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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENGENHARIA RESISTENCIA DOS MNATERIAIS ENG 104 Prog. DARI A. ANTONTOLLT VOLUME I EDI TORA CEUE Centro dos Estudantes Universitarios de Engenharia da UF RGS = Porto Alegre ~ 1974 0 conceito de pega estrutural linear Distincao entre deslocamento e deformacao Peca estrutural linear Todos os corpos tem, na realidade, ex pressdo geométrica de um volume. Todavia, em uma grande parte dos elementos estruturais, uma das dimensdes predomina fortemente scbre as _outras duas. Aproximadamente, eles tem expressao ge métrica de uma linha e, para determinados efei tos que se deseja estudar, eles podem ser repre sentados como linhas. Para tais elementos, sal yo casos muito especiais de carregamento, veri ficam-se “estados planos de tensao", isto é, em cada ponto da pega, com relagao aos infinitos planos que podem ser imaginados no ponto,.o ve tor tensdo permanece em um certo plano. Além dis 50, e 0 que é mais importante, em tais elementos os efeitos do carregamento externo podem ser re presentados, de modo simples e bem definido, pe los chamados “parametros de solicitagao". Assim sendo, em uma-ségao transversal re nérica, tomando-se como referéncia um sistema cartesia no ortogonal com origem no baricentro da se¢ao, um eixo normal ao seu plano e os outros dois co incidentes com os eixos principais de inércia (BIXOS CENTRAIS DE INERCIA), 0 efeito das car gas_situadas em um dos lados da segao, em tal segao, & estaticamente equivalente ao efeito da resultante forga e da resultante momento com re lagao ao seu baricentro. projegdes destas re Considerando-se as e de referéncia escolhi sultantes sobre o sistema do definem-se (fig. 1.1): a Oe PIGURA i.1 - Forga Normal, N Forgas Cortantes, Qy, Qz = Momentos Fletores retos, My, Mz - Momento torgor, Mt Finalmente, cada_um destes_pardmetros de solicitagao é repre: jentavel. por. = conventente distribuigae de tensoes sobre o plano da segso Sabe-se que 0 esforco normal € os momentos _ £1e tores esta tensao (fig. 1.2): Sstao_associados a componente normal da enquanto que as forgas cortantes e 0 momento de torgao estdo associados 4 componente tangencial da tensao: FIG. 1.2 Qs. 1 7 5BF i = a \ 2) ; TH, = (1.3) oe Em (1.2) t tem a diregao e o sentido de Q: a fdrmula (1.3) aplica-se somente aos casos de segao circular ou coroa circular. Conhecendo-se_em_cada_ponto _da__segao transversal as componentes o ¢ t da tensdo pode @ cofhecer, em geral, o eStado de tensac em tal ponto, inclusive as “tensdes principais",po dendo-se entao testa a resisténcia da peca ‘em tal ponto através de uma conveniente teorta de reoteténcia. De um modo geral, em um projeto qualquer, além de se analisar os elementos estruturais scb - © ponto de vista de sua resisténcia mecAnica,de ve-se também analisd-los com relagao as "defor, magdes" (lineares ou angulares) que eles experi mentam, como, ainda, com respeito a “deslocamen tos" de seus pontos. Como se sabe, em qualquer sGlido defor mavel, entre as tensdes e as _deformagées éxistem certas felagdes: Para a maioria dos materiais estruturais e dentro de certos limités das de formagoes, tals relagoeS Sa6-lineares e, para materiais “ISOTROPICOS", expressam-se pela LET DE HOOKE generalizada: =4 [ex = voy 1 aa oe [Py (oy 1 Re bre Ge t 1 oy, = 2, Yuy fees Yxz oo onde €4 simboliza a deformag& ca e yjj simboliza a variagao ‘ +o,)| + 22) a.) + +5] eo oe (1.5) (0 linear especifi angular de um die dro originalmente veto (também denominada “dis torgao") E, G ev sao as _consté material isotrépico existindo guinte relagio teérica e veri. mente: E TA) G= £ conveniente que se a distingio entre o conceito de deformagao ¢ 0_ antes elasticas do entre elas a se ficdvel empirica t (1.6) estabelega aseguir conceito dé deslocamento j4 que, a_seguir, como. primeiro ponte de