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Gestalt do Objeto Sistema de Leitura Visual da Forma DreST mi UsescE Drs Tmen cA) 5 BNC ORE) 2a baer Moda ernie pee ret et Omen reer eon erecen re Joao Gomes Filho errr De acordo com a Gestalt, a arte se funda no principio Ree este te EM Cane eee oT RTC cre de imagens, fatores como equilibrio, clareza ¢ harmonia eC CR een VON rience Tens Cun ee Cone eT eC te Pat otc STC PAR ne (ee CEC anre nies c/ou assimiladas pelos outros senti Perea Cen Neste: ea Cormeen CCL EC Gian Ce mete eae Cee te ese nre cer Gt eoSm rere que nos expoem — muitas vezes on ege nn Meme MrT ROS an an) CLO PEI (ese cccT ECMO CnC POSEN Score CNSR Ito 7c da imagem tornam-se imprescindi- Sretee CTT RCoIT OMe Conn mat Cc ROTOR cetera me CT ELE OCC OL OS Le TEM OMe UCC Atta ce OT omen et onc Dre ON eco Ran En meee ROE TO MSN one Re CR Te RUC CeO CME La ORTON? fundamentos cientificos da Psi- eon raE} [pense ee ON Ser (ie CRM Cro omc lORI Ey Dae Ceuta ICL Coe ence Ta Come memes etn objetos consubstanciados ow repre Rone Ccae amre tect Coam tea Tee STC SCOT eC Ce SS ees Oi ea 1a abrangencia estende-se a todos os modos de manifestacdo visual encontrados em atividades como Gestalt do Objeto Sistema de Leitura Visual da Forma 6 clementares da felicidade. Uma época, que ndo Amar e criar a beleza sao as condigées 0 almeja permanece imatura visualmente: sua imagem é disforme, suas manifestagées artist- cas nito sito capazes dle elevar-nos dS’ y Walter Gropius Prefdcio A intengao expressa pelo autor, na obra Gestalt do ObjetolSistema de Leitura Visual da Forma, demonsira claramente sua postura de profes- sor € pesquisador, atento is necessidades didtico-pedagdgicas das artes visuais, Fruto de pesquisas ¢ reflexdes, apoiadas em textos da corrente a Psicologia da Gestall, testadas em suas aulas dos cursos de graduacao, extensao e pos-graduagio, reflete uma abordagem sistémica e coeren- te em sua metodologia de trabalho. Fundamentaca por uma excelente bibliografia, assinada_por renom dos autores © especialistas do setor, podemos verificar também 0 cui- dado com que o Professor Dr. Jodo Gomes desenvolve e fundamenta sua conceituacio em linguagem inteligivel, acompanhada de intimeras exemplos extraidos do nosso cotidiano © que grande parte das veze nos passam despercebidos Uma leitura atenta nos fascina ¢ tenho certeza de que 0 mesmo acon- tecerd aos leigos, avs profissionais, aos jovens académicos e aos es diosos da irea da percepgio visual. Esta obra, a partir de agora, sera uma valiosa bibliografia, que preen- cherd assim uma lacuna em nossas estantes de consulta € pesquisa, seja mas Artes Phi is, NO Design, na Arquitetura ¢ outros modos de manifestagdes visuais. Auresnede Pires Stephan Geta do Objeofsistema de Lele Visual ae: Apresentaciio A concep 1 do Objeto* teve coma fundamentacio ci os estudlos e pesquisas realizadas pela Escola Gestalt, no campo da Psicologia Perceptual da Forma. Foi desenvolvido deniro de uma estratura pragnvitica e objetiva, no sentido de propor estudantes, profissionais ¢, de modo geral, a todas ay pessoas que tenham interesse pelo assunto orientagdo por meio de informagies ¢ conhecimentos te6rico-conceituais para proce- der compreensao dos objetos, em termos de ansilise, interpretagio ¢ sintese da organizagio visual da forma. A idéia de ctiar este sistema surgiu em funga trés necessidades buisicas. A primeira, como re profissional na concep, projetos nas areas do Design Industrial ¢ do Design Grafico. Constatamos que muitos dos conceitos ¢ fatores da organizacao formal estudados pelos psicélogos da Gestalt coincidiam exa s ¢ pri- ticas projetuais relativas & concepgao de produtos com configuracoes formais fundamentadas nos principios de ordenagao, equilibrio, clare~ za ¢ harmonia visual, alicerces da formulacao gestiltica no campo da percepgio da forma. 9 de procurar atender a ultado de nossa expe- hossas preocupa necessidade surgiu. pela descoberta efetiva de que poderia ncar com a abrangéncia deste sistema de leitura para estendi lo, no so ao campo do design e suas diversas especializagoes, mas a todos os modos de manifestagdes visuais — de configuragdes bi ou tri- dimensionais — como, por exemplo, a arquitetura, as artes grificas, a8 meios de comunicagio social, as obras de artes, as configuragées ambien! artes plisticas de modo geral. A terceira surgi pela pripria condigao de professor ligado ao design © as artes plasticas, de almejar ¢ ter a esperanga de que este sistema, possi servir de apoio & educagio, preferencialmente em todas as areas de ensino, no que diz respeito @ propria formagio educacional das pes soas no modo de ver as coisas. Contemplando desde @ ensino bisico, com os primeiros passos da crianga (naturalmenie, guardadas as devi- cas proporgdes}, até ay fases subseqitentes de sua formagiio como adi * Ohjete pat eit dete vineraa ele evans, a terme comprrene ¢ parse a rgniicardequl para frente toda equa: ‘quer manifetagio visa de fara pase de er ld eénterpretada, i4 Pensamas que este é um aspecto educacional que nao tem sido levador cm consideragio por quem de direita com a importancia que merece ¢, ‘6 que é mais lamentivel ainda, notamos que esta fal is escolas voltadas ao priprio’ ensino pro 15 408 © ica na maior as artes pos de atlividades mencio Estamos de ordo com © professor Cactane (2) quando, jd nos anos firmava: Aereditamas ser ideal que toda pessoa adquira ume edu- cacéo visual gue a ajude a compreender methor, ¢ de manetra cons~ ciewie, 0 mundo matertal 4 sua vodia, independentemente de peecoucei- tos ow de autros problemas relatives @ fistores e modismos ce orem cultural, condicionantes da nossa postura ¢ sensibitidade mo mado de ver as coisas. Procuramos ainda, por mein deste sisten mesmo professor, quando dizia que « determinadas rendéncias que consideram a forma presa a conteidos coueacionais, onde, nat maioria das vezes, se julga a beteca come wine qualidade puramente subjetiva (*beleza nao se diseute inctros de avaliagdo abjetiva e de a, reforgar a intengio do preciso desmistificar, também, ‘tad & relati- 10", ete) desvinculata de quaisquer par principias ou procedinentos intelectuais. Acreditamos que 0 conterido deste sistema, que apesar de tra nas € to-somente do universo di organizagao visual da forma, forne- cera subsidios conceituais importantes para este objetivo, ainda mais amplo, que & i questi da vivencia de uma experiencia estética, nao sé para fruiro sentimento de beleza, mas também para produzi-ta diversas mi ape Isto posto, Jo deste sistema de leitura visual consiste, pri mente, nos rebatimentos* das leis dat Gestalt € de diversas outras categorias conceituais sobre a organizagio formal dos objetos. E com os rebatimentas & que tl a este trabalho, Com tos realizados pelos psi tizamos que este modo © procedim ‘0 sentido de origi plos dos estu se sahe, os exer logos de pereepedo visual da forma, predominantemente, por meio de exem- plificagdes € abstragdes sob a forma de figuras geomeétricas, conforme ido na propria Fundamentagdo Tedrica da Gestalt, E, com relagio 8s ealegorias conceituais — que dio suporte ao sistema — 0 m repete, ressalv: > exemplo na literatura, porém nao izado-¢ pracessado como neste métod. elle’ rao sistem Basie mente, O sistema esti estruturada nos seguintes passos: Jee Gomes Fitho "Rebatimento: puna efeivo deste sstem, significa radusir conceit ow formadagies absenaras & geametricas em aplcaties conceit préticasopertdas sobre objetos neds exit ‘Gestalt do Objeto/Sistema de Leitura Viswa] iuacdo © exemplificagao pratica das leis da Gestalt, do signi- ficado da forma ¢ de suas propriedades © das categorias conceltuais. Tudo isso levacto a efeiio por meio dos reba menios sobre manifesta des visuais fartamente ilustradas com tos contendo definigdes © comentirios adicionais, visando & sua assimilagio melhor compreensio. nagens de obj 2, Metodologia de como proceder & identifieagao dos conceitos, a analise © & respectiva interpretacdio da forma do objeto. 