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Prof: Lígia
I - A HISTÓRIA NOS LABIRINTOS POÉTICOS
Romance = Nome dado para narrativas em verso, assunto heróico fantasioso de origem medieval -
popular, originário na Península Ibérica.
Eiro = sufixo de coleção
Coleção de romances acerca do ouro, do diamante, da liberdade, envolvendo a história (trama) da
Inconfidência Mineira
1°) Épico = Revela a história de interesse NACIONAL. Reconstituição da memória brasileira - contexto da
nacionalidade.
2°) Lírico = Contém poemas de natureza sentimental, subjetiva e melancólica, os quais enfocam as paixões e
os sentimentos humanos.
3°) Dramático = Constam poemas de nome CENÁRIO, para contextualizar o ambiente; outros versos de
caráter representativo (teatrais) com diálogo, monólogo, fala. Uma espécie de coro de vozes prepassa todo o
ROMANCEIRO DA INCONFIDÊNCIA.
1°) Barroco
A noção do efémero sempre se inscreve na obra de Cecília Meireles. A transitoriedade está em tudo, os
contrastes das realidades da vida também. O ser humano sempre em dualismo; constantes jogos de pólos
opostos em binómios: vida-morte, pecado-perdão, corajoso-pusilâmine, relativo-absoluto. O abarrocado
sentido trágico para a vida e a morte.
2°) Neoclassicismo
Recriação da ambiência árcade, registram-se paisagens bucólicas e as ideias dos poetas arcádicos - a vida
fingida de pastor; as amadas pastoras idealizadas. Cecília visita o PAÍS DA ARCÁDIA.
3°) Romantismo
A figura mística e utópica de TIRADENTES redimensionado como herói (sem perder traços humanos). O
homem que comporta o sonho de liberdade dos brasileiros. Tiradentes descrito poeticamente como o
sonhador-idealista, cavaleiro andante visionário qual Dom Quixote.
Proclamador da liberdade política e igualdade social.
A exaltação gloriosa do passado histórico acentua o sentimento romântico- nacionalista: o amor à pátria.
Elevação do sentimentalismo lírico, os amores impossíveis e trágicos:
(Marília e Dirceu); (o assassinato para impedir a paixão da donzelinha).
4°) Simbolisino
Presença de sugestões simbólicas, envolvidas em mistério e misticismo. A poeta delinea a loucura, o sonho,
a exposição dos estados d'alma.
Valoriza-se o inconsciente, o vago e etéreo. Há diversas interrogativas em tomo do inexprimível
(inexplicável) tanto humano como histórico.
O ritmo melódico e musical conjuga-se à exploração de imagens sinestésicas, em sintonia com a abstração
ou transições do concreto para o intangível.
5°) Modernismo
A mesclagem (fusão) entre os géneros literários: Épico - Lírico -Dramático, a convivência de vários estilos
de época de acordo com a expressividade temática ou com a reconstituição de época; a poetização
dos fatos históricos constituem a modernidade do ROMANCEIRO DA INCONFIDÊNCIA.
A revisão da história numa perspectiva de avaliação critica e questionadora, para a tomada de consciência
guanto aos valores
(A) 85 romances - marcados em algarismos romano, com títulos, destinados a desenvolver a história que se
recria poeticamente.
(B) 5 falas = 1a Fala inicial, 2a Fala à antiga Vila Rica, 3a Fala aos pusilânimes, 4a Fala à Comarca do Rio das
Mortes, 5a Fala aos Inconfidentes Mortos.
Evidencia-se o eu lírico-poético manifestando seus sentimentos melancólicos. Há um tom de lamentação
frente à história de injustiças e desastres.
