in tegracio reduzida do elemento sen modificagao. 3.85 3.3.3 - Elemento de viga de 3 nds Um estudo andlogo ao efectuado para o elemento de 2 nds vai ser feito para o elemento de 3 nds. Para poder comparar-se com a viga tedrica condensaram- “se os elementos da matriz de rigidez correspondentes aos deslocamentos do nd central. 3.3.3.1 - Matriz de rigidez A geonetria do elemento @ caracterizada por (3.142) em que Mer Sea) ys wpe? s mys easy 149) 2 7 A dedugdo da matriz de rigidez & feita de modo andlogo ao descrito em 3.3.2, apresentando-se em (3.144) e (3.145) respectivamente a matriz com integraclo exacta e com integraclo reduzida, para uma viga de largura unita- ria (b®1). [k°] #8 iT )=5 Bim wis ble wiH wis Ole bie Bin wle wie win 2 + an 2 fepeee cer em eee a 31m 156 one Zz ae ok 30 3 ak 3 £. 2h 9 we, eet a 1s a 3.122 15 @ —t Lt -8 zt ak, 6a 3 ak 3a e Lelie 2c ee ae a 3128 30 a 3a 312% 15 0 s ok £ Te yin a 3122 9m mee 2t os ak 30 3 ak 3 £ 8th yim 4 4 te a 31% 94 9a a= -lt ~8t 2k ol 6a 3 of 3a ier Am’ 22 8th yi a Woe 30 312% 94 = 2x14) 3.86 Le Tet, 2 et 20 3122 15 | (3.144) Sim (3.145) 3.87 A condensago dos elementos da matriz de rigidez referentes aos des~ locanentos do né central, direccdes 3 e 4, é efectuada através da seguinte ex- pressio (3.146) As matrizes [X°°] e [x°T], respectivamente a matriz de rigidez condensada correspondente 3 integragio exacta 2 integracdo reduzida, so en tao dadas pelas expresses (3.147) e (3.148). Bt | ae Le Lipeet sim 2 ji | 2m 4 at k°*] = £ (3.147) ~ eu ~K aol I ane k, eas - 22 Remeerrace) Pn X22 j HGees 6 6 fear 62 3.88 1 r+fg # a 2 6X 4a . 1 cle fers 8 sim eo q2e wkyen| +e a (3.148) a ¢ | “Ra ~ Ky an 2g 2 e rs aE -k k 21 21 22 eee 22 | 2 © Comparando a matriz ([K°°] com a matriz da expressio (3.138) verifi- ca-se que tém a mesma estrutura podendo portanto concluir-se que o elemento de vig sde 3 nds, integrado de forma exacta, traduz demodo exactoo caso daflexao circular, Este elemento tem assim um comportamento idéntico ao elemento de 2 nds com integragao reduzida. Amatriz [x] @ igual a matriz da expressio (3.121) pelo que o ele- mento de viga de 3 nds, integrado de forma reduzida, tem um comportamento idgn— tico ao da viga tedrica, 3.89 3.3.3.2 ~ Andlise da matriz de rigidez Para se analisar melhor as matrizes estabelecidas no ponto anterior vai efectuar-se 0 estudo dos modos de deformago descritos em 3.3.2.2, e om particular os que continuaremos a designar por modos iii) e iv). Tomando por base a Fig. 3.36 imediatamente se conclui que, para as duas ordens de integragdo, a rigidez do modo iv) @ igual 4 da viga tedrica, 48 que y= bty eg (3.149) a2 Bx e portanto aa (3.150) No que respeita ao modo iii) vai mostrar-se que, usando uma ordem de integragao reduzida, a sua rigidez igualmente coincide com a da viga ted- rica, Observe-se em primeiro lugar que, utilizando uma orden de integragio reduzida, a lei de variagdo parabélica de 9u/92 pode ser substitufda por uma lei constante em que 9u/9z = 2/385, como se mostra na Fig. 3.36, Para o calculo de k, @ necessirio determinar previamente o valor de 8,. Esta determinagao pode ser feita aplicando o P.T.V. ao sistena de for- gas e tensdes do modo iii)e usando para deformagio virtual a que resulta de fa- zer 6) = 1 e todos os outros deslocamentos nodais iguais a zero. Tem-se assim que (3.151) AA AN, ft p tr 1, ayn tp 2) Elemento de viga de 3 nds $f a, b) Deslocamento relativo dos nés extremos na direccao w (modo iii) 4 au, ee ¢) Rotagdes nos nds extremos, iguais © de sinais contrarios (modo iv) Fig. 3.36 - Modos de deformacio do elenento de viga de 3 nds 3.91 e portanto (3,152) Aplicando novamente o P.T.V. mas em que agora a deformagio virtual @ © modo de deformagao iii) resulta finalmente que — (3.153) be nar LEI GA, que coincide com o valor da viga tedrica. Facilmente pode concluir-se que usando a ordem de integragio exacta se obtén una rigidez kp maior que a tedrica e tanto maior quanto maior for at. 3.92 3.4 ~ ELEMENTOS DE LAJE 0 desenvolvimento de elementos de laje eficientes e tanto quanto possi- vel simples tem merecido grande atengao ao longo dos anos em que se tem verifi- cado 0 desenvolvimento do método dos elementos finitos. A teoria classica de Kirchhoff para lajes implica que o funcional da energia potencial total contenha segundas derivadas das fungdes incdgnitas, im plicando por isso continuidade das primeiras derivadas das fungdes de forma (7-91. Um processo de tornear esta imposicdo consiste em utilizar elementos no conformes [10], obtendo~se deste modo formilacSes mais simples e ainda su- ficientenente aproximadas. Para lajes delgadas tem-se ainda desenvolvido elementos em que & in- cluida a deformagao por corte, necessitando-se apenas de continuidade nas fun- gSes de forma, e impondo-se que a energia de deformaco por corte é@ nula num certo niimero de pontos [11-13]. ‘Uma outra famflia @ baseada nos chamados elementos 3-D degenerados (3,4,14-17]. Estes elementos que so aplicdveis Gs lajes espessas apresentam no entanto, quando se utiliza uma ordem de integracfo exacta, uma excessiva T. gidez para o caso de lajes delgadas. Nesta secgdo vai apresentar-se a formilacio dum destes Gltimos ele- mentos, procurando-se explicar o seu comportamento a partir da sua reformula- gio através da analogia com um sistema de barras. Com esta interpretacdo dos elementos finitos apresenta-se finalmente um novo elemento de laje de 4 nds. 3.93 3.4.1 - Elemento de laje de 4 nds (formulacao classica) © elemento que aqui vai ser formulado tem a geometria indicada na Fig. 3.37. A adopgao dum elemento rectangular justifica-se por mais facilmente permitir o cdlculo analftico da matriz de rigidez e respectiva andlise. As hipdteses a estabelecer sao idénticas as do elemento de viga des- erito em 3.3.2, e que aqui se apresentam com o seguinte aspecto: i) as deformagdes sio pequenas ii) as normais & superficie média da laje antes da deformag3o man- tém-se rectas depois da deformacio mas no necessariamente nor- mais 4 referida superficie iii) as tensdes normais 4 superficie média sao desprezaveis, A relagdo entre o sistema de eixos local e global tem a forma habitual xs x yo Buy, (3.154) ial zeke 2 ex que t @ a espessura do elemento e as fungdes de forma N, sio dadas pela expressao (2.26). © campo de deslocamentos pode ser descrito em fungdo dos deslocamentos dais wj,a, eB, ivamente deslocamento vertical e duas rotagé om no 1 8,, respect: te desl to vertical e di tagdes, como i se segue: (3,155) A relagio entre deslocamentos e deformagdes @ obtida a partir de (2.7) fazendo €, = 0 A matriz de elasticidade [po = =. inv Bu/dx av/ay Bu/ay + av/dx Ou/ax + du/az au/ay + av/dz {b] resulta de (2.10) impondo que o, 70 (3.156) (3.157) 3.95 A matriz de rigidez pode agora ser calculada seguindo os procedimen- tos habituais. No quadro 3.11 apresentam-se os elementos mais representativos da matriz de tigidez usando no plano ordens de integracao exacta (2x2)e redu- zida (1x1). A integragdo na espessura & sempre feita com dois pontos de Gauss. No que se segue as direccSes correspondentes aos deslocamentos nodais 2 8, vao ser numeradas respectivamente por 3i-2, 3i-l e 3i. 3.4.2 - Elemento de laje de 4 nds (formilagio através dum sistena de wigas) No ponto 3.2.2 apresentou-se uma nova maneira de interpretar o ele- mento de elasticidade plana, em que se fez uma analogia com um sistema de barras centradas nos pontos de Gauss e de largura igual aos respectivos coeficientes de peso. O mesmo procedimento vai ser aplicado ao elemento de laje de 4 nds no qual se idealizara um sistema de vigas cruzadas. 