You are on page 1of 10
16 - BACIAS DO RECONCAVO, TUCANO E JATOBA José M. Caixeta?, As bacias do RecOncavo, Tucano ¢ Jatoba estendem-se por mais de 30 000 km? no nordeste da Bahia e sul de Pernambuco, ocupando grandes fossas tectonicas encravadas no Craton do Sao Francisco (Almeida, 1967). A Bacia do Recéncavo foi intensamente explorada nos ditimos cinqienta anos, o que resultou na perfuragao de mais de cinco mil pogos e no registro de mais de 30 000 km de secées sismicas de reflexao. Esta substancial quantidade de dados Permitiu muitas interpretacBes de cunho estratigréfico, das ‘quais a mais utilizada tem sido @ de Viana ef al. (1971). Entretanto, dados obtidos nas iiltimas duas décadas ‘conduziram ao aprimoramento do entendimento tectono- estratigratico destas bacias, 0 que justifica os ajustes ora Propostos (figs. 16.1, 16.2 @ 16.3) ‘A Bacia do Tucano compreende trés sub-bacias: Norte, Centrale Sul. As afinidades estruturais e estratigraficas permitem a andlise em conjunto dos segmentos sul e central. ‘A Sub-bacia do Tucano Norte, por sua vez, pode ser somada @ Bacia do Jatoba para fins de interpretacao. As bacias do Rec6ncavo e Tucano Su/Central limitar-se com 0 emba- samento a leste por falhamentos de grande rejeito, e a oeste por falhas menores ou mesmo flexuras, Na bacia do Tucano Norte/Jatobaé ha uma inverséo de polaridade, com a fatha prin- cipal situando-se a oeste/noroeste. O limite sul desta bacia, ‘com a Sub-bacia de Tucano Central, é no sistema de falhas \Vaza Barris. 0 limite entre Recdncavo e Tucano se dé no Ato de Apora. ‘A nomenclatura litoestratigrafica adotada obedece a precedéncia das definicdes de Viana ef al. (1971), tendo sido incorporadas as modificagdes prapostas por Silva (1978), Netto e Oliveira (1985), Silva et al, (1989), Aguiar e Mato (1990) e Picarelli e Caixeta (1991). Nos casos de mudangas hierérquicas, foram mantidas a segdo-tipo e a caracterizago originais de Viana et al, (1971). Grupo Jatoba - congrega as formagées Tacaratu e Inaja, presentes no flanco sul da Bacia do Jatoba e no Graben de Santa Brigida, situado na borda leste da Sub-bacia do Tucano Norte. A nomenclatura destas unidades tem softido diversas. modificagdes, adotando-se aqui a defendida por Braun (1970). A Formacao Tacaratu ¢ composta por conglomerado Polimitico e arcéseo fino a conglomeratico, de idade provavel siluriana, Esta unidade pode ser correlacionada com 0 Grupo Serra Grande, da Bacia do Pamaiba. A Formagdo Inajé ‘ Divisdo Regional de Exploraglo (DIREX) Brasil ‘ar V. Bueno!, Luciano P. Magnavita’ e Flavio J. Feij62 contém arenito fino a grosso, caulinico, com estratificagao cruzada, depositado por sistemas fluviais devonianos. Correlaciona-se esta formagao com parte do Grupo Canindé, da Bacia do Pamaiba. As relagdes estratigraficas entre as unidades paleozdicas reconhecidas no Tucano Norte e Jatoba sao de dificil determinago, mas infere-se que sejam pelo menos parcialmente discordantes. Forma Curituba - inclui arenito argiloso, fothetho varvitico e calcério (Ghignone, 1963), datados como Carbonifero (Dino e Uesugui, 1986). Esta unidade foi mapeada no Graben de igida, e pode ser correlacionada com a Formacao Batinga, das bacias de Sergipe e Alagoas. Formagao Santa Brigida - definida por Brazil (1948) © redescrita por Ghignone (1963), que a subdividiu nos membros Caldeirao e Ingé, esta unidade representa a sedimentacdo permiana (Dino e Uesugui, 1986) nas bvcias de Tucano