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Da Armaria e da Heraldica Portuguesa Contemporanea E conhecida a pobreza da armaria e herdldica portuguesa, mas um estudo sobre o assunto, ainda nao foi feito. Dizer-se que a heraldica portuguesa é pobre e n&o apontar os exem- plos ou, pelo menos, mostrar o outro termo de comparagao, nao tem sido realizado. Para assunto tao vasto, seria possivelmente um traba- Tho que levaria anos, mas para isso é que ha os chamados grupos de trabalho apoiados cientificamente, pelas Acade- mias ou quaisquer outros tipos de Associagées culturais. Mas deve ser alguma deficiéncia, na nossa educagao por- tuguesa, para se ndo conseguir produzir trabalhos de grupo, de nivel cientifico — cultural. E, com o desenvolvimento que os estudos estéo a tomar, cada vez se torna mais dificil, publicar na altura propria, trabalhos similares aos que correm, pela Europa. Sobre este assunto, sabe-se que com o apoio da seccéo de computadores da grande empresa holandesa Philips, esta um grupo de pessoas a receber os resultados da comparagao dos brasédes do século XII e XIII da regiéo do Benelux e das regides francesa e alema limitrofes. Os resultados de parentesco que a heraldica tem descoberto, desconhecido dos genealogistas ¢ anormal. Este trabalho que esta a come- car, pois sé conta com quatro ou cinco anos de esforgos é exemplo, de tarefa de grupo. Lembram-nos que no I.P.H. foi proposto um trabalho de grupo, pelo sécio Jorge de Moser, para se fazer um estudo individual, dos brasdes de armas estrangeiros usados, pelos 112 BOLETIM DE TRABALH! 5 HISTORICOS portugueses ... Essa proposta nao foi avante e, quantas outras similares poderao ter havido até hoje, sem terem tido a opor- tunidade da sua realizacio? O pequeno trabalho que se segue, devera ser apenas considerado como a introdugdo a qualquer estudo mais vasto, no campo da armaria e herdldica portuguesa. Para isso, esta é a nossa bem pequena colaboragao e contribuicdo, que teve como base os dois trabalhos de Rui Dique Travassos Valvez citados na bibliografia. % Em pleno século XVII, o grande genealogista Alao de Morais’, escrevia: «Os Meyrelles tem as mesmas armas que os de Meyra...» Ha muito jad que os especialistas tinham notado a pobreza do nosso armorial. Mas este autor, bom politico e pessoa inteligente informou a verdade, mas exem- plificou errado, assim ninguém se melindraria. Ha de facto no armorial portugués brasdes iguais, para familias diferentes: 1. Em que o brasaio de armas é igual o exemplo sera: Madeira e Medeiro; Queiréds e Ramalho. 1.1. Em que o escudo é igual e, possivelmente da mesma familia Barbosa e Barbalonga. 1.2. Mas o mais estranho é 0 caso de Chacim e Pequim. Estes dois escudos de armas sao muito similares. Mas se compararmos os Pequins aos Chacins da Galiza verifica-se que so iguais. 1.2.1. Seria o antigo escudo da nobilissima familia dos Chacins o que hoje se designa em Portugal, por Pequim? E um ramo desta, o chamado Chacim é que heraldicamente se diferenciou? 1 MORAIS, Cristovao Alao de, Pedatura Lusitana, 4 (1), p. 122. BOLETIM DE TRABALHOS HISTORICOS 113 2. Em que os escudos sao iguais: Avila (do Continente) e Castro (legitimos); Negreiro e Preto; Peixoto (antigo) ¢ Godins; Cotrim e Peixoto (outros); Marinho, Mata e Mota; Albuquerques (antigos), Aldana, Lago (outros) e Maldonado; Adarga, Alpoim, Carrilho e Guedes; Barbudo e Tavares; Lemos e Taborda; Pato e Pais (de Paio Rodrigues); Gama e Ulhoa; Matela e Martel; Atouguia, Beja, Correia (Srs. de Belas), Franco (outros) e Peres; Borreco e Cordeiro; Beja (outros) e Veiga (de Vila Vicosa); Galhardo e Gurgel; Ataide e Viegas; Unha e Paim; Azambuja, Barahona, Botelho, Ca- lado, Pegado e Privado; Amaral (de Domingos Joanes) e Miranda ... 