(C) 4 Cenários - cada cenário situa o local dos acontecimentos e "desenha" as paisagens de Vila Rica.
a) CICLO DO OURO: romance I até romance XII (VILA RICA). A descoberta do ouro; a exploração
insana dessa riqueza; as mortes por cobiça (destaque para o R. IV da Donzela Assassinada). __
A morte do rebelde Felipe dos Santos (R. V) condenado como Traidor da Metrópole Lusa (crime de Lesa -
Majestade). A figura de Chico Rei (relação dos negros com o ouro). A figura de Tiradentes ainda menino
(R. XII): Nossa Senhora da Ajuda - prenúncio da condenação do alferes à força.
b) CICLO DO DIAMANTE. Romance Xin até romance XIX. (SERRO DO FRIO - TEJUCO)
reconstítuição da história do Contratador de Diamantes João Fernandes de Oliveira e da amante Chica da
Silva (negra exótica) O Conde de Valadares conduziu João Fernandes a Portugal para prestar contas a
Coroa Real, fim do "império" de Chica e Fernandes (R. XIX) - A fugacidade do tempo e efemeridade de
todas as riquezas.
Tiradentes como criminoso de Lesa-Majestade: (traidor punido com a morte na forca). Arranjavam-se falsas
testemunhas para depoimentos condenatórios. Sequestro dos bens de todos os inconfidentes.
Fala aos Pusilânimes (perversos, fracos) Os covardes, mesquinhos que abriam mão de qualquer sonho em
favor de denunciar falsamente até os próprios parentes. Delações devido à mesquinhez, à cobiça e ao medo.
g) Do romance LXV até o romance LXXX O exílio de Gonzaga (o "Dirceu de Marilia") em Moçambique
- terra africana escravizada por Portugal. O casamento do poeta com Juliana de Mascarenhas. O
desconsolo de Maruia {Maria Dorotéia Joaquina de Seixos Brandão) que (na Imaginária Serenata) não se
conformava com o destino do amado Dirceu (Tomás A. Gonzaga). Detalhes sobre a cruel loucura da rainha
Maria I, que condenou os inconfidentes. A majestade tomou-se prisioneira da Demência.
h) Fala à Comarca do Rio das Mortes, onde se focalizaram Pé. Toledo (caído em esquecimento) e dona
Bárbara Eliodora (desesperada pela prisão perpétua de seu marido Alvarenga Peixoto (exilado na África).
A bela Maria IHgênia, filha de Bárbara e do poeta Alvarenga, morreu ainda criança. Agravava-se a
depressão de dona Bárbara. A morte e o enterro de Bárbara Eliodora. Destaque para a ação corrosiva,
implacável do tempo.
5a Parte: MORTE DA RAINHA LOUCA. O TESTAMENTO DE MARÍLIA E A FALA AOS
INCONFIDENTES MORTOS.
i) No poema Retrato de Marília em António Dias focalizou-se Marília na velhice, ainda prisioneira do
amor por Dirceu. Poema Cenário;
agravamento da loucura de Maria I.
a) D. JOÃO V: Rei de Portugal (avó de Maria I) Viveu em luxo - ostentação, mas seu Reino era devedor à
Inglaterra, a qual pagava com o ouro do Brasil. Foi enganado conforme o r. VI da Transmutação dos Metais:
no lugar de caixotes de ouro recebeu chumbo, falsa paga do quinto do ouro).
b) MARIA I: Rainha da Coroa Portuguesa na época da Inconfidência Mineira (1789). Assinou as sentenças
de condenação dos inconfidentes. Enlouqueceu quando morreram seu marido e dois filhos. No enfoque
poético, roeu-se de remorsos por causa das prisões perpétuas e mortes que saíram de suas mãos. Sofreu
pavores do inferno, de demónio, aprisionada pela loucura. Em 1808 chegou ao Brasil com o filho D. João
VI. Ela morreu em profunda demência.
c) D. PEDRO DE ALMEIDA: Conde de Assomar, Governador Tirânico de Minas Gerais (1717 a 1821)
mandou executar Felipe dos Santos na forca. Alertou ao rei João V que as Minas Gerais tinham o espírito
da conspiração e exigiam o braço de ferro do governo.
