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ESTUDOS ALEMAES ‘Série coordenada por EDUARDO PORTELLA EMMANUEL CARNEIRO LEAO ‘MUNIZ SODRE, GUSTAVO BAYER Ficha catslogrifica elaborada pela Equipe de Pesquisa da ORDECC Habermas, Jurgen HLA Pensamentopssetafisico: estos filossicos Jurgen Haber ras. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 190, 271 p. Biblioteca Tempo Universiti: 2°90. Série Estudos lenses) ‘Traduzido do orginal slemo: Nachmetaphyssches Denken, Philosophie Aufsite I. filosofia~ critica da razdo 2. metafsca 3. Subjetvidade teora 4. Tinguager ~filosofi pu 16s JURGEN HABERMAS PENSAMENTO POS-METAFISICO Estudos Filoséficos tempo brasileiro ISBN — 85-282-0006-4 Bid de Janeiro - RI — 1950 BIBLIOTECA TEMPO UNIVERSITARIO -90 ‘Colegio dirigida por EDUARDO PORTELLA ‘Trad. do original alemio: Nachmetaphysisches Denken, Pilosophische ‘Aufsce. ® ed, Frankfur am Main, Ed. Subrkamp, 1988, 286 p Copyright © Suhrkamp Verlag Frankfurt am Main 1988 ‘Todos os iteitos reservados. ‘Tradugio: Flévio Beno Siebeneichler Capa de: AntGnio Dias e Elizabeth Lafayete Foto de: Wiliam Santos Programagio Editorial: Katia de Carvalho Programagio Textual: Daniel Camarinha da Silva Direitos reservados as EDICOES TEMPO BRASILEIRO LTDA. Rua Gago Coutinho, 61 ~ Telefax: (0**21) 205-5949 Caixa Postal 16.099 ~CEP 22.221-070 Rio de Janeiro — RI - Brasil SUMARIO 1 RETORNO A METAFISICA? 1. O horizonte da modernidade etd se destocando sone MT 2. Metafisica apés Kant. 19 3. Motivos de pensamento pds-metafisico 7 I. GUINADA PRAGMATICA, 4. Ades, atos de fala, interagdes mediadas pela linguagem e ‘mundo da vida 6s T-1. Falar versus agir 66 2. Agir comunicativo versus agir estratégica 70 H~1.A guinada pragmdtica na teoria do significado... 77, 2. Do agir social a ordem social 2 MII. A concepcao pragmatico-formal do mundo da vid 88 2. A sociedade do mundo da vida simbolicamente estruturad 9s 5. Sobre a critica da teoria do significado 1-Trés principio na teoria do significado, 105 1 Limiter da seméntica eda teoria da ado de fala... 113 MI ~ Agdo de fla, agir comunicativo e interagdo estate ica. 3 6, Notas sabre John Searle: “Meaning, Communication and Representation” (Sigificado, comunicagao e representagao) 135, I ENTRE A METAFISICA FA CRITICA DA RAZAO 7. unidade da razio na multplicidade de suas vores. 151 8 Individuagio através de socalizagito, Sobre a eoria da subj tividade de George Herbert Mead. 183 9. Filosofia e cincia como literatura? 235 ANEXO ~ 10, Retomo & metafsica ~ Uma recensdo 259 REFERENCIAS. 271 Opresente volume contém estudos flosoficos dos dios dois anos, apresentados em ordem cronoldgica. Eniretano, esta seqiéncia forwita revela um nexo objetivo As primeiras res contribuigies so ragDes dsnovas entatvas de re- tomo formas metafisicas de pensamento, Ela defende um conceto oé- tco,porém, nao derroista, de raz. Os tr enaiosSeguatesseguem um ‘outro esl, focalizando wna guinada pragmdtica no ambito da anise da Tinguagem, Neles eu desenvolvo 0 conceta de rao comunicatva no con: ‘exo de eoras atuas do significado eda agao; neste pontoresltaramal- uns erizamentos que no eliminel, apesar das redundéncias. A sétima ‘contribu trata do mesmo tema, porém, numa distinc maior, a saber, no dmbito da conirovérsia com as varianescontexualistas de uma critica da rao que predomina atualmente. Nos dois itimos artigos sto isolados € abordados dois fios desse tecido de arguentacdo: o problema da Indzbildade do individual ea questo: porque ser que os exosfiosiicas, ‘apesar de seu cardter nitidamente retérco, ndo se transformam em literanaa? J. Frankfurs,fovereiro de 1988. 1 RETORNO A METAFISICA? 