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Revista do Sistema

Fecomércio-DF:
Sesc, Senac e
Instituto Fecomércio
Ano XIX nº 214
Abril de 2016

Memória viva
No mês em que Brasília faz 56 anos,
resgatamos as histórias de negócios
que nasceram com a cidade e ainda
prosperam em avenidas como a W3

Entrevista // Pág. 8
Eliane Cantanhêde
Jornalista e colunista de política
1
R$ 194,66 - Amil 400 QC Nacional R Copart PJCA (registro na ANS nº 472.929/14-3), da Amil, faixa etária até 18 anos, com coparticipação e acomodação coletiva (tabela de julho/2015 - DF).
Planos de saúde coletivos por adesão, conforme as regras da ANS. Informações resumidas. A comercialização dos planos respeita a área de abrangência das respectivas operadoras de saúde. Os preços e as redes estão sujeitos

2
a alterações, por parte das respectivas operadoras de saúde, respeitadas as disposições contratuais e legais (Lei nº 9.656/98). Condições contratuais disponíveis para análise. Março/2016.

Revista Fecomércio DF
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Revista Fecomércio DF 3
CONSELHO CONSULTIVO DIRETORES SUPLENTES: SINDICATOS FILIADOS
Conselheiro Presidente Alexandre Augusto Bitencourt Sindicato do Comércio Atacadista de Álcool e
Alberto Salvatore Giovani Vilardo Ana Alice de Souza Bebidas em Geral do DF (Scaab) • Sindicato
Conselheiros Antonio Carlos Aguiar das Empresas de Compra, Venda, Locação
Antônio José Matias de Sousa Clarice Valente Aragão e Administração de Imóveis Residenciais e
Jose Djalma Silva Bandeira Edson de Castro Comerciais do DF (Secovi) • Sindicato dos
Laudenor de Souza Limeira Elaine Furtado Salões de Barbeiros, Cabeleireiros, Profissionais
Luiz Carlos Garcia Erico Cagali Autônomos na Área de Beleza e Institutos
Mitri Moufarrege Fernando Bezerra de Beleza para Homens e Senhoras do DF
Rogério Tokarski Francisco Messias Vasconcelos (Sincaab) • Sindicato do Comércio Varejista de
Francisco Sávio de Oliveira Produtos Farmacêuticos do DF (Sincofarma)
DIRETORIA (TITULARES) Geraldo Cesar de Araújo • Sindicato das Auto e Moto Escolas e Centros
Presidente Jó Rufino Alves de Formação de Condutores Classes “A”, “B” e
Adelmir Araujo Santana Jose Fagundes Maia “AB” do DF (Sindauto) • Sindicato das Empresas
1º Vice-presidente Jose Fernando Ferreira da Silva de Representações, dos Agentes Comerciais
Miguel Setembrino Emery de Carvalho Luiz Alberto Cruz de Moraes Distribuidores, Representantes e Agentes
2º Vice-presidente Milton Carlos da Silva Comerciais Autônomos do DF (Sindercom) •
Francisco Maia Farias Miguel Soares Neto Sindicato das Empresas de Serviços de Informática
3º Vice-presidente Roberto Gomide Castanheira do DF (Sindesei) • Sindicato das Empresas de
Fábio de Carvalho Sérgio Lúcio Silva Andrade Promoção, Organização, Produção e Montagem de
Sulivan Pedro Covre Feiras, Congressos e Eventos do DF (Sindeventos)
VICE-PRESIDENTES • Sindicato das Empresas Videolocadoras do DF
Antonio Tadeu Peron CONSELHO FISCAL: (Sindevídeo) • Sindicato do Comércio Atacadista
Carlos Hiram Bentes David Titulares: do DF (Sindiatacadista) • Sindicato do Comércio
Edy Elly Bender Kohnert Seidler Alexandre Machado Costa Varejista de Automóveis e Acessórios do DF
Francisco das Chagas Almeida Benjamin Rodrigues dos Santos (Sindiauto) • Sindicato de Condomínios Residenciais
José Geraldo Dias Pimentel Raul Carlos da Cunha Neto e Comerciais do DF (Sindicondomínio) • Sindicato do
Glauco Oliveira Santana Suplentes: Comércio Varejista dos Feirantes do DF (Sindifeira)
Tallal Ahmad Ismail Abu Allan Antônio Fernandes de Sousa Filho • Sindicato do Comércio Varejista de Carnes
Maria Auxiliadora Montandon de Frescas, Gêneros Alimentícios, Frutas, Verduras,
DIRETORES-SECRETÁRIOS Macedo Flores e Plantas de Brasília (Sindigêneros)
Vice-Presidente-Administrativo Henrique Pizzolante Cartaxo • Sindicato dos Laboratórios de Pesquisas e
José Aparecido da Costa Freire Análises Clínicas do DF (Sindilab) • Sindicato das
2º Diretor-Secretário DELEGADOS REPRESENTANTES Empresas Locadoras de Veículos Automotores do
Hamilton Cesar Junqueira Guimarães JUNTO À CNC DF (Sindiloc) • Sindicato das Empresas de Loterias,
3º Diretor-Secretário Comissários e Consignatários e de Produtos
Roger Benac Delegados Titulares Assemelhados do DF (Sindiloterias) • Sindicato do
1- Adelmir Araujo Santana Comércio Varejista de Materiais de Construção do
DIRETORES-TESOUREIROS 2- Rogério Tokarski DF (Sindmac) • Sindicato do Comércio de Material
Vice-Presidente-Financeiro Óptico e Fotográfico do DF (Sindióptica)• Sindicato
Paolo Orlando Piacesi Delegados Suplentes: do Comércio Varejista de Material de Escritório,
2º Diretor-Tesoureiro 1 - Antônio José Matias de Sousa Papelaria e Livraria do DF (Sindipel) • Sindicato
Joaquim Pereira dos Santos 2 - Mitri Moufarrege dos Supermercados do DF (Sindsuper) • Sindicato
3º Diretor-Tesoureiro do Comércio de Vendedores Ambulantes do DF
Charles Dickens Azara Amaral (Sindvamb) • Sindicato do Comércio Varejista
DIRETOR REGIONAL DO SESC do DF (Sindivarejista) • Sindicato dos Fotógrafos
DIRETORES ADJUNTOS: José Roberto Sfair Macedo e Cinegrafistas Profissionais Autônomos do DF
Hélio Queiroz da Silva (Sinfoc) • Sindicato das Empresas de Sistemas
Diocesmar Felipe de Faria DIRETOR REGIONAL DO SENAC Eletrônicos de Segurança do Distrito Federal (Siese)
Francisco Valdenir Machado Elias Luiz Otávio da Justa Neves • Sindicato das Empresas Prestadoras de Serviços
Especializadas em Bombeiro Civil do DF (Sepebc).
DIRETOR DE ÁREA SUPERINTENDENTE
DE COMBUSTÍVEIS DA FECOMÉRCIO SINDICATOS ASSOCIADOS
João Vicente Feijão Neto Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e
Similares de Brasília (Sindhobar) • Sindicato
DIRETOR DA ÁREA DE HOTÉIS, DIRETORA-EXECUTIVA DO do Comércio Varejista de Combustíveis e de
BARES, RESTAURANTES E SIMILARES INSTITUTO FECOMÉRCIO Lubrificantes do DF (Sindicombustíveis)
Jael Antônio da Silva Elizabet Garcia Campos

SCS Qd. 6, Bl. A, Ed. Newton Rossi – 5º e 6º andares – Brasília-DF – 70306-911 – (61) 3038-7500

4 Revista Fecomércio DF
editorial

Negócios que contam


a história da cidade
E lá se vão quase seis décadas presários são guerreiros, como
desde que Juscelino Kubitscheck todos aqueles que para cá vieram O mais corajoso
concretizou seu sonho de construir no início da cidade. Isso porque lu-
a capital do País no meio do Planal- tam diariamente contra a violência ato não foi, sem
to Central. Muitos desafios foram das ruas, o desemprego, a inflação
enfrentados desde então. elevada, os altos impostos, além de
dúvida, enfrentar as
Trazer brasileiros de todas crises econômicas, instabilidades intempéries, a seca
as partes e, com seu suor, cons- políticas e sociais de toda a sorte.
truir uma capital do zero. Erguer Neste cenário, nós da Fecomér- ou os redemoinhos
os monumentos, a Esplanada dos cio-DF (amparados pelos seus 27 de poeira que
Ministérios, os prédios residen- sindicatos filiados e 2 sindicatos as-
ciais, os comércios locais. Depois, sociados, que juntos representam cortavam as
instaurar a máquina administra- em torno de 100 mil empresas), di-
tiva com o funcionalismo público. vulgamos neste mês um manifesto
avenidas nos meses
Povoar não apenas de candangos, (veja na próxima página) sobre a secos de agosto,
mas agora então, de brasilienses, atual situação do País.
a terra árida do cerrado. Esses Vivemos talvez a mais severa
mas provar que esse
foram os maiores desafios dessa crise política e econômica da his- sonho era possível.
grande empreitada. tória recente do Brasil. Não podí-
O mais corajoso ato não foi, sem amos ficar de fora deste momento
dúvida, enfrentar as intempéries, a e não nos mobilizar em busca de
seca ou os redemoinhos de poeira uma solução democrática para su-
que cortavam as avenidas nos me- perar este momento.
ses secos de agosto, mas provar
que esse sonho era possível.
Nesta edição especial de ani-
versário de Brasília, nossa equipe
pesquisou no Arquivo Público do
DF fotos históricas que retratam as
Cristiano Costa

principais avenidas comerciais da


cidade. Retornamos a esses locais,
entrevistamos os mais antigos em-
presários que estão em atividade
desde o início dos anos 1960.
São relatos emocionantes de
superação e insistência rotineira
de pessoas empreendedoras que
viram muitos de seus amigos e
vizinhos serem obrigados a fecha-
rem as portas. Mas seus negócios
sobreviveram e eles estão contan- Adelmir Santana
Presidente do Sistema
do suas histórias de sucesso nes-
Fecomércio-DF:
tas páginas. Fecomércio, Sesc, Senac
De certa maneira, esses em- e Instituto Fecomércio

Revista Fecomércio DF 5
Manifesto à população
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal
(Fecomércio-DF), amparada pelos seus 27 sindicatos filiados e 2 sindicatos
associados, que juntos representam em torno de 100 mil empresas, apoia
publicamente todos os brasileiros que têm se manifestado pacificamente contra a
corrupção.

Como instituição representativa do maior setor produtivo brasiliense, defendemos


a busca por soluções democráticas capazes de superar a crise ética, política e
econômica que paralisa o País. Entendemos que é necessário reestabelecer a
governabilidade e isso só será alcançado com a retomada da confiança.

É preciso que as diversas lideranças políticas, sindicais e da sociedade civil se


unam na construção de uma alternativa consensual para superar a crise, dentro
do Estado Democrático de Direito. Nesse momento de gravíssima instabilidade
política, econômica e social, mais do que nunca é fundamental preservar as
garantias constitucionais que fortalecem a nossa democracia, como o respeito ao
Judiciário, à liberdade de imprensa e à livre iniciativa. Não podemos deixar que
nenhum grupo, de qualquer natureza, ameace essas conquistas.

Cumprindo com a sua missão institucional, a Fecomércio-DF reafirma o seu apoio


aos brasileiros que lutam contra a corrupção. Somos parceiros do Ministério Público,
desde o início, na campanha 10 Medidas Contra a Corrupção e seguiremos firmes
na defesa dos setores de comércio de bens, serviços e turismo.

Sabemos que a população não suporta mais tantos escândalos, impostos abusivos,
serviços públicos de péssima qualidade e a falta de medidas para combater a crise
econômica. O caos político prejudica ainda mais esse cenário de desemprego,
inflação elevada, endividamento das famílias e fechamento de inúmeras empresas.

Certos de que não há outro caminho a não ser o da ética e do trabalho, esperamos
que os Poderes constituídos respondam aos anseios da sociedade com reformas e
soluções democráticas. E depositamos a nossa fé na Justiça para que os corruptos
sejam punidos e o Brasil volte a trilhar os caminhos da ordem e do progresso.

Scaab • Secovi • Sincaab • Sincofarma • Sindauto • Sindercom • Sindesei • Sindeventos


Sindevídeo • Sindiatacadista • Sindiauto • Sindicondomínio • Sindifeira • Sindigêneros • Sindilab
Sindiloc • Sindiloterias • Sindmac • Sindióptica • Sindipel • Sindsuper • Sindvamb • Sindivarejista
Sinfoc • Sindloc • Siese • Sepebc • Sindicombustíveis • Sindhobar
abril 2016

Joel Rodrigues

Entrevista
34 Capa
Os empresários das prin-
8 Eliane Cantanhêde

cipais avenidas comer-


Artigos
ciais do DF contam suas
histórias de sucesso nos
56 anos de Brasília Agenda Fiscal
18 Adriano Marrocos

Doses Econômicas
22 Luciana Acioly da Silva

Economia
28 Raul Velloso

Direito no Trabalho
revista
54 Raquel Corazza
Colunas

Gastronomix
COORDENADOR DE COMUNICAÇÃO DO
SISTEMA FECOMÉRCIO-DF
Diego Recena
16 Rodrigo Caetano

REVISTA FECOMÉRCIO
Gente
Diretor de Redação: Diego Recena 20 Liliam Rezende, Gabriel
Shinohara e Silvia Melo
Editora-Chefe: Taís Rocha

Editora Senac: Ana Paula Gontijo Tecnologia


Editor Sesc: Marcus César Alencar 56 Jens Schriver e
Renato Carvalho
Fotógrafos: Joel Rodrigues e Raphael Carmona
Vitrine
Repórteres: Daniel Alcântara, Fabíola Souza,
Gabriel Shinohara, Luciana Corrêa, Liliam
Rezende, Sacha Bourdette e Sílvia Melo
58 Taís Rocha
Seções
Projeto Gráfico Gustavo Pinto e
Anderson Ribeiro

Diagramação: Gustavo Pinto


48 Indicadores do Comércio
Capa: Arquivo Público do DF

Revisora: Fátima Loppi 52 Caso de Sucesso

Impressão: Coronário

Tiragem: 60 mil exemplares


55 Empresário do Mês

60 Sindicatos
REDAÇÃO
SCS, Quadra 6, bl. A, Ed. Newton Rossi,
2º andar - Brasília - DF - 70.306-908 62 Pesquisa Conjuntural
(61) 3038-7527

66 Pesquisa Relâmpago

Revista Fecomércio DF 7
entrevista

Observadora
de cenários //Por Taís Rocha Fotos: Joel Rodrigues

Nascida no Rio de Janeiro e criada


em Brasília, a jornalista Eliane
Cantanhêde ocupou diversos
cargos em importantes meios de
comunicação. Atualmente assina
uma coluna em O Estado de S. Paulo e
é comentarista da GloboNews. Nesta
entrevista ela traça um panorama
econômico e político do País e
fala que “criou-se no Brasil
uma sensação de que nós
somos capazes de ter um
País mais honesto e que
todo mundo tem que ficar
com a barba de molho. Não
adianta mais ser poderoso, que isso
vai significar impunidade.”
8 Revista Fecomércio DF
Você é uma jornalista experiente, que podem ser cruciais para
que já cobriu muitas crises a retomada do crescimento
(políticas e econômicas) ao longo econômico.
dos anos. Como você resume Interessante notar porque nos
a atual crise que estamos governos FHC e Lula o Brasil
vivenciando no Brasil, tanto no cresceu muito no mundo. Ocupou
que diz respeito à política quanto lugar de destaque. Brincávamos
à economia? que o País era o queridinho do
A crise no Brasil tem uma mundo e principalmente dos
característica muito diferente países em desenvolvimento.
desta vez. Somamos três crises Agora, além de ter sido uma
em uma: crise da economia, crise má gestora da economia, a
da política e a crise ética que se presidente Dilma Rousseff
materializa na Operação Lava tem uma característica que é
Jato. Há um turbilhão de coisas não gostar de diplomacia, não
acontecendo e desta vez não é só gostar de diplomatas, acha que “A grande diferença
uma questão que a população olha o Itamaraty só gosta de gastar é que a crise agora
de fora, como telespectadora ou dinheiro. Descuidou da política
ouvinte. A população está dentro externa em um momento que o é três em um e
da crise, até porque, como a crise Brasil aparece no mundo com o
também é econômica, a população maior escândalo de corrupção que está dentro da
está sentindo a inflação, a conta é o da Petrobras, que aparece no casa das pessoas.
de luz, o desemprego, a queda de mundo com uma crise econômica.
renda. De um lado, há milhões Hoje o mundo olha o Brasil como O povo brasileiro
e milhões que foram roubados um País muito corrupto, que
da maior companhia brasileira, deve entrar em recessão pelo está participando
que é a Petrobras. De outro, a terceiro ano e que a população muito diretamente
população vê sendo sugados está pagando o pato. Mas existe
seus impostos, sua renda, seus um aspecto positivo nisso tudo, dessa crise. Outro
direitos, tudo isso. A grande porque as pesquisas mostram que
diferença é que a crise agora é três os países que são emergentes, diferencial é que nas
em um e está dentro da casa das como o Brasil, Turquia, China, outras crises, havia
pessoas. O povo brasileiro está Rússia, não estão tomando
participando muito diretamente medidas anticorrupção como o vários cenários e
desta crise. Outro diferencial é Brasil. Eles veem que o Brasil
que nas outras crises, havia vários está no fundo do poço, mas tem desta vez ninguém
cenários e desta vez ninguém uma justiça que está funcionando, tem um cenário,
tem um cenário, nem oposição, tem a Polícia Federal, a Receita
nem governo, nem empresários, Federal, o Ministério Público, nem oposição, nem
nem religiosos, nem jornalistas, então, o Brasil está remexendo
nem analistas políticos – todos seu intestino podre e colocando governo”
vão dizer que não sabem o que vai tudo para fora. As coisas estão
acontecer. Isso está mudando um acontecendo, ninguém imaginava
pouco agora porque a crise tomou que os maiores empreiteiros do
tanta dimensão que começou a País fossem parar na cadeia.
se discutir efetivamente um foco, E estão todos na cadeia e vem
afunilar para uma saída. Mas muito político importante por
demorou, precisou de um tempo aí. Começou no Mensalão e vai
para ter alternativas. continuar no Petrolão. De outro
lado, eles acham que apesar
Existe uma projeção de recessão de tanta corrupção, de tantos
de três anos seguidos no Brasil, milhões desviados, é um País
além de desemprego, inflação, que está tomando medidas para
juros altos. Gostaria que você mudar, diferentemente dos outros
comentasse esta crise do ponto que são igualmente corruptos,
de vista internacional – quais mas que não estão fazendo nada
os pontos positivos do País para mudar.