3.4.2.1 - Matriz de rigidez da viga A viga que vai ser considerada foi 34 desenvolvida no ponto 3.3.2, sendo apenas necessario corrigir as parcelas de flexdo de modo a traduzir a situagao de deformagao plana e incluir os deslocamentos nodais correspondentes & rotagio por torgio como se indica na Fig. 3.38a). Os elementos da matriz de rigidez correspondentes a estes novos des~ locamentos sio facilmente quantificaveis se se pensar que a lei de variacio das rotagdes @ linear e que,numa dada secgao, a distribuigao das respectivas tensdes tangenciais, que sao paralelas Js faces superior e inferior, sao também lineares. 3.96 cop ue wl | a Tay a cone = + ogtes#azur SQu y 2p afeT ep oquawaTe op zoprBta op 2raz3eW ep soquaweTa — T1"¢ oxpend 3.97 Ento designando por a rotagao de torcdo tem-se que yer (3.158) ax Fazendo intervir a lei de Hooke para o calculo da correspondente ten so tangencial, e sendo a largura da viga igual a s, resulta que k,, «BL st? (3.159) 33 2H) 128 Amatriz de rigidez sera entao we Sim t a =12(1-v2)2 3a 0 0 eee aeae 2) 128 (kKl=z.s tt £ c + oe 2a ot ~-= -—P_, ° ee 2 = -12(1-v7)2 6a 20, i 1 2 ° 2 - =~ o o 2 2(14y) 128 2(L+v) 128 (3.160) a = 2X(1+v) 3.98 A esta matriz @ necessario adicionar outras linhas que permitem o cil- culo de momentos nas extremidades da viga devidos a se considerar a viga em esta- do de deformagao plana e por estar impedido o empenamento da secgdo por torgio. As direccdes e sentidos destes momentos so os indicados na Fig. 3.38b). As forgas nas direccSes 7 e 8 sio originadas apenas pelos deslocamen tos nas direcgies 2 5. Quando 6,=1 desenvolvem-se na seccio normal a0 eixo da viga tensdes normais cuja resultante € o momento flector Bee (3.161) i-v? 128 e que @ constante ao longo da barra. Sendo a deformagdo transversal impedida de~ Senvolverse por efeito de Poisson nas faces laterais da viga un monento m, por unidade de comprimento igual a a a, (3,162) 1-v? 128 Os momentos nodais k,) € Kg, estaticanente equivalentes @ resultante do mo- mento m, distribuido nas faces laterais da viga sao Bye? kag * Kgp Be (3.163) ma 2b De modo andloge podem calcular-se os elenentos ky, © Ki) 4. Entao a matriz (X°] que permite calcular as forcas nodais nas direc~ gdes 7 a 10 em fungio dos deslocamentos nodais 1 a 6 sera 3.99 0 ° 0 0 (3.164) ~-—e Bet 204) 24 2CL4v) 24 ~-—euet a 2C1+v) 26 2C1itv) 24 3.4.2.2, - Matriz de rigidez do elemento © clculo da matriz de rigidez do elemento de laje com uma ordem de integragdo exacta @ correspondente & determinacdo da matriz de rigidez, referi- da aos deslocamentos dos nés 1 a 4, do sistema de vigas da Pig. 3.39, Tém-se assim duas vigas em cada direccao, centradas nos pontos de Gauss e de largura 2/2 e b/2. Para 0 cfleulo do elemento k,, da matriz de rigidea do elemento de laje procede-se do seguinte modo: 1) impie-se um deslocanento 6, =1 @ estruture. Associado a este deslocamento témse os deslocamentos nodais de cada viga e con- Sequentemente as respectivas forgas nodais ii) aplicando 0 P.7.V, As forgas desenvolvidas na configurayio tomando para deslocanentos virtuais os da configuragao 6, =1 obtém-se o elemento k,.. ij 3.109 yr %E Fig. 3.39 - Sistema de vigas para o elemento de laje 3.101 Para uma aplicacio sistendtica deste procedimento é conveniente cons~ tituir matrizes [6'*] em que cada coluna contém os deslocamentos da viga ix (en que x=a,b e isl, 2) para um dado deslocamento nodal unitario do elemen to, Estas matrizes slo apresentadas para este caso no quadro 3.12. Gomo pode verificar-se na expresso (3.164) quando sio aplicadas rota~ gSes nas extremidades das vigas desenvolven-se forgas nas direcgdes 7 a 10. Para poder quantificar~se 0 trabalho destas forgas & necessirio determinar as corres~ pondentes variagdes de rotagdo ao longo das faces das vigas. Bsta determinagiio @ feita de modo andlogo ao exposto em 3.2.2.4. Em particular quando 1 de senvolven-se forgas nas direccdes 7 e 8 das vigas ia e nas direccdes 9 e 10 das vigas ib, as quais produzirao trabalho nos campos de deslocamentos virtuais em que 8, =1. Designando por 8 a rotagdo num ponto genérico do elemento, as variagSes de rotacio que interessam para as vigas ia, que se designarao por ans sGo dadas por ait = [2] xB (3.165) x 2 No quadro 3,13 apresentam-se as matrizes [A6'™] em que cada coluna contém as variagdes de rotacio ao longo das faces des vigas ix, para um dado deslocamento unitério do elemento, Observe-se que os sentidos positives das rotacbes B no elemento de laje,e das rotagdes em torno do mesmo eixo na viga ib, sao opostos, pelo que nos quadros 3.12 ¢ 3.13 as grandezas associadas a esta rotagio tém o sinal con- trario ao que se obtém das expressdes dos deslocamentos do elenento de laje. A obtengdo da matriz de rigidez do elemento segue agora os passos 3,102 Pe i a j 7 : « y , o}vlo Oo} of] oj} s @]olofojo}oj¥} of o} of of of mans i iy %, 0 o}o} ajo Oo} a} o}o}o}o} oj vio}o]o (UT) GHD = Tel v ‘| of ofojol a} of of ajolo) of o| of vio} of ofanant=- mm tr 1 ¥ 0} ojo a-]| 0} 0} 0} 0} vj o}o}o} of o ojo} alo UD GD FT 1 y v} ofofo ° ofololelo} of vjolo| of o z}o} o| of of/t-nand Ty a oj} olvjojolo o}a}ololo} of oJvjo]| oo ofa] of of o [Gna pes Hf ¥ oj) o}ojo v-]o}oj;o]o} 0) of olv) o} of of} of of g| ofojanan; t o a o/ o}ojo 0} 0; 0/}0/}0} 0] of] ofo} v} of of oj of of a (DGD 7 T ? Fi o| 0) ajolo o}vjojolo} oj oj ofo/o} ¥} oj of of of of a lenant 1-8 7 ol] ol olo le O} 0) of vjo] oj oj ofa ]o} of oj of of ¥} o| ofamncy? | | of ol o olo ojo} vl} olo} of o] of ofa] of oJ o oO] v) of@enant 1 | o| ol o o|« O}o] 0) o} vo) o) 0) ofo) sf of of of of o| vias 2-9 ttm | Fi teu =u teu u=3 a2 T=9 Le EAT = EM1- = 3 EAT =U gt =u alge ular] ulee8I aley9 (9 © T sacSoazrp) Seda sep stepou soquomesctseq - z1*¢ oxpend 3.103 Tz T @ ] 2 ty % 0 |zo]o 0 jzlojo ojo |Z Jo ofo |Z Jo Gy | Dy 6 z