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—— Estratégias de Leitura “Este 6, a nosso ver, 0 pecado capital da escola piblica mal direcionada: assune 0 compromisso de ensinar toda a populagio 4 ler, mas cumpre o compromisso pela metade. Os alunos chegam 4 ler, mas apenas decodifcando os textos, sem aleancar a compreensao verdadeira nem, muito menos, a capacidade de critica, Hudem-se com o que léem, porque estd impresso, acetam tudo que véem escrito, nao sao auténomos diante do 1exo” (Molina, 1992:1)). 1 LEITURA E SUAS TECNICAS A pesquisadora norte-americana Dolores Di pelos professores as atividades que visam desem (Molina, 1992:2). Isto talvez se deva ao fato de. alunos consideram que o ensino da leitura fundamental. Um engano de custo no di ng afirma que pouca atengiio € identficagao de palavras, compreensao e velocidad 6 ‘competente reconhece a incompletude do discurso, leva em consideracao pressupostos e subentendidos, © contexto situacional ¢ hist6rico, a intertextualidade, explicta os processos de significacio do texto, 0s mecanismos de producdo de sentido; |, reconhece a formagao discursiva (0 que é possivel dizer) ea formacao ideol6gica, tal tipo de leitor é eritico e nio mero reprodutor daquilo que 0 autor disse (eitura parafrastica); ele confronta as informagdes do texto com a realidade, constr6i a Ieitura, porque sabe que a linguagem ¢ lugar de contronto ideot6gico. ‘Segundo Molina (1922:22), um bom leitor seria capaz de praticar 0s niveis de Mortiner J. Adler ¢ Charles van Doren, em Como ler um livro: Ser agradavel e prazerosa, é empreendida com finalidade pritica, pos tem algum tipo de compromisso com o resultado que o leitor espera de seu esforgo. Nesse caso, Ié-se para aprender. Importa também questionar 0 que se 1é. Vejamos, pormenorizadamente: 1. Leitura elementar: leitura bésica ou inicial. Ao leitor eabe reconhecer cada palavra de uma pagina, Leitor que dispoe de treinamento basico e adquiriu rudimentos da arte de ler. 2. Leitura inspecional: caracteriza-se pelo tempo estabelecido para a leitura. ‘Arte de folhcarsistematicamente. 3. Leitura analitica: 6 minuciosa, completa, a melhor que o leitoré capaz. de fazer. E ativa em grau elevado. Tem em vista principalmente o entendi- mento, wra sintdpica: leivura comparativa de quem 1é mando: i. Nivel ativo ¢ laborioso da tos livros, corre- ‘competente transita & . Esse tipo de leitor nilo se Os quatro niveis de leitura sdo cumulativos. Um xra porque reconhece nela font {que estariam a sua disposigdo quando necessério. Leitor que aceita indicagoes de thas nfo se fina nela, & capaz de escolher, de buscar novos materais de letura, novas informagées para fundamentar seus argumentos. se que nao ha uma leitura t0-sot ferentes exigem diferentes es- itura diversa daquela que se realiza alavra © um texto de cada vez, continua com uma palavra e um texto de cada vez, € © aprendizado jamais ccssa”, Uma pritica de leitura bastante difundida ¢ a técnica SQ3R, de Morgan e Deese; cla compreende cinco etapas: 1 2. 3. 4, 5. Survey (levantamento), Question (pergunta), Recite (repeti¢io) . Review (revisto). 1992:33), por sua vez, apoiando-se nessas tScnicas, propde que a leitura fando-se em consideragio os seguintes pasos: Visto geral do c: Questionamento despertado pelo texto, Estudo do vocabulirio Linguagem nao verbal Esséncia do texto, Sintese do texto. Avaliagao, L.1 Visio geral do capitulo ° srifos, Cional do capitulo, rificard a estrutura do capitulo, os tiulos ¢ subtitulos. Observard ainda: wanho e estilo dos caracteres, maitsculas. Trata-se da leitura inspe- leitor nesta etapa busca resposta para as seguintes questées: 1. Qual o assunto tratado no capitulo? 2. Qual a ordem das idéias expostas? 1.2 Questionamento despertado pelo texto Bm seguida, ensina a ques subtitulos em quest nar. Por exemplo, deve-se comegar transformando "Caracteristicas do Sol” = "Quais so as caracteristicas do Sol?" Ds cchegar a uma conclusdo é um passo: "A base do pensamento critico & a capacidade de interrogar a si proprio e 20 mundo em geral" (Molina, 199237) 1.3 Estudo do vocabulirio Imente, fata esforgo para compreender a palavra desconhecida dentro do contexto. es, o proprio contexto oferece o significado, através de uma definigdo. Suponha- se um texto de estudos literatios: A palavra poesia vem do grego poi prorsa: linguagem direta A pagina 94.0 mesmo autor apresenta 0 conceito io metaforica do ‘eu’, cujo resultado, o poema, pode ser ‘em verso ou em ‘pros ia vem explicitada no pr6prio texto. itor pode chegar a . poderse valer de como: isto 6, ou Sea, ou, aposto, ou Outra forma de conhecer o significado das palavras através do contexto é utilizar ‘a