3. Ha também timbres iguais, o que se deve a coinci- déncia das pecas do escudo. Nao deixa contudo de ser empobrecedor do nosso armo- rial, esse facto na medida em que até é uma das caracteris- ticas, que o distingue do brasonario castelhano, cuja regra geral € nao terem timbres especificos, mas trés ou quatro plumas. 3.1. Numa colheita, nfo exaustiva, pois nao se pesqui- sou timbres com dguias, ledes carregados ou empunhando qualquer pega, obteve-se esta lista incipiente: 3.2. Barbata e Barradas; Guedes, Huet, Leite (antigo) e Mata; Guarda e Martelo; Afonso, Guevara e Serrao; Car- reiro, Atouguia, Parente, Nobel e Sepulveda; Barbosa, Gon- calves, Noronha e Silva; Castros (legitimos) e Coelho (de Nicolau Coelho); Couceiro, Frota e Montoia (outros); Achioli, Barros (de Francisco de Barros) e Vasques; Arnau, Betten- court e Esmeraldo; Aussi, Borges e Colaco; Beleza e Simdes; Bouchard, Ferrao, Gurgel, Madureira, Nunes (outros) e Sem; Brito e Sousa Chichorro; Castclo-Branco e Gil (de Mestre Gil); Guimaraes (outros) e Valadares; Lacerda, Lima (mo- derno) e Perestrelo; Leéo, Manrique, Moreta, Osma, Queirds, Ramos e Supico. E evidente que estes exemplos contém escudos de armas indegenadas. Ser4 valido, por essa razaio fazer-se uma lis- tagem deste género? Lg BOLETIM DE TRABALHOS HISTORICOS Poderemos focar a validade desta listagem, de outra forma: ser correcto inventariarem-se brasdes de armas de épocas diferentes? De qualquer forma, sao brasdes de armas do actual armorial portugués. Infelizmente nfo s&o apenas estes casos, que directa- mente empobrecem o nosso armorial. TAo trdgico ou talvez pior, é 6 caso de ao mesmo apelido serem dadas armas iguais. Nao é levada em linha de conta nao haver consanguinidade. S4o, em nosso entender, estas duas caracteristicas que mais empobrecem o armorial portugués: escudo de armas igual em familias de diferentes apelidos; e braséo de armas igual, para familias diferentes, com apelido idéntico. Para além destas duas caracteristicas, de primeira gran- deza, ha outras, mas que nao sao tao flagrantes. Eo caso de certas pegas estarem ausentes da nossa heraldica, como é 0 caso do palio, sem falar na_ série de animais fabulosos que nao temos, cruzes de variadas formas?... Mas nem tudo € negativo. Deve-se aos portugueses a cria- cao, na heraldica, da peca «Cruz de Cristo» e uma grande difuséo, da conhecida esfera armilar, da caderna e do terno. No léxico, criaram os portugueses dois vocdbulos heral- dicos: caderna e terno, Alias s&o pegas caracteristicas da armaria portuguesa, que os estrangeiros téem sérias dificul- dades em traduzir. Mas em contra partida o vocabulério tenico que o século XVII legou ao século seguinte foi uma pesada heranga. Quando se escreve a descrig&o herdldica dum escudo é vulgar lér-se esta redundancia: «partido em pala», «cortado em faxa». Ou enta&o quando se lé: trés pecas em roquete. Em roquete, significa a posicdo relativa entre trés pegas: duas em baixo e uma em cima. Contudo os técnicos da 2 Ao Visconde de Sao Clemente de Basto foi-lhe passada a C.B.A., Lix. 10-X11-1892, em que no 1° ¢ 4° quartel esta uma cruz floreteada. Peca esta usada pela primeira vez em Portugal. BOLETIM DE TRABALHOS HISTORICOS iis armaria escreviam, normalmente, esta palavra com o signi- ficado inverso: duas pecas em cima e uma em baixo!