Revista Fecomércio DF 9
entrevista

A oposição no Brasil hoje (e nos e minoritária. A oposição não estão fazendo uma varredura em
últimos 12 anos) não tem sido tinha união, tem dificuldade em se todos os cantos. Achei inadequada.
convincente. O que acontece com acertar como oposição. Quanto à condução coercitiva,
ela? Também está em crise? no pedido o juiz Sérgio Moro não
Quando o governo FHC, Sarney, Em sua opinião houve algum determinou a condução coercitiva
Itamar Franco e Collor estavam exagero do anúncio de uma do ex-presidente Lula. Ele pediu
no poder, havia uma oposição possível prisão do ex-presidente que fosse convidado a depor e a
muito forte, organizada e Lula? E quanto à condução coercitiva seria uma alternativa,
articulada que era o PT. O PT coercitiva da última sexta-feira? caso ele resistisse. A explicação
tinha não só articulação dentro Estamos falando do pedido do juiz Sérgio Moro é de que ele
do Congresso, mas articulação de prisão preventiva feito por não queria convidar o Lula pois
com as organizações, as promotores do Estado de São seria previamente agendada,
instituições como Ministério Paulo em relação ao caso com local e data marcados e
Público, imprensa, polícia, mídia e específico de que é o tombo haveria um quebra-pau entre os
também tinha a tropa na rua, com que a Bancoop (cooperativa dos defensores e os contrários a Lula
movimentos sociais, CUT, UNE bancários de SP) deu em mais de nas ruas. Ele quis evitar isso.
etc. A oposição do PT era muito sete mil famílias, mas, ao mesmo Considerei a desculpa meio frágil
efetiva. Já a oposição do PSDB, tempo que deu esse tombo, se e acho muito complicado isso,
PPS, DEM, é uma oposição muito aliou à OAS, rendeu um tríplex porque, quando se trata de um
errática, eles nunca souberam para o Lula, um apartamento para ex-presidente e um ex-presidente
fazer oposição, sempre foram o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari popular como Lula, você não
governo a vida inteira, entrou Neto, livrou a cúpula do PT de pode deixar nenhuma brecha de
ditadura, saiu ditadura e eles prejuízo e prejudicou todas essas questionamentos. Em um caso
continuam no poder. É uma famílias. Isso foi um pedido feito como de Lula, você não morde.
oposição com divisões internas no dia 10 de março. Pessoalmente, Se for partir para cima dele, tem
muito importantes. Quando o PT discordei desse pedido e escrevi que ser para engolir, com todas
era oposição, ele tinha um líder uma coluna (“Atravessando o as provas, tudo inquestionável,
e um candidato, o Lula. O PSDB, samba”) porque já tem em curso sem deixar brechas. Foi muito
que é o maior partido de oposição um processo que tem Ministério questionável. Muita gente contra,
ao governo do PT, tem o Aécio Público Federal, Receita Federal, muita gente a favor. Mas ajudou
Neves, que foi candidato em Justiça Federal, Polícia Federal, o Lula a fortalecer o discurso da
2014 e agora acha que continua que é a Lava Jato. Esse processo já vitimização.
sendo a vez dele. Tem o José está muito avançado e têm várias
Serra, que foi candidato duas outras frentes. Então acho que Em sua opinião, a presidente
vezes e também acha que é a vez os promotores de São Paulo não termina o mandato?
dele por ser o mais preparado deveriam atravessar, atropelar o Considero improvável e não estou
e é um bom senador etc. Tem o processo da Lava Jato, sozinhos falando por mim, mas pelas fontes
governador Geraldo Alckmin que como se quisessem dar uma de que eu ouço, inclusive, fontes do
é governador do estado mais rico heróis nesse processo. Achei próprio governo, da base aliada
do Brasil e que, portanto, se vê no extemporâneo, arriscado e que da presidente. Ela está muito
direito de ser candidato. Isso tudo eles conseguiram o oposto do que isolada, não teve condições de
ajuda a inviabilizar. Além disso, eles queriam, pois isso aumenta reação na economia, de reação na
a presidente Dilma conta com o discurso de vitimização do Lula, política. Ficou trancada no palácio,
formalmente a maior base aliada irrita a base, dá discurso para pendurada no Jaques Wagner e
do planeta, com vários partidos, a a mobilização dos pró-Lula nas no José Eduardo Cardozo, o que
maioria estrondosa no Congresso ruas, e atrapalha e enfraquece é muito pouco. Além disso, tem o
e deixou a oposição muito restrita a Lava Jato e as instituições que Lula que, convenhamos, carrega

10 Revista Fecomércio DF
muitas fragilidades. Ele precisa se uma sensação na opinião pública, de blogueiros sujos, e entre eles
preocupar mais em se segurar do na sociedade, de que nós somos havia até comerciante fantasiado
que segurar alguém. Além disso, capazes de ter um País mais de jornalista sem ser. São pagos
o PT tirou o tapete da presidente honesto e que todo mundo tem que a peso de ouro para fazer jogo
Dilma o tempo inteiro quando ficar com a barba de molho. Não sujo e desqualificar o trabalho da
ela precisava de votos para fazer adianta mais ser poderoso que imprensa independente.
o ajuste fiscal, para colocar as isso vai significar impunidade.
contas em dia. O PT não julga isso Você mora aqui em Brasília
importante e foi um adversário da A dualidade política brasileira há alguns anos. Como avalia o
sua própria presidente. Então se atualmente se reflete nos meios governo de Rodrigo Rollemberg?
a presidente não tem o PT, conta de comunicação. Gostaria que Eu tenho uma dificuldade para
cada vez menos com o PMDB, você fizesse uma consideração isso, pois, como estou vivendo
depende de um Lula que está sobre isso. em meio a um furacão nacional,
manco, a presidente está sem O melhor jornalismo será minha percepção política é muito
condições de governabilidade. sempre aquele crítico ao governo mais nacional do que local. Mas
É um processo muito difícil. É de plantão. O governo é do sempre como eleitora do DF, como
muito improvável que ela tenha PSDB? O PSDB vai ter todos os cresci no DF, vejo que o Rodrigo
condições de se manter. instrumentos: pronunciamento Rollemberg pegou o maior rabo
na TV, entrevista todo dia do de foguete, porque todo mundo
Já ouvi de empresários que eles presidente, para se defender. sabe que o Agnelo Queiroz deixou
são pressionados por políticos a O jornalismo tem que ir lá e uma terra arrasada. As contas
cometerem atos de corrupção. descobrir o que ele não quer destrambelhadas, um monte de
Gostaria de ouvir de você: dizer. Se o governo passa a conta para explodir no colo do
já que esse tipo de crime foi ser do PT, o princípio tem que seu sucessor, um estádio que não
institucionalizado, há saída? continuar valendo. O PT terá serve para nada e é uma dívida e
Vejo que estamos começando. os pronunciamentos, a Voz do não um investimento, e, ao mesmo
Desde que eu me entendo como Brasil, entrevista todo dia, mídia tempo, tem uma forte presença
gente, as empreiteiras mordem, espontânea para dar todos os seus do PT em Brasília, nos sindicatos,
tiram lascas das estatais recados. O papel do jornalista principalmente nos sindicatos
brasileiras, sempre conviveram de é vasculhar, descobrir, criticar, do serviço público. O Rollemberg
uma forma promíscua e sempre provocar, e, principalmente, precisa de tempo, fechar conta
agiram de forma corruptora descobrir o que eles não querem não é fácil quando há queda de
com suas relações com o poder. mostrar. Hoje, realmente, a arrecadação, crise nacional,
O que mudou desta vez foram sociedade ficou muito dividida gastos que antecessor deixou,
duas coisas: primeiro, foi grande entre PT e PSDB, uma revista mais como é que se fecha essa conta?
demais, porque sempre elas identificada com um, outra revista Desde o início eu achei que era
mordiscaram a Petrobras, mas mais identificada com outro. Mas, preciso dar um voto de confiança
não quase a quebraram como quero dizer o seguinte, muita ao Rollemberg. Não estou dizendo
aconteceu agora. É realmente gente que está aliada ao governo que ele pode fazer o que quiser e
estarrecedor que um gerente e que se finge de independente, que é um santo, maravilhoso. Mas
da Petrobras esteja devolvendo principalmente na internet, está é preciso se entender o homem
US$ 100 milhões. Quem devolve sendo paga pela Caixa Econômica, e a circunstância, o governante e
US$ 100 milhões roubou quanto? pelo Banco do Brasil, pelos a circunstância. A circunstância
E ele é um gerente. Acima dele Correios, a peso de ouro para que ele pegou é muito difícil
tem diretores, presidentes, eles xingar e desqualificar o trabalho e desfavorável, ninguém faria
extrapolaram e acabaram caindo da imprensa independente. Isso milagre. Se você pegar Rio
na própria rede. A segunda coisa é é preciso ficar claro porque a Grande do Sul, Rio de Janeiro,
que nunca houve uma disposição opinião pública está pagando Minas Gerais, são os grandes
séria das instituições de investigar muita gente que faz jogo sujo estados nacionais que não pagam
poderosos como se tem hoje. pela internet. Tem dos dois lados, funcionário. Quer dizer, Brasília
Isso começou com o Mensalão, mas estou me referindo à opinião não é um oásis. Brasília faz parte
quando o presidente do partido pública que paga imposto e que de um país que está em crise e
do presidente da República está pagando gente, inclusive que enfrenta também a própria
foi preso. Aliás, não um, mas gente que finge que é jornalista e crise. Não adianta crucificar o
dois, o tesoureiro do partido e não é. O Lula colocava dentro do governador. Qualquer um que
o banqueiro, o doleiro, grandes Palácio do Planalto os “blogueiros estivesse no lugar dele teria uma
empresários. Você criou no Brasil independentes” que chamamos situação muito difícil.

Revista Fecomércio DF 11
shoppings

O show tem
que continuar
//Por Luciana Corrêa Fotos: Joel Rodrigues

Da manutenção à limpeza pesada, passando


pelas obras e instalação de decoração – tudo
isso ocorre quando as portas dos shoppings
se fecham, das 23h às 9h

S
ão 12 horas em pleno funcionamento e quando as portas de um
shopping se fecham é que tudo começa. O público aproveita o es-
petáculo durante o dia, geralmente das 10h às 22h, com corredores

150
decorados e climatizados, música ambiente, piso brilhando, ne-
nhum defeito aparente, lojas com extrema organização. Um clima
agradável para o lazer e compras. Mas esse mesmo público não tem ideia
do que é preciso ser feito no outro período para que, quando ele retorne,
toda a estrutura esteja novamente montada.
É como se fosse um teatro. Não se veem os bastidores, mas os atores câmeras
estão lá, 24 horas, para que seja mantida a mesma aparência todos os dias
do ano. A manutenção, a limpeza pesada, as obras, a decoração ou qual- ligadas 24h
quer outra ação sempre serão feitas sem que o público esteja presente,
salvo algumas exceções. “O shopping não fecha, é um organismo vivo sem- no Boulevard
pre em funcionamento. Um batalhão entra em ação assim que as portas se
fecham, para que no outro dia ele abra impecável, isso para que possamos
Shopping
poupar o cliente da poluição sonora, de cheiros e do visual de obras, tanto garantem a
do shopping quanto dos lojistas”, explica o superintendente do ParkSho-
pping, Marcelo Martins. segurança

12 Revista Fecomércio DF
Em outros centros de compra
da cidade não é diferente. O supe-
rintendente do Boulevard Shopping,
Ulisses Silva, conta que é uma ver-
dadeira maratona quando as portas
se fecham. “Inicia-se uma série de
atividades às 23h: limpeza nos ba-
nheiros, lavagem das garagens, en-
ceramento do piso, higienização da
praça de alimentação, tratamento
diário no piso, lavagem com selante
e polimento com maquinário, nos
oito mil metros quadrados de piso
livre. Tudo isso até às 9h”, explicou
Ulisses.

SEGURANÇA
Um detalhe importante é a se-
gurança. Ela também ocorre 24
horas, mais ainda no momento
em que o centro comercial está
fechado. Algumas operações ter-
minam bem depois das 22h, como
restaurantes e cinema, e a rotina
segue na mesma agitação, repleta
de atividades, tais como entrega de
mercadorias, circulação de móveis,
equipamentos para exposição, en-
tre outras. “Qualquer movimenta-
ção de exposição no meio do mall
são sempre contratados seguros
contra terceiros, que cobrem qual-
quer eventualidade. É tudo bem
formalizado. Todos os lojistas pre-
cisam agendar os horários para
que todos estejam preparados, pois
o ambiente é bem visado”, acres-
centou o gerente-geral do Iguatemi
Brasília. No Boulevard Shopping,
por exemplo, são mais de 150 câ-
meras ligadas 24 horas por dia.
Aberto em um horário diferencia-
do, pois às 6h30 o hipermercado já
está funcionando, e muitas vezes
as sessões do cinema vão até 1h da
manhã, e a segurança precisa ser
ostensiva.
O gerente-geral do Iguatemi
Brasília, Marcos Garzin, lembra
que não só à noite o trabalho é in-
tenso, pois o cliente que entrar às
20h no mall precisa encontrar o
shopping tão perfeito quanto o que
entrou às 10h. “Ninguém verá um
equipamento de lavagem de piso
funcionando, um pintor com uma
lata de tinta. Quem nos visita não

Revista Fecomércio DF 13
shoppings

quer encontrar rotinas sendo exe- campanhas maiores, como Natal, shopping. Quando há fornecedores,
cutadas. Quer ver o atrativo, o pai- pode levar mais tempo, mas não já incluímos os nomes de quem vem
sagismo impecável. Então, durante deixamos que nossos clientes ve- e autorizamos a entrada. Rapidinho
o dia teremos somente a equipe jam nada antes de estar totalmente está tudo pronto”, explica.
da limpeza e a manutenção mais pronto. Enquanto as pessoas estão No Brasília Shopping, a mon-
urgente sendo feita em horário co- descansando, estamos produzin- tagem ocorre no mesmo período e
mercial”, explica Marcos. do”, explica a gerente de Marketing tem que contar com uma estrutura
do Pátio Brasil, Karine Câmara. especial quando o evento é do lado
EVENTOS A assistente de Marketing do de fora do centro comercial. Duran-
O cliente que frequenta o sho- Pátio Brasil Shopping, Aline Nunes te a montagem de quatro tendas de
pping em diversos dias da semana de Melo, coordenando a montagem 30m² cada na entrada principal do
pode entrar um dia pelos corredo- da decoração para a Páscoa, explica shopping, havia 15 trabalhadores
res e não ter nada diferente e no que eventos pequenos são rápidos envolvidos. A velocidade do serviço
outro dia encontrar uma decoração de executar, com duas horas já está é impressionante, tudo para garan-
totalmente diferente e com estru- tudo pronto, mas sempre será feito tir o conforto dos frequentadores.
turas decorativas enormes. Tudo à noite, para se necessário entrar “Fechar uma entrada durante o dia,
isso acontece na madrugada e é com algum detalhe, a organização com todo o barulho e equipamen-
o elemento surpresa que os cen- tem até as 9h da manhã para isso. tos é um desconforto muito grande
tros comerciais querem propor- “A montagem de um evento começa para nossos clientes. Isso não pode
cionar para encantar ainda mais no envio de e-mails para a central da acontecer”, acrescenta Maíra Gar-
seus visitantes. “Os eventos devem segurança, para equipes de monta- cia, gerente de Marketing do Brasí-
ser montados em uma noite. Para gem, de manutenção e limpeza do lia Shopping.

14 Revista Fecomércio DF
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Revista Fecomércio DF 15
gastronomix

http://bloggastronomix.blogspot.com
Rodrigo Caetano
Jornalista rodcaetano@hotmail.com
e blogueiro
www.facebook.com/portalgastronomix

Movimento Frida Pop


Exposições de artes, festival
gastronômico, aula de culinária, Viagens gastronômicas
Rio de Janeiro
degustações de vinhos e tequilas,
além de uma feira embalada pela
música latina. Tudo isso para Volta – Com estilo e produtos de
celebrar a artista mexicana Frida armazém antigo, o restaurante
Kahlo. A iniciativa é da rede El Paso carioca se destaca por uma
e será realizada entre 11 e 30 de gastronomia que faz versões
abril nos restaurantes da Asa Sul, contemporâneas de pratos
da Asa Norte e do Terraço Shopping. clássicos. Os chefs usam a tradição
Entre as atrações, estão: como ponto de partida para
explorar novos sabores, como coxa
- Festival gastronômico, parceria e sobrecoxa de frango orgânico
do chef David Lechtig (El Paso) com na cachaça com molho de hibisco
chef mexicana Mari Carmen Saenz, gostava e embalado com boa (R$ 56), quiabo com ovo pochê,
uma das responsáveis por tornar música e drinks, que serão feitos crocante de milho e parmentier de
a cozinha do México Patrimônio pelo El Paso. aipim (R$ 24) e o pavê de sonho de
Cultural Imaterial da Humanidade valsa (R$ 15).
pela Unesco. Carmen também
dará aula no Instituto Cervantes de FRIDA POP - PROGRAMAÇÃO
Brasília. 11 a 30 - Exposição Apoena
(Terraço Shopping).
- Lechtig, cônsul honorário do 12 a 30 - Exposição Flamarion Vieira
Conselho Nacional de Tequila, (Asa Sul)
ensinará aos participantes um 12 a 30 - Galeria Urban Arts (Asa Norte)
pouco da história e da arte da 13, às 18h30 - Aula com a chef
degustação dessa destilada que é mexicana Mari Carmen Saenz
extraída da agave azul. (Instituto Cervantes).
15 a 17 - Festival Gastronômico (Asa Sul)
- A arte será representada pelas 17, das 12 às 19 horas - Feira Frida Pop
exposições das obras de Flamarion (Asa Norte)
Vieira e da Urban Arts. A moda, por 18, às 20 h - Degustação de Vinhos
sua vez, pelas roupas da marca Mexicanos com o especialista Rodrigo
brasiliense Apoena, as bijuterias do Leitão (Terraço Shopping)
Ateliê da Jô, as estampas da Diva 25, às 20 h - Cata de Tequila
Rua Visconde de Carandaí, 5
Papeteria e do Flamarion Vieira e as (Terraço Shopping)
criativas camisetas da Verdurão. Jardim Botânico
Informações: (61) 3323-4618
Tudo exatamente como Frida (21) 3204-5406

16 Revista Fecomércio DF
Komboleria lança brunch
Com apenas produtos sem
leite e sem glúten no cardápio,
a Komboleria apresenta uma
novidade para os brasilienses: um
brunch com gostosuras leves para
seus clientes poderem se servir
à vontade e aproveitar o fim das
manhãs de sábado. No cardápio:
torta vegana, cheesecake, pão de
abobrinha, pão de batata, ricota
de amêndoas, hommus de feijão
branco, Biscoito, pão de beijo, suco A Komboleria surgiu em meados
e café, além dos bolos de cenoura de 2014 da vontade de irmãos
com brigadeiro de amêndoas e oferecerem opções mais saudáveis
banana com castanha. O brunch para os seus filhos. De lá para cá,
vai acontecer todos os sábados de a empresa já rodou numa Kombi 106 Norte, bloco C, loja 38
9h30 até12h e custa R$ 39,90 por 1972, numa loja no Lago Norte e (61) 3711-9654
pessoa. agora, estão na 106 Norte.
www.komboleria.com

Bar Duas ótimas paellas na capital


Brasília A paella, típico
prato espanhol,

completa encanta os
paladares pela

14 anos quantidade
de sabores e
ingredientes. As
casas em Brasília
E quem disse que Brasília não tem esquina? Uma das têm apostado nesse
mais famosas abriga o Bar Brasília, que completa prato como uma
14 anos de vida. O bar se instalou numa época em forma de oferecer
que a W3 Sul estava sendo revitalizada. O projeto um almoço especial. O Jamón, Jamón serve dois
não caminhou do jeito que os brasilienses queriam, tipos de paella às sextas e aos sábados, na hora do
mas o tradicional bar permanece lá até hoje. Para almoço: a tradicional (frutos do mar – R$ 130 para
comemorar, a casa está com um cardápio especial duas pessoas) e a de montanha, feita com coelho e
com uma bacalhoada, seus petiscos em porções porco. (R$ 115). Já o Pinguim acaba de lançar, para
generosas e servindo chope geladíssimo. Ao longo das os almoços de domingos, a sua versão da paella
comemorações, sempre às quintas-feiras, o bar faz um valenciana, com arroz amarelinho feito com açafrão,
rodízio de petiscos, a um preço fixo, quando o cliente camarão, lula, polvo, mexilhão, frango, tomates,
terá a oportunidade de experimentar os mais deliciosos pimentões e ervilhas (4 pessoas por R$ 186,90).
petiscos da nossa cozinha.
Jamón, Jamón Pinguim
506 Sul, bloco A, loja 15 109 Norte, bloco D, loja 51 ParkShopping
(61) 3443-4323 3032-2595 3042-1070
www.barbrasilia.com.br

Revista Fecomércio DF 17
agenda fiscal

Mais obrigações,
mais honorários
A Receita Federal antecipou a en- mentos na Junta Comercial, pois o arquivo desse novo sistema é a De-
trega da Escrituração Contábil Fiscal “livro digital” substitui o Livro Diário claração de Substituição Tributária,
(ECF) para 30/6/2016. Não bastasse e o Livro Razão, que são impres- Diferencial de Alíquotas e Anteci-
isso, também antecipou a entrega da sos, além do fato de que o Decreto pação – DeSTDA, que vem tirando o
Escrituração Contábil Digital (ECD) 8.683/2016 dispensou a autenticação sossego de vários colegas Contabi-
para 31/5/2016 e criou novas regras do ECD, cuja entrega será compro- listas do entorno e preocupando os
para sua obrigatoriedade (todas as vada mediante apresentação do pro- do DF. Ainda que o GDF não tenha
optantes pelo Lucro Presumido que tocolo de envio, trazendo redução de assinado o convênio que criou a obri-
adotem livro caixa – art.45 da Lei custos e agilidade. Mas, tem mais. gatoriedade da declaração, não que-
8.981/95 – e as entidades imunes e Empresas optantes pelo Simples remos crer que se manterá distante
isentas que receberem receitas, doa- Nacional (exceto MEI), contribuintes por muito tempo desse sistema que
ções, incentivos, subvenções, contri- do ICMS, tem nova obrigação mensal integra o SPED. Enfim, mais obriga-
buições, auxílios, convênios acima de a partir de 2016: o Sistema de Escri- ções acessórias e menos prazo, sig-
R$ 1,2 milhão no ano, dentre outras). turação Digital e Informações Fiscais nificam mais responsabilidade, nova
A novidade vem para as empresas – Simples Nacional (SEDIF-SN), que estrutura e investimento pelos pro-
não obrigadas que poderão gerar o representa o ingresso das empresas fissionais Contabilistas. Assim, mais
ECD e economizar com os procedi- do SIMPLES no SPED. O primeiro obrigações, mais honorários.

