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N.207 — 1 de Maio 1923 — Anno X. Redaccin: Rna de S. Rento. 93-A —S Paulo C.Citarraes PUBLICA-SE NOS DIAS 1 E 15 DE_CADA MEZ REVISTA DE MAJOR CIRCULAGAO NO Assignatura para_o Brasil - 16000 a oS M POETA hespanhol, Bartrina, que legou 4s letras castelhanas coisa original ¢ interessante, com- poz esta quadra que traduzimos para o portuguez: “Se quer a um genio a palria agradecida Duravel monumento erguer de pé, Nao faltam pedras, so damais até Quantas a inveja the atirou em vida”. Assim ¢, assim foi sempre. Quem quer que represente um pequeno valor, € suspeilo a toda gente e vive cercado de’ invejas; se esse valor for grande, tao grande que lhe car- reiem glorias immorredouras, a mediocridade néo pode ter mao em si que Ih'as perdoe, entra a lapidar quem as colheu. A mediocri- dade tragou uma linha rasteira para servir de a todos os valores. Desventurado daguelle que, ds vezes mesmo para beneficio da humanida- de, merce do esforco proprio e dos dotes que © destino The deu, pée a sua ambicao acima dessa linha! As pedras que Ihe aliram sao antes, que, com ellas, como disse o poeta hes- panhol, se péde construir o seu monumento, © ainda ficam muitas de sobejo: AA prova mais recente disso ahi temos, nesse memoravel concurso de belleza de que sahiu vencedora a menina Zezé Leone. O coi curso néo lhe augmenou as gracas naturaes, servindo apenas de confirmal-as. Antes delle, ella era mesma mocinha, vivia cercada da es- tima das amigas e da admiragao de quantos a contemplavam. Era feliz. Sua existencia de- corria suavemente, como um regalo limpido. O espelho, esse confidenle discreto de todas as mocas bonitas ¢ esse irrilante inimigo de todas as feias, dizia-the diariamente, na sua linguagem muda_e eloquente, mil coisas agra- daveis, sempre as mesmas por cerlo, mas sem- pre doces de ser ouvidas. Alo afastar-se do espelho, depois de compor a sua “toilette”, ia satisfeita com elle e comsigo, e entregava-se 4s suas tarefas obrigatorias, 0 arranjo domes- tico e os seus estudos, com uma alegria de ave solta, Se a tarefa sé the occupava as méos, punha-se a cantar com a sua linda vo- zinha de soprano ligeiro as suas romanzas predilectas. Os acontecimentos mais sensacio- naes da sua vida simples e modesta, cram as impressées de um baile ou de um espectacula STADO DE S. PAULO. © Numero Avulso: $600 réis CHRONICA Proprietario GELASIO PIMENTA, ‘Aasig. para o Extrangeito - 308000 =) de cinema, a estréa de um chapéo novo, um concerto, @ pouco mais que isso. De um dia para outro, porém, tudo mu- da. As curiosidades convergem de subito para ella, toda a imprensa do paiz, de norte a sul, dos sitios mais remotos ¢ reconditos da pa- tria comega a interessar-se por ella, a occu- par-se della, glorificando a sua belleza, pu- blicando os pormenores da sua vida, as suas tendencias, os seus habitos, o ella, a modesta mocinha de hontem, ¢ apontada como uma glo- ria da raga, como um exemplar raro da bell za humana e é coroada rainha, e vé a seus pés a vassalagem de todo 0 povo. Passada a surpreza dos primeiros momentos, comprehen- de endo a situagao ¢ acceita-a, venturosa. Mas a ventura € coisa tao passageira! Ella entre- mostra-se apenas e foge depressa 4 posse, sem dar a quem a entreviu o prazer de vel-a enire as maos por um momento. A ventura nao passa de um ideal, e, como disse Raymundo Corréa, *...6 como fluido ou agua: Por entre os dedos, que a retem, se escda. ‘ou, como disse outro poeta, “A\ ventura, essa deusa alada ¢ caprichosa, AV visitar-te a casa um dia, emfim, se atreve; Nao te julgues entao, porisso, venturosa Porque a visila da ventura ¢ muito breve...” Colhidos 0s louros, collocada na fronte a corda da gloria, comega para Zezé Leone uma vida de atribulagoes e sofirimentos. E a linda mocinha, tao joven e tao fragil, que nao conhecia 0 soffrimento senéo em for pequenas contrariedades ephemeras, princi a sentil-o em todo o seu peso brutal. A in- veja, como soe fazer com todos que trium- pham, atira-lhe pedras. As palavras que pelo telephone Ihe enviam de toda a parle, si in- sullos affrontosos 4 sua dignidade de’ mulher; as cartas que recebe, tracadas por maos fem: ninas, so anonymas, e vém cheias de perf dias. E a boa, a gentil, a delicada mocinha é perseguida por calumnias, infamias, baldoes. A sua saude entra a desperecer; as suas bella € rosadas cores se desbotam; seus olhos in- genuios adquirem uma expressdo de receio, de medo 4 adversidade ambiente; empallidece, em- magrece, adoece. Cada dia avisita uma nova tortura... E tudo isso porque? Por esta coisa simples: porque a natureza a fez mais bella que as outras! Expediente d’“A Cigarra” I Director - Proprietario, ll GELASIO PIMENTA, Redaccio: RUB S. BENTO, 98-A Telephone No, 5169-Central Mm Correspondencla—Toda_ correspon- deneia relativa 4 redacedo ou admint feogle: dA Cigarra deve. ser tide eo seu directer-proprieterio Gelasio Pimente, ¢ enderscade, d rua de Sto Bento n.0 98-A, S. Paulo. Recibos— Além do director-proprie- tario, a unica pestoo euetorisada a as- Sienar recibos, nesta. capital, em nome aA Cigarra”, € 0 sr. Luts Corrala de Malo, gerante do) nests esciotorto, ‘Assignaturas—Fis pessoas que ton Pree wes conducts cseel ater ‘lespenderdo apenas, 168000, ip recdber © covisie ie 3 de” Mato de’ 1926, Venda ioulsa no interior— Tendo perto de 400 agentes de vende avulsa to Interior de 'S. Paulo 0 noe. Estados @Cihaia, do norte do Sul do Brasil, a adminis- tracio d'“A Cigarra, resolveu, para rogularisar 9 seu servigo, suspender a remessa da revista a todos of que es tiverem em atrazo, Agentes de assignatura— “A Ci- garra’” avisa_ags sous representantes no Interior de S. Paulo e nos Estadas que 86 remetterd a revista aos assignantes ccujas segundas vias de recibos, destl- nadas & administracio, vierem acompa- nnhadas da respectiva importan Collaboracto— Tendo ja um srande numero de colaboradores tFfectivos, entre ox quaey s0.con- tain algins dos massos melhores | Prosadores e poctas, “A Cigorra® | ae coats ee | fauctores, quando solicitados pela || redaceao. ] Succursal em Buenos Ayres—No Intuito de estreitar as) relacdes intelle- ctuacs ¢ economicas. entre a Republic Argentina eo Brasil e facilitar @ inter- cambio entre os dois povos amigos, “A Cigarra” abriu e mantém uma suc. cursal em Buenos Ayres, a cargo do se. Lulz, Romero. A Succursal d?“A Cigarra’” fone- ciona allt em Calle Perd, 318, onde o brasileiros @ argentinos encontram um bem montade escriptorio, com excellente bibliotheca e todas as informacdes que se desejem do Brasil e especialmente de S. Paulo. Fis assignaturas annuaes para a Re- publica Argentina. eustam 12 pesos. Aigentes na Europo — Sho repre- senlanies ¢ unicos encarregados de on rmuncios para “A Cigarra”, na Europa es ss. L, Mayence & Comp... rue Tronchet 0 9 — Pariz, — 19.21-25 Lugate — Londres. Representantes nos Estados Unt dos — Faz 0 nasso servico de_repre- sontag§o para annuncios nos Estados Unidos a Caldioe! Burne! Corporation 101, Park Advenue, Nova York. Venda arulsa no Rio— E° encar regada do servico de venda avulsa d= /\ Cigarra” no Rio de Janeiro, a Livraria Odeon, estabelecida 4 Avenida Rio Branco n. 157 e que faz a distribuledo para os diversos pontos daquella capital. 10 Banquete ao ar. it Luiz Augusto Varella Grupo photographado para “A Cigarra , por occasiao do banquele ojferecido, Trianon, ao dr. Luiz Augusto Varela, que se avoseniou ‘do cargo de procurador fi no cal do Estado. Vé-se 0 homenageado, sentado, no centro, tendo aos lados os srs. Nicolau Baruel e dr. Eduardo Fontes. — ecard IFSP a Instantaneos do Jockey Club Instantaneos tiradvs para “A Cigarra, no Prado da Moda, por occasiao de uma das ultimas corridas do Tockey Club Paulistano. = = a Bee ene ne rata e\ | Poema de Cassiano Ricardo ‘S Seré posto 4 venda em todas as livrarias. FEMANISMO cosy RT UNCA, como nos tempos que YAY corrent onere, se ompreston ao QNX ocabilo “feminism” a elastt- cidade que Ihe querem dar aquelles que desconhecem a preciosa collabora¢ao da mulher na eseola e prin- elpalmente no lar. Arredal-a do lar, onde se for mise tér 2 sua insubstitulvel presenga, por isso que nfo ha fortuna que se avan- faje a0 coragdo| materno; banil-a das escolas primarias e secundarias, quan- do sabe toda a gente quéo praficua ¢ ‘sua influencia na formacio do. cara- ter da creanga, que precisa de ser admoestada e aconselhada com ternti 4 qual s6 se encontra nos coracdes tininos, © delxal-a atufar se no, ocea das paixdes grosseiras, que inundam adios vicios a sociedae, ndo 6, re. mente, uma politica que merega apoio @ louvores. Ora, sabido é que as mies instruidas e compenetradas das suas funegdes so as melhores mestras da laventde, gralmente ardent ef siva eearecedora, portanto, de um guia tsclorecido pra relvear seas impetes¢ inclinagées; e ensina-nos a historia que 0s. varées mais notaveis foram, exactamente, aquelles que se edicaram sob as vistas e conselhos maternos. spor consegulate, aos res ponsavels pela direcgao dos negocios paublicos abrir escolas que preparem a mulher para preencher to delicada tarefa, offerccendo-Ihe amplos recur sos que.a preservem dos golpes