nossa. progr: “Tecer um instrumento matemati determinagao_de_deslocamentos peca linear, a saber: a equagao diferencial da. ana, iremos Stabe co que permite a de pontos de uma jinha elastica para pegas de ¢ixo retilineo sob flexao, Na figura 1.3 represe: e as configuragdes de um sOli tes e depois dos efeitos de ul que lhe foi aplicado. ntam-se as posigdes do deformavel ' an m sistema de forcas FIGURA 1.3 A) PosigSo e configuragao iniciais; B) Posigao e configuragao finais de equilibrio. Referindo-nos ao ponto genérico RB, dize mos que ele experimentou o deslocamento d, que poderia ser analisado por suas componentes u,v, w relativas a um sistema fixo de referéncia (ar bitrario). Obviamente um sdlido pode se movimen tar sem que a posigado relativa de todos os seus pontos se modifique. Neste caso, cada ponto do Sdlido poderé apresentar um deslocamento —“dife Yente de gerO. porém 0 Sdlido nao experimenta, = deformacoes" e, de.um modo geral,.em_consequén Gia disso, nao havera tensoes_noseu_interior.. fo que sé denonina “deslocamento rigido” . As deformagées, por conseguinte, dizem respeito a mudanga de forma e de dimensoes do sélido, ou, mais precisamente, a variagao da po 10 sigdo relativa de seus pontos (particulas mate riais). Pixando-nos_no problema da deformagao 14 near, a sua definicado, bem mais elaborada co que a de deslocamento de um ponto, & a seguinte: deformagio linear especifica no pon De finiga a to P e na diregao rt ein eee x7 Pie i (P, tendendo a P sobre a diregao r)- Analogamente ao que acontece am relagao ao estado de tensao em um ponto, que é conhech do quando se conhece as tensoes atuantes em trés faces de um elemento de volume paralelepipédico: Oe eee tay, yer tee cereona ce, deforma eho eh um ponto, ficara conhecido se se ‘conhece gee as deformagoes de tal elemento paralelepi ge corey Wey eg vaye Veet yee jouer conae i gadas Com’ as eengoes, em materiais Hookeanosy getas seis relagoes dadas anteriormente (1-4) ¢ (is), e que constituem a lei de Hooke, generg lizada. A figura 1.4 esclarece o conceito da dig torgo angular em um ponto P. FIGURA 1.4 Ve 2 2 ® claro que nos sélidos as_deformagées e os deslocamentos nado sao independentes entre si, existindo entre tais grandezas certas rela goes, que n&o serao abordadas aqui. z ___Nesta altura de nossa revisdo, — convém enfatizar que no estudo declementos estruturais lineares os seguintes elementos de cAlculo sao envolvidos sistematicamente, conforme diagrama da figura 1.5. ‘TENSOES a, Tt RESISTENCIA DO MATERTAL DIMEN SIONA (TEORIAS DE RESISTENCIA) SOLICITA crs N,Q /My Me DEFORMA, cOES ey MENTO DESLOCA MENTOS Ur vw VERTFICAGKO FIGURA 1.5 Q=VEh _ ESTES VIGAS FLETIDAS - CALCULO DE DESLOCAMENTOS Vigas de eixo retilineo_- Flexao reta - Equacao diferencial da linha’ elastica. Na figura 2.1 (pagina seguinte), est representada uma viga de eixo geométrico origi! we FIGURA 2.4 B nalmente retilineo (CURVATURA INICTAL ome ZERO, EM CADA PONTO DO EZXO) seb 2 ago o¢ oe tuaneversal, concentrada. Admitacse 972 f2i%pega tenha capacidade jae zee seize acao 668 srga, isto & ala ee isto &, que_sedeforme elas’ "ore ce ma _configuragao. final de. equi Libri. flote-se, desde 4, que as solieitacoes @s25 en t a flexao e de corte. on tal pega sao as_de flexag e decoy tes en tal Bemagae 0 €1x0 geonstrico da pede Ganforma-se em uma linha curva due-P&%e : “janha elastica da viga". Decorre = da hipotese de nao haver ee i Zetica é continua e em w ge linha elastica é continua e em © gor, eres nga elites crcondericn ties OD HA "SALTOS" ¢ NAO HA ™ANGULOSIDADES") - embremos, POL ° do, que nateoria Lembremos, por outro lado, @as vigas fletidas hookeana ¢ ‘elasticamente wma Ge hipateses basicas a da "congervagse des segoes transversais planas” iipotese de FEE joulli-Wavier) plenamente confirmada PD e 18 riéncia. Assim sendo, uma secao transversal qual quer S, apés ser