Calendário 6 a 30/4/2016

O QUÊ e QUANDO pagar?


6/4 Data-limite para pagamento dos Salários referente a 3/2016
FGTS (GFIP - Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia e Informações à Previdência Social)
7/4 referente a 3/2016
Contribuição Previdenciária (contribuintes domésticos) referente a 3/2016
Contribuição Previdenciária (segurados empregados e contribuintes individuais e facultativos)
15/4
referente a 3/2016
Contribuição Previdenciária (SIMPLES e Empresas em Geral, incluindo retenção de 11% e empresas
desoneradas) referente a 3/2016
Imposto de Renda Retido na Fonte nos códigos 0561, 0588 e 1708 referente a 3/2016
20/4
COFINS/CSLL/PIS retenção na fonte referentes a 3/2016
SIMPLES NACIONAL referente a 3/2016
ISS e ICMS referente à 3/2016 (observar datas específicas para o ICMS – ST e outras situações)
25/4 PIS e COFINS referente a 3/2016
Cristiano Costa

Contribuição Sindical Laboral Mensal referente a 3/2016


1ª quota ou cota única do IRPJ e da CSLL referente ao 1º trimestre/2016 pelo Lucro Real, Presumido
ou Arbitrado
29/4 Carnê Leão referente a 3/2016
IRPJ e CSLL referente a 3/2016, por estimativa
Parcela do REFIS, do PAES, do PAEX, do Parcelamento do SIMPLES Nacional e do Parcelamento da
Lei 11.941/2009 (consolidado)

O QUÊ e QUANDO entregar?


7/4 Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) ao MTPS referente a 3/2016
Escrituração Digital do PIS/Pasep, da COFINS e da Contribuição Previdenciária s/Receita
14/4
(EFD Contribuições) à SRF/MF referente a 2/2016
Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF Mensal) à SRF/MF
22/4
referente à 2/2016
Declaração de Operações Imobiliárias (DOI) a SRF/MF referente à 3/2016
29/4 Declaração de Ajuste Anual do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física (DIRPF) à SRF/
MF referente a 2015
Livro Fiscal Eletrônico (LFE) à SEF/DF referente a 3/2016: observar Portaria/SEFP nº 398
Várias
(9/10/2009). Várias datas no mês de 4/2016

Adriano de Andrade Marrocos


Contador da Fecomércio-DF e do IFPD e vice-presidente do CRC/DF

18 Revista Fecomércio DF
Revista Fecomércio DF 19
gente

Móveis
sob medida
//Por Gabriel Shinohara Foto: Joel Rodrigues

Desde a adolescência, Douglas Viana já tra-


balhava no ramo de móveis, na empresa da mãe,
que fabricava e vendia peças para áreas externas.
Mas o início de seu empreendedorismo se deu por
acaso, nas entregas que fazia, constantemente
era perguntado se também reformava sofás e a
resposta era sempre negativa. Um dia aceitou o
trabalho escondido da mãe, mesmo sem saber
como realizá-lo. Começou procurando profissio-
nais na tapeçaria no Entorno do DF, até que en-
controu um estofador que faria o trabalho em 15
dias, antes do prazo que havia dado à sua cliente.
Com o sofá pronto, escondeu-o na fábrica da mãe
até os dias do prazo se esgotarem, entregou o
Aplicativo que produto e recebeu seu primeiro pagamento. “Era
muito mais dinheiro do que estava acostumado,
aproxima pessoas fiquei com vergonha e contei para a minha mãe.
Nesse dia comecei a trabalhar com tapeçaria”.
//Por Liliam Rezende Foto: Arquivo pessoal Formado em Design de Interiores, abriu sua loja e
um ateliê, onde restaura e fabrica móveis, além de
O brasiliense Vítor Melo, 20 anos, é o pai do produzir peças de decoração. Segundo ele, o su-
aplicativo Trybo, que já tem 15 mil usuários cadas- cesso de seu trabalho é devido à apresentação de
trados. O diferencial do programa é a possibilidade novas ideias para o tradicional ramo da tapeçaria.
de refinar a busca por perfis de pessoas. Em outras “Minhas referências são o cotidiano, o que eu vejo
palavras: em vez de procurar apenas conhecidos, nas ruas, nas roupas.” Com a maior parte de seus
o usuário pode buscar pessoas que se interessem clientes vindos das redes sociais, Douglas aposta
por determinado gênero musical, que morem em na fidelização e expansão pela credibilidade.
uma cidade ou que curtam os mesmos filmes, por
exemplo. “O Trybo, diferentemente de redes sociais
como o Facebook, tem o objetivo de dar a opor-
tunidade de você conversar com pessoas de todo
o mundo. Enquanto os usuários em outras redes
sociais procuram seus amigos a partir do nome, no
Trybo você procura usuários baseado em sua lín-
gua, país, interesses, entre outros itens”, reforça.
Vítor ganhou uma bolsa de estudos e foi fazer facul-
dade na Gettysburg College, na Pensilvânia (EUA).
Na universidade, se inscreveu para um concurso
no qual apenas um dos cerca de 50 competidores
receberia o prêmio de US$ 10 mil para começar
uma empresa. “Eu me classifiquei pelo plano de
negócios e, após uma apresentação de 15 minutos
sobre o projeto, fui o vencedor.” Após nove meses, o
aplicativo foi lançado. “Estamos no processo de re-
novação do aplicativo e pretendemos concluir mu-
danças para melhorar a experiência do usuário”.

20 Revista Fecomércio DF
Cinco
perguntas para
Eder Patriota
//Por Sílvia Melo

Graduado em Enfermagem, Eder Patriota, de 33


anos, criou a marca brasiliense Filho Rico, que
comercializa roupas no Taguatinga Shopping.
Superou crises, se manteve no mercado e agora
tem planos de expansão.

Como e quando nasceu a marca?


Em 2007, quando estava na faculdade de
Enfermagem. Passei em um concurso
temporário do GDF e comecei a vender
camisetas. O negócio virou uma banca em uma
feira, depois um atacado e uma loja, em 2009.

Das ruas para Por que decidiu investir em uma marca própria?
Não tinha condições de montar uma franquia.
a galeria Comecei a empresa com R$ 500. Viajei para
Goiânia, comprei malha e comecei a Filho Rico.
//Por Gabriel Shinohara Foto: Joel Rodrigues
O que fez para superar o momento de crise?
Fabrícia Furtado sempre empreendeu, seja Aprender sobre gestão financeira ajudou
pintando mochilas costuradas por sua atual sócia, bastante. Estamos atuando mais no atacado e
Rafaela Cristina, ou vendendo lanches veganos em voltando para as vendas online.
entradas de show. Após várias exposições de seus Em 2015 vendi metade da
trabalhos, sua primeira experiência de curadoria marca para um grupo de

Joel Rodrigues
acontece na Galeria Art Tattoo, uma mistura de Goiânia. Então fazemos
salão de beleza, estúdio de tatuagem e galeria de parte de um grupo.
arte. Antigamente era só um estúdio de tatuagem,
a expansão se deu de forma muito natural, segundo O que aprendeu com
Fabrícia “Uma área acaba dando força para a ou- a adversidade?
tra”. Com o objetivo de dar espaço para artistas ini- Aprendi a dar valor à
ciantes, Fabrícia já tem exposições agendadas até o gestão financeira.
final do ano “Eu coloquei um coletivo de duas irmãs
que se chama “Duas”, de São Paulo, e virão pra Quais são os pla-
cá fazer a exposição em agosto, para fechar o ano nos para o futuro?
virá um artista de Goiânia, o Wés. Todos os artistas A marca tem
coincidentemente são grafiteiros, mas esse não é plano de franquia
um pré-requisito”. A curadora também pretende e vamos começar
dar espaço às mulheres, pois elas enfrentam mui- a distribuir
tas dificuldades para se incluirem no meio artístico, produtos para
inclusive no grafite, um meio predominantemente sete estados
masculino. Localizado na 502 Sul, o espaço é deco- por meio de
rado por artistas brasilienses e sempre conta com representantes.
a presença da curadora, que também faz as vezes
de guia de exposição e produz em seu ateliê, que
fica no local.

Revista Fecomércio DF 21
artigo doses econômicas

Céu nublado para


a economia global
Em janeiro último, as previsões ativos de risco (ações, commodities, a exemplo da Alemanha e de outros
do Fundo Monetário Internacional crédito). São fontes de instabilidade: simpatizantes que apostam apenas
(FMI) para o crescimento da econo- a desaceleração da economia chine- nas reformas estruturais. Posição
mia global foram revistas para bai- sa e a desvalorização de sua moeda; diferente têm a China e a Índia. Po-
xo, em 0,2%, tanto para 2016 quan- queda dos preços das commodities; rém, mesmo que a China voltasse a
to para 2017, de 3,6% para 3,4%, o aumento da taxa de juros america- crescer aos patamares anteriores,
respectivamente. Nesse contexto, na no final de 2015; o risco geopolí- ela sozinha não seria capaz de lide-
tem-se observado um aumento pre- tico derivado dos conflitos na região rar o crescimento mundial.
ocupante da volatilidade do merca- do Oriente Médio; queda no preço do À continuidade da atual política,
do financeiro em meio à queda no petróleo; menores ganhos auferidos tudo indica que não só as econo-
preço dos ativos e maior aversão ao pelos bancos globais; e risco de cri- mias do G20 não terão condições de
risco por parte dos agentes econô- se financeira na União Europeia e liderar a retomada do crescimento
micos. provável saída da Grã-Bretanha e da global, como quer o FMI, como sua
Diante desse cenário, o FMI Grécia desse grupo. componente europeia será a origem
recomendou aos bancos centrais Tudo isso contribui para a desa- da próxima crise bancária.
que durante o encontro do G20, celeração da economia global nos
realizado em Xangai, nos dias 26 e próximos anos. Mas, as políticas que
27 de fevereiro, fossem discutidas podem reverter essa tendência não
ações coordenadas para estimu- podem se ancorar exclusivamente
lar o crescimento global e conter o na política monetária de taxas de ju-
risco sistêmico. Pediu que os países ros perto de zero ou negativas, como
do grupo, que representam 85% da mostra estudo do Bank of Interna-
produção global, fossem mais as- tional Settlements (BIS) “How have
sertivos e usassem o espaço fiscal central banks implemented negati-
disponível para estimular o investi- ve policy rates?” Nele demonstra-

Joel Rodrigues
mento público e levar adiante as re- -se que essas políticas, utilizadas
formas estruturais. pelos países do G20, incluindo o
Será essa recomendação do FMI Banco Central Europeu, chegaram
factível? Poderá o G20 exercer esse à exaustão, estão na raiz da crise
papel de coordenar uma política de bancária em curso na Europa pela
retomada do crescimento global? corrosão da lucratividade dos ban-
Em artigo recente “2008 Revisi- cos, além de outros fatores, o que
ted?”, Roubini mostrou que as fontes levou a forte queda no valor de suas
das turbulências recentes no mer- ações em fevereiro último.
cado financeiro global estão nas in- Mas, não há consenso entre os
certezas derivadas do desempenho países do grupo sobre o aumen-
da economia real com consequente to da despesa pública (produtiva)
impacto na redução dos preços dos para reativar a economia mundial,

Parceria:

Luciana Acioly da Silva


é economista, pesquisadora
do Ipea e conselheira do
Corecon-DF

22 Revista Fecomércio DF
Revista Fecomércio DF 23
24 Revista Fecomércio DF
Revista Fecomércio DF 25
reconhecimento

Senac realiza
oitava edição do
Mérito Senac
//Por Luciana Corrêa Fotos: Raphael Carmona

Sete personalidades receberão o prêmio que é entregue a cada dois anos

A
cada dois anos o Serviço des por votação secreta, uma de- nomes, também com excelentes
Nacional de Aprendizagem las, obrigatoriamente, será um dos contribuições”, enfatizou Adelmir.
Comercial do Distrito Fe- cinco servidores da instituição com Serão homenageados: Alexandre
deral prestigia personalidades que maior tempo de serviço. A comissão Guerra, presidente executivo do Gi-
contribuem para o crescimento da é composta de membros efetivos ou raffas no DF; Eunice Pereira Amorim
instituição e da formação profissio- suplentes do Conselho Regional do Carvalho, procuradora de Justiça do
nal, por meio da premiação Mérito Senac-DF e servidores da instituição. MPDFT; Lindberg Cury, empresário
Senac. Esta é a oitava edição e a ce- Os outorgados integrarão a Or- e ex-presidente da Associação Co-
rimônia de homenagem ocorrerá no dem do Mérito Senac, cujo chanceler mercial do DF; Luiz Marcelo Pinheiro
dia 11 de maio, no espaço Dúnia City é o presidente do conselho regional Chaves, diretor da TV Globo no DF;
Hall, no Lago Sul, para convidados. do Senac-DF, Adelmir Santana. “Já Oscar Perné do Carmo (in memo-
Cada agraciado receberá um troféu são sete edições em que consegui- rian), ex-presidente do Sindiauto-DF
e um diploma. mos agradecer as ações que cada e vice-presidente da Fecomércio-DF;
Para seleção desses homena- escolhido realizou pelo Senac, pela Roney Nemer, deputado federal (PP/
geados, a cada biênio é criada uma educação e pela nossa capital fede- DF); e o servidor da instituição, Elias
comissão que indica personalida- ral. Para esta edição, temos grandes Dino Gonçalves.

Alexandre Guerra
Brasiliense, com 36 anos, Alexandre Guerra é formado em Direito e mestre em Ad-
ministração, além de outras formações internacionais. Iniciou sua carreira no Giraffas
em 1998, na área de Gestão de Restaurantes. Em 2011, assumiu a presidência executiva,
cargo que ocupa atualmente. Contribuiu para implementação de cursos em parceria
com o Senac, aplicados online para os colaboradores da instituição, com certificação.
Os cursos já capacitaram para mais de três mil funcionários.

Eunice Pereira Amorim Carvalhido


Natural de Alto Garças (MT), a procuradora de Justiça no Ministério Público do Distri-
to Federal e Territórios, Eunice Pereira Amorim Carvalhido, tem 58 anos, é casada e tem
quatro filhos. Eunice é mestre em Direito e especialista em Direito Penal e Processual
Penal. Enquanto procuradora-geral de Justiça, de 2010 a 2012, demonstrou seu total
apoio na abertura do restaurante-escola do Senac-DF no MPDFT, inaugurado em 2013.

26 Revista Fecomércio DF
Lindberg Aziz Cury
Com 82 anos, Lindberg Aziz Cury é descendente de libaneses e nasceu em Anápo-
lis. Após formar-se em Direito em Goiânia, veio em definitivo em Brasília em 1959. Em
1969, participou da fundação da Federação do Comércio do DF, como 1º vice-presidente
e contribuiu para a vinda do Senac para a capital federal. Casado, com quatro filhos e
oito netos, o empresário já foi presidente da Associação Comercial do DF, fundador e
primeiro presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Automóveis, Peças e Aces-
sórios, entre outras. Foi também senador e mais tarde secretário de Desenvolvimento
Econômico do DF.

Luiz Marcelo Pinheiro Chaves


Luiz Marcelo é brasiliense, casado e tem dois filhos. Com 48 anos, é o atual diretor
regional da Rede Globo de Televisão no Distrito Federal. Sua carreira iniciou em 1987,
como publicitário, desempenhando diversos cargos em agências e outros veículos. For-
mado em Comunicação Social, tem especialização em Publicidade e Propaganda e MBA
em Marketing. O homenageado demonstra apoio à cobertura sobre notícias do Senac e
sobre educação no DF.

Oscar Perné do Carmo (in memorian)


Oscar Perné do Carmo nasceu em 11 de novembro de 1934, em Morrinhos (GO),
mas ainda criança foi para Goiânia e em 1961 chegou a Brasília. Na capital, casou-se
Arquivo pessoal

com Maria Cecília Rezende do Carmo e teve três filhos, Rosângela, Oscar Júnior e
Humberto. Formado em Contabilidade e Administração de Empresas, colaborou com
o desenvolvimento empresarial da cidade. Foi presidente do Sindicato do Comércio
Varejista de Automóveis e Acessórios do Distrito Federal (Sindiauto-DF) e colaborou
com diversas entidades empresariais, como vice-presidente da Fecomércio e Senac-
-DF, entre outras. Perné faleceu em fevereiro de 2015.

Rôney Nemer
Mineiro de Viçosa, Rôney Nemer tem 53 anos e veio para o DF em 1978. Seu primeiro
emprego foi como feirante e hoje é deputado federal (PP-DF). Roney é arquiteto e urba-
nista e em sua carreira política apresentou centenas de emendas ao orçamento desti-
nando recursos para melhorias nas áreas de saúde, educação, transportes, segurança,
obras, cultura, lazer e para geração de novos postos de trabalho. Já ofereceu diversas
sessões na Câmara Legislativa e também nas unidades do Senac em homenagem aos
aniversários da instituição.

