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CRIMINOLOGIA AULAS DE 1a 13 CURSO DIREITO Estrutura e Funcionamento da Disciplina On-line Unidade 1 Criminotogia: Evolucao © teorias Aula 1 ~ ¢ nlogia como Ciéncia Aula 2 ~ Ar ise Histérica dos Melos Pu ivos € do Controle Social Aula 3 ~ Positivisino Aula 4 ~ Escola de Chicago: Teoria Ecolégica Aula 5 — Veorias Subculturais e do Coutiito, Aula 6 ~ Teorias do Processo Social Aula 7 ~ Neoliberalisine e Tolerancia Zero Aula 8 ~ Abolicionisina e Garantismo Penal Unidade 2 — Tey ctiminotsgicos Aula 9 ~ Politica criminal de drogas Aula 10 ~ Teorias justificacionistas e evolucdo histériea Aula 11 ~ Sistema Carcerétio Aula 12'- Pena: Teotias justificacionistas ¢ evoluco histérica Aula 13 ~ Midia e pot ica criminal Consideragoes finais soma ue coveugho oa 05 06 0 n 7 20 23 27 33 36 38 38 44 50 83 7 4/87 Aula 1 Criminologia como Ciéncia {Gabe definit a Ciiminologia como ciéncia empirica e interdisciplinar, que se ocupa do estudo do crime, da pessoa do infrator, ia vitima e do controle social do comportamente Geltivo, e que trata de subministrar uma informagao valida, contrastada, sobre a génese, dindinica @ variaveis principais do crime ~ contemplado este como problema individwel como probletna social.” (Garcia-Pablos de Molina) METODO: a ctiminologia € uma ciéncia do “ser”, ou seja, visa entender e explicar a fealdade, utiliando-se para tanto de um método empirico ¢ indutivo. Empirico, pols analisa a realidade através do uso dos sentidos, onde os dados coletados S30 coneretos, materlaimente verificévels (uso da estatistica) e é indutivo, pois em deconéncia ey cbservagao de premissas especificas ¢ possivel se construir uma teoria genérica capar de explicar determinado fenéineno. Diterentemente do direito, caracterizado como, uma ciéncia do “dever ser” @ que se utiliza de um método légico e dedutivo que parte de uma premise gerat (a lei) para chegar a uma conclusao particular. Enquanto o direito valora o fato, defininda-o ou nao como algo lesivo para a coletividade, a criminologia 0 analisa e explica, como uin fendmeno real, OBIETO: 7/87 Dependendo do interesse do pesquisador, o objeto da criminologia pode variar, via de regra, dentro dos sequintes temas: COcsiminoso; neste tema tenta-se explicaro seu comportamento, sex psiqisme, suas motes. a coissnpabiscns oy, até meme, Aina, através da vimologi, edocs que estuda seu compotament, sua posto frente 20 agente celaborago para com a prtica do ctine. (0s pracessos de cininalzacho, prt dos estudos mais modernas ca chamada cininologia cia, qe Vn cme hteresse eta ua os ctéros que levam un dergdente ase nserdo to stem penal.“ 8/57 Ome seen pv asm. tama pol a eo shina arcs de apg de pena. Go FUNCAO DA CRIMINOLOGIA Act ninalistica serve de referéncia tedrica para a implementacdo de estratégias de s utilizados pelo poder piblico no controle da politicas criminais, que s80 método: criminalidade, Exemplo: ma dest patio al 6 poder pobre cen ut Orns asi o miner de Seton. Go 9/57 DA INTERDISCIPLINARIEDADE Assim, a criminologia, além de ser reconhecida como ciéncia, também 6 considerada interdisciplinar, uma vez que para qualquer dos objetos que se destina estudar, poder fazé-lo sob varios enfoques distintos, podendo se apoderar de diversas esferas do conhecimento a fim de melhor entender determinada situacao. Filoso' Pode ser estudada a fim de questionar os paradigmas de controle ¢ as escolas existentes como, por exemplo, no estudo das teorias que fundamentam a pena. Historia: No estudo do desenvolvimento das praticas punitivas, da pena e do direito penal; a compreensao da Inquisicao; a relevancia da escravidao e suas permanéncias no cendrio atual do Brasil Sociologia: Para a compreensio do crime como fendmeno social; 0 estudo dos grupos © subgrupos que compe a sociedade e seus valores; entender como a mobilidade social pode Influenciar o crime. Biologia / Psicologia: Verificar os fatores bioligicos © psicolégicos que influenciam o criminoso na prética do crime; 0 neo-positivismo e a busca do gene da violéncia no cédigo genético humane, Economia: Entender a influéncia da economia na tomada de determinadas politicas criminais; no estudo dos crimes econémicos e transnacionais, como de lavagem de dinheiro e ambientais; na influéncia das diferengas sociais como fator criminégeno. Nos critérios utilizados pelo legislador no momento de legistar matéria criminal; o papel do judicidrio na seletividade do sistema penal; 0 uso do direito como instrumento de poder. 10/57 ona mars Para saber ais, lela: eae, Alessandro. Criminologia critica @ critica ao direito penal: introdugéo & Sociologia do direito penal. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 199° COSTA, Alvaro Mayrink. Criminologia. Vol. 1, MOLINA, Antonio Garcia-Pablos de; GOMES, dos Tomo I. Rio de Janeiro: Forense, 1982, Luiz Flavio. Criminologia, Sao Paulo: Revista Tribunais, 2002. SHECAIRA, Sérgio Salomao. Criminologia. Sao Paulo: Revista dos Tribunals, 2004, Aula 2 Andlise Historica dos meios Punitivos e do Controle Social ee Fd Hiro sto diveite penal e inline Wade lL t “Ao longo de milénios, vem surgindo uma linha demarcatéria entre modelos de reacao 05 conflitos: um, 0 de solucdo entr © @5 partes; 0 outro, o de decisdo vertical ou Punitivo". (Eugénio Raul Zaffaroni e Nilo Batista) Leia os papiros a seguir: 11/57 ‘meron ae coveagho Na verdade, essas medidas sio © que nés chamamos de leis penais simbélicas, cosméticas criadas para saciar determinados reclames sem, porém, ter a capacidade de Fealmente alcangar o fim proposto. Foi o que ocorreu com a Lei de Crimes Hediondos e 0 Estatuto do Desarmamento. Lei de Crimes Hediondos htto:/ /wyrw.planalte.gov.br/CeD Desde o seu nascimento, tem varios de seus dispositivos questionados quanto a sua constitucionalidade, j8 tendo sido alterada pela let 11.464/2007. Surgiu com a promessa de. coibir. crimes’ barbaros (hediondos) e, ainda que de forma incoerente © desproporcional, definiu como hedionde, por exemplo, 0 trafico de drogas, que é um crime de perigo abstrato endo 0 homicidio doloso simples, que é mais grave, ou seja, hoje @ punido com mais severidade aquele que vende um cigarro de maconha para alguém do que se vier a maté-lo. Estatuto do Desarmamento http://www, solels.adv.br/armases! Intencionou reliraro crime de porte ilegal de armas da competéncia dos juizados especiais criminais e torné-lo inafiangavel. Porém, na campanha do plebiscite fol interessante observar 0 uso do medo para ndo se proibir 0 comeércio legal de armas: O NAO, que defendia a permanéncia do comércio estava perdendo quando nas Ultimas semanas utilizou-se do argumento de que se fosse proibida a posse de arma dentro de Casa os bandidos teriam certeza de que os cidadaos estariam desarmados €, por isso, poderiam invadir nossas casas a qualquer momento, 0 que levou a vitéria, tendo em Vista o medo criado na populacdo por tal perspectiva. Podemos definir esta espéc: : de lei Como ilegitima e inconstitucional por ferir o principio da idoneidade, 0 qual decorre do proprio Estado Democratico de Direito, que significa que todos os atos do Estado devem Ser iddneos, aptos a satisfazer a meta declarada, caso reste verificado que no ha tal possibilidade 0 ato seria inconstitucional. B\ Merve erovosia Diarlamente os jornais noticiam manchetes que colaboram a criar a inseguranga de forma tendenciosa e intolerante. Pesquise e exemplifique com uma manchete desta natureza (e sua respectiva matéria). Posteriormente, disserte analisando criticamente 0 material usado ~ demonstrando qual fa idéia se dleseja transmitir ~, que conclusdes se deseja que o leitor chegue, bem como Gue medida politico criminal tal informagae pode influenciar e como tal medida seria simbética. 