>*. O armorial que os séculos foi aumentando e finalmente nos legou, em alguns aspectos nado estaré correcto. E, até duma forma nao sistematica, foram-se apontando erros: Braancamp Freire, por exemplo, aponta alguns casos de ma herdldica, tais como o de Soares, de Albergaria* e os de Andrade *. O ter-se hoje na heraldica um conjunto pobre, talvez se deva ao facto de nao ter sido devidamente tratado, caso a caso. E teriamos ja hoje determinados problemas resol- vidos. E o caso do trabalho de Alves de Azevedo sobre a designagao incorrecta de Sousas, do Prado, pela que deveria ser usada: Sousa Chichorro*, e que no século XVIII designa- vam correctamente, por este nome’. Mas neste assunto, pode-se por um problema a consi- derag&o do leitor: Nos enxequetados, por exemplo, de ouro e azul, 0 enxa- drezado devera comecar por metal e terminar pelo esmalte. Sera assim? 1. Se é um escudo de armas medieval, ndo sera de duvidar o numero fixo de tantas pecas em pala e em faxa? 2. Se por acaso o enxequetado comegar e acabar no metal ou no mesmo esmalte, poderd ser considerado um enxequetado, como é caso do 1.’ e 4.° quarteis de Aboim?* 3. FERREIRA, Guliherme Luis dos Santos, op. cit., 32 Parte, p. 143 Se bem que Anselmo Braancamp FREIRE, Armaria Portuguesa, na pagela que antecede a obra, na p. I, lin. 17-18 se Teja: «trés figuras so postas 2 I, isto é em roquete; ...». 4 FREIRE, Anselmo Braancamp, Armaria Portuguesa, p. 9. Nota (*). 5 Idem, p. 33. 6 AZEVEDO, Francisco de Simas Alves de, As Armas dos Sousas ditos do Prado. 7 VALLEMONT, Abade de, Elementos de Histéria, 8 FREIRE, Anselmo Braancamp, op. cit., p. 2. * vol. p. 98. 116 BOLETIM DE TRABALHOS HISTORICOS 2.1. Mas o mais estranho é ver-se 0 «Livro do Armeiro- -Mor», onde as armas da familia Aboim sdo apresentadas com um enxequetado de azul e ouro, de quatro pegas em faxa € cinco em pala’! As influéncias, que todas as épocas, deixaram na armaria portuguesa é bem evidente. O periodo da expansio, pelo Marrocos, trouxe uma série de cartas de armas, de mercé nova, que sio muito caracte- risticas. Também as cartas de armas, de mercé nova, passadas aos descobridores tém as suas peculiaridades. O periodo cuja originalidade se pode comparar a estas duas épocas, em relagéo ao armorial portugués, é o século XIX. Se a sua contribuig&io foi de boa ou m4 qualidade é assunto a estudar, mas é inegdvel: a sua caracteristica é diferente das outras épocas. Vejamos, pois, quais foram os contributos do século XIX e, utilizando o mesmo processo, tentar um estudo ao século XX. 1° PARTE E indiscutivel que o século XIX trouxe, um enrique cimento ao armorial portugués. Este aumento foi realizado em areas especificas, que pouco eram utilizadas na armaria portuguesa. J—Da contribuicdo positiva: 1. Os tenentes e suportes. 1.1. Em Portugal, eram elementos que raramente se usavam. 1.1.1. E evidentemente que a armaria portuguesa tinha o seu conhecimento e a herdldica utilizava-o. ° CRO, Jofo do, Livro do Armeiro-Mér, fol. 226. BOLETIM DE TRABALHOS HISTORICOS 17 O caso mais exemplar séo os tenentes do brasféo de armas de Portugal: dois anjos. 1.1.2. Nos brasdes dos Velhos, de Viana do Minho, os tenentes sio dois et6pes nus de sua cor. No brasaéo dos Viscondes de Asseca os tenentes so dois negros, vestidos de tanga, de prata e coroados de ouro". E, no brasao de Bras de Albuquerque, filho de Afonso de Albuquerque, os tenentes eram dois selvagens de sua cor, cada um com sua tranca ”. 1.2. Mas foi no século XIX que o uso se tornou fre- quente, tanto mais que as C.B.A. especificavam-no e como, eram de mercé nova, pode-se considerar como um contributo desta época, para a armaria portuguesa. 