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R. J. HOUGHTALEN NED H. C. HWANG A. OSMAN AKAN : ; ( a 5 RCTS PEARSON Preficio. Agradecimentos. Introdugao, 1 Propriedades fundamentais da fgua 1.1 A atmosfera ea pressio atmosfética da Terra 1 112 As wes fases da gua... 1 1.3. Massa (densidade) e peso (peso expeettico). 2 14 Viscosidade da égua 4 1LS Tensio superticial ¢ capilaridade 3 6 6 7 16 Elastcidade da dius 1.7 Forgas em um campo fuido. Problems. 2 Pressio da dgua e forgas de press 2.1 A superficie livre da digua 2.2 Pressio absolutae pressio manométrica 2.3 Superfcies de mesma press. 24 Mandmetros 25 Forgas hidrostiticas sobre superficies planas 2.6 Forgas hidrostiticas sobre superficie curva... 2.7 Plutuabilidade 28 Estabilidade da Nutuagao Problemas, son 3 Escoamento da gua em tubos.. 3.1. Descrigdo do escoamento em tubos. 3.2 O niimero de Reynolds 3.3 Forgas no escoamento dos tubos. 3.4. Energia no escoamento dos tubos 3.5 Perda de altura devida a0 atrito no tubo, 3.5.1 Fator de atrito no fluxo laminar .nnon son 3.52 Fator de arto no fuxo turbulent. 36 3.6 Equagiies empiricas para a perda da carga de atrito, 40 3.7 Perda de carga de arto ~ relagoes de descarga vs 41 43.8 Perda de earga em contragdes de tubes. . 2 3.9 Perda de carga em expanses de tubos fn 3.10 Perda de carga na curvatura de tubos, 45 3.11 Perda de carga em valvulas de tubos. 46 3.12. Método de tubos equivalentes 49 3.12.1 Tubos em série 3.12.2 Tubos em paralelo. Problema. Vvi_ Engenharia hidrdulica 4. Tubulagdes e redes de tubos: 4.1. Tubulagdes conectando dois reservat6rios | 4.2. Conarios de pressao negativa (tubulagdes ¢ bombas) 56 4.3 Sistemas de tubos ramificados: son 39 44 Redes de wos 6 44.1 O método de Hardy-Cross.. 64 44.2 O método de Newton n 45 Fendmeno do martelo gua em tublagbes ee : 74 46 Tangues de compensacao. - Problema - 5. Bombas de gua 5.1 Bombas centrfugas (fuxo radia). 5.2 Bombes propulsors (Hluxo aia. 53.3 Bomba ajato(ux0 misto. St Curvas caracteristicas da bomba centrifuga. 97 ‘5.5 Bomba simples e andlise de tubulagdes. . ae 98 ‘5.6 Bombas em paralelo ou em série. oon OO) 5.7 Bombas e tubos ramiticados. 103 5.8 Bombas ¢ redes de tubo... vo 7 vo 104 5.9 CavitagZo em bombas de digua foo 106 5.10 Velocidade espectfica e semelhanga entre bombas 08, S11 Escolha da bomba Problemas, 6, Fluxo de Sgua em canais abertos. 6.1. Classticagies de flaxos em canis ahertos. 6.2 Fluxo uniforme em canais abertos. 63 Biicigneia hidrdulica de segdes de canais abertos {64 Principios de energia em fluxos de canais ahertos. 65 Salo hidréulicos... 66 Fluxo gradualmente variado. 6.7 Classiticagies de fluxos gradualmente variados 68 Cilculo de peris da superficie da digs, 68.1 Standard step method, ns 68.2 Direct step method. 69 Projeto hidriulico de canais abertos. 639.1. Canais ndo revestidos. 69.2 Canais com limites rigidos. Problema. 7. Midréulica de dguas subterriineas.. ae) 7.1 Movimento das éguas subterrdneas 150 22 Fluxo radial estvel para um pogo .. 152 7.2.1 Fluxo radial estivel em aquiferos confinados 153, 7.2.2. Fluxo radial estével em aquiferos no continados, ve ta 5S 7.3 Fluxo radial instivel para um poco 155 73.1 Fluxo radial instivel em aqufferos confinados. o 155 7.3.2. Fluxo radial instivel em aquiferos nao continados. 157 7.4. Determinacio em campo das caracteristicas dos aquifer «nn a 159 7.4.1 Teste de equilforio em aguiteros confinados pocaiagee 159 742 Teste de equilidrio em aquiferos nio confinados 160 7A Teste de desequiltbrio. 162 7.5. Fronteiras de aquifers... = sasaecscarpennnecsccrnn IO 76 Investigagbes de superficie de dguas subterrineas 168 7.6.1 Método da resistividade elérica aseesc 08 7.6.2. Métodes de propagagio de ondas sismicas. 168 Sumatio vii 7.7 Invasio da égua do marem areas costeiras, 169 ‘78 Influagao em fundagdes de barragens i : m 7.9 Infiltragio em barragens de terra . sae VIB Problems... - . = i a 8, Estruturas hidriulicas, 182 8.1 FungOes das estruturas hidrulicas 12 8.2 Barragens: fungGes e classiticagées. 183 8.3 Estabilidade das barragens de gravidade © em arco. Is 8.3.1 Barragens de gravidade.. 184 8.3.2 Barragens em arco 186 8.4 Pequenas barragens de aterro 187 85 Veredouros, - - . 189 8.6 Vertedoura livre de limina aderente. 192 8.7 Vertedouros de canis ater. on es TS 8.8 Vertedoutos om siffo. ai . - ‘ sta 138 8.9 Buciros. 198, 8.10 Bais de diego 00 Problemas, 203 9 Metidas de presso def, velocidad ¢ descarga comm 9.3 Medigio da descarga em tubos. 9.4 Medigées de descarga em canals abertos 9.4.1. Vertedores de soleira delgada 9.4.2 Veriedores de soleira espessa 943 Calhas Venturi Problems. " 10 Semethanca hdréulia eet de modelos 10.1 Homogeneidade dimensional 10.2 Prinefpios da semelhanga hidréuliea 10.3. Fenémenos governados por forgas viscosas: lei do nimero de Reynolds mis 229 10.4. Fendmenos governados pelas forgas da gravidade: lei do nimero de Froude. 230 10.5 Fendmenos governados pela tensio de superficie: lei do nimero de Weber. 21 10.6 Fenémenos governados por forgas gravitacionais e forgas viscosa . 21 10.7 Modelos para corpos flutuantes e submersos. 232 10.8 Modelos de canais abertos 10.9 Oteorema Pi Problemas, 11 Hidrologia para projetos hi 11.1 O ciclo hidrolégico 112 Precipitagdo en 11.3 “Tempestade projetada, 114 Eseoamento de supertee eorentes de fuxo IS Relagdes chuvas-escoamento: o hidrograma unitrio. 11.6 Relagies chuva-vazio: procedimentos do Servigo de Conservagio do Solo (SCS). 237 16.1 Perdas © excessos da chuva. 257 11.6.2 ‘Tempo de concentragao.. = : 259 11.63 Hidrograma unitirio sintético do SCS 261 6.4 Hidrograma de projeto do SCS . — 11.7 Roteamento de armazenamento ects 268 11.8 Projeto hidriulico: © método racional. 270 11.8.1 Projeto de sistemas de coleta de sguas plaviais om 11.82 Projeto de tubos de éguas pluviais 23 Problemas. 276 iii Engenharia hidrdulica 12. Métodos estatisticos na hidrologia.. 12.1 Conceitos de probabilidade. 12.2 Parimetros estatisticos.. 123 Distribuigdes de probabilidade. 