Elias Dino Gonçalves


Um dos servidores mais antigos do Senac-DF, Elias Dino Gonçalves tem 54 anos,
mas atua na instituição desde 1976, quando entrou como mensageiro aos 14 anos.
Brasiliense, casado com Ana Lucia Corrêa Gonçalves, tem um filho, formado em
Gestão de Recursos Humanos, pela Faculdade Senac-DF. Sua carreira na empresa
começou pela gráfica do Senac, passou pela central de atendimento, almoxarifado,
tesouraria, contabilidade, patrimônio e setor de transporte. Atualmente, está locado
na Livraria e Editora Senac-DF, localizada no SIA.

Revista Fecomércio DF 27
artigo economia

Que venham
os governadores
No epicentro da crise econô- te, deixando a hora da verdade para “Sinais de
mica atual está a ameaça de ex- 2016. Sinais de desorganização já
plosão da dívida pública, em um se mostram com força, e a tendên- desorganização
quadro de recessão aguda, gasto cia dos analistas será de enxergar
resistente ao ajuste, e arrecada- apenas o lado ruim das gestões es-
já se mostram
ção em queda livre. taduais. com força, e a
Ponto relevante da atual crise Diante da gravidade da situação,
fiscal é o rompimento, pelo atual e deixando de lado as soluções do tendência dos
governo, do acordo implícito entre a impeachment ou da renúncia pre- analistas será
União e os Estados, firmado na úl- sidencial, uma frente de governa-
tima renegociação de dívidas. Pelo dores deveria assumir a liderança de enxergar
acerto, a União comandaria a gera- do processo de Reforma da Previ-
ção de um elevado superávit fiscal, dência, Assistência Social e Pesso-
apenas o lado
com os Estados participando com al, construindo uma aliança com o ruim das gestões
26% do esforço. Para isso, e como Executivo e lideranças relevantes
supostos vilões da estória, esses do Congresso. É o caminho para estaduais”
se tornariam, a partir de 2000, vir- promover as mudanças básicas
tuais departamentos financeiros da que, com apoio da sociedade em
União, que exerceriam o papel de geral, cada vez mais desesperada
“mocinhos”, no novo filme. Pelo ro- por soluções à medida que tudo se
teiro, o Executivo imporia contratos agrava, trarão os investimentos e o
capazes de assegurar os repaga- crescimento de volta.
mentos das dívidas renegociadas e Ressalte-se, contudo, que so-
proibiria qualquer tomada de novo mente em um contexto de reformas
empréstimo sem passar pelo Mi- amplas e para valer, como essas, é
nistério da Fazenda. que haverá credibilidade suficiente
Esqueceu-se, contudo, de que para os mais exigentes apoiarem

Cristiano Costa
a União poderia vir a ser o vilão da medidas temporárias de salvamen-
história mais adiante, e os Estados, to dos entes mais afetados pela cri-
mesmo não virando mocinhos, fica- se, mesmo sob a ameaça de caos
riam completamente estrangula- em áreas como segurança e saúde,
dos financeiramente. É o que temos especialmente em um ano em que
hoje, com Estados de elevado peso o País sedia a Olimpíada.
econômico como Rio de Janeiro e
Minas Gerais, anunciando déficits
potenciais entre R$ 8 e R$ 20 bi-
lhões em 2016, graças à recessão
causada pela área federal e à desa-
bada do preço do petróleo, sem po-
der usar a válvula da emissão mo-
netária, que hoje só a União detém Raul Velloso
- e que assim financiou, em 2015, Doutor em Economia pela
Universidade de Yale (EE.UU).
um déficit inédito de R$ 117 bilhões. Atualmente é consultor
Sem opção, os Estados jogaram econômico em Brasília
seus déficits para debaixo do tape-

28 Revista Fecomércio DF
Revista Fecomércio DF 29
comportamento

Idosos invadem
mercado de trabalho
//Por Liliam Rezende Foto: Joel Rodrigues

É crescente a contratação pelas empresas de maiores de


60 anos, que buscam renda extra

E
m tempos de crise, a experi- de abril a junho de 2015, 6,6 milhões Um exemplo é a operadora de
ência garante um respiro no de brasileiros com 60 anos ou mais caixa do Supermercado Extra da Asa
orçamento. O aperto no bolso faziam parte da força de trabalho (em Norte, Lucia Silva, de 68 anos, que há
tem levado mais idosos ao batente atividade ou em busca de emprego). oito anos engrossa a lista de idosos
atrás de um complemento para a Pensando nesse nicho, o Grupo que trabalham. Para ela, o segundo
aposentadoria. E as empresas pe- Pão de Açúcar criou, há 18 anos, o emprego garante o equilíbrio das
gam carona nesse movimento con- programa Terceira Idade, para con- contas. “Estou aqui há 14 anos e co-
tratando cada vez mais esse públi- tribuir para a inclusão de diferentes mecei antes da minha aposentado-
co. Dados da Pesquisa Nacional por públicos em seu quadro. Hoje, a em- ria. Não tinha como parar. O benefí-
Amostra de Domicílios (Pnad) Contí- presa conta com mais de 3.500 ido- cio não fecha as contas”, contou ela,
nua, do IBGE, apontam que, ao todo, sos trabalhando na rede Extra e Pão que acrescentou: “Vou continuar na
são 28 milhões de idosos no País, e de Açúcar no País. ativa até quando tiver disposição”.

30 Revista Fecomércio DF
COMPROMETIMENTO curava por duas vovós “simpáticas e conta o empresário. É o caso de Maria
E EXPERIÊNCIA sorridentes”, entre 60 e 80 anos, para de Lourdes Rezende, 67 anos. “Ser
Paciência, comprometimento, serem recepcionistas do Dona Luiza recepcionista é levar alegria para o
além da experiência, são as quali- Confraria, em Águas Claras. O anún- dia dos clientes, e isso reflete no meu
dades dos idosos mais citadas por cio teve mais de 52 mil compartilha- também. Venho trabalhar feliz e estou
colegas de trabalho, clientes e pelos mentos. Por fim, 24 idosas foram realizada com essa oportunidade”. As
empregadores que os contratam. É o contratadas. A oferta de emprego demais trabalham em diferentes se-
caso de Dirce dos Santos Varandas, pedia simpatia como uma qualidade tores do restaurante, como atenden-
70 anos, há 48 anos trabalhando na indispensável e oferecia condições tes e ajudantes de garçom. “São as
mesma empresa, o grupo Brasal. de trabalho adaptadas para as candi- vozinhas que atendem todo mundo”,
Sempre a primeira a chegar, antes datas, como cadeiras macias e clien- diz. O menor salário oferecido é de R$
das 8 da manhã, Dirce faz o cami- tes queridos e dispostos a conversar. 1.400; o valor varia conforme a produ-
nho até sua sala sempre arrumada O empresário diz que se inspirou tividade das funcionárias. A carga ho-
e empolgada para um novo dia de na mãe, Luiza, de 90 anos, quando rária é de cerca de oito horas por dia.
trabalho. “Essa rotina é o que me dá abriu as vagas. “Eu queria ter ela tra-
alegria. Não sei se consegueria ficar balhando comigo, mas ela mora em DE VOLTA AO BATENTE
em casa sem fazer nada. Tenho mui- São Paulo e não quis vir. Então deci- Fatima Costa, 65 anos, soube
ta sorte em poder trabalhar e manter di contratar duas senhorinhas para da vaga por meio do filho, que viu a
a mente ativa todos os dias”, destaca ficar no lugar dela”, conta o empre- divulgação no Facebook. Ela estava
a simpática senhora que faz questão sário. Ele diz também que não espe- sem trabalhar há 10 anos. “Eu aju-
de reforçar que sua jornada é de se- rava tanta repercussão. “Meu tele- dava em casa, sempre arrumando
gunda a segunda, oito horas por dia. fone não parou de tocar”. A seleção algo para fazer. A gente não pode
Para a empresa, comprometi- contou com 612 candidatas. “Eu não ficar parada. Mas fazia tempo que
mento, maturidade e senioridade queria currículos. Minha seleção era eu falava para a minha família que
são exemplos para os outros funcio- diferente. Queria ver a pessoa, falar queria arrumar um emprego, mas
nários, refletindo no atendimento. O com ela, ouvir histórias. Enfim, falar não tinha coragem de procurar”,
Grupo Brasal gera mais de 3 mil em- de vida. Nunca chorei tanto em um conta. Ela trabalha na padaria e
pregos diretos, e a ideia é sempre dar dia”, conta Pagani. está satisfeita de ter sido escolhida
oportunidade a um funcionário dessa O perfil das senhoras escolhidas em meio a tamanha concorrência.
faixa etária, segundo a coordenadora teve uma razão pessoal. “As duas “Quando eu recebi a informação
de Gestão de Pessoas do Grupo Bra- mais parecidas com a minha mãe que a vaga era para mim fiquei
sal, Juliana Porte. “Eles transmitem eu coloquei na vaga de recepcionista, muito surpresa. Estou muito feliz
confiança ao público consumidor. E para ficar comigo recebendo os clien- com esse novo emprego e com a
credibilidade é tudo no nosso negó- tes e acompanhando-os até a mesa”, renda extra”, finaliza.
cio. A tendência é que cada vez mais
o mercado aceite esse profissional.
Eles têm vários valores a serem
agregados às organizações, como
sintonia entre as gerações, respeito,
dedicação, experiência, confiança e
ainda podem ser disseminadores de
conhecimento”, argumenta. Juliana
destaca ainda a “motivação desses
profissionais e a troca de experiência
entre eles e os mais jovens” como
vantagens da contratação.

MÃE COMO INSPIRAÇÃO


Inspirado na mãe, Paulo Pagani
lançou uma oferta de emprego inu-
sitada nas redes sociais. A vaga pro-
Dirce dos Santos: há 48 anos trabalha no grupo Brasal

Revista Fecomércio DF 31
capa

HERÓIS DA
RESISTÊNCIA
//Por Liliam Rezende e Sacha Bourdette
Fotos: Joel Rodrigues e Arquivo Público do DF

No aniversário de Brasília, contamos histórias de


comerciantes das mais antigas ruas do DF: W3 Sul,
2ª Avenida no Núcleo Bandeirante, Hélio Prates
em Ceilândia, Avenida Comercial de Taguatinga e
Quadra Central de Sobradinho

Q
uando não existia nada, além da terra ver- memória o que mudou de lá para cá.
melha e dos galhos retorcidos do cerrado, No mês em que a capital comemora 56 anos, a
visionários enxergaram grandes centros co- Revista Fecomércio-DF foi atrás de quem tem muita
merciais. Quando o poder político do Brasil história para contar sobre o surgimento das principais
se estabelecia, trabalhadores das obras buscavam uma avenidas comerciais do DF. Percorremos a famosa W3
moradia. Foi assim que as 31 Regiões Administrativas Sul, no Plano Piloto; a tradicional 2ª Avenida, no Núcleo
do Distrito Federal começaram a surgir e expandir. Em- Bandeirante; a movimentada Avenida Hélio Prates, em
presários acreditaram no futuro promissor do comércio Ceilândia; a extensa Avenida Comercial de Taguatinga; e
local e deram início às avenidas comerciais. Durante as subimos a “serra” para chegar à Quadra Central de So-
décadas de 1970 e 1980 o comércio de rua viveu seus bradinho. Conheça nesta reportagem, com fotos atuais
anos de ouro. Hoje, resistindo bravamente à presença dos de Joel Rodrigues e antigas do Arquivo Público do DF, os
shoppings, os donos mais antigos das lojas carregam na personagens da história viva das ruas.

32 Revista Fecomércio DF
Passado e presente na W3 Sul
Nos seus 5,3km de extensão, a via, que
já foi considerada a mais chique do centro
comercial da capital, sofre com a falta de
cuidados. Mas tem uma dinâmica própria e
ainda agrada tanto aos moradores das qua-
dras próximas quanto aos frequentadores.
O que Brasília não tem de outras cidades,
a W3 Sul tem de sobra. Se nas quadras do
Plano Piloto faltam calçadas de pedra, co-
mércio misturado a residências e poluição
sonora, a avenida provoca no pedestre a
sensação de estar em um tradicional bairro
de ruas nomeadas. Nos quilômetros que
separam o Pátio Brasil da 516 Sul, convi-
vem cerca de mil estabelecimentos comer-
ciais, dezenas de apartamentos e bancas
de ambulantes. A avenida já ostentou o títu-
lo de centro comercial mais chique da capi-
tal, mas a falta de cuidados da rua relegou
os tempos áureos da W3 Sul à memória dos
pioneiros.
A avenida evoca o passado da capital ao
mesmo tempo em que se adapta à reali-
dade do brasiliense. Lojas cinquentenárias
e empreendimentos inovadores dividem
espaço. Em 2008, a rotina dos moradores
mudou com a retirada das pousadas. A di-
nâmica da W3 Sul se reflete nas transfor-
mações de fachadas, trânsito e na varieda-
de de serviços. Afinal, onde mais se pode
comprar enxoval, almoçar e consertar o
carro sem sair da quadra?
O fotógrafo Antônio Aragão, 64 anos,
acompanha as mudanças da avenida desde 1962, quando shoppings, que rapidamente caíram no gosto do público,
trocou o Ceará por Brasília. “Aqui funcionou a primeira pi- acelerou o processo de esvaziamento da via que um dia
zzaria da cidade e tinha um restaurante italiano chique, só foi considerada a aorta do Plano Piloto. O processo de
ia presidente e diretor”, lembrou. Em 1966, Aragão abriu desgaste poderia ter sido contornado se medidas de recu-
uma loja de fotografias, a Foto Dom Bosco, na 504 Sul, peração e até de readequação dos espaços tivessem sido
onde ainda trabalha. Para quem viveu as décadas de so- tomadas a tempo.”
nho, é uma vergonha andar por uma W3 suja e de paredes Rogerio acredita também que o crescimento desor-
pichadas. “Por que não renascer a W3, que foi o coração denado teve reflexos na vida da avenida. “Muito compri-
da cidade? Coração não se troca”, defende. da, com comércio de um lado, residências individuais do
A juventude da W3, no entanto, não acompanhou o outro. Ficou um desequilíbrio. Então o comércio da Asa
desenvolvimento de Brasília. Segundo o professor de Ar- Sul começou a se deteriorar e, até hoje, quando se passa
quitetura do Século 20 do Centro Universitário de Brasília lá vemos inúmeras lojas fechadas”, explica o especialista
(UniCeub), Rogerio Andrade, a partir da década de 1970, à sobre a parte sul da avenida.
medida que o comércio das entrequadras surgia, o mo- O fato é que a W3 foi esquecida pelas pessoas e aban-
vimento na avenida central diminuía. “A construção dos donada pelo poder público, que ao longo dos anos chegou

Revista Fecomércio DF 33
capa

até a planejar mudanças – nunca


executadas. O resultado é sentido
por quem circula na avenida: me-
lancolia. Quase toda a extensão da
via comercial está pichada. A falta de
legislação resultou na carência de
um padrão para os letreiros, o que
causa desconforto visual. As calça-
das são estreitas e estão avariadas,
a iluminação é fraca; a segurança,
duvidosa – fatores que contribuem
para a degradação. Além disso, não
há estacionamento suficiente. Ainda
segundo Rogerio, cada governo elei-
to pelo povo promete revitalizar a W3,
uma das principais avenidas do DF e
certamente a mais cheia de histórias
e simbolismos. “Os discursos quase
sempre são envolventes, mas, no fim
da história, nada é feito de concreto.” quatro anos depois da inauguração “Tinha fila de
O Governo do Distrito Federal do estabelecimento. O local começou
defende que existem projetos para a como um “botequim metido a besta”, espera o tempo
revitalização da W3 Sul no governo de como define Simon, e depois recebeu todo. Na épo-
Rodrigo Rolemberg. “A Secretaria de políticos, turistas e a elite brasiliense.
Estado da Gestão do Território e Ha- Ficava de portas abertas até as ca, tinha uma
bitação informou que a revitalização 5h, 6h da madrugada, quando a ju- meia dúzia de
da W3 já foi objeto de concurso pú- ventude voltava das festas. “Tinha
blico de arquitetura em 2002 e tam- fila de espera o tempo todo. Na épo-
restaurantes
bém de estudo dessa secretaria em ca, tinha uma meia dúzia de restau- à la carte na
gestões anteriores. Oportunamente, rantes à la carte na cidade, então
cidade, então
será formulada uma proposta que todo mundo ia ao Roma”, lembrou
conciliará as duas abordagens ante- o proprietário. O Roma fez sucesso todo mundo ia
riores, à luz das demandas atuais”. ao trazer as primeiras quentinhas de ao Roma”
O governo trabalha para viabilizar a alumínio a Brasília e oferecer pratos
revitalização da W3, que passa por de boa qualidade, mas sofreu com a Simon Pitel
projetos urbanos, de mobilidade e in- desestabilização da avenida. Ainda
centivos fiscais. Mas nada que tenha assim, o empresário não pretende
saído do papel de fato. deixar o ponto. “Sobrevivemos muito
bem, apesar de a W3 ter perdido sua
majestade”, disse Simon.
Antigamente Um dos pioneiros de Brasília, que
A modernidade chegou à avenida mantém oito lojas na região, ainda
comercial na pele de grandes ban- não perdeu a esperança. O empresá- lamenta.
cos, lojas de informática e casas de rio Hely Valter Couto, dono da Pionei- Para a W3 voltar a ser como era,
festas infantis. Uma quadra, no en- ra da Borracha, se diz um sonhador. além de mudanças na estrutura, ele
tanto, conserva o bloco de resistência Ele ainda acredita que verá a W3 Sul propõe a revitalização de uma das
da W3 – lojas precursoras que vive- da forma como foi criada, se conse- três praças das quadras 700, em
ram o auge e sobreviveram à con- guir o comprometimento dos comer- frente à avenida. “Com essa revita-
corrência dos shoppings. Pioneira da ciantes ali instalados. “Fico triste ao lização, poderemos trazer mais vida
Borracha e Restaurante Roma enca- perceber que a única avenida comer- para a W3. Ao mesmo tempo, os co-
beçam a lista. O belga Simon Pitel, cial da cidade está abandonada e a merciantes terão motivo para ficar e
72 anos, assumiu o Roma em 1964, cada dia mais lojas são fechadas”, voltar à avenida”, sugere otimista.