atingida a configuragao final de equilibrio, continuar4 plana e perpendicular ao eixo geométrico deformado; além disto este eixo, conserva o seu comprimento original (é 0 eixo NEUTRO, ao longo do qual a tensao normal & nula). A seguir cabe destacar a seguinte pro priedade importante das pecas retilineas sob fle xdo reta: se o plano de solicitagao contém um dos eixos centrais de inércia da segao (e isto é, por definicao, flexao reta), entao a elasti ca é uma curva plana e pertence ao plano de so igitagao (em pecas retiifneas sob flexao des viada, a el&stica continua a ser uma curva pla na qué define o “plano de flexao" porém nao per tencente ao plano de solicitacao). Portanto, a elastica & uma curva que pode ser descrita por uma fungao de uma variavel real W = W(x) cont{ nua é com primeira derivada dw/dx também con tinua, éscolhendo-se um sistema de referéncia w,x no plano de flex&o. Conhecida a fungao w(x) que descreve a elastica poderemos entao determi nar nao s6_o "deslocamento linear" do baricen tro da segao, como também o “deslocamento angu- jar" da secao: giro em torno da respectiva linha. hReutra, através da fungao derivada: tg = dw/dx. Ora, a deformagao da pega & gerada pe las _solicitagoes de flexao e de corte.Consequen temente, a fungao W(x) deve ser determinada por tais solicitacoes “@ nosso problema pode ser ago ra configurado como o de estabelecer a relagao entre W(x), Mx) ¢ Q(x). Antes, porém, cabe a seguinte observa gdo importante: toda pega sujeita a uma flexao variavel € também submetida a.uma for¢a cortan te, pois: atx) = SHG), 14 am outros termos, a forga cortante acompanha sem pre o momento fletor, quando este & variavel ao fongo da pega. Todavia, no que concerts ao efei. to da forga cortante sobre © @eslocamento linear em pegas flagranvemente lincares s pode-se afir en Pgue ele @ muito pequeno quando comparado a0 mer ito da flexdo e, na maioria dos Sasse: ele pode ser desprezado sem que os_resultados sejam Zomprometidos em sua aproximagao desejavel do ponto de vista pratico. portanto, para’maior simplicidade tress apenas estabelecer a relagao entre wx) _e MG), aegligenciando a presenga da forge cortante.Pos negisdennte indicaremos a relagao mais exata que tererd ser aplicada em problemas onde 2 forga Bo venat ere one walor eign) Steed cece desig camentos . Estabelegamos primeiramente 2 chamada"e quagao elastica fundamental" para pegas retili heag sob flexao simples, considerando a deforma gao de um elemento de comprimento original ax, Gonforme figura 2.2. \ (o eixo neutro con serva seu compri- mento) = 15 Na fibra genéric: neutro, a tensao é ie eke a eixo e a deformagao linear especi x especffica, de Hooke (estado linear de eenasey a eee eee EB” ED - Pela figura tem-se: ax = rao> 2-2 Ede ds = (rty) 48 = dx(Ite) = wrae + yao = ax + cax > E = $8 y 7 &e oof dx “ry” ES ee Me r "EF que 6 a relagio elastica fundamental: “em cada ponto da pega a curvatuy a é 10. ra cional ao valor Pristoe amie ponto" Ge vonento fietor atuante an tal Passemos a seguir a d a : s jeterminagao da auagao ag iinhe elastica, escolhendo an sisters siano Ww, X com 0 eixo a inci ano W, los. x coincident com o eixo indeformado di 4 eix ja pega, confoi 2.3 (pagina seguinte): ti 2 PIGURA 2.3 Nesta figura evidencia-se o deslocamento vertical w do baricentro de uma secao genérica B, de abcissa x, e a rotagao ¢ que ela experimen £4 Sm torno da linha neutra da flexao. Lembrap fo a hipatese das pequenas deformagoes, pode-se por 4 =. 