Norte e Jatoba. O Membro Caldeirao € carac..:rizado por arcéseo {gross e fino, violeta-vermeino, e sitio vermelhio, © Membro Inga contém arenito quartzoso médio a grosso, foineiho verde esilex. E possivel se comrelacionar a Formacao Santa Brigita com as formagdes Afligidos (Tucano Sul, Recéncavo e Camamu), Aracaré (Sergipe) e Pedra de Fogo (Pamaiba). Formagao Afligidos - definida por Viana ef al. (1971) como membro da Formacdo Alianca, foi elevada @ categoria de formagdo por Aguiar e Mato (1990), que acrescentaram os membros Pedrao e Cazumba. O Membro Pedro inciul arenito fino e muito fino cinza-claro e bege, com intercalages de sitito cinza-claro, rico em nédulos de silex, e camadas de anidrita halta, © Membro Cazumba se caracteriza por folhelho ver- melho de partigéo blocosa, com niveis siiticos esbranquica- dos. Os contatos inferior com o embasamento e superior com @ Formago Allanga s&o discordantes. As poucas datagdes bioestratigréficas com base em palinomorfos apontam para uma idade permiana (Kunguriano) para estes estratos, presentes nas bacias do Reconcavo e Tucano Sul. Admite- se, para as rochas do Membro Pedro, uma deposi¢3o em ambiente litoraneo restrito, e para os folhelhos Cazumba um ambiente lacustre (Aguiar e Mato, 1990). Esta formago pode ser correlacionada com as formagbes Aracaré (Sergipe Alagoas) e Santa Brigida (Tucano Norte e Jatob4). ito de Exploragdo da Bahia (DEXBA), Av. AntOnio Carlos Magalhdes, 1113, CEP 41856-900, Salvador, 8A, 2 Departamento de Exploracao (DEPEX), Av. Repitiica do Chile, 65, CEP 20035, Rio devaneiro, RJ, Bras 8. Geoci, PETROBRAS, Rio de Janeiro, 8 (1): 163 - 172, jan./mar. 1994 163 Grupo Brotas - na definigéo de Viana et al. (1971). abrange as formagées Alianga e Sergi, e foi reformulado pela excluso da Formacao Afligidos. Esta presente nas bacias do Recdncavo, Tucano e Jatoba. A correlagao deste grupo se da com as formagdes Bananeiras e Serratia (Sergipe ¢ ‘Alagoas) e provavelmente com 0 Grupo Mearim (Paraiba). Formagao Alianga - abrange os membros Boipeba e Capianga. © Membro Bolpeba consiste de arcéseo fino a médio vermelho e marrom, com estratificacao cruzada, e 0 Membro Capianga é tipicamente caracterizado por folhetho vermelho-tijolo. A Formagao Alianga esta sobreposta em discordéncia a Formagao Afligidos, e sotoposta concordantemente & Formacao Sergi (Viana et al. 1971; Aguiar © Mato, 1990). Depositadas por sistemas fivio-lacustres em clima arido, estas rochas contém ostracodes nao-marinhos da Idade Dom Joo, ou Neojurassico. Formaco Sergi -nomeia arenito fino a conglomeratico, cinza- esverdeado.e vermelho, com estraificapdo cruzada acanalada. ‘Ocorrem também intercalagBes de folhelho vermelho e cinza esverdeado, e conglomerado (Viana etal. 1971). Estas rochas foram depositadas por sistemas fluviais entretagados, com re- trabalhamento edlico. Sua idade, presumida neojurassica, é indicada pela presenga de ostracodes nao-marinhos da idade Dom Joao. Grupo Santo Amaro- na caracterizagao de Viana et al, (1971), ~abrangia as formagdes ltaparica e Candeias. Coma promagao, dos membros Agua Grande e Maracangalha a categoria de formagao, o Grupo Santo Amaro passou a congregar quatro formagées: Itaparica, Aqua Grande, Candeias e Maracangalha. Este grupo é de idade berriasiana a eobarremiana, conforme atestam as datag5es com ostracodes e palinomorfos. Pode- se correlacionar esta unidade com parte da Formacao Barra de itidba, das bacias de Sergipe