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Artigo Original @% Original Article Processos fisico-quimicos envolvidos na depuracao extra-renal Mecanismos de remogao de toxinas na uremia INTRODUCAO Pacientes portadores de insufclén cia renal aguda descompensida 03 agueles portadores de insufieiéneia re nal crOnica em fase terminal, apresen- tam una série de sinaise sintomas que configuram © quadro clinico de ure mia. A fisiopatologia desse processo morbido envolve 2 perda da capacida- de de excregdo de solutos toxicos pelo rm (redugfo da filtragzo glomerular), incapacidade de manter 0 balango hie droeletolitico e acido-basico do or- ganismo, também efetuado pelo zim,e alteragdes hormonals sistémicas ¢ re- nals. Assim, 2 sindrome urémica_se- sia decorrente tanto da perda de fun- 60s renais especificas como, também, de alteragdes hormonais.sistémicas, Entretanto, do ponto de vista terapéu: tico a uremia devo ser concebida £0- bretudo como resultante da retengdo, pelo organismo, de solutos 16xicos que hhormalmente seriam exeretados pelo rim, E essa concepgdo que devemos ter em mente ao estudarmos os proces s0s de depuragto extrarenal: eses pro- 28608 so empregados com a finalida- de de depurar o organismo de solutos tOxieos retidos @, em segundo lugar, restaurar 0 balaneo hidro-letrolitica e deido-bisico anteriormente efetuado pelo rim, Varios métodos de depuragio extea- senal so atualmente disponivels para © tratamento de pacientes urémicos Discutiremos apenas os mais impor antes, isto ¢, a hemodislise, a dilise peritoneal ea hemofiltragdo, Esses Iétodos sf0 por vezes complexas ¢ tecnicamente diferentes, mas guardam entre si uma identidade, qual seja, a de promover 2 depuraggo do sangue de solutes téxicos ¢ a eliminagdo do ex: 590 cesio de liguidos corporais que 0s pa- Sérgio A. DRAIBE lentes apresentam, Como veremot 2 Horacio AIZEN seguir, t€s processes fisico-quimicos exeaa Pave de Medicine, Oiipina de estfo implicados na depuragto extra. Netrolone senal: difasdo, ulrfitragdo hidros. ‘étieae ultraftragoosmstica. ECTA 11: 580000, 1982 DIFUSAO Consideremos um recipiente con- tendo agua como na figura 1, Ao co- Jocarmos uma eerta quantidgde de um soluto qualquer no ponto(1)desse re- ipiente, as moléculas do soTato come- ‘garfo imediatamente a se movimentar promove © transporte das molé irigindo-se para as regides onde no dos pontot mais ‘concentrades existe o soluto ou seja, para o ponto para aqueles menos concentrados Essa movimentagdo das moléeulas pos certo. tempo, qualquer poRto A soluto ¢ resultante de forgas termo- dessa solugdo ind apresentar 2 mesma dinamicas de particulas em solugzo © concentrago do soluto. Nessa situs & Figura 1 DIFUSAO DE UM soLUTO Sars a & ‘quaricace de solute wansportace na unig de sempo (Mets?) ‘itarengs de concentasdo de soluto entre os nantes te 2 Mom") AGosTo"982 G Strpio A Brats eco. 40 a aptagzo das moléculas nfo ces Se mas jé nfo ocomre mais um trans porte efetive de molseulas de wm pon- {o para outro. Antes de se atingit @ sitwagdo de equiibrio das partiuls, ‘cor portnto um trangorte of vo de matéra, Dive o nome de dif [Mo 4 ese transporte de moléculas de pontos mais concentados para pontos Ienos eoncentrados de uma solv, ‘A quantidade de moléoules transpor tadas de um ponto para outro éregida pela lide Fk cuja formula é mosta- da na figura 1, Assim, a quantidade de foluto trnsportade de (1) para 2) na nas de tempo 2) tame proporcional 2o coeficiente de difusso do soluto (D), superficie de troca (A) 8 diferenga de concontragfo do solu to entre or pontos(1) (2) & ), sen do de dstincia entre ees pontot ‘\interporgfo de uma membrana pet tpetvel ao sluto entre os pono Gato impede process de dfOH0. Tio pode ser vito na figura 2, onde a ‘membrana M passa agora a seperar dois fompertimenton do. fecipinte. que coniém solugbes de concentra, fo dife- fentes(C, oy). Desa mangle es mo- ieoulas do comparimento (1) pasam para 0 compartiento2)ataversando membrana e sguingo’ mesma lei de Frick Traducindo 4 equaglo. de Fick para uma forma linea (ius 2), pode: fos vetficar que a quantiade de sold. to (Np) due pasa por dfusto de (1) para 3) na uniade de tempo 6 dt mente proporconal a0 oeficlente de permeabiidad global Jo soluto (4 rea da membrana (A) ¢ a diferenga de Concentagao media entre as dust 3 lug6es (AC), Esse transporte de solutos por difuto entre dugsslugde separ fas por ume membrana permedvel € também chamado mnsporte por con tito. Fiandose o mesmo reipiente frento, podese ver facet pela equagio linear de Fick que Ke A tor name constantes que a quatidade de soluto (Np) transportada de uma solugio para outra, werd tanto mar {quanto maior for a diferenga de con entragdo ene a duas slugdes. 0 REV. BRAS. CLIN, TERAP, — VOL. XI ~NP 8 PROCESSOS FISICO-QUIMICOS ENVOLVIDOS NA DEFURAGAO EXTRA-RENAL, Np = ~K+A:3 ‘roads Membrana taste) Figura 2 DIFUSAO DE UM SOLUTO ATRAVES DE UMA MEMBRANA Messe do solutotansfvide de 1 pare? (Mol [Goatcionte de Permeabiicade Global so Sotto (m= 5°") Diferones de. Concenraplo Média do Solute entre 1 & 2 (Cy (Obs: dx nee cabo reprsanta a espesurs de membrang sinal negativo das frmulas utlizadas € apenas convencional, significando aque solueso mais concentrada perde soluto para a menos concentrada. © coeficiente de permeabiidade giobal do soluto, K, compicende a faiidade om qe ess Soluto movimentase nos tugs meios considerados na figura 200 seja, na solugdo (1),na membrana Me na solugdo((3). Por dfingto 1/K = R onde R reptédenta a Resistencia Global oferecida @ passagem do soluto pelos teés mieios considerados. Costumes decompor a Ressténcla Global ofeec- da & passagem de um soluio de um ‘compartimento para outro, segundo os tres meios consideredos acima: R=Ry +Ry + Ry onde Ro = Resstoncia global Ry = Resistencia oferecida pols so- 0) Rag = Resistéciaofeecida pela membrana M Ry = Resisténca oferecida pela s0 lugao(2) Finalmente, diferentes membranas ofe recem diferentes resisténcias 4 passa gem de um determinado soluto. Isso ‘corre devido as diferentes proporyoes ‘que existem entre o tamanho Gas mo- léeulas do soluto e 0 tamanho dos po ros das membranas. 501 SG BESEGERGS ovImcos enor ings na oePuRACAO ExTRAAENAL Siro A. rate ae! ULTRAFILTRAGAO Figura 3 HIDROSTATICA, ULTRAFILTRAGAO HIDROSTATICA, Conse up eee cn tendo duas solugdes(T)e(S)separadas porsmamenbranspeimesva como fostrado na figit 3. Ao pesionar tose tmboo sobre a solu0C1), on remos uma. press. hidowica. Py mise que a presto hidosttca Py ds tolugto (3). Bs difernga de presso hsromatia AP promovat a passage de soivente ae Jjenguanto ela exist A quad We soente ue patra de) para(D)naunidade det. po (Qu) Ou se) Que de solvente, é {etamente proporsional ao eoefcen te de fltrago. da membrana (K), 4 fea de membrana (Ae diferenga de presto inéia (AP) ene os Gol com partments Ese proceso de. pase fem de sohente de una solugle part uta segundo um gradients de presto : hdrostatca,reebe'0 nome 8 ule. eee {ragdo hidrostitce ¢ 6 solvente que Cartier oceioree Mean (cA!) ‘asou para 0 out lade & denomina Sie tsaee gt 3 aed pes ‘ornare Hiroe, ©, iewton- mi =Paa ‘20 Tito desc proces gerelmente ge da tras das membranas que cot tem poros muito equenos. Fixandose 4 concentragfo deste no ultrafltrado