123.1 Distribuigio normal 1232 Distribuigae log-normal.. 12.33 Distibuigio Gumbel... 123.4 Distibuigdo log-Pearson do tipo II. 1244 Periodo de retomo ¢ risco hidroligico. 125 Analise de frequéncia.. 125.1 Fatores de freguéncia. 12.5.2 Teste de aderéncia 12.5.3 Limites de confianga 12.6 Andlise de frequéncia usando grficos de probabilidade 12.6.1 Grificos de probabilidade 12.6.2 Posigdes de plotagem un 12.6.3 Plotagem de dados e distribuigto térica. 12.64 Estimativa de magnitudes futurs.. 127 Relagio intensidade-durago-frequencia das chuvas, 128 Aplicabilidade dos métodos estaisticos Problema. Respostas para problemas selecionados. Indice, Prefacio ute livro oferece um tratamento fundamental da en- _genharia hidrdulica. Sua principal intengio é servir como Tivto-texto para estudantes de engenharia da graduago, Entretanto, ele pode ser uma refer@ncia muito sil para en _genheiros atuantes que desejam rever principios bisicos € suas aplicagies nos sistemas da engenharia hidrulica, ‘Acngenhatia hidréulica € uma extensio da mecinica de fluides na qual so aplicadas muitas elagdes empiricas so simplificadas muitas premissas de modo a aleangar solugbes priticas de engenharia. A experiéneia mostrou ‘que muitos estudantes de engenharia, possivelmente co- nhovedores da meetiniea de fluids bisica, tem dificuldade cem resolver problemas priticos na hidréulica, Este liveo tema intengio de diminuir a distancia entre os prineipios Dsieos e a téenieas aplicadas ao projeto e a anise de sistemas da engenharia idriulica. Assim, slo apresenta- «dos a0 letor muitos problemas comumente encontrados na prética, bem como virios cenérios de solucio, ineluindo procedimentos de projeto eficientes, equagies, grificos! tabelas ¢ programas de computador que podem ser utiliza dos em seu auxiio Este livro contém 12 capitulos. Os primeiros cinco ccapitulos abordam os fundamentos de estitica dos Mluidos, dlindimica dos fluidos ¢ luxe de tubos. O primeiro capitu- lo discute as propriedades fundamentais da égua enquanto ido. Nesse capitulo sto diseutidas as diferengas bisicas centre o sistema SI (sistema intemacional de medidas) 0 sis- {ema britinico. O segundo capitulo apresenta os conceitos de pressio da gua e forgas de pressdo sobre superficies cem contato com a Seta, O Capitulo 3 intraduz os princi Pios tisions do fluxo da gua em tubos. Esses prinespios. ‘so aplicados em problemas prticos de tubulagdes e redes de tubo no Capitulo 4, com énfuse nos sistemas hidréuli- 0s. O Capitulo 5 discute a teoria, a andlise e os aspectos de projeto relacionadas as bombas de ‘gua, Novamente, cenfitiza-se o aspecto dos sistemas com instrugdes detal das sobre a anise de bombas nas tubulagies, sistemas de ‘ubulagio ramiticados e redes de tubulagdes, assim como a ceseolha da bomba e as consideragées de projeto. (Os ts capitulos seguintes abordam 0 fluxo de canais, as fguas subierraneas e 0 projeto de diferentes estruturas hidrulicas. O fluxo da égua em canais abertos € apresen- tado no Capitulo 6, Incluimos uma diseussHo detalhada a respeito de ipicos como Muxo uniforme (profundidade normal), fluxo rapidamente variével (saltos hidrivlicos) fe fluxo gradualmente variado (classificagdes e perfis de superficie da sgua), além de projeto de eanais abertos. A hidriuliea de pogos ¢ os problemas da infiltraga0 so dois assuntos essenciais tratados no Capitulo 7, no qual se discute sobre iguas subterrineas. hidruliea de pogos Inclui as condigbes de equilibrio e desequilbrio em aqui {eros confinados e no confinados. O Capitulo 8 apresen- ta algumas das estruturas hdrdulicas mais comuns, como represas, vertedouros, glerias e bacias de amortecimento, Sto fornecides prineipios hidriulicos, funcionalidades, ‘consideragbes priticas e procedimentos de projet. O livro se encerra com quatro t6picos subsiidrios: ‘medligdes,estulos de modelo, hidrologia para projetos hi riulicos e métodos estaisticos na hidrologia. O Capitulo 9 discute a medigio de pressio da agua, a velocidade © a descarga em tubos e eanais abertos, O uso apropriado ide maquctes é uma parte essencial da engenharia hidréu- Tica, Por isso, © uso de modelos hidrulicas e as leis da semelhanga nia engenharia so abordados no Capitulo 10, As taxas de fluxo sto nevessarias para o projeto de todas as ‘struturas hidréulicas; muitas delas sto oblidas usando os principios da hidrologia. Os dois thimos eapitulosintro- ‘duzem as téenieas comuns usadas na obtengo dos fluxos hidrol6gicos de projeto, Procedimentos deterministicos si0 abordados no Capstulo 11, ¢ 0s métodos estatisticos slo apresentados no Capitulo 12. Além disso, os sistemas de ccoleta, transporte © armazenamento de siguas pluviais slo discutidos no Capitulo 11 Novidades desta edigo Revisoes significativas foram feitas nesta nova edi= ‘¢20 com base em comentarios de profissionais, professores Universitario e revisores. As novidades incluer: X_ Engenharia hidraulica Mais da metade dos problemas foram revisados. ou criados para esta edigao. ‘© Capitulo 3 inelui duas novas segdes sobre as relagies de descarga na perda de altura de atrto ¢ 0 método de tubos equivalentes. + 0 Capitulo 4 inclui os procedimentos da anise de ‘Harly-Cross para redes de tubos com entradas mlti- plas vindas de reservatsrios (ou torres de égua). Além disso, a andlise da maiz das redes de tbo introduzi- «da com o uso do método de Newton, 0 Capftulo 5, sobre bombas, agora inclui os provedi- rmentos de andlise para sistemas de tubos ramificados e redes de tubos que eontém bombas, © projeto hidréulico (dimensionamento) de canais abertos agora est no Capitulo 6, © Capitulo 7 inclu’ uma abordagem mais completa das equagdes de pogos (equilfbrio e desequilibrio) tanto para aquiferos confinados quanto para aquiferos nio cconfinados. Além disso, a determinagio em campo das ccaracteristicas do aquifero € tratada de maneira mais ddetalhada, © Capitulo 8 contém uma seed curta sobre seguran- ‘64 (Conrentes hidrdulicas) em represas de altura baixa. ‘Também hi maior elareza na discussio dos prineipios hidréulicos que governam o projeto de aquedutos. Dois capitulos sobre hidrologia estao disponiveis de modo a atender aos professores que ensinam hidro- logia em conjunto com hidrSuliea. Os métodos hidrol6- _zicos comuns para obencao dos fluxos de projeto, um requisito essencial no projeto hidréulico, so apresen tndos no Capitulo 11. 