b) FELIPE DOS SANTOS: revoltoso português - um tropeiro que protestou contra a abusiva cobrança de
impostos, liderou um movimento rebelde (1720) condenado, sem julgamento, foi conduzido à força e depois
de morto amarraram-no em cavalos para que seu corpo fosse esquartejado. Ordens cruéis do cruel Conde de
Assumar.
c) CLÁUDIO MANUEL DA COSTA - Poeta das Minas Gerais - o árcade Glauceste Satúrnio Rico
minerador e desembargador de Vila Rica. Um articulador de ideias revolucionárias. Encarcerado num
cubículo da Casa dos Contos. Dúvidas quanto ao seu destino: Suicídio? Assassinato? Fuga? Raptado? No
ROMANCEIRO DA INCONFIDÊNCIA o mistério permanece:
Cláudio era secretário do governo e afilhado de João Fernandes.
d) TOMÁS ANTÓNIO GONZAGA - Poeta de Portugal ocupava o cargo de Ouvidor-mor de Vila Rica.
Celebre devido à lírica amorosa Marília de Dirceu. Há dúvidas sobre sua atuação como inconfidente:
rebelde, sim ou não? Prenderam-no na "Ilha das Cobras", onde escreveu a segunda parte da lírica,
transparecendo uma autodefesa. Negou qualquer participação no movimento inconfidente. Foi degredado
para Moçambique, onde exerceu cargo na magistratura. Casou-se com Juliana de Mascarenhas, rica e
analfabeta.
f) PADRE OLIVEIRA ROLIM - Reflexo da devassidão do clero: culpado por crimes pequenos;envolvido
com mulheres casadas e donzelas. Possuía "livros libertinos" (Voltaire - Mably). Enquanto discutiam sua
prisão, fugiu levando seus "sete pecados": aventureiro, envolvido com maçonaria, contrabando, mulherengo.
g) CARLOS CORREIA DE TOLEDO E MELO - Padre Toledo era próspero minerador paulista. Residia na
Comarca do Rio das Mortes. Possuía diversos livros comprometedores, cheios de ideias liberais. Prenderam-
no e degredaram-no na condição de inconfidente rebelde.
h) FRANCISCO ANTÓNIO - Militar e proprietário rural, escravocrata. Envolvido na inconfidência, foi preso e
deportado para Angola.
i) SEBASTIÃO FERNANDES REGO - Responsável pela troca do quinto do ouro por grãos de chumbo,
trapaça contra o rei D. João V.
j) VITORIANO VELOSO - alferes condenado ao degredo na África, porque surpreenderam-no levando uma
carta conspiradora a Francisco António.
I) INÁCIO PAMPLONA - Minerador. Diz que talvez ele tenha vindo escondido (especulações poéticas)
para raptar o poeta Cláudio Manuel, salvando-o em surdina: Será?
3°) OS PUSILÂMINES
a) JOAQUIM SELVÉRJO DOS REIS - Minerador individado, delatou a Inconfidência Mineira para obter
perdão a suas dívidas, além de outros benefícios financeiros. Pior traidor que Judas, pois não sentiu
remorsos. Envelheceu gozando as vantagens económicas que obteve como traidor.
b) TESTEMUNHA FALSA - Configura-se o tipo de pessoa que aceitava (por dinheiro) acusar quem a Coroa
Portuguesa queria condenar.
c) DELATORES - Sempre havia gente disposta a delatar nas Minas Gerais. No "diz que me disse" das
intrigas dos meirinhos, carcereiros, capitão, ouvidor, minerador, militar, povo...
d) CAIXEIRO VICENTE VIEIRA DA MOTA - Não se lembrava, por conveniência, dos favores que lhe
fizera o alferes Tiradentes (arrumou-lhe os dentes). Testemunhou na acusação do réu-mor Joaquim José da
Silva Xavier.
e) CARCEREIRO - Uma voz em primeira pessoa que, ao encarcerar o preso Tiradentes, previu que este seria
condenado por crime de lesa-majestade.