z z eB aoe | und o jo jolz o |ojolz jo jo jo Gio jo jo GHOF 7 0 jo jojo 0 |o]} ojo ojo Jo jo ojo [a jo 7 7 z z Zz z pt olo Z-/0 | 0 Jo ojo |F-lo olo |£-yo @ez-| wz z z z zy ey pe tio 0 fol£lo Fo jo fo To [ojo Gey -| ep; 0 j0 jo 0 0 jolol o}o jo jo ojo jojo - - z y 2 Jo] ojo oo jo |Z) Jofo Jo {2+ e-pi-| ant T T ’ 0 jo [E_lo olZ lo |o ° 2 ojo (DF ane 2 T i 0 Jo jojo ojo jo jo oo jo |o - a z 0 jE Jolo ofo jo |z ojo jo |S ent | ant z z eZ ae 9 jo joke- o jf |o jo ot jo jo G@py | GHD; 0 jo jojo ojo jo |o ojo jo lo - - Tn tft ft-fo peut rf |t jt} a3] tft jr ft-] =a] ueve ae/e i= = 2 eA = et =u y v eM] al] al] al OT ® 1 seoSoeatp seu soqamesotseg - Et¢ oxpend 3.104 definidos em 3.2.2.5: i) c@lculo da "matriz de rigidez" [K'*] de cada viga ( txhy jo my.) (3.166) xs | CK) ace [ ox it) = 7 (3.167) wea iii) determinacdo das respectivas forgas nodais cr) = (Ry IX] (3,168) woxr2 —1oxs X22 iv) calculo da contribuigéo [K**] da viga ix para a matriz el Pe de rigidez do elemento oy = peg? shy (3.169) yoxiz 12x10 10x12 v) CAleulo de matriz de rigidez do elemento de laje (kJ = cKty (3.170) 3.105 3.4.2.2.1 - Exemplo, CAleule do elemento ks» Usando as expressdes (3.160) e (3,164) e os elementos dos quadros 3.12 e 3.13 pode escrever-se que: | oO Hye | | 6 WQ-v*)a 30 | ° | 2(1+v) 12b | + 0 2a -—ti_. 8 A 12(1-v*)a 6a. A sty ad 2 Z 2(1+v) 12b | | Ev tt A 1-v? 24 By et F sv? 24 : 0 eee oe 2(1+v) 24 : 0 -—E_& 2(1+v) 24 oe iio 3 tr) = 3 aely (3.171) 3.106 Efectuando 0 produto destes valores pelos vectores de deslocamentos {65 resulta que ; wee gf Be) 2 (1? 2) 2 ee gf Bela \ l-v? 24 2 (3.172) 1 Weak #)2 Uday 26} 2 ( i ey [- B28) 1 2(1+v) 24) 2 Ev t? E th Wy 2 - e-b 1-v? 48 2C1+y) 48 © valor de k,, obtido coincide com o apresentado no quadro 3.11. 32 3.4.3 ~ Comportamento do elemento em fungao da ordem de integragao Como ja ge referiu, 0 estudo do comportamento deste tipo de elemen- tos de laje em fungdo da ordem de integragao numérica utilizada, tem merecido a atengio de muitos investigadores ao longo dos Gltimos anos, Tem-se verifica- do que a utilizagao de ordens de integracdo reduzidas e selectivas conduz dum modo geral a uma melhoria do comportamento do elemento, acarretando no entanto um inconveniente que consiste no aparecimento de modos de energia nula espiirios que, em certas situagdes, podem originar solugdes sem significado. 3.107 Para os elementos de quatro, oito e nove nés, e para diferentes or- dena de integragao, vai estudar-se 0 seu comportamento em fungio da razio t/2 © apresentar-se os respectivos modos de deformacio espiirios. Estes aspectos serio ainda interpretados 4 luz do procedimento adoptado para a formulagao dos elementos finitos a partir dum sistema de barras e do comportanento dos elemen tos de viga apresentados em 3.3.. 3.4.3.1 ~ Modos de deformagZo espirios © niimero de modos de deformagio espirios calculados @ partir da expressdo (3.120) e os realmente obtidos a partir da andlise dos valores pré- prios da matriz de rigidez [15, 16], sao apresentados no quadro 3.14, Obser verse que,no caso das lajes,em cada ponto de intersecgio devigas introduzem- ~se cinco condigées de compatibilidade, pelo que na expressio (3.120) se subs- titui 3mm por Smm. Recorde-se ainda que, como anteriormente foi dito, es- ta expressio di o ndmero minimo de mecanismos, verificando-se na situagio pre- sente que para a integracao selectiva a expressdo nao conduz ao niimero de modos espirios que realmente se verifican. 0s quatro modos espiirios do elemento de 4 nés que ocorrem com a inte~ gracdo reduzida estio representados na Fig. 3.40. Os campos de deslocamentos no 19, 32 e 49 modos nao suscitam qualquer deslocamento no sistema de vigas centra das no ponto de Gauss, pelo que a energia associada sera cbvianente mula, No 29 modo o momento torsor desenvolvido na extremidade duma das vigas anula o mo- mento que se desenvolve na direcgio 9 e 10 da outra, pelo que as forgas nodais do elemento serio nulas. Com a integragdo selectiva o 30 e 49 modo séo elimin dos, ja que a introdugao, para os efeitos de flexdo, dum sistena de 2%2 vigas implica o desenvolvimento de forgas nodais nestes campos de deslocamentos. Este 3.108 orden de Niimero de modos de energia nula espiirios integracio comes (9 de valores préprios Expresso (3.120) nulos) - (n? de mov. de corpo rigido) 2x2 12-20-3< 0 o ix 2-5-3 4 4 [rxrtee 8-12-2< 0 2 lixilk,) | 6-2-1 <1 3x3 2 -45-3< 0 0 2x2 2%-20-3=1 i 3x3[k,] | 16-27-2< 0 f o 2x20k,J | 8-8-1 <0 3x3 27-45 -3< 0 o 2x2 27-20-3 = 4 4 [axsik,J | 18-27-2<0 — z L {enews 9-8-160 Quadro 3.14 - Niimero de modos de deformacio de energia nula espiirios sistena de viges tem deslocamentos nulos no 19 modo pelo que nao & eliminado com a integragio selectiva. 0 2? modo nao & igualmente eliminado, pois que, a imposigéo de 2 rotagdes iguais nas extremidades das vigas 3 flexdo conduz a uma rotagao constante ac longo da viga e por conseguinte momentos flectores nulos (esta deformada da viga @ obtida apenas por distorgdo). As torgdes de- 3.109 senvolvidas nas vigas anulam-se do mesmo modo que na integracio reduzida, ou seja, 0s momentos torsores desenvolvidos nas extremidades das vigas paralelas a uma direcg&o so anulados pelos que se desenvolvem nas direcgdes 9 e 10 das outras No elemento de 8 nds apenas se verifica um modo espirio com a inte- geagdo reduzida, Fig. 3.41, 0 qual @ eliminado com a integracio selective. A analogia deste modo de deformagdo com 0 apresentado para o elemento plano de 8 nds, Fig. 3.28, 8 evidente, sendo a explicacdo do mesuo tipo, ou seja, as forgas de torgéo geradas em cada una das barras anulam-se mutuanente. © elemento de 9 nés apresenta 4 modos espiirios, o primeiro igual ao do elemento de 8 nds e os restantes como se representam na Fig. 3.42. Como pode verificar-se a analogia do 29 e 39 modo como apresentado na Pig. 3.29 (elemento de 9 nds de elasticidade plana) ainda se verifica pelo que as vi gas se mantém indeformadas nestes modos. Igualnente pode constatar-se que 0 49 modo no origina qualquer deslocamento no sistema de vigas. Coma integra go selectiva apenas ndo @ eliminado 0 49 modo espirio, j@ que todos os ou- tros originam flexio no sistema de vigas que para este efeito se consideram nos pontos de Gauss (3x3), 3.4.3.2 - Comportamento dos elementos em funcio da razio entre @ espessura e 0 vio 0 estudo do comportamento dos elementos de laje de quatro, oito e nove nds tem sido efectuado por diversos autores, salientando~se o trabalho de Pugh e outros [16], em que uma laje quadrada, submetida a uma carga uni formemente distribuida, foi analisada com diferentes elementos, ordem de inte gragio e relagdes t/2 (razdo entre a espessura ¢ o vao da laje). A laje foi estudada para duas hipSteses de apoio, simplesmente apoiada e perfeitamente 3.119 ; weo 80 Bay 20 ex 22 Ma00 wed a sxy 820 38 MODO 42 MODO Fig. 3.40 - Modos de deformacao espirios do elemento de 4 nds (integeagio reduzida) [18]. a tel f° ne ‘a 5 8 4 Face superior Corte A-A’ Fig. 3.41 - Medo espiirio do elemento de 8 nds (integrago reduzida) 3.1L encastrada ao longo dos bordos, sendo um quarto de laje discretizada com 16 elementos. Os respectivos resultados estio transcritos nas Fig.s 3.43, 3.44 e 3.45. Tendo presente a analogia que se vem a desenvolver para os elenen- tos de laje e ainda o comportamento individual dos elementos de viga pode obter-se uma explicagZo para os resultados expressos nes referidas figuras. 