You are on page 1of 11
econ, oe 89-560, ‘sn sures, ue € ura propriedade da linguagem: as palavras ataem-se tims A outa pore ead uma poesul malls aspects a combinagdes parecem ser em ntimerofimitado; 0 seu curso ‘ransborda largamente dos enunciacos habitual, supestamente concordantes com um pretenso bom senso. ‘Mas & preciso ir mais longe. A libertacdo dos poderes da lingua transforma as imagens que podemos ter de mundo, ‘A rotina do pensamento abandona-o ao jogo do scrho, que no & 0 caos, mas tum conjunto imenso, sempre aberto, de relagées analistveis. “: eexplicagdo» nfo signi Uma crise do romance surge a0 -se, na verdade, de uma certa todo orginico que ¢ posta em causa, 3 actuages poco controladas, preciso que no nos enj ter quero dizer tudo, o romancista pendew-se. porrelativizar um determinado modelo com um assunto de onde resulta, ~1138 0 efito seria 0 mesmo ~por deveriaconcorret A relacio da obra com o ‘maginariamente entendida como 0 seu fica, etimotogicamente, outa coisa, » bastante antiga, da obra como um teoricamente, por artistas responséves e jg iganemos: a crise ndo si UM PERSONAGEM POg. tartans wena ee EEC Soha cee tounn Seceae Sperone tea COMO SE. DESEAZ © ROMANCE Fez-se um grande rufdo a propésito de um sevolucionado a literatura mundial, cerca do ano de 1 Posto de lado e, em pouco tempo, Os ‘ovo romances que tetia 1987. O romance clissico era 2 absolutamente inspensével néo confundir preocupado, como Batela TEXIO2 EM DOVIDA A REALIDADE DA OBRA stomatal, sae apr sone pe Eee MSM Goe porate ate TAD, a lem dees en cose Péctiva e indirectumente a impres: ia OT do organic. Em qualquer oo ual fechou,legitimamente a primeira (ver Jean Ricandou, Problémes #10 do A radearte? Um slo do chr dear? Um logo Ua coi que aputtnda poderanes UMS sre que ain exenae se tealidade histérica € menos parecida com uma exposgfo Ea, du Seuil, 1967); a excolar ead as que, tl besa de Zeus, adomada 432 gotontto da veriade © das coins seine ‘Sateatco sro, apenas o€aquilo que ena breve o instante musieal Conceaede extemo, Tato. Nunes Spee nabs Mi, Le Dec Raas, Ti bra tevegerasto esp lo fnacon de Loe th, Abia Mle ed p Be et 1 eos Se mica aes deleeweméscoumas ae —____ a ‘conhecido por causa de uma notével reportagem sobre as prisSes de trabalhos forgados da Sibéria, e cansagra 0 seu novo livro ao estudo conjugado da nova getacio ~aquela sobre a qual Turgueniev tinhajé escrito ~e de um caso psicolégico Interessante: ide um intelectual, autor de um crime macabro. Terfamos toda a razlo em considerar Crime e Castigo como um romance ralista.O sucesso ¢imediato na Réssia; Dostolewski prossegue no seu rumo e torna-se, em pouco tempo, um escrtor escutado, em grande parte por causa das suas idelas politicas¢ religiosas, ‘completamente reacciondrias, que exprime tao bem numa publicagio & parte, 0 Journal d'un écivain, como em certs ocrncmat (a Recurea) eznudoy, jurado (de um procta t. na sean moe fdas sve ruler de quem ait fo, no psd, por breve met Sn ‘mute. Compreende fe ead tent, ‘soa ida curd De ‘Sleconagarseses tmahey qe ¢ conde ‘adh eens pt + Sibel Mes ls no perece eter contre fomele dos seus romances. ‘rime e Castigo, 208 nosso ollos,jé ¢ um romance em ruptura com oesqueéma tradicional, quanto mais no sa pela falta de um autornarrador que, como em Eugénie Grandet, ‘poceria explicar ao leitor tudo 0 que € preciso compreender, faltaum prologo, que exlicaria com precisdo quis os desvis intelectuals que Raskolnikov sofreu para chegar & dela do crime, Fata uma andlisepsicoldgica convincente. No € por falta de subtilidades. Os mobiles do her6i séo longamente , que simboliza bastante ™alt misersvel to orien mango poraoaion a Ofte I 4 Saas ‘ROMANCE SIMBOLISTA? ipvepte: epee Descobrimos, com ae ie Simbotsmo francis