f) MALDIZENTES - Vozes que comentaram a desgraça do poeta Gonzaga -degradado para África - falaram em
favor da punição, com prazer.
a) JOÃO FERNANDES DE OLIVEIRA - Nomeado por duas vezes consecutivas como contratador de
Diamantes. Alcançou enorme quantidade de gemas preciosas às custas da morte de inúmeros escravos,
perdidos em perigosos locais de mineração. Viveu como amante da negra que alforriou - Chica da Silva,
com quem teve 13 filhos. Ainda que oferecesse imensa fortuna ao Conde de Valadares, não conseguiu
evitar o pior: foi preso e encaminhado a Portugal, para prestar contas de sua fortuna suntuosa, arranjada em
cumplicidade com contrabandistas.
b) FRANCISCA DA SILVA (a Chica que Manda) Negra famosa no Tejuco devido à sua exuberância,
extravagância, exotismo e riqueza (coberta pêlos diamantes do amante João Fernandes). Chica, astuta,
alertou-o sobre o fingimento do Conde de Valadares, mas não foi ouvida. Acabou-se o reinado de Chica da
Silva quando o contratador foi levado para Portugal.
c) FELISBERTO - Um conde contratador de diamantes, ameaçou apunhalar até à morte o Ouvidor Bacelar,
o qual se apaixonara por uma donzela das relações do contratador.
d) SAPATEIRO CAPANEMA - (Manuel) considerado conspirador, traidor da Coroa porque disse que os
branquinhos do Reino, um dia, seriam expulsos do Brasil. Foi condenado à prisão por seu atrevimento.
a) DONZELINHA ASSASSINADA - Eu lírico da moça morta vaga como um fantasma, para contar que foi
assassinada (com um punhal de ouro) pela mãos de seu pai; pois ela se enamorou por um rapaz pobre.
b) DONZELINHA POBRE - Vivia sozinha lamentando a ausência de toda a sua família, que viajou para as
catas de ouro, movidos por imensa cobiça.
c) MARÍLIA - Maria Dorotéia Joaquina. A musa árcade inspiradora das liras de Gonzaga. Foi noiva deste
poeta-ouvidor. A bela jamais se conformou com o exílio do amado. Não pode crer que Tomás António se
casou, portanto viveu muitos anos a esperá-lo de volta a Vila Rica. Marília transformou-se numa prisioneira
de seu amor por Dirceu, para toda a vida.
d) BÁRBARA ELIODORA - A esposa amada (do norte estrela) de Alvarenga Peixoto. Nunca se
conformou com as desgraças que se abateram sobre o seu marido (Alceu): degredado para Ambaca, em
Angola. Ela viveu entre mágoas e sofrimentos, na Comarca do Rio das Mortes, até enlouquecer de tristeza,
prisioneira da dor de um amor perdido.
e) MARIA IFTGÊNEA - A linda filha de Bárbara e Alvarenga, parecia uma princesa. Morreu ainda menina,
aumentando a desgraça e tristeza da mãe.
a) CHlCO REI - Foi rei em Luanda (África), entretanto capturaram-no como escravo. Em M. G. trabalhou
nas minas de ouro e atuou como uma espécie de líder entre os negros. Chico incentivava a procura e o
desvio clandestino do ouro em Vila Rica, incitando os pretos a comprarem as suas liberdades.
b) DOMINGOS - Todos relacionados a Tiradentes: Domingos Xavier Fernandes (avô); Domingos Silva
Santos (pai); Domingos Abreu (padrinho); Domingos Fernandes Cruz (hospedeiro); Domingos
Rodrigues Neves (condutor dos pedaços do corpo esquartejado do alferes Tiradentes).
c) NEGROS DAS CATAS - Inúmeros escravos que trabalhavam nas Minas de Ouro e Diamante. Vítimas de
sofrimentos - crueldades e explorações desumanas.