1.0 HORIZONTE DA MODERNIDADE ESTA SE DESLOCANDO -Até que ponto a flosfia do scale XX € moderna? Esta pergunta parece ingénua a primeira vt. No entanto,€ preciso pergunta: ser que 0 desenvolvimento do pensamento flesiico tr, no Inéo de now século, ruptures sethantes sda pintura em seu caminho rum 4 absragto, guide da misca em sua pssger dt oitara pan 0 s- tema dodecafSnico,e idéntin de da Meraturs 0 momento em que rompe com a estruturstadicionis da narrative? E menno que flowofia — ‘mprendimento profndanentevolado & mnighidede « 20 su reise. mento — vee aberto realmente sus ports 20 epéitoinconstante da modernidade, voltdo dinomgto, so experimeato ed scslersfo,podeia: mos colocar uma outa questfo, capex de nos levar mais além: ef que também cl ¢vitima do envelhecimento da modemidade, come € 0 cao, or exemplo, da arguiterun? Haverésemethancas com uma arquitetua. o-moderas, qual volts nommente, de modo pouce provocativo, 20 ‘xlornohitrico e208 omamentoeprosriton? Existem pelo menor paallosterminolics. Os fi6sofoscoatem- poriaeos também celebram as suas deepedidas. Enquanto uns se aut-inti- ‘alam pés-analfcos, outros se coniderim ps-esrutualistas ou pés-mar- ists. O fato de 0 fenomenGlogo sind nfo teem enjendindo 0 seu pts” os toma qua supeito! Quatro movimentosflos6ticos © platonismo e 0 aisttelismo, o perio rcionalismo e 0 empii- ‘mo, conseguiram sobrevier durante sfculos. Hoje a cose andem mais epresia.Os movimentos Mosificos nso pasam de fendmenosprodrion ‘pela histra. les ncobrem oandamento continuo dailooGa aadémica, qual, com ses stmos longo, opte-se& mudanga msi febi do temas ds cacolts. Em nowo séulo a filosofia we aliments de femeslevantadoe por ‘quatro andes movimento ataés dos quus ela coneguefaer-seouvi em cteulos mais amples. Apr de todas as erengas, perceptive £0 Jogo algoém se aproxina den, exsem quatro complexos com fionomia edpria, qu se destacam na corente de pentmenton a flovofn antics, 2 fenomenologa, 0 marximo ocidetal eo estrrumlismo, Hep! chegous falar em “figures do esprto”. Eta expresso imppe-se. Pos, no instante fem que uma figura do espitito €nomeada ereconbecia em sua inconfun- biiade, jf colocadn 4 disténcia « condensda 20 desaparecimento. [Nesta medida, os que se decaram “pés” no sto apenas oportunisas de faro tao; temos que lvls a stio como sandgrafos do expito de uma ép0ea, ‘Eases movimentos de pensamento diferencia se considervelmente quanto a sua composio, quanto a ma forma de desenvolvimento e quan- to 20 seu peso. A fenomencloga¢,prncgalment,aflvoia anita, una ds suns condi es constitativas, que he so So orpindis, como 2 forma da proposio dotada de myjéto v prediado” (Heavch, 10% tse), Parece que io di 2 ‘tenders equialéncia de ambor or paradigms quesecistazam respect vamente em torno da sutoreferncia do sujet falante€ em toro da forma da exyresio lngutica Porém, tal compromin romper seis primeira prova 2 que fosse submetido. Ao construinnos a tera da lingua- ‘em teramos que nos decidir, por exemple, aribuiramos a primazin imtencdo dstcuida de corp, come elemento esvoarante da consciéncia, ou se esa primuia caberia 20 significado incorpondo no medium dos simboloslinghstios. Se toméssemos como conceito bisio 0 sigsifcado partido intenubjetvamente numa comanidade lings cheariamos, ‘um tipo de slugfo se infertsemos a compreenso intesubjetiva de ‘uma expresso com sgificado identico partir das intengSes de diferentes sxjltor que se espelham wns noe outros numa interaeo inf, cepa ‘moss outro tipo desolusfo, completamente diferente. “Tanto mais vantjom se aprexata uma tereirnslusso. Ua tora a linguagem pode leat em conta a auto-referéncia € foma da propos- fo © considert-ln equinlentr, « partir do momento em que ea no ‘ orientar mais semanticamente ela compeensfo de proposigtes, ms prapmaticmente, pelos proferimentos através das quais os alates se entendem