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8 TEORIA Critica E ABORDAGENS POS-MODERNAS PARA Estupos ORGANIZACIONAIS* Qualguer um que tenha acompanha- do as trabalhos em teoria critica ¢ pés-mo- demismo durante a titima década mais ou ‘menos entende as dificuldades que enfren ‘amos ao tentar proporcionar uma peque- ra, compreensivel e iil visdo geral deste ‘sabalho. As duas legendas referem-se 2 um volume significative de literatura, sendo que ‘amaior parte é de diffi leitura. Comparada ‘a maioria das outras perspectivas de pesgul- sa tratadas neste handbook, a maior parte das diversas teorias criticas e posigbes p6s- ‘moderistas ainda sdo relativamente novas para os estos de gestio. Textos deste es- ecialidade cruzam muitas fronteiras disc!- plinares tradicionais. Muitos pesquisadores recorrem & ambas as wradigbes; outros afir- mam exists diferencas ireconcilifveis enzre las. As diferencas e confltes tanto dentro quanto entre esses dois eulos gerais tém preenchido muitas piginas dentra e fora da ‘Teoria das Organizagdes. Pode muito bem serargumentado que nada simultaneamente parcial, coerente ¢ breve possa ser escrito arespeito deste sopico, Mas esforgar-se para centencer essa literatura é importante * edugt: marcos smatuces ean Ache eso Tee Syn Contant ep Maso Couto Soares Pinto, * at Mars Awesson & Stanuey Dera = 0 projeto geral da teoria celtics € pés ‘modernismo néo representa um modisma ou simples fascinacao, E certo que alguns relatos populares sobre pés-modernismo suscitam tal critica, © nds néo acreditamos que este rétulo sejs necescariamente 0 me- Ihor ou que va durar. Nés acreditamos que pos-modernismo e 2 teoria critica, no que iz respeito a isso, deveriam ser estudados aio porque sé0 novos e diferentes, mas por- {que proporcionam caminhos tinicose impor. tantes para compreender as organizagées € sua administragio, Inicialmente, iremos considerar 0 contexto social e histérico que dew origem a essas pescuisas ¢ por que os temas que encaminham estio tornando-s2 cada ver mais relevantes para’ os estudes organizacionais. Demonstraremos, entéo, em que as teorias pds-modema e critica das organizagbes sao diferentes de outras abor dagens de estudes organizacionais, bem como diferem entre (e dentra de) si. No desenrolar do capitulo, iremos considera Giferentes maneitas de se fazer um wabe lho pés-modemo e ertico. Além de rever € dliscutiro trabalho existente,iremos esbocar algamas linhasfecundas de desenvolvimer- to entre ¢ dentro dessas duat abordagens. “Apesar de sua imporcincia, no tratamente a weusiaexttica e do pés-modernismo ndo ‘abrangemos, nem especifica nem detalhe ‘damente, temas que envalvam gnero, visto y que hé neste volume um capfruto dedicado a abordagens feministas (veja, neste volume, o capitulo de Calés e Smincich). Pesquisadores de estudos organizacio- sis e de gestio vieram para os textos de ‘eoria critica e de pés-modemismo relati- ‘vamente tarde, com a teoria critica surgin- ono final dos anos 70 ¢ comeco dos anos 80 (por exemplo, Benson, 1977; Burrell ¢ ‘Morgan, 1979; Frost, 1980; Deetz ¢ Kers- ten, 1989; Fischer ¢ Sirianni, 1984) e os eseritos de pds-moderaismo no fim dos anos 80 (por exemplo, Smircich e Calés, 1987; Cooper e Burrell, 1988). Isso ndo é nenhu- ‘ma surpresa, dados os pressupostos “mo- dernistas” embutidos nas organizagées e carter bastante dogmatico ¢ excludente da ‘tadigéo dominante de pesquisa, de inclina ‘elo ou positivista ou marxista, A razso pela qual os eseritos de teoria critica © pés-mo- dernos tém agora encontrado campo fértl nos estudos de gestéo deve-se em parte 20 decline & desilusio daquilo que pode ser ‘Senericamente referido como pressupostos modernistas, tanto pelos teéricos quanto pelos profissionais da orgenizaglo, Como se verd no desenvolvimento, o atague &tra- digdo modesnista 6 central pata os estucos caftioos e p6s-modernos. © crescimento no tamanho das or- ganizacées, a répida implementagzo das tecnologias de comunicagao/informacso, a globalizagio, a mudanea na natureza do trabalho, aredugdo da classe wabalhadora, 05 conflitos de classe menos evidentes, 3 