e Alagoas. Formacao Itaparica - designa folhelho marrom e cinza-oliva lacustre, sobreposto concordantemente & Formagao Sergi, € sotoposto em discordancia as rochas da Formacao Agua Grande (Sitva, 1978). As determinagdes bloestratigraticas com base em ostracodes néo-marinhos conferem 4 Formacao Itaparica uma idade eoberriasiana. Formagao Aqua Grande - anteriormente uri membro da Formagao Itaparica, fica redefinida como formagdo com base na constatagéo de uma discordancia angular entre o Agua Grande e os marcos estratigraficos identiicados nos folhelhos da Formacdo ltaparica (Silva, 1978). A Formagao Agua Grande 6 representada por arenito fino a grosso, cinza-olaro a esverdeado, rico em estratificagdo cruzada acanalada de ‘médio e grande portes. Os contatos inferior com a Formacao ltaparica e superior com a Formagao Candeias sao discordantes. Esta unidade foi reconhecida apenas nas bacias do Recdncavo e Tucano Sul. Interpreta-se para estes arenitos a deposi¢ao por sistemas fluviais e retrabalhamento eélico (Barroso e Rivas, 1984; Casanova e Guimardes, 1985; Durdes, 1989). A ampla distribuigdo de arenitos com retrabalhamento e6lico na poroo superior da Formacao Agua Grande evidencia uma pausa na sedimentagdo e serve de critério secundario na definigao da discordancia existente entre esta formagdo e 164 a Formagéo Candeias, a ela sobreposta. Esta quebra no tegistro sedimentar esté associada a uma importante mudanca climatica, de arido para umido (Regali, 1966). © perfit-tipo adotado para a Formacao Agua Grande 6 0 intervalo 1082-1 108 m do pogo 7-AG-219-BA, perfurado em 1968 pela PETROBRAS no municipio de Pojuca (fg. 18.4), Formagao Candeias - denomina a seco predominantemente argilosa interposta entre os arenitos Agua Grande e os clésticos ‘do Grupo Iihas (Viana et al, 1971). Nesta reviséo, a Forma- (¢40 Candeias admite dois membros, Taua e Gomo. © Membro Taua se caracteriza por folhelho escuro, fissil, com partic&o acicular, enquanto que o Membro Gomo é formado por folhelho cinza-esverdeado, laminado, com delgadas camadas de calcdrio e arenito fino cinza claro, resistividade medida em perfis elétricos é distintamente maiornos folhethos do Membro Gomo. Estas rochas depositaram-se em ambiente lacustre, ‘com subsidéncia rapida e forte aporte sedimentar. Sua idade e0-Rio da Serra é atestada por datagées bioestratigraficas com ase em ostracodes nao-marinhos. Nas bacias de Tucano @ Jatoba, 0s folheinos Candeias so substituidos por uma seco dominantemente arenosa, a qual mais apropriadamente seria incluida no Grupo Hhas. Formacao Maracangalha - reine os membros Maracangalha e Pitanga, antigos integrantes da Formaco Candeias, ¢ as Camadas Carvagu, da Formacdo Marfim (Viana et al. 1971) ‘A Formagao Maracangaina se caracteriza por folhelho cinza- esverdeado e cinza-escuro, com baixa resistividade em pertis elétricos, se comparado com os folhelhos do Membro Gomo. © Membro Caruacu denomina as camadas lenticulares de arenito fino e médio, com estratificagdes cruzadas tangenciais ¢ estratificagao plano-paralela, laminagdes por correntes € convolutas. Os arenitos muito finos, lamosos e macigos do ‘Membro Pitanga permanecem conforme definido por Viana et al. (1971), estando relacionados a Formagéo Maracangalha pela intima associagdo com aqueles folhelhos. bem verdade que arenitos com as mesmas caracteristicas podem ocorrer em outras unidades litoestratigréficas do Recéncavo, como no Membro