3.4.3.2.1 = Elemento de 4 nds Em 3.3.2.2 e 3.3.2.3 viu-se que o elesento de viga de 2 nds integra~ do de forma exacta conduz, mesmo para relagdes t/g velativanente elevadas, a solugdes excessivamente rigidas, e quando integrado de forma reduzida ou se~ lectiva a resultados satisfatdrios. Como pode verificar-se na Fig. 3.43 as so- luges obtidas com elementos integrados com uma crdem de 2%2 afastam-se com pletamente das exactas, enquanto que com una ordem de integragio selectiva se obt@m solusdes apenas ligeiramente mais rfgidas que as exactas. A explicagdo deste Gltimo aspecto encontra-se no facto de que, nos elementos de vigas, quando se usa a integragdo selectiva, apenas o modo de deformagio corres~ pondente & flexdo circular & calculado de forma exacta, (ver Fig. 3.33). 3.4,3.2.2 - Elementos de & e 9 nds Nestes dois elementos o sistema de barras @ constituido por vigas de 3 nds. Como foi visto em 3.3.3.2 0 elemento de viga de 3 nds, em que se condensou 0 nd central, quando calculado com integracio reduzida conduz a valores coincidentes com os exactos e quando integrado de forma exacta tem vm comportamento andlogo ao da viga de dois nds com integraco reduzida. Face superior Corte A 29 Modo (igual ao 39 rodado de 90°) 49 Modo Fig. 3.42 - Nodos espiirios do elenento de 9 nds (integragao reduzida) woo wo art (i) Simplesmente apoiada ae (ii) Eneastrada nos 4 lados oe o coe a | HE! | | ocoat | J 1 ous | - j Lil | ow} | | con Hf oll | a nae tla ae delgpéos) 090127 oono} +11 L a | ‘0012 1 |_| 1 | | | | o-oox8|-+ 1 | I} oon [ea - i}t | | © cox8 LH thf coro }-|— 7 Heil Hil oooLil_t i o ocosth pot ‘0° 1 o vo io 0 oP wo n m — inegrasto setectvat2x2) parceta Ge texdo - (11) parceta de corte Imegragdo complete (242) Fig. 3.43 - Deslocamento central duma laje quadrada submetida a uma carga uniformemente distribuida, usando elementos de 4 nds [16] 3.13 we (i) Simplesmente apoiada (ii) Eneastrada nos 4 lados at owt aoe = ems | cous Lt —| | | | oe | LE one | \ occu Igodes! 000406 ‘o.oo FL Bolugéo exacta lajes deigadas/000127 SST Erp ttt vat} { : tt cas oon } can a ven Lt aca + LI | uti Le 0 0008 1 ve co on ga ° vo “ wea 0004, 0 nus oon 000 oon 0 001s cone oor —— Imegrepde reduzida (262) aHH= negrerda completa 1313) Fig. 3.44 - Deslocamento central duma laje quadrada, submetida a uma carga uniformemente distribufda, usando elementos de 8 nos (Serendipity) [26] (i) Simplesmente apoiada MD (ii) Encastrada nos 4 (ados ae cons ; +t oats -|-— ooo - — 4 HT Solucdo exacta (lajes delgadas) 2004062 cont Splucdo exacia flees ceigacos | 00012 “1 0.0012} —| con ali 0.0010 ap 0 06 i eee w 107 0 ort 10 7 w egraséo redunda 1242) lntesrasde completa (3x3) Fig. 3.45 - Deslocamento central duma laje quadrada, submetida a uma carga uniformemente distribuida, usando elementos de 9 nos (Lagrange) [16] 3.114 No elemento de 9 nds, pelo facto de existir o nd central, os elemen= tos de viga comportan-se do modo anteriormente descrito, pelo que & de esperar resultados exactos ou praticamente exactos com a integragdo reduzida ou selec- tiva (a parcela da matriz de rigidez devida flexio das vigas é a mesma quan do calculada com 2 ou 3 pontos de Gauss (ver Fig. 3.36)) e uma solugao um pouco mais rigida que a exacta com a integrago completa, o que confirmado nos resul tados expressos na Fig. 3.45. Note-se ainda que este elemento com integragao exacta conduz a solugdes mais rigidas que o elemento de 4 nés com integragao re~ duzida, embora os elementos de viga tenham comportanento id@atico. A razio pode ri encontrar-se no facto de que no elemento de 9 nds, que se pode imaginar cons tituide por um sistema de 9 vigas, portanto mais hiperst&tico que o do elemento de 4 nds, ter maior incid&ncia o modo de deformacio das vigas correspondente a deslocamentos transversais iguais e sentidos opostos, o qual, a partir de certo valor de t/t, @ muito mais rigido que o exacta, No elemento de 8 nds a nao existéncia do nd central determina um maior condicionamento dos deslocamentos centrais das vigas. Assim se se consi~ derar uma deformada en que apenas o deslocamento transversal dum nd do meio do lado do elemento seja diferente de zero, trés dos seis elementos de viga (ou dois dos quatro na integragao reduzida) t@m uma lei de variagio linear dos des- locamentos transversais e rotagdes nulas. Esta deformada @ idéntica da viga de 2 n8s integrada de forma exacta, o que implica que a sua rigidez se torna excessiva quando ¢/% diminui. Ent&o,tanto na integrago exacta como na redu~ zida, conforme o maior ou menor condicionamento do deslocamento dos nds centrais das vigas, assim teremos maior ou menor excesso de rigidez. No caso limite duma laje simplesmente apoiada em dois lados opostos nao é de esperar excesso de ri- sidez em qualquer dos casos. 3.4.3.3 - 0 elemento "heterosis" Num dos seus trabalhos, Hughes e Cohen [15] propuseram um elemento, que designaram por "heterosis", em que as rotagdes sdo interpoladas usando 9 nds e os deslocamentos transversais usando apenas 8. Uma integragdo do tipo selectivo @ recomendado. Sendo a diferenga deste elemento em relacio ao de 9 nds apenas na lei de variagdo dos deslocamentos verticais, basta analisar em que situagdes & que esta diferenga pode prejudicar o bom comportamento que se constatou para © elemento de 9 nds. Imaginando o elemento constituido por um sistema de vi gas, de acordo com a analogia que foi apresentada nos pontos anteriores, para © caso da integragao selectiva consideran-se 2%2 vigas para as parcelas de corte. No entanto o deslocamento vertical do nd central das vigas @ obtido de modo diferente que a rotacao (0 deslocamento vertical a partir da interpolagio de deslocamentos em 8 ads e as rotagdes em 9 nés), 0 que implica uma maior constricdo aos deslocamentos verticais. Assim, quando for mobilizado o modo de defornacao da viga representado na Fig. 3.36c), & de esperar que, em alguns mo dos de deformagio do elemento, as parcelas 3u/3z e 3w/3x nao se anulem, originando deste modo um excesso de rigidez, Este efeito, no entanto, sd é sen sivel em modos de deformagao de rigidez mais elevada, ndo influenciando portan to a solugao nos problemas usuais, j@ que a maior liberdade que existe no campo de rotacdes permite que a referida anulagdo se verifique nos modos de vigidex mais baixos. Pode verificar-se finalmente que o 49 modo espiirio que se apresen tana Fig. 3.43 & eliminado ao usar para os ww apenas 8 nds. A no existén cia de modos espirios @ um dos maiores atractivos do elemento “heterosis”. 