den eae gus ovens poetas do Se, ® Pie soko ances, ‘Samba cne ence = Brecon tana mos gta an de Sone ca Seti (tear Done eye Mea ede ct Pelo facto de o motive de A Desconhecda nde lao na poesia do su autor Bok cong no pas Poemas mais eebes (ext 3) a de ao esta Homenagem estélgada a crenga na Hemmicnoa. Outros mundos, crenga espalhada pelo simber Fac TSo, muita veces sem relaglo com um dogee, eligioso “s mage de om poe in Abandre Beak reve ut cut dae esr ese cet yNanana Keren Ox. | Yarn ex ue, | a Ges yao, 8, ‘au aya wy Ona caaiven xa. Woeor spear osepwan feympyrve wea, W unma ¢ apn eps Wasonmaas ar pyc Werpaaon Goocren saxon, Guo sa ren sya. | Wooxy Soper piesa i Hoapommnn, ‘ays ai Mae LOpy Sea, Mie shoo came wy evo, Woce yan en says 1 pono remoe ma, Weepatcreze capewe oes kanes ory, Move cntve Geos Uperyr as anshuew ory. Boe aye sexs coepomaue Hem myers we! sano, tae waste ‘seeun:wcrnes wate, ‘usps: Br, Coffe cena, Moo, 18 tomo 2.88 FANTASTICO E MONOLOGO INTERIOR Dostoiewsk faz parte dos inumertvelsantores em quem pensamos quando TEXTO 3 | Hesiaxomka (A DESCONHECIDA) fdexnn ne veces lass eeu hc nt | Stasaro wana comes wo (user que toa asontar?) sa soa apetirmente vest desea ‘pase nn ba sjancl ohado tment por cre obec, sem que cs alguén a ronan naa Si de pce ro eed (Steps ect cml da decade oe 2 coro, Sex ches de lamas eas same mio in, Se des ccs eats Fesimcospor expres estan, sms ‘los stavesam 6 seu Feu de Tuo © velo ‘mars ste tants e mrs rages, Obicuoesegredossfoame condos conta. fameneo a0 de algun, am vinko amg lnpregnou toda a eas da aha lnm agra as pumas indinamse, balan 20 me ctreio eos clos tal, isons foresee ong, 8 bia ‘minha aa eonde um lsouo de que apes eu tenho 1 chae. Tens Talo, mot {Boro bebedo,Eusekobens «vedi 0 vinbo, ‘sua identidade mundana, num saber geral sobre o unlverso, nfo interessa, Tratase ‘de viver, imaginariamente, o encontro com o desconhecido, nfo de adivinhar do (que é que strata, de o transformar em conbecido. Voltamos a encontrar aqui o enigma com que terminava o poema de Baudelaire ‘Harmonie du solr, que se volta a encontrar no ultimo verso das «Voyelless de Rimbaud. O importante € nio se saber a quem se dirige © possessivo de «ta Jembrangar, de quem fala 0 possessivo de «Seus othoss trata de monélogo interior 0 do vidvo avaro ¢ brutal que se abandona 205 #5 ‘pensamentos,dlante do cadaver da mulher, que se suicidou, em Krotkaa (La ‘tema ver com esta técnica, | a etme G2 memento em que ¢apicads, pelo menos 4 cetae paginas maa ol i = im aon aa ge ncaa Ss mate ‘oan Soto sanmepeanoy Bisse perce 0 smd, on atindies, tas Sah ence Fone tem, em mis, um seri then fom nae , iy toon co Rimbaud, sem dvi, conheca, SMe oma pet lero wo doe Si en ef Fm Wake i = ns 60 uando delxamos Ulises pare orem es eee “s mente ainda nos convencemos $i i ‘npr ne sentido musical do temo, é bastante Soikisoreaees, pont de tomar fan deg repaid semanas pace ora tua por ves impaticve: Umaga dae fase sa worios que Joyce empregou, na sua titima SPA romsnce ob, € a fames a spalava-malas, posta lel pesos Pane or Leis Cal, em Alc atraes da pe, Solas fat Brats A A ec a linguagen ¢ pee, guar liga, Set ct ticularly does se &, desde a Idade Média, se men. fr curtpeaede qseaines i ettins Baktine ‘bax darn seoeg ams tate EN 1) Da tate anaes eee aun Dostoiewski, ts, Ed. du Seuil, 1970; e Problémes dé la een ear ee aoe ‘poétique de Dostoiewski, Lausanne, L’Age homme, 1970 MONO restores ims completamente tere, em Danone fe soe ee aad LOC ‘od Dost ing aS ce al name noma A | una alii oc oa Sess co Me Blom el a ee i wand OS om os eg at rated hae tnt ineracociaee eae | Sime Ongena Cys arene Cre Goce 4 regents, sem conta com umn ‘sale. No, he's going on straight. Hello, Leah tonight na casa Cléry. Nao, continua