Profissionalizacéo da forca de trabalho, as economias em estagnacio, os problemas colsgicos espalhados pelo mundo todo © 0s mercacos turbulentos sio todos parte de ‘um contento contemporéneo que exize uma esposta da pesquisa. Algumas dessas inhes de desenvolvimento tém enfraquecide 0 solo do marxismo ¢ de outras criticas da dominagso, mas preparou-os para as orien- ‘agies alvernativas aqui discutidas. Muitos ‘desses desenvolvimentos proporcionaram luma crescente crise no coragao do discurso {TORIA GUTIA 8 ABOROAGENS ROS-MOOERNAS BARA EETIDOS ORGNEZACIONNS 237 ‘modemista, com sua racionalidade instru- ‘mental ¢ relacio com as democracias. A Admainistragao num discurso modernista ‘abalha na base do controle, da crescente raciomalizacio e colonizagio progressiva da natureza ¢ das pessoas, enquanto trabalha- ores, consumidores potenciais ou socieda de, Mas hd limites estraturais para o con- ‘role, O custo da integragso e dos sistemas de controle, freqiientemente, excedem 0 valor adicionado pela administragio deatzo da corporacio. A mudanca da mamufarure para 2 industria de servigos como a forma econdmica mais tipica no mundo ocidental tambéin tem implicagies para as formas de controle (Alvesson, 1987). Visto que. eusto docontrole cresce eas cadeias de meios/fins ficam mais longas, a estratégia e 0 racioc nio instrumentais séo tensionados. Temas como cultura organizacional, identidade, administragao da qualidade, administracao de servigos eo renovado apelo & liderance, alma ¢ earisma, durante o final dos anos 80 e comero dos anos 90, justram isso. Obje~ tos para o controle administrativo sao cada ‘vez menos 0 poder trabalhista ¢ 0 compor- ‘emento, e cada vex mais o poder da mente @ a subjetividade dos empregados. Essas novas condigdes sociais proporcionam nova urgéncia e novas éreas de aplicagio para o trabalho do pés-modemo e da teoria critica no estado das organizagSes ~ considere & quantidade de trabalho de teoria critica na cultura organizacional (eja Alvesson, 1993, Wilmot, 1993) -, mas tém pouco que wer com sua formagio. Outrossim, isto indica as novas condigbes socials para as quais a teoria critica e 0s trabelhos pés-moderistas ‘tém proporcionado andlises bastante inove doras e instrutivas Enquanto essas condigUes novas pro- porcionam oportunidade para mudancas ‘rganizacionas, pensamos que poueo s© ganka em proclamar um perfor pds-mo- demo ou falar sobre organtzagées pés-mo deias (Alvesson, 1995). Bvidéncias em- piricas desse faco séo altamente selerivas fracas (Thompson, 1993). 0 retrato do proprio tempo da pessoa como sendo ini- co, eum tempo de grande transig#o, é uma desafortunada tendéncia de muitos perlodos do pensamento ocidental (Foucault, 1983) No plano teérico, esse empreendimento 6, {gualmente, nfo convincente. Falar sobre o. ganizagbes pés-modemnas, freqientemente, significa dar rtalos novos ao que também & chamado orginico, adhocrético ou organi- zacdo pos-fordista, com pouco out nenkum Iuero conceitual e muita confusdo (Parker, 1993; Thompson, 1993). Por exemplo, Pe- ‘ets (1987) ou mesmo Clegg (1990) falam de mudangassignificativas em organizagoes {que pensamos poderem ser adequadamente exploradas usando discursos pés-modernos # de teoria critica, mas eles nao. Estamos interessacios apenas nessas abordagens te6 ticas © no que elas oferecem aos estudos ‘organizacionais, e no na proclamagao de organizagbes como pés-modemas. que se inclui entlo sob o guarda- chuva dos conceitos de teoria critica e pés- ‘modernismo? As vezes, & teoria eritica & dado um significado amplo que inclui todos (05 trabalhor que leva a uma posicio be sicamente critics ou radical na sociedade contemporinea, com uma orientacso dire- cionada para a investigacio da exploracéo, repressio, injustiga, relagdes de poder assi- métricas (geradas por classe, sexo ou posi- (90), comanicagao distorcida efalsa consci- éncia. Porém usames aqui o terme com um significado mais restrito, referindo-se aos estudos organizacionais embasados prior: tariamente, embora ndo exclusivamente, em conceitos da Escola de Frankfurt (Adorno, Hiorkheimer, Marcuse e Habermas). Muito