35/57 possul determinadas caracteristicas que a colocam, ainda que inconscientemente, numa posig8o de maior vulnerabilidade, 0 que se denominou indice de periculosidade da personalidade da vitima. Esse indice pode ser exteriorizado em determinadas caracteristicas, tais como: ansiedade, agressividade, sentimento de culpa, masoquismo ¢ ego fragil, caréncia. © inicio dos estudos se aproximou muito das idéias de Lombroso que sugeriu uma espécie de vitima nata, que possul uma predisposicao a se vitimizar. Pocemos citar como exemplo 0s casos de meninas que usam roupas decotadas em busca de atencio & por isso s80 mais vulneraveis a0 estupro, ou as pessoas que andam pela cidacle ostentando & falando em seu celular e acabam sendo furtadas. Segundo esta teoria, a vitima se dispés aisso. Modernamente, contudo, & possivel analisar hipéteses mais coerentes em que, de fato, a colaborac3o da vitima é fundamental para a pratica do crime, 0 que poderia até influenciar na culpabilidade do agente. Alguns exemplos: © ‘esées corporais, quando houve provocacies da vitima em meio familiar ou profissional; eutandsia, com 0 pedido da vitima; acidente de transito, quando a vitima foi imprudente; no caso de corrupsio ativa, tratamento médico fraudulento quando 0 paciente & hipocondriaco e exige que seja medicado SD sata mars No Brasil, 0 professor Edmundo Oliveira é considerado um dos principais representantes da vitimolo KOSOVISKI, Esther; SEGUIN, Elida (Orgs.) Temas de vitimologia. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2000. OLIVEIRA, Edmunds. Vitimologia e direito penal: 0 crime precipitado ou programado pela vitima. Rio de Janeiro, Forense. 2003. on : 52/57 Vitimologia é a parte da Criminologia que estuda os fenémenos relacionados & vitima, seu comportamento, sua génese e sua relacéo com o vitimizador. No que diz respeito & teorizacaio do contetido de seu objeto de estudo, hd duas correntes de pensamento, distintas em conceitos e aplicagées praticas. Sao elas: 1, Escola assistencialista 2. Teoria do crime precipitado pela vitima 1, Escola Assistencialista Foi criada em 1950 por Benjamin Mendelson (professor © advogado criminalista israclense, Mendelson foi vitima do nazismo), ao verificar que ndo havia, até entéo, qualquer estudo ou mecanismo de protecao as vitimas. A Escola Assistencialista define vitima como todo aquele que se encontra numa posicdo de maior vulnerabilidade a determinada violencia. Percebe-se que tal definicdo possul um conceito bastante amplo, incluindo menores abandonados, indigenas, populacdo carceraria ete. Por meio de estudos e pesquisas sociais, a Escola Assistencialista busca influenciar mudancas legistativas, propiciando a criagdo de leis que criem maiores condigées de amparo as viuinas (Cédigo de Defesa do Consumidor, Lei 9.099/95, Estatuto da Crianca € do Adolescente, Estatuto do [doso etc.) e com’ o apoio a instituigdes de cunho assistencial PD awn ins No Brasil, a professora_e pesquisadora Esther Kosoviski é uma das principais representantes da Escola Assistencialista. Leia Indios denunciam exploracao sexual infantil em dreas préximas a reservas, re~>rtagem de Marcos Chagas, da Agéncia Brasil (http://www.agenclabrasil,aov.br). Existem meninos de rua?, artigo de Irene Rizzini para o site Rede Amiga da Crianga. (http://wwew,redeamigadacrianca.org,br/artigo_meninosrua.htm) 2. Teoria do crime precipitado pela vitima Criada por Hans Von Henting em 1948, defende que algumas vitimas possuem uma funcao crimindgena, as chamadas vitimas por tendéncia, Segundo esta teoria, a vitima 31/57 meron ve eoveagho a ATIVIDADE PROPOSTA “po 0 Aproveite 0 conhecimento adquirido nas duas aulas que acabou de estudar e debata, com seu professor e colegas de turma, a seguinte questo: Geraldo, condenado por tréfico de drogas a sete anos de recluséo, cumpre pena em regime fechado por ser reincidente. Na cadeia, dorme em uma cela cinzenta que cheira 20s dejetos depositados no buraco em um dos cantos junto com mais 3 rapazes. Freqtientemente tem seus pertences revirados pelos quardas ¢ quando propés a melhora da biblioteca teve como resposta de um dos guardas um sorriso de deboche: “de que servem livros para animais?”. As péssimas refeigdes eram servidas sempre no horario, assim como o banho de sol ¢ 0 recolhimento para as celas. Conhecendo um traficante mais antigo, jé acertotr um novo fornecedor para quando sair: Assim, é possivel a ressocializacéo do condenado no Brasil? @D sA080 mais FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir. Petrépolis: Vozes, 2000. THOMPSON, Augusto. A questo penitencidria. Rio de Janeir Forense, 2000. VARELLA, Drauzio. Estagdo Carandiru. So Paulo: Companhia das Letras, 1999. Aula 12 Vitimologia Eek ec) lestudada pels: duns correntes tesrica: |p sitinotoain 50/57 * Seguranga: o preso encontra-se mais exposto a exploragio dos demais, pois no pode denunciar 4 autoridade ou enfrentar 0 agressor, sob pena de represilias pelos outros detentos, * Dificuldade de manter relacées heterossexuais: dependendo da duracio da pena, € muito dificil para o preso manter um relacionamento com alguém de fora, © ambiente opressivo do claustro gera multas caréncias e depressdo, 0 que leva alguns presos a manter relacdes homossexuais dentro da cadeia. Influenciada pela disciplina militar, a cadela € © que Michel Foucault chamou de Instituicdo de sequestro. Uma disciplina que também serviu de modelo para fabricas, escolas @ hospitals, locais em que © tempo e 0 corpo dos que deles participam 80 submetidos a um regramento quase absoluto: tempo para entrar, hora para acordar, Para comer, para tomar remédio, para tomar banho de sol, para visita, para dormir. No caso do sistema carcerario, € um modelo que nao ensina como viver em sociedade. Pelo