de ad- versidade e da astucta, mas, negondo- The no emlanto, franquias capazes de ao turbilhiodeluctasestereis. TInfenso & transformacao Wo destino social da mulher, certo de que deriva iam della males horriveis, "se manifes- tou Moliére, just ss, © cuja fe Sunda producedo ¢conbectle, dan ‘que apreciam as boas lettras, Molibre, siadmitlia e recommendava, mesmo, ‘que se ministrasse ¢ mulher uma educa, io sadia, entondendo, outrosiin, que jamsis se deveria enfraquecer a toridade no lar domestico, néo ape no entanto, idéas e programmas a desviassem da sua nobre. tarela, Queria Molitre vel-a instruida ¢ conseia das suas graves responsabilida- des sociaes ; mas, nas suas comedias, 5 mulheres que x6 cog tar 0 corpo e de arma zenar_conhecimentos, affeetando uma ‘erudigao colhida nos calendarios. ¢ fo- Ihinhas, intromeitendo-se em polemicas politicas e litterarias © dando regras © conselhos aos conhecides e aos desco eaten Se heen nos ee tne cee es ee ths fens sate se 1) eCoann, Essas idéos do grande comediogea- pho francez, que, melhor do que qual- quer outro escriptor, soube criticar com Fara graga os costumes & preconceitos da sociedade futil, lograram calorosos aoplausos do Madame’ do Seviené, ave 45" commentou na sua famosa corres- pondencia, de Fenelon e de diversos outros espiritos de esc Na verdad, nada ha mals ridiculo itante do que ver-se uma mulher, mosu seus. conheci- » fazer praca dos mentos e desdenhar dagquelles que Ihe parece inferiores i in Intelligencia e tempouco, notavel creador do “Tartufie” oue’a mulher transformasse nese objecto de adm go dos saldes ow num recrefo fieira dos homens ; ¢ si, Ihe nao mer Cia approvagdo @ attitude dos maridos que investem a esposa de grande auto- ridade — “lalsser & sa femme un pou- Voir absola” — todavia reconheeta elle gue a mulher tem direitos que devem ‘ser respeitados, afim de que se aleai Ge o equilibria’ da felieidade conjvgs E © proprio /Araulpbo, personagem da sua pega *L'beale des femmes”, que se orgulhava de possuir uma esposa Ignorante + “se 1s ee sen ma pe Ce ‘rsh als epbieat, ae sunt il Ye ee oy do péde disputar as preferencias do publica, tao exteavagantes atoleima- dus si0 as suas manciras ¢ attitudes, suas phrases ¢ yestor. © Turo que frvuing morale materialmente 0s iares, onde, sopravam as auras da trenguilidade, no. deicou, tambon, de ser condemnado por bocea de Szanarelle, quando se fer noivo: St «ate fe tt i fe vee oval aren hare emis “ola Faces it’ exresmert, fis taht st cee tb refuse thee” Bostam os pequenos trechos da sua admiravel obra litterari, que acima cle tei, para se verificar que Molitre, lon- fee de applaudir os intransigentes’feml- Hislas, “que. sempre appareceram para Collier proventos de toda a especie, era, no emlanto, um verdedeiro. opostolo desta necessoria util cruzada em prél dos direitos da mulher, Fazer da. mu- ier ‘um cate util & sociedade, e dar-the reios para se aceutelar dos que sabem pronunciar palavras.doces, que encer- fam’ designios occultos + protegel-a con- ira_os possivels lnvestidas da” perve dade, cls 0 sue ambicionam aquelles {ue onhelam pelo engrandecimento. da sua terra, Eavelvel, porém, nas te fas e enredos que escurecem’ a inteli- fencla humana, equivale a cooperar para. desviilisagso. de uma naciona- Fidode, que sees, afinal, vencida polos vielos’e fraquezas que surgem nos’ éres ds decaoencia, ALS. & Catiaspirina Os srs. Weskott & Cia,, concessio- narios dos afamados comprimidos Bayer de *Cafiaspirina” acebam de langar este producto no mercado, em umm no- yo accondicionamento, em enveloppes de dois comprimides, © que multo vem concorrer para a facil acquisigle sua. sa Centracto de casamento Sto noivos a senhorita Gemma Ip- polito, tilba do. sr. Jeronymo Ippolito © da sta. d. Adelaide Palizio Ippolito, residentes em Ribeirdo Preto, e 0_ sr. Jacomo Pelosi, Tithe da sra.’d. Elisa Pasaulaclli Pelosi. a O culto da justica ee Desconhecomos 0 culte externo da Jostiga. Os viajantes illustres das. na- ‘goes ‘civilisadas abi esto, em pleno cen- tenario, a n0s homenagear. Naturalmen- te curlosos e observadores, certo que estio elles a in,uirir da’ instellacéo e conforto da nossa Justica. A’s suas arguigSes haveimos de responder com fevasivas, desconversondo com habilida- dee diplomacia. Vamos a Butantan ver os nossos famosos reptis aprecie- mos na Forca Publica 0 garbo seductor @ a disciplina invejavel dos nossos leaes ‘Soldados; visitemos a Penitenciaria, jus- to orgulho da terra panlista, contiede hoje 4 competente direogao de Frank Piza; transportemo-nos a0 Museu, on- de se encontram tantas reliquias e pre- iosidades do pasado; corramos aos rnossos parques, ds nossas perlumosas avenides ladeadas We custosos pelaci que os millionarios desfructam ede eu- Jas alturas de quando om vex baixam os olhos d gente obscura que passa ott a esses bandos de criances abandona- das ¢ maltrapilhas que andam por toda 2 parte, em doloroso contraste com a nossa eivilisagdo, a entender a mio ra- chitica é generosidade publica; part. mos, aboletados em vogdes de. polteo- nas ‘macias ¢ avelludadas, para 0 Inte- rior de nossa terra em visita a ossas fazondas-modelos, cheias deesplendor ede riqueza, de vide e encantos de toda a sorte. Sim, Acompanhemos 0s nossos emi- nentes ospedes a toda a porte onde ‘se encontram as bellezes da. inict particular ou da mao bemfazeja © rada do poder publico. ‘Mas, para que o sangue ndo nos enrubega de vergonha a face, deixemos do conduzil-os a0 casarso rigorosamen- te anti-hygienico, nauseante ¢ despoli- ciado,em plone centro, ondese acham, com a mais santa resignacSo, installados os nossos abnegades applicadores do dirsito. Oculto da Jusiica, aqui, resume-se numa pagina em branco na nossa bis- toria judicioria. No emtanto, nenhum hhabitante desta terra ou deste planeta onde a transitoriedado da vida bu- mana relembrao clardo do relampago —se recuraria a dispensar 4 Deusa da Justiga as mais respeitosas homenogens, venerando-a com a mesina devocso do cerente ao dobrar 0 joelho perante 0 al- tar do sea Deus. Ao transpor 0 limiar de um templo, viva & a emogio que nos vae n’alma ante a solennidade de tudo que se nos depara no seu interior xogrado, onde os ministros da Igrejo, praticando a reli- aldo, Incotem na alma do fiel aquelles sentimentes de emanagdo divina que to suavisam as asperezas ¢ dissabores da vida, Pois bem: a Justica, como a ret sido, tambem reclama o seu templo— tum templo condigno, ond. de tudo nos habltue'a ver nella um verdadeiro “poder sagrado, oriundo da Poder tituida fanelvel, a justiga foi inse ra fazer respeltar em toda a sua plenitude © direito dos nossos se melhantes, que 0 invocom quando an sados ou leridos em sua integeidade phy: ca, em sua propriedade, honra ¢ liberdade, E no verdadeiro culto da justica tambem ests 0 acatamento aos juizes que, rectos, a distribuem sem alardes de “independencta balofa, procurando apenas conjugar, conciliar ou amenisar a rudeza do direito com uma equidede superior, sem a qual, como pondera D'Aguesseau, a duroza da let ‘sé tem um rigor que mata *lexeés de la justice deviant quelque fois 'excés de liniquité”. Mas € preciso que se consigne : gragas 4 patrlotica intelativa do. gover- no Altino Arantes, lancada esté'a pe- dro fundamental do Palacio da Justia, Lamentemos porm que os. poderosos alicerces de obra monumental ainda ndo 9 ao — ecebana, = tivessem sido bem lobrigados por esses nilhares de litigantes, de cujas. bolsas, para a coustruecdo do sumptueso edi- Ficlo, 0 Estado jd arrecadou, 56. na Comarea da Capital, somma approxima- da a quotorze centenas de contos, a titulo de taxa judiciaria, desde 1904 até 30 de Junho de 1922. Comtude, havemos de chegar 00 fi 16s_ou 9 getacdo que nos stece | ‘Tenhamos paciencia: a paciencia é uma virlude, Tenhemes tambem espe ranga: em que pese a Alexandre Her- eulaio, a esperanca,nas coisas da ter- a, nem sempre “é umo cruel mentira dos nossos deseios”. Ngo nos achamos, e jamets nos acharemos, sob a amenca tremenda de uma sentenca irrevogavel condemnando ‘os adeplos do culto da Justiga. ADALBERTO GARCIA Depois, ouve © ar de um perfume na inv’ da sorte 0G EOS PO ase OS CINCO SENTIDOS (COLLABORAGAO PARA “A CIGARRA") Primeiro a gente vé: na tarde calma, passa um sonho de sombras outomnaes. E os olhos sempre estao tao perto da alma, que a gente nao se esquece munca m 880 passos musicaes, vozes de seda... E 0 ouvido é tao affeito a ouvir bater 0 coragao no peito, que a gente nao se esquece nunca mais. Depois, aspira: um sonho, 4s vezes, toma bilidade de um aroma, que a gente nao se esquece nunca mais. Depois, toca: ha nas maos linhas fataes E © seu contacio € tao divino (sia caricia das maos € a do destino!), que a gente ndo se esquece nunca mais. Depois, prova: ha nas boccas um desejo constante — 0 de beijarem-se. os sabores ineditos de um beijo, que a gente nao se esquece nunca mais. Mas, um dia, a gente ama: ¢ ¢ entao que se ouve, © prova, e aspira, e toca e vé demais... Sente-se tanto, que de tudo 0 que houve a gente nao se lembra nunca mais! GUILHERME DE ALMEIDA. E ha tantes cousas reaes SCOP OOP SOP SC OO | E so taes Ceca eer | | SSS SSS SSS SSS —— eceann, (CCHRONICA DAS ELEGANCIAS Ns das nossas passadas chro- & nleas referimo-nos ao mdo. ve- s0 que tém as nossas palriclas de todas as classes ‘sociaes, icas_ou pobres, elegantes ou discretas, de no culdar, como deveriam, da con” servacio da epiderme de certas partes eorpe, pescogo, colle e bracos. Por mais de uma ver tocdmos neste as- sumpto e de novo voltamos 4 baila porque nunca é demals ropetir Conselhos quand sio ulcls ¢ ‘quando devem estor sempre pre- sentes na memoria de todos. O peor inimigo da pelle € a luz. Ora, as mocas tm o habito de usar vestidos casciros decotados © de manga eurta, Nao sabemos que vantagem procuram ellos tirar disso, ostentando entre pes- soas intimas da. familia a nudes dessas partes do corpo. O resul- ‘ado € sempre desastroso. Exses partes expostas constantemente S luz ficam encardidas, adquie rem um aspecto grossciro, des- agradavel a0 tacto, e yenhom por vezes, agule alli, manchas pardacentes. Tudo isso, entre tanto, seria evitavel se os se- horas, em sua casa, tivessem o cuidado de trazer mangas longas até ao punho e blusas alogadas, Adoptando exses cuidados, a0 cabo de alguns mezes a carnacio muda intelramente de aspceto, O calla, © pescoge © os bracos voltom @’sua brancara natural, a epiderme fica fina, desapparecem fas manchas. Quando entdo sahi- rem d rua a passelo, poderdo exhi bir a0 publico 0 sen decote © os seus bracos, que se tornario dignos de ser exh. Is Senhoras elegantesprecisam ‘advertir numa coisa e € que s6 se deve ‘mostrar aquillo que é digno de ser mosirado, Zp fealades eumpren sere escondidas. As que gostam de docotar- se ¢ offerecer 4 attencio dos homens fs bracos nus, tratem de tornar apre- sentavels, por melo dos culdados a que nos referimos, os seus bragos e set collo. Isso & obvio, € logico, € incon- testavel. Todos esses conselhos que abi fi- ‘cam paderdo parecer ociosos ¢ inuteis, porque todo mundo sabe disso, e todas as mulheres esto convencidas de que assim & E? aborrecido estar a repetir coisas corriqueiras e conhecidas, Ei frotanto, raras so as mulheres que Oem isso em pratica, Quast todas se obstinam, mere de um velho habito de que no podem libertar-se, em usar vestidas caseiras decotados e de man- gas curtas. Mas, para nossa salisf basta que uma 36 das nossas leitoras, uma s6 dentre os milhares que lém, O robusto menino Jorcyr, de sete mezes de edade, fulho do sr. Marto Garcia, funeciona- rio do Banco do Commorcio e industria, da excma. sra d, Violeta Ricei Garcla - habitualments, “A Cigarra’, siga os Vem tambem estas consideracdes a proposito des uitinas modes que c sam a ser correntes em Pariz ¢ que entre nds se impéem para o inverno que se annuncia. Referimo:nos aos ves- tidos fechados até ao pescoga, para os guaes actualmente om Frenga ha uma forte tendencia que se vac, dia e dia, generalisando. E uma moda casta gue tom, além disso, 0 merito da no- vidade, sem falar na’ vantagem de de- fender’ a epiderme do collo da acco, sempre perniciosa e nefasta, da luz. Um ‘chronista, referindo-se a essa tendencia, esereve, com muita justeza estes conceitos, que transcrevemos: — “A moda casta de cobrte 0 pesso- ¢o attende’ aos Inerceses geraes_ da val ade feminine, Se a mulher’ possue 6 aue mostrar, 6 facto de escondcr ou Ga. a coblea dos apreciadores; se “no possue, on porque a natures a) ndo Fence poraue ax anon Ihe varamsuleos a ‘pelle. ou porque ac Cldentes’ penosos 4 msrearam com ol Calries, a clreumtancla de hever ume moda que disfarca ou occulta tudo Isso traquilliza ama Infinidade de vietimas dovdeselo de agradar. 5 roupe que melhor ses collectives do smunde’ feminino, Noo hesitemos, pots, caras’ palrlelas + rematemos. os ossee ‘vetides. com uma ampla ele) da (gentte ee queen veer: hos retratos de Cervantes.” aiatretds Ga) epee Pecadcia Chicers ‘ape Tae: Maroac. Esta ariste € possul- ore do. sts belle pescaze do smuindo; segende a opinito dos seus adimicadores. Quasl que ce péde alfirmar que a sua brilhante farrelra theatral fol feta 4 custa do. pescoco, Quando, ndo ha tavilo, reanparecea ella n0 thes- tro das Varicite, a sala estava repleta. Todo aquelle enorme publico all) se achava para ap- laudi-lhe © pescoco elle, po- émm, quando surely em scene trae Bovent Yeallda tole techado até Rhcree acl marys tole catuleda ‘cormo ses pier” Faby Eel tes ewer cae ‘ieebctol pire (6 dias rode estzva lengeda ANNETTE GUITRY. oa Néo € delicado, nem conveniente communicar aos nossos amigos a opl- ido que temos delles; & chega-Ihes aos ouvides com a mesma brevidade. melhor dizel- a a08 outros: on Valer olguma cousa por si mesmo, wportante do que fazer erdr que se vale alums eousa, € menos Os novos dizem 0 que fazem: 0s velhos dizem o que fizeram; os toles dizem o que hio dle fazer. sa ‘SAUVAS machines. 1 entincs fea 88 loxico *CONCEICAO, (Formicida Moderno). Exls formicida serve em toda . ‘iso “MAKAVILHA. PAULISTA, ¢ com is barato que por qualquer outro pocesso ~~ Regeesntenie grads “A ECLECTICA. — Riu Jato Briscola, 12 —Caten postal, 598-8. PRULO i Encontra-se tambem 4 ver © em exposicio na LOJA DA CHINA — Rua de SHo Bento n. 65-A despendem uma e ntia na acyuisicao de productos de bellexa, tendo nos seus, tocadores quasi um arsenal de frascos e pétes, que experi- mentados e conbecida a sua in- uillidade sdo relogados para um Tedo, Quéo vantajoso seré saber que 86 se deve usar um unico P6 de AArroz até colhermos o resul ado que se deseja o que 36a perseveranga dé. Usae senhoras,fo maynifico “BG de Arto Mendel” mas, constantemente, ares branca, rosa, de povea cor, Tarde da Creanga Esteve encantadora a reunido que, em Abril, “A Terde da Creanca” offe- Feceu aos seus socios, no Theatro Mu- alcipal, em beneficio do ‘Hospital de Creangas” de Indianopolis. Qs artistes do “Circo Frangois”” desempenharam-se admiravelmonte da parte inicial do programma, com os seus maravilhosos trabalhos de acrobats, sendo enthusiasticamente applaudidos, Na segunda parte agradaram_im- menso os ballados executados —pelas weninas Cidy Chaves Moreira e Elay- Ia de Oliveira Penne, que garboxamen- te intorpretaram a “Dansa das Borbo- lotes”. Com muita raga a monina Mary Mauger mostrou depois “O que sabe fazer uma sombrinba", ¢ muito apreciado foi ainda o “Balladodas cl- ganinhas", executado pelas mientnas : Bebé, Nair, Léa e Nené Duarte, Doris Fleming, Cora Mauger, Virginia’ Allen, Elza Toledo, Cocilla Ferraz Sampaio, Elayla Penna, Cidy Chaves Moreira ¢ Zizinha Pedro dos Santos, alumnas da distincta professora Misses Hilman. Na terceira parte exhibiu-se ao pla no a graciosa menina Cemma Furtado, discipule da eximia professora D. Max rietta Serva, no “Tambourin”, de Ra- meau eno “Minueto da Vovs", de Grieg, recebendo, a0 terminar, caloro- sas palmas. Na quarta parte, cfferecew a sua bella contribuicdo 4 festa 0 barytono Luis de Freitas, que deliciow a assise tencia com lindas cangées regionaes, eujas tiradas, choias de’ sentimento ¢ ogura, punham pelo ambiente uma no- ta'de saudade Depois Tom Jack, © famoso “rel do gelo”, assombrou a petizada com os seus raros poderes de desprender-se fa- cilmente de cordas ¢ correntes, augmen- tando 0 volume do thorax e usando de uma flexibilidade espantosa (LE, come fecho obrigatorio do pro- rama, os queidos da “creanga Hilario Sardinha fizeram, apds uma serie do pilherias, entrecortadas de gos- tosos sos, 0 sortelo das prendas do ultimo concurso. A sra. d. Emma Zanotta ndo se esqueceu tambem das creancas d'“A enviando bondosamente a todas pelo que ellas lhe Fearam muito penhoradas. O proximo espectaculo ser no Par- Haverd lindas surpre- dessa tarde estiver lindamente azul, como esperames e al- tugjamos, ser mais um bello triumpbo para esta benemerita Associagdo, que Eseapel do trovdo 0 det no re lampago. Cabellos ) Uma descoberta cujo segredo custou 200 contos de réis A Looto bri aacimento. de, novos 'Nos casos de calvicl fadbrotar abega timp e fresea, A Loe ne ¢ usage A enda em todan as pars drogariat casas de pectone me A mais bella do Brasil — s+ Isso tudo ¢ fita, Fanstinal A mais “bella do Brasil é5 tw... que eu amo tanto! Bilhetes a Pierrot © Ha dios, arrumando a minha mo- desta bibliotheea, deparou-se-me um pe- queno volume, muito antigo e maltra- tado, qua ew jd ndo me lembrava de am versox. Versos de Came Folhel de vagar, com 0 cari- abo que tenio para com as obras, dos grandes mastres, aquellas paginas chelas de Iyrismo, aureolades por uma suavi- dade sentimental, téo difficil de enc trar neste secule de materialismo ¢ de ali Insensivelmente eu me havia sjoe- Thado no tapete perso, endo sei qu to tempo alii fiquet'a ler ea reler aqucllas estrophes que tinham sido 0 meu calto na edade das illusdes © dos devancios. E eu lia e soak Jf ndo era o outomno qye me es- plava pela janclla: era-a primavera, Eu ina ‘outra ver vinte annos e, sob meu baledo estrellado de jasmins © ro- a5, ouvia uma voz multo conhecida a dizer-me essas cousas lindas que a gente ouve com a alma endo com os ouvides. De Feponte, um golpe de vento fer bater a janella, © balcdo desapparccen, @ vor quorida calou-se, Ew havia chegado Squella_quadra : Por qué quercis que, ansicso, Deje mi humilde estado, Si és mas dosve:iturado. Quien