Gomo. Mas estes casos so raros, e af pode-se utlizar o terme informal ‘lentes de Pitanga’. Esta reorganizacao contempla 0 que Silva ef al. (1988) definiram como Formagao Jacuipe, com a vantagem de nao introduzir nova terminologia estratigréfica na coluna da bacia. A Formagao Maracangalha ‘somente foi reconhecida na Bacia do Recéncavo. A partir de analises bioestratigréficas com base em ostracodes no- marinhos, deduz-se as idades neo-Rio da Serra e Aratu para esta formagao, depositada em ambiente lacustre, com turbiditos intercalados. Grupo thas - designa a sego areno-argilosa situada entre os folhelhos Candeias e os arenitos do Grupo Massacara (Viana ef al, 1971). Inclui as formagdes Marfim e Pojuca. A idade conhecida destas rochas vai de Valanginiano a Aptiano, conforme determinagées bioestratigraficas com base em ostracodes ndo-marinhos e palinomorfos. Correlaciona-se com parte da Formacao Barra de Itluba, de Sergipe @ Alagoas. Interpreta-se para os estratos do Grupo Ilhas uma sedimentagdo deltaica B. Geoci. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 8 (1): 163 - 172, jan /mar. 1984 Formagao Marfim - é caracterizada por arenito limpo muito fino a médio, bem selecionado, cinza-claro, com camadcs de folhetho cinza esverdeado intercaladas (Viana ef al. 1971). Da dofinigdo original, exclulu-se as Camadas Caruacu, agora integrantes da Formagao Maracangalha. O membro Catu denomina um nivel arenoso bem caracterizado e posicionado por correlagao de marcos elétricos. Formagao Pojuca- permanece a definig&o original de Viana ef al. (1971) para as intercalagdes de arenito cinza muito fino amédio, fohelho cinza-esverdeado, slito cinza-claro e calcério castanho, que se sobrepéem a Formagéo Marfim. © Membro Santiago ¢ uma camada de arenito fino de distibuigdo regional, bem balizado por finas camadas calcérias, que compdem marcos de grande distribuigdo lateral e caracteristicas elétricas rmarcantes, possibiitando étimas correlagdes na porgo centro- norte do Recéncavo Formagao Taquipe - caracteriza-se por folheihe cinza, com estratificago paralela e lentes de arenito muito fino macigo (Netto et al. 1984). Esta unidade ocupa uma feig&o erosiva em forma de canyon, alongada na direcdo norte-sul € constatada na porcdo centro-ceste do Recdncavo, estendendo-se para norte até a Sub-bacia do Tucano Sul ueno, 1987; Picarelli e Caixeta, 1991). Desta forma, a Formagio Taquipe sobrepbe-se em discordancia erosiva & Formagao Pojuca, e é recoberta concordantemente pela mesma Formacao Pojuca. Amorim (1992) constatou que os arenitos, presentes em proporcao maior que a originalmente definida, distinguem-se dos da Formagao Pojuca subjacente por se apresentarem macigos ou com estruturas de escorregamento. © perfi-tipo da Formagao Taquipe é 0 intervalo 905-1 440 m do poco 1-JM-1-BA, perfurado em 1971 pela PETROBRAS no municipio de Sao Sebastido do Pass¢ (fig 165). Grupo Massacara - equivale & Formagao Sto Sebastido, com presenca crescente do Recdncavo para 0 Tucano e Jatoba. A Formagaio Sao Sebastido permanece como definida por Viana et al, (1971): arenito grosso, amarelo-avermelhado, com: intercalagdes de argila sitica, depositado por sistemas fluviais atuantes do Berriasiano ao Eoaptiano. Os membros Paciéncia {arenito fino a grosso e folhelho preto), Passagem dos Teixeiras (arenito fino 2 médio e folhetho cinza) e Rio Joanes (arenito fino e argila avermelhada), definidos em afloramentos, s8o de pouca