a direito. Oth. Esta. ‘Atimero «incalculévels de Sc Rnd Moe isbn gins Baan es Gs ea am {RmBeM AO convenient oar ue yefertncas (eto 5). Metical at i tcp Tiel dae Si moreno eni0 tar dass en ‘he was a woman, Wiy Ophelia commited — Travesti Se calhar ele era uma mulher. Foi por isso. Periodizago, SGD orpnlioe uate re queSineti Repl Connon ‘Batman in that! Outside the Adelphi in Landon tanto de Kate Batman nesse papel! Esperava a tarde fil afm ero tyra do Mem Late pa late fe indi tsWhet cue io omens Eiht ne Macca, nen eaten ma? Paci Eithnserhewseleytiisarvhot set Hs Raqo NAc epee telind ooh maple aeons Sneha ue ee Aan gh FS ge ns fe “Seb vc ce ne nbernscmnaea rene cof hanno er foes Kan Avro Ogos de Eerie namin in geen me ag foe (fr not Be Cath essen tina pe Bayle dap bap cop Cllr pti a Fro am dt i te fen hase Tatas Steet Rep Rs men! a cn | ‘Wel pepsi was th best for hi, {erento o qr paral er aca, Nae sj as Thea ost St Me nen! eo Sakae, mb O ROMANCE A VARIAS VozEs ‘Em geral os escrtores: como oe pres cOm0 dz &winflutncia de Dostoiews casas see PEN ri ae es ‘en tau fanen de agate Mee _-____. Ser ade Line de oe TxOs | ee POLIFONIA ‘uta form de montog ine a pimsa peso sem porto dares inc tnd) alti eins b agp iin hr vad se Sgt te en 0 Bik ermasizentiy adnan eet aaron ts tia sobre 0 ‘ithe inking of me or ding ain tho etapa ue de Alem anal We ani aera) te | hi tat flere said he bough he snl of qulbedd anita gue aco tina coma 2 obscurtads Man and bes frien. Thewina co lado mar isa jo 4 pinto pero da, Some ind of dnt why ur praps thee cra sna bebia quero Wy a ikon them toe nt dong oramthing Or nano pero da beira ds estrade.Alvem ‘reptindy path sicher suprihiony St ereagaiopes opus spece om fra kal ea eat Aa tas pa ge ernes coe orien rch otinggrorondslow — cancers er qu pia a {SIS pra a Whe CASULA Me Hates en lo ss ‘Sensei tener bis ai vith Ss bis rw sme ee com ect Porth ste spaensees HENY hares como que um des Se ass ee oes taxed th my rte teu or le il bee Gas theft vt folshot ou ogue que ue sau apes spent father that bad hsp rg sums com sctins una vez poe ree of) td ma sola dis ports, Jardins nosogice ih fiir be had ale could dao ey inse? 29 cop dae meccano que aha um qb e = onc. Pinna wine, Di deft Deus, p chara Pas es om fling asp afer the lst time we ook the rede sos com o pape ue ve eo aul Haber inc Sed. 1964 p44, std a nota sponded de EN pe a a fl ay ys roe cmc ‘ada esalutar?O lou daca anbe oe fata andre maton legs tnporoe puna cat apo heme mas cas scat de entrar Sin porge c esciaobem embene ota tances de Pp Lar ‘lend domi can ps searedesetergleme Cag ned Ga em a fantom onus iene Cine cpa enero Daa weigSsA0) «pyre (toguta. Qaiquer tsducto ¢ interpretagio SSA often aman de roan ere A impressio € muito diferente com alguns des romances de Virginia Woot, cndea tfenica da nario é completamente criginal.Em Ms, Dlloway,umahistra {Que quase se poi dizer que se pasa em tempo ral, parecem sem onlem aparete ‘ios personagens que, muita Wezes,slgnorem ns aos outros eem que cada um repisa as suas reconiales 8 media que se ocupam de coisas quase banais. As trasigesfazemse geralment pelo detacar dos casos da Greulaclo na cidade: doispersonagens cruzam a namagio abandonaaquele que estavaaegulreagara- road out, com una desert al que rena x graves romances decvaaia. Yoltaremos a encontrar esta habilidade no pequeno romance que Marguerite Youreena fez vis vezs, Dene du re, do qul seria absurdo dizer apenas que conf as aventras de uma moeds, de tal modo ¢ grande o ndmero de eases, de Ccincienclas, que estabelece entre peronagens ge podem munca se trem visto, Sobese que Marguerite Yourcenar duc pm frances Les Vague, sim como Charles Mauron se tinha consagrado a traducdo de Orlando. Romance fantastico ‘em que