Na mora dos casos CF vata de 02 2 splent, a naturezt ds soluptes formado sera igual Aquela da soluglo 1,0 reflotiado ox dfewntes ges de x ¢.a membrana, podese verfcar fell que dou origem a0 uitraltrado. De sstencia que a memorang oferes a mente, pela férmuls da gure 3,4N¢0 Soda invero, se realizarmos uma ul: pustpem de sa ed fluxo do solvente (Qn) deC1) pam) raitrapo utlzando uma membrane pernfe calclt geal egenioenne ‘ar tanto maor quanto txor fot impede a0 slut, oultalado Solute tanquntade roe nna Sewage de presto hidrosttica ente gpresentari. concentraggo nula desse um determinado, erpenmente ue « dois compartimentos. soluto, Entre esses dois extremos de cdleulo ¢ obtido da Segunte mancis ‘A passgem de solvente de(D)para total peneabiidade a total penne Darts congo as molecu do so-_bildae, as membrana: poder ofr Nur to que compoe a solugio(1), desde cer diferentes graus de veséncie 4 aque 4 membrana seja pernicdvel 20 passagem de um solute por convecgto quantidade de soluto tans foluto, Esse fendmeno (“SOLVENT Besa redstenca pode set quantiicada portado por eonveeef0 na uni DRAG") portanto transportar © ¢ expressa pelo coefieiente de filtra. dade de tempo (Mol+S-!) soluto dei) pars@3) constundose sip (SIEVING COLEMAN ae mama forma de nsprtedesohto Gm dado solo pra uns eriboass fluxo de ultrafitrado mS") concentrapio média do soluto também chamals de porte deo. Stemminads na slug que dou ongem a0 lito’ por comecgao. Nese tipo de left (ola) transports e slo,» rage entre o cour CF = Coeficiente de fitiagao Atameto tas moleuise do soto © 0 crs SE ne: didmetro medio dos poros da membra- Em resumo, a ultrafltragdo hidrostati- na constitui o principal fator na deter- Coeficiente de filtrago ce promove a passagom do solvente de rminagio da concentracs0 do soluto no r= Concentragio do solute no um compartimento para outro, obede ultraflltado formado. Assim, quando ultafiltrado, ‘eendo a um gradiente de pressgo hi © processo de ultrafiltragzo realizado Concentragio do soluto na drostética entre of dois compartimene ‘em membratta de poros bastante gran- soluezo que dew origem ao ul- tos. O ultrafiltrado formado arvasta des em relagio a0 tamanho do soluto, ‘tafiltrdo, ‘onsigo solutos capazes de atravessar 02 AGosto 1982 PROCESSOS F /SICO-OUIMICOS ENVOLVIDOS NA DEPURAGAO EXTRA-RENAL, Strao A. Draie ec a membrana, cuja concentrago no ul- tafiltrado depende do coeficiente de filtragdo do soluto para aquela mem- brana ULTRAFILTRAGAO, OSMOTICA, Consideremos, finalmente, um rect Figura 4 ULTRAFILTRAGAO OSMOTICA pientecontendo duns solugbcs de con- Eentrago C, ¢ Cy sendo C, < Cz ¢ Sparadas por uma membrana permed vel (igure 4). Ness condlgdese 5 undo fora termodinamices de inte fagto ene as particulas do solvents © as do soluto, ocoreré passagem do Sotvente da solugio, menos concent dla((1)) para maisconcentada (2). Gmemiccrmmtom sone | [aes Ranatre 2) na unidade de tempo (Hux de ultafiltada, Qosm) € diretamente proporcional 20 coeficiente de filtra- ‘glo osmética da membrana (Kyoan)s 4 rea da membrana (A), a constante ddos gases perfeitos (R); 4 temperatura absoluta do sistema (T) e a diferenga dde concentragdo das duas_solug6es i anstant dor GacerParfeltos(N Biferenea entre se concontassox tants (Doers? »5°) camp de ree ‘Femperatura Abstuta do Sstrs 1, #6, (Mot m-*) (AC). Essa_passagem de solvente de Figura para (Z) ocorrerd até 0 momento MEDIDA DA PRESSAO OSMOTICA em que # Solugio (2) for suficiente soe ener es om emo ‘ago igual & concentraggo da sol eo (1). E obvig que com a passagem MO fe sohente del) pan) Cy suman: (nye ta progresivamente ¢ Cy diluise tam- bém