3.116 3.4.4 ~ Um novo elemento de laje rectangular de 4 nds A analogia ffsica que se apresentou para a formulagio dos elenentos finitos, para além de permitir a interpretagio do seu funcionamento “andmalo" em certas situagdes, permite ainda sugerir pistas para a sua melhoria ou mesmo servir de ponto de partida para novas formulagdes. Nesta secgao vai apresentar-se um elemento rectangular de 4 nds for~ mulado directamente a partir dum sistema de 2x2 vigas, tal como foi feito em 3.4.2.2, mas em que se substitui a matriz de rigidez (3.160) do elemento de viga por outra mais exacta. Tendo-se concluido em 3.3.2.2 que a matriz de rigidez [K°] dum elemento de viga de 2 nds de secgZo constante, & proporcional 4 matriz de ri- gidez exacta [K°], vai utilizar-se para a viga de 2 nds uma matriz de rigi- dez [K], sendo [KI = a (Key (3,173) e em que a= —1__ (3.174) 2768. . l+— 12Er Assim para um elemento de laje de dimensdes a e b vao multipli- car~se todos os elementos da matriz de rigides das vigas (exceptuando os ele~ mentos de torgao) nas direcsdes a e b respectivamente pelos factores a, © a, 3.117 a, —t (3.175) Observe-se no entento desde ja que 19 - tendo os elementos de viga um comportamento idéntico ao da viga tedrica, em que o campo de deslocamentos @ do 39 grau, se se imaginar que o sistema de vigas do elemento tem este campo de deslocamentos, nic existe no caso geral compatibi~ lidade de deslocamentos nos pontos de cruzamento das vigas, pelo que @ de esperar uma solugdo mais flexivel que a exactas 29 - este elemento nao apresenta modos de deformagio de energia nula espirios. 3.4.4.1 - Estudo numérico do elemento Para ensaiar o elemento proposto estudou-se uma laje quadrada encas onvergéncia, representacio de esforgos, trada nos4 lados do ponto de vista dé seu comportamento em fungéo da razdo entre o vio e a espessura. Por razées de simetria apenas foi considerado um quarto de laje. i) Convergéncia da solugao Para a laje submetida a uma carga uniformemente distribuida apresenta~se nas Figs. 3.46 e 3.47 a convergéncia do deslo~ camento do ponto central e do momento nessa mesma secgo quando se aumenta o niimero de elementos em que é discretiza~ da a laje. Para o deslocamento apresentam-se resultados para 3.118 duas relagées distintas de £/t. Como pode verificar-se para a relagdo 2/t = 80, quando o niimero de elementos por lado & igual a doze (NEL = 12), a solugdo & praticamente coincidente com a exacta tornando-se depois um pouco mais flexivel. Este comportamento decorre do compromisso que se verifica entre a tendéncia para uma solugdo mais rigida devido ao elemento ter lados rectilineos e a tendéncia para uma solugao mais flexivel devido 3s razdes apontadas no ponto anterior. Estudo andlogo foi efectuado para a laje submetida a uma carga concentrada no meio, Fig. 3.48,verificando-se como era de esperar uma convergéncia mais lenta mas ainda assim bastan te satisfatoria. ii) Representagio de estorcos Na Fig. 3.49 tragou-se o diagrama de momentos, ao longo do eixo dos xx da laje submetida a uma carga uniformemente distribuida. 0s resultados foram obtidos com 64 elementos em um quarto de la- je e sao comparados com uma solugao obtida por diferencas fini tas, verificando-se uma coincid@ncia quase completa. ) Comportamento em fungio da relagio t/t Para a laje submetida a uma carga uniformemente distribuida, e para NEL = 12, efectuaram-se uma série de cdlcules com diferen tes valores da espessura. Na Fig. 3.50 representa-se o valor do deslocamento em fungao da razdo entre o vao e a espessura veri- ficando-se, como era previsivel, que o elemento @ capaz de tra~ tar lajes quer sejam espessas ou muito delgadas. | 3.119 veers! | pene 0.0013- I ‘ages deigadas 00144 ee 6 0 ny ie ie NEL Fig. 3.46 - Estudo da convergéncia do deslocamento do ponto central duma laje quadrada encastrada nos quatro lados e subme~ tida a uma carga uniformenente distribuida 3,120 veo exacte pare es seigacas 02 Sono ones Me 7 naa 2s — rr rn re Fig. 3.47 - Estudo da convergéncia do momento na secgdo central duma laje quadrada, encastrada, nos 4 lados e submetida a uma carga uniformemen te distribuida vor} Solugdo excsta pore Wed. } —— ue — Tajes delgadae ‘, 06] 2 fs aes 00s vod 3 0 2 NEL Fig. 3.48 ~ Estudo da convergéncia do deslocamento do ponto central duma laje quadrada encastr, da nos 4 lados e submetida a uma carga con centrada no centro 3.121 oso. 02s. io ye — Solugio obtida com diferengas finitas, matha de 18x18 (Southwell, 1956) —Presente elemento de & n6s ones Fig. 3.49 - Distribuigio de momentos 20 longo do eixo dos xx duma laje quadrada encastrade nos 4 lados e submetida a uma carga uniforne— mente distribulda 1 00154 wed | ne aor Newsne 3 7 00 a Solugdo exacte para lages delgades = 0.00127 001 so 80 a Fig. 3.50 - Deslocamento do ponto central duma laje quadrada encastrada nos 4 lados e subme_ tida a uma carga uniformemente distribut da, em fungao da razao 2/t 3,122 3,5 = ELEMENTOS DE CASCA As estruturas de tipo casca séo as que envolvem formulagées mais com plexas que advém quer da sua geometria quer das equagdes que as regem. Assim as teorias que tém sido desenvolvidas implicam a consideragZo dum conjunto de hi~ pSteses que hes retiram a possibilidade duma aplicagdo geral. 0 método dos ele mentos finitos torna-se assim indispensivel na andlise deste tipo de problemas estruturais. Os procedimentos adoptados na andlise de cascas com 0 método dos ele mentos finitos podem ser agrupados em trés categorias: i) associagio de elementos de laje com elenentos de membrana ii) elementos simples ou duplamente curvos baseados na teoria de cascas i) elementos duplamente curvos obtidos a partir de elementos tridimensionais. © primeiro processo decorre de introdugio duma aproximagdo cuja ne~ tureza & mais Fisica que matemitica, e que consiste em admitir que 0 comporta~ mento duma casca pode ser representado adequadamente pelo comportamento duna superficie poligdrica (quando o niimero de faces cresce a superficie poliédrica converge para 4 casca). Cada uma das facetas sera um elemento plano cuja matriz de rigidez, sendo as deformacdes pequenas, ser construida & custa da associe~ so da matriz de rigidez dum elemento de laje com a de um elemento que traduza © estado plano de tenso [1]. A simplicidade de sua formlagio torna assim este procedimento atractivo, Como principais inconvenientes é de salientar a sua fra ca convergéncia e a discontinuidade de tangente entre elementos e portanto dos momentos flectores. 