contrario, quanto mais tempo o sujeito passa na cadela mais ele desaprende os valores © as pautas de conduta da vida em liberdade, Estatistica prisional Rio de Janeiro: © Estabelecimentos prisionais (contando hospitais e casas de custédia): 42 © Vagas: Homem ~ 14.74; Mulher ~ 1.284 © Populagio carcerdria: 21.224 presos (65% de negros e pardos) Brasil ‘* Estabelecimentos prisionais (contando hospitais e casas de custédia\: 922 © Vagas: 296.919 mil © Populagao carceraria: 206.559 mil “E a vida, na penitencidria, rola, morbidamente, em diregéo ao nada - os meios transmudados em fins, os fins relegados ao mais completo esquecimento”. (Augusto Thompson) Importante: Fara ampliar sua aprendizagem sobre 0 tema em estudo, lela a reportagem Penitenclaria e Estado Criminoso, com depoimentos e andlises dos advogados Eriminalistas Dr. Nilo Batista e Dr. Augusto Thompson, Ela esta disponivel para download ha Biblioteca da Disciplina, secao Material da Aula, 49/57 Os que dela participam sao o diretor, os guardas e os presos, dos quais falaremos a seguir. 1. Diregdo: Em regra, € formada por membros das camadas mais privilegiadas la sociedade, sendo um cargo de confianga e, por isso, transitério, Segundo Thompson, ao assumir sua funcio o diretor busca adotar medidas para ressocializar os presos, mas percebe que possui varias limitagées, por encontrar-se num sistema j4 em plena atividade que, se sofrer alguma mudanga muito brusca, pode gerar duvidas que levem a um colapso. Também depende muito dos guardas, uma vez que sio eles que mantém um contato direto com os presos, mas se Ihes der muita liberdade, pode haver excessos que podem gerar rebelides. Assim, verifica que nao ha reagdo se fracassar nos objetivos de intimidacio ou de ressocializagao. Contudo, pode vir a perder seu cargo se fracassar quanto 4 manutengao, da ordem interna da cadeia. 2. Guardas: Possuem um contato mais direto com os presos, também nao podendo thes ser cobrado © papel de ressocializar, pois suas funcdes sao incompativeis: punir e recuperar, conseguir sua confianga e trancé-lo, efetuar revistas. Outra caracteristica € que na cadeia tudo é proibido, salvo 0 que é expressamente autorizado, ndo havendo, portanto, senso de dever. Como a guarda, em inferioridade numérica e desarmada, consegue manter a ordem? O principal instrumento disponivel é a capacidade de influir_na distribuicio de sangées disciplinares e recompensas, presentes no regulamento ou nao. 3. Presos: ‘Tudo 6 organizado para que se sintam parte da camada social mais baixa, moralmente inferiores e rejeitados (trancas, revistas, uso de cores neutras). Além de sua liberdade, varios outros bens sao atingidos pela prisdo: © Autonomia: o preso esta obrigado a seguir ordens, sem direito a analisa-las, julgé-las ou compreendé-las, tendo sacrificada sua inicialiva, qualidade tao relevante e cobrada na vida extra muros. Intimidade: passa por revistas didrias, tanto pessoal quanto de seus pertences, inclusive noite (incertas), tem suas cartas lidas, ndo havendo a possibilidade de desenvolvimento da personalidade do sujeito, Assim, adere a uma cultura de massa, pois nao ha mais a nocao de propriedade e nem de individuo. 48/57 Aula 11 Sistema Carcerério Teese tacle Segundo 0 art. 1° da Lei de Execug3o Penal (Lei 7.210/84, disponivel no link: htt://www, planalto.gov.br/ccivil/leis/L7210.htm), © nosso ordenamento adotou a teoria felativa da prevencao especial, segundo a qual a’pena deve buscar a ressocializacio do condenado. Poréi, no é isso 0 que se observa Tentaremos fazer uma analise da pena privativa de liberdade dentro de um modelo ideal, uma vez que 0 fracasso desta espécie de pena & comum a varios paises. Para constatar tal realidade, um dos dados mais relevantes € 0 indice de reincidéncia que gira em torno de 70% tanto no Brasil quanto na Suécia, pals desenvolvide que nao alcanga a ressocializacao almejada, mesmo investindo em uma das melhores estruturas de presidio do mundo. Mas, primeiramente, uma questo: A reincidéncia, sendo a prética de um crime jé havendo 0 transito em julgado da condenagao de outro, poderia se configurar numa agravante da pena conforme o art, 63 do Codigo Penal? Nao haveria um bis in idem? Se houve reincidéncia, no se demonstra 0 fracasso do Estado em ressocializar? Na pratica, ocorre que os operadores do sistema iro orientar a aplicagdo da pena segundo aquilo que Ihes é cobrado. Ou seja, 0 poder piblico e a coletividade possuem outras preocupacdes no que se refere a aplicacio da pena, o que originara metas informais que tornar-se-ao fins prioritarios: impedir fugas e manter a disciplina, evitando rebelides. Assim, a fuga de um preso é vista como um fato pior do que » sua Feincidéncia, a qual também seria uma falha do Estado. Sistema social da prisio Trata-se de uma sociedade dentro de outra, com um sistema peculiar de poder totalitario, na mao de poucos, com impossibilidade de simbiose, baseado na forca ¢ com uma cultura particular, 47/37 meron we coven, Na Idade Média havia a priso de Estado, voltada para os inimigos do poder. Exemplos dessas prisdes foram a Bastilha, em Paris (Franga), e a Ponte dos Suspiros, em Veneza (italia). Nos séculos XVI e XVII foram muito utilizadas as penas de galés, nas quais o criminoso era condenado a trabalhos forcados, preso em correntes. Havia, ainda, as casas de correco, oficinas que exploravam a mao-de-obra de pequenos, delinguentes, vadios etc. Por fim, houve o caso dos hulks, navios enormes utilizados para deportar os degredados ingleses para as colénias. Inicialmente os condenados eram enviaclos para os FUA, pratica interrompida com a proclamagéo da Independéncia norte-americana, em 1776. A partir dai, a Australia tornou-se a coldnia escolhida para receber os degradados ingleses. Porém, por ser bem mais distante da Inglaterra do que eram os EUA, para a viagem nao se tornar inviavel economicamente era necessario esperar lotar 0 navio de condenados numa espécie de “lotada”. A espera, porém, implicava em novos custos. Assim, 0 dono do navio comeou a explorar a mao-de-obra dos condenados, aluigando-os para o trabalho na estiva do porto e em terras vizinhas, 0 que passou a gerar um lucro maior do que jé ganhava pelo transporte. Dona mars BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal: parte geral. S30 Paulo: Saraiva, 2003. CARVALHO, Salo. Pena e garantias: uma leitura do garantismo de Luigi Ferrajoli no Brasil. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2001. RUSCHE, Georg; KIRCHHEIMER, Otto, Punicdo e estrutura social. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1999. ZAFFARONI, Eugénio Rail. Em busca das penas perdidas: a perda da legitimidade do sistema penal. Rio de Janeiro: Revan, 1999. 