dda fandamentasio para este trabalho é re sumida, apesar de néo estar isenta de algu- mas confusées conceituais, a0 paradigma do humanismao radical de Burrell e Morgan (2975) e as imagens de dominagio e new: roses de Morgan (1986), © pés-modernismo é, de multas ma- ‘eras, muito mais dificil de ser delimitado, Nas clas soiais, termo tem sido sade para descrever um clima social, um pero do hist6rico caracterizado por mudancas soxiaise organizaconals eum coajunto de abordagens filoséfices para o estudo da or sganizagio e de outras areas (Featherstone, 1988; Kellner, 1988; Parker, 1992; Hassard e Parkes, 1993). Rocalizarernor esta sma designasao, enfatizando os textos sociale polticamente mais relevantes, 20 uso dos conceitns de fragmentacio, extualidade € resistencia nos estudos éa orgenizacio. Be sas abordagens da Teovia das Organizasbes flosoicamente embasaas emergiram apar- tir dos trabalhos de Derrida e Foucatit, em particular, em menor grau de Bauduiard, Deleuze ¢ Guattari e Laclau e Muff. Bem mais do que-com teoria etic, ese & um ammplo grupo de escritorese posigées, com programas de pesquisa bastance diferentes. ‘Mesin assim, o trabalho deles compartiha caracteristicase movimentos que podem ser evidenciados, se watados conjuntamente? Sens temas incluem foco na natureza construda das pessoas ¢ da realidade, en fatizando a linguagem como um sistena de distingSes que sio centras no processo de construgéo,argumentando conta as grandes narrativas @ 0 sistemas teérios de larga ey cala, como 0 marxismo ou o funcionalismo, enfatizando a relaco poder/conhecimento €.0 papel das exigénciastécnicas nos siste- mas de dominacéo, enfatizando o caréver fluido e hiper-real do mundo contempord 10 € 0 papel dos meios de comunicacao de rassas e das teenologias de informasio, ¢ apontando a narratve/ficKo/resérica como central parao procasso de pesquisa Enfacizamos a extremidade erica do pés-modemismo, vendo-o como pase dé tama tradigao critica mais ampla que desafia 9 starus quo e dd suporee vores sllencia- das ou marginalizadas. Essa € uma infest comum, mas de forma alguma é a nica. Mutas idéias pés-modernistastém ico ut lizadas com os mais diferentes propésios A crtica 20s fundamentos e aos ideais uto- pleas tem sido entendida por alguns como tepresentando posicio claramente apolit ‘ca, socialmente irrelevante, ou mesmo ne ‘oconservadora (Habermas, 1983; Margolis, 43989; Sarup, 1983). A falta de uma posigao polities apoiada numa abordagem floséfica sistematizada tem sido fonte de reclama ‘Ges, mas isto ao significa que uma posiggo politica diferente, mais “local” « “receptiva” esteja ausente (veja Walzer, 1986). Algumas ‘pessoas distinguem entre “pés-modernismo reacionério”o “pés-moderaismo de resistén- cia” (Foster, 1983; Smircich e Calés, 1987). ‘Assim, como a maioria dos autores nas Ci encias Socias e na Teoria das Organizacies, ‘optamos pelo segundo caminho. A maioria das aplicagSes em Cincias Socias tém to ‘mado conceitos pés-modemnos numa direcéo radieal/critica ~ embora néo convencional © Desenvorwnwenro pa TEORIA Critica £ Do Pos-mMODERNISMO Provavelmente, todos os perfodos his- \Gricos tiveram seus equivalents tradicio- nalitas, moderistas,tdyjoscriticos epés- inodernistas ~ aqueles que lementam a pas- Sagem de um tempo mais pur, aqueles que instrumentalmente constroem um futiro, agueles que se preocuyam com segmentos em desvantager ¢ com a cizeso do futuro e aqueles que vem fragmentagio ¢ dec déncia mistaradas com potential radical. Em periodoseansitérios mais rapes, compara- os aperiodos elativamente eaves, o mix desta Figures 6, provavelmente, diferente Lembrar disso ¢ mais stuar o context his- ‘rico da teoriaetica edo pbs-modernismo oe negar que sejam interessantes. Agu, desejames stuéclosprimeito na historia das iéias, Vamos deixar claro desde o inicio: Iistérias sociais como esta so tpos de fe- Go, Blas, Freqientemente, servem a propé- ~ sitos sociais presentes, mais que registros o passado, Elas sfo reconstrugdes que nos io uma forma particular de pensar sobre © presente. A histéria 6 interessante por ‘causa de suas capacidades