progressivamente de modo que, apés certo tempo, ambas as solugdes apresentardo a mesma_concentragio Cf, diferente de Cy ¢ Cy, Nesse mo- rato de equitro, nfo haverd mais Itansporte de solvente. Uma das eon- sequenclas dese proceso € que © vor lume da solugso(2)ird aumentar. Com © auxfio de unvémbolo apropriado ; ppdemos apicar ua presto hidrost- fica sobre aslugfo(2)e impedic pas sagem de slvente €&(1) para(2) con- forme pode ser vsto™va figuia 5. A pressiohidrosttica necssiri pra im: pedir esa pasagem de solvent corte qnde a Pressdo Osmotiog da solugo jem relagfo a solugso (D), uma pro- Dedade coligativa das solvgGes, que ‘ede a eapacidade de uma solugio de provocar ultrafiltragto osmoties quan: rexsbo Osmo 596 esse Hirosttica en a SotugSo(@) J agosto'1982 PROCESO FISICO-QUIMICOS ENVOLVIDOS NA DEPURACAO EXTRARENAL, Sérgio 4 Draibe ec do 6 colocads frente a uma outta. A « Figura 6 ultrafiltragdo osmética nada. mals € Sl TROCAS DE SOLUTOS E BALANCO DE PRESSOES AO NIVEL Pprtanto do que o transporte de sol Ro ae vente de uma solugo para outra, se- gando um gradiente de pressto osmé- tica, Uma das maneiras de expressar- ‘mos & pressfo osmética de uma solu fo é através da Osmolaridade. Por de- ‘Sangue Posm = 360mOsm/Kg finigdo 1 Osmol € a presséo osmotica —__ Ore dde uma solugZo que contém 1 Mol de a um soluto molecular qualquer em 1 I ‘ro de dgua. A milésima parte do Os CCreaunina Ursi "Ne Proeinas mol € denominada miliosmol (mOsm) isador t | | SGonepunte pease many | om fot TU aes time soles que conten T mil fgua A presto osmotica de ums ——— lugdo depende apenas do nimero de particulas dssolidas na solugfo e nl0 Bano Posm = 370 mOsm/kg depende das propriedades quimicas de- Jas, Quando se analisa solugdes com Postas, a presfo osmotia total do sis {ema ¢, conseqlientemente, a sua os molaridade, seré a soma das pressbes osméticas proporcionadas por cada tum dos solvios presente na solugio. rents sentidos, ependendo do balan- _-succnico, “moléculas médias, indo, Em experimentos repetides, xan» go das forgs que geram cada um det: tz), O bank ce dilise¢ una slugs dose o volume das solugbes, a mem- ses proceass. Como veremos 8 segut, também complexa, cuja compoticie bana ¢ 2 temperature do sistema, a hemofitragfo constitul um caso pu comporta apenas crstlcdes gue os podemos dizer que 0 fluxo de ultrs: 10 de ultrafitragdo hidrostaica e a to em concentagbes lgusis Ye dos fltrado osmotico seré tanto maior hemodilse © « didlie peritoneal, a _erstléides de um plasma nunare noe quanto maior for diferenga de con- S08 de simuitaneidade dos procesos. mal a seguinte& composigto de om PH Centragdo entre as duas solugbes. Do banho de dislise pronto pare ser usado: ‘mesmo modo que no caso da ultra OCASODA nel filtragdo hidrostética ocorreré. tam- HEMODIALISE bém um transporte de soluto de um Cations Anions lado para o outro da membrana, ar. Qualquer que seja 0 modo de pro- (mEq) rastado pelo fluxo de solvente. Esse duefo do banho de didlse, todaaaps. © Nat = 140 ‘Cle 105-107 ‘ansporte de soluto por conveegto relhagem utilizada nesse proceso tem KK" = 02 Acetate 40 depende também do coeficiente de a finalidade de promover um contato Ca"* = 35 145-147 Altragdo do soluto para a membrana intimo do sangue do paciente como Mgt = 1.3 UUlzada, definido paraa ultrafiltrasfo banho de didse separados apenas por 145 — 147 glicose 1.5% osmética, uma “membrana artificial, do tipo 4 US OEE Cuprophan™ na maioria das vezes. Es Se contato se dé 20 nivel do dialisador, Como pode ser visto, 0 banho de dis: SIMULTANEIDADE por onde passam sangue © 0 banho lise apresenta apenas diferentes