mutuamente sobre ayo, A fim de entenderse sobre ago, 0s participantes nfo necenstam xpenascomprender ts proposes uilizadas ‘on proferimentor: les tem de ser capaes dese comprar uns em ago 408 outror,asumindo © papel de falantes e ouvints — a0 cirulo de membros nfo partcipantes de sua (ou de wns) comunidade ling tics, ‘As telagden refprocas © interpessais, determinadas pelos paptis do falante, toma pomivel ume auto-eagfo, que no precia mais press or a reflexto salitria do euito agente ou copnocente sobre si mesmo fenquante concénca privia, A auto-referéaca sue de um contexto Num enfoque performativo, um falante pode enderearse 2 um ‘ouvine, mas somente sob a condicgo de que ele — ante 0 pano de fundo de poteniisepectdores ~ cosa ver-see compreender-se a perspect- P rl 2,9 186 fabio p. 205 va de seu iatrocutor, aa mesma mids em que este assume, por seu amo, a prspectiva do fate Ets autorelto, renutnte da esungfo de peespectras do ape comunicatve, pode er naiads através dose dos és pronomes peso, interigados através de nexo transforntconsis, ediferencada de aordo com orespectivo modo de comunicasfo [Neste conterto desaparece a ficuldae inerente, desde inicio, aoe concritos“subjtvidade” «“auto-referdnia" da flsofa da elexdo.O ‘sujto, que se reere asi mesmo de modo comnosente, decobre si mesmo /Sebst), que cle apeende como sendo um objeto ¢, sob ext categoria, como algo jf derivado, portanto nfo na orgnalidade do suor 4a ato-refeéncnespontinea. Kierkepardtomou exe problem ds ros de Fchte, que o herdara pr sua vex do veho Scheling 0 transforma, ro ponto de paride de uma reflexso que langa aque que rfl exten inlmente sobre si mesmo na “doenga que leva & morte”. Recordemos os {rts pasos que caracteizam 0 ini do capitulo A dew text. Primi 0 Selbst 56 € scessrel ma auto-consinca. Como, porém, ex auto: -teeréncia fo pode ser traponta na refers, 0 Sebst ds subjetividade apenas a referdnciarefeida asi mesma, Segundo: Tal eferénia, referida 151 mesma, ou ea, que se reer ao Selbs7 m0 sentido hf pouco ventiado, deve ter sido colocads por si mesma ou coloada através de um oato, ‘ierkegard consider ieaiivel a primeira alterativa (¢ da doutrina 4a cidncia, de Fichte)€ © incina, por iso, para a segunda, 0 Selst do ‘homer existente consti umm referach dedusid, colocada €, deste modo, algo que, 2 referivse asi mesmo, refer-se 8 um outro. E ese “Outro”, que precede 0 Seller da sto-concitnc, , para Kiekegnard, © Deus slviico do crtiansmo; para Henrich 0 elemento Anénimo, réreftexivamente fail, de uma vida concent, que se furta 2 iterpretapdesplatnicas ou budstas."* Aras as interpretaptesapontam, ‘ira uma dimensdo religions e, destarte, pars uma lingugemn que ter ‘ej ada vetha metasca,a qual, porém, ulrapas& pxigfo que a mode. idee ateibu eomscénca, 15. D, Hench: ceo « creas (Dunes und Vergrieean) (ei): Aine. Comore sm pmamanio no Ore ene Ooo (A hat, Mg ines Ceduna Wen Str 1989. Eu nfo sinto a menor vontade de cir nos brags de Hearich, 20 rmamento em que ele dé ass ese pensameato. Henrich fala de “dese comjamento”. A fora retrca da fala eligoss continua exercendo ose 0 Wel da problematizago, fupindo & critica a prsso deenvolvida pla surpresa das experitnchs erica, porque vve de um adiantamento. de ‘alder, proporcionado por cetezas coneatidas preiminarmente, 08 sj, por certezs do mundo da vida, © peso da plusbilzasso de pretenses de valider & asumido prima facie por um saber nio-temdtico que caminhs juntamente, um suber rlativamente destcado, no qual ov particpantes se apGiam na forma de pressuposts seméntcose pragmatics. Tatas em primero lugar, de um saber acerca de um horizote (a) de um saber aerea de ‘um contexto, dependent de temas (b). ‘M1s) 0 ambiente apreendido forma o ponto central dt situagio