3. Colocagio de varios ¢ diversilicados exemplos priticos de leitura visual da forma do objeto. Cahe lembrar ainda que este sistema fornece um instrumental de and lise valioso © pragmético, ndo sé 4 Ieitura e interpretagio da forma, balhos. Constitui para © Individuo uma hase de reflexdo sobre certas aspectos mas também, como Sbvio, a prdpria.coneepgio de tr: de sua pritica projetual ou antistica, ao Fazer melhor uso do seu talen- to de mancira mais consistente ¢ organizada, aliado a seus processos de criagio intuitivos. Ao exereitar este sistema, o individuo também hsorve de maneira natural, uma terminologia que muito 0 auxilia ri em seu relacionamento profissional com pessoas, clientes e empresi de modo geral, Gostaria ainda de observar que este trabalho se constituiu num esfor 0 de sintese enorme ~ pois esta ¢ uma linha de pesquisa extensa pela ncial € SCUS Lemas inesgotavels —, justamente para (arma lo 0 mais objetivo e pritico possivel. E evidente também que continua mos pesquisanedo @ quaisquer criticas © sugestées construti bem-vindas. serio ‘Antes de encerrar esta apresentacio, quero dei agradecimentos & Faculdade de Belas Aries de Sao Paulo e sua man- tenedora, Febasp Sociedade Civil, pelo patrocinio da primeira edigio desta obra, Aos colegas que gentilmente cederam algumas imagens «, patticularmente, a trés queridos amigos: Prof. Dra. Elide Monzéglio, que me induziu a esta linha de pesquisa (em uma de suas discip ho Curso de mestrado}; ar expresso meus ao meu orientador Prof, Br, Lucio Grinover, que, mesnio sabendo ser esta uma pesquisa desenvolvida a parte dos meus abjetivos de dissertagho no mestrado ¢ de tese no doutorado, nunca faltou com seu apoio € incentivo, ¢ ao Prof. Mc, Auresnede Pires Stephan (Prof. Eddy}, coordenadar do curso. de Desenho Industrial da Faculdade de Belas Aries de Sie Paulo, que acreditou no como ma das discipl sistema ¢ 0 introduz ay regulares do curso. Concluindo, gostaria de destacar que este sistema foi testado com sucesso nos cursos de graduagio © de pos-graduagao de Design Industrial ¢ de Artes Pla Faculdade de Belas Artes de Sao Paulo © da Universidade Sao Judas, como disciplina regular de seus respectivos programas curriculares, Introducéiio De acordo com a Gestalt, a arte se funda no principio da presndnc da forma, Ou s¢ja, na formagaa de imagens, os fatores de equilibrio, clareza ¢ harmonia visual constitwem para o ser humano uma necessi- ensaveis — seja numa obra de arte, num edificio, numa escul- consid dade e, por iss alos indisp num produto industrial, numa pega grifica, (ura ou em qualquer outro tipo de manitesta vera no corpo desta obra. visual, conforme se Segundo Kepes (18), . @ importante & perceber a forma por ela mesma; vé-la como “todos” estruteracos, resultado de relacdes. Deirar de lado quaiquer preocupagita cultural ¢ ir i procura de wena ordem, dentro do todo, ainda, de acordo com Dondis (3), capiantos a informacéo visual de muitas maneiras. As forcas perceptives © cinestésicas de natereza fisiatdgica sao vitais para 0 proceso visual, Nossa maneira de perma necer de pe, de nos movermos, assim como de reagir d iuz, @ escuridao ou das mavimentos bruscos sao futores importantes para o nosso modo de perceber ¢ interpretar mensagens visuais, Todas essas respostas naturaés © atuam sem esforcos; ndo temos de estudd-las € nem apren- der a dé-tas, om» existe ume correspondéncia entre a ordem gue o projetisia escolie para distribuir os elementos de sua “camposicdo” ¢ os padroes de orga- nizacda, desenvolvidos pelo sistema nervoso. Estas organizacdes, origt ndrias da estrutura cerebral sao, pois, espontineas, ndo arbitrivias, independentemente de nossa voniade & de quatquer aprendizado.{a) Em consonancia com 0 exposto, acreditamas que a tarefa do designer do artista ou de qualquer outro profissionall é a de conceber e desen— volver objetos que satisfagam as necessidades de adequada estrutura formal, obviamente, respeitando-se os padrdes culturais, estilos ou partidos formais relativos ¢ intrinsecos aos diversificados objetas con- cebidos, desenvolvidas ¢ construidos pelo homem. Pensamos que este objetivo possa ser alcancado tendo como referéneia ¢ embasamento principal os estudos © experiéncias realizados pela Gestalt no campo. da percepeao visual da forma e agora, modestamente, reforcado por este nosso sistema de leitura Finalmente, antes da colocacdo da fundamentagio tedrica da Gestalt, um resumo da origem dessa importante Escola. Escola Gestalt A Gestalt & uma Escola de Psicologia Experimental. Considera-se que Von Ehrenfels, fildsofo vienense de fins do século XIX, foi o precursor dda psicologia da Gestalt. Mais tarde, por volta de 1910, teve seu ini- Cio mais efetive por meio de tres nomes principais: Max Wertheimer (1880/1943), Wolfaang Kohler (1887/1967) © Kurt Koffka (1886/1941), da Universidade de Frankfurt. O movimento gestaltista atuan principalmente no campo da teoria da 3 da percepeao, Hiirgue: gens, intetigéncia, aprendizagem, meméria, motivacio, conduta explo- ais. Através de numerosos estudos & pesquisa experimentais, os gessaltistas formularam suas teorias acer- ca dos campos mencionados. A teoria da Gestalt, extratda de wma rigo rosa experimentagio, vai sugerir uma resposta ao porqué de umas formas agradarem mais ¢ outras ndo. Esta mancira de abordar 0 ‘assuito vem opor-se ao subjetivismo, pois « psicologia da forma se apdia na fisiologia do sistema nervoso, quando procura explicar a relagdo sujeito-objeto no campo da percepeto. forma, com consribuigao relevaarte aos ested ratoria © dindmica de grupos soc Como curiosidade, cabe acrescentar ainda que o termo Gestalt, que se generalizou dando nome ao movimento, no sew sentido mais amplo, significa uma integracdo de partes cm oposigdo & soma do “todo” E geraimente traduzido cm inglés, espanhol e portugues como estruiura, 10s de Design Industrial, 0 ‘erm se vuigarizou significendo “boa forma. figura, forma, Como curiosidade, em ter A seguir, transcreveremos uma sintese da “Fandamentagiio Tedrica da Gestalt”, extraida das obras de M. Wertheimer, K. Kofka e W. Kahler = sobre a qual foi embasado cientificamente este Sistema (revirada de um trecho da “Aula 30 — Plastica tl" — do trabalho do Professor Caciano (5). Nesta (ranseri¢ al, incluimos mais aligu- mas figuras ilustrativas com 0 proposito de reforgar © tornar mais guns dos exemplos da Teoria da Gestalt