0 Capitulo 12, que é totalmente novo, contém os métodos estatsticos mais eomuns na hidrotogia. Informagées e recursos para professores Este livro foi planejado para um semestre (16 sema- nas), com aulas semanais de trés horas, no curriculo da ‘graduacio, Esta edigio continua a oferecer exemplos problemas tanto em unidades interacionais quanto em unidades britinicas, mas estd mais fortemente baseada no sistema internacional. Um pré-requisito em mecanica de fuidos no & necessério, mas bastante recomendado. Um dos autores utiliza este Livro para um curso de engenharia hidréulica (meednica de Mluidos, como pré-requisito, ini ciando no Capitulo 4, depois de uma ripida revisio dos primeitos tes capitulos. Nao é possivel cobrir todo 0 livro fem um semestre, Entretanto, muitos dos capitulos finals (éguas subterrineas,estruturas hidrulicas, estudo de mo- ddelos ¢ hidrologia) podem ser abordados ou excluidos de um programa conforme as preferéncias do professor, sem que se perea a continuidade. Aleuns professores uilizam este livro para uma sequencia de dois semestres de hidriu- lica seguida de hidrologia Existem 115 exemplos ¢ 560 problemas, abordando todos os prineipais t6picos no livro. Em geral, os proble- mas estio organizados de acordo com a taxonomia de Bloom: os primeiros problemas medem compreensio & aplicacao, ¢ os problemas finais medem andlise e algum poder de sintese. Um manual de solugdes esti disponivel para os professores que adotarem o livo em suas aula ‘Trés figuras significativas foram usadas quase exclusiva- mente na solugio dos problemas. Além disso, um manual de teste estddisponivel aos professores para auxilis-los na ‘riagao ripida de teste para avaliagao dos alunos ou eria- ‘20 de problemas que no esto dispontveis no livre, O ‘manual de teste inclui questées de respostas curtas ¢ dois ‘ow trés problemas em cada seco principal do livto (178 problemas ao todo). Esse manual pode ser usado ma dstri- buigo de proflemas extras a serem resolvides fora da sala de aula. © manual de solugées e 0 manual de teste, assim ‘como slides do PowerPoint para todas as imagens e tabe- Jas deste livre, podem ser copiados eletronicamente do site ‘dedicado ao professor localizado em . O material disponivel ¢ oferecido somen- te para uso dos professores em seus cursos € avaliagbes do aprendizado de seus alunos, Todas as solicitagdes de acesso so verificadas em nossa base de dados de cli tes e/ou através de contato com a instituicdo do professor ‘Contate seu representante de vendas local para assst@acia ‘ou suporteadicional, ‘Os autores incluiram muitos tépicos nos quais oIeitor faria bom uso de programas computacionais, Alguns des- s28 tépicos ineluem: equibrio de energia em tubulagées (seebes 3.4 3.12); tubulagdes, sistemas de tubulagbes a mmificadas © redes de tubos (segdes 4.1 a 4.4): analise de sistemas de bombastubulagies (segbes 5.4 a 5.8); escolha ‘da bomba (Se¢ao 5.11); profundidade normal profundi- ‘dade eritica em canais abertos (segbes 6.2 a 6.4); perfis de superficie da égua em canais abertos (Secio 6.8) andlise de galerias (Seco 8.9; hidrogramas unitérios, procedi- rmentos do SCS e aplicagies de roteamento de armaze- namento (segGes 11.5 a 11.7) e métodos estatisticos em hidrologia (Capitulo 12). Na pritica da engenharia, existe ‘uma enorme variedade de softwares disponivel para essas freas que visam acelerare simplifica os provessos de peo- jeto e andlise. Algumas empresas fazem uso de software proprietirio escrito por seus especialistas em computa ‘0 c/ou engenheiros: outras empresas utiizam software prontamente disponivel em fornecedores particulares ou Aagéncias governamentais. Os autores escreveram planillhas para algumas éreas (expostas no manual de solugdes e dis poniveis para os professores que adotarem o livro) € oca- sionalmente recorreram a algum software disponivel para verificar os métodos usados no manual de solugbes ‘Os autores encorajam os professores a fazerem com que ‘s aluaos utilize os programas disponiveis no mercado e, ‘em alguns casos, programem suas préipias solugdes em pla- nilhas ou pacotes alybricos computacionais (por exemplo, MathCAD, Mapple ou Mathematica). Algumas reeomenda- _gbes de softwares no propretitos especttices para detecmi- nadas tarelas sio EPANET (Agéncia de Protesio Ambien- tal) para redes de tubos, HEC-RAS (Corpo de Engenbeiros do Exétcito norte-americano) para profundidades normal © critica e para pestis de supertcie da égua, ¢ HEC-HMS (Corpo de Engenhwiros do Exército norte-americano) para hidrogramas unitirios ¢ rteamento de reservatios. Exise ‘em programas gratutos disponiveis na knee para press30 de fluxo de tubos,fluxo em canaisabertos e andlise/projeto dle bombs. Também estao disponiveis gratuitamente na I~ temet planithas do MathCAD para resolver muitos proble- mas da engenbaria hidréulica (por exemplo, — permissio concedida por D. M. Grif, Jt, Ph.D., PE. D.WRE). Além disso, existe uma enorme variedade de pacotes proprietiios que resolvem problemas hidnulicos espectfieos que podem ser rapidamente encontra- «dos na Intemet, Quase teas as tenes de solo poder ser implementadas em planilhas e/ou pacotesalgébricos compu- tacionaise resultariam em excelentes projetes para os alunos, Um enorme ntimero de problemas do livro encoraja 0 uso de software. Além disso, “exercicios computacionais ‘para sala de aula” esto ineluidos para itroduir 0 software adequado € seus recursos. Esses exercicios devem ser fei- tos durante a aula ou no tempo de laboratrio. Eles tém a intengdo de promover um ambiente de aprendizado colabo- tativo no qual equipes de alunos se engajem ativamente na analse e no projeto da engenhariae possivelmente