e) CAÇADOR FELIZ - Representante dos homens gananciosos cuja alegria estava apenas em encontrar
ouro, para tanto não se importavam de morrer.
f) D. RODRIGO CÉSAR - O suspeito inicial de ter mudado ouro em chumbo do rei D. João V; agiu em
parceria com Sebastião Fernandes Rego.
g) CIGANO - Previu a desgraçada morte de Tiradentes na forca. Intuiu que o alferes mantinha um sonho,
não o considerou louco.
h) MULATA - MINHA BOA CAMARADA - Mulher de quem Tiradentes se despediu, quando viajou ao
Rio de Janeiro, para a caminhada em função de expor as ideias de independência ao povo. Ela previu a
tragédia do sonhador, pois pobre não podia sonhar com liberdade e muito menos falar em ser livre.
i) EMBUÇADO - Alguém mascarado alertou os Inconfidentes que fugissem, pois as prisões já estavam
decretadas. Aconselhou Cláudio Manuel a desaparecer.
j) CARRASCO CAPITANIA - Acreditava nas boas intenções de Tiradentes; portanto, antes de enforcá-lo,
ajoelhou a seus pés e chorou.
l) BÊBADO DESCRENTE - Questionou o absurdo de se fazer um cortejo festivo para conduzir Tiradentes
à força ironicamente, apresentava-se mais lúcido que tantos, pois desaprovava o horror da morte na forca ser
tão festejada.
m) ILUSTRES ASSASSINOS - Aqueles gananciosos por riqueza e poder, os quais assinavam condenações à
morte dos que se punham em desfavor aos seus interesses pessoais.
o) TROPEIROS - Os que conduziam animais de cargas. Alguns criticavam Tiradentes, outros admiravam-no
ao ouvi-lo falar no sonho de liberdade. Tantos consideravam-no louco.
Reflexões sobre os acontecimentos trágicos em consequência da ganância (fome) de ouro. Morte, prisões,
loucura não havia nada que cessasse a ambição (febre) pelo ouro. Gerações inteiras se sucederam na cata de
riqueza, perdidas num abismo de ganância que superava a própria necessidade de viver. Instaurava-se um
clima de absoluta intranquilidade e exploração; os impostos abusivos (Quinto); Casa de Fundição (1719); a
revolta de Felipe dos Santos (1720) com a execução bárbara; falsificação do quinto do ouro; Chico Rei líder
do povo negro: "tanto escravo trabalhando para não ter nada". Brancos e negros já cativos do ouro.
A coroa Lusitana declarou monopólio sobre a extração do diamante (1729), portanto houve muita atividade clandestina e
contrabando. Criou-se o imposto por captação e a intendência dos diamantes (1734). Arraial do Tejuco - limitou-se a área do
garimpo. Arrendamento por braças;
suspendeu-se a captação. O processo do contrato: famoso contratador João Fernandes e sua amante Chica da Silva. O casal
exótico foi traído pelo Conde de Valadares, resultando o fim do império dos "donos" do Tejuco.
Joaquim José da Silva Xavier, Tiradentes, um alferes militar do regimento dos dragões, de espírito vivo
(empreendedor) inconformado com sua situação modesta, buscava fortuna e projeção social. Tentara formar
riqueza na mineração e fracassara. Sabia da opressão política e económica sobre Minas Gerais, sobre o
Brasil.
Relacionou-se com José Álvares Maciel, recém chegado da Europa, com ideias liberais a fervilharem.
Provavelmente Maciel teria sugerido plano inconfidente. Tiradentes, influenciado também por ideias dos
intelectuais e elites de Vila Rica, passou a divulgar ideias contra a opressão, destacava o confronto entre a
pobreza do povo e a opulência da terra. Portugal impedia a prosperidade da terra brasileira. O revolucionário
conseguiu adesão do Tenente Coronel Francisco Paula Freire ao movimento revoltoso.