3.123 0s elementos pertencentes @ segunda categoria decorrem das diferen- tes teorias de casca envolvidas na sua formulagZo [20, 21, 22]. 0s primeiros esforgos foram no sentido da definigio de elementos com uma configuragio geomé- trica especifica (por exemplo cilindricos). Um outro tipo de elementos, que conduzem a simplificagdes apreciaveis em relagdo & teoria geral, sio os que podem ser considerados como abatidos, em que o estudo vem sinplificado por existir um plano de referéncia relativamente ao qual as inclinagées da super~ Heie so mito pequenas. Os elementos de casca do terceiro tipo sao baseados na formilagio isoparamétrica dos elementos tridimensionais e foram introduzidos pela primei- ra ver por Ahmad e outros [23], Este tipo de elementos permite ultrepassar as hipdteses de Kirchhoff que Limitam 0 campo de aplicabilidade is cascas del- gadas e ao mesmo tempo permite considerar superficies curvas sen qualquer com plexidade suplementar. Contudo, verificou-se uma certa incapacidade por parte deste elemento em tratar cascas muito delgades a qual foi ultrapassada median~ te a utilizagio de ordens de integracio reduzidas e/ou selectivas [14, 24]. Com esta nova possibilidade este tipo de elementos ten sido utilizado numa gran ée variedade de problemas e tem merecido um constante desenvolvimento (4, 25, 26), No que se segue vai apresentar-se 2 formlagZo do elenento de cas~ ca degenerado, como também & designado, de 8 nds, bem como o estudo da sua matriz de rigidez a partir dos respectivos valores préprios. 3.5.1 - Elemento de casca degenerado 0 estudo duma casca poder ser feito usando elementos tridimensio~ nais de 20 nds (Fig. 3.51a). No entanto a utilizacdo directa deste tipo de ele 3.124 mentos levanta alguns problemas. Em primeiro lugar a utilizagao de 3 graus de liberdade em cada né conduz a coeficientes de rigidez elevados para desloca- mentos relativos na direcgdo correspondente 3 espessura da casca. Sendo a espessura pequena comparada com as outras dimensdes (e esta cuagio ocorre mesmo nas cascas espessas) obt@n-se sistemas de equacdes mal condicionades po- dendo originar problemas nunricos na sua resolugio. Em segundo lugar a utili- zagio de varios nés através da espessura ignora o facto de que, mesmo para cas, cas espessas, a normal A superficie média mantén-se praticamente recta depois da deformagio. Tem-se entdo um niimero desnecessario de nés na espessura e por- tanto um gasto supérfluo em tempo de computador. Neste tipo de elementos sio entdo suprimidos os nds ao longo da es~ pessura e admite-se que as normais & superficie média se mantém rectas depois do elemento deformado, e que a energia de deformagio correspondente a tensbes perpendiculares 3 superficie média @ desprezavel. A condigio, usual na teoria de cascas, de que depois da deformacio a normal mantén-se normal @ abolida nesta formulagio, permitindo-se deste modo que a casca tenha deformagées devidas ao esforgo transverso (parcela importan- te nas cascas espessas). 3.5.1.1 ~ Geometria do elemento © elemento da Fig. 3.51b) tem as duas faces externas curvas ¢ as secgdes ao longo da espessura sio geradas por linhas rectas. A forma do ele~ mento pode entao ser caracterizada por pares de pontos i e i, » per- Ye me i peu eine tencentes respectivamente 4 superficie superior e inferior do elemento. Desi- gnando por ,, 0 vector definide por aqueles pares de pontos, e cujo compri, mento sera igual & espessura do elemento, tense que 3.125 dy ely (3.176) Este vector @ definido em relagdo a um sistema de eixos cartesiano global, mas, para se efectuarem as integragdes nunéricas, @ necessivio definir um sistema de eixos curvilineo, como se mostra na Fig. 3.51b),em que £ e n so coordenadas curvilineas na superficie média e ¢ uma coordenada linear na direcgao de espessura e cujos valores variam entre -1 e 1. A relagdo entre as coordenadas dos pontos da superficie média, no sistena global e no sistema de coordenadas curvilineas, tem o aspecto habitual y EN, Eon) fy (3.177) med em que N; (En) sao dados pelas expressdes (2.27) e (2.28). Se se pretende~ rem as relagdes para as coordenadas dum ponto genérico P do interior do ele~ mento, basta adicionar s coordenadas do ponto da superficie nédia P que pertence @ mesma "normal" as componentes do vector que liga esses dois pontos. Este vector ser igual a (3.178) z wis < 3.126 resultando x (x, ) ype «, 0) | % +En, 0) 2%, (3.179) i i 9 3 ® Cty J mea 3.5.1.2 - Campo de deslocamentos A "normal" no nd i tem 5 componentes de deslocamento, 3 desloca~ e 2 deslocamentos uj e vj de sua e mentos do ponto médio u;, i extremidade como pode ver-se na Fig. 3.52. Estes 5 deslocementos so suficien- tes j& que se admitiu que a normal & superficie média se mantém recta depois da deformagdo e que as tensdes normais ao plano En sao desprezdveis. Em vez de se considerarem os deslocanentos ul e v{ podem definir-se duas rotasdes , © By em torno de dois eixos ortogonais e existentes no plano normal a i. gj: Existindo una ininidede de pares de vectores nornais e ¥,; @ necessa~ rio definir um processo de os caracterizar de forma univoca. Designando por e J vectores unitarios na direcgdo x © y respectivamente, um dos vecto- res pode ser obtido a partir de = Ex¥,, (3.180) ou, se V3, tem componente nula segundo a direcgao y, por (3.181) 3,127 9) Fig. 3.51 - Elemento 3D de 20 nés e elemento 3D degenerado Fig. 3.52 - Deslocamentos nodais 3.128 obtendo-se 0 segundo vector pelo seguinte produto vectorial < < = 24 gi * Vag (3.182) Os versores destes trés vectores serao designados por = Nai A expressao que permite obter as componentes do deslocamento tv, vew no sistema global dum ponto genérico em fungio das componentes do des~ pode agora escre~ Jocamento dos nds da superficie.média u, ver-se com 0 seguinte aspecto v pe nN, (3.183) «J em que t, @0 comprimento da "normal" que conténo nd i da superficie nédia. 