de faa, x qual etd embutda em horizntes exgugo-temporis, apreendies, © agrupados de modo afo.conctntrin. Os paticiantes podem supor ‘ormalmente que ees interpetam de modo mais ou menos conseasual ‘a partir de perspectivas coordenadss, 0: componentes mais rvs dt sirup de fala © dos ambientes que se tormam mais difisos i medida ‘que cresce a distinc; eles também partem da ida que sae perepectias ” opsitiasdivergentes acorrem aqui agort um de encontro ds outs, cemprestando possivlmente relevincas diferentes @interpetaefo comam ( situag. Ese ser acerce-desumhorzonte éatulizadoimplicitamen- te junto com o que é dito; € le que far com que um proferimento ej ‘lo: problemstico ¢ & ele também que promove sun acetbiiade. Por cexemplo, se durante im smal tak no Grinebur Pare de Frankfurt et ser que esténevando na Califa, meu cleg de dilogo 56 fo fark ‘erquntas se ele souber que eu estou acabando de char de San Francisco ‘ov que trabalho, por exemplo, como meteorologist no servigo de informa- es meteorlogis. ‘af)O saberacercedesm-contexo, dependentede-temas, que lm falante pode pressupor no quadro d¢ mesma Haguagem, da mesma aku, de mesma formapfo escolar, etc, portanto, no quadro de um ambiente comum ow horizonte de vnéncas,desempenha jgalmente om ‘spel importante na extabilizasfo dy vader. O falante que aborda um eterminado fema tax impickamente& tons contexts objetives; & haz dees, © que € dito pode parce trv ov mupreendete, informative ou ‘vero. Do saber aera de um context, que € auido jontamen- te, € posite extar,conforme a necesidade, lnformagées © rates. 180 4 necesio sempre qu conta ser erOnes a suponito de que osber {qwe-caninhejuntamente de modo sfo-emtico ¢ comparthado inter- tnbjetiva e consenstalmente. Minha tentativa de introduxi 0 conceto “emundo da vida" no bite de ums teoria da comunicagdo, como extou faendo nesie momento, provocard objetes € perpuntas expecialzadas de colegs, mas elas vararo, dependendo do péblico que estiver me ‘uv, por exemplo, em Madr em Pai ou em Berkeley. ue tipo de saber ngocemstio facdmente cai na exeira da pro- ematizagfo. Basta que © horzoate da sitwagfo ou o tera se alonguem ‘um pouco. Se eu ukrapaso spens dez minutos a durgéo normal de uma horde aula ou se fujo do watamentoacadémico do tema “mundo sid, pssando 4 falar sobre uma iminentevgem de ris, nossa atengto te digs pra os pressuposton pragmdticos feridos que a6 ee momento ‘shames computhado cegzmene. Sob este aspecto,o saber acerca de ‘um horizoate, que erelere a uma situagdo,e 0 saber acerca de um cotex- to, dependeate de tens, dtinguem-se do aber acece-dewum-panorde- sfundo ,ofundo 40 mundo ds vida (c). Este encontn-e sob outs 0 ‘condigdes de tematizasio, NSo é posite tz lo intencionslmente & ‘onseénca da mesma manera que oF outros (aberes NT), pois, forma ‘una camads profunda de saber nfo-temstico, ma qual lnjam rizes 0 saber destacado acerca de um horizon ¢o saber scerea de um context, 8.0 saber que sere de pano de fundo possi us exabilidade ‘major, uma ver que ¢ mune & peso problematinadors das experiéncias que produzem contingéacia. Chepamos 2 eat conchiso porgue esa canna de saber cliptico « sempre presupori +6 pode wer retinds do ‘modo inacessvel ou do funda inguesionel onde se encontae tansfoe- ‘mada em tema através dew exorgo metic e, mesmo asim, pedag or peda Huser suger para iso 0 procedimento da vara itn, portato, a lie imagingio de modiicagtes do mundo ov 0 eboro de ‘mundos contrastants, os quas podem lar wna uz sobre nosss expec tativas de normalidade inconsintes, iabaliveis ¢ indsponiveis, bem ‘como trazer toma o fundamento de nossa pitica cottians, © ual se aproxime muito de uma cosmovisio, Exe métedo ¢ supe pelos xem los dos quai J. Seale langa maf para demonstiar que o