fixé una ver dichoso ? © (peta "eastalhao femia @ denen: tora, Cousava-lhe pavor o dia seguinte da felicidade © preferia renunciar a ella 2 perdel-a depols dea ter porsuido Porque, no mundo, tudo tem om fim ; a veatura tom ezas eo amor . Alb, o amor dizem que lambem mio 6 Mas, entdo, para _ndo se lembrar, no infortunio, dos dias em que foi fe- liz, ha de uma creatura desistir do sou sonho, do seu ideal, da suprema ancie- dado ‘do seu sér?' Ha de fechar os clhos para ndo ver os encantos da na- tureza, ha de taper os ouvides para no, ouvir a vor do proprio coracSo ? Pera ndo ser mals \desventurado, 0 homem passa pela vida sem viver, sem ‘cooiprehender as leis do amor, sem sen- fir as emogses da alma? Albeio d bel- lea, ate, a0 amor, elle caminhars & som sua covardia, que protege contra os vendavaes da vida e ‘contra as perfidias do destino ? Nao, Pierrot, a ventura supreme, que é a ventura ‘no 6 bella até quendo nos deixa ; ha, para 0 abando- no, em que ficames, uma suavidade que se chama recordagdo; ha, para re- ceber 0 pranto dos nossos olhos, « sau- dade, que tudo embelleza, mesmo os ‘momentos mals Insignificantes do so- rho. desfet Li, uma vez, nio set onde, talver fosse nesse livro desconhecido que nds todos trazemos dentro do peito, uma quadra que contradiz 9 auctor das “Doloras” Quem tem medo 4 desventura, Por certo 0 amor no couheee, Pois esta nelle a ventura Que as desventuras esquece. E nao é s¢ as desventuras que elle faz esquecer: ha mil outras cousas que elle desafia num sorriso e supporta som um quelxume ; a vocileracio dos maus, os pedradas dos iavejosos, as meldigdes dos detractores mesauinhos ‘no 6 altingem ; na sua fortaleza in- Casas eCiéana, < vulneravel, que ¢ 0 coracdo, elle sorri vlctorioso, superior ds tempestades que fentam demolil-o. F, quando Ihe tiram todas as flores do’ eaminho, que sdo as esperangas, quando Ihe arrancam as roupagens, que so as illusdes, quando se ve sosinho, miscravel, mi, elle ainda © amor, e ainda sente saudades de quem 0 deixou naquelle estado... (O amor ¢ assim, Pierrot. Mas tw no comprehendes essas cousas ; tu fe- chas os olhos para ndo ver a luz que © sol derrama sobre a terra em flor; tu ndo queres ouvir o hymno da vida ‘que pulsa no calor do teu sangue ; ta quebras ‘na muralha da indifferenca a taca que o amor te oflerece uns labios ‘anciosos pelos teus... Por que, Pierrot? Tambem tomes’ a desventura ou é “la joie qui fait pour?...” E en que te julgava tie corajoso ! COLOMBINA, LONGE DE TI ..0 mundo entre nés dois. E denso O nevoeiro a cahir de um céu negro e medonho ; Mas, para atravessar esse caminho exlenso, De um mensagei Corre mais do que o vento Ninguem o escula ou ve Entreabro 0 coracao . audaz e rapido eu disporho : € leve como © incenso, + quendo as azas ihe ponho... = cerro as palpebras... penso... E te vejo a sorrir no encanto do meu sonho! Eslas longe. Ou'importa ? Eu te sinto tao perto. Dentro do corago. E, no meu pensamento, A tua voz esculo, as tuas maos eperto... E de tanto pensar, julgo ouvir os teus passos Que te trezem a mim e, num delumbramento, Eu me sinto morrer de amor entre os teus bracos!... COLOMBINA BILHETES PREMIADOS SONN Clase Lorenzo 4 rua Quintino Bocayuva 42 (Esquina da rua Benjamin Constant) ~ Teleph. Central 4858 | ° AGENCIA DE TODAS AS LOTERIAS — Unica que offerece maiores vantagens aos: seus freguezes | A Poesia de Bilac a A taureada,postise patricia sra. Ro- salina Coelho Lisbéa acaba de mimo- Sear nosso. meio intellectual com Inte- ressantisima palestra lterorla. O thea tacolhide fot a poesia de. Bilac, enca- fede sob um dos seus aspectes ‘mals Seductores: 0 Amor. A consagrada cin- deladora do Rilo Pagdo néo podla ele- for molbor opportunidade pare, ainda lima ‘ves, trarer-nos 0 encanto. sempre wivo da sua palavra maravilhoss. Nesse Uelicado estudo, a culta e graciosa cone Fereneista se houve com babilidade ine stperavel,a todos déslumbrondo,jé pelo vigie e precisfo da analyse, agudera dos onceitos, como, ¢ sobretudo, pela cra- fe alada, alls’ mul pessoal, com que Soube tocer o easumpto, por forme a Alescabrirlhe, com epurada discregioy 05 Dreciosidades mais rara:, das quaes”al- fgumas fntelramente Indditas, hos parece, a clegante pr em {io stave critea, Togrow ‘destecar com Finura requintads, 80 36 uma das fa- cos da obra ratilante do primoroso ly- rico de Via Lactea, mas, toda cll, cia seu esplendido conjuncto’ de harmonta, balleza, sonoridade. A vida do Bilac, expresstva, inten 39, ennobrecida e douraia. por’ ancslos de perleigdo, symbolise desabrochar pleno de uma alma ardente, sob 0 fogo repitante da mais funda palxdo ame~ rose, Os canticos male suaves do deli- Glove vate de Alma Inquieta, —e 330 ‘auasi todos da’ sua inspiracso sem por, “respicam aguclla sensibilizante ter: ura amorosa. fs. ideallzaydes, histori ro Tenn, na alata produ poeticn de Bilac, assignalam meros ac- Cldentes, que reflectem a taflucneia In- nqavel exereida polo genio de Gongsl- ves Dias —o melgo evocador dav he Toleas tradigées secionalistes, — como fda poesia classica, cujo.thesouro ina- preciavel ndo guardou segredos « mente erudite do jnsigne leito. Mas, hesas_ rapidas excarsdes de, recreio, Copido fot jamais olvidado. E’ que sentimento do Amdr constituiu semp 4 forga priaacial a inspirar 0 estr0 vi fgoroso de to. genfel versificadar. int Do recesso mais intimo daquelle sé pujante do sinccridade, resoou, com to- ante rieodia, 0 lyme mals completo 0 Amr, puro, ideal A. emogdo do Amor — essa conso- Jadora “miragem de. ctornidade vida fagaz—merecou do miraculoso cantor de Tarde a consogracio apotheo- tica, a homenagem suprema nos vibra- 08 do mais super-agudo temperaments antistico. Em cada nota, que se di prende da si tuma particula damente affectiva. A exemplo de Cor naille, poderia repet Pull quo ee fal par is quefappris 2 romor, ecéana_ SHEO Amor sentide © conesbido por Bilae teve accento peculiar a empres- tar-Ihe feledo toda pessoal, tneonfun- Visto a0 longo, paerse-4 represen- tar qual a” mals ‘pronuncloda reacya0 contra tum romantismo.languido, mor Dido, quasl a soterrersse nas suas pro- prias rulnas; ‘0 toaue de alvorada a Snnincler win nove dia, soberbo de en- Cantos, caro & juventude, lluminado 20 claro’ offuscante do. sensualismo. dept ado no crivo’ da mais subtl expiitua- Tidade. Contemplado: de perio, ao com facto mesmo da sue subjectividade, ap- Bare comm o saznado acto ds wa Nontade, que ndo estrangila os. Impul- sos de nalureza em as, suaq_ manifest: GBes. Incontidas, mas discipline-es, em bellece-as uz radiante. do. senso es thellco Assim. trebalhado, qual 0 tmermore acti nes. mos de um Phi dies, fol 0 Amor — essa ayathese max tistral da vida © relugio. predilecto, Senhorita Clara Kuhimenn, filha do pharmaceutico sr. Paulo Ruhimann e da exema. sra. d. Augusta Kuhlmann © pincaro, Iuminosa do eleito, levantado, feom a solider de castello medieval, s0- bre © prosaismo limitsde, monotono, caloulista do meio. 'Sé mesmo, pois, 4 Mulher —ange- lica visio, que sempre acariciou a ima- ginagdo vuleanica do pocta sublime — poderia caber © augusto encargo de in- ferpretar e definir as aspiragies mais candidas de um coragdo bonissimo. P, BALMACEDA CARDOSO. — Greia isto: ndo podemos ter pros peridade emquanto ndo {dr restabelecida a confianea, — Assim €; mas péde crér que ndo podemos ter confianca emquanto a pros peridade no for restabelecida. mo Aviadores fascistas Instantaneos da brilhente festa de aviagdo realisada no Aerodromo Brasil, nesia capital, com o concurso dus aviadores ilelianos do partido faseista, que se acham em visita a S, Paulo. Em cima, da esquerda para a direita: 0 aviador Enrico Robba, os aviadores da commissao fascista italiana Terzi, De Giovanni, Umberlo Re e a aviadora brasileira Tereza de Merzo. Em baixo, da esquorda para a dircila: 08 aviadores fascistas italianos Terzi, De Giovanni, Umberto Re e 0 avlador Enrico Robba. — @ Cgaxia. ——_ aa Hi Rosalina Coelho Lisbo: © publico paulistane. teve occasido al de conkecer a insigne poctisa brasileira que detem 0 premio de poe- sin instituldo pela Academia de Letras. Ai autora do Rito Pagao. vences com extrema galherdia mols essa prova publica e revelou-se, no Municipal, co- no. conferencista, a mais perfeita de fquantas. alll flzeram ouvir @ vor. Sua icgdo lenta © maravilhosamente musk cal. permittiv que 0 auditorioacompa- nhasse 0 desflo das ideias sem perder & misima nuanca, ¢ foi de enlevo a sensagdo resuitante- AV conferencista im- porse ¢ captivou a todos., Veriicowse fane € ella im caso raro de concorren- Gia harmonica dos mais altos valores plasticos e mentaes, Belleza ec intlll- Kencla; finissima cultura e nobre, el ancia de attitudes; voz ehela, clare, Hea de musiealidade ¢ conceltos. subti Tiscimes, estylizados a primar como 36 © sabe produrir os escriptores de raga. D, Rosaling Costho Lisboa ¢ perso- nalidade tio interiga que impde 20 cri- tico @ uso dos adjectivos de mals. ine tensa superlatividade, embora andem elles por abt dessoredos pelo uso ine- plo. FE" uma ereatura perfeita. De auel- quer face que a analysemos 0 julro re- Sulla sempre esse — perfeita, Temes, pols, a explicagdo do pres- tiglo immenso “que a poetiza gosa na sociedade earioca, onde esplende como Uniea. Perto della tudo esmecce, tudo descora... om Antonio Moreno A carreira de Moreno tem sido uma das mets brilhantes e das mais roman- leas da scena made, Nasceu, em ae rid, de paes pobres mas aristocratas. © seu pae era um ex-official do. exer- ito hespanhol ¢ a sua mie pertencla a fima das mais estimadas familias da aristocracia hespanhola. Morreu-lhe pae quando era clle ainda joven, e teve de interromper os seus estudos em Ca- liz ma edade de nove annos ¢ procu- ror trabalho. Filho © mie mudaramese para Algeciras, ¢ 0 rapaziaho empre- hendedor e activo conseguiu o logar de entregador de pao. Dahi passaram-se para Campamento, conde Antonio Moreno travou relagdes com muitos touristes, ontre os quaes Benjamin Curtis, sobrinbo de Seth Low, ex-prefalto de Nova-York ¢ presidente da Universidade de Columbia, @ Hen- Fique Zanciti, ambos americanos. Elles se interessaram pelo raparinho © man- dorars-n'o para a escola, em Gibraltar. CRO fi ey ae Mais tarde Antonio Moreno percorrew a Hespanba em companbia do sr. Cur- tis, Os seus dois amigos trouxeram-n'o depois. pera a America, mondando-o para a escola de Northampton, no Es- {ado de. Massassbuts. Formado por aquella exeolo, come- oa a trabalhor na companhia de gaz ¢ Sectricidade daguella cidade © um che- ‘wado casual no theatro local, para con- Certar 0 appareiho electric, fol 0 marco para a sua nova earreira, Maud Adams fstava ensaiando “The Little Minister” @ elle pediu que fesse admitide num pequeno papel. Deramlh’o e elle ficou coma companbia, emquante a_peca fece vida e concorrencia. Em, segulda Frohman produziu “Peter Pan” ¢ “The Serf Jos em aimbas esas oe fonio Moreso appareceu em campenhia de Maud Adams. Por muitos annos appare’ eu nas incipaceprodueyBes de Nove-York -« wnpanbias theatraes ambulantes, ey fic rnalments foi seduzido pelo cinema, onde fo seu sucesso tem sido De- pols de ter trabalhado h Pathé, possox para parecendo’ em companhia de Gloria Swanson em “My American. Wife”. se © homem pobre ¢ honrado morre ‘0 tempo que viveu. Um dos ultimos reiratos do desventurado joven: José Guarany Marcondes Machado, filho do nosso estimedo collega de imprensa sr. Anniball Machado, director da “Agencia Paulista de} Publicidade “, em 21 do mez p. findo. —e que am condigoes ti tragicas pereceu sjogado na praia do Guarujs,, PARA “A CIGARRA* Emfim, Abril, chegastes, claro e lindo. Esta luz, estes sons, estes ruidos Doidos que em toda parte andam perdidos, So a voss'alma que eu estou sentindo... No céo em que pompeia o azul infindo, Quantos véos passam, loucos ¢ aturdidos. .. Na terra, quanta rosa estaes abrindo, Quanta flor, quantos cravos coloridos ... E, no entretanto, lem um sonho veio Florescer no deserto de meu scio... Silencio e sombra. . Porque vés nao trouxestes 4 minha alma Um ramo simples, uma simples. palma Da primaveira que a chorar perdi? lad . tudo 6 morto aqui. CLOTILDE MATTOS. ar Phrases fatinas Vanitas vanitatum, et omnia vant- tas (Valdade das vaidades e tudo. é uaidadade) — Palavras pelas quacs 0 Ecclesiastico (1, 2) deplora a inutili= dado dos bens terrestres, E? a tradac e¢do do grego: — Mataiotés nataio- fetournkai panta malaioles. “Tu Marcellus erie” (Ta sords Marcellus !) —" Allusdo és palavros aque Virglio, (Enéidas, VI, 883). poe faa bocea de Anchise, mostrando a Entas nos infernos, enire os gloriosos descondontes de sua raea, o jover Mar- callus, filho de Octavio, rmgo de As gusta. Tu serés-Maredllus 1 uma promessa do céu, que nunca se rea Tizard. “Ut pictura poesis” (A poesia é como uma pintara) — Pensamento de Horacio (AIrfe poetica, 361) segundo 0 ual, mos poemas como nos quadros, Convém tratar e Julyor” cada obra se- “KM Cigarra‘t em Brotas 4 genlil Sonherita Edith Guerra, filha do. dr. Benedicto ee Oliveira Guorre, méxtco residente em Brotas. undo seu genero, Muitas vezes tira-se tessa phrase de seu sentido para signi ficar que a poesia & irma da pi yelimus damusque visels- (Desejamos e concedemos em to- dos 0s pontos est permissao.) Pala- vras de Horacio (Arte poetica, 11), @ proposito da faculdade de tudo ou- sar, concedida aos potas. Séo sempre citades para indicar a tolerancia mutua que devemos ter uns com os outros. “Vini, vide, viet” (Eu vim, vie pene? !) — Palavras famosas pelas quae’ Cesar annuneiou 20 Senado Romano a rapidez de sua victoria sobre Phar- aco, pat do Ponto, nos arredores do Zalas. Phrase de uma applicacéo sem pre familiar, para exprimir a facilidade de um exito qualquer. *Vade in pace” (Va em poz) — Palavras do confessor, despediado seu penitente, depots de lhe dar a absor~ viedo. "Vaile retro, Satands 1” (Rettra-te Satan !) — Polavras de Jesus, que. se encontram no Evangelho sob uma for ‘mula um pouco differente (S. Maiheus, Ww, 10, eS. Marcos, VIII, 33), Appl: cease repellindo qualquer pessda” ou mesmo regeitando suas. propostas, para significar que a tentacdo € melevole “Vai soli” (Ai do homem s) — Palavras do Feelesiastico (IV, 10), que ceracterisam a posiedo ialeliz do homem isoledo, abandonado a si mesmo. *Vae victis!” (Ai dos vencidos f) = Palavras dirigidas por Brenno aos Romanos, no momento em que jorava sua espada sobre a balanga na qual se pesava 0 ouro destinado a livrar a ce dade de destruiedo. (Tilo-Livio, V, 48) Essas palavras recordam que 0 vencl- do ests § mere’ do vencedor. on ‘A _admiragao pessoal A edmiracéo pessoal nunca dé tan- tas voltas 4 cabeca de uma mulher co- . mo 4 de um homem. Comtanto que lla tenha bonitos olhes, razoavel phy- sionomia e bem contornada figura, a falta. de Hsonja jamais a incommoda. Hobitoarse aos cumprimentos ¢ ccaba por achal-os cousa tio natural que el- Tes nada accrescentam x razSes que te- nha, 08 aoe presume ter, pare ser vaidosa. 7 nesse sentido que podemos effirmar ndo ser a mulher to susce- plivel de se envaidecer com os clogtos como o homem. Resumindo : Se ella é bonita, estd disso téo convencida que precisa que li'o digam: e se 0 no 6 tem Imoginagio sulficiente para @ si propria convencer do contrari. oo 0 opio entre os animaes No sd0 unicamente os homens as victimas dessa substancia nelasta : 0s animaes tambem se habituam a esse vi- cio € so escravisedos por elle, irre mediavelmente ; poueo acostumados a lla, soffrem as mesmas perturbacdes, ‘Um fumante de opio, entre outros, possuia dois mecacos, que @ acompa: nhavam 4 noite: quando ia fumar, um elles, cego, absorvia os residuos do cachimbo, que descobria com 0 olfacte ; ‘outro contentava-se em cer junto co dono, haurinde 0 fumo aromatic, que se desprendia no ar. Se por qualquer elreumstancia, eram esquecidos & hora habitual, essex ant macs soltavam gritos estridentes, pro- curando quebrar as correntes que cin~ lam; se ao contrario eram soltos a tempo, iam voluntariamente callocer-se junto a0 leito do dono, esperando que ‘este preparasse 0 cachimbo. Os gatos tambem sio grandes apre- ciadores do opi a O signal de maxima distincedo ‘na China € deixar crescer 0 mais possivel ‘a5 unhas ; certas senhoras che garam a conseguir que as unhas crescessem até uuns vinte © cinco contimetros. ——. eCéeaxa, Enlace iRobba -Segre © dr, Leao Segre, conceituado adoogeda om Sav Paulo, e sua exema. esposa d. Livia Robba, no dia do seu casaiento, realisado nesta capital, no Salao Lyra. Foram padrinhos do noivo 0 st. Francisco Pistone @ sua excma, esposa, d. Marina Pistone, e da noiva o sr. Jodo Lucchesa e sua oxoma. esposa, d. Maria Luce! Impressoes de Viagem pepo dee “nalpewiora Rade Sabu Leg ani ean ito blicamos, em um dos numeros anterio- mts Creat ee cota: eateries cocanlsieewemnte dee! ae a Soe Clee pe ale ie eee ote ee ee BOIS eg eee amagrefti “Mando-lhe uma vista do maior feoaslieuta os dautmore toes al Sojae lime a baled tees lees meme me trae Eee incon Tonal, ecnlra Bae Vaan ahd ce eatla UT oe Sabicea sin cmecndoiislay torannes © pela intelligencia excepcional de que era dotada. Viveu em palacios a Sitar aintvo do'Frte decides ¢ SVItE°E:pantr onments con inure branegevsene ne mand folate Miu merce inlets eee ea neo exsonle no mun. rneckdos de isiineta collaboradora d. Ritinha Seabra Lion.” flores embutidas, fellas de pedras pro- closass As esmeraldas, 0 lapts-lazuli, turquezas, topasios, ete, da as salas de audiencla do Marabjah © os objectos de uso. Essas maravilhar dolxaram-nos uma impressiia de sonhos de “mil e uma noites, realizado. O Taj-Mehol levou 17 annos em cons- trucsio, cecupendo 20 mil homens po- dia, Este cartio leva-the uma amostra das columeas do palaelo das. princezas indds, Filhas do snarabjeh da mesma Specs, todo em grez vermelho, esculpi- gy de tls, aldcaraba Uolniae Hal ifielia, Dosis Tella enacae Ree € 5 eee tetloit ea cate ta cecal ediedes eee erectraal fraasa decopea ate teak postal ¢ umn Fable fume dhe, Espo Gio Bis @tIbe pace HAs columnas, do Palacio das Princezss Indis. Pholographia gentiimonte “Tr gifts &_ Castres prestando-ses 0 __ Temettida,lag“Cigarra pela* nossa. prilhante collaboredora ‘d-Ruuinha “ames $ cua Erg Soabra Lion! sang > $Ritinha‘Seabra$Lion 7 Pixavon Sabao d’alcatrao sem cheiro para lavar o cabello. E incontestavelmente 0 melhor producto para Jortificar 0 couro cabelludo e enraizar o cabello. Um frasco dura varios mexes. Prego: frasoo grande Rs. 6$000, frasco pequeno Rs. 48000 —— eteana, Regras de hygiene Toda a hygiene pode ser condensa- danas dez maximas’ seguintes 1.0 — Hygiene geral: Levanta-te ceo, delta-te cedo ¢ entroga-te a algu- ma cccupacdo durante © dia 2,0 — Hygiene respiratoria: a agua © © pio alimentam 0 corpo, 0 ar eo sol sdo Indispensavels d saude ; 3.0 — Hygiene gastro-intestinal : 9 sobriedade ¢ a frugalidade sdo 0 me- Ihor elixir de longa. vidi 4.0 — Hyxlene da pelle © dos pé- fa limgeza preserva do caruncho : oo as machinas mais limpas sio as de maior duragio : 5.0 — Hygiene do somo : bastane te descanco repara.e fortifica, dema- siado descanco debilita ; 6,0 — Hygiene do vestuario : ves- tir bem consiste em conservar 0 corpo com’ os movimentos. livres © © calor 7.0 — Hygiene moral : 0 espirito repouso com os distraceies ¢ entret 8.0 — Hygiene da _habitacto: casa limpa.e alegre torna o lar agradavel se - Minas Instantaneos tirados para “A Cigarra, por occasido do maich de campeonaio disputado entre os teams do Palestra e do Minas ¢ do qual rasullow a victo- ria do primeiro, por 5 goals a tres. um goal de Heitor contra 0 Minas. Em. cims © team vencedor. No meio: Em baixo: 0 quadro de Minas. 