1.2.1. Os tenentes mais usados: Foram os anjos (Visconde de Sena Fernandes —CBA, Lix. 26-VIII-189... e a Francisco Pons Junior —CBA, Lix. 5-IV-1882) e os Hércules (Visconde de Fouquier — CBA, Lix. 30-X11-1895 e a Miguel Pinto da Mata e Silva—CBA, Lix. 14-IV-1882). Quanto a CBA, Lix. 30-III-1884 e ao Despacho, Lix. 9-IT- -1884, substituiram no brasaéo de armas do Visconde de Sistelo os tenentes que eram: A Arte (figura de mulher) e Mercurio, por dois suportes. 1.2.2. Pode-se assim, considerar pouco significativo, o uso de tenentes no século XIX, em Portugal. 1.3. Contudo, os suportes mais utilizados s&o os seguintes: Os grifos de ouro como suportes foram os mais usados e como exemplo temos os seguintes brasées de armas — Baréo de Almeida Santos, Visconde de Carvalhais, Conde de Tovar, Conde de Santa Marinha, Barao de Bayet de Valmont, Conde de Carcavelos, Conde de Burnay, Conde de Pomarao, Visconde de Morais, Visconde da Ervideira, Visconde de Palmeira e, também Alfredo Gomes Teixeira Leal (C.B.A., Lix. 15-X1-1892), 1 Editorial Enciclopédia, Armorial Lusitano, p. 550. 4 VALLEMONT, Abade de, op. cit, 2° vol. gravura, n° 15 ” MORAIS, Cristovéo Aldo de, op. cit. 4 (2), p. 32, nota (A). 118, BOLETIM DE TRABALHOS HISTORICOS Antonio Ferreira Menéres (C.B.A., Lix. 20-XIJ-1887), Anténio Pinto Bastos (C.B.A., Lix. 15-XII-1898), José Simées Ferreira Machado (C.B.A., Lix. 29-VII-1890) ... Os ledes foram também utilizados, como suportes — Vis- conde de Sistelo, Visconde da Gandara, Visconde de Mon- santo, Visconde de Denfert-Rochereau, Visconde de Sande, Visconde de Sao Bento, Visconde de Girod, Agostinho Gui- lherme Romano (C.B.A., Lix. 12-VII-1894), Rui Vaz de Me- deiros e Albuquerque (C.B.A., Lix. 12-VIT-1894). A familia Brito e Cunha também passou a usar dois ledes de purpura, como suportes *. Os leopardos de ouro s&o suportes dos brasdes de armas dos Viscondes de Alvelos e do Conde de Vale Flor. Os cavalos marinhos de bronze (?) sao os suportes dos Conde de Duparchy, Conde do Canavial e Visconde de Efrussi. Aguias de ouro, como suportes, no do Barao de Alto Mearim. Houve contudo suportes que néo eram aos pares, tais como os seguintes: Le&o e grifo, ambos de ouro ao Visconde de Sucena e ao Visconde de Cacongo; Leao de oure e 4guia de negro ao Visconde de Rilvas e ao Bardo Dinis de Samuel; Lefio de prata e dragdo de ouro a Isaac Lyon Goldsmid (C.B.A., Lix. 3-IV-1846). 1.4. Apesar de se notar que ha brasdes de armas de indi- genacéo, a percentagem é maior os portugueses e dentro destes os titulares. 14.1. Também se verifica que os suportes mais utili- zados foram os grifos e os ledes. 15. E uma contribuigfo bem nitida, para o armorial portugués, a utilizag&éo dos suportes, uma vez que 0 uso dos tenentes foi pouco significative. 2. Outro aspecto pouco explorado na armaria e heral- dica portuguesa tem sido as divisas, os gritos de guerra, ¢ as legendas ou letras, dentro dos préprios escudos. 8 MATOS, Armando de, Manual de Herdldica Portuguesa, p. 65. BOLETIM DE TRABALHOS 2.1. Como escreve Santos Ferreira a frase pessoal em armaria chama-se tencdo e a frase hereditaria ou de familia denomina-se divisa “. 2.2. Temos portanto a considerar os dois elementos exteriores ao escudo, tengdo e divisa; e os incluidos no escudo, chamado legenda ¥. 2.3. Em Portugal utilizou-se pouco as divisas e as legen- das. Quanto ao grito de guerra, sé foi utilizado nas armas de Portugal: Sao Jorge. Sobre o grito de guerra do Barao de Queluz— «Pro defentione Regis» —é pouco exemplificativo, por ser de pessoa que vivia na Alemanha, depois de casado, e nunca mais ter voltado ao pais, conclui-se que o grito de guerra foi mero acidente. 