de Leitura Gesaht do Objto/Sivcoma de Mdture Wiswal gg Fundamentacao Teérica da Gestalt A Gestalt, apds sistemadticas pesquisas, apresensa uma teoria nova sobre o fenéme- no da percepeio. Segunda essa teoria, 0 que acontece me cérelra naa ¢ identico ao {que acontece na retina. A exctagdo cerebral nao se dé em pontes ioladas, mas por extensio. Nao existe, na pereepeao da forma, un proces posterior de associa des warias sensagbes. A primeine sensagio jd é de forma, jd € global e unificada, No exempls da ilusito de dtice (fig. 1), a excitagaa cerebral se pracessa em fungio da figure roral pele relasio veciproca das suas vrias partes dentro do toda. Um retingula nos pasece maior do que outro, porque eles sto vistos na dependéncia de sua pasigae dentro do angulo. Da mesma manei- raya linha superior nos parece menor que a infe- rior (fig.ta), as linbas obliquas nto parecem ‘parlelase os dots ciculos centrais, embora pare- sam diferentes, tém a mesino tamanbo (fg. 1b). Nao vemos partes isoladas, mas relagbes. Isto & twa parte na dependéncia de outra parte. Para a rosa percepedo, que & resutaco de tama sensagio global, as partes sto inseparéveis do todo e sao outra coisa gue ndo elas metmas, fora dese todo, i ate Oca portulado da Gestalt, no que se refre a essa relagdes psicofisioligica, pode ser asim definido: todo 0 proceso consciente, oda farmea paicologicamente pereebida std estreitamente retacionada com as frgas integradoras do proceso fsildgica cove bral. A hipérese da Gestalt, para explicar a origem dessasforcastntegradoras, &atv- bur ao sistema nervosa central um dinarnismn auto-reguadar gue, i procun desua ripria eabitidade, tende a organicar as formas ern todo coorentes ¢ unificado. Evsas organizagtes, origindrias da estrutura cerebral, so, pois, espontineas, ndo contrastes da claro-eseuro fdas nuances eromaticas, valoriza 0 eguilibrio e 2 harmonia da imagem realgando o seu refinamento visval. Aqul, nowamente, « concsito da sutileza se impbe por completo, A dell ‘cadeea ¢ suavidade da organizagao formal € realgada, sobrecud, pelas linhas orginicas do desenho. 0 contraste das cores waloriza ¢ ensiquece uma harmonta refinada, Difuusidade da difusidade da uma sensagao de diluigao, nao se associa & preciso, mas cria ., calor, Sonho, ihasio, € outros sentimentos. A técnic: ambient ‘A figura € desfocada ¢, geralmente, nao € claramente definida por linhas, planos ou volumes ndendo dos objetivos com que é utilizada, pode-se variar o grau de intensida: de da diluigao da imagem. igidos. Dept 0 recurso artistico da fotografia em desfoque @ muito utiizado wanda nie se exige nitider, A difusidade originada eria uma eta inquie ‘cao psicolégiea com resultados plisticns inesperados A difwsidade se apresenta aqui, prise! palmente, pelo desfaque da fotografia, m Fungo da sensagie de movimento dinimieo que se revela na hgura do aileta e, sobretude, no Fundo da ima emt. O eau Amico e a hare hia se apr senta ordenada Nesta imagem, @ difusidade se revels, sobretudo, pela supe posigo ambigua do funda sobee o primeira plana configura- ido por parte de um rasto feminino. A diluigéa tonal em con- june com as vérios pontos luminosos do funco realsa © Chama a atengao para o primeiro plano da composiclo, com Enfase para os olfos. Concorrenda também para fortalecer impresses « conotagtes de significagdes surrealstes 96 Distor¢dao A técnica da distorgao responde a um intenso propdsito visual € que, quando bem manejada, produz respostas plasticas também muito intensas, A distorcao forga 0 rei contornos regulares, ismo, dramatiza ¢ pretende controlar seus efeitos desviadores dos Nesta pintura, a técnica de distorgao se evidencia em toda 2 composigao visual A distorgo proposital da figura hursana forga o realism e, sob o eleto de cores for femente contrastantes, 2 imagem di uma sensagho de respost snuito inten. Aqui também, no desenbo: esquematico dessas figuras humanas, a téeniea de distorgio & evi dente, 0 eftto produzide ¢ dramatico, principal mente em fungéo da falta absoluta ¢ ey imelusive, umn nivel de exa~ geragia, 0 que concore, sem diivida, para tomar a composigio alta~ iativa. 0 efeita visual € intenso, emibara dentro de tam equi- ria estével e hacionia muito bem ordenada, mente chan Profundidade A profundidade se sustenta principalmente nas variagées de imagens retilineas, baseando-se em gradientes de estimulacao ordinal As impresses sensoriais que acompanham as percepgdes de profundidade ou de distancia em uma superficie continua podem ser chamadas de profundidade de perspective. Geralmente, apresenta sucessées de figuras consubstanciadas em elementos diversos como Linhas, planos, volumes, cores, texturas, brilhos, sombras, © outros. Profundidade em perspeetiva frontal, 0 subs na duas unidades em espirais contimuas, com a imagem orig indo para 0 fundo. A variagio cromatica, os contrastes dos tons € semitons com predominio de cores quentes ea sensagiio de movimento dentro de um equilibtio dina mic 1m. & composiedo um efeito visual atraente e instigante. A harmonia € afetada, em sua otdem, pela agaréncia de ruptu duas upidades espiraladas, Neste ambiente, a pereepga de profundidade se revela numa insti~ ante configuragio formal. A perspective foc ade cima para baixo inamiza e, de verto modo, dramatiza a composigio, Acentuada, sobretudo, pela evidente di elementos que eonstitue ;ovocada pelos varios rampas de transporte ¢ locomogio, A sensacio de profiundidade & frontal, nesta pasayem, onde se destaes, em primeira plano, a figura do casal na moto, A profundidade € passa dda em perspectiva pela sucesstio do planos seqiienciais: casal, estrada, mar, embareagdes, céu, nuvens ¢ linha do horizonte, Aqui. a profundidade & revelaéa pelos gradientes formadas pela sucessio de planos, desde 6 solo até as muvens no fundo ¢ pel sucessio de planos onde se situam os halles, Q equilforio da iemage € dindmico, proporcionado pela flutuagio dos baldes e pelos desi ves no solo e ondulagdes das nuvens. Por outta lado, a harmonia do cenario ¢ enriquecida pela profusio © pela variedade de contrastes dimensionais, de cores quentes ¢ tras e pela proporcionalidade dos elementos, sobretuclo em relagto aus bald 98 Joli Gomes Fil Superficialidade A técnica da superficialidade diz, respeito a representagdo de manifestagdes Formais vistas de maneira bidimensional ou chapada, Esta técnica se caracteriza por configuragées_planas, regidas, fundamentalmente, pela auséncia do efeito de perspectiva da composigio ou do obje- to representada Aqui, apesar do objeto ser evidentemente tridimensional, @ representagio se aftgura, pre= dominantemente, chapada por causa da posigio frontal da fotografia do instrumento, Ou seja, praticamente, nao existe profiandidade no objeto como um todo. Representagio absolutarnente equilbrada e harmoniosa. Representagio chapada do galfisia, 0 efeito de bidimensionslidade 6 senti clo fato da conhiguragdo ser delineada f preenchida por uma massa preta 1da, 0 efeito de bidimensionalidade ¢ or de, ¢ mesma de volume, de suas te plana, Represeatagio a nado pel: ahsoluta falta de sensacio de profundid tunidades compositivas. A figura ¢ tot Gesint do Objto/Sistena ee Leura Yieusl 99 Seqiiencialidade