von DOS PROCESSOS de didlise. O sangue € uma solugto de centragses de glicase e de acetato om hhatureza complexa que comporta po- relagfo ao plasma humano normal, A Pe aemocesos fisco-quimices, que rem uma parte aquosa, na qual estdo gliose ¢ adicionada pan prose Seabee de descrever, podem ocorrer istolvidos todos os ctistaldides (Na, gumento da osmolandade Jo bash Fiorangamente © esse ¢ 0 caso aK". HCO5, Ca", Mg", glcose, ami- (medida da presto osmica) que & de sees Gat Stuasdes terapéuticason- nodcidos ete.) asim como coldides ondem de 373 mOunikg nese se © 36 JSS? Se metegados. As solucoes (proeinas) vias 0 owganigmo. NO acetato subuitul © bearbensts; por Freee ameesss, to confer sangue do paciente unico esto ain. ese timo ‘promove «pect tacao reverie pos de soluts; os proces. da dissohdos todas os solutostéxicos dos sais de cleo s signe quando Bo ae, Sue f Ultafitragéo podem que deveriam ter sido climinados pelos adicionado 20 bank. espoltadens ‘corer Simultaneanente ¢ em dife. sins (rei, eretinina Acido guanidine: do plasma de umm pacienle eine & 808 AGostO 1982 PROCESSOS FISICO.QUIMICOS ENVOL Shige A Dreibr eee a ordem de 340-360 mOsm/kg, As- sim, a0 nivel do dialisador teremos uas solugdes, de pressdes osmbticas semelhantes, porém de composigses diferentes, separadas por uma membra- na permedvel a gua e a alguns solutos Dresentes. Como pode ser visto na figu 4 6, a0 nivel do dialisador ocorterio trocas por difusfo, de modo que todo soluto que estiver em maior concen ‘¢f0 no plasma passaré para o banho de idlise. De modo inverso, todo soluto que estiver em mator concentracto no banho, passard para o plasma, Dessa ™aneira, © sangue do paciente serd de Durado de todos 0s solutos tOxicos 1e- tidos no organismo do paciente. E im. ortante ressaltar, que cada soluto ird Se movimentar numa ow noutra dite fo, na dependéncia da concentragso esse préprio soluto nas duas solugdes, No esquema da figura 6, no heverd ifusto de sédio porque ele s¢ encon: tra em igusis concentragdes nos dois lados da membrana, por outro lado ha. veri passigem de potéssio, urtia creatinina para © banho e passagem de acetato para o sanguc. Essas trocas de solutes sto regidas portanto, pelo pro- cesso de difusdo, Obviamente a mem. bbrana nto permitiré a difusto de solu. tos de grande peso molecular, como por exemplo, as proteinas plasmétieas, Como ja vimos anteriormente, a resis. téncia global a difusto de um soluto pode ser decomposta segundo os meios ue 0 soluto atravessa. No caso da he- modidlise, esses meios sfo 0 sangue, a membrana e 0 banho de dislise. Para Aiminuirmos essa dificuldade de dif. so de um soluto, alguns artficios io uiilizados: aumento do fluxo sangur neo, diminuigfo da espessura da mem. brana, uso de membranas com poros de msior digmeto ¢ finalmente, au. mento do fluxo de banho pelo dial. sador. Esse atificios so mais eficazes para a depuregao de moléculas peque- has, que sobretudo sfo fluxo-deper denies A depuragio de moléeulas ‘médias praticamente no depende dos ‘luxos de sangue c banho, e dependem mais da drea da membrana, do tama tho dos poros da mesma e do tempo e didlise empregado para a depuracto. AA passagem de solvente (gua) de um lado para outro dz membrana, ind de REV. BRAS. CLIN. TERAP. — VOL. xi NOB VIDOS NA DEPURACAO EXTRA RENAL ender do balango entre as pressoes ‘osmotioas © hidrostaticas das duas so- lug8es. Como vimos anteriormente, « osmolaridade do banho & muito pré. xima_daquela do sangue no nosso exemplo. Se ela for bastante superior 8 do sangue, haverd tendéncia & pay. sagem de gua do sangue para 0 ba. ‘ho. Do mesmo modo, se a ptessz0 