4 (0 angulo dado em rad) Segundo a geometria diferencial, a cur vatura em um ponto genérico de um arco de curva plana é dada pela expressa0 aw i ax? ist 77 ez a ax Se a curva considerada tiver inclinagao muito pequena em relagao ao eixo x, em todos 05. seus pontos, entao .dw/dx<< te a curvature Do de ser avaliada mais simplesmente por (sen nator prejuizo da precisao do ponto de vista pratico (fal 6 0 caso das_vigas fletidas no campo das pequenas deformacées). Portanto: dy + eee : © sinal a ser fixado depende da orienta g&o dada ao eixc w. Para a figura 2.3, M/EI & positivo (pois M é positivo, pela convengao -da RM), © $ = dw/dx decresce com x. Portanto: a aw So et deve ser negativo. Dai a equagao awe ax? EI Conhecida a fungdo M(x) e mediante duas integragdes diretas obtem-se_ dw/dx = ¢(x) w(x)., Naturalmente, na solugiio geral de_ cada problema aparecem Constantes de integragio que serao determinadas em fun¢ao de informagées _co » lhidas do caso especifico considerado(condigées de contorno e condigées:de continuidade) passan . dorse ento a solucao especifica do problema. Através de uma série simples de exemplos procuraremos esclarecer as aplicagdes mais inte ressantes da equagao acima. EXEMPLO 1: (figura 2.5) PIGURA 2.5 M(x) =~ Px aw. ML Ex ax? BT BY aw. . px? $e = 00) = ER ax = Ft Px? Spa! w(x) = GBS + crak = gag t+ Sax + Ce Condigées de contorno: = bo; = Hots gy gee Por ay wud 90 2 ry » Bec, 0 = Ga = - BBs pee’ pp? \ A ee 2) gag ~ beg J C2 =O P12 § 3 Er resultando: . eo Pae a Ble oe Phe oo = 54 - BS maxw = w(o) = 525 Pee Biex ere 6Ed ~ 2ET SES ASVE8 wix) = SUETERRSS Pecas Lineares - Equacao Diferencial da Elastica APLICACUES °° C&lculo de deslocamentos EXEMPLO 2: a) Determinar as fungdes que deBcrevem as incli nagdes € os deslocamentos verticais para pega esquematizada na figura 3.1. ; ETE, (ALERA0 RETA) os Mees) * Mi FIGURA 3.1 Pb, M(x) = | M(x) \ | eGo = BBx - Poel: Lembrando a relagao ‘ , obte~ a1 remos $(x) e w(x) mediante integragées diretas No problema em questao sao necess4rias duas di ferentes expresses analiticas para descrever 0 momento fletor_ao longo da pega. Consequentemen te, também serao necessarias duas expressoes pa ra descrever $(x) e duas para w(x), consideran do-se os intervalos {0,a] e [a,2] Segue: atw ¥a (x) Pb Soe = - G0 2 - Fen, cs tse tw... Me(xe) | _ Pb Py. Pa & igs 060 eg eo et 2 Mego =- BS ta i osxga wilx) = - iB et Cix + C, awe. ep es ext re ieee (aCe ies 2 eg ee eo Ge asxst =u Pb x? P x? _Pa x? Wael eee 6: Bo Geo oe cee ce Observando o problema proposto teremos as informagdes (4 condigdes) para determinar as 4 constantes de integragao, a saber: A) Condigdes de contorno: 1) wilo) = 0 2) welt) = 0 B) Condigdes de continuidade dos deslocamentos: 3) @1la) = $2(a) 4) wala) = wea) ESCOLA DE_ENGENHA\ BIBLIOTECA Phe sas 2 2 ph a, Par _ Palace =- Ger 2 * EF 2” ET : Pb a? ] 4) wila) = wela) =? ~ es + Cia ppb ae Bea es ee Coa ce --Brtg co mrt pesolvendo o sistema (4 equagdes Linea- res em Ci, C2, Cay Ca) obtémeset at. at) a= + ab - 3) c. = 0 P at : a-e at Pat Cu GET e as fungdes completamente determinadas: : 2 be_ 22 , ak _ ary, ceca o ro io Ea a(x) : ! n@ =z io 0 | : wee = gp (ee primeira e importante observagao aser feita rélativamente 4s expressdes acima estA no fato de_os deslocamentos serem "funcoes lineares e homogéneas da carga externa" e esta é, preci- Same 7 a condicao de aplicabilidade do PRINCT PIO_DE SUPERPOSICAQ:DE EFEITOS: "Havendo uma re lagZo linear e homogénea entre causa e, efeito, 9 efeito resultante da acao de varias Gdieas si mujganeas é igual a soma dos efeitos que cada eausé gera atuando isoladamente". Pretendendo-se resolver um problema co mo o exemplificado na figura 3.2 (pagina seguin te), considerando simultaneamente a agao das car gas P; e P, terfamos de dar cada uma ‘das = fun goes _$(x) e w(x) por trés diferentes expressées analftica: gi(x) - 0 wax) CRP iyi FIGURA 3. tal processo seriamos obrigados @ constantes de integragao © edida demais laborioso a me . {ticas diferentes seguindo A determinagao de o método torna-se Pi e 7 a Ses, ana. © nfimero de express entes dojam necessarias para dar 2 fungae MGA + oe Sejam ge do nimero de cargas ou MOMENEOE | fue Crbdos, de descontinuidades de carg® i : Sie ou ainda de