Esta técnica se refere ordenagio de unidades au de elementos organizados de modo continuo € légico, em qualquer tipo de disposigaio visual. A seqiiéncia pode se dar através de diversos tipos de elementos como linhas, planos, volu~ mes, cores, texturas, etc, dispostos ern profundidade, em espiral, justapostos, sobrepostos, alinhados lado a lado, ¢ assim por diante No interior desta casa, o conceito de seqiencialidade aparece na continuidade dos planus formades pelos degraus da eseada © nos elementos configuradas pelas bar- ras verticals do corrimo de protec, aliabadas lado a lado. Ji: neste pinasio de esportes, a sequiencialidade € configurada pelos conjuntos de assentos nis anquibancadas, ¢ pelo eonjunto de cadeiras. em arranjos sequenciais circulares. A cor desempenha importante papel, nio sé na seagregagke de conjuntos diferenciados por tonalidades frias e quemtes mas, também, na criagia de um clima alegre condlizente com a Tunigao esportiva Aqui no edifieio, a seqdencialidade & percebida no posicienamento continu das colunas e, na parte superior. pelo conjunto de estatuas © seus suportes verticals, ainhados na mesma directo das colunats, A configuragao em curva realge a harmonia e o equilibrio por ritmo movimento, Nesta imagem, a seallenctalidade & proparcionada no sentida de profundidade. De modo sueessivo, pelos diversos elementos. que configuram a paisagem — planos das Jardins, desenhios ao redor, plaquinhas laterais, arvores, ete. — tant mo piso como nes laterais. 0 equilbrio simétrico ¢ os eontrastes cromiéticos tornam a harmo- ria da imagem altamente otdenads. 100 Joe Gomes Filke Sobreposi¢ao A técnica da sobreposigio, traduzida pela organizagao de elementos uns em cima de outros, que podem ser opacos, translicidos ou transparentes, expressa a interaczo de estimulos visuais situando pelo menos duas figuras ¢ ativando a composigio relacionada A singularidade consiste no dominio ena busca de maior controle visual possivel dos ele- mentos sobrepostos em termos, por exemplo, de posicionamento, tamanho, densidade, proporgio ¢ escala, etc,, de partes do abjeto, ou do objeto como um todo, Nesta imagem, @ sobreposicio envolve diversos elementos. Destacando-se principalmente, 0 fator de proporgio e escala, em fungao do tamanho exage: rado das esferes, quando comparadas & figura do Arco do: Triunfo, que € uma construgao de eandes dimensbes. Nesta composigio, a sobrepasigao dos elementos, em profundisade, aparece fordenada de maneira mais ou menos aleatoria, provocando um des na imagem bastante estimulante visualmente equitagdo. Ambas sobreposigbes provocam um efeito interessante do panto de vista plastico Aqui, a sobteposigdo se di em profuse, contemplando dive sas unidades visuals, com ligeira desequilibrio pravocado pela oncentrago ce maior peso visual & esquerda, A disposicao, unt tango quanto desardenada ¢ fragmentada destas unidades, osga também a desarmonia da. composigio. Entretanto, estes efeitos caéticas somados 4 desproporcionalidade de aligms elementos aliados & profundidede da figure, dao um tom instigante € atraente & imagem como um todo. bjet/Sistema de Letura Visual rol Ajuste Optico A récnica do ajuste dptico € utilizada de muitas maneiras, em diversos casos de configura- cies formais bi cfou tridimensionais. 0 ajuste dptica funciona como um recurso inteligente que se aplica ao objeto ow composicao. Ou seja, funciona como um refiramento no trato da forma do objeto ¢, em geral, se explica como um tipo de corregdo ow de controle visual do objeto, sobretudo, nas linhas que contornam ou delimitam as organizacdes formais, amente utilizada pelos designers, por ‘exemple, no campo da produgio yréfiea. Tanto na concepgio das diversas familias tipograficas como na composicaa das palavras, dos textos de modo eral e no layout da pégina impressa — haje em dia faciltado pelos progr mas compuiticionais. Sea uso s€ faz, prineipalmente, na corregao desses ele mentos a frm de se ois + o melhor ajuste ¢ propor 19s de cquilibrio © harmossia visual possivel em ditegio aos y DESIGNER Também no design de veiculos (aqui exemplificado no Lotus Esprit ¢ Covert, abaixo), a téeniea do ajuste 6 indispensivvel, Principaimente com relagio as Linhas que sobressaem e dao acteristicas especiais as suas aparéneias ~ sio quase sempre curves, por menor que seja 0 grau de curvatura, Isto significa dizer que, num bom ico é bastante alizada, © mesmo design, quase ndo existem linhas retas, e iso acomtece, exarame inar o efvito de linhas céncavas ou convexas que as linha retas cos tumam causar i nossa percepgao visual, Obviamente, este conceito se estende ao design de qualquer tipo de produto ou objeto. Naver ido qute, 4 nos templos greco-romanes, wtilizavam esta teenica para -pocluzir efeitos harmoniosos ¢ de equilibria visual nzs suas obtas. As kcolunas, por exemplo, eram dimensi com ligeiras curv convexas para que, aos olhos de observador ¢ a cerca distin de, 0 canceita de ajuste dptico remonta aos projetistas do pas 102 Jon Gennes Fitho Ruido Visual O conceito de ruido visual diz respeita a interferéncias ow distorgdes que pertu harmonia ou a ordem num abjeto ou composigao, geralmente de mancira parcia formas organicas ou inorganicas, bi ou iridimensionais. sejaem O ruido visual pode ser utilizado de maneira criativa, a fim de criar centros ou pontos de inte- resse numa determinada manifestagio viswal (inclusive, do ponto de vista operacional, para facilitar o uso ou controle de algum tipo de recurso tecnico — num objeto, por exemplo} atra~ vvés dos mais diversos recursos: pela forma, pela car, pela lecalizagao, por ambiguidade, por redundancia, por sutileza, e assim por diante. CESP Cwffee Nestes trés exemplos, 0 ruido visual é constatado no desenho & na cor da xieara que ‘esta, obviamente, substituinda a letra *o” da palavra COFFEE, em inglés. Na pala~ ‘ra OHIG, a mesma coisa: a letra *! fol substituida por um palito de fésioro. No logatipo da empresa, a letra “e" aparece numa cor diferen(e das outras. Em todos esses cass, o recuISO Ae ruldo visual pode ser considerado de modo positive ¢ inte Tigente, uma vez que ele tora os trés logotipos imeressanres e, sobretudo, além de atraente, chama a atengio, do ponto de vista pldstico Nesta bela construgio- de epoca, 0 ruide visual evidente & constituide pela placa “DB” (em design grifico moderno, sobreposta & fachada. ‘que, obviamente, no guana a minima identidlade visual com a coe Fincia de estilo € a linguager arquiterénica da obra como um todo. Nesta imagem, @ ruido visual se manifesta no tapa-olbo, destacando- se no rosto da medclo, que dé o tom sofisticado de algo imusitado, que 6 obviamente, uma coisa inesperada num desfile de moda, Aqui, neste pine! de insleumentos, 9 concelte de ruido visual tem ume funcio claramente operacio= hal, de emergncia, 0 ruido se manifesta por cor, na bot vermetho que, ebviamente, tem come finall- dade desligar alguina coisa de mado imediato, fete Vial 103 Sistema de Leitura Visual da Forma do Objeto A apreensie rapida do sistema € a maior facilidade para proceder a lei- tura visual da forma do objeto, por parte de qualquer leitor, vio depen- der, principalmente, da sua maior ou menor sensibilidade, obviamente, de