46/57 Assim, urge definit uma teoria que efetivamente aponte a finalidade da aplicacao da Pena, sob o risco de esta ser incompativel com um modelo garantista de Direito Penal, Teorias justificativas da pena Ae longo da histéria, surgiram varias teorias que tentaram definir o fundamento da pena: Folneri® absoluta ~ Presente na Tdade Média (periodo histérico convencionalmente {Slimitado entre 9 inicio da desintegragio do Império Romano do Ociderte «seein vy, Az6 d. ©. - e 0 fim do Império Romano do Oriente, com a Queda de Constantinopla © Scculo XV, 1453 d. C.), entende a pena como um instrument de castigo, apliesde reo. (onpreeagnnT? retribuir 9 mal causado pelo delito. Posteriormente, j6 no Estado burgués (expressao convencionalmente usada para referir-se aos Estados dee eemenes capvalistas modetnas, estabelecidos a partir das revolugées burguesas dos séculos Xvi Visas seta, Rot exemplo, a Revolugao Inglesa de 1689 e a Francesa de 1789), a pena visava retribuir a desordem ordem publica, 2. jranrim relativa da prevencio geral — Pare a escola ciéssice, 9 pena & um veut? de intimidage, usado para inibir os demais membros ‘da. sociedade praticarem crimes, cise ene felativa da prevensio especial - Origina-se com 0 Positivismo, Segundo oe neataalaeeeghena & dirigida ao condenado, visando a sua ressocializacbo, intimidacas 0u neutralizagao, quando incorrigivel, 4. Teoria mista ~ Busca conjugar todas as outras teorias, 5. Teoria garantista — Visa substituir a vinganca privada. Por fim, hoje Zaffaroni entende, cor no possui base em estudos de Tobias Barreto, que a pena walquer fundamento, sendo um mero ato politico de poder. Importante: fare ampliar sua aprendizagem sobre o tema em estudo, lela o artigo Teorias da Pena, Dre pnafesser Luciano Filizola da Silva. Ele esta disponivel para down'sad na Pirhevece og Disciplina, seco Material da Aula, na Sala de Aula Virtual. Historia da pena de prisio pratituto relativamente recente em nossa histéria, até chegar a0 modelo atual a pena Privativa de liberdade sofreu varias intluéncias. Vejamos algumas curlosidadee: Até 0 século XIX a prise funcionava, na maioria das vezes, de forma cautelar, para conter 0 sujeito que aguardava a sua sentenga ou a aplicagdo da pena propriamente nage Penitenraraahenic? fora criada a peniténcia do daustro, a qual deu origem & expresso penitencidria, 45/57 bare roma 0 eng CARNEIRO, Henrique Soares. Artigos publicados na revista Nossa Histéria. n° 33, julho de 2006, Editora Vera Cruz. CARVALHO, Salo de. A politica criminal de drogas no Brasil: do discurso oficial as razGes de descriminalizacao. Rio de Janeiro: Luam, 1997 BATISTA, Vera Malaguti. Dificeis ganhos féceis: drogas e juventude pobre no Rio de Janeiro, Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1998. Filmes recomendados: Cidade de Deus. Brasil, 2002. Direcao: Fernando Meirelles, Katia Lund. http: //www.adorocinemabrasileiro.com.br/filmes/cidade-de-deus/cidade-de-deus.asp Quase Dois Irmios. Brasil, 2005. Direcao: Lucia Murat http://www.adorocinemabrasileiro,com. br/filmes/quase-dois-irmaos/quase-dois- asp Do inferno. EUA, 2001. Direcdo: Albert Hughes, Allen Hughes //adorocinema,cidadeinternet.com.br/filmes/do-inferno/do-inferno.hitm Bicho de Sete Cabecas. Brasil, 2000. Direcio: Lais Bodanzky http://www, adorocinemabrasileiro.com.br/filmes/bicho-de-7-cabecas/bicho-de-7 cabecas.asp Link: Queda de renda faz jovem trocar tréfico por assalto, diz pesquisa: http://a1.globo,com/Noticias/Rio/0,,AA1361467-5606,00.htm! Aula 10 Pena: Teorias justificacionistas e evolucao histérica Objetive desta Avia doserwahimante privativas debra, ‘A pena como reacao punitiva a uma conduta delituosa, caracterizada por seu teor aflitivo a0 atingir determinado direito do condenado, necessita de uma fundamentacao para que sseja legitimada, principalmente num Estado Democratico de Direito. 44/57 tornou-se uma atividade marginal, fortaleceu 0 crime organizado e do colarinho branco, as pessoas continuaram bebendo enquanto outras morriam nesta guerra pelo controle, Da noite para o dia se percebeu a inutilidade de tal proibico e a venda de bebidas voltou a ser permitida, Numa sociedade desigual como a nossa, em que as oportunidades n&o sdo distribuldas de forma igualitéria, onde 0 Estado é omisso e a grande parcela dos jovens nao possul Perspectivas, como punir criminalmente as custas de tantas vidas uma pratica comercial? Como criminalizar 0 uso quando em dltima instancia o usuario é a vitima do trafico, que € um delito contra a saude publica? Como manter uma politica onde ha mais mortes pelo seu combate do que pela propria droga? Existe um numero muito maior de mortes em. decorréncia da luta armada entre traficantes e entre estes e policiais do que motivados pelo uso da droga em si Darvwnve PROPOSIA Por forca de uma operagao policial autorizada pelo governo estadual, uma favela & ocupada durante uma semana, onde ocorre intenso confronto entre traficantes © Policiais. Nao tendo ocorrido baixas por parte da policia, é noticiada a morte de 19 moradores, tendo 0 governo afirmado que todos eram criminosos e que foram mortos durante 0 confronto, Varios moradores afirmam que “moradores inocentes foram mortos e que 0 governo sé sobe na favela para levar policia e bala”, o que é negado pelas autoridades. Verificando que dois corpos encontravam-se com tiro na nuca, analisando o modelo da operacao e a afirmagao da moradora, identifique a espécie de politica criminal adotada. Esta politica guarda relagao com o movimento de lei e ordem? Quais criticas podem ser feitas segundo a atual criminologia e o garantismo penal @ Awa mars OLMO, Rosa del. A face oculta da droga. Rio de Janeiro: Revan, 1990. 43/57 mesons a covencho Na década de 70, por forca da guerra do Vietn, muitos jovens voltaram viciados em heroina e, com a ajuda dos meios de cormunicagin, a sociedade entra om estado dle panico, enquanto que no Brasil, como aumento da demanda, aumenta-se 0 tratico de drogas e, sua repressio com a entrada cm vigor da Kei 6.368 de 19/6, Durante esse perfodo, apés a segunda guerra mundial, a politica criminal do Ocidente se respaldou numa ideologia de defesa social, ou seja, um sistema de controle social que tem no sistema penal instrumento de reagdo contra a criminalidade. Porém, na década de 80, 0 combate ao tréfico ganha influéncia do neoliberalismo ¢ passa a ser conduzido por uma Ideologia de seguranga nacional. Os FUA, talvez para fortalecer a sua nogo de patriotism, talvez para alimentar sua indiistria bélica, sempre construiu inimigos externos: nos anos 60 e 70 tinhamos a guerra-fria, a ameaca soviética (o que pode ser comprovado pelos filmes de espionagem da época, como os do agente 007). Nos anos 80 foram as drogas (todos os filmes policiais eram contra traficantes negros ou