3.5.1.3 - Definigdo das deformagies Para se introduzir a hipdtese de que as tensdes na direcgao normal & superficie média sio despreziveis @ necessario referir as tensdes, nos pon- tos que interessem (os pontos de Gauss), a um sistema de eixos local x', y', 2’ tal que 2! seja normal & superficie média. Un vector 1, normal 3 su- perficie média pode ser definido a partir do produto vectorial de dois quais~ quer vectores tangentes a essa mesma superficie, entao 3.129 - by 22 an a6 -aL 3.184) ag an _ oe ay an 2e Seguindo um processo idéntico ao descrito no ponto anterior obt@m- ~se os vereores das direcgdes x', y' e 2} podendo eserever-se que [e1 = [¥ys Vp, ¥4] (3,185) sendo [@] afinal a matriz dos cossenos directores. As deformagdes referidas a este sistema de eixos serao entao dadas por e. {aut ax! ey av" y i y oe a feted ery: fa] Qe, (3.186) ay! ax" Veta! auerpoee ax' a2! Yyte! eaten ay! az" Para calcular {e'} tem-se que previamente calcular as derivadas de u,vew emrelagio a x,y ez, através das derivadas em relagao a Enes. {au av ae Oe au ay ay [2 oz au ox ou. em que [J] a matriz Jacobiano oi-|= Para se obterem os elementos de ay de a 8 by be an an ay 2 a8 priada mdanga de sistema de eixos Pact ie Amatriz ([B'] &) nr" = Cel” du av ae 8 au ay an an bu av az a tet} au av ax ax buy ay by au ay a2 oe 3.130 au aE | & (3.187) an Be am (3.188) basta agora efectuar a apro- a (3.189) que relaciona as deformagdes num ponto com os des~ locamentos nodais pode agora ser determinada 3.131 fe) = BY fo, v (3.190) ye Mp Ops em que n 0 niimero de nds do elemento. 3.5.1.4 - Relagio entre tensdes e deformacdes. Matriz de rigidez A relacio entre tensdes e deformagées ten o aspecto habitual {o'} = [D] fe") (3.191) em que @ matriz de elasticidade [D] @ a mesma que foi estabelecida para as lajes na expresso (3.157). Para a matriz de rigidez resulta finalmente que Ck] = | (s'}" [p} CB'Jav (3.192) v Para um elemento de 8 nds a integragio numérica @ feita usando 2 pontos de Gauss na espessura, e na superficie fn 3x3 para a integragio exactae 2x2 para a reduzida. Nas ordens de integragéo selectiva edopta~se 3x3. pontos de Gauss para a parcela de flexfo e apenas 22 nas parcelas de corte e membrana (ou somente numa delas). 3.5.1.5 - Calculo das tensoes Depois da obtengao dos deslocamentos {5} podem calcular-se, no sistema de eixos local x', y', z', as tensdes num dado ponto a partir de {ot} = [p} (a'] {8} (3,193) A determinagao das tenses no sistema global implica a seguinte transformagio 3.132 [ol = fe] fo tel (3.194) em que ye Tex Cyn oe a t 2195 xy Oy zy (3.195) Tae Tye o 3.5.2 - 0 elemento de ci vm sistema de barras ca_reinterpretado co 0 procedimento adoptado para o elemento de elasticidade plana e para o elemento de laje, que consiste em obter a matriz de rigidez do elemen- to a partir dum sistema de barras centradas nos pontos de Gauss, pode ser es- tendido ao elemento de casca. Para isso é necessdrio em primeiro lugar estudar © comportamento dum elemento de viga curva, o que implica obviamente uma maior complexidade na formulaglo, Pensase que este estudo tera interesse em ser de~ senvolvido em trabalhos posteriores utilizendo-se apenas neste momento as con~ clusdes anteriormente obtidas para as lajes e elementos de elasticidade plana (0 que @ razofvel pelo menos em cascas abatidas). Assim as conclusdes tiradas para os modes de deformagio espirios e o comportamento dos elementos em fungao da razio 2/t podem ser generalizadas, como se constatara no estudo da ma~ triz de rigidez do elemento de 8 nds que a seguir se apresenta. 3.5.3 - Andlise da matriz de rigidez do elemento de casca de 8 nds A matriz de rigidez dum elemento pode ser melhor estudada se trans~ formada para a cua forma candnica [27], isto @,representando-a na base dos seus vectores préprios. 3,133 Gono se sabe a relagio entre as forgas {£} e os deslocamentos {a} num problema estatico & ({k] {a} = {£} (3,196) eo vector {a} pode escrever~se como fa} = [6] {od (3.197) em que [] & a matriz dos vectores préprios do seguinte problema de valores préprios (KJ {x} = A {x} (3.198) e {a) 0 vector das coordenadas generalizadas. Substituindo (3.197) em (3.196) e pré-multiplicando por [é]" re~ sulta que (oF (K] [6] fo) = COT Ce) (3.199) sendo portanto [6]" [Kk] [6] a matriz de rigidez na sua forma candnica te)” cel £4] = tA) (3.200) onde [A] @ a matriz diagonal constituida pelos valores préprios 1,. Os vectores prdprios [9] sio os modos de deformagao de estrutura a que corresponde a matriz de rigidez [K] a rigidez associada ao mo- do de deformacao 3.134 Se [K] for a matriz de rigidez dum elemento sem qualquer ligagao ao exterior, @ necessario adicionar uma constante @ ao elemento da diagonal principal da matriz de modo a torné-la positiva definida. 0 problema de valo~ res proprios @ agora ((k] + B{T) fy} = QO +8) fy} (3.201) ou eee (Rl fy} =" Gt obtendo-se os valores prprios que interessam a partir de wee (3.202) Para um elemento de casca plano de 8 nds com razdes t/t = 20 ¢ B/t = 200 e com uma ordem de integragio completa (3%3%*2) determinaram-se os correspondentes valores préprios e modos de deformagio que se mostram na Fig. 3.53. Os seis primeiros modos, aos quais esta associada uma rigidez nula, correspondem aos seis movimentos de corpo rigido. 0 7?modo corresponde auma tor, gio e do 89 ao 119 predomina 0 efeito de flexdo, como também pode confirmar-se pelo facto da razdo entre a rigidez dos elementos ser aproximadamente igual a0 cubo da razio entre as respectivas espessuras. Na Fig, 3.54 representam-se com mais pormenor os modos de deformagao por flexio nos quais se verifica que as vigas que constituem o sistema de vigas s6 sofren flexao circular, Os modos seguintes podem agrupar~se em dois conjuntos, o primeiro em que predominam as deformagdes por distorgdo e um segundo em que a deformada se desenvolve no pla- no (w, ae 8 nulos). Como pode constatar-se a razéo entre a rigidez dos 3.135 E=210000, 2016 9223 ao0sz2 10° ne 122 4 ao = i i eee H] uedeowe | Nace superar / eve be roe. | Hl / hee / ey / z z eee wre Lee vee a 60 ya wna 29° 30° ne eon. TT a t <4 ’ f 1 ws i \ i race supe! \ \ enter ror \ tages | i \ | \ 20K600 ae met aes 32° e 33° ue e 35° eo r a - \ ‘ eta | I \ [| wsqpee i } \ } 1] ras super | } | | Sere Rtas] | \ I / 7 \ 228880 800 38° ee ' / i } i \ N I\ t \ \ \ \ \ ! : \ ! 4 1 < - 1 “Ex i oe 3 = ~- suosto suoie ‘asus ‘oes su2 Fig. 3.53 (Continuagao) 3.138 elenentos & sproximadamente igual 4 razdo entre as espessuras dos mesnos. De facto a rigidez distorcional e axial dos elementos de viga € directamente pro- porcional & espessura. Na Fig. 3.54 representa-se mais detalhadanente a defor- mada do 139 modo, em que a deformagio por distorgio predomina. 