inferéncia. Suponhas tinica agtio, ou conflito, ow ainda de uma tinica intimamente relacionada coma concentraao de efeitos aborrece as digressoes, as divagagées, 0s excessos” Ora, mesmo desconhecendo 0 significado de digressdes € possivel inferit seu significado: concentragio de efeitos € reunifo, concurs0, convergéncia, cenraizagao, condensagao de efeitos. Se 0 conto exige que os efeitos estejam concentratos, conden sados, € possivel inferior que digressdo tem efeito contrério (pois ele aborrece a igressio). Entlo, digressdo seré desvio da concentragzo, divagacto. Em ver de um efeito concentrado, ha varios, ou efeito disperso. O significado de uma palavra pode também ser deduzido de um texto, atertando-se para o contraste de idéias que o texto salienta, Suponha-se: “De onde se segue que a primeira caracteristica estrutural da novela é sua pluralidade dramética: ao invés do conto, que gira em torno de um conflit, a novela focaliza varios. E cada um deles apresenta comeco, meio ¢ fim” (Moisés, 19942113). Que é pluraidade dramética? Ora, se 0 conto focaliza um confit Gnico, a novela contempla virios ncleos dramticos, Plualidade dramética€, portato, diversdade de dramas, de conflitos Se 0 contexto a anilise das palavras nfo explicitam 0 significado, core-se a0 diciondrio, lembrando-se de que é preciso ler 0 verbete até 0 final dele e escolher uma Aacepe20 que se encaixa no contexto em que a palavra aparece. Recuse- ‘comportamento da consulta mecinica e da utlizagio inadvertida da primeira palavra do ‘verbete pesquisado. estudante deve ter conhecimento sobre como consultar 0 se primeiramente as paginas hd pessoas que desconhecem a ordem das letras do alfabeto. CCabe ainda destacar que se deve distinguir termo de palavra. Enquanto uma palavra desconhecida deve ser procurada no dicioniio, o termo j aparece definido no préprio texto; ele nio oferece possibilidade de ambigiidade. Veja-sc: A palavra papel tem imprimir, desenhar, embru ‘maneiras de se comportar que se esperam de qualquer i posicdo constitem 0 papel associado com aquela Lakatos, 1995a:98), Outro exemplo: “Testemunha 6 a pessoa que, perante a autoridade judicidria, declara o que sabe a respeito do fato criminoso e de suas circunsidincias” (Mirabete, 1995:254). E ainda outro: “Cultura organizacional é um conjunto de valores, expressos em elementos simbélicos e em préticas organizacionais, que em sua capacidade de ordenar, ‘atribuir significagées, construir a identidade organizacional, tanto agem como ‘elementos de cor consenso, como expressam ¢ instrumentalizam leury e Fleury, 1995:27). ‘Ao estudar tum texto € preciso estar atento aos ermos empregados. Este procedi ‘mento desenwolve 0 vocabuliio téenico. Em geral, os termos técnicos sto grafados em iudico, negrto (bold), em caracteres maitisculos, ou entre aspas, ou com outro destaque. Finalmente, 08 autores de livros técnicos costumam, em geral, definir ou conceituar os termos técnicos. © esto do vocal que 0 fazem com base cexatas, de arte ou de rel f E vocabulério de pecilho para a Em seguida, o I ‘a do dicionsrio, lendo todo o verbete © anotando aquela pal ido mais aproximado para o texto. Finalmente, nao deve limitar-se& procura de uma palavra tio-somente; verificaré as palavras que sio da mestna famflia etimol6gica. Suponha-se que o estudante des ia. Nao deve reduzir sua procura a esse Voeabulo, mas ampliar sua pesquisa, consultando os ‘outros verbetes: Neurologia: parte da medicina que estuda as doengas do sistema nervoso; nevrologia. Proxima a essa palavra, encontram-se: neurografia neurologia em da familia de palavras aqui ito € completa; visa apenas mostrar que é las as palavras e que algumas das que esto ai na lista ‘aparecem em conversas; no so, portanto, palavras esdriixulas. Outro procedimento adequado para a ampliaglo do vocabulirio & pesquisar a ctimologia da palavra: neuro = do grego nefiron = nervo logia = do grego légos = tratado, estudo, ciéncia cconstruidas pelo estudante. Ensina M “Para que as palavras nor empregé-las, incorpord-las aos primeiro passo para conhecer novas Rever a historia da formagao das palavras€ também um processo realizar 0 estudo das palavras. Por exemple: Pachecada, pachecal, pachequice, pachequismo, acacianismo e acaciano sto ‘vocdbulos derivados de duas personagens de Eea de Queirés: Pacheco é um tipo de figurao ridiculo; aparece numa carta de A correspondéncia de Fradique Mendes. Acacio € personagem que car uma pessoa ridicula, que se exprime por sentengas convencionais, vazias de sentido; aparece em O primo Basilio HG outros exemplos, como tartufo, tartuficar, tartufice, tartufismo, palavras

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