colombianos). Hoje, naturalmente, é 0 terrorismo. Esta ideologia ¢ formada pela idéia de estado de guerra, onde 0s inimigos devem ser eliminados. E 0 que Nilo Batista chama de “politica criminal com derramamento de sangue”. Quem nunca ouviu dizer que as favelas do Rio s80 um Estado a parte? Fssa idéia nos leva a crer encontrar-se em risco nossa prépria soberania, 0 que autoriza toda fe qualquer medida para se impor a lel e a ordem, ainda que haja 0 sacrificio de garantias individuais (como as invasdes de domicilio sem mandado). © que observamos 6 uma politica irracional de controle, cujo problema nao 6 criminal, mas sim de mercado, onde ha oferta e procura. O trafico se resume a alguém que quer comprar algo ¢ alguém que tem esse algo para vender. Tal como ocorreu em Chicago nos anos 30 com a lei seca, onde se proibiu a venda de bebidas alcodlicas. Sua venda 42/57 Nas 6 neste periodo do pés-que forga da guetta, hou era a cristalizagdo do trafico de drogas, Por uma superproducdo de morfina na Europa que n&o foi utiizada, a (qual fol escoadla pela nascente 1 Nova York (Cosa Nostra). > ia italiana a conhecida conexio Marselha~ Havana Na decada le 6G, com o aumento do uso nos EUA de LSD, inicia-se a “demonizagao” tas diogas altav’s de um discurso mélco-jurico a qual, segundo o prdprio presidente Nixon, era consitlerada “a enfermidade de nossa terra”, > 41/57 produzido a partir da quetamina, substancia presente em anestésicos de uso veterindrio, ¢ 0 GHB, que também é chamado de ecstasy liquid. A partir do século XX as drogas comecam a sofrer algumas formas de controle, 0 qual ‘sempre foi legitimado por determinados discursos, tais como: médico, onde 0 usuario 6 considerado um doente, cujo aumento na sociedade se transforma numa epidemia; 0 discurso cultural, onde o jovem usuario é visto como aquele que se opde ao consenso, que age contrariamente aos valores dos homens de bem; 0 moral, que define a droga ‘como 0 veneno da alma € 0 usuario como ocioso, improdutivo e 0 politico criminal, onde a droga é relacionada a outros crimes. restrito a camadas especificas da populacio, como a aristocracia, intelectal delingientes comuns. Porém, ji existiam observagées médicas, me (periculosidade) sobre o seu uso. “> ais ¢ ético-juridicas 40/57 4 maconha entrou no Brasil com os escravos trazida da AMtica enguanto que na Europa era usada para fazer roupas, papel, dleo para lumindrias e remédios, sendo também conhecida como c&ahamo. © maior livro de medicina do Brasil do século XIX (reaee voc NN. Chemovitz) a indicava para bronquite, tuberculose e célicas (tendo sido vende tie pela Rainha Vitéria da Inglaterra). Em 1905, havia até um cigarry de marca feat cone maconha @ tabaco que dizia na embalagem: “bom para combater sma inegncenn catarro”. Porém, j6 no inicio do século XX, por ser muito barata, fics viicuaee aoe heegros e mulatos,@ sua degenerago moral ¢ quando comesa a ser usada pelos fils oc burguesia, passa a ser uma vinganga inconsciente dos negros que a trouxeran de heics para escraviear os brancos. No século XIX, pela influéncia do romantismo, as drogas faziam parte dos chamados “vicios elegantes”. 0 épio era um dos mais usados. Originado da papoula, também tisha finalidade médica como analgésico © antidiarrético, sendo conhecido ‘0 seu uso no Sudoeste Asidtico € no Oriente Médio ha 5 mil anos. Em 1817 foi isolada a morfina do Oplo ¢ produzida pela Merk como analgésico e em 1874 é produzida a heroina pela Bayer, as quais eram vendidas em farmacias. © LSD (Acido lisérgico) foi criado em 1943 por Albert Hofmann quando estudava um fungo do centelo para fazer um remédio para ativar a circulagdo. Curiosamente, hoje ele tein 100 anos de idade e faz parte do comité que escothe o ganhador do prémio Nobel, Até 1963 0 LSD era utiizado em tratamentos psicologicos. Mas & difundido e ganha forge como uma droga relacionada a liberdade criative e a artistas com Aldous Huxley em sea livro “AS portas da percepgao", que influenciou o nome da banda The Doors, marco de rock questionador e psicodélico, Atualmente hd um incremento do uso por parte de jovens de classe alta e média de grogas sintéticas, tendo em vista a sua facil aquisiclo fora da periferia, como o eestasy, derivado de anfetamina € estimulante do sistema nervoso central, 0 special K, 39/57 Unidade 2 Temas criminolégicos Nesta unidade vamos abordar temas atuais e relevantes para a criminologia. Aula 9 Politica criminal de drogas Cadet dacl Lronhecer 3 e © controle penal das substancias entorpecentes algo relativamente recente, uma vez que 0 seu uso sempre esteve presente em nossa historia. Hd indicios que a maconha é conhecida na China ha aproximadamente 4 mil anos. O grego Herddoto anotou em 450 a.C. que a maconha era queimada nas saunas para causar “barato” em seus frequentadores. Os indios da Amazénia_usam plantas alucinégenas hd mais de 4 mil anos como a ayauasca e a jurema, as quals atrairam muitos turistas estrangeiros para experimenté la até 1960, sendo que ainda hoje temos o Santo Daime, substancia entorpecente nao icita usada em cultos religiosos, Antes do descobrimento das Américas, as folhas de coca ja eram muito usadas e posteriormente conquistaram a Europa, sendo usada, inclusive, para fazer vinhos, como © Mariani, preferido do papa Ledo XIII em 1863, periodo em que foi isolado 0 cloridrato de cocaina por Albert Nieman, criando a droga conhecida hoje que, vale lembrar, foi muito usada e receitada por Freud, considerado 0 pai da psicandlise. Apés a 19 guerra mundial, a cocaina vira moda no Rio de Janeiro e em Sao Paulo, sendo encontrada nas farmacias até 1924 com 0 nome de “fubé mimoso 38/57 sistema penal seletivo recaem com todo o seu peso sobre um desafortunado, que sofrera como um “bode explatério”, uma vez que tal violéncia nao traré qualquer beneficio para @ coletividade, pelo contrario, apenas aumentara a exclusio. Por #50, segundo © abolicionismo, todo o sistema penal deve ser abolido para que a Sociedade possa solucionar seus proprios conflitos através de juntas de conciliagso, associagées de bairro e lides na esfera civil, Buscando win meio termo, ¢ edificada uma teoria de constitucionalizagéo do direito penal chamada garantismo penal, criada por Luigi Ferrajoli. Esta teoria diz que, apesor da crise do sistema penal, sua inexisténcia seria muito mais prejudicial. O garantinismo Penal concorda com todas as criticas feitas pelo abolicionismo, acreditando que este fer, de fato, um excelente diagnéstico, porém pecou no prognéstico, pois sem o sistema Penal retomariamos & vinganga. Ele defende que, para se legitimar o sistema penal, este deve estar fundamentado segundo os principios de um Estado Democratico de Dircito Segunclo os preceitos contratualistas do iluminismo, tendo como fim limitar 0 