hideostética do sangue for maior do que @ do banho, havers tendéncia & assagem de gua do sangue para o bhanho de dislise. No exemplo da fi ura 6, a pressfo hidrostética do san gue (PH) Sendo maior que a do ba. ‘tho (pH taveré uny fluxo de’ ultra flltrado do sangue pari © banho. E ‘sso geralmente © que ocorre durante luma hemodidlise conveneional. A ul tafiltragdo portanto, diz respeito so. bretudo 4 passagem de agua do san Figure 7 A MEMB RANA PERITONEAL gue para © banho. Entrotanto, como 34 dissemos, a ultafiltraggo determina também um transporte de solutos por convecgdo, que seri tanto maior quan. to maior for o coeficiente de fltragzo do soluto e, obviamente, quanto maior for 0 volume de ultafiltrad. CASO DA DIALISE PERITONEAL esse caso, introduese 0 banho de ills na cavidade peritoneal dopa Giente, de tal modo que dentro do ab. dome teremos 0 sangue que passa pe. los capilares das alas intestinais em jntimo contato com 0 banho de didi Se, separados apenas pela “membrana peritoneal” S figura’? mostra esque- maticamente essa condigto. A mem. bana peritoneal nada mais & do que o 601 EROCESSOS F/SICO.QUINICOS ENVOLVIDOS NA DEPURAGAO EXTRA-RENAL, Shige A. Oraibee ooh conjunto do endotelio caplar associa mane do a sua mécnbrana basal ¢e0 mewoté- ESQUEMA DE UM SISTEMA DE HEMOFILTRAGAO. lio que corresponde 20 pertonio vis ‘etal. Fies assim configurado duas so- / Iugdes separadas por uma membrana permedvel, como jd. vimos na hemo- Ailise. O banho da dilise peritoneal & semelhante a0 da hemodidlise, excesio / feta a0 Into dale sr ester contt de vezzslctato no hgar do sestato. At trocas de slutodarseo por dust, | go mesmo mode que ns Remodise’ | 7 J Como nfo" € posrvel modifier as | / presses hdcosttcas do sangue ¢ do. Eanho, 0 neo modo de produzi i traftiago do sang atte do Imento da osmelardade do ban, com 0 so de lee (colocase geo 2 30 ge por exempla). Produzse shin 2 ltartagso ommévicn, Em cao de Ukraizagdo ‘corer tame tans porte de soluto por convecgio, que se. ae 4 tanto maior quanto maior for o Le coeficiente de ftagfo osmotica. do soluto para a membrana pettoneal quintidades de solugfo de teinjegto. OcAsODA Asim durante uma sesso de hemofi- trast recolese geraiments cerca de HEMOFILTRAGAO 20 ltros de ultafitrado e reinjetese cerca de 16 a 18 litres de solugto de Ness forma de depuragio extrare- _reinjgto, endo que ea diferies de nal, sangue passa sob forte presfo lume coresponde A pends ie Lee hidrosttica (PH) pelo diaisndor quedo que o pacente deve perder dunttc reesbe agora 0 nome de hemofitro, 0 tatament, A soluggo de teinjeyao Como pode ser visto na figura 8, nfo tem composigo semelhants ae tacho hh banho de didise no sstomaainten- de hemoullisej cltado, sendo pert 42 pressfo, cada no compartimento extrleapirogeica. News lipo ie te fanguineo do hemofiltro, promoveri a purag, @ paiente perde todos ease, formato de ultafitrado que seré re- fut t6xicos pelo proctie te alta colhido em um reciente colocado so- _flrgHo, isto f através do teapots bre um dos bragos de uma balanga que de solutos por ‘conweegdo. Ble dents 2 no equilfri Nesse mesmo brag também outros solutos que Ihe so cn encontrase uma solid de reinegso ros mas que s80 reposios pela cola ligada a linha venosa da cireulagio ex. glo de renjegao (Na? Mg, Ca, ce), tracorpérea do sangue. A partir domo: ‘mento em que houver desequiliorio na RESUMOE balanga devido a chegada de ums certa CONCLUSOES quantidade de ultrafiltrado, um sim ples ireuto elétrico acionaré uma Trés processos fisico-quimicos bombs que aspire a solu de ceinje- to envolvidos na depuratdo extra, gio © injeta na linha venosa