significa don ‘tos de fla permanece indeterminado enquaato nfo pusermos completar suas condigdes de valdade, emanticamente definiay, atravts de spos fet de fondo, sbides de modo inti, que peranecem implictas nfo temsticas,pressposta como algo nfo-prolemdtco. Searle lage -o espago 0 "Gato sobre 0 tpete” «fim de camara atensfo, ates desta modifcaro, para 0 fato de que nés repeentamos normalmente ‘um corpo apoiado sobre uma base, eo fazemos infuenciados pla fora ‘savitaconal da tera, Da mesma maneza, © Homo spiens deve ter tdo, ‘desde 0 momento er que se mantém vivo através da uiliasfo de certos lastrumentos, um saber intitivo acerca da lel da alvanca; no entanto, ‘tlio foi descoberta enquanto tale transladada par a forma de um saber expléito no decorer de um questionamento metédico de nowo saber pe-terico, através d ciénia moderna, (© método da ive variagto de pressupostosineihveis nfo tar em se chocar com limites. 0 segundo plano do mondo dx vida nfo etd & Restanto 101 Process de formasio «de yciligso fo procttos de apendin. rm que dependem de pessoas. No se pode confundi tos com os efeitos ta aprendizagem, que so supra-sbjetivos, manfetando-se ma forma de inovastes colts « wciis © sedimentando-se em Forgas progutva 08 ‘struuras mors ds conscéaca, Eses procesos de apendizgem int rmundanos tém uma elas com problemas a reprodupio materi, que fo so tomados aqui como tema, Os process da ierenciagfoestrutel do peéprio mundo da vida nfo esto no mesmo nfel que 0% procesos Intamendanos da aprendizagem. Vista interment, esta dinmicn cexplica a partir de ua so refproce entre a explorasf lings do Indo, inovadora, © procesos de aprendizgem intrmundanos. Antes de fnaiza, convém dumiaar 2 gic dese jogo, angando mo de uma resondagfo pragmatico formal. ‘Sabemnon sees da tora o sgiiado, que existe um nexointer- ‘entre sigifcadoevalidez:n6s compreendemososigiicad de um ato de fala quando estamos cients dan condigtes sob as quai le pode ser aceito como vilido, Portanto, as rer semlntcasdeterminam as con- ies de validade das proposgses ¢ atos de fla posives num sistema 4: linguager, Coon tas conjuntos de sentido, a ingugem abre pars os ptiipantes um horizonte de posses ages experinchs, Heidegger ‘firma que linguagem, que explora © mundo, permite que algo no mundo ayorese como algo. Um onto problema, porém,¢ saber 28 posibiidades ‘sbogaaslingisiamente no tate intrmundano também se comprovam. ' fren exploadora do mundo, ierente i inguagem, ao € stint par [que 35 contiies de validade dterminada semantcamente jam prec his ao ponto de a8 proposgdes ¢proerimentos poses encontrarem sea lupa em jogos de linguagem que funconam: éprecso também que 1 prévcainramondanatenks sucesso, qual, no entunto x € poset faves do sistema de fingaagem. No devemos hipostasiar as inoages Criadoras no Smbito da coxmovisso lingistica, como foi 0 caso de Heidegger ¢ de Foucault, que at tansformaram respecivamente noma histria "imemorivel”e melancdica da ontologis ou das formas do sber. Com o horizonte da sgnfcatolingtica moifcanvse apenas as con des pora avalide de poferinentos; ois, uma compreenso modificads tem de comprovar-se na abordagem daquio que realmente s manifests 0 interior do horizonte modifeado,O espctro de pretenses de alien, 102 imscrito no agircomuniatvo, cid al dso, para que a pitica intra. ‘mandana sj iad a prosesios de aprendzagem. As estruturas da imagem do mundo, que tomam possvel »priticaintramundana através de uma compeensio preliminar do sentido, nfo se renovam apenas grass @ cag pottica do sentido; las também reagem, por seu rumo, 20 proces- or de aprendizagem que els mesma tomaram posses, cus resultados se sedimentam durante 0 proceso de modiiagfo das estrturs das imagens do mundo, De outro lado, também