9.0 — Hygiene intellectual : a ale- aria faz amar a vida e € 50 por cento de saude ; ao contrario, a tristeza e 0 abatimento adiantam a velhice ; .0 — Hygiene profissional: vive do producto de tua Intelligencia, Nao delxes entorpecer os bracos ¢ ax per nas, Ganha a vida com 6 trabalho dos teus bragos. Nio te esqueeas de ador- nar tua intelligencia e de’ engrandecer fous. pensamentos, we Agulhas Exam conhecidas em remota ant auidade na India, na China e no Egypto. ‘antes de se inventarem as agulbas de aco para coser, exam de espinas de peixe. ‘As melhores agulhas 30 as. fabrie cadas na Inglaterrs. Pora se conboeer a qualidade, pro- ceura-se ver se entortam ou io, ‘sendo nds a deste sllima caso, pols quebram- se com 0 esforco empresado para caser. E melhor guardal-as entiadas em flanella do que soltas em agulbelro, 0 aque Thes estraga as pontes. cn 0. fascao e meio Para gas Flenrigue IV tinha um cavallo, a0 qual estimava tanto, que jurou mandar enforcar fosse quem fosse a pessba que The annunciasse Sua morte. E 0 cavallo morreu, um dia, é claro. Um gasedo se apresentou a0 rel no tom mais humilde e lamentoso de ‘que era capaz, comegou "Ai, senhor! Sex cavallo... Este formoso, cavallo que estimava tanto!.. we cavallo que Vossa Magestade Esse soberbo cavallol... — Morven! — exclamou alarmado © soberano. — Vossa Magestade esté em risco de ser enforcado! Foi Vossa Magesta- de mesmo quem dew a noticia, an © Enmpresarto « uma corsta_bont- to: — Dize-me 6. Que preferes? Que feu te augmente 0 ordenado on que me ‘ease comtigo? ‘A Corista bas ax cousas ? — Nao podiam sor am- a S6 aquelle que néo sabe © multo hem que numa hora se péde fozer é que ndo lamenta devidamente a perda deum dia dissipado, a Quem nao tem caracter nfo é um homem, acm mesmo um animal: é uma cousa. — Chamjort, on Nao te fies de uma mulher distra- hida: € um lince que te estd obser vando. oo Cartas'de Pierrot {= Pierrette, Recebt o teu bilhete, Ainda nio s« bem que resposta poderel dar a elle, tal o turbilhao de ideias que me vao pelo esplrito envelhecido pelo soffri- mento e pelas injusticas dos homens. Lio teu bilhete ¢, ainda mois uma ver, me convene de que, até hole, ne- nhuma mulher me compreliende Nao julgo que me odeies, ‘erio mesmo mesmo o teu odio, porque tenho a consclencia tranquilla, Permitte, amiguinka, que te contra- dige Tu, nem de longe, comprehendeste © meu retrahimento.” Alo demals fol Sempre assim; nunca ainguem ime quiz comprehender, nem ninguem se apieda- de mim, Ais mulheres tém passado pela mi nha vida como uma caravana por um deserto, isto é delxando na areia os signaes’Indelevets da sua passagem. Os homens, com a sua maldade, me fizeram mau tambem, ¢ hoje a minh'ale ma agoniza progada’ 4 cruz immensa das suas attribulagoes liga maguousme profun AA “franqueza, quando “brutal”, fére muilo mais que a “mentira hypocrite” que se vem a descobrir. © mundo é a mentira hypocrite, Eu codici 0 mundo ¢, por isto, elle me con- demnow. Deante de mim todas as portas se fecharom, s6 ficando aberta a do se- pulero. Tu estés enganada, Eu continio sinda dentro do meu sonho. Tudo ue vive precisa sonhar para no cahir no Valle do Desespero. © meu “alter ego" continiia no ou tro lado de vide, Na plenitude do meu mysticismo, eu vou subindo, um a um, os degréos dda escada desse sonho, ¢, na sua ex- celsitude, eu olho para a humanidade mde perversa, e do alto dese monte Thabor a minha alma transfigurada, na perfeigdo suprema do ideal, ¢ maior que os homens @ apenas menor que Deus, que € a suprema perfeigio, E' 0 materialismo, de joelhos © de mios postas deante do mysticismo, assim, és ainda para mim a mes- ‘ma que eu contemplei quando pisel 0 rimeiro degrso da escada sonke, Talver, por uma maldade inconscien- te, tu ainda falaste em violetas? AA Violeta! A flor dos infelizs, a minba fl0r, a f10r do meu romance’ de Pierro. Ob! © mou romance! Quem 0 co prehenders? Ninguem; porém elle fica- Fé e, a0 depois, quando novas éras fo- rem’ apparecendo, haverd quem o lela @ sinta para comprehender into agora em minh'alma o tedio da vida'e nella eu vejo, como um Iie vro aberto, uma felha rasgada, Sinto como que o brotar do sangue rofervente de uma arteria rompida, que vae sangrando sempre, Eu ‘te perddo, Pierrette, 0 julzo temerario que fizeste de mim. Quando cheger o dia em ave tua alma possa comprehender a minha, ti dirds que eu sou, ndo um desilludide, mas um crente. ‘Saudades de Pierrot, (Conforme) CALAZANS DE CAMPOS. cer Glossop & Comp. Esteve nesta capital, tendo-nos da do 0 prazer de sua visila, 0 sr. J Nobrega, sympathico e distincto rep! sentante da conceituada firma Glossop & Comp., do Rio de Janeiro, on No Museu de Historia Natural. dos Estados Unidos da America do Norte, hha um meteorito, que pesa 15 toncla- das. E quasi comsttlde unteaente por ferro puro. 00 oo— mais tela do Brasil __ @Geaem: BA-TA-CLAN a Era na Companhia de Be-ta-clan Depots do. cepectaculo ficavamos os trer no camorim de Georgette. Gor faite ora uma frencesinha fall e extra Scgente, Ex, Mfr, Jol, um inglez dos Cabelles cor’de cha, e um ropar imber- Be que andava ensolar os pr melros amores. No camarim beblamos cham- page, Quando se fozla malor B"Silencloy © grande silenclo das fossas alas, pare espantal- 0 Iinboros a sonoridade. cortante ag, gargelbodas da George, 2. "Francezinha’, como todos Ibe hamavam na Compan “Mr. John sempre impassivel sempre inglen, © rapaz imberbe, apotzoneds. E eu..+ eu somente Sé sablamos de Georgette que era'a. “Francezinha” do. Bo-ta- flan Noda do seu passado. Quando rebentou a guerra, lla Fehentou entre, nds) fragorose- teak, Un socceses. 0. t0081 Innberbe aoetxonou-se. Mr. John disse. “all right” © continuow a bber whisk, multo simplesmente Eu, para, logo, fiquel diigindo a ‘saa chaque, que’ era. discipli- nadissima, Depots do espectaculo, Os quatro, Bebiamos. cham- ponbe. Conversavamos em fran fez. 0 lrancer detestavel de Mr. Joho. ‘F's veres havia ene hesiasmos Entdo Georgette trans: verse, Em cima da. meso, tea em punho, cabellos em des” Allnho, faces sfogueadas tilinta- a, msleado, 0” stu fronces de Bovlevard, Dina trechos espor- sos da. "Chanson de. Roland” © aqualles versor extraordinerios dda Merselheras * Alona enfants”. Parecia toda Franea.dependu- raida doe lables da franceze Depots, 0 rapaz imberbe to- mevadte az lees, e) multe. ¢- fulo, palido, commovido, dia. fhe colsas sueves, falaverbo de patrladistante. Mr. Jobn, que Mo comprsbendia 0. entbusias- fo. anienodo por aquellos versos {Ho cartes, dava. de. hombros, ranito. siopleetente. A conflagracto europea elas- trava o munto ‘de horrors, Os telogremmasy parectay cheravem a sangue. presidente Wilson faa. principios de. paz. Mr. John Tia os jornges e sonhava com 8 ominacdo ingleza (© dia da festa” de france ain, O Thestco chelo de gente.” Muitas flores, Um secretaro de Estado trouxe um bouquet de flores rubras, chelrosas, malicio- ‘Deslambrante, a Geo gette, O director esfroga ‘mos, contents. No dia seguinte os jornaes da ma- ahi publicaram © retrato de um offi- cial francez morto no “front”. Goor- gette faltou 0 ensaio. No outro dia, tambem. Retrato de Georgette nos jor- nees, Tinha-se suleidado, Uma tragedia: 0 rapaz imberbe fer © primeiro soneto. Mr. John varou 0 eraneo com uma bala, ee Exposicao Grupo posando para *A Cigarra*, na exposipao do pintura dos dis grino de Castro, instellada na Papolaria Riachuclo, a rua de S. Benlo n Veom-se em pé: senhoritas Anna Pinheiro, Apparecida Candela, Maria La Rocca, Clemeneia de Castro, Maria Cavalheiro Dias, Annita Menite. ‘as plano: senhoritas Philomena D’ Elia, Alice Avignon e Eloira Soubhe. No ceniro: Peregrino de Castro e sua excma. esposa, d. de pinturay E, emauanto todos lamentavam a morte do ingles, resoava, nos meus ouvidos, @ sonoridade estranha das golhadas da actriz. BRENNO PINHEIRO. on O agradacimento e a agratiio acom- panham