descontinuidades geométricas elasticas. todavia, sendo aplit i iment: efeitos (o que rea acontec oe fos casos) ; podemos resolver este Gtilizando os resultados do problema, 2 fediante coavenientes particular ® goes Se esquematiza a seguir, na fig : chvel a superposigao e acontece paraamaig problema anterior, como 0 e 1 =bigttig 0 SSa1 WO) swig ting 600 S202) =42y 1g arsesar wen) = Woy ting P= WO) ‘ Bt 4c beac (ee ue $300 = ba + b2q a2SKSk —W9(x) *W2_ + HQ onde ¢13 © Wig S40 obtidos das respectivas ex pressées anteriores, pondo-se: P = Pi; a = ai; b=, © ¢2p © Weg, da mesma forma, porém com P= Po; a= az; b = be. Naturalmente, a discuss3o deste proble ma particular evidencia que problemas bastante complexos com relagio ao carregamento externo podem ser resolvidos pelo conhecimento de uns poucos casos elementares, fazendo-se uso da su perposi¢ao de efeitos (lembremo-nos que_a mesma situagao j4 foi encontrada para as tensdes e de formagées que, na maioria dos problemas, sao tam bém fungdes lineares e homogéneas das cargas ex ternas) . . Como segunda observagio - limitada ape nas a uma citagao -queremos mencionar a existén cia de um processo de cdlculo em pegas com car regamento complicado pelo qual se evita a deter minagao de numerosas constantes, reduzindo-se 0 trabalho apenas para duas constantes. Tal pro cesso estA explicado em 0.Belluzzi - 19 Volume. Finalmente, a terceira observagéo diz respeito a pecas com EJ variivel. Se esta varia gao.for continua, bastara conhecer a lei de va riagdo EJ(x) para_se efetuar a integragao sem maiores complicagées. Exemplo: uma pega homogé nea em forma de cone, como indicado na figura 3.4 y z FIGURA 3.4 co AR ‘ x ac Seo i a ee se esta variagao é descontinua, ent ao teremos de dividir a pega segundo os subinterva los de continuidade. Exemplos: Pega composta por materiais diferentes: WLLL Reo ALOMINTO PIGURA 3.5 Pega com variagdes bruscas da se¢ao transversal: Ae A [esemeeey A PIGURA 3.6 antes de passarmos a aplicagoes numéri cas das fungdes obtidas, lembremos que, para oS Sfeitos de determinagao dos mAximos des locamep tos e dos respectivos pontos de ocorréncia, | 46 funges $(x) e w(x) podem ser manipuladas. sega? do 4 teoria dos m4ximos e’minimos de fungoes © Gna variavel real: os zeros da fungao derivada a es ‘yemante a fungao, etc. Em deta Soave tips € 7 intervalo Geste tipo é preciso ter presente © 2 de aplicabilidade das diferentes expressées, a fim de nao se cometer erros grosseiros (por _¢ xemplo: se as raizes da primeira derivada nao pertencen ao intervalo de aplicabilidade da fun G40, entao, neste intervalo, a fungao 6 monoto Ramente crescente ou decrescente) . De outro lado, convém enfatizar que, de (ym modo geral, o maximo deslocamento linear n4o ocorre no ponto de aplicagao de cargas _ concen ‘radas, ao contrario da ocorréncia do maximo mo mento fletor gue, em muitos casos, se da no pon ‘to de aplicagao de uma carga concentrada. Veja “ese a figura 3.7. ; at ——* 4 a j pow oS : PERS EEBI8 OA vin FIGURA 3.7 Aplicagdo Nunérica Para ter uma idéia da ordem de grandeza dos deslocamentos, consideremos o problema (mais ou menos realistico) seguinte (fig. 3.8): tm __|Pa2tf ; Z vem sem gO COM =2,1x 10% kgfcm™? FIGURA 3.8 28 (esta ViGa Magy = 1-500 Kgfm © Aqgy = 1-500 -2 kgfem *) 2 z= oe = 556 cm* P 2.000 4 z -6 on? Pie 2,000 4 = x eee ee a=1™ 107 cm b= 3. 10? cm 2 = 4% 107 cm por exemplo, no ponto meio da viga, tem “se: (¢:2m.