promo- vero algumas ras discusses em sala de aula. O principal objetivo desses exercicios & desenvolver uma compreensio mais aprofundada dos assuntos em questi, mas eles no ‘equerem um computador em sala de aula (ou laptops para ‘6 alunos) que tenham instalados os programas alborda~ dos. © autor mais experiente uiliza equipes de dois ou ws alunos para estimular 0 didlogo € melhorar 0 processo de aprendizagem. Como alternativa, 0s alunos podem fazet 0s cexerefcios como trabalho extraclasse etrazer seus resultados impressos para discussio em turma. ‘Aposar de apresentar aos alunos programas hidro- 6gicos e hidrdulicos, o livro nio € escravo deles. Con- Preficlo xi forme mencionado, diversos t6picos encorajam 0 uso de software. Os primeiros problemas ao final de cada uma dessas segdes (t6picos) demandam célculos feitos & mio. ‘Uma ver que os alunos estejam conscientes dos algorit= mos de solucdo, problemas mais complexos que podem ser resolvides com 0 uso de software slo introduzidos. Consequentemente, os alunos estario em uma posicio na qual poderio antecipar os dados dos quais 0 software precisa para resolver 0 problema e compreenderdo 0 que ‘0 software est fazendo em termos computacionais. Fora isso, 0 professor pode fazer diversas perguntas do tipo “e 0" relacionadas a esses problemas. Elas ajudaro muito na compreensio do t6pico em estudo sem cansar 0s alt= ‘nos com céleulos enfadonhos, ‘oferece recursos adicionais que auxiliario pro- fessores e alunos na exposigdo das aulas ¢ n0 processo de aprendizagem, Material adicional A Sala Virual do livro () Para o professor: + ApresentagSes em PowerPoint + Exerciciosadivionais (problemas) + Manual de solugdes (em inglés) + Banco de imagens em PowerPoint Para o aluno: + Exereiios de millpla escolha autovorrigiveis ‘© material dos professores & prowegido por senha. Para ter avesso a eles, os professores que adotam 0 livro ‘devem entrar em contato com o seu representante Pearson ‘ou enviar e-mail para universitarios@ pearson.com, Introducao (Os sistomas hidréulicos slo projetaclos para transpor- tar, armazenar e regular a gua. Todos os sistemas hidriu- licos requerem a aplicagio de prineipios fundamentals da mecanica de fluidos. Contudo, muitos também demandam 4 compreensio sobre hidrologia, mecdnica de solos, anilise estrutural, economia da engenhatia, sistemas de informagio geogrifica ¢ engenharia ambiental para plane- jamento, proto, construcao e operagio adequados. ‘Ao contririo de outcas sreas da engenbaria, cada projeto hidriulico se depara com um conjunto tnico de Ccondigdes fisicas com as quais deve estar em conformida- de, Nao existem solugies padronizadas ou respostas sim- ples retiradas de livros, A engenhariahidréulica baseia-se no conhecimento fundamental que deve ser aplicado para tender ds condigdes especiais de cada projeto, ‘A forma ¢ as dimensBes. dos sistemas hidréuli- cos podem variar desde um pequeno medidor de caudal de poucos centimetros até uma barragem de centenas de quilmetros de comprimento, Em geral as estruturs hi rdulicas sfo imensas, se comparadas aos produtos de ou- tras dsciplinas da engenharia, Por essa rao, o projet de _grandes estruturas hidriulicas ¢ especifico do local, Nem sempre & possivel selecionar a localizagdo ou © material mais desejado para determinado sistema. Normalmente, um sistema hidrulico ¢ projetado para se adequar as con- digdes lacais, que incluem topografia, geologia, ecologia, {questées sociais e disponibilidade de miateriais natives ‘A engenharia hidréulica & to antiga quanto a ci vilizagdo, 0 que demonstra a importancia da égua para 4 vida humana, Existem muitas evidéncias de que sis- temas hidraulicos de tamanho considerivel existiram hd mithares de anos. Por exemplo, um sistema de dre- nagem e irrigagio em larga escala consteufdo no Egito pode datar de 3200 a.C, Sistemas de abastecimento de 4égua complexos, ineluindo diversas contenas de quild- metros de aquedutos, foram construidos para levar dgua 4 Roma antiga. Dujonyen, um enorme sistema de irri- ¢gagdo construfdo em Siechuan, China, hi aproximada mente 2.500 anos, continua em funcionamento efetivo atualmente. O abundante conhecimento resultante des- sas ede outras alicagdesprticas da engenhari hidréu- lica €indispensive ‘Além da abordagem analtica, 0 projeto ea operagio de alguns sistemas hidriulicos modemos dependem de formulas empiticas que produzem resultados excelentes tos tabalhos com a ga, Nao se espera nenhum substi- tuto methor do que exts formulas n0 futuro. Infliemea- te, grande parte desis férmilas empircas nfo pode ser analisda ou provada teoricamente. Em eral, elas no si0 ‘imensionalmente homogéness. Por isso, a conversio de dads do sistema bitinico para o sistema iteracio- nal e vice-versa é mais do que simplesmente uma questi0 de convenincia. Algumas veze, «forma rigoose (poe cexemplo, as equagtes de Prsall para medigio do fixo 4a gua) precisa ser manta em sas unidades origina Nesses casos, pra fins de eevlo, todas as quantdades dvem ser converts para as unidadesorginaisespecit- «ada pela equa Olivo enfatizao uso do sistema internacional Ble & ‘sistema de nidades mais smplamente wilizado no man- doe é particularmeate dominante no eomécio ena cién- cia. A medida que © mundo foi se plaifcando, para wsae 2 ingwagem de Thomas Friedman, 0 movimento rumo 20 sistema intemacional foi acelerado. Em 2010, a Unio Eu ropein comegou a banir dos produtos imports indica- 8s que nao fossem eins no sistema internacional (por «xemplo, bos, bombas ete.) Aproximadamente um 50 dos problemas deste livroestdesrito em unidades brit nico paraacomodara mista de unidades (sistema bet nigo ¢ sistema intemacional) sada nos Estados Unidos. Eniretano, os captlos sobre hdrologia usam quase ex- clsivament o sistema britinico de unidaes, Nos Estados Unidos, a transgo para uniddes do sistema internacional to campo da hidrologia parece nio estar progredindo com ita rapide Para ajdaroleitor, uma tabeladealhada de conversdes€fornecida no