seu repertério cultural, técnico e profissional. Entretanto, as dificuldades iniciais deverao desaparecer & medida que 0 Ieitor estudar ¢ assimilar 0 conteido deste mesmo sistema e, igualmen- te, se dispuser a realizar diversos exercicios praticos de leitura ~ de acordo com a metodologia e com os modelos de leitura, que sdo ofer- tados logo a seguir, consubstanciados em exemplos priticos de aplica- a0 do sistema, Iste posto, podemos considerar o sistema de leitura visual da forma, consubstanciacio em dois passos basicos que deverdo orientar a pessoa nesta iniciagdo — que, naturalmente, com o de npo, pode- 14 desenvolver seu préprio mado de leitura, uma vez que este ¢ um processo que permite outras opgdes, dependendo apenas do talento € criatividade de cada um. Estes dois passos basicos sao, pela ordem, os seguintes: prrer do Leitura Visual do Oljeto pelas Leis da Gestalt Esta leitura, que embasa e di sustentagao para as leituras visuais mais compl nas € tdo-somente, as seguintes leis as di corganizagao formal dos objetos, aborda inicialmente, ape~ Gestalt, abaixo recapituladas: Unidades: que sao os elementos que configuram a forma Segregaga ; perceber ou identificar as unidades, jue € 0 ato de separa Unificagao: que é a coesao visual da forma em fungio do maior equi- librio ¢ harmonia da configuragio formal do objeto. Fechamento: que apresenta caracterists que do a sensa- i i gio de fechamento visual dos elementos constituintes da forma, Boa continuagao: padrao visual originado por configuragdes que apre- sentam seqiiéncias ou fluidez de formas. 104 i Semelhanga e/ou proximidade: que saa as leis que, sobretudo, se con- substanciam em padroes de unidades, pela sua prdpria e intrinseca organizagao e que também colaboram poderosamente para a unif cio formal. Pregnéncia da Forma: que ¢ a lei basiea de percepgdo visual: as forgas de organizagéo da forma tendem a se dirigir tanto quanto o permitam condigdes dadas, no sentide da harmonia, da ordem e do equilibrio visual. Este primeiro passo- consiste nas seguintes etapas basicas: |. Examinar 0 objeto e segregi-lo em stras partes ou unidades principais. 2, Decompor estas unidades principais segresfadas em suas outras uni- dades compositivas, ¢ assim sucessivamente, até um nivel considerado satisfatario. 3, Identificar, analisar e interpretar cada uma das leis da Gestalt em cada unidade, originadas por segregagées de natureza variada no obje- to, ¢ descrevé-las caracterizando-as, por exemplo, como searesacdes fisicas por meio de suas massas ou volumes e também por outros tipos de searegagies como um ou mais de um dos seguintes elementos: pon- tos, linhas, planos, cores, etc. ¢, ainda, por caracteristieas de acaba- mento como, brilho, texturas, relevos positivos ou negatives, e assim por diante, 4, Concluir a leitura visual, interpretando a organizaggo formal do objeto como um todo, attibuindo um indice de qualidade para sua pregnancia formal como, por exemplo: baixo, médio ou alto ou, se quiser ser mais preciso, atribuir um indice de avaliagao de 1 a 10 Leitura Visual do Objeto pelas Categorias Conceituais | Neste segundo passo, mais uma vez deixamos claro, entram, natural- mente, a sensibilidade e o repertério do leitor. Aqui o Leitor deverd se valer do conteddo explicitado nas categorias conceituai € nas categorias conceituais/iéenicas visuais aplicadas. Ou seja, deve~ 14 procurar na leitura atenta do objeto aqueles conceltos que mais se aproximem ou coincidam com as diversas definigdes das igualmente diversas categorias conceituais — ¢, através destas, realizar a sua analise. fundamentais Joan Gores Filho *C terme objets, conforme jd mencionado, para eftco de leitura visual, significa qualquer sipo de manifesto visual pacsivel de ser lida, em termes de irnagens bi ox tridimmensione (tat do Objeto/Sitema de Leturs Viual 105 Andlise da Estrutura Perceptiva do Objeto & Interpretacdo Conclusiva Uma vez realizado 0 primeiro paso da leitura visual pelas leis da Gestalt, o leitor tem agora efetivas condicées de passar ao segundo passo do sistema, que € 0 de realizar uma leitura continuada, porem, mais detalhada e completa da organizagao visual do objeto. Bis as seguintes ctapas complementares: 1. Analisar a estrutura perceptiva do objeto em fungio do seu nivel qualitativo, ou seja, em funcao da boa organizacao visual do todo ¢ da articulacaio visual das partes que 6 compéem, nas suas relagdes re tantes dentro do contexto, em fung&o da extensa gama de categor conceituais | estudadas, 1.1. Listar as categorias conceituais que, segundo sua anélise, estio explicitas ou inscritas na configuragao das unidades efou do objeto como um tado. 1.2. Apontar e articular intelectualmente as diversas categorias concei- tuais em textos descritivos (a exemplo dos varios textos que aparecem 20 longo do sistema e que exemplificam os diversos rebatimentos). Obs.: a realizagao desta etapa de andlise vai fomecer, finalmente, os dados suficientes para a interpretagao formal do objeto considerado, Ou seja, 0 leitor tem agora a possibilidade de emitir um juizo critico acerca da organizagio visual e dar a sua interpretagdo formal do objeto considerado. 2. Interpretagao Conclusiva/Pregnéneia da Forma: nesta etapa final, por exemplo, o leitor devera julgar se a imagem do objeto reflete padres de harmonia ¢ equilibrie no seu tado e/ou nas suas partes constitutivas; se existe coeréncia, clareza, regularidade, e assim por diante. Ou se, pelo contririo, o objeto reflete desorganizagao visual em termos destes mesmos fatores, ou ainda, se 0 objeto apresenta uma “mistura” de coisas bem resolvidas ¢ outras no. Esta interpretagdo, em wiltima instancia, vai conferir um indice de avs liagio em termos de qualidade formal apresentada pelo objeto. Ou seja, devera ser atribuido um indice de pregnancia visual — assim, por exem- plo: para organizagdes visuais consideradas boas, bem resolvidas, o incli- ce de pregnancia seri alto, caso contririo, seri baixo ¢, para situagdes intermediirias, 0 indice sera naturalmente proporcional 4 qualidade apresentada 106 Soo Gomes Fil Exemplos Praticos Leitura Visual da Forma do Objeto Os exemplos a seguir colocados, que Fecham e conchiem este sistema, objetivam demonstrar o sistema da leitura visual aplicada na pritica, Para tanto, foram escolhidos objetos bi e tridimensionais diferenciados, tanto quanto possivel, de maneira a permitir um maximo de exempl fieagdes titeis & compreenséio do sistema. Dependendo do tipo de objeto e em fungio de sua maior ou menor complexidade, pode-se estender a leitura quase que interrmi te em fungio dos seus imimeros desdobramentos. Por este motivo, os exercicios exemplificativos apresentam resultados, ora com maior, ora com menor aprafundamento de andlise, sempre de acordo com o nivel de informacbes que julgamos ser suficientes para a realizagaio de cada exercicio. avelmen- Tendo em conta este critério, para alguns exercicios foram destacados, entio, apenas determinados atributos, que consideramos os mais importantes para aquele dado objeto de leitura. Cabe lembrar ainda que, no caso de objetos tridimensionais, 05 mesmos apresentam mais de uma face ou lado ¢ ainda diversos Angulos