0s modos de deformagio dos mesmos elementos foram tasbém calculados com uma ordem de integragao reduzida (2x2%2). No quadro 3.15 apresentam-se os respectivos valores préprios bem como uma indicagdo dos modos de deformagao eu vefer@ncia as Figs. 3.53 e 3.55. Com esta ordem de integragéo ocorrem, para além dos 6 modos de deformagio correspondentes aos movimentos de corpos rigidos, mais dois modos de energia nula espirios, representados na Fig. 3.55, e que ja foram discutidos em 3.2.5.2 e 3.4.3.1. Dos restantes, do 149 ao 209 nodo veri- fica-se uma diferenga radical em relagio aos que se obtiveram com a orden de integragao completa, enquanto que para os outros ha uma nitida correspondéncia. Aquela diferenga decorre claramente do comportamento dos elementos de viga, que constituen o sistema com que se pode idealizar o elemento de casca, para defor~ magdes por corte em fungdo da ordem de integragao, e que foi descrito na Fig. 3.36. Como se mostrou, usando uma ordem de integragao com dois pontos de Gauss o elemento de viga pode reproduzir de forma exacta a rigidez correspondente a une defornagio resultante da imposicgdo nas extremidades da viga de um par de deslocamentos iguais e de sinais contrarios na direcgao normal ao eixo. Esta deformada @ obtida essencialmente por flexdo na solucio exacta (para vigas que no sejam muito espessas) enquanto que, com a integragao exacta (3 pontos de Gauss), ela @ obtida fundamentalmente por distorgao. Daqui decorre, que, tao- bém neste caso, do 149 ao 209 modo de deformagio a razao entre a rigidez dos dois elementos (com 2/t = 20 e 2/t = 200) & aproximadamente igual ao cubo da razdo entre as respectivas espessuras, como se pode verificar no qua~ dro 3.15. Do 219 modo em diante existe uma correspondéncia entre os valores 3.139 Nimero de ordem Valor préprio para t, =0.1 Modo de deformacao Valor préprio para t)= 0.01 a 2 ma o ee de corpo o 7@ 0 Fig. 3.55 0 a 0 Fig. 3.55 ° 92 © 109 4,252 109 © 119 da Fig.3.53} — 0,004225 ne 6,620 79 da Fig. 3.53 0,006724 128 8,526 99 da Fig. 3.53 0008464 139 13,374 80 da Fig. 3.53 0,01339 14 13,403 Fig. 3.55 0,01353 152 © 169 23,600 169 e 172 da Fig.3.53| — 0,02372 17e 28,090 130 da Fig. 3.53 0,02822 189 30,803 15° da Fig. 3.53 0,03098 199 e 209 46,649 189 ¢ 199 da Fig.3.53} — 0,04666 2g 2521,0 209 da Fig. 3.53 251,22 229 e 239 6321,8 220 © 230 da Fig.3.53] 632,02 249 7551,6 209 da Fig. 3.53 754,60 252 © 269 8937,8 250 © 269 da Fig.3.53| 892,81 279 9620,5 279 da Fig. 3.53 962,24 280 10379 282 da Fig. 3.53 1038,1 299 18104 299 da Fig. 3.53 1810,5 309 22632 30° da Fig. 3.53 2262,9 319 e 329 23784 320 0330 da Fig.3.53 237546 339 24137 319 da Fig. 3.53 2413,8 349 © 359 32888 349 @ 359 da Fig.3.53| 3289,0 369 38758 379 da Pig. 3.53 3876,3 379 41820 389 da Fig. 3.53 4182,2 380 42750 369 da Fig. 3.53 4273,2 399 © 409 93408 399 e 409 da Fig.3.53] 9341,2 QUADRO 3.15 - Valores e vectores prdprios de um elemento de casca de 8 nés com integracdo reduzida - “| Elemento de ‘4 9° MODO 0.07 3.140 © M000, 087 5 Seccdo A-Av ool Seco 8-8" 10° MODO 2022-001. .go15:0021 0038 ~ Secgiio A-A’ Secgdo A-A’ 43° MODO 43° MODO hw 20.099 9.0037 6 :0042 -oon2 cos} Seccéo 8-8" Secedo A-A’ Fig. 3.54 - Estudo de alguns modos de deformagao do elemento de casca de 8 nds com integragao completa A Ton nx Po, A PAS Z fos "7 4 sérotosses i \ face superior | / 1 1 i \ Face superior Hi \ i \ deride Us rotegdesh y \ \ Wess. i a7 Vi VY veo 0 a +” dimensBen 2062.04 5 10.000 18 Fig. 3.55 - Valores e vectores préprios de_um elemento de casca de 8 nds com integracdo reduzida (222) 3.141 obtidos com as duas ordens de integragéo. Nos modos em que apenas u e V sio diferentes de zero os valores préprios praticamente pouco variam com a ordem de integragio ja que a matriz de rigidez das barras, para aqueles des~ Locanentos, ¢ a mesma com dois ou trés pontos de Gauss. Nos outros as defor~ madas so essencialnente devidas a rotages nos nds, sendo os deslocamentos verticais muito pequenos, implicando por isso que nao se verifica o cancela~ mento, que se evidenciou na Fig. 3.36b), das parcelas de distorgio. Estes resultados esto om concordancia com as conclusdes obtidas em 3.4,2.2.2 sobre a excessiva rigidez que se obtém no elemento de laje de 8 nds, mesmo com integracio reduzida, quando a espessura da laje & pequena, 3.5.4 ~ Exemplo numérico Gom 0 elenento de casca de 8 nds desenvolveu-se um programa que per- mite o calculo de cascas em regime elastico e também como adiante se vera em regime din@mico. Como aplicagdo apresenta-se na Fig. 3.56 0 estudo duma laje (caso particular duma casca em que os esforcos de membrana so nulos) quadrada sin- plesmente apoiada de espessura variavel e submetida a uma carga também varia~ vel. Metade da laje foi discretizada com 8 elementos e usou-se uma ordem de integracfo reduzida (2%2x2). Dos resultados apresentados pode verificar-se que mesmo com uma malha pouco apertada a solugdo compara mito bem com a apresentada por Timoshenko [28]. Em termos de momentos flectores, obteve~se no ponto central uma diferenga de 3%. 3,142 y Solicitagao ® © 80 kN ym? TORN /m?. atte) ® E ® ® Voriagéo do espessura T———1 @ _ % LOm \ + 49m DESLOCAMENTOS (x=4.0) 20 40 60 ao op noMEF, Timoshenko [28] wlem) Fig. 3.56 - Laje quadrada com espessura variavel e carga variavel 3.143 3.6 - CONCLUSOES Apresentou-se a formulagio de elementos finitos apropriados pera a resolugio de problemas de elasticidade plana, vigas, lajes e cascas. Uma nova interpretagdo dos elementos finitos, que idealiza o ele- mento como um sistema de barras convenientemente escolhidas e localizadas, permitiu desenvolver uma formlagao da matric de rigidez a partir deste novo ponto de vista, que se designou por formulagao a partir dum sistema de ba: Mostrou-se que este procedimento aplicado a elementos rectangulares de elasti cidade plana e lajes conduz aos mesmos resultados da formulagio classica. Este procedimento, que leva a uma interpretagdo ffsice de técnica numérica que é 0 método dos elementos finitos, permitiu obter uma explicagéo para os modos de energia nula que ocorrem com as ordens de integragio reduzida ou selectiva e, principaluente, explicar as razdes da excessive rigidez em certos problemas de sdlidos quase incompressiveis e lajes delgadas quando se usa uma orden de integracgao completa (e correspondentes melhorias com ordens de integracao mais baixas). Elementos de viga de 2 e 3 nds, em que se consideram as rotagées independentes dos deslocamentos verticais, foram estudados detalhadamente, salientando-se a conclusao de que a matriz de rigidez do elemento de 2 nds, com integrago exacta, @ proporcional & solucdo tedrica e a do elemento de 3 nds, com integragdo reduzida,coincide com a tedrica. Para o elemento de 2 nds com integragao reduzida e o de 3 com integragio exacta explicou-se o seu bom comportamento. Com uma formulagdo através dum sistema de barras apresentou-se um novo elemento de laje rectangular de 4 nds. Efectuaram-se alguns ensaios aumé, ricos em que ficou demonstrada a sua capacidade de traduzir tanto lajes espes sas cono delgadas nao apresentando modos de energia nula espirios.

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