34 Revista Fecomércio DF
Núcleo Bandeirante, tradição local
De acordo com o Arquivo Públi-
co do DF, o Núcleo Bandeirante foi
criado em 1956 com a chegada dos
pioneiros. A região foi a primeira ci-
dade-satélite e, naquela época, era
chamada de Cidade Livre. Considera-
da uma das cidades mais bem loca-
lizadas do DF, o Núcleo Bandeirante
atrai cada vez mais moradores. A dis-
tância de 15 minutos do Plano Piloto
e do Aeroporto Juscelino Kubitschek
e aluguéis a preços mais acessíveis
fazem do antigo loteamento do perí-
odo da construção de Brasília (1956-
1960) um grande centro em processo
acelerado de valorização.
A Pesquisa Distrital por Amostra
de Domicílios (Pdad) divulgada pela
Companhia de Planejamento (Code-
plan), em 2014, mostra que o cresci-
mento atual do Núcleo Bandeirante
é de 2,2% ao ano, com população de
26 mil habitantes – o DF, por exem-
plo, tem taxa de 2,3%. Outro dado
que chama atenção é que 80% dos
moradores do Núcleo Bandeirante
compram no comércio local.
A atividade comercial no Núcleo
Bandeirante, muito marcante no iní-
cio da construção de Brasília, conti-
nua sendo uma forte característica.
A pesquisa mostra que 32,9% da
população da cidade atua no co-
mércio e 19,5%, no funcionalismo
público. O aspecto econômico atrai
compradores de fora e gera em-
prego. Moradora da cidade, Esther restante veio de estados do Nordeste período muito difícil, não tinha ener-
Almeida, 45 anos, deixou o serviço (37%), além de Minas Gerais (17,8%) gia. Água, a gente buscava da bica.”
em um shopping há cinco anos para e Goiás (13,5%). As mulheres são Ainda assim, ela afirma que sempre
ser gerente de loja de roupas e sa- maioria no Núcleo Bandeirante, re- gostou de morar na cidade. “Era uma
patos no Núcleo Bandeirante. “Aqui, presentando 55,9% da população. A época muito boa, o povo respeitava
a gente tem muito sossego e os pre- pesquisa da Codeplan detectou que a gente, se você precisava de uma
ços são mais acessíveis por causa 16,4% têm mais de 60 anos, ficando ajuda, sempre tinha gente.” Dona
da concorrência. A maior clientela acima da média do DF, que é de 7,4%. Catarina viu Brasília crescer, acom-
vem do Park Way, mas as pessoas Aos 71 anos, Catarina do Nasci- panhou a construção da capital e viu
daqui também compram bastante”, mento conta que a situação financei- também a transformação do Núcleo
destacou a gerente. ra da família fez com que ela saísse Bandeirante. Morou em outros lu-
A Pdad ainda verificou que 45,8% de Anápolis (GO), em 1957, em busca gares, mas acabou voltando para lá.
dos moradores são naturais do DF. O de trabalho na capital. “Tivemos um “Conhecemos todo mundo, batemos

Revista Fecomércio DF 35
capa

papo com os vizinhos, não falta nada


de comércio. Para mim, é a melhor
cidade de Brasília para morar”, conta
Catarina. Para que o local fique ain-
da melhor, ela acredita que falta um
pouco mais de atenção por parte dos
governantes. “Não tem calçamento,
tem lixo na rua, isso também depen-
de muito do povo. Sinto que o Núcleo
Bandeirante é muito desprezado pe-
los políticos.”
Farmacêutico no Núcleo Ban-
deirante desde 1959, seu Bráulio
Roberto Bazílio, 76 anos, conhece
todos os fregueses que entram na
sua farmácia Santo Antônio, na 3ª
Avenida. Quando entra alguém que
ele não conhece, ou não é da cida- de vida que tenho. Já trabalhei muito “Para mim é a
de ou acabou de se mudar para lá. e agora é só pescar e curtir”, disse.
O farmacêutico à moda antiga sabe
melhor cidade
das doenças de cada um de seus para se morar”
clientes. E há muito já aprendeu a li- Mercadão tradicional Bráulio Roberto
dar com os hipocondríacos: oferece Outra marca registrada da ave-
uma vitamina qualquer e o freguês nida central é a Feira, formada pelo
vai embora satisfeito. “Se ele não Mercado do Núcleo Bandeirante e
leva o remédio, é muito pior”, ele pelo comércio que cresceu ao seu
diz, apontando com o dedo indicador redor desde que foi inaugurado, há
para a cabeça. Seu Bráulio diz que 38 anos. O local é um bom lugar para
tem “muito a agradecer a Brasília”, comprar produtos nordestinos, como
mas que gostaria de viver em um farinha de tapioca e queijo de coalho,
lugar mais tranquilo, mesmo com carnes de bode, cordeiro e cabrito. chamava Metropolitana. “O Núcleo
atmosfera interiorana que o Nú- No prédio principal, são cerca de 200 Bandeirante é o meu reduto. Traba-
cleo Bandeirante ainda mantém. O boxes espalhados em dois andares. lhei no antigo mercado Diamantina
farmacêutico mais antigo da cidade Além de alimentos, há restaurantes, e depois com a construção desse
conta, com tímido orgulho, que Pa- salões de beleza, estandes de roupas local, fixei ainda mais minhas raízes
dre Roque foi a Araguari (MG) cele- e de conserto de aparelhos eletrôni- na cidade”, defendeu. Ele guarda
brar o seu casamento. Depois, todos cos, um dos filões do lugar. com carinho três quadros em preto e
voltaram para Brasília. No Mercado do Núcleo Bandei- branco da avenida principal da cidade
Já para o cearense Vicente Rodri- rante, o principal atrativo são os fei- há 50 anos. “É cansativo, mas é bom
gues de Oliveira, 85 anos, cliente da rantes que estão no local há muitos e gratificante”, empolga-se. Todo
farmácia, a cidade oferece qualidade anos. “A gente se sente em casa mundo que passa pelo restaurante
de vida. “Aqui não tem muita bandi- aqui. É como se fosse uma cidade faz questão de dar um “oi”. Recebe,
dagem, vivemos tranquilos. A minha de interior, onde todo mundo se co- em troca, um sorriso e um aperto de
esperança é de chegar aos 100 anos nhece”, conta o comerciante mineiro mão caloroso do goiano-nordestino.
aqui”, brincou. Ele chegou de São Eunizio Pereira. O Restaurante do Campos atrai dia-
Paulo, em 1956, para trabalhar como O goiano Jaime Barbosa Cam- riamente apaixonados por buchada
motorista na capital e se instalou no pos, 71 anos, montou, desde 1988, de cabrito, rabada, sarapatel e biste-
Núcleo Bandeirante quando a área um reduto nordestino em uma es- ca. A mistura das duas culturas deu
da cidade ainda estava sendo desma- quina da Feira Permanente. “Sou a Jaiminho a simpatia e receptivida-
tada. “Aqui, é um lugar maravilhoso mais nordestino que goiano”, repete. de. “Sou realizado como empresário
de se morar. Não tomo comprimido e Ele chegou ao Núcleo Bandeirante aqui no Núcleo Bandeirante. Neste
remédio nenhum. Adoro a qualidade há 57 anos, quando a cidade ainda se país, lugar melhor não há”, brinca.

36 Revista Fecomércio DF
Retrocedendo
os ponteiros
A Praça do Relógio é hoje referência
da Região Administrativa de Taguatin-
ga, mas o que poucos sabem é que os
primeiros a habitar o oeste do Distrito
Federal eram ninguém mais, ninguém
menos, que os indígenas. Etimologi-
camente falando, Taguatinga significa
em tupi “terra branca”, mas alguns
historiadores discordam e dizem que
quer dizer “terra de aves brancas”.
Dúvidas à parte, o que se sabe é que a
consolidação da cidade começou com
a construção de Brasília. A cidade foi a
primeira oficialmente criada para abri-
gar as aglomerações que estavam se
formando na área urbana de Brasília.
E em 5 junho de 1958, Taguatinga foi
inaugurada.
O comércio da região é diversifica-
do. Atrai empresas de eletrodomésti-
cos e eletrônicos, comércio de móveis,
calçados e vestuário. A principal área
de vendas de rua da cidade é a Aveni-
da Comercial. Com 8km, o local abriga
lojas antigas e outras mais novas, algu-
mas pequenas ao lado de grandes. Com
o crescimento do comércio, os prédios
também mudaram, e hoje pode-se en-
contrar edifícios de até 12 andares. A
população da cidade é estimada em
mais de 200 mil habitantes.

Crescendo com o local


O empresário José Airre Sobrinho,
conhecido na região como Zezinho,
dono do restaurante Zezinho Carne de
Sol, atua no local há 36 anos. Ele veio do
sertão do Ceará para crescer com a ci-
dade. Começou a trabalhar no ramo em
1968 no restaurante Roma, na 511 Sul,
e depois acabou parando em Taguatin-
ga e não saiu mais. Ele garante que ofe-
rece a melhor carne de sol e picanha
de Taguatinga. “Esta área aqui é muito
boa, porque fica no centro da cidade.

Revista Fecomércio DF 37
capa

Eu não me sentiria bem em outro


lugar porque já me acostumei. Eu
sou encantado pela cidade, conhe-
ço praticamente todo mundo e todo
mundo me conhece”, afirmou.
Ele relembra os momentos
quando abriu a empresa na região.
“Ao chegar aqui havia poucos pré-
dios, era mais o cerrado dos lados.
Quase não tinha nada. Com os anos
o desenvolvimento foi chegando. Eu
tenho saudades do comércio da-
quela época, o pessoal saía mais,
atualmente o movimento é menor.
Hoje com os shoppings, o comércio
de rua cai, você anda pela comer-
cial e dá dó de lembrar como era o
movimento de antes, muitas lojas
fecharam e outros estão sendo alu-
gadas”, lamentou.
Entretanto, Zezinho tem espe-
rança que o comércio de rua viva
novamente sua “era de ouro”. “O
empresário precisa trazer sempre
novidades, eu prezo pela qualidade
do meu restaurante e ambiente fa- eu cheguei a Brasília, em 1972, eu “Quando eu cheguei
miliar. Tenho amizade muito gran- andava por aqui e encontrava até
de com todos os meus clientes que dificuldade para caminhar, de tanta a Brasília, em 1972,
criaram raízes. O melhor dia aqui é gente que circulava e hoje é mais eu andava por aqui e
no domingo, forma até fila de espe- carro, quase não vê gente na rua.
ra. Por isso, emprego 26 funcioná- Aqui o que existia era o centro, onde encontrava até dificul-
rios no restaurante. Hoje são co- estou, e era só de um lado também, dade para caminhar, de
nhecidos oficialmente por Zezinho as entrequadras não existiam, mas
Carne de Sol, mas também como hoje temos construção por todos os
tanta gente que circula-
Zezinho Picanha e Zezinho Peixe”, lados, com prédio, shopping. Ape- va e hoje é mais carro,
brincou. nas 20% da cidade era asfaltada.
quase não vê gente na
Havia muito lote vazio. Antigamen-
te, eu vendia muito para o pessoal rua. Aqui o que existia
Cidade que escolhi de Ceilândia, pois lá ainda não tinha era o centro, onde es-
para morar comércio”, lembrou.
O empresário Hamilton Gui- O empresário da Ótica também tou, e era só de um lado
marães, da Ótica Nacional, atua na detalha que os clientes mudaram. também, as entrequa-
região há 44 anos. Mineiro de Mon- “É interessante destacar que o con-
te Alegre de Minas, ele veio para sumidor anda junto com a evolução, dras não existiam, mas
Brasília quando o pai ficou doente. ele cobra muito mais em termos de hoje temos construção
“Hoje digo que Taguatinga é a mi- qualidade e de agilidade. Lembro
nha vida, aqui eu criei os meus fi- que quando comecei com a óptica,
por todos os lados,
lhos, é a cidade que escolhi para eu dava 15 dias de prazo para en- com prédio, shopping.”
morar. Tenho grandes amigos e trega, mas hoje os dias mudaram,
história na cidade”, apontou. entregamos em 24 horas. Posso Hamilton Guimarães
Segundo Hamilton, a cidade dizer que 60% dos clientes são da
cresceu muito e mudou. “Quando cidade”, revelou.

38 Revista Fecomércio DF
Caixa d’água do progresso
A famosa caixa d’água de Cei-
lândia pode ser considerada o
obelisco da cidade. O monumento
transborda memórias da constru-
ção e é tombado como Patrimônio
Histórico do DF. A cidade foi inau-
gurada em 27 de março de 1971
pelo então governador Hélio Pra-
tes. À época, Brasília não parava de
receber novos moradores e o nome
da cidade surgiu em decorrência
da Campanha de Erradicação das
Invasões (CEI), e o sufixo em inglês
“lândia” estava na moda e foi incor-
porado.
Segundo a Codeplan, Ceilândia
abriga uma população de mais de
489 mil habitantes, a região mais
populosa do DF. O comércio se
destaca quando o assunto é gera-
ção de emprego. Aproximadamente
37% da população trabalha e mora
na região. A tradicional Avenida
Hélio Prates, em homenagem ao
ex-governador, desempenha um
papel importante na cidade. Con-
centra intenso comércio em ambos
os lados da pista. É lá que temos a
divisa entre Taguatinga e Ceilân-
dia, uma fronteira que se mistura
e. para quem é de fora. não é uma
tarefa fácil diferenciar em qual ci-
dade está.

Do barro ao asfalto
O fato é que só quem esteve deirante. Depois ofereceram terre- saiu do Piauí, para tentar a vida na
nos primeiros anos do surgimento nos em Ceilândia e decidi apostar. capital do Brasil, seu primeiro em-
da cidade sabe como foi o drama Ninguém queria morar aqui, era prego foi no jornal Correio Brazi-
de enfrentar a poeira que levanta- deserto. Para ter uma ideia, casas liense. De lá só saiu para virar dono
va da terra vermelha e a lama que em frente à caixa d’água eram mais do próprio negócio em 1982. “Co-
escorria nas enxurradas. O empre- baratas porque lá tinha mais po- mecei a trabalhar com vidro porque
sário Clemente Castelo Branco da eira. Quando eu cheguei aqui, não tinha muita curiosidade de saber
Silva, dono da Vidraçaria Diamante, existia asfalto, só tinha uma pista. como era fabricação. No início, a
localizada na Avenida Hélio Prates, Para atravessar de um lado para o loja era um ponto de referência,
presenciou com os próprios olhos o outro, tinha que colocar umas tá- muita gente usava para indicar um
piche cobrindo o chão e os postes buas porque havia uma cratera no endereço. A Avenida Hélio Prates é
trazendo a luz. “Cheguei a Brasília meio”, relembrou. uma das poucas em que você não
em 1969 e fui morar no Núcleo Ban- Clemente revela que, quando vê lojas fechadas. Eu não trocaria

Revista Fecomércio DF 39
Ceilândia por nada. Eu moro e trabalho aqui, mas acho
que tem que melhorar muita coisa, como uma revitali-
zação para valorizar mais a região”, finalizou.
A terra era de chão batido e os postes de luz eram
sustentados por grandes vigas de madeira. Era assim
o cenário que a empresária, Clemilda Moreira Sam-
paio Lopes, avistou quando decidiu abrir sua empresa
na Hélio Prates, há 25 anos. Dona da loja Mundo do
Estudante, ela conta que a única referência que tinha
era o hospital da região. Ela conta que a empresa de
280m² acompanhou o crescimento do comércio na re-
gião. “Quando cheguei aqui tinha muito barraco e en-
trava muita poeira na loja. Quem acreditou na cidade
conseguiu crescer junto com ela e está até hoje aqui.”
Clemilda explica que próximo a sua empresa há muitas
lojas infantis. “Ao meu lado há muitas lojas de bebê, é
como se fosse uma rua da maternidade, o que de certa
forma me ajuda, pois trabalho com material escolar e
brinquedos. A loja está bem localizada e eu adoro o pú-
blico daqui, tenho por ele um carinho muito especial.”

Sobradinho:
serra brasiliense
Fora dos padrões geográficos brasilienses, a Região
Administrativa de Sobradinho está localizada em um
ponto mais elevado da capital, no noroeste de Brasília.
“Cheguei a Brasília em 1969 e fui
O relevo é mais acidentado, fugindo um pouco do tradi-
morar no Núcleo Bandeirante. cional “plano”. Por isso, é considerada a cidade serrana
Depois ofereceram terrenos em do DF. Mas antes de se tornar uma região, o local abri-
gava uma grande fazenda que só foi virar uma cidade,
Ceilândia e decidi apostar. Nin- em 13 de maio de 1967. O nome da cidade foi inspirado
guém queria morar aqui, era no pássaro joão-de-barro, que construiu duas casinhas
de dois pavimentos, ou seja, um pequeno sobradinho às
deserto. Para ter uma ideia, casas margens de um ribeirão da antiga fazenda.
em frente à caixa d’água eram Sobradinho recebeu em seus primeiros anos mora-
dores dos acampamentos de empreiteiras da constru-
mais baratas porque lá tinha mais ção de Brasília. Entretanto, engana-se quem pensa que
poeira. Quando eu cheguei aqui, só Brasília foi construída conforme um planejamento
não existia asfalto, só tinha uma ordenado. A posição estratégica de Sobradinho seguiu
um plano urbanístico que cresceu de forma orientada.
pista. Para atravessar de um lado A cidade foi dividida por conjuntos de lotes e quadras.
para o outro, tinha que colocar Hoje a região conta com mais de 128 mil habitantes e
é conhecida por abrigar muitos condomínios e residên-
umas tábuas porque havia uma cias. A população ocupada da cidade está concentrada
cratera no meio” no comércio e na administração pública. Atualmente, a
principal avenida de vendas da região é a Quadra Cen-
Clemente Castelo Branco tral de Sobradinho.

40 Revista Fecomércio DF
Esporte tradicional
Da Palestina para Sobradinho.
Foi essa a viagem que o empre-
sário Ratib Medrei, da Central do
Esporte, fez aos 13 anos de ida-
de. Ele chegou à cidade em 1968
e com a família virou empresário
na região. “Quando eu cheguei,
não tinha nada, era descampado,
só via o cerrado. Tinha a rodoviária
aqui atrás, feita em madeira, fora
isso mais nada. Porém, esta área
já era cotada como promissora. O
prédio da esquina, que também é
meu, foi o primeiro a ser construí-
do aqui”, relatou.
Ratib assegura que sua loja foi
a primeira de Sobradinho a vender
artigos esportivos, uma novidade
para a época. “Quando abri a Cen-
tral do Esporte, o progresso já ti-
nha chegado. Em 1972 já existiam
asfalto, luz e água. Eu tenho sau-
dades daquela época, eu guardo
até fotos na loja. Atendo clientes
de terceira geração, em que o avô
vinha comprar, depois o pai e filho.
Isso é muito prazeroso. Sobradi-
nho é muito bairrista, os próprios
moradores preferem comprar
aqui para incentivar o comércio da
cidade. O comércio de rua é a base
da cidade”, apontou.
O empresário, Antônio Teófilo
Elias, da Retalhão Central, saiu do Quadra Central de
Ceará para Brasília. Na capital, trabalhou com obras, Sobradinho
atuou na Fundação Hospitalar e em 1980 criou sua
empresa de tecidos na avenida central de Sobradinho.
“Havia poucas lojas, mas aos poucos foi crescendo.
Muita gente me conhece por aqui, minha loja foi a pri-
meira de tecido de Sobradinho”, destacou.
Antônio lembra quando ele abriu a loja. “O pessoal
de São Paulo mandava sacos de tecidos e eu pensa-
va que ia demorar pra vender, mas em dois e três dias
vendia tudo. Desde que estou aqui, abriram mais três
lojas de tecido, mas já fecharam. O movimento caiu
bastante. Há clientes fiéis que me dizem para não sair
daqui. Acredito que você só sobrevive se trouxer novida-
de”, ressaltou. O empresário destaca seu carinho pela
cidade. “Não fale mal de Sobradinho, porque pra mim
você estará me atingindo”, brincou.

