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boto de ouro
primavera
dente-de-leo
rosa
ervilha
cicuta-menor
campainha azul
dulcamara
orqudea
junquilho
narciso
lrio amarelo
flor-de-lis
spalas
ptalas
androceu
gineceu
ela e eu.
O Jardim Simultneo
EXPLICAO DE UM SILNCIO
Fala em meu crebro
o projeto de uma fala
que arquiteto em segredo
de no saber falar.
O Jardim Simultneo
CARNAVAL, BANDEIRA E EU
Quero banhar-me nas guas sujas
Quero banhar-me nas guas srdidas
Sou a mais solitria das criaturas
Me sinto s.
As guas da chuva
descem pelo esgoto
sob a cidade lavada,
e o rio na plancie
no deixa esquecer
o ciclo natural das coisas.
O homem
chega at
a vidraa
fechada
e observa
a chuva.
A chuva
chega at
o homem
fechado
e observa
a vidraa.
A vidraa
fica entre
universos
interpostos
e observa
a cena.
Inventrio de Sombras
PASSANDO A LIMPO
No se deve fazer
poesia assim como eu fao.
A poesia no deve
ser nunca um desenlace,
uma sada para o impasse.
No se deve fazer
poesia assim como eu fao.
Poesia certeza de conceitos,
de imagens e eu no sei
de nada, apenas acho.
No se deve fazer
poesia assim como eu fao.
No convm s falar
de si mesmo, o tempo todo.
O mundo, eles dizem,
muito vrio e vasto.
No se deve fazer
poesia assim como eu fao.
A poesia, eles ensinam,
deve ser rpida e concisa
e no derrame verborrgico.
No se deve fazer
poesia assim como eu fao.
Se situar no tempo e no espao,
fazer versos de memria e resgate.
Nada que seja residual porque
poesia no inventrio e se
assemelha realidade virtual.
No se deve fazer
poesia assim como eu fao.
A poesia no deve
ser nunca uma
alternativa ao suicdio.
Eu sei,
e fao.
Cap. I Da Doena
Cap. II Da Morte
De cotidianos resduos
recolhidos no isolamento mental de indivduo
em que todo o meu ser se liberta,
tento compor uma imagem potica
que se faa de idias e despreze a vida.
O Acaso das Manhs
SER
No tenho que estar aqui
ou em qualquer parte.
Sou isto:
Um poro vazio
abarrotado de quinquilharias.
Areia ( Fragmentao da Pedra)