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a suspenso condicional do processo no pode ser entendida como um direito subjetivo do acusado. O
exerccio da ao penal pblica, nos termos do art. 129, inciso I, da CF, atribuio privativa do Ministrio
Pblico. Em obedincia ao princpio da obrigatoriedade, que continua sendo a regra geral, dela no pode
dispor seno nos dois nicos casos excepcionais previstos nos arts. 76 e art. 89 da Lei 9.099/95.
Neste ltimo caso, que o que nos interessa, devemos considerar que a suspenso condicional soluo
de consenso, que pressupe um quadro processual onde se torna inadmissvel falar de direito subjetivo
unilateral, que beneficie apenas uma das partes.
Se considerarmos que o art. 89 apenas abriu uma exceo ao princpio da indisponibilidade da ao penal
pblica, introduzindo em nosso sistema processual a alternativa da disponibilidade mitigada ou da
discricionariedade regrada, preciso assegurar ao Ministrio Pblico certa margem de liberdade para
avaliar o conjunto das circunstncias objetivas e subjetivas que envolvem o crime e o criminoso para
decidir, sempre de forma fundamentada, sobre a convenincia ou oportunidade jurdica de propor o
benefcio da suspenso condicional do processo.