Revista Fecomércio DF 41
cultura

Arte para todos os gostos


//Por Sacha Bourdette

Sesc-DF realiza sua primeira


Bienal de Arte Contemporânea
premiando trabalhos de pintura
em tela, escultura e arte digital

A Bienal Sesc
arte visual pode ser conside- Arte Contem-
rada um retrato da contem- porânea Ses-
poraneidade de cada época. c-DF-2016.

das Distrito Federal


Um quadro de pintura na parede ou Cada artista
uma estátua, por exemplo, carregam pode concorrer em qual-
em si o registro de uma história. Para quer categoria com
projetar e refletir sobre as tendências
do cenário artístico atual, o Sesc-DF
realiza pela primeira vez a Bienal de
uma única obra
inédita e original
de exclusiva au-
Artes
Arte Contemporânea que irá contem- toria e proprieda-
plar as categorias de pintura em tela, de. Os participantes têm liberdade
escultura e arte digital. Os primeiros de tema, podendo seguir todas as
selecionados receberão premiação tendências artísticas e correntes es-
que soma R$ 55 mil. As inscrições téticas. A lista dos selecionados será
começam no dia 2 de maio e seguem divulgada no www.sescdf.com.br até
até o dia 29 de julho. 1º de setembro.
Segundo o diretor do Sesc-DF, O primeiro colocado nas cate-
José Roberto Sfair Macedo, um dos gorias de pintura em tela e escultu-
objetivos da Bienal é reunir trabalhos ra receberão R$ 12 mil; o segundo,
artísticos que projetam as novas e R$ 8 mil e terceiro, R$ 5 mil. Já os
marcantes tendências do cenário das vencedores de arte digital – obras
artes. “O Sesc é uma instituição que produzidas através de espaço gráfico
busca constantemente projetos que computacional – receberão R$ 5 mil
estimulem a classe artística e o sur- (primeiro lugar), R$ 3 mil (segundo
gimento de novos talentos. Portanto, lugar) e R$ 2 mil (terceiro lugar). Os
a Bienal é um projeto inovador e a três primeiros ganhadores de cada
nossa expectativa é que o evento mo- categoria serão anunciados em ceri-
vimente não só a cidade, mas artistas mônia de premiação.
internacionais também. Uma das ca- Podem participar brasileiros e ou entregue pessoalmente no local.
tegorias, a de arte digital, foi escolhi- estrangeiros maiores de 18 anos. O edital, a declaração de autoria e
da, pois percebemos que os recursos Para garantir a inscrição, é preciso propriedade da obra e o termo de
digitais estão presentes em várias encaminhar os seguintes documen- cessão de direitos autorais estão
manifestações artísticas. Teremos tos: ficha de inscrição assinada; foto- disponíveis no www.sescdf.com.br.
uma boa receptividade e os artistas grafia revelada do artista ou digital;
se sentirão gratificados não só pelo declaração de autoria; termo de ces-
valor da premiação, mas também são de direitos autorais, fotografia da
pela valorização de seu trabalho e obra; descrição textual da obra; com- @sescdf
campo de atuação”, destacou. provação de participação anterior em
/sescdistritofederal
Com curadoria formada por exposições; e currículo do artista. O
membros da área artística, serão se- envelope lacrado deverá ser endere- www.sescdf.com.br
lecionadas dez obras de cada catego- çado ao Sesc-DF (SIA, Trecho 2, lote
ria para futura exposição da Bienal de 1.130, Cep: 71200-020, Brasília-DF)

42 Revista Fecomércio DF
cenário

TECNOLOGIA EM DEBATE
//Por Daniel Alcântara Fotos: Joel Rodrigues

Fecomércio lança câmara temática para fortalecer setor de TI no DF

C
om a finalidade de fortalecer o setor de tecno-
logia da informação de Brasília e torná-lo mais
competitivo, a Fecomércio-DF lançou no dia 15
de março, em parceria com o Sindicato das Empresas
de Serviços de Informática do Distrito Federal (Sinde-
sei-DF), a Câmara Temática de Tecnologia da Informa-
ção e Comunicação da Fecomércio-DF. “O nosso an-
seio é o de que Brasília encontre um caminho e gere
cada vez mais riquezas. O setor de TI envolve muitas
empresas e negócios e que, certamente, quando bem
estimulado, pode dar bons resultados”, afirmou o pre-
sidente da Fecomércio, Adelmir Santana.
A criação da câmara de cunho empresarial tem o
objetivo de discutir as principais dificuldades enfrentadas
pelo setor, procurando encontrar soluções nas áreas de
tributação, crédito, financiamento, comercialização, for-
mação de recursos humanos e estímulos à inovação. O
lançamento reuniu o presidente da Frente Parlamentar
de Ciência, Tecnologia, Pesquisa e Inovação do Congresso
Nacional, deputado federal Izalci Lucas; a presidente da
Frente Parlamentar de Ciência e Tecnologia da Câmara
Legislativa, deputada distrital Liliane Roriz; o deputado
distrital Wasny de Roure, empresários, diretores da Feco-
mércio e representantes do Senac.
O empresário Marco Túlio Chaparro, segundo diretor
financeiro do Sindesei, foi eleito presidente da Câmara
Temática de Tecnologia da Informação e Comunicação da
Fecomércio-DF. Chaparro afirmou que Brasília tem voca- tica da Câmara dos Deputados conseguiu aprovar o novo
ção para TI, pois a cidade tem um espaço reduzido, que marco legal (Lei 13.243/16) que incentiva as atividades de
não comporta grandes indústrias ou áreas de agricultura. pesquisa científica e prevê isenção e redução de impostos
“Atualmente, o nosso setor tem mais de cinco mil empre- para importação de insumos nas empresas.
sas. Hoje, o segmento de TI é responsável pela criação e Já a deputada distrital, Liliane Roriz, afirmou que é
inovação de vários outros setores”, disse. necessário rediscutir programas, para que os responsá-
Segundo Chaparro, é necessário que se crie um mo- veis pelo segmento possam trabalhar, cada vez mais, jun-
delo de negócio, no qual academia e setor produtivo an- tos em prol da evolução da área de TI. “É um segmento
dem juntos. “Nos Estados Unidos já existe isso, um mode- muito forte. Sem tecnologia não há desenvolvimento”, dis-
lo que supre as demandas do mercado, com a intenção de se Liliane. O deputado distrital Wasny de Roure destacou a
gerar emprego e fomentar o mercado de trabalho. Essa relevância do setor e de cursos de profissionalização que
câmara pode ser um ponto de partida para desenvolver fomentem a área. “Temos que nos sensibilizar e incentivar
trabalhos que vão nesse sentido”, concluiu. os jovens para essa área tão importante para a economia”,
ressaltou Wasny.
PODER LEGISLATIVO O presidente do Sindesei, Charles Dickens, disse que
O deputado federal Izalci Lucas parabenizou a inicia- a câmara temática dará um apoio enorme para o segmen-
tiva da Fecomércio e disse que quando participou da Co- to “Esperamos agregar as vontades e os anseios para fo-
missão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informá- mentar a tecnologia no DF”, disse.

Revista Fecomércio DF 43
mercado

Barbados e
bem cuidados
//Por Daniel Alcântara Fotos: Joel Rodrigues

Cresce o número de estabelecimentos na cidade, especializados em


cuidados com a beleza masculina. A demanda é tamanha que o Senac-
DF está preparando um curso para formar novos barbeiros

O
s homens estão cada vez descobriu que o cuidado com a apa- BARBEARIAS
mais vaidosos. Eles pro- rência é para o ser humano e não Aproveitando a onda de vaidade
curam desenhar a barba, apenas para a mulher. “Eles estão dos homens, as barbearias brasi-
hidratar a pele, diminuir os pelos procurando fazer limpeza de pele, lienses apostam em serviços dife-
brancos e até mesmo alisar o ca- cuidando das unhas e dos pés, fazen- renciados para fidelizar a clientela.
belo. Nesse cenário, o mercado do massagens e drenagem linfática. A decoração é ambientada, com bar,
de beleza do Distrito Federal está Também estão mais preocupados cervejas artesanais e o cliente pode
abraçando a ideia e nas ruas da com a alimentação e fazendo acade- até jogar uma partida de sinuca en-
capital do País é possível encontrar mia. Todos os setores ligados à bele- quanto espera sua vez, ou quem sabe
vários estabelecimentos de beleza za estão lucrando com o homem do até curtir um videogame ao som de
capilar e corporal voltados exclu- século 21”, acredita Celina. Elvis Presley. São atrativos que ga-
sivamente para eles. A demanda Os professores que darão aula no rantem conforto e se destacam das
é tamanha que o Senac-DF está curso de barbeiro do Senac já estão de barbearias tradicionais.
preparando um curso para formar malas prontas para o Hair Brasil, que Um exemplo desse novo conceito
novos barbeiros. As aulas estão acontecerá de 10 a 19 de abril em São é a barbearia Isac.com, inaugurada
previstas para começar em agosto, Paulo. “Eles irão assistir a workshops em novembro de 2015, em Águas
na unidade do Senac em Ceilândia. sobre corte de cabelo e desenho de Claras. Com cerca de 150m², o es-
No entendimento da responsável barba. A ideia é começar o curso bus- tabelecimento traz uma proposta de
pela área de beleza do Senac, Celi- cando as novidades para diferenciar lazer e um tratamento diferenciado
na Eurípedes de Farias, o homem nossas aulas”, afirma Celina. aos clientes, com barboterapia e até

44 Revista Fecomércio DF
dia do noivo. Outros serviços tam- espaço para eles. Quando eu casei, homem. A ideia da nossa loja é, re-
bém são oferecidos como o cover por exemplo, tive que me arrumar almente, suprir esses anseios”, diz
(redução dos cabelos grisalhos, na- no mesmo salão da minha noiva, por Julia.
turalmente), selagem (regeneração falta de um espaço dedicado ao ho- Tiago Favilla, um dos sócios do
e hidratação dos cabelos com efeito mem”, observa Vinícius. Atualmente, empreendimento, salienta que a
de liso natural), estética, depilação e o empreendimento conta com cinco procura vem aumentando, mesmo
massoterapia. funcionários: três barbeiros, duas com a economia em crise. “Estamos
“A barboterapia, como chama- atendentes e uma esteticista. trabalhando para manter o ritmo.
mos, é um novo conceito de barbear. Seguindo essa linha de oferecer Nosso diferencial é o atendimento.
Fazemos do momento de barbear o o conforto máximo ao cliente, o Fio Procuramos focar no bem-estar do
mais relaxante possível, como uma Maravilha, localizado na 202 Norte, freguês. Também procuramos au-
sessão de spa, as cadeiras têm mas- aposta no conforto. A loja inaugurada mentar nosso leque de produtos.
sagem, usamos um produto que hi- em junho de 2015 oferece um serviço Vendemos shampoo, condicionador,
drata a pele e um óleo para evitar um de bar, com cerveja que leva o nome produtos para barba, para hidratação
atrito excessivo da lâmina com a pele do empreendimento, e até fliperama da barba, limpeza e pomada para ca-
do cliente. Durante o processo, tam- para distrair os clientes. A música é belo”, afirma.
bém utilizamos uma toalha quente boa e o ambiente é a cara do públi- O cliente assíduo de barbearias
para manter o relaxamento no mais co masculino. Além de fazer barba, o do DF, Júlio Cesar Alves Mesquita,
alto nível. A maioria dos clientes che- Fio Maravilha também disponibiliza diz que o diferencial é o preço aces-
ga a dormir fazendo a barba”, explica selagem, pezinho e sobrancelha. sível e o bom atendimento, além das
o empresário, dono da franquia Isac. “Atualmente, o homem procu- massagens e da hidratação. “Assu-
com, de Águas Claras, Vinícius Prado ra um espaço para ele se cuidar. mo que não faço em casa por um
dos Santos. Acredito que eles merecem, sem ter pouco de preguiça, mas, principal-
O empreendedor destaca ainda o que ouvir papo de mulher em cabe- mente pelo medo de errar e acabar
Dia do Noivo ofertado pela loja, que leireiros tradicionais, com revista de com a minha barba. Sendo assim,
faz sucesso entre a clientela. “Ser- fofocas para ler enquanto esperam eu procuro as barbearias, pois quero
vimos lanche, espaço separado, e o o procedimento de beleza”, informa um serviço bem feito”, diz Júlio. Ele
noivo já pode se arrumar aqui na loja. uma das sócias do Fio Maravilha, afirma que sempre que frequenta
Essa proposta surgiu na rede há um Julia Rosea. “Oferecemos um lugar barbearias, compra shampoo para
tempo. A ideia, na verdade, veio do para relaxar, se sentir bem, ouvir barba e gasta em torno de R$ 150 por
Dia da Noiva, que é bastante comum, música, tomar uma cerveja, assistir mês, entre corte de cabelo e barba e
e os noivos não contavam com esse a jogos de futebol e ter um papo de compra de produtos de beleza.

“Nosso
diferencial é o
atendimento.
Procuramos
focar no
bem-estar do
freguês”

Julia Rosea e Tiago Favilla


empresários

Revista Fecomércio DF 45
sesc triathlon

Inscrições abertas para a etapa Brasília


//Por Liliam Rezende Foto: Cristiano Costa

Neste ano a prova


ocorrerá em novo local,
na Concha Acústica

T
radicional prova do circuito
brasileiro, a etapa Brasília
do Sesc Triathlon acontecerá
no dia 15 de maio. O evento deixa a
Ponte JK para ser realizado em novo
local - na Concha Acústica do Lago
Paranoá. Este ano a competição con-
ta com 700 vagas, cem a mais que
no ano passado. As inscrições po-
dem ser feitas pelo site da instituição
(www.sescdf.com.br), entre 8 de abril
e 9 de maio. Os valores variam de R$
90 a R$ 200, a depender da categoria
(comerciários têm 50% de desconto).
A largada ocorrerá às 7h30 para a
categoria amador, e às 9h30 para a
elite. A premiação conta com R$ 78
mil a serem distribuídos.
O Circuito Nacional Sesc Tria-
thlon continua com o objetivo prin-
cipal de proporcionar aos atletas
profissionais e amadores uma prova Palmas (TO), dia 12 de junho; Ma- pica para as categorias Elite e Ama-
de elevada qualidade técnica, sem naus (AM), 2 de julho; Belém (PA), dor Olímpico (1,5km para a natação,
deixar de lado o companheirismo e 28 de agosto; Salvador (BA), 25 de 40km para o ciclismo e 10km para a
a integração do esporte. Todas as setembro; Pecém (CE), 22 de outu- corrida), além de distâncias menores
competições favorecem a inclusão bro. O circuito só chega ao final em para a categoria Amador, Mountain
de triatletas iniciantes e com defici- Tramandaí (RS), dia 27 de novembro. Bike, Comerciário e Pessoas com
ências, além de contar com a partici- Para o coordenador de Esporte deficiência (750m de natação, 20km
pação da comunidade. e Lazer do Sesc-DF, Carlos Augusto de ciclismo e 5km de corrida). Outras
Esta é a 12ª edição do Triathlon Carvalho, a realização pelo 12º ano informações: (61) 3218-9113, 3218-
Sesc Circuito Nacional, que tem um consecutivo de uma prova/etapa do 9142 ou 0800 617617.
total de oito etapas pelo Brasil. O Sesc Triathlon Circuito Nacional é
torneio reúne atletas profissionais e significativa. “Esse evento represen-
amadores. Brasília será a segunda ta um grande veículo de promoção
cidade a receber os competidores. da marca Sesc, enriquecendo e va-
Promovido pelo Serviço Social do Co- lorizando a atuação institucional, ao
mércio (Sesc), o evento já faz parte tempo em que estará contribuindo @sescdf
do calendário esportivo das cidades para o desenvolvimento e a difusão
/sescdistritofederal
por onde passa. Além de Caiobá e da modalidade na cidade”, destaca.
Brasília (primeira e segunda etapas), A competição, aberta a homens www.sescdf.com.br
até o final do ano outras seis cidades e mulheres com idade mínima de 16
brasileiras vão sediar a competição: anos, é realizada na distância olím-

46 Revista Fecomércio DF
senac

Faculdade realiza colação


de grau de 200 tecnólogos
//Por Luciana Corrêa Foto: Joel Rodrigues

Formaram alunos de Gestão em


RH, Tecnologia da Informação,
Tecnologia em Gestão Comercial
e Tecnologia em Marketing

A Faculdade de Tecnologia Se-


nac-DF realizou, em março, a ceri-
mônia de colação de grau, no salão
do Hípica Hall, com 200 formandos
do segundo semestre de 2015 dos
cursos de Gestão em Recursos Hu-
manos, Gestão da Tecnologia da In-
formação, Tecnologia em Gestão Co-
mercial e Tecnologia em Marketing.
A gerente da Divisão de Educa-
ção Profissional, Kátia Christina de
Morais Correa, também represen- NOVIDADES para capacitar seus funcionários.
tando a direção regional do Sena- A Faculdade de Tecnologia Se- Com intuito de que os alunos colo-
c-DF, falou sobre a importância da nac-DF, localizada na unidade 903 quem em prática tudo que apren-
formação acadêmica. “Como edu- Sul, está com novidades para 2016, dem em sala de aula, a instituição
cadora, acredito que a educação é como implantação de novos labora- criará uma Empresa-Escola para
a responsável pela salvação da so- tórios de informática com alta tec- que sejam prestados serviços às
ciedade. Ela que orienta para o tra- nologia, investimento nos laborató- empresas parceiras. Os alunos
balho. Ela contribui para formação rios de saúde e novas graduações. participantes serão desafiados a
do cidadão e para o crescimento de Além das seis opções existentes, oferecer produtos e serviços, como
todo o País. Esta formatura é uma a faculdade oferecerá mais cinco construção de site, entre outros, e
vitória para todos”, destacou. cursos: Gestão Pública; Processos terão a oportunidade de trabalhar
A diretora-geral da Faculdade Gerenciais; Gestão Financeira; a teoria e a prática, dentro de uma
Senac-DF, Eunice Nobrega Portela, Gestão Hospitalar; Estética e Cos- realidade de mercado.
destacou como os formandos che- mética; e em breve Podologia. E para facilitar o pagamento dos
garam à instituição e como estão Para as pós-graduações, a no- cursos, a Faculdade Senac lançou
saindo. “Certamente esse momen- vidade está tanto na ampliação da o Programa de Parcelamento Es-
to será divisor de águas para vocês. oferta de cursos nas unidades do tudantil Senac. Ele proporciona um
É o primeiro passo para um futuro Gama, de Ceilândia e Sobradinho, parcelamento das mensalidades de
melhor. Agradeço a escolha pela quanto na formulação de cursos graduação ou pós-graduação, sem
nossa instituição e quero não ape- personalizados para a necessida- juros, que pode chegar a 30% ou 50%
nas lhes passar esse diploma, mas, de e característica das empresas do total do curso, de acordo com os
sobretudo lembrá-los de ousar, so- do DF. Os empresários poderão critérios definidos no edital publicado
nhar e empreender”, motivou. encomendar cursos específicos no www.senacdf.com.br/faculdade

Mais informações @senacdf /senacdistritofederal www.senacdf.com.br

Revista Fecomércio DF 47
economia

Indicadores
do comércio
//Por José Eustáquio Moreira de Carvalho

E
m janeiro, o cenário eco- A intenção de consumo das famí-
nômico não melhorou com lias apresentou pequena elevação
a troca do Ministro da Fa- no mês. A confiança dos empre-
zenda. O ambiente político sários mostrou pequena elevação
continuou complicado, mantendo a em todos os indicadores, especial-
falta de expectativas dos empresá- mente em relação às expectativas
rios, até mesmo no curto prazo. do setor.
As medidas de ajustes de gas- Houve pequena elevação no
tos, aumentos de impostos e vo- nível de endividamento das famí-
lume de investimentos continuam lias em Brasília (80,1% em janeiro
indefinidos neste início de ano. Já é contra 78,7% em dezembro). Como
possível vislumbrar um rombo or- sempre superou o nível nacional
çamentário que ultrapassará os R$ (61,6%) em cerca de 19 pontos per-
120 bilhões anunciados. centuais. A taxa de inadimplência,
O poder de compra do consumi- dívidas não pagas há mais de 90
dor de Brasília continua reduzido, dias, ficou em 15,3%, apresentando
tendo-se agravado com a realidade elevação de 1,2 ponto percentuais
do desemprego e da falta de pers- em relação a dezembro. A dívida
pectivas de reajustes dos servido- impagável reduziu para 0,3 ponto
res públicos locais e federais. percentual. Abaixo o quadro de de-
O endividamento, a inadimplên- sempenho dos principais índices da
cia e a possibilidade do “calote” Pesquisa de Endividamento e Ina-
apresentaram pequenas variações. dimplência do Consumidor (PEIC).