=.2 *,10* om) wef2m) =2,713-% 10? x0, 917 108 om = 1/58 cm pA £ claro que. nesta pega maxw'é um valor préximo dé 1,58 cm.” Isto mostra_que de fato (aw/ax)? «1 @ que a hipétese 1/r = ‘d’w/ax? & perfeitamente va lida para os efeitos praticos. (exercfcio: para o problema numérico acima for isk, estudar as fungoes w(x) @ w2(x) © ae aeeaecar maxw @ 0 seu ponto de ocorréncia). oBSERVAGAO: Efeito da forga cortante no desloca mento linear. segundo a teoria elementar da forga coe tante em pegas lineares, 0 deslocamento linear Telativo de duas segdes transversais distantes de dx é dado por dx bi aw = x a 29 Consequentemente, o des locame: a : nto relati vo de duas segoes Ae B quaisquer é avaliado por xB Tae 2) ax xR Nestas expressdes x & um fato: éri : N x numérico (adimensional), denominado FATOR DE CORTE ecujo valor depende exclusivamente da forma da segao. Exemplo: Segao circular: x = 1,185 Segao retangular: x = 1,200 Com o auxflio da ex a . pressio' acima e atra vés do exemplo da figura 3.9, poderemos anali sar © efeito da forcga cortante no deslocamento inear e relaciona-lo com o efeito da flexa ee lexa0,co FIGURA 3.9 JA-vimos que o momento fletor 4 jetermina na segao A o deslocamento _ Bat “yu ~ SET __ Para a forga cértante tem-se, na mesma segao A: _ Suponha-se uma pega de ago, G = 0,385 Ey de segao retangular, x = 1,2 , com largurab e altura h. Segue: 20 wy = 520. wg 10 wy = 130. wg 2 oa. ah “O) wesma ordem de grandeza. ee ——, Portanto, em pegas_flagrantemente linea res, 6 perfeitamente aceitavel que se despreze 0 efeito da forga cortante no calculo dos deslo camentos, em presenga do efeito do momento fle tor. A=V=A > zee. Pecas lineares - Equacao diferencial da Elastica APLICACUES Problemas hiperestaticos simples - Calculo de reagdes vinculares estaticamente indeterminadas (reacdes hiperestaticas). Além do cAlculo direto de des locamentos, a equagao diferencial da linha elastica de pe 32 gas fletidas tem uma segunda aplicagio interes §gnte: a determinagao de reagdes vinculares hi perestaticas. antes de passarmos a tal aplicagio, po rém, convém fazer uma breve revisao dos concei= tos de iso e hiperestaticidade de um elemento estrutural, relativamente a sua vinculagao. Sem maior precisao, mas de modo bastan te intuitivo, dizemos que, para um dado sistema ae forcas, uma pega é "hipoestaticamente" vincu lada se, sob a_agao de tais forgas, ela apresen ta movimento rigido, A pega é "isostaticamente" yinculada se a eliminagao de uma qualquer de su as restricoes vinculares (isto nao significa,ng Gessariamente, a eliminagao de_um vinculo, | ja que um vinculo pode realizar varias restrigoes) tornar a pega hipoestatica. Em outras palavras, ‘em um elemento isostaticamente vinculado, o ni mero total de restrigées é o estritamente neces sario para que possa haver equilfbrio | (repouso em relacdo a um certo sistema de referéncia). Fi nalmente, diz-se que a pega é “hiperestaticamen te" yinculada se a eliminagao de uma ou mais reg trigdes vinculares nao a tornar hipoestatica. Vejamos agora, com o auxilio de relagées matematicas, 0s mesmos conceitos de modo rigorg so. Do ponte de vista analftico, um vinculo qualquer pode sempre ser substitufdo por uma for ¢a bem determinada, que se chama reagaovincu far e esta, por sua vez, pode ser reduzida a um sistema estaticamente equivalente aplicado no ponto de vinculagao e constitufdo por uma forga @ por um momento. Sabemos da mecanica dos siste mas rigidos que © equilfbrio de um corpo qual quer no espago, com relagao a um dado sistema Oxyz implica nas seguintes seis equagée 32 tPF =0 + gp. «ob Inexisténcia das 3 translages Ox, by y 7 OP e 02 nF =0 IM, =0 sm. = ob Inexisténcia das 3 rotagdes em torne ee dos eixos 0x, Oy, 0z- IM, = 0 denominadas condigdes de equilibrio. OBSERVAGAO: tratando-se de um problema plano — (por exemplo, no plano xy) © equilf brio implica apenas 3 relagdes: IF, = 0 : x trans lagdes IE, = 0, Y mM, = 0 rotagao em torno de um eixo perpendi, cular ao plano. Pensemos agora, em um corpo sujeito a forgas “ATIVAS" conhecidas e a forgas" REATIVAS” (vinculos) incégnitas. Naturalmente, o numero maximo de equacoes "LINEARMENTE INDEPENDENTES que podem ser escritas a partir das condigGes de Gquilfbrio, envolvendo as forgas ativas dadas ¢ as forgas reativas incégnitas € seis (trés nos problemas