operacionalidade em subsuperficie. A Formagao S80 Sebastio correlaciona-se com a Formagao Penedo, das bacias de Sergipe e Alagoas. Formagao Salvador - caracterizada pelos conglomerados € arenitos da borda leste das bacias do Recéncavo e Tucano ‘Sul/Central, e borda noroeste das bacias de Jatoba e Tucano Norte.. Excluiu-se desta unidade os arenitos e folhe!hos do ‘Membro Morro do Barro, por nao apresentarem relagaio com ‘9s conglomerados da borda da bacia (Barroso, 1984). Os conglomerados da Formacao Salvador sao 0 resultado de leques aluviais sintecténicos e marcam a atuagdo das falhas B. Geoci. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 8 (1): 163 - 172, jan./mar. 1994 de borda que caracterizam a fase rift destas bacias, entre 0 Berriasiano eo Eoaptiano, © Membro Sesmaria designa os arenites que realmente correspondem as facies distais da Formagao Salvador (Barroso, 1984) © perfiktipo do Membro Sesmaria ¢ o intervalo 572-1 548 m do poco 3-SI-3-BA, perfurado em 1967 pela PETROBRAS no municipio de Ranagra (fig. 16.6). A Formago Salvador pode ser correlacionada com a Formagao Rio Pitanga, da Bacia de Sergipe AAs unidades litoestratigraficas mais jovens nao sofreram alteragSes com relacdo ao definido por Viana et al (1971), permanecendo validas suas caracteristicas originas. A Formago Poco Verde (Brazil, 1948) retine sittito, arenito € folhetho aptianos interestratiicados. A Formagao Marizal caractetiza-Se por arenito fino a grosso, cinza a amarelo, com estratificagdo cruzada, de dade neo-aptiana. A Formacao ‘Sabi 6 composta por folhelho cinza-esverdeado rico em fora- miniferos, de idade miocénica (Petri, 1972). A Formagio Barreiras congrega areia grossa, com estratificagdo cruzada, pliocénica (Bigarella, 1975). Ao longo das praias e ros, ‘ocorrem os sedimentos de praia e aluvido quaternaros. Estratigrafia de Seqiiéncias ‘Sequéncia Siluro-devoniana - materializada pelos clasticos grossos e fins fluviais do Grupo Jatoba, preservados no Graben de Santa Brigida, no flanco leste da Sub-bacia de Tucano Norte, e no flanco sul da Bacia do Jatoba. Seqiiéncia Permo-carbonifera- reprosentada pelos clasticos, carbonatos e evaporitos, de ambiente marino restrito € neritico, das formagées Curtuba, Santa Brigida ¢ Afigides. Esta seqiiéncia tem distribuigao mais ampla que a anterior, alcancando a Bacia do Recéncavo e até mais além, a Bacia de Camamu. Estes estratos esto truncados por uma discordancia regional que abrange parte do Permiano, todo 0 Tridssico e parte do Jurdssico, compondo um hiato da ordem de 100 M.a. Um evento deste porte pode advir de processos mantélicos, que soergueram a crosta antes da ruptura que resuttaria no Oceano Atlantico Sul. ‘Seqliéncia Juro-eocretacea - equivale ao Grupo Brotas e 4 Formaco Itaparica, presentes nas bacias do Recéncavo, ‘Tucano e Jatoba. Estes arenitos e folhelhos foram depositados, por sistemas fluviais entrelagados, com forte retrabalhamento. e6lico, e em lagos sob clima Arido, do final do Jurdssico a0 inicio do Berriasiano. Esta sequéncia corresponde a fase pré- rift, durante a qual nouve subsidéncia de porte relativamente pequeno. Sobre ela ocorre uma discordancia de carater regional, em parte marcada pelo retrabathamento edlico dos sedimentos subjacentes, ‘Seqiiéneia K10- a primeira sequénciainteiramente cretacea equivale a Formagao Candeias, depositada em lagos distribui- dos do Recéncavo a Jatoba e ja associados aos falhamentos {que caracterizam