Apéndice. Propriedades fundamentais da agua ‘A palavra “hidrdulica” ver de duas palavras gregas: “ievdor” (que significa “igua’) € “aulos” (que significa “wubo"). Ao longo dos anos, a definigao de hidraulica am- pliou-se para além do escoamento em tubos, Sistemas hie Ariulicos sio projetades para acomodar a gua em repouso ‘1 em movimento, Os fundamentos dos sistemas de enge- nharia hidréulica, portanto, envolvem a aplicagio dos prin- cipios e métodos da engenbaria nas etapas de planejamento, controle, transporte, conservaea0 e utilizacto da gua, E importante que o leitor compreenda as proprieda ds fisieas da sigua para resolver de maneira adequada os \rios problemas existentes nos sistemas de engenbari hi réulica. Por exemplo, a densidade, a tensdo superficial e 4 viscosidade variam com a temperatura da gua. A densi- dade é uma propriedade fundamental que est diretamente relacionada & operagdo de grandes reservatérios. A altera <¢io da densidade com a temperatura, por exemplo, faz que 4 gua se estratifigque no versio, com a agua mais morna ficando sobre a mais fria. No final do outono, a tempera tura da superficie da gua eai rapidamente, e a égua ftia ccomega a descer em diregdo a0 fundo do reservatsrio, A ‘égua mais quente perto do fundo sobe & superficie, resul- tando na “inversio de outono” em climas do norte. No in- vero, a gua da superficie congela enquanto a 4eua mais fria se mantém isolada sob o gelo, Depois da estratificagao «de inverno acontece a “inversio de primavera” O gelo der- rete, a temperatura da superficie da Sgua alcanga 4 graus, Celsius (4°C) (maior densidade) e baixa para 0 fundo & ‘medida que sobe a gua mais quente que estava no fundo. De modo semethante, a variaglo da tensdo superficial afeta digetamente a perda de evaporugio de um grande corpo de gua em armazenamento. A variagio da viscosidade da 4égua devido & temperatura é importante para todos os pro- ‘blemas que envolvam a égua em movimento. * press aostrca = 1014 x 10" Ni = 1,014 105 poss 1.014 bar= 14, neo 7) as Hg = 10.8 9.0 Ese ulo discute as propriedades fundamentais 4a sigua que sio importantes para problemas nos sistemas ‘de engenhatia hidrulica, 1.1 A atmosfera e a pressao atmostérica da Terra A atmosfera terrestre & uma camada espessa (cerca ‘de 1.500 km) de gases mistos. O nitrogénio forma apro- ximadamento 78 por cento da atmosfera; 0 oxigenio E responsivel por 21 por cento: ¢@ 1 por cento restante & formad basicamente por vapor de gua, argOnio e algun ‘outros gases. Cada gis possui determinada massa e, co sequentemente, determinado peso, O peso total da colt na atmosférica exerce uma pressio sobre toda superficie ‘com a qual entra em contato. No nivel do mar ¢ sob con- digdes normais, a pressdo atmosférica & aproximadamente igual a 1,014 x 10° Nin, ou 1 bar*. A unidade de pressio T Nim também & conhecida como 1 pascal, em home: nagem a0 matemtico francés Blaise Pascal (1623-1662), As supeicies da igua que entram em contato com & umosfera estio sueitas a presto atmosférica, Na atmosfe= ra, cada gis exeree uma pressio parcial independentemente ‘de outros gases. Essa pressio parcial exereida pelo vapor da ‘gua na atmosfera é denomninada vapor de pressao. 1.2. As trés fases da agua A moléeula de gua é uma igo quimica estivel de ftomos de oxigénio ¢ hidrogénio. A quantidade de energia ‘que mantém essas moléculas ligadas varia conforme a tem Peratura ea presso presentes, Dependendo do conteddo de ‘enetgia. agua pode apresentar-se em estado sid, liquide cu gasoso, Neve e gelo sio formas sélidas de Seuas & for sma liguida € a mais comumente reconhecida; € a umidade, 2 Engenharia hidraulica que € 0 vapor da agua no a, representa o estado gasoso. As tes Formas distintas da sgua sio denominadas fases Para fazer a sgua passar de uma fase houtra, €neces- stia a aigZo ou subtragao de energia da gua. A quanti dade de energia nevessaria para alterar a fase da égua é co- nnhecida como energia lente. Essa quantidade de energia pode estar na forma de calor ou presso, Uma das unidades mais comuns de energia térmica & a caloria (cal), sendo {que 1 cal é a enengia necesséria para aumentar em °C a temperatura de I grama (g) de égua em estado liquido. A ‘quantidade de energia necesséria para aumentar em 1°C a temperatura de uma substancia é conhecida como calor es pecifico da substincia, O calor latente e calor especifico das tes fases da gua sho discutidos a seguir ‘Sob press atmostirica padrdo, 0 calor especitico da {gua e do gelo S20, respectivamente, I 0,465 cal/g - °C, Para vapor de gua, 0 calor especifico sob pressio cons- tante € 0.432 eal/g + °C, e sob volume constante & 0,322 ccalig - °C. Esses valores podem variarligeiramente em Fungo da pureza da gua, Para derreter 1 g de gelo, alte- rando a gua da fase sida para a Kiguida, € necessério um calor latente (calor de fusto) de 79,7 cal. Para congelar 8 agua, € necessério que a mesma quantidade de energia térmica seje retirada de cada grama de agua, de modo are verter o processo. A evapora, que é a mudanga da égua ‘em estado liquide para o estado gasoso, requer um calor latente (calor de evaporagdo) de $97 cal. ‘A evaporagio € um processo um tanto complexo. Sob pressio atmosférica padrao, a égua ferve a 100°C. Em al- tas elevagaes, onde a pressio atmostérica é menor, agua ferve a temperaturas inferiores a 100°C. Esse fenmeno pode ser mais bem explicado pelo ponto de vista da troca de moléculss ‘Na interface g@s-liquido acorre uma troca continua en tte moléculas deinando o liquid em diregao ao gas € mo- Iculasentrando no liquide vindas do gis. A evaporagio Ii FECEENE Fess de vapor da sou ‘quida ocorre quando existem mais moléculas saindo do que ‘entrando no liquide; a condensacdo liqida ocorre quando cexistem mais moléculas entrando do que saindo do liquido. © equilibrio acontece quando a troca molecular na interface ss-liquido ¢ igual a0 longo de um intervalo considerado. ‘A pressio parcial exercida pelas moléculas de vapor no ar em qualquer superficie de contato é