planos). Em outros termos, guaisquer Equagoes, além das seis, obtidas através das con digoes de equilfbrio, serao, necessariamente,com binagdes lineares das seis anteriores ¢ nenhuma nova condigao estabelecerao entre as incdgnitas. Podemos agora definir: umelemento es trutural é isostaticamente vinculado se todas ( bs as reagées vinculares, no estado de equilibrio, $a0 determinadas univocamente pelas — condigoes de equilibrio; e & hiperestaticamente vinculado quando o nimero de reagées incégnitas € maior do que o niimero de equagées de equilfbrio line~ armente independentes. Portanto, em pegas hiperestaticamente vineuladas, a determinagao das reagoes vincula tes, além das equacces de equilibrio da estati ca, exige a formulacao de novas condigoes entre tais incéonitas, de outra natureza, que sao as chamadas “condigées de deformagao". De um modo geral, nos pontos de vinculagdo uma peca tem S67 ap deslocamentos impostos pelo vinculo ali exis~ Eente. . Assim sendo, em problemas _hiperest&ti ‘cos, tantas equagées baseadas na deformagao da peca_devem ser alinhadas com as equagdes de ¢ Guilfbrio, como seja o nimero de “reagoes hipe restAticas", chegando-se assim, a um sistema de h equagées com n incégnitas, que, representando um problema fisico deterministico, tera solugao e nica. A figura abaixo exemplifica o fato aci- ma. FIGURA 4.1 34 trata-se de um problema plano.Portanto, trés equagdes de equilibrio linearmente indepen Gentes podem ser escritas, no maximo. modavia, existem seis reagdes vincula res incégnitas. A pega é trés vezes hiperestati res votesse que o engaste plano A, por exemplo, fepregenta trés_restrigées ao movimento ¢ gue 28 {haa assim a pega nao teria possibilidade de © tinento rigido. Todavia, a eliminagao de mais Tey vestrigdo tomaria a pega hipoestatica para © carregamento dado. Nesta pega, em A, por exemplo, as "CoD digées de deformagao” que permitirac Organizar eeetess novas equagées necessarias sao: © nax Be ee ea eo (variagao total de £) ° Wa =0 (deslocamento vertical em A) dn = 0 (deslocamento angular da segao ‘hem torno do eixo normal a0 plano da figura). uma formula simples pode ser estabeleci da para se determinar o grav de hiperestaticida de de uma pega (no plano): sejam: V; 0 namero total de vinculos de 1@ espé cie: : «* V2 idem, idem, de 2# espécie; Vs idem, idem, de 3# espécie. EntZo o nimero total de restrigdes vin ng oulares sera (supostas eficazes) + Livi +2 V2 +3 Vs e 0 grau de hiperestaticidade vincular sera “3% Existem muitos m&todos a = tos para o calcu: de reacdes hiperestaticas em estruturas: equ ge dos % momentos, método de CROSS, etc. A uti Pra eres reed da linha elastica para este a" apenas em casos Ganentais. outros processos eapecifices sto propri ados em problemas mais complexos, sobretu do quando o niimero de grandezas hiperestaticas & grande (alguns destes processos serao vist nas disciplinas sobre Teoria das mstruturas) Consideremos a seguir al : n e guns rob lem: hiperestAticos simples e gua solucao através da equagao da linha elastica. Faemplo 1: Determinar a grandeza hiperestatica para a pega da figura 4.2 4 ta; EJ = cte). ee FIGURA 4.2 : Esta pega €, evidentemen: 4 perestatica oe Dxeietixg-321-6 Podemos substituir o vinculo em A por uma forga vertical passando por A, cujo valor é desconhecido, como segue (fig. 4.3). PIGURA 4.3 Na _segdo genérica $ 0 momento, também desconhecido é: 2 M(x) = Vax > Como Va é uma constante (nao depende de x) a estrutura da fungao W(x) podera ser deter= iinada, independentemente do valor que tenha a forga Va, como segue: aw iM, @w lt gy - aye - grog 2 - a Integrando-se, segue: gy Badge - Psa dx ~ ET y, hy von = Gye Bx taxte Nestas fungées aparecem 3 parametros_ a determinar e para isto existem trés condigoes (todas de deformagao) evidenciadas no problema proposto, a saber: y : 1) w(o) = 0 2) (2) = 0 3) w(t) = 0 (0) = 0 => Ce = 0 ate ey coed ae ec ao (git vate ways o> 2 a - Bey + ce 0 Resolvendo este sistema d 5 . le equagdes mult@neas encontra-se: . . 