nto. podemos hipostaiar as limitagbes , (0 be in onder) Aun ndo preenche a dimensto da “coresHo, que pass, | abvorer, a partir de agora 2 validr veritativa das agdes de ala em 2, Ausin 891480: renin gtr cnt er sertspache and Amys, Ste skp 80: Habermas, (970, 120 fen, atrav& de um nimero determinado de retnsdes de vider bem efnias; ao invés dio, o “sfrouxamenta da idia de verdad” deve abrir um amplo espcto de aspects de vale, o il ating® no somente 4 Verdade proposicionsl, mas tama bondage ea adequas, indo at ‘comresfo normativa,O analsta da linguagem deve extrem condigges de ‘apt desritvamente, em melo 4 gande vridade de pontos de vista valorativos, 0 critétio mas adequado cada ato Seale, pelo contro, sostaria de evi s difculdades que resutam de tal subsingdo da valde ‘veitativa eda valier dentca sob uma vida de “Yalores”, Ne dimen ‘fo da valdade de aos de ala, cle admitespenat wna nica pretensfo de salle, claramente dtincada, 2 qual f fora caracteriads pela seméntia da verdad. Neste pont, Seale aftsta-seum paso de Austin Wittgenstein, retormando a Frege | teoris da apfo de fla, de Sesse, € 9 malt bem elaborda até agora. Ele torn mais preci as flcity-condions de Avstin transfor: smando-as em “condigdes de itrodusio", extas referemse a contexts, {standarizado, ene 0s quis deterinidos pos de ator de fala podem ser realzados de mado racional ¢ com proms de éxito. Ee aeescenta, 2 seguir condigaes de compreensiiidade de snceriadeetasreferem-¢ 4 capacidade de poder dispor de um melo ingatico comim, bem como, de um lado, 4 aptidfo d staeso de fla, de out Indo, ds correspon: Gentes intengbes dos fants. Além dino, le nomein condigies para 3 forma semnica, a qual os enuacados de contetdo ropesicional devem obedecer, €5e depara, Gnalmente, com atareta de expecta a “condi- ‘64s esencias” segundo as quis €possvel delimit ores ilocucioniit ‘09 modos de utilizar a linguagem. Os cinco modos bisicos que Seale ising (atos de fala constattve, dietivas,somisivn,expressivos © ‘decaratvos) podem ser melhor difeencisdos com o suxio de eitéior pragmdtios (como, por exemplo, a orients do interes de falantes © ‘ovine, o gra de intensdade na rodudo de wma anedot ilocucionia, liga institucional d ato de ala et). No entanto, « prpria ierenciaeso dos modosbisicos numa dimen: So de valde tathada unicamente conforme a verdadeproposiconal (que 25. See, os de fle Spweh Aco Camb 189, 19723, Expanso © un/tnto (exponon an Meaning Cambri, 1979, ad Seng, Fakfer 1992, dy intercom Uitetonsi), Canby Taal Panty 16: ine, ra Seeses Lone ma permite apenas wna variasdo entre linguagem © sudo, conforme a ‘onveniénc), continua sendo um problems, 20 qual Seale sta sas energie em v0. A elaeso da Tinguagem com © mundo objetivo em sas (dus dieses (da “polars em diteo a0 mundo” e do “mundo em dire- fo i palara") oferece uma base demasiado estreita para a ditingio das ‘ino clases de ats de fla sperids.O fto de nfo ser posve domar a profusto de foreaslocucionsrasereeias sob pontos dev da seman tica da verdad jf na sido um motivo sufcente para que Wittgenstein ahandonaee qualquer tentatva de casiicagto ¢ se deicase exclu mente a desergao de uma sre desordenada de grumitias de jogos de Tinguagern, Somente as aes de fala contatatias podem ser caracteriza- dds — em parte — através ds irs mas guas€ possvel fazer os enun ‘dos coincide com os fats.” A frgasseetrca sifia que Flevanta peante O uma pretenso de verdsde para ‘p'egarante que as condipdes de verdade dep exo preeachias —ou sj: que a proposggo asertrica se adequa 205 aos. 1H forg imperativa de exoragdesautoriadas fo se dixa mais ‘explcar pelo mero recurso 20 preenchimento de condigbs de suees0, portanto, plo fato de O fazer com que “p's tore verdadero. Para que O ‘comprenda ums