passiveis de andlise ¢ interpretagao, 0 que toma a leitura visual obviamente mais complexa © extensa, Os exemplos se dividem em duas séries. A primeira série, identificada por LEIS DA GESTALT, apresenta um conjunto de exercicios de leituras realizados apenas por meio das leis, da Gestalt. Estes exercicios (¢m como finalidade proporcionar ao leitor 4 assimilagio cognitiva, terminolagica € os fundamentos cientificos destas leis, para prosseguir na segunda etapa com a realiza leitura completa do objeto, utilizando, entio, as outras categorias conceituais. > da A segunda série, identificada por CATEGORIAS CONCEITUAIS, apre- senta um conjunte de exercicios levando em conta as leis da Gestalt ¢ todas as outras categorias conceituais, Esta leitura completa se con- substancia na finalizagao deste sistema de leitura visual da forma do objeto. Siatema de Laltura Vival 107 Leitura Visual da Forma do Objeto* Leis da Gestalt Andlise da Estrutura Perceptiva do Objeto Unidades Principais: 1rés — circulo azul, gota verde ¢ gota magenta, Segregagao: a figura se segre- ga nas unidades formais do circulo azul ¢ nas duas gotas, verde ¢ magenta. Boa continuidade: presentes nas trés unidades, sendo que @ unidade azul, pela sua forma cireu~ lar, apresenta continuidade perfeita, Proximidade ¢ semelhanga: presente nas unidades formais invertidas das gotas verde ¢ magenta, concorrendo para a unificagao da Bgura. Unificagaio: 0 equilibrio dos pesos visuais homogeneamente distribufdos ea harmonia absolutamen te ordenada, aliados aos fatores de proximidade e semelhanga, promovem a unificagao da imagem. A. invertida eo alto contraste cromatico entre as duas gotas perturbam ligeiramente a uniti- posiga o, porém nfo alteram o padrio de boa qualidade formal da imagem. Interpretagdo Conclusiva Pregnincia da Forma A imagem do simbolo do Ying-Yang sintetiza praticamente os atributos da *boa Gestalt” A ima~ gem possui um alto indice de pregnancia da forma por apresentar os atritsutos de equilibrio ¢ har monia visual muito bem resolvidos, redundanco em facil e rpida leitura visual, “Fave exemplo demonstra unm ececicio de leinaravivual bastante simples e dire, deseito de modo esqueniticn ¢ ite- inizido seqiencialmente, abrangende cada lei da Gestalt A seguir, veremos um outro tipe de eeura fit de modo mais 108 Soto Games Fil Leitura Visual da Forma do Objeto Leis da Gestalt Andlise da Estrutura Perceptiva do Objeto 0 banjo segrega-se et Jas subunidades circula- trés unidades prince ) corpo, constituide p 2s; b) brago, constituide pelas subunidades de trastes e marcadores res, apoio e fixator de cot musicais (pontinhos) € ©) cabega, constituida pelas subunidades de aberturas laterais ¢ cravelhas de af rma geral, boa continuidade na maioria das unidades mencio} de possuir pequenas que- 0 de parte O instrumento apresenta, de f sobretudo pelos Fatores de hamentos € regularidades formais, apes bras e interrupgdes nas configuragbes dos elementos circulares, em Fungo da sobreposi do braco e do fixador das cordas nestes. 0 fator de fechamento segrega diversas unidades formais como, as circunferéncias configuradas pelos varios dispositivos de fixacio ¢ de ajustes (pequenas hastes) dispostos nas circulos externos @ internos do corpo; nas linhas configuradas pelas cravelhas situadas na cabeca € no retangulo irregular configurado pelas cordas. Os fatores de praximidade e semelhanga presentes nestas uni dades concorrem também para proporcionar uma forte unificagao do conjunt Interpretacdo Conclusiva Pregnincia da Forma de seu ‘A imagem do banjo, como wm todo, se traduz numa alta pregnancia, em razao da coerénci estilo formal e de boa organizagio formal, simples, harmoniosa e equilibrada. Leitura féeil ¢ rida Gestalt do ObjerofSistems de Letra Visual 2 109 Leitura Visual da Forma do Objeto Leis da Gestalt 1, Torre 2, Corpo central recuado 3, Volumes laterais-superior 4. Compo centralsinferior 5, Volumes laterais-inferior Anilise da Estrutura Perceptiva do Objeto ado; 3. ‘a boa Fste edificio segre volumes laterais-superior; 4. corpo central-inferior e 5. volumes laterais-inferior. Apres continuidade nas diversas colunas que sio configuradas pelos conjuntos de janelas, em toda unidades. Sao também segregados inimeros retanggulos verticais pelo fator de fechamento senso- rial em todas as unidades, exceto na torre. Os Fatores de proximidade e de semelhanga, eviden ciados nas janclas ¢ cohanas, concorrem para promover a unificagio da imagem do edificio. se em cinco unidades principais: 1. torre; 2. corpo-central rei Esta unificacio, embora homogénea até certo ponto, é ligeiramente prejudicada em sua ordena. Gio pelo reco, avango ¢ sobreposigdo das varias unidades nos planos frontais do edificio e tam- bém pela torre superior, euja linguagem formal mio se integra totalmente com o estilo. formal do edificio. Interpretacio Conclusiva Pregnancia da Forma A imagem do edificio como um todo apresenta uma boa organizagio visual da forma, em fung&o de um equilibrio estével € de uma harmonia absolutamente regular ¢ ordenada. A pregnincia for- mal pode ser considerada alta, embora existam pequenas perturbacdes na unificacio do conjun- to que, entretanto, ndo interferem nem prejudicam a leitura facil © compreensiva do edificio, Interessante ainda notar que a perspectiva do edificio, com énfase visual de baixo para cima, toma sua posigao bastante instigante visualmente, 110 Jsa0 Gomes Filho Leitura Visual da Forma do Objeto Leis da Gestalt Andlise da Estrutura Perceptiva do Objeto Esta calculadora segrega-se em sete unidades principais: unidade painel verde/ unidade painel amarelo/ teclada maior! visor! teclado menor/ tecla isolada ¢ texto. Apresenta boa continuidade na unidade painel verde no conjunto formado pelo visor ¢ teclado ¢ ainda no teclado da unidade painel amarelo — proporcionada pelos alinhamentos verticais e horizontals perfettos e sobretudo das teclas. 0 fechamento sensorial segrega a figura de dois retingulos formados pelos conjuntos dos teclados — tanto na unidade painel verde como na amarela, fortalecidos pelos fatores de proximidade e semelhanga na maioria das teclas. A unificagéo da organizagio formal da ealeuladora, como um todo, ¢ proporcionada também pelos fatores de proximidade ¢ semelhanga da maioria dos seus elementos. Esta unificagdo é sensivel- mente prejudicada por alguns clementos que provocam ruidas visuais, originados pelas teclas ver- melhas, em ambos teclados, eno vazio que se observa a direita da tecla superior isolada © seu texto a direita, que também nao se integra adequadamente a organizagio formal. Interpretagéio Conclusiva Pregnincia da Forma A calculadora apresenta um alto indice de pregnincia pela facilidade de compreensio ¢ rapidez de leitura, A harmenia visual da calculadora como um tado € prejudicada, em parte, pelo desba- lanceamento do peso visual que pode ser abservado no espaco vazia no lado direito superior na unidade do painel amarelo, Leitura Visual da Forma do Objeto Categorias Concettuais Andlise da Estrutura Perceptiva do Objeto Na Ieitura visual desta imagem, algun aspectos sobressaem de imediato: sua simplicidade, cla: reza, sutileza, sua delicadeza € refmamento, A posicao inclinada da estitua no eixo de simetria diagonal, em contraponto com sua base de apoio quase vertical ¢, ainda, com sua postura dando sensacao de movimento, provoca uma ligeira instabilidade visual que instiga, surpreende © chama a atengao do observador mais atento ¢ sensivel A cor escura do fundo promove o conjunto da escultura para frente, o que valoriza também, xtraordinariamente, a fygura. 