sempre todo o favor recebido: quelle precede-o, esta segue-o. sipulos de Pere- 358, Sentadas no primeira ‘Ambrosina Vidal de Castro. - A BELLEZA | ARTIGO PRIMEIRO: Ficam abolidas as cutis feias. A mais bella metade do genero humano fica encarregada da execugao do presente decreto. POLLAH Se chega 0 momento em que V. Ex. nola as prematuras rugas ao redor dos olhos, as manchas no rosto, pelle flacida e sem brilho da juventude —cravos, ver- melhiddes, espinhas, cutis aspera e resequida, “fazer alguma coisa” para impedir © progresso dessas imperleicdes e dar nova vida © belleza 4 cutis. Essa “alguma coisa” 6 0 CREME POLLAH! Ao CREME POLLAH eslé destinada a missao de distribuir a felicidade e alegria ds senhoras e mogas, devolvendo ao rosto a sua perfei¢éo, 0 aspecto de juventude, fazendo ABSOLUTAMENTE desapparecer as RUGAS, ESPINHAS, CRAVOS, MANCHAS; dando DIARIAMENTE 4 pelle a “suavidade e 0 colori. do” da primeira juventude, POLLAH, 0 maravilhoso CREME DA AMERICAN BEAUTY ACADEMY, representa a ullima palavra da sciencia dermalologica © nada o iguala para em bellezar, conservar e curar as imperfeigdes da cutis, Como CREME DE TOILET- TE deve ser usado 0 POLLAH diariament para dar a “cdr clare, suave, parelha e adherir 0 6 de arroz”, protegendo 20 mesmo tempo contre o vento, sol, poeira e calor. | Haveré por acaso algo que proporcione a uma senhora maior prazer que a certeza de sentir se admirada? POLLAH proporcionaré essa certeau : Essa 6 a admiravel missio do POLLAH. Remelteremos gratuitamente o livrinho “A ARTE DA BELLEZA‘, que contém todas as indicagdes para o tratamento ¢ embellezamento da cutis, a quein enviar 0 coupon abaixo aos srs. Representantes da AMERICAN BEAUTY ACADEMY. (A CIGARRA) Srs Repres. da AMERICAN BEAUTY ACADEMY — Rua 1° de Margo, 151, 1° andar — RIO DE JANEIRO. NOME RUA CIDADE, ESTADO . at ARARAQUARA on Nao se realizou a brincadeira do Tennis —Uma reunido encan- tadora—Amavel, ‘0. Cecilio Ka- ram!— Os oculos sentimentaes do De. Oliveri, Mario — 0 Governo da Cidade — Aqui se trabalha e se progride— Pequeno, és 0 succol on No meu pequenino “Diario Mun- dano” j@ deixou de figurar o baile de sabbado na séde do Tennis, Um baile ‘que se ndo realiza ¢ uma coisa triste. AV hora marcada, no momento em que todos 0s “habitués” comecam a chegar, 9. saléo est vazio e parece mais triste Sente-se o abandono a pairar por todo 0 ambiente. Consolou-me, porém, jé que se_fa- ia necessaria uma consolaco, 0 cine- ma, 0 cinema provinciano e bom de todos os dias. Daki o mex enthusiasmo ao saber, pelo Cecilio Karam, da brincadet domingo, no Theatro Municipal. Uma reunido encantadora. Conversou-se com. suprema distinegdo, Eu estava conten- te, Mamé, essa veihinha meiga e doce, de uma das frizas, sorria complacente, para aquella alegria saudavel de tanta enle moca. Um grupo selecto de mocas, todas minhas amiguinhas, elegantes e| queri- das, sauderam-me 4 entrada, Eram: Ondina Garrido, que representavo, com galhardia, a escuma doirada da’ fina sociedade Piracicabana, Maria de Car- valho, a8 meninas Barretos, Maria The- rere Fortes, Lelita Fortes, Lourdes de Andrade, Cotinha de Moura, Ondina de Souzs, Marina de Sousa, Nair Conceigao’ Cruz, Alice de Camorgo, Orevia de Arruda, Judith de Barros, Zenaide Piza de Sousa, Yolanda Rew: sing ¢ outras © outra Eu ostentava, contente, o meu vem tido novo de Organdy, confeccionado em Sto Peulo, Rapazes ? Os mesmos de sempre. O Dr. Oliverio Mario, 0 Dr. Lourenco Jorddo, Nelson de Cor- vali, e muita gente’ mais. Um, porém, bavia, desconhecido : era Brenno Pinheiro. Foieme apresen- tado esse rapaz por Cecilio Koram, que, sempre bondoso © sympathico, o apre” sentava ds mocas araraquarenses. Bren no Pinheiro estava deslumbradé — Aroraquara, senhorinbo, se me afigura uma princeza exilada no oeste de 5. Paulo, sentimental ¢ linda, a an siar gelo noive amedo e exsl. — BP linda a minha cidade, pois ino acha ? — Accho, Acho-a lindissima, Péde crer : no interior de S. Ps lo, Araraquara tem a primozia. A or borisacdo das ruas ea bolleza dos jar- ‘accordam no visitante 0 deselo de ficar aqui ¢ amal-a eternamente. Brenno estava evidentemente impres- sionado. Referiu-se depois, com muito nthustosmo, 4 administragéo que temos ventura de possuir. (ut se trobalhe © se progride, Emquanto em outras cidades vivem 3 fauer politicagem, o sr. Plinio de allio, com Intelligencia e honestidade, vai governendo a contento geral. O sr. Plinio de Carvalho realiza, na cidade, 0 milagre de administrar a contento ‘de todos, mas absclutamente de todos. J& reparou, seahorinhe, como todas as administracées, embora bem intencions das. ¢ felizes, contom sempre umm mero reduzido de descontentes ? Aqui ¢ justamente o contrario, Nee nnhum™ habitante da cidade, acredite, deixa de louvar a accdo brilhante do st. Plinio de Carvalho, © benemerito aroraquarense. ‘Mas det 0 féra no visitante da ei dade, Estava se tornando pa. Quando se conversa com uma senhorinha, preferivel, a um rapar bem mundano, falar de rendas e perfumes. E’ preferi- vel & gravidade de uma administracae municipal. De uma das ultimas frizas da es querda ew sentia a olhar bem nos mess olbos os. oculos sentimentaes do Dr. Oliverio Mario. Eu quero bem ao Dr. Oliverio Ma- vio. E’ mesmo um dos meus pores pre- feridos ¢ (Id so me la a escorregar da senna) “um dos meus “fis “quer oo °° ~ Politica sul-americana O eterno pesadelo da “Prensa” Intelligencia brilhante, Coracdo go neroso. Denols, 0 Dr. Oliverio ¢ mo- 0, clegante, sem ser almofadinha, © estd_aqui, esté formedo (0 Dr. Lourengo Jordio cumprimen- tou-me, amovel, Sort cou contente, Estava eansade, Vim para. a. friza do Sr. professor Fausto Lex, Deleado do Ensino, Sow professora como toda agente, Como a Ondine e come a Judith. Como a Oravia e como a Ze- jorri celle fi- fessora ayradar um Delegad do Ensino. O professor Fausto Ls aitencioso e bom, teve para mim phra- A A seb mnhorinba dé a nota “chic”. ina € a rainhe do baile. 0 acredito. — Pais acrodite. Acredite mais que, se eu fosse solteiro . « ‘ E 0 professor, 0 Delegado Regi nal, sempre tio austere, ia a concluir fa phrase quando a orchestra atacou um “ragtime”. ‘© ultimo “rag-time’ AY sahida, de longe, ainda me com- templevam, sdudosos ¢ tristes, os oculos sontimentaes do Dr. Oliveri Mario. Em casa, Mama, essa velhiaha mel- za © doce, disse-me, a pilherior ~ Pequena, és 0 succo YSMALIA TECLA, 00 Zézé Leone on A tua superna coi Leone, € a consegracéo superna de Beleza, da Graga, da Intelligencia e da Bondade. A tua Belleza é um con- junete de morovilhas e de. esplendores glorificando a mulher brasileira e ap theosando a raca latin. A tua Graga jombesbrancos sobre ‘musical de um ago. orul tim. pedaco de eéu desfelto em lua uma estrophe de olre, um gorgelo, um cantico, uma prece, resoando, ma’ lyra encantada dos anjos ¢ dos poctas .. AV toa latelligencia € 0 delirio ¢ © amor, 2 magua e @ inspiragdo forrando em orrentes de harmonias: — Chopin Lite... Beethoven! A tua Bondade é 8 vor milagrosa do carinho e dom tgaice, da pureza e da humildade, trans- formando © exaltendo, aperfeigoand perdornde a especie humana corroiy da, invejosa © mé, perfida e traicoclra wsracdo, Zéré Ox tous cabellos, finos © loires, so quaes nuvens graciosas de um cot primaverl, bailando no ar a dans; Fea dos espacos... Os. teus lindes olhios, eastos e verdes, reflectem o mys- terio © a magua, a tristeza © a saudade do. mar, chorando, ao lucillar das es- trellas, 9 agonia da tarde... A tua be- Lucta de box ca, pequena e pura, 6.um nino de rouxinges, cantando, ds lagrimas do lusr dentro da noite azul, um poéma de esperangas alegrias, de prazeres venturas. © teu sorriso, (0 teu sorriso Incomparavel) “€ suave como 0 armi- sho embebido em aromas’, € casto co- ‘mo 0 incenso transfigurando um templo; @ olympico fulgor e magica belleza — E’ Deus creando 0 Paraizo! Os teus sonbos de emor de menina fe moca: — ora triste, sorrindo ; ora alegre, chorando, dio-me a idéa de sa- bids gemendo ¢ japurus cantondo ! E 0 teu corpo, esculptural, helenico, . fascina e arrebata, deslumbra '5, como a Virgem de Murillo ‘ou a Fornarina de Raphacl. E's um vio- Tino humane. Um idyllio sonora, A suprema belloza do Brasil. — Nao desponta 2 branca Ina Sorrindo ds ondas do mar, Com a graga da imagem tua Quando te vejo passar ! © chao estremece © canta Sob 9 rumor dos teus pasos, Qual se fosses uma santa Que descesse dos espacos. LAURINDO DE BRITO S. Paulo, Mbrit de 1923 co — Ah! men amigo! — Mas voeé, nessa edade, ainda se metie @ luctar?! — Nao. + Ba estive.. .. Venho de uma torcendo.... . Iucta de box... LOA DE MEL a Casados, havia olto dias, em pl a de mel, Renato © Nené. receber na bella manhé a triste noticia, trans- ida por uma espevitada mulati- — Mame mandow muttas lem- brancas p'ra senhora e mandou ize que hoje mum péde vim cosi nbd pruque té cum enxacreca. Nen@ ficou a suar frio Que fazer contingencia? Antes de casar, os sous papds ensinaram-lbe:tade quanto uma boa dona dle casa deve hoje saber: © foxtrot, 0 one-stepp, “torcer” mos matchs da Associac20, tocar pian, vestirse bem e aster melhor, @ mancira mais correcta de eruzar 35 permas num bonde... tudo, tudo, menos