canhecida como pressto de vapor. Essa presstio parcial combinada & pres- ‘Jo parcial eriada por outros gases na atmosfera forma a pressio atmosférica total Se a temperatura de um liguido aumenta, a energia molecular sobe, levando um grande niimero de molécu- las a deixar 0 liquide, 0 que aumenta a presst0 de vapor. Quando a temperatura aleanga um ponto no qual a pressio de vapor ¢ igual A pressio atmosférica ambiente, a evapo- ragdo aumenta significativamente, e acontece a ebuligo do Jiquido. A temperatura na qual um liquido ferve € comu- mente conhecida como ponto de ebuligdo. Para égua no nivel do mar, 0 ponto de ebuligdo € 100°C. A pressdo de vapor da dgua ¢ apresentada na Tabela 1.1 Em um sistema fechado (por exemplo, ubulagdes ot bombas), a sgua evapora rapidamente em regides nas quais a pressio cai abaixo do valor de press, Esse fentimeno & ‘conhecido como cavitagdo, As bolhas de vapor formadas na ceavitagao costumam estourar de modo violento quando se -movem para regides de presses mais alts, o que pode causar ‘danos consideriveis au sistema. Em um sistema hidriulico fechado, a cavitaedo pode ser evitada mantendo-se a pressio cima da presso de vapor em qualquer lugar do sister, 1.3. Massa (densidade) e peso (peso espectfco) No Sistema Internacional de Unidades (SD*, a unidade ‘de medida para massa € o grama ou o quilograma (kg) sho de vapor Pressio de vapor Temperatura (*0) ‘Atm Nim? Temperatura (°C) atm Wim ooosie2 at 33 0.15531 15.745 0 0.06027 st oo 0.19655 13924 5 0.008600 83 6 0.24679 25015 10 onizio2 1.268 70 0.30752 31.166 15 ogtesee = 1.707 % 0.38043 38568 20 0.073042 2335 0 0.46740 an 25 ost 3.168 85 o.s7oa7 S720 30 onstes1 4238 90 0.69192 70.132 35 onssus S62 95, oa3azi Bassz 40 oon) = 1377 100 1.00000 101.387 4s 0.094526 ase 105 1.19220 10839 50 12170012331 110 1.41390 143.314 * Do fads Le Syme neato d Unies A densidadle de uma substincia € definida como massa por volume de unidade e € uma propriedade inerente da estru- ‘ura molecular da substincia. Isso significa que a densidade depende nao s6 do tamanho e do peso das moléculas, mas ‘também da mecdnica que as une, Esse mecanismo costuma variar em fungio da temperatura © da pressio. Devido a sua estrutura molecular peculiar, a dgua é uma das poucas ssubstncias que se expankdem ao congelar; Quando a agua ccongelada & contida em um compartimento fechado, sua cexpanso causa tenses nas paredes do compartimento. Essas tenses so responsiveis pelo rompimento de tubos de gigua congelada, pela criag2o de rachaduras e buracos na pavimentagio das estradas e pela alteragio das rochas cencontradas na natureza ‘A éguaaleanca a densidade méxima de 4°C ¢ torna-se menos densa quando resfriada ou aquecida. A densidade dda dgua é apresentada como uma fungao da temperatura ra Tabela 1.2. Observe que, na mesma temperatura, a den- sidade do gelo ¢ diferente da densidade da gua Iiquida, Assistimas a esse fenmeno quando vemos gelo boiar so- brea dgua. ‘A dgua salgada (ou gua do aceano) contém sal dis- solvido. As moléculas que formam © sal possuem mais ‘massa do que as moléculas que estas deslocam, Portanto, a densidade da égua do mar é cerca de 4 por cento maior do que a da dgua doce. Assim, quando a gua doce encontra a salgada sem a mistura apropriada, como na Baia Chesa- ppeake, a salinidade aumenta com a profundidade. ‘No sistema SI, o peso de um objeto € definido pelo ‘produto entre sua massa (m, em gramas, quilogramas etc.) Densidade e peso espectco da aqua Capitulo 1 = Propriedades fundamentats da Sgua 3 © aceleragdo gravitacional (g = 9.81 mis? na Tera). A relagdo" pode serescrita como ay (© peso no sistema SI costuma ser expresso na uni- ‘dade de forea newton (N). Um newton & definido como a forga necesséria para acelerar I kg de massa a uma taxa de | mst.O peso espectfico (peso por volume de unidade) da 1a (7) pode ser determinado pelo prluto entre a den- sidade (p) e a aceleragdo gravitacional (g), A razao entre ‘6 peso especifico de qualquer liquido a uma determinada temperatura ea dgua a4°C ¢ denominada grevidade espe- eifica do liquido. Observe que 6 peso especifico da égua é ‘mostrado como fungdo da temperatura na Tabela 1.2 ‘A unidade de massa no sistema britinico € 0 slug ‘Um siug €definido como a massa de umm objeto que requer | lia de forga para alcangar uma aceleragao de 1 pels" Wome Exemplo 1.1 ‘Um aguiro armiazena 0.5m de dgua. © peso do aguio € 5.090, N quando cheio e200 N quando vaso, Determine a temperatura a igus Solucéo (© peso da gua no aqui & A Gégua) = 5.090 N 200) (0 peso espetico da ua € y= 4.890 NI,S A temperatura da gua pode ser obtida na Tabela 1.2: T=28°C Temperatura (0) Densidade (p, kgm?) Peso espectico (y, Nin) 0° (geo 3995 0° (qua) 939 9.800 ° 1.000 9810 0 999) 9.800 ~ 998 9.790 30° 936 om “0 one 50° 988 9.692 oo 983 70° 978 9594 a0 9535 30° 965, 9.467 100" 958 9.398 * Nosisemabritnco lmpern, amass de um objet din porte exe (nga ir) ein aera grvitiona g = 32.2 pn Tera). Aeapie€ seni como n=We cu) 4 Engenharia hidréulca 1.4 Viscosidade da Squa ‘A dgua responde & tensio de corte apresentando uma ddeformacio angular constante na direcio do corte, confor- Ime mostra a Figura 1.1, Esse processo leva ao conceito de viscosidade, O diagrama esquemtico da Figura 1.1 repre- senta a base fisica da viscosidade. Considere que a gua preenche 0 espaco entre dois pros paralclos (plistico de peso desprezivel) que estdo a uma distancia y um do outro, ‘Uma forga horizontal 7 & aplieada ao prato superior e move- -o para a dirita « uma velocidade v enquanto o prato infe- rior permanece imével. A forga de corte T & aplicada para superar resit@ncia da gua Re deve ser igual aR, pois 0 ‘existe aceleragao envolvida no processo. Descobriu-se que a resisténcia por unidade de drea do prato superior (tensao de cone, 7= RA = TA) €proporcional 3 taxa de deformagio angular no fu, dé dt. relago pode ser eserita como og tO ds/y ash _ ae a4 da yy ‘onde v= evr é a velocidade do elemento Muido, Por outro tae oy A constante proporeional p € a