seu poder Punitivo através de um direito penal minimo, sendo uma garantia do individuo contre os bossiveis arbitrios do Estado. Zaffaroni, também um garantista, compara o direito penal a uma represa que contém as aguas caudalosas de um rio, que seria 0 poder punitive do Estado, Como toda represa, precisa de frestas por onde possa escoar um pouco da agua, a fim de aliviar a pressso sobre a barragem. Estas frestas seriam os tipos penais, as hipoteses que parade estarla autorizado a Intervir punitivamente (homicidio, roubo, estupro, etc.) forém, num modelo de lei € ordem, em que ha uma inflacdo legislativa no ambite penal, teremos um aumento de furos nesta represa, mais hipéteses em que o Estado poder’ intervir em nossas liberdades. Mas, 0 que corre com uma represa quando ha muitos furos nela? Fla rul, vem abaixo. E entao estariamos diante de um Estado sem freios, sem limites, totalitario, como no period de ditadura militar, aqui mesmo no Brasil Dawa mars CARVALHO, Salo de. Pena e garantias: uma leitura do garantismo de Luigi Ferrajoli no Brasil. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2001. HULSMAN, Louk; CELIS, Jacqueline Bernat de. Penas perdidas: o sistema penal em questao. Rio de Janeiro: Luam, 1993. ZAFFARONL Eugénio Raul. Em busca das penas perdidas: a perda da legitimidade do sistema penal. Rio de Janeiro: Revan, 1999. Realize 0 exercicio de autocorrecio ao final da aula. 37/57 mesons ue xoveacho Aula 7 Neoliberalismo e Tolerdncia Zero ee) 1. Conhever o¢ fundament Nectiberat Estado Neatiber Apés a 28 querra mundial, os Estados ocidentais adotam como alternativa ao avanco sedutor das idéias socialistas uma politica de bem-estar social, nascendo o welfare state, chamado Estado caritativo ou providéncia, regido pelo paradigma da seguranca social, com investimentos na educacao, previdéncia, auxilio desemprego, fortalecimento dos sindicatos e dos direitos trabalhistas. Ocorre que nos anos 80, com o aumento da inflacdo e com 0 enfraquecimento dos ideais socialistas, desenvolve-se, primeiramente na Inglaterra e posteriormente com muita forca nos EUA, o Estado neoliberal de mercado, reqido por uma intervencao minima junto & sociedade, que se desvencilhou de seus papéis costumeiros, privatizou empresas publicas nos anos 90, o que repercute num sentimento de inseguranga coletivo. Com este nove modelo, ha um aumento do desemprego, da inseguranga e da pobreza, sendo considerado normal a desigualdade social e a seletividade do sistema (http://educaterra.terra.com. br/voltaire/atualidade/neoliberalismo2.htm) 34/57 ~% F450 cr Osetra penal confirma o etuquetament, a tolulacao altavés da pena, estigmatzando o sujeto come Cominaso, © que werent ech bap socal, pois Se antes ji era dic 0, agora Sera muity mals, levando vu ex-detende a relomar ao mundo da Vocé percebeu a proximidade entre as idéias positivistas a realidade do nosso sistema penal to criticada pela teoria do etiquetamento? Basta analisar as teorias de Lombroso ¢ 2 sclecdo felta pelo sistema penal nos processos de criminalizacdo @ anote em seu caderno suas conclusées. Para aprofundar seu conhecimento, leia: BARATTA, ‘Alessandro. Criminologia critica e critica ao direlto penal: introdugSo a Sociologia do direito penal. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1999. MOLINA, Antonio Garcia-Pablos de: GOMES, Luiz Fldvio. Criminologia. S80 Paulo: Revista dos Tribunals, 2002. COSTA, Alvaro Mayrink. Criminologia, Vol. 1, Tomo I. Rio de Janeiro: Forense, 1982. THOMPSON, Augusto, Quem s80 os critni Rio de Janeiro: Lumen Juris, 1998, 10905? O crime e 0 criminoso: entes politicos. SHECAIRA, Sérgio Salomo. Criminologia. S80 Paulo: Revista dos Tribunais, 2004. A Impunidade no Brasil: de quem € a culpa? Como combaté-la? 33/57 Dimon Be oven Os jovens do trafico Rapazes de classe média vendem droga iii ina # Reportagem publicada no GEOL « do nove traficante, que revensie ecstesy e ontras sit "0 em boates ¢ testas rave, principalientc pa 24 Hie aqnte viele tere seve tabril passade nia Sul _ jovens ricos ou de classe ie favelas que se cnvolven cam a vende ale coeaitia + \ tarnando-se responsiveis ciais da Cidade, Esse nove mereaie ileal atrai pene uel aqueles que aproveitam viagens 4 Furopa para tray eee vezes em grande quantidade Esses jovens entram no trafice acreditande que vac ubicc nt facil © sem rise, Mas, na verdade, estin cametonde fo rine de trafico &, uma vez descobertas, porte ser presas | courte. de tres a 15 anos de prisio. A reportagenn de abril most cic umn estudante universitirin de 2? anes, jreso por agent cena Acroporto Internacional Tom labine cour 8 anil eatapris ish tasy ¢ ainda um quilo de s também esti na moda entre jovensy Fie canton que | tele al ciado por unt antigo mais rea, de sia tuna de surfe qe tere obs a Praia da Barra, Condenado por tratice do amigo © admit ter estrassadier econ fahiire Fo randle parte das anni icaeins 0 ank (especie de anacontse cit ot hinea ats bce netcias No Brasil, um dos mais importantes representantes desta teoria é Auguste Thompson (http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=4042), 0 qual_—exemplifica esta seletividade quanto ao status social do sujeito: a vida dos mais desafortunados & mais exposta no transporte coletivo, andando nas ruas, na praia, nos botecos, estando mais visiveis quando praticam algo ilicito, Nao ha identidade entre ele e a autoridade publica que geralmente vem das camadas mais nobres e nao tem condicdes de possuir uma boa defesa técnica, face as dificuldades materiais das defensorias publicas. 32/57 1550 € um ESTEREOTIPO, O QUAL E PERSEGLIPO PELO SISTEMA, mA VE2 QUE € INEGAVEL Que EXISTEM JOVENS BRANCOS cm CONDOMINIOS DE LUXO QUE VENPEM DROGAS. 31/57 mctoms oe woveagho As Teorias do Proceso Social se dividem em: Teoria da aprendizagem social ou associacao diferenci: © crime 6 um hébito adquirido, uma resposta a situagies reais que 0 sujeito aprende com 0 contato com valores, atitudes e pautas de condutas criminais no curso de processos de interacdo com seus semelhantes, dependendo do grau de intimidade dos contatos e sua freqiéncia. ‘Acondtacriminosa algo qe se aprende. OMerentemente do que os posdstasacretavam,ringuésn nascecininoso, ata dé ‘un comportamento deservohido através da relacho com outa pessous. => {eso pode se observdo ano em algunas comunidades carentes, onde muitos joven cescem tendo cio referencias crbinasos ‘oc, como em repititiesplbcas que posem funnies corrptos que os poucos leva os recén-concustdos a acter qe ‘oh mal lum em acetar alguns “agrados em roca de alguns Favres". Ga A critica feita a esta teoria 6 que 0 crime nem sempre decorre de padres racionais, pois hi fatos ocasionais, e também no explica porque pessoas que se encontram na mesma situago aderem ao