produtivas. O= relatos que desenvolvemos de teoria critica ‘e pée-modernismao no sio exeepses Esses relatos enfatizam unidade e distingio e, en- ‘quanto fcgées com objetivo especifco, res saltam as caracteristicas cencrais dos compos esses trabalhos. Fontes tedricas de inspiragdo e distingso. ‘Autores tanto da teoria critica quanto ‘p6s-modemos posicionam seus trabalhos em Telagio a quatro desenvalvimentos espectl cot do pensamento ocidental. O modo como eagem e, em parte, como utilizam mixes esses desenvolvimentos é responsdvel pela maior parte das diferencas entre e dentro do pés-modernismo e da teoria ertica, So estes (1) a relagdo poder/conhecimento que surge com o perspectivismo de Nietzsche, (2) um construcionismo ndo dualista devi do a experiéncia e & linguagem que surge ‘com a hermenéutica fenomenolégica ecom oestruturalismo linguistic, (3) uma teoria de conflito social historicamente embasada fem Mars, (4) urn sujeito humano comple- xo, que vem de Freud. O primero desafiou ‘qualquer fundamenta possivel do conheci- ‘mento: todo conhecimento reivindica como referéncia primfria as comunidades sociais eivadas de relagdes de poder espectficas, em lugar de um mundo de esséncias ou ob- jetos de conhecimento, O segundo situou todas as perspectivas dentro de contextos sociais/histéricos/lingiisticos especificos: a intersubjetividade que precede qualquer subjetividade ou cbjetividade é estruturada ce formas inteligiveis. O terceiro removew ‘a inocéncia das perspectivas social/histéri- co/lingisticas ao posicioné-las dentro de divisdes sociais materialmente produzidas, tenegon qualquer desenvolvimento bistérico tnitério homogéneo. E 0 quarto fornecet: ‘um sujeito complex, guiaco por conflitos © Pein 8, 228 ARE acon se freqdentemente alienado, em lugar de uma ‘pessoa consciente, unitéra, auténoma, de- Safiando, assim, qualquer pretensio a uma racionalidade simplénia ea uma identidade clara e fiza. Juntas as pessoas, as realidades ‘© as relagies sociais se tornam constructos nao essenciais,estrururades sob condigées especificas de poder # contestacio, ¢ pre enchidos com opacidades, contradigées e supressao de conflito. Estes diferentes con- ceitos proporcionam as ferramentas histor!- camente especificas pare encontrar 0: dis. cearsos dominates da época, ssas herangas intelecruais comparti- ‘hagas ndo deveriam nos impedir de enfati- zaras diferencas da maneira como a teoria critica ¢ 0 pés-modernisme as induzem. Por cexemplo, 0 pés-modernismo tipicamente usa Freud de forma muito menos conven. ional do que a teoria critica, e funde idéias psicanaliticas com filosofia da linguagem ‘hum esforgo de desconstracko, © mostra a fragmentacéo do sujeito. Importantes fontes {de inspiracio, que slo claramente diferentes 1a tearia critica e no pés-modernismo, in- cluem a teoris do estrucaralismo lingtistioo (Gaussure), a qual o pés-modernismo util 1a, pesadamente, como recurso, © a nostic weberiana do processo de racionalizagio da sociedade modema, que é central para a teoria crea. Alé disso, a teoria critica inspira-se na filosofia moral germénica ¢ em sua crenga na autonomia ena razio (Hegel, Kant). Embutidas nessas escolhas estao opo- sigdes historicas entre os contextos euinarais francis ¢ germanico. Se nio fosse por esse comtexto histérico, algumas das diferencas ado seriam tio claras. Por exeraplo, a eritiea cultural de Adomo e Horkbeimer (1879) 20 Controle administrativament produsido, lependente da concepeio de progresso do uminismo, pode ser lida tanto como prévi- ‘a de Foucault, quanto dos recentes escrito de Habermas, Tedavia. poucos pensariam nla daquele modo, E interessante notar que Foucault, no fim de sua vida, famaliarizou-se com a Escola de Franiurt, © se expressou re ‘muito positivamente, quase que generosa- mente demais, sobre ela: ‘se eu ivesse me famiiarizado com a Es- cola de Frankfurt.) eu no teria dito varias das coisas estipidas que eu die cetera evitado muito des desvioe que eu fiz enquanto tentava seguir minha pré ‘oa witha ~ quando, nesse meio tempo, avenidas tinham sido aberas pela Bola {de Frankfurt (1983 200) Respostas