2.3.1. Das tengoes, Braancamp Freire da-nos uma ideia do que foi usado nas célebres Tercarias de Moura, no reinado de D. Joao II. Alids, o citado autor nessa obra magistral de trés volu- mes, vai apontando diversas tengées, como a de Mem Cer- veira — «Este é 0 meu prazer» "—a de Duarte de Albuquer- que Coelho —«Sempre idem» —a de Aires Gomes da Silva (+ 25-V-1454) —«Lardant desir» —a do Bispo de Coimbra, D. Jorge de Almeida—«Nequid nimis» *—e a do préprio Anselmo Braancamp Freire — «Ave Maria». Mas talvez a mais interessante e, para nds portugueses de grande importancia, era a usada, pelos templarios portu- gueses: «Non nobis, Domine, sed nomini tuo ad gloriam» ™. 4 FERREIRA, Guilherme Luis dos Santos, Armorial Portugués, 32 Parte, pp. 65-66 5 RIBEIRO, J.A. Correia Leite, Tratado de Armaria, pp. 133-135. E também no Armorial Lusitano, p. 609. ‘© FREIRE, Anselmo Braancamp, Brasdes da Sala de Sintra, vol, pp. 142.149. 1 Tbidem, 2. vol., p. 328. 8 Tbidem, 2. vol., p. 216. ® Tbidem, 2° vol., p. 333. 2 Tbidem, 2. vol., p. 244. 3 120 BOLETIM DE TRABALHOS HISTORICOS 2.3.2. Das legendas, a paciente consulta do armorial por- tugués, da a possibilidade da seguinte recolha: Alagoa e Sobral—«Nomen honor que meis»; Alves- -Guerra, Condes de Bobadela, la Vega, Guerra (das Asturias)” — «Ave Maria gratia plena» ou «Ave Maria»; Camelo — «Rey»; Carreira — «Requiem»; Cotas — «Sine sanguine non est vic- toria» *; Deus Dara — «Deus dara» *; Granada (de Abenhuc) — «Nao ha outro vencedor sendo Deus» *; Machado (de Alvaro Machado Pinto) — «Spes mea in Deo est»; Marqués de Tavora — «Quascunque findit». 2.3.2.1. No século XIX surgem as seguintes legendas: Visconde de Fonte Arcada—«Ave Maria Gratia Plena»; Conde de Burnay — «Bonum facito, aures claudito»; Visconde de Leopoldina— «Non est mortale quod opto»; Visconde de Queluz—«In perpetuam memoriam honoris, fidelitatis, et constantiae»; Visconde de Santa Quitéria—«Francor non ejector»; Visconde de Taide — «Fide in Deo sic labor impro- bus omnia vincint»; Sousa (de Bartolomeu dos Martires Dias e Sousa) — «Crede, spera, vinces». 2.3.2.2. Das legendas, mas s6 com letras: Arrais de Mendonga, Cardenas, Furtado, Mendonca e Sampaio—S; Bahamonde a Vaia—M _ coroado; Machado (de Alvaro Machado Pinto) — F.1.L.E. (Ferdinandus Impera- tor Libenter Fecit); Seabra—S coroado; Jacome, da Holanda —III (Inter Indiae Iteratum). 2.3.2.3. No século XIX, nao se tendo utilizado de toda a gama das legendas, deulhe contudo um bom uso. Como se pode verificar, nado utilizaram nem letras, nem numeros. 2.4. Na armaria portuguesa tem-se dado pouco ou nenhum relevo as divisas e, contudo, sempre existiram. Nao 2% Idem, 2° vol. p. 410: a legenda do Bispo de Coimbra, D. Joao Soares era: «Soli Deo honor est gloria». 2 ATIENZA, Julio de, Nobiliario Espariol, p. 751 . 2 Pode ter esta variante: «Nom est victoria sine sanguine». 2} Mercé de Armas Novas passada a Simao Alvares de la Penha, em Lix. 4-VI11-1646. 2 MATOS, Armando de, Desperdicios..., p. 62. BOLETIM DE TRABALHOS HISTORICOS 121 foram cultivadas pela herdldica e quantas nao teriam desa- parecido, Aquelas de que hoje temos conhecimento, chegaram- -nos mais dentro de tradicaéo familiar, do que pelos meios eruditos. A recolha das divisas dos brasdes de armas por- tuguesas, anteriores ao século KIX, é trabalho urgente a fazer. Algumas das mais conhecidas sao: Abreus — «Acima dos Abreus sé Deus»; Alpoim— «Nostra Dama de Poym»; Conde de Atalaia, Marqués de Tancos— «Valor. Vitoria. Império»; Avilez — «

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