PEIC - Endividamento e Inadimplência das Famílias Distrito Federal Janeiro 2016

Janeiro Dezembro Novembro

88,3
Cartão de Crédito 87,5
86,6

0,3
Dívida impágavel 0,4
0,6

15,3
Inadimplência 14,1
12,4

80,1
Dívida Total 78,7
78,9
Fonte: CNC

48 Revista Fecomércio DF
Nos últimos 12 meses o ICF sofreu expressiva que- As taxas de juros nominais, praticadas no mês de
da. Verificou-se elevação em dezembro (3,7 pontos em janeiro, continuaram na escalada de crescimento contí-
relação a novembro) e em janeiro (1,2 ponto em relação nuo. Na comparação de janeiro em relação a dezembro,
a dezembro). A elevação da confiança se deu nas duas houve nova subida (5,32 pontos percentuais) na taxa de
faixas de renda: 3 pontos nas famílias de renda maior juros cobrados da Pessoa Jurídica na Conta Garantida,
que 10 SM e 0,4 ponto nas de renda menor que 10 SM. confirmando tendência já observada anteriormente. No
crédito à Pessoa Física, continuam absurdamente ele-
ICF - Intenção de Consumo das vadas as taxas do Cheque Especial que, de 240,88% em
Janeiro 2016
Famílias Distrito Federal dezembro, subiram para 248,34% em janeiro e do Car-
tão de Crédito que se elevaram de 399,84% em dezem-
Janeiro Dezembro Novembro
bro, para 410,97% em janeiro.

104,1
Mais de 101,1
10 SM 94,9 Taxas de Juros Pessoa Jurídica Janeiro 2016

84,5
Até Desconto de Capital
84,1 Conta garantida
10 SM 81,6 duplicatas de giro

90,7 135,53%
Geral 89,5 Janeiro 42,74%
85,8 35,91%

132,91%
SM: Salário-Mínimo Dezembro 42,08%
Fonte: CNC 35,12%

130,32%
O ICEC/DF apresentou elevação de 3,5 pontos, em Novembro 41,75%
relação a dezembro. Isoladamente destacam-se: ele- 34,80%
vação de 5,2 pontos nas expectativas para o setor, 2,4
pontos no volume de investimentos e 2,7 pontos no indi- Fonte: ANEFAC
cador relativo às condições atuais da economia.
Taxas de Juros Pessoa Física Janeiro 2016
ICEC - Índice de Confiança do
Dezembro 2015
Empresário do Comércio DF
Janeiro Dezembro Novembro

Janeiro Dezembro Novembro 155,76%


Empréstimo
pessoal 152,94%
83,0 financeiras 151,82%
Indicadores 80,6
investimento 81,7 Empréstimo 69,00%
pessoal 67,65%
bancos 66,50%
120,5 31,37%
Indicadores 115,3 CDC
das expecta- 31,07%
120,8 automóveis 30,76%
tivas
248,34%
41,8 Cheque 240,88%
Indicadores das 39,1 Especial 233,56%
condições 42,8
atuais 410,97%
Cartão de 399,84%
Crédito
378,76%
81,8
Geral 78,3
81,8 92,29%
Juros do 90,12%
Comércio 89,04%
Fonte: CNC Fonte: ANEFAC

Revista Fecomércio DF 49
social

Cidadania pelo DF
//Por Sacha Bourdette Foto: Raphael Carmona

Primeira edição de 2016 do projeto DFTV Cidadão será


nos dias 15 e 16 de abril no Paranoá

A
primeira edição deste ano do
DFTV Cidadão – ação comu-
nitária realizada pelo Sesc-
-DF em parceria com a Rede Globo
– ocorrerá nos dias 15 e 16 de abril.
Com mais de 60 mil habitantes, a
Região Administrativa escolhida para
abrir a temporada de 2016 do evento
é o Paranoá. Durante os dois dias, a
comunidade poderá participar de ati-
vidades nas áreas de educação, saú-
de, recreação, esporte e cultura.
De acordo com o chefe de De-
senvolvimento Humano do Sesc-DF,
Guilherme Reinecken, a ação exerce
um papel importante para a comu-
nidade. “Conseguimos oportunizar
serviços para diversas regiões do
Distrito Federal, incluindo principal-
mente cidades em que o Sesc não
possui unidade, refletindo o poten-
cial de capilaridade da instituição. A
Globo exerce um papel fundamental
na realização do evento levando atra-
ções e agrega mais força e divulga-
ção”, explicou.
A gerente de Comunicação da
Globo, em Brasília, Adriana Motta, serviços de saúde, shows musicais,
destaca a parceria de longa data e os inclusão digital com acesso a com- DFTV Cidadão
serviços oferecidos para a comunida- putadores, educação financeira,
Local: Paranoá
de. “É um grande evento que atende orientação nutricional, oficinas de
a muitas necessidades do público. trabalhos manuais e atividades de Período: 15 e 16/4
São dois dias de lazer, oficinas, brin- recreação para as crianças, como Hora: a partir das 9h
cadeiras, saúde preventiva, educação brinquedos infláveis, pintura de ros-
financeira e muito mais. Temos uma to e jogos de mesa. Informações: 0800 617 617
resposta muito positiva das pessoas O Sesc e a Rede Globo organizam
que vão ao evento. Além disso, leva- o evento em conjunto há 30 anos. Em
mos a Redação Móvel para contar 2015, foram realizados mais de 305 @sescdf
os problemas da região. O Sesc é mil atendimentos para toda família.
/sescdistritofederal
um parceiro perfeito, pois conta com A próxima edição já tem lugar mar-
uma estrutura completa”, contou. cado, será em Sobradinho. Neste ano www.sescdf.com.br
A ação é gratuita e ocorre a a previsão é que haja 310 mil atendi-
partir das 9h. A programação inclui mentos à população.

50 Revista Fecomércio DF
CARTÕES
FECOMÉRCIO

AS MELHORES SOLUÇÕES
EM BENEFÍCIOS PARA AS
EMPRESAS DO SISTEMA
FECOMÉRCIO DF.

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estabelecimentos de RH todas as
credenciados por 9 anos regiões do país

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caso de sucesso

Estudar para melhorar de vida


//Por Sílvia Melo Foto: Joel Rodrigues

Após curso do
Senac, Marcos
Silva consegue
nova colocação
no trabalho

Trabalhador rural, ajudante de pedreiro, auxi- em uma propriedade. Entre 2007 e 2010, passou
liar de serviços gerais e ajudante de cozinha foram por diversas cidades do Centro-Oeste e Norte tra-
algumas profissões que o baiano Marcos Vinícius balhando no corte da cana-de-açúcar, até chegar
Soares da Silva exerceu em seus 27 anos de vida. a Brasília, em 2011. Aqui conseguiu emprego na
Conseguiu melhorar graças à dedicação aos clínica como ajudante de pedreiro. “No momento
estudos. Tem orgulho em falar que atualmente é trabalho na parte da farmácia, pois aqui na clínica
técnico em análises clínicas devido à oportunida- é a área mais próxima do curso que fiz”, explica
de que teve ao receber uma bolsa de estudos do ele. “O Senac foi o pontapé inicial para a mudança
Senac. Sua nova formação lhe rendeu um cargo em minha vida profissional. Sou muito grato por
melhor em seu atual emprego, na clínica Mansão isso”, afirma.
Vida, em Samambaia, e mostrou que o estudo é o
melhor caminho para se desenvolver profissional- SOBRE O CURSO
mente. Agora, sonha em fazer um curso superior O curso Técnico em Análises Clínicas possui
de Farmácia ou Biomedicina. carga horária de 1.320 horas e é realizado na uni-
“Decidi fazer o curso Técnico em Análises Clí- dade da 903 Sul. Para participar é preciso ter no
nicas porque acho a área fascinante. Gosto muito mínimo 16 anos e pelo menos o 2º ano do Ensino
dessa parte de investigação”, afirma. “O curso foi Médio. A próxima turma terá início em 6 de junho,
maravilhoso porque trouxe muito conhecimento. das 7h30 às 11h30. Mais informações: 3313-8877.
Como sempre trabalhei em roça, não tinha muita
ideia de como seria nessa área de saúde. No início Mais informações
não entendia muito bem, mas com muito esforço,
dedicação e vontade de crescer, eu consegui me @senacdf
aperfeiçoar e ter uma profissão melhor”, come- /senacdistritofederal
mora, destacando que começou a trabalhar ainda
www.senacdf.com.br
adolescente na roça e depois cuidando do gado

52 Revista Fecomércio DF
Parceria
com o
BB

Conte com a Assistência Gestante que a parceria


oferece aos associados Fecomércio.

Assistência Emergencial para Gestante:


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hospital mais próximo.

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Administradora de Bens S.A. - CNPJ: 27.833.136/0001-39. Processo SUSEP nº 15414.901053/2013-88. O registro desses
planos na SUSEP não implica, por parte da Autarquia, incentivo ou recomendação à sua comercialização. SAC: 0800 570
7042 – SAC Deficiente Auditivo ou de Fala: 0800 775 5045 - atendimento 24 horas, sete dias da semana. A Ouvidoria poderá
ser acionada para atuar na defesa dos direitos dos consumidores, para prevenir, esclarecer e solucionar conflitos não
atendidos pelos canais de atendimento habituais. Ouvidoria: 0800 775 2345 - Ouvidoria Deficiente Auditivo ou de Fala: 0800
962 7373 – atendimento das 8h às 18h, de segunda à sexta-feira (exceto feriados). Ou pelo site www.bbseguros.com.br. *Para
mais informações sobre as condições contratuais do produto, garantias, limites, exclusões, lista dos parceiros e serviços
oferecidos, regras de utilização das assistências e o manual dos serviços acesse: www.bbseguros.com.br. Ao acionar a
seguradora, um táxi terrestre realizará o transporte da gestante até o hospital ou local por ela indicado. Revista Fecomércio DF 53
artigo direito no trabalho

Ampliação da
licença paternidade
Em 2008, com a publicação da do pela Lei nº 13.257/2016.
Lei nº 11.770, que cria o Progra- Destaca-se que essa lei não di-
Essa lei não
ma Empresa Cidadã, foi permitido ferenciou esse direito de prorroga- diferenciou
que as empresas pudessem pror- ção da licença às empregadas ou
rogar a licença-maternidade. Em empregados adotantes ou que ob- esse direito de
9/3/2016, visando à ampliação des- tiverem a guarda para fins de ado- prorrogação
se programa, foi publicada a Lei nº ção de criança. Seguindo, portanto,
13.257/2016, que alterou aquela e os comandos constitucionais, a lei da licença às
permitiu a ampliação da licença pa- conferiu o direito à prorrogação da
ternidade. licença-maternidade e paternidade
empregadas ou
A licença-paternidade é um di- na mesma proporção. empregados
reito do trabalhador concedido pela Por fim, é importante realçar
Constituição Federal que garante a que, como forma de incentivo à ade- adotantes ou
licença remunerada, ou seja, sem são ao Programa Empresa Cidadã, a que obtiverem a
desconto no salário do pai do re- Lei 11.770/2008 prevê que a pessoa
cém-nascido, pelo prazo de cinco jurídica tributada com base no lucro guarda para fins
dias. Essa é e continua sendo a pre- real poderá deduzir do imposto devi- de adoção de
visão do art. 10, inciso II, parágrafo do, em cada período de apuração, o
primeiro da Constituição. E agora total da remuneração integral paga criança
com a alteração da Lei 11.770/2008, à empregada e ao empregado nos
o prazo da licença paternidade que dias de prorrogação da sua licença-
já era de 5 dias poderá ser prorroga- -maternidade e de sua licença-pa-
do por mais 15 dias, totalizando 20 ternidade, apenas vedada a dedução
dias de licença remunerada. desses respectivos valores como
No entanto, é importante ficar despesa operacional.

Cristiano Costa
claro que, mesmo diante da amplia- Essas eram, em síntese, as con-
ção desses benefícios, tais direitos siderações sobre o assunto para
somente devem ser conferidos pela informar às empresas sobre a am-
empresa que aderiu ao Programa pliação da licença paternidade, bem
Empresa-Cidadã. As demais que como o Programa Empresa Cidadã.
não fizeram adesão a esse progra-
ma não estão obrigadas a conceder
esses benefícios. As pessoas jurídi-
cas que tiverem interesse em aderir
ao Programa Empresa Cidadã pre-
cisam requerer à Secretaria da Re-
ceita Federal do Brasil.
Já o trabalhador, para fazer jus a
esse benefício, deverá, no prazo de
dois dias úteis após o parto, requerer
à empresa a prorrogação da licença
paternidade, bem como comprovar Raquel Corazza
sua participação em programa ou consultora jurídica
atividade de orientação sobre pater- da Fecomércio-DF e da Ope
nidade responsável, conforme exigi- Legis Consultoria Empresarial

54 Revista Fecomércio DF
empresário do mês

Empreendedorismo
que vale ouro
//Por Sílvia Melo Foto: Joel Rodrigues

Ex-atleta e ex-jornalista
se torna empreendedora
e recebe prêmio nacional
Antes de se tornar jornalista com uma carreira con-
solidada na TV, Jordana Saldanha, de 36 anos, foi atleta
de Kung Fu por 19 anos, dos quais 17 dedicados à Sele-
ção Brasileira. Conquistou diversas medalhas, troféus e
acumulou títulos como o de campeã mundial de artes
marciais, tricampeã pan-americana e decacampeã bra-
sileira. Com uma dieta rígida por conta das competições
e aproveitando o talento da mãe, que tinha uma fabrica-
ção caseira de salgados, ela teve a ideia de investir em
salgados mais saudáveis. Nascia assim a Salgadart, es-
pecializada em lanches integrais e fit, com baixo índice
calórico, low carb e hiperproteico, que lhe rendeu este
ano o primeiro lugar na etapa nacional do Prêmio Sebrae
Mulher de Negócios, categoria Pequenos Negócios. Em
2015, conquistou o Prêmio de Competitividade para Pe-
quenas e Micro Empresas, saindo campeã na categoria
Gestão de Indústria.
Ciente de que o empreendedorismo feminino deu um
boom nos últimos anos, Jordana acredita que as mulhe-
res resolveram sair realmente da caixinha e arriscar. O ca, de que os salgados integrais eram tão bons quanto
segredo do sucesso? Para ela é justamente este: sair da os outros. “Muita gente tinha a ideia de que o integral, o
caixinha, não ter medo de mudar e se reinventar. “É pre- saudável não tinha sabor. Mas a pessoa provava e tirava
ciso ter a capacidade de se reinventar sempre. Acho que esse estigma”, destaca.
o medo é o que trava muitas pessoas. Mesmo que você Para se dedicar ao novo negócio, Jordana teve que
não tenha o espírito empreendedor, se você for atrás, se abandonar o esporte e o jornalismo. “Durante um tempo
você se capacitar e não tiver medo, as coisas fluem com continuei como jornalista, competindo e na fábrica. Só
mais facilidade”, afirma. Para ela, foi uma grata surpre- que chegou uma hora que não deu mais para levar as
sa ser campeã do DF. “Competi com 14 mil mulheres. três coisas. Minha filha Jade nasceu em 2010 e eu parei
É muita gente. Acho que nem como esportista competi de competir. Tive que escolher pela dedicação total ou o
com tanta gente assim”, destaca. negócio ia estagnar”, diz ela.
A empresa de Jordana existe no papel desde 2010. Empregando 20 funcionários, a fábrica produz quatro
Nessa época, eram poucos os produtos integrais dis- mil unidades ao dia, com uma variedade de 37 itens entre
poníveis em Brasília, tanto que achar os insumos para salgados integrais, fitness, refeições saudáveis e chips
fabricar os salgados era difícil. Até conquistar essa pre- de batata doce. Os salgados são fornecidos no atacado
miação, Jordana batalhou muito para colocar a ideia para 180 empresas do DF e de outros Estados. No varejo,
dos salgados saudáveis em prática. Primeiro, teve que são vendidos em uma loja na 112 Norte, onde o cliente
convencer a mãe, Maria Angélica de Castro, a trocar a também pode consumi-los na hora. Além disso, a Sal-
farinha branca dos salgados que fazia para a integral. gadart trabalha no sistema de delivery. O próximo passo
Depois, teve que convencer os clientes da mãe à épo- será partir para a franquia e para a exportação.

Revista Fecomércio DF 55
tecnologia

Jens Schriver
Diretor-Executivo
www.clicklab.com.br
da ClickLab
info@clicklab.com.br
Renato Carvalho
Gerente de Mídias www.facebook.com/agencia.clicklab
Sociais & Conteúdo
da ClickLab

Elementar, meu caro Watson!


Os computadores não são mais novidade para ninguém.
Eles estão em nossas casas, em nossos trabalhos, em nossos
carros, em nossos telefones, assumindo as mais variadas for-
mas e funções. Talvez, por essa razão, estejamos acostumados
US$ 1 milhão
a apenas usar esses equipamentos incríveis, sem lembrar o prêmio que o Watson
quanto eles são realmente impressionantes e as infinitas pos-
sibilidades que eles trazem para nossa vida. Na coluna deste
ganhou no Jeopardy!
mês, gostaríamos de reviver essa mística falando um pouco
sobre um dos computadores mais fantásticos da atualidade, o de televisão?”Saiba que a mesma tecnologia usada para fazer
Watson, da IBM. com que Watson se tornasse um campeão de Jeopardy! tam-
Com seu desenvolvimento iniciado em 2005, a missão do bém pode ser usada em diversos outros campos de conheci-
Watson era complexa. Seus criadores queriam desenvolver um mento. Atualmente, a capacidade do Watson está sendo testa-
computador que fosse capaz de vencer o popular jogo Jeopar- da em diversas áreas que envolvem intenso uso de informação,
dy!, uma espécie de “Show do Milhão” da televisão americana, como o campo jurídico, o econômico e o de saúde. Em 2013,
que consiste em um quiz sobre assuntos gerais. Apesar de, a IBM anunciou que oncologistas do Maine Center for Cancer
aos nossos olhos, essa tarefa parecer trivial para um compu- Medicine e o Westmed Medical Group, ambos de Nova Iorque,
tador, no Jeopardy! os participantes são apresentados a uma estavam testando a capacidade do Watson no diagnóstico e
resposta, normalmente mais genérica e aberta, que deve ser recomendação de tratamento para pacientes com câncer de
interpretada para que depois os participantes possam formular pulmão. O computador analisa o histórico médico do paciente
a pergunta correta para a resposta dada. Isso significa que o e, baseado em diversas fontes como jornais médicos e os pró-
computador deveria ser capaz de analisar uma informação, prios exames clínicos feitos, sugere um plano de tratamento
dada em linguagem natural, entender sua estrutura, captar para que o médico avalie.
seu ponto principal, cruzar as informações de seu banco de Em 1971, o cientista da computação Alan Kay disse que
dados, para depois criar uma pergunta precisa. Uma meta “a melhor maneira de prever o futuro é inventá-lo”. Iniciativas
ambiciosa, que só foi completamente alcançada cinco anos como o Watson mostram que essa afirmação não só é verda-
depois, em 2010. deira, como também que já estamos nessa empreitada. Mal
E se você, neste momento, está perguntando: “E daí? Qual podemos esperar para ver o que o futuro nos reserva... ou o
a vantagem de um computador que consegue ganhar um jogo que reservamos para ele.