da teoria critica e do p6s-modernismo ao modernismo ‘Uma vez que os textos do pés-moder- rlsmo e da teoria eritica esto repletos de tentativas de distingui-Tos do projeto mo: ddemista, uma breve recapitulagio do vimo pode ser benéfica — visto isto ser familiar, ‘nds nao nos alongaremos. Kant deserevess © Iluminismo como fuga de tutela auto: figida. Nas comunidades pré-uministas, identidades pessoais, conhiecimento, ordem social e narrativas histéricas dominantes fo- ram desenvolvidas ¢ legitimadas pela tradi- ‘o, apesar dos individuos terem ativamente “imposto” a tradigdo. © Numinisme prome- ‘eu um sujeito autdnomo progressivamente ‘emancipado pelo conhecimento adquirida por meio dos métodos cientifices. Notou-se © crescimento da razdo sobre a autoridad= 08 valores tradicionais. Sua ciéncia se de- senvolveu ¢ em certa hora predamow uma linguagem transparente Givre da bagagem a ideologia tradicional) e uma verdade de representacdes, uma positividede ¢ um ‘otimismo na aquisigzo de um entendimen- to cumulative, que conduziria & melhoria progressiva da qualidade de vida, O inimigo do Tuminismo eram as tevas, a tradicio, a ideologia, a iracionalidade, a ignorin- ia © # antoridade hierérquica. Cada wm esses remas do Huminismo esta profunda ‘mente arraigado na teoria administrative smodernista. r -ToRGA cai 5 ABORDAGENS PES-MODERVAS BARA ESTUDOS ORGANZACIONAS TTS No contexto organizacional, usamos © rermo “modernist” para atrair a aten- ‘fo para a instrumentalizacio das pessoas « da nacareza, pelo uso de conhecimento téenico-cientifico (modelado no rasto do positivismo e de outxos modos “racionais" de desenvolver um conhecimento seguro ¢ sobusto) para realizar resultados previsieis, aediios por produtvidade e resolugio téo nice de problemas, conduzindo & “boa vida ceconémicae socal, efinida principalmente pels acumulagio de riquezas por parte de quem investe na produgdo ¢ pelo consumo ‘or parte dos consumidores. O modernism, Jnicialmente, reprecentou a emancipacio em elagéo 20 mito, autoridade © 0s vlo- ‘es tradiionais, por meio do conhecimento, da razdo ¢ das opartunidades baseadas em capacidades elevadas. Os primeiros esta dos sobre organizacio do século XX foram organizades em torno do desenvolvimento rmodemista sobre os discursostradicionais. © tratamento da racionalizagzo e da bu: rocratizacio em Taylor ¢ Weber mostrou, desde a comege, a corparaczo como 0 local do desenvolvimento da légiea modernista do raciocinio instrumental. 0 wadicional era marginalizade ecolotado fora do reino pavade. Enguanco oc esrtes sobre relagdes fnumanas, qualidade de vida no uabalho ¢ os mais recentesestudos culturais continue Fiam reivindicando um lugar para os valores enormes tredicionais com suas gieas pars- calases, cada um deles seria “esrategizado’ e trazido para ajudar a posterior racionali- zazio do trabalho, em favor da convenin- tia, da efiiéncia do direcionamento do esfoxgo de trabalho. A performance viria 9 ser valorizada em qualquer das narrativas ‘Tuministas inicisis sobre emancipacao ou Yajores humanos (Lyotard, 1984). Na ver- dade, no embelezamento da nova ers, uma Pessca poderia ser emancipada até mesmo das emogies do corpo. ¢ 0 espirito e a fé poderiam ser colocados sob controle racio- nal, As demenstragées de Foucault (1975 1960; 1988) eo watamento critco da 23: 231 aN PI censio de auto-vigilancia e do bie-poder como sistemas de controle desereveram 0 tiltimo desenvolvimento da auto-raciona lizagio na modernidade. teoria cxsea © a péssmodernista abrem novas discusses. Em particulary, teora vtea mostrou como © préprio modemismo estava baseado em mitos, nha adquirdo wma autoridade abi- tara, subordinado a vida social &raciona lidade teenolgice «protegido os interesses de um novo grupo dominante (Horkheirer © Adorno, 1979).0 velho conflito entre um diseurso moderno e um tradicional, no qual a modernidade reivindica tudo 0 que hd de positive, € de repente desloeado para um ovo conjunto de conflcos, que susgem dos problemas da prépria moderidade. Tanto a teora erties quanto o pés-mo-

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