propose imperatia como ordem,instrurto,pedido ou ‘sershantes, € neces que 0 conhecimento ds condivics de suceso (adas na frase de contd propoicional) venhaacompanhado das con es sob as quaisF poderiajesifica porque ele considera lepitimsvel ou realcvel um exighncia de conto p. Ataés disso entra em jogo wma pretensfo de valida de tipo normativo, que mio pode ser reduzida a uma preensSo de verdade. O mesmo vale para a fora ilocucionsria de ages de fala comisivs, através das qusis 0 flante amara sun prépria vontade ro seatido de um compromise normative. As condgdes para a obrgto riedade de uma declarazo de intensZo em termes de compromiso distin Jjuemse das que 0 falante peenche no dastante em que ele coloca st intengfoem price, portant, no momento em que a faz ver. "A forga locuchondria de age de fala expressnas, através ds quis F ‘manifesta uns expergaca vital, qal ele tem um acesopivlegiado, no ‘pode ser dterminads através da tlago copatva ou interenconsta que 26. Paro gue vem sss of. Mabermas (1961), th op 4B 18 ete romney. be m ‘um sueito mantém com o mundo dos estados de coins extentes. Serle manifesta consequentemente, através de um sin ou-ou, que os patos de vista da semintca da verdade nao sf apliiels nesses cass: além dio, ‘on ato de fla expresivs fem entrar em jogo uma pretensio de sincer. dade, da qual Searle wsou eabusou de um modo que nso ¢espectic para 1 condgdo de fanqueza qual esti submetidos dos os ato compreen siveis da fla. Una objeszo emelhante pode ser leranada cota deter. ming da forga ocucionsria de aes de fla declaaivas.” Pademos evita estas difculdads, se nos recsarmos, em primeira Toga a abordar a problemdtin a valde, kepada por Austin, mates de Searle, o ual fi torn das aes fla regredir em temo da semsnticy a verdade, ¢ se interpetarmos, em sepundo lope, a fngDes da ings ‘em, propostas por Bublr, através das pretenses de validercorrespon- dents UL. Agto de fala, agir comunicativoe interagio estratégica A interpretagio do exquema de fangdes de Buler nos termor de ‘ume teoria da valde apresentase como sada para as dificuldades da teorin da apo de fala, uma ver que ela era em conta os ts aspects 0 entender-sejcom um outo/sobre algo. Ha absorve em si mesma o ‘conte de verdade da “tora dos sigiticados como wos, sobrepujando, 20 mesmo tempo, as unlateralidadesexpeciics a semintca intenciona- lista © formal (1), © conceit do api comunicativ est apoiado nesta andlse pragmdtico-formal da 580 da fal. Ele constitu uns altermativa para 0 agi etatésio, permanecendo, no entanto, acoplad a teleclogia os respectvos planes individ e gto que nle confi (2) (1) Apts termos sbandonado 0 modo de ver semantico adotado 0 pragmdtico, a questo relatina 3 valde de uma proporsfo nf se colo ‘mais como um problems da relagdo obetiva entre lingugem € mundo, inteamente designdo do proceso de comunicags. Adm dio, a pete ‘ode validez, com a qual o flute se refer & condgoes de valida de 1. Repeal ad por Sea ees ater qu catia dr dee Sorte dea ta aslo de arc 1979 91 ns seu proferimento, nfo pode ser definida excluivamente na perspectva do fant, Pretnutes de valde dependem do reconhecimentointersubj tivo através do falante« do ouside; elas tem de ser resatadas através de tases, potanto, dcarsvamente, € 6 owinte reage a eas tomando poses motnadas pla taro, A menor uniade independent dos proces- Sos de entendimento explisitamente inguitics & composts de:s) 33580, de fala clementar °°, na qual F levanta, em reagdo 20 seu poferiento, pretensto de validez itive! e bs tomads de posedo fem termos de sim/nio, 2 quil vai deci se 0 compreende ¢ acta a oferta contids no ato de fala de FO entendimento vis formasso do ‘onsen. A tentative de F, dese entender com O sobre algo no mundo, ‘ulmine 0 consenso