crime e outras néo. 28/57 MOLINA, Antonio Garci dos Tribunais, 2002, -Pablos de; GOMES, Luiz Flavio. Criminologia. Sdo Paulo: Revista COSTA, Alvaro Mayrink. Criminologia, Vol. 1, Tomo I. Rio de Janeiro: Forense, 1982. SHECAIRA, ‘gio Salome. Criminologia. Sao Paulo: Revista dos Tribunais, 2004, Filme indicado: Hooligans. EUA, Inglaterra, 2005, Direg8o: Lexi Alexander, Aula 6 Teorias do Processo Social Cru utnect cll Essas leorlas decorrem dos estudos de Sutherland sobre os crimes de colarinho branco, (aquele que, segundo 0 diciondrio: “cometido no Ambito de sua profisséo por uma pessoo Ue respeitabilidade © elevado estatuto social”), expressdo criada por ele para se referir a05 delitos praticados pelas classes média @ alta, sendo um marco no estudo da criminologia que, até entéo, preocupava-se apenas com 0s delitos praticados pelos pobres. Ele inicia seus estudos com a criagéo da Lei Seca, em Chicago, nos anos 30, que proibia @ comercializag3o de bebidas alcodlicas por se acreditar que estas incitavam o crime. Ocorre que tal veda¢do propiciou o surgimento de um crime organizado que se infiltrou em varios ramos do poder, incrementando a lavagem de dinheiro e a corrupcao. 27/57 cron ve woven, Essa teoria desmistifica 0 conceito de que, por vivermos numa democracia, as leis produzidas e as decisdes tomadas por nossos governantes sio a principio legitimas, por representarem a vontade ¢ 0s interesses do povo. Acreditar em tal premissa seria no minimo ingenuidade. Isso se da principalmente pelo fato de que quem se encontra no poder, | deseja permanecer e porque camadas marginais sempre foram um incdmodo. Assim, verifica-se uma relagio de conflito permanente, onde a lei e a pena seria tdo-somente um novo grau deste mesmo conflito de poder, onde as autoridades agem mediante a criago, interpretacao e aplicacao coativa das normas Tal assertiva é facilmente constatavel através de uma rapida andlise de alguns dispositivos penais de nosso ordenamento: Art. 1°, VII-B da Lei 8.072/1990 Define como hediondo o crime de falsificagio de produto destinado a fim terapéutico, medicinal, cosmético e até materiais de limpeza (art. 273 e paragrafos do CP), numa “hedionda” desproporcionalidade com o fim de proteger os interesses de grandes ‘empresas dessas areas. Art, 157, paragrafo 3°, in fine Define na figura do latrocinio a mais grave qualificadora do homicidio, 0 qual possui uma pena minima bem menor (12 anos), sendo naturalmente considerado pelo legislador 0 patriménio como bem juridico mais relevante para a sociedade (ou para ele) exigindo uma sangao maior (20 anos). Lei 4.898/1965 Define os crimes de abuso de autoridade cominando uma pena irriséria de 10 dias a 6 meses, muito menor do que tipos equiparados aplicados a particulares, talvez porque esta lei tenha sido elaborada por autoridades e por isso submetidos a ela. @ SAIBA MAIS Para aprofundar seu conhecimento, leia BARATTA, Alessandro. Criminologia critica @ critica a0 direito penal: introducio a sociologia do direito penal, Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1999. 26/57 Apesar de consideradas criminosas as agressdes provocadas por esses grupos, nio ha auséncla de valores, mas a exterlorizacdo de principlos especticos desenvolvidos por seus lntegrantes, coo v de que suas idéias devem ser defendidas através da forgafiska. > Logicamente, critica-se esta escola por ser muito reducionista, j4 que no justifica os crimes provocados fora das subculturas e nao considera que nem sempre ha coeso de valores dentro do mesmo grupo, ou seja, € possivel que membros do grupo nao comunguem com todos os principios 14 desenvolvides, ou seja, isso quer dizer, nem todos os lutadores de jiu-jitsu se tornarao um “pitboy”, Diferentemente 6 a contracultura, , que & desenvolvida em determinados grupos mais articulados, questionadores e, na maloria das vezes, pacificos, formados, por exemplos, por hippies, intelectuais, artistas e ambientalistas. Enquanto a subcultura nao se importa em convencer 0 demais membros da sociedade sobre seus valores (eles simplesmente agem segundo suas conviccdes), a contracultura, ainda que passivamente, deseja mudar conceitos, ou pelo menos, que se respeitem os valores desenvolvides pelo grupo. Teoria do Conflito Ja a Teoria do Conflito parte da premissa de que o crime é um fato politico, ou seja, 0 crime nao existe como fato natural, mas sim pela desobediéncia a uma norma elaborada através de decisdes politicas, as quais geralmente refletem ou defendem os interesses da classe dominante, sendo a lei um instrumento de controle social que visa satisfazer esses interesses. 25/57 Trata-se de um estudo criminolégico especifico, clestinada a estudar 0 delita coma opgio coletiva, sendo considerado crime, somente, a manifestagao destes valores em condutas, consideradas legttimas pelo ‘oir "isi 0p, porém n&o aceitas pela maiotia. => Podemos ctar como exemplos os Hootigans ©) ingleses, qrupos violentos de torcidas organizadas semelhantes 8s do Brasil, porém bem mais agressivas; ou os grupo de jovens cariocas, muitos praticantes de artes marciais, que sacm de noite em boates para provocar brigas, conhecidos como *pitbiays” Trata-se de um estudo criminolagica especifico, destinado a estudar 0 delta como opgao coletiva, sendo considerado crime, somente, a manitestagao destes valores em condulas consideradas legitimas pelo sys! ie 9, porém nd aceitas pela maioria, => 24/57 Aula 5 Teorias Subculturais e Do Conflito 23/57 meron oe cavengaa 34 segundo Merton, anomia 6 sintoma do vazio produzido quando os meios socioestruturais nao satisfazem as expectativas culturais da sociedade, fazendo com que a falta de oportunidades leve A pratica de atos irregulares, muitas das vezes ilegais, para atingir a meta cobicada. 0s dois pontos principais da teoria da anomia sao a desmistificag3o do crime - ele € um fato normal, nunca sera extinto, pois sempre havers conflitos na sociedade.0 outro ponto 0 alerta quanto valorizacdo do consumo desregrado, processo no qual somos bombardeados por promessas de felicidade e sucesso se comprarmos 0 produto certo. A sociedade nos exige cada vez mais, para que sejamos reconhecidos como vencedores, homens de sucesso, a aquisigdo de determinados bens que representam o alcance de determinados status, como 0 ‘cigarro do sucesso, 0 carro do ano, o ténis importado, a roupa e a bolsa de determinada marca. Porém, se tal exigéncia € cobrada indiscriminadamente de todos, 0 mesmo nao ocorre com a distribuicéo de oportunidades para se conquistar tais bens, 0 que leva muitos individuos a buscar meios alternativos para atingir essas metas. Apés ler os textos das aulas, a fim de verificar a compreensao de pontos importantes da matéria, aponte em suas Anotacdes os estudos referentes 4 mobilidade social e as areas de delinqUéncia feitos pela escola de Chicago e 0 significado da anomia para a criminologia segundo os autores apresentados. A@ sara mars Para saber mais, lela: BARATTA, Alessandro. Criminologia critica e critica ao direito penal: introducao & sociologia do direito penal. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1999. MOLINA, Antonio Garcia-Pablos de; GOMES, Luiz Flavio. Criminologia. Sao Paulo: Revista dos Tribunais, 2002. COSTA, Alvaro Mayrink. Criminologia, Vol. 1, Tomo I. Rio de Janeiro: Forense, 1982 SHECAIRA, Sérgio Salomdo. Criminologia. So Paulo: Revista dos Tribunais, 2004. 22/57 Areas de delingiiéncia Essas dreas estdo relacionadas & degradacao fisica, segregacdes econémicas, étnicas e facials. A deteriorizagéo do ambiente refiete os valores daqueles que lé residem ao mesmo tempo em que influencia na decadéncia moral desses. "O belo representa a bondaidle e 0 feio o mal”, Para essa escola, os principais meios de prevengdo para 0 crime so 0 mapeamento e a modificagao desses espagos urbanos e do desenho arquiteténico da cidade, ampliando os espagos abertos, iluminando ruas, pintando o metr6 (como ocorreu em NY). A principal critica que se faz a essa teoria & 0 continuismo de uma espécie de determinismo positivista, 86 que agora no dmbito da cidade, onde determinadas areas sao estigmatizadas e contaminam seus moradores com 0 “germe” da criminalidade, como ocorrem nos guetos americanos, nos bairros mugulmanos franceses e em nossac favelas. O sistema penal passa a orientar suas operagdes para essas localidades. A légica Que fundamenta esse tipo de ago é: “Se eu sel que o crime est Id, por que procurar em ‘outro lugar?” Assim, @ politica criminal se confunde com uma politica de “limpeza”, como ocorreu da destruigdo dos barracos do Morro do Pasmado ou nas apreensées de meninos ¢ moradores de rua que contaminam o visual da cidade do Rio de Janeiro (geralmente no verao, e sempre na Zona Sul). Teoria da Anomia Trata-se da auséncia de reconhecimento dos valores ineventes a uma norma, 1azendo com que esta perca sua coercitibilidade, pois o agente nao reconhece legitimidade na sua imposigo, considerando assim, o crime um fenémeno normal na sociedade, pois sempre, eM determinado momento, haverd alguém que no conheca a autoridade da norma. {sto acaba sendo funcional, pois é necessério constantemente se analisar e refletir sobre os valores normatizados face 4s mudangas sociais. Por exemplo, temos o caso do adultério, Que era definido como crime pelo cédigo penal, mas pelo avango dos costumes, verificou, Se que era uma pratica corrente na sociedade moderna e que no exigia sua prolbicao Por norma t&o coercitiva como a penal, a qual findou revogada, Segundo Durkheim, a diviséo do trabalho na sociedade capitalista no respeita as aptiddes de cada um, 0 que nao produz solidariedade, fazendo com que a vontade do homem se eleve ao dever de cumprir a norma, Para ele, anormal ndo é 0 crime, mas 0 seu incremento ou sua queda, pois sem ele a Sociedade permaneceria imével, primitiva, sem perspectivas. Um exemplo se verifica nos paises Europeus desenvolvides, como a Suécia e a Noruega, que possuem as maiores taxas de suicidio do planeta, sendo um indicio de que a auséncia de conflitos mantém uma sociedade estagnada, 0 que repercute, principalmente, nos jovens. Para ele a pena é relevante, sendo uma reag&o necessdria que atualiza os sentimentos coletivos e recorda a vigéncia de certos valores ¢ normas. 21/57 BRUNO, Anibal. Direito Penal: Parte Geral. Tomo 1°. Rio de Janeiro: Forense, 1967. LYRA, Roberto. Direito penal cientifico (Criminologia). Rio de Janeiro: losé Konfino, 1974. Aula 4 Escola de Chicago: Teoria Ecolégica CL Ja escoly postin 2. Conhecer o contends da ter snterily a teoria da 4 Identifier a inobilidsd A Escola de Chicago, principalmente nas décadas de 30 e 40, foi o berco da moderna sociologia americana e uma das primeiras a desenvolver trabalhos criminologicos diferentes do positivismo, tendo como seus principais autores Park, Shaw e Bu-3ess, Essa escola vai desenvolver a teoria ecoligica, cujo principal objeto de estudo é a cidade. Acidade é considerada uma unidade 2colégica, um corpo de costumes e tradicées, nao é apenas um mecanismo fisico e artificial, mas um ente vivo que esta envolvido nos processos vitais das pessoas que a compée, influenciando no comportamento dos seus integrantes, inclusive como fator criminégeno, principalmente de duas formas: Mobilidade Social 0 incessante movimento dentro da cidades (residéncia, emprego, ascensio ¢ decadéncia social) impossibilita a criagéo de vinculos e identidade entre os seus moradores, diferentemente do que ocorre na zona rural. O anonimato rompe determinados mecanismos tradicionais (informais) de controle do sujeito que pretende praticar um crime, além de ndo haver qualquer laco de identidade entre o individuo e sua vitima, 0 que faallita a pratica do delito. 20/57 (Periculosidade”, modelando-se a um “direito penal do autor”, ou seja, pune-se pelo que o.suleito é € nao pelo o que ele fez, sendo o crime um sintoma de um “estado do autor", Sempre inferior ao das demais pessoas consideradas normais, como, por exemplo, & Também, ainda presente nos dias de hoje, a andlise da personalidade do réu & usada para calculo @ definicso de pena, assim como seus antecedentes, culpabilidade @ sua Conduta social (art. 59 do CP), 0 que vai de encontro a um “direito penal do fato”, mais Compativel com um Estado democratico de direito, que pune o sujeito pelo fato praticado © nao pelo o que ele é, ATENCAO: Apés ler os textos das aulas, a fim de verificar a compreensdo de pontos importantes da matéria, aponte em suas Anotacdes os conceitos referentes as teorias do “criminoso nato” e dos “substitutivos penais” Disponibilize suas anotagées para seus colegas e professor. ATIVIDANE PROPOSTA Uma funciondria de uma empresa, ao perceber que sua carteira ndo estava em sua bolsa, comeca a levantar a possibilidade de ter sido furtada, uma vez que viu um rapa negro desconhecido de bermuda e camiseta transitando pelos corredores. Ocorre que o Fapaz € un professor amigo de um dos diretores da empresa que passou por ld pare pega-lo, pois iam jogar ténis, “ Discussao na Sala se existe ou nao racismo no Brasil. > NI Para aprofundar seu conhecimento, consulte: BARATIA, ‘Alessandro. Criminologia critica e critica a0 direito penal: introdugéo & Sociologia do direito penal, Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1999. MOLINA, Antonio Garcia-Pablos de; GOMES, Luiz Flavio. Criminologia, Séo Paulo: Revista dos Tribunais, 2002, SHECAIRA, Sérgio Salomao. Criminologia. Séo Paulo: Revista dos Tribunals, 2004, 19/57

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