a fase riff destas bacias. Representa uma importante mudanga climatica, de drido para Gmido. De idade 165 Berriasiana, esta seqiiéncia esta truncada por uma discordan- cia pelo menos em parte do Recéncavo. No Tucano e Jatoba, seu topo se caracteriza pela elevada proporgao de arenitos. Sequéncia K20 - de idade aproximada valanginiana, foi identificada nas bacias do Recéncavo e Tucano Sul, ¢ inclui Parte dos depésitos de leques dettaicos da Formagao Salvador, dos arenitos fluviais Massacara, dos detas lhas e do lago Maracangaiha, Pelo menos em parte da bacia seu topo é ‘marcado por uma discordancia erosiva. ‘Seqléncia K30 - retine as rochas hauterivianas a eoaptianas resutantes da atuagdo dos leques aluviais Salvador, dos temas fluviais Massacaré, dos deltas Pojuca e do lago Mara cangalha. Nas bacias do Jatoba e Tucano Sul, ndo hé elemen- 10s para distinguir esta seqiiéncia da anterior. A evolugdo do ‘iff cessou quase que por completo no Eoaptiano, originando a discordancia que coroa a Sequéncia K30. ‘Seqiléncia K50 - resulta do ultimo espasmo de atividade dos rifts baianos, equivale aos clasticos grossos neo-aptianos da Formago Marizal, depositados por leques aluviais. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS AGUIAR, GA, & MATO, LF. 1990 Defic e relagies estrat- graficas da Formacao Afligidos nas bacias do RecOncavo, Tucano Sul e Camamu, Bahia, Brasil. In Congresso Brasileiro de Geologia, 38. Natal, SBC Anais, vA, p. 157-170. ALMEIDA, FFM. 1967. Origem e evolugo da plataforma brasileira Rio de Janeiro, Bol Div Geol Min DNPMn, 241, 6p, ‘AMORIM, J.L. 1992. Evolugdo do preenchimento do canyon de Taquipe, Neocomiano da Bacia do Recdncavo, sob © enfoque da estratigrafia modema. Porto Alegre, UFRGS. Dissertagao de Mestrado, 114 p BARROSO, AS, 1984. Sedimentologia,diagénese e potencialt dades petroliferas dos arenitos Morro do Barro - ha de Mtaparica e adjacéncias, Salvador, PETROBRAS. Rel. interno. BARROSO, AS. & RIVAS, Ax.P. 1984, Arenitos e6licos do Membro Agua Grande, Formagao Itaparica, Bacia do Recéncavo, Bahia. Salvador, PETROBRAS. Rel. interno BIGARELLA, J.J. 1975, The Barreiras Group in Northeastem Brazil In: Simpésio Internacional sobre o Quatemario, Curitiba, Acad. Bras.Ci. Anais, V. 47, p. 365-383. BRAUN, ©.P. 1970. A respelto do “Paieoz6ico da Bacia de Jatoba, Pernambuco". Rio de Janeiro, Min. Met, v.52, 1,309, p.109-111 BRAZIL, JJ. 1948. Estado da Bahia. In: Brasil, relatério de 1847, Rio de Janeiro, CNP. p. 81-182. BUENO, G.V: 1987. Consideragées sobre a sedimentagao e origem do paleocanyon de Taquipe, Bacia do Recincavo (Brasil. Ouro Preto, UFOP. Dissertacao de Mestrado. 166 CASANOVA, B.E.D. & GUIMARAES, J.R.P. 1985. Campo de Buracica, Arenito Agua Grande - Bloco Sul- Andlise do Projeto de Redug&o de Espacamento, Salvador, PETROBRAS. Rel interno. DINO, R. & UESUGUI, N. 1986. Determinagdes palinoestratigraficas em amostras de afloramentos das, forages Curituba e Santa Brigida. Rio de Janeiro, PETROBRAS. Rel. intemo. DURAES, EM, 1989. Estudo do reservatério Agua Grande da Formacao ltaparica no Campo de Rio Pojuca, Bacia do Recéncavo, Brasil. Ouro Preto, UFOP. Dissertagdo de mestrado, 145 p. GHIGNONE, J.I. 1963. Geologia do flanco oriental da Bacia de Tucano Norte (do Vaza Barris ao Sao Francisco). Salvador, PETROBRAS. Rel. interno. NETTO,AS.T., BRAGA, JAE, BRUHN, C.H.L., MAGNAVITA, LP., OLIVEIRA, J.J., AGLE, HIM. & RIBEIRO, J.C.L 1984. Prospectos estratigraficos do Reconcavo: arcabougo estrutural, analise estratigrafica e potencialidade exploratéria dos andares Rio da Serra e Aratu, Salvador, PETROBRAS. Rel int. NETTO, AS.T., & OLIVEIRA, J.J. 1985. 