0 equilibrio visual é neutro, pois o desequilibrio da estitua é com- pensado pelo equilibtio estavel da base de apoio. As formas organicas e os contrastes sutis do claro escuro, dado pelas sombras, se traduzem numa harmonia plasticamente ordenada. Interpretagao Conclusiva Pregnéncia da Forma ‘A pregnancia formal da composicao, como um todo, € média, Sua interpretacao visual carece de certo tempo de apreensio, em funcao das irregularidades presentes, sobretudo, nas indefinigoes geométricas dos detalhes das formas organicas que configuram a base de apoio da estatua, 2 Jo Gomes tho Leitura Visual da Forma do Objeto Categorias Conceituais > the peoples of the United 4) Nations aiid Andtise da Estrutura Perceptiva do Objeto Este cartaz segrega-se incluindo seus cinco unidades principais: titulo, slogan € as trés colunas de textos, sspectivos subtitulos, 0 cartaz, como um toda, apresenta uma organizagao formal simples e clara, sobretudo. por conter poucas unidades visuals, 0 que concorre para tomar sua lei~ tura facil e ripida, A composicio & equilibrada, com boa distribuicdo dos pesos visuais. A técnica de exageragtio, aliada a0 posicionamento inclinado ¢ ao ruido visual na difereneiagao da cor amarela aplicada ’ palavra "We", se evidencia na frase “We the peoples", que chama a aten~ cho do leitor, de imediato, constituindo-se num recurso funcional amplificado ¢ interessante da composigio, O alto contraste, entre as cores predominantes azul e branca, concorre para faclitar a segredagao das informacées com muita clareza além de favorecer o fator funcional de sua Jeitura A harmonia do conjunto € razoavel. As colunas de textos apresentam irregularidades no seu ali- nhamento & direita € possuem muitos ruidos negativos, do ponto de vista plastico, em algumas palavras que aparecem coloridas entre varias linhas dos textos, Interpretacdo Conclusiva Pregnincia da Forma 0 indice de pregnincia do cartaz € elevade em razio das informagdes estarem bem organizadas visualmente nia composi¢ao, 0 que se traduz em percorrer 0 texto com facilidade funcional € rapide, de Teitura, ‘Gestale do Objeo/Sisorna de Lefara Visual 13 Leitura Visual da Forma do Objeto Categorias Conceituais Aniilise da Estrutura Perceptiva do Objeto Neste painel exposto ao ar livre, is técnicas de distorgao, de exageragtio ¢ de profundidade com elementos sobrepostos em diversos planos e, ainda, num ponto de vista de baixo para cima, acen- tuam admiravelmente as caracteristicas plisticas € naturalmente emocionais desta obra. A composigio do painel como um todo apresenta um equilibrio dinamico. Os fatores de'contras- tes dimensionais, de proporcionalidades, cromaticos € 0 jogo do claro-eseuro contribuem forte- mente para realcar a harmonia do conjunto. Por outro lado, a imagem do painel é um pouco pre- judicada em sua ordem, por estar levemente dobrada, somada As interferéncias na leitura da com- posig’o pelos elementos do piso e do fundo, que nao pertencem a obra. Interpretacio Conclusiva Pregnancia da Forma A pregnancia formal da figura como um todo € média e proporciona uma leitura visual clara. Por autro lado, 0s elementos do fundo ¢ do piso que integram o contexto onde o painel se localiza agregam elementos formais estranhos ¢ confusos a imagem da composicao, como um todo, 14 Leitura Visual da Forma do Objeto Categorias Conceituais Andlise da Estrutura Perceptiva do Objeto © palacio de Taj Mahal praticamente sintetiza todos os atributos positivos das leis da Gestalt, em termos perfeitos de equilibrio © harmonia que concorrem para uma unificagao exemplar. Nesta imagem, pode-se apreciar ¢ sentir a ordem, a regularidade ¢ a clareza de uma obra abso- Jutamente bem equacionada e resolvida formalmente, ‘A linguagem, rica em qualidades formais © de estilo, € logicamente caerente. Alem disso, ‘ostenta tratamentos cromaticos e de superficies artisticamente trabalhadas, sutis ¢ igualmente ‘harmoniosas. 0 equilibrio visual é estétieo, porém, ao mesmo tempo, muito interessante ¢ atraente, em fungao das variedades compositivas dadas pelas suas diversas unidades que se traduzem em impressio~ nantes volumes formais ¢ vazios recuados nos quais os pesos visuais se encontram contrabalan~ cados em fungao do fator de simetria perfeita no eixo vertical. A extensio de jardim confere & imagem, como um todo, uma harmoniosa configuragéo, valorizada visualmente pela sua adlequa~ da integragao formal Interpretagdo Conclusiva Pregnincia da Forma ‘A pregnancia da forma ¢ altissima. A apreensio da organizacao visual da forma € rapida, fécil € de compreensto imediata sera de Leiura Visual ee ‘Gestalt do Objet Leitura Visual da Forma do Objeto Categorias Conceituais Anidlise da Estrutura Perceptiva do Objeto 0 artigo acima, extraido da revista Design Belas Artes, seyrega-se em trés unidades principais: 0 fundo, a coluna dos titulos © a coluna de texto corrido, As duas colunas, por sua vee, segregam- seem varias outras unidades. A pagina como um todo apresenta uma diagramagao atraente e inte- ressante plasticamente, em fungdo de algumas qualidades formais expressivas como: 1. o forte contraste entre as cores: do azul ciano do fundo (uma cor fria, clara € repousante) e as cores preto~ e-branco dos textos, que proporciona uma segregacao eficaz e de confortvel legibilidade e acui~ dade visual para leitura; 2. 0 equilibrio assimétrico, obtide com sucesso, em razao da distribuigde eqtlitativa dos pesos visuais nas duas colunas, em que os textos grandes © em pequeno niimero, do lado esquerdo, se contrabalancarm com os blocos de textos pequenos em grande niimero, do ado direito, ¢ 3. uso expressivo do conceito de exageracio dimensional nos textos da coluna esquerda com destaque maior para a palavra HIPER. Entretanto, apesar dessas qualidades, a com- posicao apresenta uma harmonia visual prejudicada em diversos aspectos: a) fraca unificagdo entre © titulo HIPER ¢ 0 subtitulo “Design” que arrasta consigo a caixa “Uma Cultura do Acesso", inclusive, com ume sobreposigdo parcial — do segundo sobre o primeito — desordenada e posicio- nada de modo irregular (o pingo do “i", por exemplo, funciana como wm ruido visual negative interferindo plasticamente no *e” da palavra HIPER) e, ainda, os ruidos visuais negativos das pala- vras “conceito” ¢ "Por Wilton Azevedo", também mal localizadas c posicionadas, b) na coluna ireita: pelo primeiro bloco de texto na cor branca e pelo desalinhamento ¢ inregularidade da texto corrido, como um todo, na lado direito. Interpretacaio Conclusiva Pregnancia da Forma Nao obstante os fatares desarmOnicos apontados, a organizagao visual da pagina apresenta boa pregnancia formal por possuir simplicidade ¢ clareza, Proporciona uma aprecnsie rapida ¢ ime diata do contedido da pagina, facilitada, sobretudo, devido aos espacos “vazios” do fundo ¢ 0 ade quado entrelinkamento do texto corrido © os espagos duplos entre os pardigratos. 