viseosidade absoluta do fluido. A Equagio 1.2 6 bastante conhecida com fei de Newion da viscosidade. Os liquidos, em sua maioria, se- {quem essa relagio e so chamados fluidos newtonianos, (Os liquids que nao apresentam essa relagio linear so co- nhecides como fluidos ndo newionianos. Entre eles esto © sangue humano e grande parte das tints, BITTEN Viscosidaces da aqua e do at 2 Prato mivel rato imvel Figura 1.1. Tenstes de corte em fuidos, A viscosidade absoluta possui a dimensio da forca por unidade de srea (tensio) multiplicada pelo intervalo de tempo considerido, Fla costuma ser medida na unidade poise (em homenagem 20 engenhteiroe fisico J. L. M. Poi- seuille). A viseosidade absoluta da gua em temperatura ambiente (20,2°C) é igual a1 cenripoise (eP), que equivale ‘um cem aves (1/100) de um poise: 1 poise = 0,1 N - sin = 100 eP ou (1.N «sf? = 1.000 P) A viscosidade absoluta do ar & aproximadamente (0,018 eP (cerea de 2 por cento da gua). 'Na prétice da engenharia, costuma set eonvenien- te conhecer 0 termo viscasidade cinemética, v, 8 qual é ‘obtida dividindo-se a viscosidade absoluta pela densidade ‘de massa do fluido & mesma temperatura: » = lp. A vis- ‘eosidade cinemitica é expressa em cm/s (na unidade de medida stokes, em homenagem ao matemitico britinico G.G. Stokes). As viscosidades absolutas e as viscosidades ‘cineméticas da igua pura e do ar sfo apresentadas na Ta- bela 1.3 como fungdes da temperatura, Agua Ar Temperatura(‘C) Viscosidade (un) -——_—Viscosidade Viseosidade (a) Viseosidade N-sim? cinemtica (») N= phat ite y/Alen? (e284 ow sooN WwW 77 en? 314em soos( 4822) = 202 x 108s 2.3 Superficies de mesma pressao A pressio hidrostitica em um corpo de gua vari ‘com a distancia vertical medida a pastir da supericie livre Capitulo 2 = Presséo da Sgua e forcas de pressio 11 «da dgua. Em geral, todos 08 pontos sobre uma superficie horizontal em um corpo de gua esttico estdo sujeitos 3 mesma pressio hidrostitica, conforme demonstra a Equa- ‘¢20 24. Por exemplo, na Figura 2.4 (a), 0s pontos 1, 2, 3 ‘e44 apresentam a mesma pressio, ¢a superficie horizontal ‘que contém esses quatro pontos & uma superficie de mes- ‘ma pressdo, Eniretanto, na Figura 24 (b), 08 pontos 5 ¢ 6 ‘sito sobre 0 mesmo plano horizontal, mas as pressbes 0 sto iguais. Isso ocome porque a gua nos dois tanques rio esti conectada, ¢ as profundidades sobrejacentes as tres superficies sto diferentes. A aplicagao da Equayo 2.4 produzivia pressoes distin. A Figura 2.4 (€) apresenta tanques cheios de dois liquidos imisciveis de densidades diferentes. (Observago: Liquids imiscfveis nfo se mist Fam imediatamente sob eondigées normais.) A superficie horizontal (7, 8) que atravessa a interface entre os dois I ‘quidos apresenta a mesma pressio. A aplicagio da Equa ‘lo 2.4 em ambos os pontos leva 3 mesma pressZo; temos ‘6 mesmo fluido (gua) em ambas as localizagdes (logo abaixo da interface no ponto 8), € ambos os pontos este A mesma distdncia abaixo da superficie livre da égua, En- tretanto, os pontos 9 ¢ 10 ndo estio sobre uma superficie ‘de mestna pressao porque residem em liguidos distintos. A verificagio pode ser obtida com a aplicagdo da Equacio 2.4 utilizando diferentes profundidades entre a superficie livre e 0s pontos 9 ¢ 10 e os pesos especificas diferentes dos luidos. Em resumo, uma superficie de mesma pressio re- ‘quer que (1) 08 pontos sobre a superficie estejam no mesmo liquide, (2) os pontos estejam na mesma eleva- ‘elo (ou seja, estejam na superficie horizontal), ¢ (3) 0 liquide que contém os pontos possa ser relacionado, O cconceito de superficie de mesma pressio é um método Stil na andlise da forga ou intensidade da pressio hidros- Litica em varios pontas em um contBiner, conforme de- monstea a proxima seco. spi a peas SPD = speci de presi dierene sep owe ® Figura 2.4 Pressdo hidrdulica em compartimentos, Vatwa o © 12. Engenharia hidrsulica 2.4 Manémetros Um mandmetro & um dispositive para medigio de pressio, Ele costuma ser um tubo no formato de “U" que ccontém um fluido de gravidade especifica desconhecida, A diferenca nas elevagoes das superticies do liquide sob pressio indica a diferenga de presstio em duas extrem dos. Basicamente, existem dois tipos de mandmetros: 1. Um mandmetro aberto possui uma extremidade berta& pressio atmosférica e & capaz de medir a presso manomeiiea em um compartimento. 2. Ummandmer diferencia possui cada uma de Saas cextremidades conectada a um foe de pressio distin tae 6 eapaz de medira diferenga de pressio entre 08 dois foes, © liguido utiizado em um mandmetro costuma ser mais pesado do que os fluidas a serem medidos. Ele deve formar uma interface diferente ~ ou seja, nfo deve se mi dos adjacentes (liquidos. imiseiveis). Ccomuns nos mandmetros so merctrio (gravidade espectfica = 13,6), gua (gravidade especttica = 1), alcool (gravidade especifica = 0:9) e outros dleos ccomerciais para mandmetros com gravidades espectficas variadas. ‘A Figura 2.5 (a) mostra a imagem de um mandmetro sberto tipico, enquanto a Figura 2.5 (b) apresenta un mac rOmetto diferencial tipico. E obvie que, quanto maior for 8 pressdo no compartimento A, maior sera a diferenga, nas elevagdes das superficies nos dois lados do manome- tro. Um calculo matematico da pressdo em A, entretamto, cenvolve a densidade dos fluidos e a geometria de todo © sistema de medigao, ‘Um procedimento passo a passo simples 6 sugerido para o eéleulo da pressto. Passo |, Fag om esbogo do stems manonrica, semelbate a0 da Figura 25, em escla tpronimada Passo, Dene uma nhs horizontal erizando & seperti inferior do lguido do mando {poeta 1), presto nos pontos I 2 deve Sera mesma, que o dena end em ea Io exe, Sowa nf i Figura 2.5 Tipos de mandmetros: (a) manémetro aberto € {o) mandmetro diferencia Passo 3. (a) Part mandmetros abertos, a pressao em 2 € exercida pelo peso da coluna de I {quido M acima de 2; e a pressio em | é exercida pelo peso da coluna de dgua scima de | mais a pressio no compar- timento A. As pressées devem ser de