You are on page 1of 1

Nesta parte do texto Freud vai tratar um pouco das neuroses narcísicas e das neuroses de

transferência, a esquizofrenia e a forma como ocorrem os investimentos libidinais. Em um


primeiro momento ele faz uma comparação de como se dá a distribuição da libido nos casos
de neuroses narcísicas e das neuroses de transferência, no primeiro caso a libido é totalmente
direcionada para o eu, não possui nenhum investimento em libido objetal que são totalmente
abandonados, e um estado de narcisismo é estabelecido, o que impossibilita a transferência,
que é essencial para uma sessão psicanalítica. Enquanto que no segundo caso o investimento
libidinal é mantido, mas devido a uma frustração relativa a um objeto real, este investimento
é direcionado para um objeto fantasiado, e a frustração por sua vez traz o surgimento da
neurose, esse tipo de neurose é a significativa para a análise, pois possibilita transferência.

Na esquizofrenia a libido é introvertida totalmente para o eu, e a libido objetal é abandonada,


mais do que isso, nesse estado o indivíduo externaliza conscientemente informações do ICS,
que só seriam descobertas nas neuroses de transferência mediante sessão psicanalítica,
contudo essa verbalização é feita de uma forma que para quem é externo ao indivíduo parece
não haver nexo, com frequente uso de órgão do corpo e inervações. No texto são dados alguns
exemplos, como a paciente que dizia que seus olhos estavam virados, e interando a primeira
frase ela se queixa do namorado, que seria segundo o relato: “ Ela não o compreende, ele
parece diferente a cada vez, é um hipócrita, um virador de olhos”. Embora possa parecer
confusa, a frase contém um equivalente válido para análise que pode ser compreendido por
todos. Há também o caso do paciente que se recriminava por espremer os cravos do rosto,
fazendo surgir cavidades, espremer cravos para ele é um substituto da masturbação, e a
cavidade surgida, um substituto do genital feminino.

Na esquizofrenia o investimento libidinal é utilizado de forma que as palavras ganham um


significado estendido, sendo condensadas e transferem umas para as outras seus
investimentos por inteiro, existe uma flexibilidade bastante grande na semântica das palavras,
como no caso anterior na qual as cavidades do rosto mesmo que não havendo uma morfologia
e nem significação igual ao da cavidade vaginal, há entre elas de comum a qualidade de serem
cavidades. Um histérico, por exemplo, não faria uma associação desse tipo. Na esquizofrenia
coisa e palavra não coincidem.

You might also like