116 Leitura Visual da Forma do Objeto Categorias Concettuais Andlise da Estrutura Perceptiva do Objeto A organizagao formal deste complexo industrial apresenta praticamente todos os atributos que concorrem para 0 desequilibrio e desarmonia visual Trata-se de uma organizagio visual em que imperam os fatores de desordenagio, irregularidade, desalinhamento ¢ assimetrias da forma, Sua estrutura possui numerosas unidades formais e sua visualizagdo & cadtica ¢ confusa, apesar de estar dentro de um mesmo estilo € linguagem formal absolutamente coerente e, até certo ponto, instigante e atraente plasticamente. As irregularidades observadas nos diversos contrastes dimensionais, cromiiticos, de brilhos, de profundidade e de altos © baixos prejudicam a unificagéo ¢ a harmonia do conjunto como um todo. Interpretacdo Conclusiva Pregnincia da Forma a leitura visual nsdo e decodific A pregnancia da image uum tempo maior de observago para a ap: observador, ificil ¢ exige, naturalmente, 40 de suas formas por parte do Gestalt do Objets/Sisera de Leura Visual uy Leitura Visual da Forma do Objeto Categorias Conceituais i Eee Andltse da Estrutura Perceptiva do Objeto (0 automével L.étus Sprit, de linhas onganicas e geométricas, algado ao primeiro plano da imagem, situado sobre um piso homogénco ¢ limpo, apresenta caraeteristicas de simplicidade ¢ minimida- de de unidades formais em sua organizagio visual como um todo. A sta cor predominantemente branca, mais as suas areas transparentes ea extrema cocréncia visual de sua linguagem forn embora ligeiramente prejudicada em sua unificagao por alguns ruidos visuais consubstanciados pelas unidades configuradas pelas lantemas, maganeta, tomadas de ar e, sobretudo, pelo espelho Tetrovisor lateral que nao se integra de modo coerente a sua linguagem formal — conferem ao vei- culo uma aparéncia leve ¢ reforga sua clareza visual, 0 cenario de funde, em segundo plano, cons tituido pelo mar e céu, apresenta uma configuracio acidentada ¢ assimétrica em razdio da dispo- siglo aleatéria e fragmentada dos elementos configurados por ilha, rochas, azbustos e ondas loca~ ao visual desequilibrada e desar- ménica. Sittiada no tltimo plano, a representagao da configuragio uniforme do céu harmoniza, lizados & esquerda da composigtio e que se traduz numa org em parte, 0 restante do cenirio, A imagem, como um todo, apresenta uma composic&o atraente ¢ interessante do ponto de vista de relagoes contrastantes em que, por um lado, se destaca a figura amente ordenada ¢, por outro, contra um fundo desequilibrado em fungio da dis~ tribuigio de pesos visuais assimétricos ¢ concentrados & esquerda da composi¢ao. As cores predo- so de um ambiente onde prevalece principalmente o fator de do automoy minantemente frias realgam a sensag sutileza visual. Interpretagdo Conclusiva Pregnancia da Forma A pregndincia da imagem € alta em relagao ao primeiro plano, 0 que resulta em facilidade de jo de fundo, a pregnancia é ‘40 do leitor se dirige, no pri- tura visual imediata do veiculo, Por autro lado, em relagio ao cend baixa, pelos moiivos exposios acima, Como resultado dbvio. meiro momento, para a leitura do automével U8 foto Gomes Filho Leitura Visual da Forma do Objeto Categorias Conceituais Andlise da Estrutura Perceptiva do Objeto Este cendrio urbane de trecho de uma rua sintetiza praticamente todos os atributos que concor- rem para a desarmonia da organizagao formal ¢ visual da forma, em termos de relagbes contex- tuais inadequadas entre objetos. A organizagio deste conjunto de signos visuals, deste ponto de vista, apresenta-se confusa © cad~ tica devido a profusao de unidades formais que, por sua vez, se apresentam de maneira desorde- nadas em fungio de desalinhamentos, irregularidades e descontinuidades visuais ¢, ainda, apre- sentando fortes contrastes cromaticos. Tudo isso agravado por sobreposicdes aleatérias dos el mentos informacionais ¢, sobretudo, por incoeréncia e incompatibilidade de linguagens e esti- los formais, A desarmonia & flagrantemente notdvel. Interpretagdo Conclusiva Pregnincia da Forma A pregndncia da imagem € muito baixa, por causa do alto grau de poluigao wisual, fruto do exces- so de informagdes e desarmonia visual. Sua leitura demanda um certo tempo para a apreensdo, decodificagao ¢ compreensio do ambiente. Gestalt do Objeto!Stema de Leta Visual Hg Leitura Visual da Forma do Objeto Categorias Conceituais Andlise da Estrutura Perceptiva do Objeto Esta composigao visual, que retine diversos objetos situados dentro de uma perspectiva aberta, apre- senta como pontos focais de interesse imediato trés unidades principais que interagem plasticamen-~ tc, de maneira bastante interessante, que sio: a figura do avido, em movimento ascendente (com seu enorme volume tomando conta, praticamente, do primeiro plano da imagem) em contrapomto com a figura do Onibus trafegando no solo, com os demais elementos de sinalizagio e, finalmente, com © volume da montana situada no tltimo plano ao fundo da imagem, 0 cenario, observado desse ponto de vista, apresenta-se bem equilibrado; porém, a harmonia da composigio, como um todo, apresenta-se sensivelmente prejudicada pelas diversas unidades for mais, consubstanciadas nos elementos de orientacio e de sinalizagao que, por sua vez, se apre- sentami dentro de uma organizagdo formal irregular ¢ desordenada, prejudicando wita melhor cla- reza da imagem. Interpretacdo Conclusiva Pregnincia da Forma A pregnancia da imagem é média, A leitura da composigio, apesar da desarmonia constatada, hao apresenta maiores diftculdades para sua apreensio € compreensto imediatas, Designer industrial, pela Faculdade de Artes Plisticas da Fundagao Armando Alvares Penteado — FAAP. Mestre em Estruturas Ambientais Urbanas, pela Faculdade de Arquitetura ¢ Urbanismo da Universidade de Sto Paulo — FAUUSP. Doutor em Arquitetura e Urbanismo, pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de So Paulo — FAUUSP. Professor dos cursos de Graduagio e Pés-Graduagéo da Faculdade de Belas Artes de Stio Paulo. Coordenador da area de Design do Produto & Design Grafico dos cursos de Pés-Graduacio da Faculdade de Belas Artes de Sa0 Paulo. Professor titular dos cursos de Graduagio © Pés- Graduagio da Universidade Sio Judas Tadeu na area do Design Industrial e de Artes Plisticas, respectivamente. Consultor em Design Industrial © Ergonomia. Pe ee ed eT Me ETT Ree CLE omen Oe On Te reed Ae Fruto de um enorme esforgo de sin- tese, esta é também uma obra cuida CSIR MCCn EM rca Teme secant ot Cee TCE Comet Cl ae Tc camos a leitura critica do objeto, seu STORE OMT CMO TCT ENERO eae on Ten OO ROR Meme Seco e Cie me uC OMe OME ESR TUS EC ec CO SES faculdade: ee ae eee COSCO CSR TAC COM CORI Cees Ce) ee Cola Pra one OSM I cipios, conceitos ¢ téenicas visuais, E tudo esta fartamente re- Pape OMe TMI T= COED [aCe cero mn Rare Ce Ca nossa realidade. Isto contribui, sen- A ivennentomric mtr menncce tr Pre RSre CER Cee Tran ae RET eed ea eC coe oan NE) PERO EM eee m en cua SAS tome mre meTE OMEN Pron te me TU Cece omen Core TCC Tee}

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