cozinhar, ou, pele menos, temperar um feijdo ow fritrar uns naquella durissh E, por isso, Neng, mettida n quella afflictiva’ situagie, em conse- quencia da “xecreca” da Balbina, sua cozinbeira, tomou immediatas mente uma resolugio energica: por se a. chorar, E? @ que fazem quasi sempre as re- cem-casadas, quando, aos primeiras dias da lua de mel, a cozinheira far “ko- ela”, Renato, como ha de 10g @ gaat: —Tu emorzinko? ndo. sabes cozinhar, meu — Eu?! Credo, que pergunta, Re- + Voce pensa que ex fil erlada por alguns carrasco? Fique sabendo que em casa de papee eu sempre tive nato! Senhorita Ubeuna 1 Awutar, diplomada pelo Conservatorio Dramatico © Musical de S, Paulo, onde Jez seus estudos com ‘9 professor C. Carlino. che os uuma vida do princeza; gracas a Deus, nunca fiz nede, sabe? ~ Bem, mien amor, nio € preciso te abespinhares com a ininha innocente pergunte, Vamos, mex Idulosinko, do chores, sim? — Pols, voc me offende com uma pergunta dessas © no quer, ainda por cima, que eu chore, Renato?t Nao chores, meu Amor, no chores. Perdda-me, sim? Eu juro que nunca mais te farei tdo grave injuria Mos, dize uma cousa: como diabo ha vemos de fazer para no passer Tremos comer a um hotel, = Mos, isso é impossivel, mew Anjinho. Eu hoje tenho muito ser- vico no escriptorio © 0 chefe com certeza _ndo ba de gosiar que eu me demore ao almoso. Tu bem sabes: nos restaurantes leva-se pelo menos dduas horas para tomar qualquer re- Feigao. Renato! Entdo flearemos sem comer, Bem dizia mamde que, si sasasse com voc?, ald fome teria de passar! — Puls ndo passerds, nde darel a tua querida mo prazer... Antes de ir para 0 ex riptorio eu proprio prepararel 0 fantar. Quanto a6 elmove arronjerei agora_uns ovos quen'es 04 frites, que comeremos antes do café com leite, Renato, pondo uma toalha é guisa’ de avental, Id fol para a Cxzinha preparar o rugal_almogo Depois de tomarem a refeigio, Re- nate, emavanto lavava a louga e as pa nellas, explicava 4 esposa: — Ola, Nenesinhe, ew vou trobae thor, mas antes de sahir deixaret o fete ido a0 fogo e tu terds apenas que Ins. 000 peceionar a porella para que nella ido penetre 0 “bispo"”. ‘Quando eu voltar, 4 tarde, pre- perarel entdo uns ovos ¢ uns’ bile sinhos E Renato foi trabolhar. Fo regressar ds 18 horas. para casa, encontrou Nene muito satisteta, ~—"Sabe, Renato, eu, decidida: mente, estou ficando ume optima dona de casa!... Sim, meu Amor? Folgo ime mense com essa noticia. F, vamos Ig saber, Amorsinho de minh'alma: no deixas te entrar 0 *bispo” no feijao? — Tambem, que pergunta, Rex natol Voce me jules uma idiata ?t Obt meu Amor... — Pais figue sabendo que nto 56 olhei pelo feija0, como fiz mais: Dreparei wns ovos “quentes que de- vem ter ficsdo uma belleza! Quer E Nent, muito satisleita, foi bus- car os oves d cozinha. Minutos depois: — Quer saber, Renato? Estes faves nfo so bons: Imagine que doitel-os a0 fogo és 11 da manha, Al talentosa pisnista Nair de Medeiros, que acaba de realisar, com brilhante stiecessn, um ‘concerto no Saldo do Conserpatorio,recelanda uma technica excellente e wm bello tempera- @ alé agora, ds 6 da tarde, ainda festéo duros como pedras! EUCLIDES DE ANDRADE. aC: 5D ERUPCAO DE PELLE Sts. Viuna Silveira € Filho Durante mais de 2 annos soffri de uma erupsio de pelle, que de prefe- rencia tornava-se mais intensa na barba; usei, para debellar tal in- commodo, diversos depurativos, nao obtendo resultado, pelo que passei a usar 0 depurativo do sangue ” ELL- XIR DE NOGUEIRA”, do Phar- maceutico Chimico Jo&o da Silva Silveira, do qual obtive uma cura em condicSes taes que, desde 1914, nao fui_mais perseguido do alludido mal. Parahyba, 16 Julho 1917, Dr. JOAO FERNANDES DA SILVA. (Lente cathedratico do Ly- eco Parahybano). (Firmas reconkecidas) © CPANDE DEPURATIVO “ELIXIR DE KOCUcIMA, VENDESE EM TODAS AS PHARMACIAS E DROGARIAS DO BRASIL E REPUSLICAS SUL-AMERICANAS mento ariistico. A Noiva de Neve Para condizer ainda mals com a fria atmospliera da sua nova fita “The Srow Bride’, (A Noiva de Neve), Alice Brady’ completou esta produ: eco em Manhasset, 2 15 de Fevereiro, © dia mais rio’ deste. in- yerno nos Estados Unidos. Alice Bra- dy, a heroina drama e Maurice do fie eS arana ee | rae Eryan, 9 dia na frente da camara cinemato- teraphica, supportanda um frio inten- 30, sob a habil direccdo de Henry Kolker. Foi um arduo trabalho © tanto o director como os. dois ar fistas declararam ter sentido menos frlo do que cm "Lake Temiske- ming”, a 300 milhas da cidade de Montreal, no Canadd, onde foram forcedos ‘a trabalhar a triata gravs jaixo de zero, que foi a tempera ura’ que marcou 0 thermometro raquella. occasiao, ‘Um dos bellos effeitos desta fita € a destrulcdo da parte de uma pequena villa causada por uma ava- lonche ‘de nove” nesta ll ae Se passam as scenas mais empol- gantes do drama. AK actriz Alice Brady fot cood- juvada por um excellente elenco do ‘qual se destacam os seguintes ortis- tas: Maurice Flynn, Mario Majeront, Nick Thompson, Jack Baston, Ste phen Cration, W. H. Cavanaugh ¢ Margaret Mors a © Salema: — Olha que o Fer~ rar deve ter sido um grande heroe na Franca, se dermos eredito és suas palavras. Ainda hontem disla, gue, em todos os combates, 0 seu logar foi sempre onde as halas eram mais densas. Freitas: — Endo mentia. Fania parte da columna de munigses see na retaguarda, or Tio duro 20 tolo calar, como a0 disereto falor. Vibrac6es Toda azul, mi Ase E's moga. A terra em fldr, aberla ao sol, trescala. ito azul, a alvorada radia, W{| Sobre as aguas a luz, tremulando, resvala. Primavera. splendor. Claridade. Harmonia, wv Sonhas. Teu sonho resplandece toda a sala; tudo acorda, em redor, numa polychromia. Sorri. A luz palpita, irrompe, augmenta, estala, jorra sobre teu corpo em caudaes de alegria. Ah! és formosa assim, nessa clara certeza, na estouvada illusao do espirito que sonha, no feitigo floral da graga e da belleza! Muitas vezes, porém, como a sombra de um véo, passa ao longe, fluctuando, uma nuvem tristonha... E teu rosto reflecte a tristeza do céo . & GRACO SILVEIRA. Onvi.., vi... € guardei.. Pallas e Athletica. Ouvi_ um mudo dizer que o Humberto esté noivo, mas namorou commigo, e que Neltinho nao se quer casar. Vio que um eégo que o Esposito desprezeu ae na: mora com a...; que o Gentil GG passeia de brago dado com a...; que © Bastos € 0 moco mais levado do Pallas; que o Constantino de Ge- nova aprecia. a moca mais... do Bom Retiro; que o Della Nina esté Joucamente ‘apaixonedo pela A. Guardei 0 que 0 surdo ouv mudo me contou, que o Vicente gosta immensamente da...; que 0 ‘Allredo, depois de tantos juremen- tos, pretende ainda namorar alguem; que 0 Rodolpho anda triste por causa da...; que o Nemo rodeia o Largo da Sé para ver...; que 0 Glycerio voltou de sua viegem de...; depois de tudo ter visto, ouvide e guardado, recolhi-me ao leito ¢ so: mhei com'o meu queridinho. Da I tora e amiguinha — J. E. Notas de um vesperal mais notei no vesperal do belleza da Yvonne S. wgerado de Carmelit Kenuitate de Francivquinha; Aryce C nav sabia por qual dos dois’ se decidir; como seré enido, Mile ? a AV. estava encentadoras P.S, muito risonha; porque Sylvia S. estava achanda falta em alguem. — Rapazes: Theo: tonio, gostando muito... puderal,.. Chicuta B, deliciou-se, néo? Tome cuidado com 0 rival! Henrique B. estava muito alegre, olhe que eu vil Clovis C., namorou 4 grande; Eduar- do O. estava_td0 quivlo, que alé descontiei... Rubens R.,lirme como sempre; Alfredo V., zangedo; Paulo, encantado por Mlle: vd deva: gar, mogo; Nelson B., estava bem bonitinho. Da assidua Ieilora ¢ ami- guinha — Lyrio Partido, © 3.0 anno A da E. N, do Braz virow «Casa de Armarinho> Sonhei, guerida «Cigarra>, que linha ido & Escola, mast id chogtne do, notei que 03.0 anne A se tinha transformado numa importante de Armarinho e, caso extraordina- rio, ndo havia nenhuma caixeira, Pensei entao em adquirir uns corles daquellas bellissimas fazendas. Es- colhi entao: Durvalina, um lindo crepe da China; Altai i sei Mo” Lub orgendy cor Julia, clegante charmeuse salmon; Chiquita, uma linda renda i Bes, Aurora, uma mimo Mauncial. crepe marroca turquez; Eliza, chitae de i Ereil ahobore: Iris, engaline azul; Eng indo he; Candide, crepon_ preto, Enléo' dans pecas indec tarde soube que eram Albina ce transformadas em brim k amiguinha e leitora agradecida — X P TO London Limitada. I. Sibillo E’ uma senhorinha bastante bel- la e de uma sympathia irresistivel, © seu bello rosto € omnado por uns Tindos olhos castanhos escuros, nos quaes est symbolizada toda a’ ter- ura do seu coragao, O seu olhar terno e tao docil sensibilize até os coracbes petrificados. Além dl Ses dotes € extremamente amoros @ isso fez que ella caplasse 8 vi dadeira estima de todos que tem a Ielicidade de conhecel-a. ‘De porte alto, seductora, é uma dos mais bel- Tag do nosso qu i 0 Braz. 1 Sone) elo travesso @leitora — Mand SSSR RE MUITOS TONICOS falham como reconstituintes, porque nao tém verdadeiros valores alimenticios. EMULSAO de SCOTT é merecedora de inteira confianga. Alimenta 0 corpo e fortifica as forcas por nutricao. g Ss Greener

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