que instaur ene eles; e este €selado atv ds aceitagio de um ato de fala comprensvel, E por iso que a pépria ‘ompresnsso de uma a¢f0 de fla apoata para as condiges do possve, conseso sabre» que foi dito. (A esinterpetgs0 pragmatic da problemi da vier exige cidentemente a revivolta completa dagudlo que antes era tido como “org locucionia’ de uma ago de fala Pis, Austin aha compreen do a forge iiocciona como 0 componente imacional da ao de fl: ‘© ekmento racial era monopalizdo pelo conteide da proposio assetdica (ou sea, pela st form ominalizada). O siguifcado © a ‘ompreensio estavatnconcentados anicamentenewe componente racio- hal. A realiagdo comequente da guinada prgmitica opie-se a iso, transformando as pretemics de valde em representantes de uma rciona» Tidode que se apreenta como um conjntoestrutural abrangendo: cond es de validade, pretenses de valde refers condbes de validade razes para rept de pretenses de valde. O ato de fla singular est ‘ido a esta estrtora.em pir inks, através do modo como se com pie: 0 mado € deerminido de acordo com o tipo de pretenso que s& faz vale bem como de acordo com a maneica de se refer a esa preten- ‘do. 4 qual € fevantads pelo flame até de um ato caracterizado, de modo ndo muito coreto, come lcucionro’ ou, em caso exemplar, através do. proferinento de um enunciado performative. Através dese [rocedimento, a sede da raionalidade se desloca, sindo do componente proposcionl e indo alajar- seme dacucioniio:20 mesmo tempo, rompe-se 2 finago das condlgces de valdade na propoiso, Abr se, ssi 9m INE pura introduifo de pretenses de validez av dvgdas a candgtes de (a0 meno) u ne ‘erdade, portnto, que no se concentra na rel da ingungem com 9 mundo objetivo. 0 exquema de fancies, de Buhler, tina rlaionado a expresto Hngussica com a imengio do alate, com o mundo objetivo © com & esting, E a ts eons do sgicad acima mencionadss ina fempenhado em explicr a compreensibiliade de expredes lingitioa partir de uma dessascelages, ou ej, partic da ungho de expresso de intengies, de representa de estados de cos existente desta ago © produgd de relages imteratis. Nix eta &procura de um teoria da aco de ala capar de satistzer a0 mile cozeto das ts eis, do significado. A clasieagso dos ato de fala. empreendida por Seale, ‘mostrov, mais uma vez, que interpetao, em tems de semantica 4a verdade, do nex inerno be existe entesgiicde aide € deme sadamente especial. CCertamente, s condigdes de verdad si x medi pars sbermos se tum proferimento reenche ou no sta fungio de representa; toda, © preenchimento da fansso expesia¢ inteatva tambm se mede em condigses andogas 3 da verdave. lo me lve a intodusi a sinceridade subjetva © a coregzo normativa como concitos pur a valiade datos de fala os quai tem anaogia com a verdade. Esse rlaées dado de fala com intenges deflate destinatiio também podem sr pensadas 4 acordo com o modelo de um relagio com o mundo objetivo, E que ‘existe simultaneamente uma reasao com © mundo subjtvo (do falante) cnfigurado pela toaidade de expergacas viens, is quis se tem aceso de modo privegiado, ¢ uma reasio com o mundo social (do falane, owiate e outrun membros) coniguado pela totaidde das ea ‘es inerpessois das como lgtimas. ses cncsitor de mundo, sons truldos em analgie, wo dever set al nterpretados (sentido de Popper) como religso parcial do dnico mundo objetivo. As experienc vivencias que F manifesta em agocs de fala express (prototipicamente cm confites revelapGes), nv devem ser entendids como uma lst ‘speci de enudades (ow epson intron; 0 mesmo se deve dizer das ormas, as quis egtimam uma reas iterpessoal ene FeO, produ a tras de ages de fala regulativas (prototpiameate através de ordens has

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