da circu. nal: difusfo, ultrafltragto,hdvotates |aefo sangiinea. Quando a balangaen- ¢ ultafiltragto osmotica Ess proces {tar novamente em equilfbrio, essa 30s permitem @ depuragdo de solutes bombs de reinjeeZo péra de funcionar. _téxicos retidos n0 organismo do past Esse circuito permite que as quantida- ente urémico, ea corresdo dos dian, Ges de ultraitrado perdidas pelo pa- dios hidro-eletroitions € feido-bésions lente sejam substituidas por iguais que eles apresentamn, coz [Na hemodidliseo principal processo capaz. de depurar os solutos toxicas 6 © processo de difusio (transporte de solutes por condugfo). Como a ultre filtrasfo que ocorre simultaneamente A difusto ndo 6 de grande monta, pe ‘quena quantidade de solutos & depura. Ga pelo processo de convecgio, Os ex. cxstos hhidricos do paciente urémico fo cortigidos.pela_ultafiltragfo. Arostitica. A correga0 da acidose me. tabolica pela hemodidlise se dé através a transferéncia de acetato do banho para o sangue do paciente; 0 acetato é ‘rapidamente metabolizado no figado formando quantidades equimolares de bicarbonate. Na idlise peritoneal o principal process de depuracfo de solutos é ainda 0 processo de difusf0 (condu- ‘¢l0). Os excessos hidricas dos pacien: tes sfo aqui corrigides pela ultraflira: fo osmotica. Nesse caso também, eo. mo o processo de ultrfiltragdo que Score simultaneamente a0 processo de difusfo no ¢ importante, pequena quantidade de solutos ¢ depurada pelo rocesso de conveceto, A acidose me- fabolics ¢ corrigida do mesmo modo que na hemodidlise sendo que geral- ‘mente © énion alealinizante do banho €o lactato. acosto1a82 2 PROCESSOS FISICO-QUILAICOS ENVOLVIDOS NA DEPURAGAO EXTRA-RENAL. Stralo A. Draibee col Na hemofiltragio 0 tnico processo capaz de depurar os solutos é 0 trans- porte de solutos por conveesfo, uma vez que nfo existe banho de didlise © portanto nfo existe dfusfo. Esse pro- 2880 de depuragdo de soluto por con- veogdo ¢ identico a0 processo de ell- rminagto de solutos através da filtragfo plomerular efetuada pelos rins, Esta- ‘mos assim mimetizando o glomérulo. Como os sparelhos de hemofiltraggo fo sfo capazes de “reabsorver” 0 ex- c2s80 de liquio ultrafiltrado, para se restabelecer 0 equilfbrio hidroletro- Iitico € necessério a reposief0 volume a volume utlizandose a solugdo de reinjegfo. Os excessos hidricos sf0 corrigidos pela diferenea entre o volu- me total de ultrafiltrado formado e vo- lume total da solugo de reposigf0 ad- rministrada 20 paciente. A acidote me- 606 tabélica ¢ corrigida administrando-se a0 paciente lactato ou acetato, jt ex tente na solugto de reposigao. A he- mofltragio constitui um método de depurapio extzenal mas sofsticado @ mais trabalhoso que os métodos di liticos. ‘Necessta aparelhagem cars, viglinia mais eswita durante as se S8es pessoal bastante especilizado, Entretanto ela apresentaalgumas van- tagens que justificam plenamente a sua utizaglo: permite melhor controle €o pzso ¢-da presfo arterial dos pacien- ‘es, 6 mais fsioldgica no sentido em aque se aproxima da ftragfo plomers- Tir do rim normal, e, 0 que tavez se ‘mals importante, pertird no futuro ‘a miniaturzagdo dos aparelhos, que po- derso ser implantados nos pacientes, consttuindose em um verdadero tim atifiil, BIBLIOGRAFIA Edited by WILLIAM ORUKKER, PRANK PARSONS and JOH Wa "Replacement of Renal Funccion by Dalai Martins Nitett Pubiahers; Hogue/Box- toniLongon, 1978 Edits ox P, JUNGERS, J. ZINGRAEF NIAMAN, TDAUEKE ot 8 TARDIEU “eseanta sur Hamad Malone SA. Boneur Pare 1878 Ealtad by BRENNER GM & RECTOR Four The Kidney”. 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