fos x6 este Orlando, cujo pesonagem vive tezentos anos, é no tempo de Elizabeth, um jovem encantador, cheio de arrebatamento ¢, em 1928, uma no menos encanfadorajovem que renunciou 30 poema comecado ts scils antes, Fantasia A margem da historia de Inglaterra, alegoria, jogo de mosaico, Nao é de espantar que depois deter eguio,palavaa pala, uma tal obra, Chaves Meuron tenha apereioado a sua feoria das metaforas, um teebalho que preston grandes servigos & leitura de Mallarmé (Charles Mauron é autor de varios estudos sobre Mallarmé, entre os quais Des métaphoes obsélartes au mythe peromel, bre Jost Cot, 193) ‘The Wives (ies Vagus, 191) wil todas as femal. J expeimentada em Mrs. Dalloway,atcnia do monslogo interior équaseexlisivamente dominane¢ ‘marca sea carder affontosamentereisa ao mesmo tempo que he dé um aspeco absolutamente artificial, no melhor sentido do term. Os textos regularmente introduzdos, logo depois das primeira palavras, por um infercslado mondtono iz Berard, dia Susan... sio agrupados em captus que separam passagens de prosa poétice, que descrevem a luz nos diferentes periodos do dia, som que sea possve! saber quem. 1 fala. As falas dos mondiogos sf suposts no serem ouvias por ninguém; sio eventualmente pronuncladas, mas interiormente, durente uma conversa'em gue ninguém € Sues Gest, Anaragi estendee por um periodo de vres aos Mwowdain era os personagens desea infinca ata velhice Um stm (832) sdesope imenso de lembrangas, que mince temos a cerera deter ince erent. mente exlorado, faz volta meméras,evoa sons, obs, ‘oir 1968), que conta coisas possiveis que nunca se realizaram. A cena que poderia aaa fects de um resultar € regularmente evitada, certos acontecimentos muito Pirsmns” importantes quase nem sio weeds (texto 6). ‘quimista e nto Coisa estranha, sucesso do livro fol imediato e notével, conformist (d'zwr® embora menor que 0 de Les Années (The Years, 1937), 0 romance TESA UREN, seguint, de tipo muito mais clésico, worenat Mago 090856. TEXTO6 DEPOIS DA

ta cramietlovoajrb wt todo oma desta tera, toda s nos map, ‘cep, orepoe wasosne c9COH bec wept desaparecerem numa misericrdla que val {ao Ger ao, extn, cto, indo, no waa ‘ax sucka, fepyn, egy. (Burger ey etemaedoce,comoumacarica, Acedia Tunrowciens} Bessa Geamalanne Bavaro toni... time (roams cue) To we sax ncooed (Ela emaugahe os thos com un leno) ‘cnn psocre, no novo, atatBasa, room. Pobre, pobre to Vanka, tu chr. (Por ee Nucorsonvex.(Oowemer oro) Micorsaxseu! gras Tinto vet mula algris nai sus des, to Vinla, dela. Nés descr: wnt Dans Se. Tmo mss) Ne ea oor Tor, 0 Vie {ale a pena lembrar qu, neste rout, Yess fol um tanto influent aquilo que conhecia do n6 japonés, através das tradugSes feitas por Ezra Pound tal ‘como no caso do Hatku, uma ideia que vem de longe; fez dela um uso alangada: eremes um sal eacestco no destino de Bayreuth: o eo wage santo em tempo, da pasta de carte dos anal Sv tora dp do fim do nazismo, no proprio simbolo do despojo: os cendrios desaparecem, | ‘como os acess6rios, o vestudrio ¢ reduzido a mantos compridos, os projector fssumem uma fun primoral, em qualquer preoeupasfo de procul econ | ss ‘autor, em estreia mundial " ‘blew, do mesmo recht Elektr, de Hugo von Here ee & tnd ele que encena a Bal (158-35, f NeturdSiauswansoumem dpea, MCPS OS et z Antes de e tomar no Ubretista titular do Bape eo ees Thm (Tr Gu Hotmail cee eee Ea, sine moana cams mt” Seg ™ bs ron, A vida é um a seth fea ode ny Sea, le Claudel a mi TBs otealin desde uses ges ink, Bae Groncas lau eos an Sem divide que o teatro deb recht, cuja incider @*iErans em elo auio que eho dgus reget Mime Guerra perl obedece a princpios completamente die, Salty. demonstragdo da realidade. © famoso Veriemdugsefft, ox 0

You might also like