3 va = 3 at a = ae 1 © G8ET CG =0 _Levando tais valores em I e II ter-se-4 as fungdes @(x) e w(x) completamente determina das; por outro lado Z : ao u(x) = aex- Bax? e 000 = pat - ax. : Finalnente, desejando-se conhecer as rea Ses em B, basta aplicar as condigdes d aes: Brio (fig. 4.4): : —. » \_ He Ve - PIGURA 4.4 daqrty- @ 5 -ia 2 u w,-at $+ Bart 0 => My = gat Nos esquemas de calculo, ao se substituir uma res trigdo vincular por uma forga ou Poe M0 momento, eri eetido 2 egcolhido arbitrariamente;consequee emente tal sentido poder& nao corresponder a weaiidade fisica. Segundo o método de determina go acima aplicado se tal forga (oo momento) re guitar afetada de sinal + este significara que SMorientagdo que lhe foi dada no desenho &acor eta; sendo precedida de sinal ~, ma realidade Heita a forga tem orientagao contraria 3 die aieteci catei paidate taco) deve sen teva at cee, ta na anAlise subsequente do problema. Observagao important Alguns outros problemas $40 relacionados rT a seguir, dando-se, porém, a i : a , apenas as linha: rais para sua solugao: one : FIGURA 4.5 ¥ Grandezas hiperest&ticas: My e Vy condigdes de deformagao: w(0) 0; w(t) = 07 $(0) = Fungao momento fletor: M(x) = V,x - M, at > Myo Be? ocxsk Na equagio da linha eldstica aparecera duas constantes de integragao: ee Ci, Coe Consequentemente as 4 condigées 4 - entem le de formagao determinarao Cr, Ca, Ma & i ie eo die Ma = 12 Yosemite sures Atette A Va a a Nesta pega a grandeza hiperestét: ica é a reagio do tirante elasticamente deformavel, sob tragao baricéntrica Va. portanto, as condigoes de deformagao sao NAGE = wi(0) = bg = > (observe a orientagao de a BE AC y, em relagao ao tirante para entender o si Vq comprime o tirante, porém ele sofre n dade um alongamento) - $22) = (as trés condigées so de contorno; € condigdes de continuidadd: 0; w2(2) = 0 " 1 (a) 2 (a) wi(a) = w2(a) Fungdo momento fletor: ae My (8) x) = My (x) 0 » "n ® nal ~; a reali acima maisas x IA 1A 2p we go e mais a incdgnita V, 4 i ny A que serao dete: pelas 5 condigdes acima linhadas. ee FIGURA 4.7 \ Escrevendo uma condig&o do equill ra a rotagdo em B segue ee v,8 + Vob - qt Es0=: =Wiry 2k A c Ge peta ee oor 7k ol Portanto, tem-se ome PIGURA 4.8 0 problema poder& ser conduzido similarmente aos anteriores, tendo em vista as condigées: Wila) = 07 Wala) = 0; W2(%) = ESCOLA DE ENGENHA 42 gr (a) = 2(a)- arao as 4 cong Estas 5 condigées determin hiperestatica tantes de integragao e a reagao “4 ath + 20%b? - 2h & Sosa tT ET Sgt 20ae ae tem-se V,= Vg abe a=b=5 para Finalmente, convém lembrar que no calcu jo acima desenvolvide o efeito do esforgo COE tente foi desprezado, © que, em pegs flagrante mente lineares, & perfeitamente aceitavel, pois as grandezas hiperestaticas a0 determinadas por Gondigdes de deslocamentos sbze OF quais, con Goons’ ja se enfatizou, a influénela do corte nao tem maior significado r sve i =e Pecas lineares sob flexao reta - Equagao da ali nha elastica - Analogias de MOHR e suas aplicagoes pO estudo das solicitagées em pegas i le eixo retilineo sabe-se que AM 2 Q(x) neares a ax elativo. @MGx) _ dO(x) dx = 2) 6 - gon Por outro lado, no dominio das pequenas tal formagoes, tel relagio elastica fundamen as Eo Le yr ea consequent: lo ai lastica © equagao diferencial da linha e Consideremos uma “viga auxiliar" idént nti xespeito a sua vinculagao (estes detalhes serao S: que at esclarecidos oportunamente), sobre a qual atua : tu um "Carregament Toi os 0 ficticio", definido do seguin Renae WU fu ‘ungaio momento : tudo e £3 a sua Figides @ flexsos 197 PS Nestas condigdes tem-se: a) para a viga em estudo: aw M ax? Ey b) para a viga auxiliai Consequentement

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