igual valor, Essa relagdo pode ser escri- ta da seguinte forma: aul wt Py ou Ph = Y= Co) (Para mandmetros diferenciais, a pres- sio em 2 6 exercida polo peso da colu- na de liguido M acima de 2, pelo peso da coluns de égua acima de D e pela pressio no compartimento B: € a pres- io em I €exercida pelo peso da colu- na de gua acima de 1 mais a pressio no compartimento A. Essa regio pode lt + (yh) + Pam yy + Pa AP = Pa ~ Pa = Ny ~ 9) Qualguer uma dessas equagies pode ser uilizada para se encontrar P, claro que, no aso do mandmeteo ‘ierencial,P, deve ter conheeida, © mesmo proceimen- to pode ser aplicado a qualquer geometia complex con- forme demonstra o Exemplo 22, a sept Exemplo 2.2 {Um mandmeteo de merciro (gravidade espe ‘do para media dferenga de presto nose ‘como demonstra a Figura 2.6. Determine a diferen fem paseais (Nim. 3,6) €usae partimentos Ae By de pressia Figura 2.6 Solugao O esboco do sistema manométrico (passo 1) & apre- sentado na Figura 2.6, Os pontos 3.¢ 4 (P,, P,)estao em uma superficie de mesma pressio (passo 2), € 0 mesmo acontece no compartimento A com os pontos | ¢2(P,,P,¥ As pressdes nos pontos 3 ¢ 4 so, respectivamente {passo 3), Py = Py + (270m) = By + 9 (270m) P= Pg + (135 em) + yyy (15em) Agora, Py = Pa + (27 em P= Pg + (135 em) + yy (150m) « observanlo que 7, = 9 (aravidade especitica) AP = Py ~ Py = 4(135em ~ 276m) + ay¢(1S-em) AP = [1084(13,6)(15) Jem = (9790 Nyon®)(3.12 m) AP = 30.500 N/m? (pascais) ou 306 quilopascais ‘© manfmetr aberto, ou tubo.em “U", requerleturas dos niveis dos lguides em dois pontos. Em outras paras, qual- ‘quer allerago na prssdo do compartimento acareta diinui- «oda superficie do iquido em uma extremidadee elevagao na ‘utra, Um manimeno de litre tinica pode ser eriado intro- durin se um reservatério com uma drea de seo transversal maior do que ado tubo em um dos lados do mandmeto, Esse tipo de manémeto é apresentado na Figura 2.7. Em virtude da elevada raza de dea entre 0 reserva- 16rio e 0 tubo, uma pequena baixa na elevago da supertf- cig no reservatério acartetari uma elevago acentuada da ccoluna de liquide no ourro lado, Se houver um aumento na press, AP, fard a superficie do Kquido no reservatério 3). Isso deve ser verdadeiro porque todas as és variaveis no primeico termo no lado direito dda Equagio 2.16 sio positivas, que faz 0 termo positivo. Esse termo ¢ acrescentado a distincia centroidal (8) O centroide, a ea e 6 momento de inéreia em rela- ‘¢20 ao centroide de certas superficie planas comuns $30 Tistados na Tabela 2.1 Exemplo 2.3 Ua comporta vertical wapezoidal com extemidade syperioe localiza Sm abaixo da superficie ive da aa € ost ma Figua 2.10, Detemine a forge de ress wt 0 canto de reso na comport. Solucao A forga de rosso toa ¢doterminada& pir da Eguago 2.12 eda Tabela 2.) P= yha aay) +a} p20 +0) of] = 2.28 X 10°N= 228kN A localizaso do centro de presto é Capitulo 2 = Pressao da Squae forcas de pressio 15 kal Figura 2.10 ‘onde (conforme a Tabela 2.1) UF + 4()@) +37) b sy he y= 583m A= 4.0007 Loge, 122 hes egy 1589 = 5.8m shaixe da superice da dua Exemplo 2.4 Uma comport semicnculrinvertda (Figura 211) st instal 845° com relagio superficie livre da dgua. 0 topo da eompor: 1a est 5 pés abaixo da superficie da gua na diegHo vertical Determine a forga hidrostitca e o eontro de pressdo sobre 2 ‘comport Figura 2.11 16. Engenharia hidrsulica EISEN Ace super, centroid e moreno de inca decertos panos geome simples, Forma etinguo Shee Senco jet Area Ha + 8) z bh Centroide or h(2a +6) 30 +8) 7 a 3 Momento de inercia em relagio a0 eixo x neutro fo Mp3 ton haw om Lae 0" 36 Jo= ena! cat a? + 4ab + 04) ee +8) Jo = Zon? 9x? — 64) i Nays Tie (on? — say Re Solugao A forga de press total & onde Ponanto, F=623 (son 85°)(8,77)25.1) = 9.700 libras Esta ¢ a forgahidrostiic total atuando sobre o porto, A lea ago do centeo de pressio & ‘onde (a partir da Tabela 2.1) (or? 64) , at = et = 28. oe Portanto, 28.1 we agate tT ~ 890 Ess €adistincia inclinada medida ent a supeticie da gua € ‘o.com de presi, 2.6 Forcas hidrostaticas sobre superficies cuvas A fonga hidrostitica em uma superficie curva pode ser analisada obtendo-se a forga total de presstio na superficie ‘par o interior de seus eomponentes horizonais ¢ vertiais (Lembre:se de que a forga hidrostética atua perpendicu- Tarmente & superficie submersa.) A Figura 2.12 apresenta Capitulo 2 = Pressio da Squae forcas de pressio 17 tuma parede curva da abertura de um cont@iner que pos sui uma unidade de comprimento perpendicular ap plano ‘da pagina, ‘Como 0 corpo de digua no contéiner esta imevel, cada tuma de suas partes deve estar em equilfbrio ow cada um ‘dos componentes de forga deve satisfazer as condigbes de equiliorio—ou seja, EF, = 0 EF, = 0. No diagrama do corpo livre da gua contida em ABA ‘6 equiltbrio requer que a pressio horizontal exercida so- bre a superficie plana 4’B (a projecao vertical de AB) seja igual e oposta ao componente horizontal de pressio F,, (a forga que a parede da porta exerce sobre 0 fluido). Do mesmo modo, 6 componente vertical, F,, deve ser igual 20 peso total do corpo de «gua acima da porta AB. Entao, as orgas de presse horizontal e vertical sobre a porta podem ser eseritas como ZF, = Fya- Fu =0 Fy = Eu Ay = Fy ~ (Was + Wana’) = 0 Fy = Wan + Wana Logo, podemos assumir que: 1. O componente horizomal da forca de pressio hi- drosidtica oral em qualquer superficie & sempre igual a pressdo total na projecdo vertical da su- erfice. A forca resultante do componente hor: omual pode ser localizada usando-se 0 centro de prossdo dessa projecao. 2. 0 componeme vertical da forga de pressao hi drostética toral em qualquer superficie € sempre igual ao peso de toda a coluna de gua acima da superficie que se estende verticalmente até a su perfcie livre. A forga resultante do componente vertical pode ser locaticada usando-se 0 centroi- de dessa coluna, | Wee Figura 2.12. Pressio hidrosttica sobre uma superticie curva | ~ Fn

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