0 preenchimento do ‘iftevalley na Bacia do Reconcavo. S20 Paulo, Rev.Bras, Geoe. v.15, n.2, p.97-102, PETRI, S. 1972. Foraminiferos e o ambiente de deposi¢ao dos sedimentos do Mioceno do RecSncavo Baiano. S5o Paulo, Rev. Bras. Geoc. v. 2,n. 1, p. 51-67. PICARELLI, AT. & CAIXETA, J.M. 1991. Andlise bioestratigra- fica e paleogeografica do Andar Aratu na Bacia do Recéncavo. Rio de Janeiro, PETROBRAS, Rel. interno. REGALI, M.S.P. 1986. Zoneamento palinolégico e paleociima da Bacia do Recéncavo e Tucano. In: Congr.Bras. Geol, 20. Rio de Janeiro, SBG. SILVA, H.T., PICARELLI, AT., CAIXETA, J.M., CAMPOS, NR. SILVA, 0.8. & RIGUEIRA, R.C. 1989. Aspectos evolutivos do Andar Rio da Serra, fase rift, na Bacia do Reconcavo e a Formagéo Jacuipe. Salvador, PETROBRAS, Rel. interno. SILVA, 0.B, 1978, Estudo do Membro Agua Grande da Formagao Itaparica, Salvador, PETROBRAS. Rel. interno. VIANA, C.F., GAMA Jr, E.G., SIMOES, 1A. MOURA, J.A., FONSECA, J.R. & ALVES, R.J. 1971. Revisdo estratigrafica da Bacia do Recéncavo/Tucano. Rio de Janeiro, Bol, Téc. PETROBRAS, v. 14, n, 3/4, p, 157- 192 B. Geoci. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 8 (1): 163 - 172, jan./mar, 1994 S carta ESTRATIGRAFICA DA BACIA DO RECONCAVO LUTOESTAATIORAFIA tirovecia 4 8 NEOCOMIANO PRE-CAMBRIANO, LEN Fig, 16.1 + Corte estrotigrétice 60 Bacio go Reedncavo. cxrren 00. ho rawcises B. Geoci. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 8 (1): 163 - 172, jan./mar. 1994 167 © carta ESTRATIGRAFICA DA BACIA TUCANO SUL/CENTAAL TITOESTRATIGRAFIA ny F ~E |= & AEN, a wlc{ i iE 3 ‘lao | 4H: [| one ea "| eLet A =] / 8 ols |: Me! . EE = | i z 7 es cr =o i LE el Peery | PRé-CAWBRIANO AEE, eA oem wp v0 mace Fig. 16.2 - Carte estratigratica ¢o Socio 168 B. Geoci. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 8 (1): 163 - 172, jan./mar. 1984 os Z \ cS CARTA ESTRATIGRAFICA DA BACIA TUCANO NORTE/JATOBA* | aa p=]~ ALS jc_fs} | i ie a GB 1 oct” : “lel | # Je | Slaw | < ete a gfe rd & [isu || |a)2i2 |] a $2 2 is @ BR LE 7 2 : bag He RE aha a g | be | pRé-cawaniano ee | Fig. 16.3 - Carte estratigratica da Bocio do Tucano Nerte/Je B. Geoci, PETROBRAS, Rio de Janeiro, 8 (1): 163 - 172, janJmar. 1994 169 7-AG-219-BA Altitude 128 23° 26" S B21" 6 POTENCIAL ESPONTANEO cMv> aNDUGAG_cOHMAD ARENITO médio cinzaesbranquigado Fig. 16.4 - Perfil-tipo da Formagaéo Agua Grande. FORMACAO CANDEIAS FORMACAO ITAPARICA 170 B. Geoci. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 8 (1): 163 - 172, jan./mar. 1994 oS 1-JM-1- Altitude = 153 m TENCIAL ESPONTANEO 905m BA 12° 31° su" s 38° 27° 17" W FORMAGAG” POJUCA | a SILTITO cinza ARENITO fino esbranquigado OIHFIHO cinza 1440 m in ii l PARAL, esvert = =] =| ipo da Formagao Taquipe. =o S] iF FORMACAO TAQUIPE [= ‘ado. FORMACAO = POJUCA — B. Geoci, PETROBRAS, Rio de Janeiro, 8 (1): 163 - 172, jan./mar. 1994 171 3-SI-3-BA ee teas Altitude = 125 10° u7" 38 ur’ 33" W povENGIAL ESRONTANEO CHV sNOUGAS come EHASTEAO es Ee cings secure FORMACAO SALVAI MEMBRO SESWEREA | ARENITO muito fine esbranquigado [——SONGLOMFRALO = variegado ARENITO: cinza € Fig. 16.6 - Perfil-tipo do Membro Sesmaria. 172 . B. Geoci. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 8 (1): 163 - 172, jan./mar. 1994

You might also like