Os inconfidentes marcaram o levante para o dia da Derrama - ("Tal Dia é o Balizado": código dos
conjurados). A ideia de iniciar a revolta em MG foi de Tiradentes, o qual recebeu o apoio de Alvarenga
Peixoto. A denúncia de Silvério dos Reis, aos ouvidos do Visconde de Barbacena, resultou a suspensão da
Derrama e por consequência inviabilizou o movimento inconfidente. Barbacena enviou Joaquim Silvério
ao Rio de Janeiro para delatar tudo ao Vice-Rei, D. Luís Vasconcelos Sousa. Prenderam Tiradentes no Rio
de Janeiro e em Vila Rica iniciou-se a Devassa, processo que durou 3 anos. Muitos inconfidentes foram
contemplados com o perdão régio; vários exilados; alguns condenados ao cárcere perpétuo; apenas
Tiradentes recebeu a pena máxima por crime de Lesa-Majestade: enforcamento. O réu foi executado no
Campo da Lampadósia a 21 de abril de 1792. Depois de enforcado, esquartejaram-no e seus pedaços foram
exibidos aos olhos do povo. O traído serviu ao sacrifício exemplar para meter medo na população colonial.
A dimensão de herói para Tiradentes só ocorreu com o advento da República, a qual o consagrou como
Mártir da Liberdade (século XIX).
CENÁRIO
Eis a estrada, eisaponte, eis a montanha
sobre a qual se recorta a igreja branca.
1° de Maio
Fim de Maio
XI - QUESTÕES OBJETIVAS
a) Tomás António foi inconfidente ativo, convicto conforme no romance "um preso chamado Gonzaga".
b) Os amores de Marília e Dirceu foram "ilusões da vida em flor", pois o antigo ouvidor se casou com outra
noiva.
c) Enfoque para o sofrimento de Marília, que se recusou a aceitar o fim de seu idílio amoroso com Gonzaga.
d) Em maio, no exílio, o poeta Tomás António Gonzaga casou-se com dona Juliana de Mascarenhas.
e) Por ocasião de sua prisão, os bens do poeta Dirceu foram sequestrados, por ordens da Coroa Portuguesa.
2) Em todas as opções há exemplo do autoritarismo da Metrópole frente ao Brasil Colónia, a partir da leitura
do ROMANCEIRO DA INCONFIDÊNCIA, de Cecília Meireles, EXCETO em:
e) 'Parecia um santo
de mãos amarradas,
no meio de cruzes,
bandeiras e espadas.
- Se aquela sentença
já se conhecia,
por que retardaram
a sua agonia.
(Não soube. Ninguém sabia.)"
b) "Inocente, culpado?
Enganoso? Sincero?
por muito que o confesse,
o amor não recupero
No entanto, ó surda gente,
daqui nem ouro quero"...
c) "Era em maio, foi por maio,
quando a ti, pobre pastor,
te vieram cercar a casa,
de prisão danto-te voz.
Iguais corriam as fontes,
como em dias de primor."
a) A morte de Felipe dos Santos, na forca, em 1720. Ele foi condenado pelo
Conde de Assumar, porque organizou uma revolta contra o poder lusitano.
d) A execução sigilosa do Pé. Toledo, que por ser membro da Igreja, não foi
submetido ao sacrifício exemplar, em praça pública, e sim morto às
escondidas.
9)
"Maldito
esse ouro que faz escravos,
esse ouro que faz algemas,
que levanta densos muros
para as grades nas cadeias,
que arma nas praças as forcas,
lavra as injustas sentenças,
arrasta pêlos caminhos
vítimas que se a esquartejam."
A melhor temática para os versos extraídos do ROMANCEIRO DA
INCONFIDÊNCIA, de Cecüia Meireles esta na opção:
d) "Inocente, culpado?
Enganoso? Sincero?
Por muito que o confesse, Tomás António Gonzaga
o amor não recupero.
No entanto, ó surda gente,
Daqui nem ouro quero..."
XII-RESPOSTAS