O novo (velho) iPhone


Em março, a Apple anunciou o lançamento de um novo telefone, o iPhone SE. Com um
design similar ao iPhone 5S, uma tela de 4 polegadas e o mesmo processador do iPhone
6S, essa nova aposta da Apple visa reverter o cenário em que as vendas e iPhones pararam
de crescer. O modelo SE possui câmera traseira de 12 megapixels, grava vídeo em 4k e
tem flash de LED. Ele possui um coprocessador M9, que sempre ouve a voz do dono, e per-
mite ativar a Siri mesmo com a tela desligada. O telefone tem suporte a mais bandas 4G
LTE e a Wi-Fi 802.11ac. A previsão é que ele chegue ao Brasil até o final de maio.

Valor: US$ 399 (16 Gb) e US$ 499 (64 Gb)

56 Revista Fecomércio DF
Mais integração, mais produtividade
Em nosso dia a dia no escritório, é comum fazermos uso
de diversas ferramentas que facilitam nosso trabalho. Usamos
uma para nossos e-mails, outra para gerenciar as tarefas do
dia, outra para gerenciar grandes projetos e, caso não tome-
mos cuidado, o próprio excesso de ferramentas pode se tornar
um entrave para o negócio. Pensando nisso foi criado o Zapier,
um agregador feito para unir os mais diversos aplicativos e tor-
nar o fluxo de trabalho mais fácil. Compatível com mais de 500
apps, o Zapier pode se integrar a grandes ferramentas como
Gmail, Trello, Twitter, MailChimp, Facebook, Dropbox, entre
outros.

Valor: a partir de US$ 20/mês (Plano Básico) – Existe versão gratuita limitada

38%
taxa de aumento dos
batimentos cardíacos devido
à internet lenta

Solta o som,
Google!

Uma boa
internet reduz
Juntando música e animação, o Google lançou seu estresse
recentemente o Chrome Music Labs, uma ferra-
menta que irá ajudar as pessoas a aprenderem Investir em uma boa internet pode ser excelente
mais sobre música e sons. Com uma interface in- para sua saúde! Pesquisadores da Ericsson descobri-
tuitiva, o aplicativo ensina conceitos básicos, como ram que quanto mais lenta a conexão, maior o estres-
acordes, ritmos e arpejos, além de conceitos mais se. De acordo com a pesquisa intitulada “O Stress dos
avançados como espectogramas, osciladores e Atrasos em Streamings”, a demora em carregar um
harmônicas. O Google Music Labs funciona nos conteúdo pode gerar aumento dos batimentos cardí-
navegadores Chrome, Firefox e Opera, mas não no acos em 38%, resultado similar ao que ocorre quando
Internet Explorer. vemos um filme de terror ou tentamos solucionar um
problema matemático. Agora você tem uma excelente
Valor: Gratuito desculpa para pagar aquele plano de dados vistoso.

Revista Fecomércio DF 57
vitrine

Taís Rocha
Jornalista, taisrocha@fecomerciodf.com.br
editora-chefe
da Revista (61) 3038-7525
Fecomércio

Novidades da Schutz Jardim de inverno


Nesta temporada de A Avanzzo (206 Sul, 305
Inverno 2016, a marca de Sul, Brasília Shopping,
sapatos Schutz (Shopping Boulevard Shopping,
Iguatemi, ParkShopping ParkShopping,
e Brasília Shopping) traz Shopping Iguatemi
uma coleção pautada por e Terraço Shopping)
Urban Chic, Winter Navy, buscou na natureza
Natural Folk, Western e a fonte de inspiração
Fetichismo. Entre os itens para a estação mais
indispensáveis estão as fria do ano. A coleção
booties - híbridos entre “Jardim de Inverno”
sapatos e botas. contempla peças
com toque retrô
romântico e com
influências da década
de 1980 ganham nova
Cantão desembarca em Brasília
interpretação com
camurça, estampas
Uma das marcas geométricas, florais
mais cariocas do miúdos predominados
Brasil completa 50 por fundo escuro, dos
anos em 2017, e franzidos, das rendas.
desembarcou no final
de março no Brasília
Shopping (1º piso).
O novo endereço já
chegou abastecido Escritório divertido
com a coleção de
outono-inverno 2016, A marca Plus Japan,
“Novos Artesãos”, queridinha quando o assunto
inspirada em uma é papelaria divertida, chegou
geração de mulheres a Brasília. Os carimbos, fitas
criadoras que aposta e o famoso grampeador sem
na simplicidade do grampo - com tecnologia
trabalho manual, japonesa, ele fura e
mesmo em tempos digitais. Formas entrelaça as folhas, deixando
femininas e confortáveis, sobreposições, um acabamento perfeito -
referências utilitárias e peças que podem ser encontrados na
misturam algodões, viscoses, tecidos PORT Informática (SAAN
tramados, couro, lonas leves, jeans, Quadra 3/10, 2101-5060).
madeira e corda.

58 Revista Fecomércio DF
instituto fecomércio

Negócios
femininos
//Por Daniel Alcântara Foto: Joel Rodrigues

Mulheres
empresárias debatem
crise e superação em
encontro do IF
Claudia Pereira, Elisa Ferreira, Patrícia Viçosa,
Elisabet Garcia e Liduina Abreu

O
3º Encontro da Mulher Empresária e Administra- girar a economia. Mas, o cenário é um dos piores possíveis.
dora do DF, realizado pelo Instituto Fecomércio, em Porém, existe esperança”, ressaltou Cláudia.
parceria com o Conselho Regional de Administra- A empreendedora Patrícia Viçosa, da Pastelaria Viço-
ção do (CRA-DF), ocorreu no auditório da LBV, onde foram sa, deu algumas dicas para quem está começando como
discutidos assuntos relacionados à crise econômica e su- empresária. Segundo ela, o mais importante é observar se
peração dos desafios de ser uma mulher empreendedora você tem o perfil empreendedor. “O comércio não é brinca-
no Brasil. O presidente da Fecomércio-DF, Adelmir San- deira, é necessário ter o pé no chão e, principalmente, se
tana, abriu o evento. “Nos últimos anos as mulheres con- preocupar com capacitação e estar preparado para desa-
quistaram posições louváveis. Porém, a luta pela igualdade fiar o mercado. Não é fácil lidar com pessoas, é necessário
ainda continua”, exaltou Adelmir. foco e muita fé”, disse Patrícia.
Após a abertura, o encontro teve início com a palestra A administradora do Taguatinga Shopping, Eliza Ferrei-
sobre as tendências do mercado brasileiro para os próxi- ra, ressaltou que sofreu muito preconceito antes de alcan-
mos cinco anos, ministrada pela jornalista e comentarista çar o auge na carreira. “Comecei a trabalhar muito cedo,
da Globo News, Eliane Cantanhêde, que fez um apanhado com 17 anos, sofri preconceito por parte de alguns homens,
sobre o atual cenário econômico que se encontra em re- mas nunca abaixei a cabeça, corri atrás e briguei por aquilo
cessão. A palestrante também falou sobre o momento de que merecia”, afirmou Eliza Ferreira, que hoje administra
instabilidade política e sobre a falta de gestão que afundou o 240 lojas, que se localizam no centro de compras.
País na crise. Apesar do momento, Eliane disse que o Brasil A diretora do Instituto Fecomércio-DF, Elizabet Cam-
tem fundamentos sólidos na economia, operando em todos pos, ressaltou a importância do evento. “Temos a oportu-
os setores. Depois, foi realizado um painel sobre Estratégia nidade de promover intercâmbios e experiências de em-
de Gestão Empresarial – o Principal Fator de Sucesso do preendedoras do Distrito Federal, em especial em tempos
seu Negócio, com a participação das empresárias Patrícia de crise, como os que ora nos encontramos”, apontou. A
Viçosa, Liduina Abreu, Cláudia Pereira e da administradora presidente do CRA-DF, Mônica Cova Gama, afirmou que na
do Taguatinga Shopping, Eliza Ferreira. A diretora executiva crise, apesar dos malefícios, as pessoas usam a criativida-
do IF, Elizabet Garcia Campos, fez a moderação. de para sobressaírem. “Toda crise gera oportunidades”.
A empresária da franquia Morana, Liduina Abreu, con-
tou sobre sua história no empreendedorismo. “Hoje, traba-
lho com mais de 80 mulheres, com mais seis administra-
doras”, disse. Ainda de acordo com Liduina, com o passar
Mais informações
dos anos procurou se especializar e contratou uma consul-
toria e a empresa obteve, cada vez mais, sucesso. @if_df
A empresária Cláudia Pereira, da agência Gabinete C,
/institutofecomerciodf
destacou a superação em sua fala durante o painel. Segun-
do ela, hoje os brasileiros, principalmente os empresários, institutofecomerciodf.com.br
já gastam fortunas com impostos, o que torna um desafio
manter o negócio aberto. “Suamos para gerar emprego e

Revista Fecomércio DF 59
sindicatos

Fortalecimento
da categoria //Por Daniel Alcântara Fotos: Joel Rodrigues

Sindicato das Empresas Prestadoras de


Serviços e Especializadas em Bombeiro Civil
do Distrito Federal é a mais nova entidade da
base da Fecomércio-DF

F
undado em 2009 o Sindicato das Empresas Presta-
doras de Serviços e Especializadas em Bombeiro
Civil do Distrito Federal (Sepebc-DF) é a primeira
entidade sindical patronal do País a representar o seg-
mento de bombeiros civis. O presidente da instituição,
Aldo Magalhães, explica que o principal anseio do sindi-
cato é gerar mercado para o setor, tanto para os profis-
sionais quanto para as empresas, além de fortalecer a
categoria que vem crescendo em todo o Brasil.
A profissão de bombeiro civil é regulamentada pela
Lei Federal 11.901/2009. O profissional da área tem uma
jornada de trabalho de 36 horas semanais. A remune-
ração salarial é dividida por categorias, que são: o nível
básico (R$ 2,5 mil), líder (R$ 4 mil) e mestre (R$ 6,1 mil).
Todos os servidores recebem um adicional de 30% de pe-
riculosidade. Para ser um bombeiro civil, é necessário re-
alizar um curso de formação com duração de 250 horas.
“Antes do nosso sindicato não existia nenhuma ou-
tra entidade que representasse a categoria, apenas os
laborais, que representam os funcionários. Após a Lei
Federal, viemos com a ideia de criação da entidade e ba-
talhamos para conseguir a carta sindical, que saiu em
2015, quando tivemos o reconhecimento do Ministério do
Trabalho. Hoje, estamos lutando para fortalecer a cate-
goria e já assinamos as primeiras convenções coletivas
de trabalho”, informa Aldo.
O presidente do sindicato ressalta que os bombei-
ros civis são de extrema necessidade, tanto para a
segurança das edificações, quanto da população. Os

Aldo Magalhães,
presidente do Sepebc-DF

60
profissionais do setor são uma for- ano com o intuito de fortalecer a Atualmente, o presidente está em
ça auxiliar do Corpo de Bombeiro categoria. Aldo explica ainda que seu segundo mandado.
Militar. “As principais demandan- a diretoria do Sepebc-DF chegou O Sepebc-DF acredita que uma
tes de serviço são escolas, hospi- ao entendimento de se juntar à fe- das grandes carências do mercado
tais, eventos, shoppings, shows e deração pela representatividade e é a formação, que ainda está longe
órgãos públicos e privados”, diz o pela base sólida da entidade, além do adequado para suprir as neces-
presidente do Sepebc-DF. dos trabalhos que ela tem realizado sidades. “Na verdade, hoje precisa-
Atualmente, são três mil pro- nos últimos anos em prol do setor mos formar mais bombeiros civis.
fissionais e cerca de 80 empresas produtivo do Distrito Federal. Temos um projeto de nivelamento
no DF — 30 são de formação e 50 “Nós tivemos convites para desses profissionais, com a ideia de
prestadoras de serviços. Aldo expli- compor outras bases de represen- nos tornar a melhor força de bom-
ca que existe a necessidade do nú- tação. Porém, em busca de inte- beiros civis em nível nacional”, in-
mero de profissionais dobrar para gridade e força para nosso setor, forma o presidente do Sepebc-DF.
atender à demanda de serviço. “O escolhemos a Fecomércio-DF. A A expectativa para os próximos
sindicato representa todas as em- partir daí tivemos uma aceitação anos é muito positiva. O próprio
presas do segmento de Bombeiro dentro da diretoria da federação e mercado no DF já tem aceitado
Civil. As empresas são credencia- esperamos criar um vínculo cada as propostas dessa força da ca-
das no Corpo de Bombeiros Militar. vez maior para tornar o nosso seg- tegoria, alguns lugares que não
Hoje, os empreendimentos se distri- mento competitivo”, disse Aldo Ma- demonstravam o interesse de ter
buem em empresas de formação e galhães, que está à frente do sin- o profissional já entendem isso
aquelas que prestam o serviço”, sa- dicato desde sua criação em 2009. como necessidade.
lienta Magalhães. Ele informa ainda
que as instituições vêm entendendo
como é indispensável obter profis-
sionais capacitados para oferecer
segurança, onde quer que seja.

DIFERENÇA DOS BRIGADISTAS


Aldo Magalhães explica ainda
que a profissão de Bombeiro Civil
se diferencia dos antigos brigadis-
tas. “Antigamente, existia a figu-
ra do brigadista que contava com
menos de 50 horas de formação,
o que acarretava em um mínimo
de conhecimento para tratar com
incêndio tanto quanto na necessi-
dade de um primeiro atendimento
hospitalar. Os bombeiros civis têm
uma carga horária de curso bem
mais ampla”, explica o presidente.
Segundo Aldo, o entendimen-
to sobre brigadista atualmente é
aquela pessoa que trabalha com
escritório e tem um mínimo de
conhecimento para executar uma
ação. “O bombeiro civil faz de um
resgate em um elevador, a de-
senrolar uma mangueira de in-
cêndio, além de atuar como uma
força auxiliar junto aos bombeiros
militares. Já o brigadista é aque-
le servidor que auxilia a brigada
contra incêndio, que é o bombeiro
civil”, afirma.
A entidade filou-se à Fecomér-
cio-DF no mês de fevereiro deste

Revista Fecomércio DF 61
pesquisa conjuntural

Mais um período
negativo //Por Daniel Alcântara

Vendas nos setores de comércio


e serviços do DF tiveram queda
de 6,84% em fevereiro

A
s vendas nos setores de comércio e serviços do Distrito Federal
apresentaram queda de 6,84% em fevereiro de 2016 na compa-
ração com janeiro. Observando isoladamente, o comércio regis-
trou declínio de 7,57% e serviços teve retração de 5,20%. É o que
mostra a Pesquisa Conjuntural de Micro e Pequenas Empresas do Distrito
Federal, realizada pelo Instituto Fecomércio. O estudo mostra ainda que
76% dos segmentos avaliados tiveram redução de faturamento no segundo
mês do ano.
Na opinião do presidente da Fecomércio-DF, Adelmir Santana, um dos
principais fatores para a redução nas vendas observados no mês passado
são os dias a menos no calendário em fevereiro, além do feriado de Carna-
val e os impostos a pagar no início do ano. “A preocupação em atender às
obrigações tributárias de início de ano podem ter afastado os consumidores
das lojas. Porém, apesar do índice negativo, os lojistas se esforçaram para
quebrar o ritmo de queda nas vendas do comércio, que pode ser observado
desde o início de 2015. Os empresários fizeram promoções e ofertas, além
de disponibilizar pagamento facilitado”, explica Adelmir Santana.
Segundo Adelmir, ainda é difícil vislumbrar dias melhores para o co-
mércio, sobretudo diante da crise política e econômica pela qual o País vem
passando. “Somado aos gargalos recorrentes que afetam as vendas ain-
da temos a classe média cada vez mais comprometida com seu poder de
consumo, em virtude da escalada de preços que impactou os serviços de
transporte, alimentos e impostos”, afirma.
Entre o segmentos que registraram queda em fevereiro estão: Cama,
Mesa e Banho (-16,46%); Cosmético e Perfumaria (-16,36%); Vestuário e
Acessórios (-13,11%); Auto Peças e Acessórios (-11,69%); Ferragens e Fer-
ramentas (-11,33%); Minimercados, Mercearias e Armazéns (-11,14%); Joa-
lheria (-10,44%); Farmácia (-9,18%); Calçados (-6,64%); Padaria e Confeita-
ria (-5,91%); Ótica (-5,47%); Papelaria e Livraria (-4,18%) e Móveis (-3,42%).
Na contramão, os únicos setores que apresentaram alta nas vendas foram:
Material de Construção (9,53%); Suprimento de Informática (8,93%); Artigos
de Armarinho, Souvenires e Bijuterias (4,65%) e Comércio Varejista de Be-
bida (0,50%).
No setor de serviços não foi diferente, a maioria dos segmentos apre-
sentou queda nas vendas, entre eles: Sonorização, Fotografias e Iluminação
(-18,70%); Organização de Feiras, Congresso e Festas (-10,55%); Atividades
de Condicionamento Físico (-8,94%); Capacitação e Treinamentos (-6,78%);
Promoção de Vendas (-5,47%); Atividades de Contabilidade (-2,30%) e Ba-

62 Revista Fecomércio DF
Fev16 x Fev16x
Desempenho de vendas Jan16 Nível de emprego Jan16
Artigos de Armarinho, Suvenires e Artigos de Armarinho,
4,65% 0,00%
Bijuterias Suvenires e Bijuterias
Auto Peças e Acessórios -11,69% Auto Peças e Acessórios -1,49%

Calçados -6,64% Calçados -0,68%

Cama, Mesa e Banho -16,46% Cama, Mesa e Banho -11,27%

Comércio Varejista de Bebida 0,50% Comércio Varejista de Bebida 5,26%

Cosmético e Perfumaria -16,36% Cosmético e Perfumaria -1,59%

Farmácia -9,18% Farmácia 1,29%

Ferragens e Ferramentas -11,33% Ferragens e Ferramentas -2,34%

Joalheria -10,44% Joalheria 18,99%

Material de Construção 9,53% Material de Construção -13,21%


Minimercados, Mercearias e Minimercados, Mercearias e Armazéns -1,65%
-11,14%
Armazéns
Móveis -12,79%
Móveis -3,42%
Óptica -2,13%
Óptica -5,47%
Padaria e Confeitaria 1,20%
Padaria e Confeitaria -5,91%
Papelaria e Livraria -8,26%
Papelaria e Livraria -4,18%
Suprimento de Informática 4,11%
Suprimento de Informática 8,93%
Vestuário e Acessórios -4,19%
Vestuário e Acessórios -13,11%
Total -1,87%
Total -7,57%
Atividades de Condicionamento Atividades de Condicionamento Físico 7,69%
-8,94%
Físico Atividades de Contabilidade 0,00%
Atividades de Contabilidade -2,30%
Bares, Restaurantes e Lanchonetes -0,64%
Bares, Restaurantes e Lanchonetes -1,44%
Cabeleireiros 7,59%
Cabeleireiros 0,29%
Capacitação e Treinamentos -14,23%
Capacitação e Treinamentos -6,78%
Manutenção e Serviços em TI 8,00%
Manutenção e Serviços em TI 0,52% Organização de Feiras,
Organização de Feiras, Congressos -8,91%
-10,55% Congressos e Festas
e Festas
Promoção de Vendas -13,24%
Promoção de Vendas -5,47%
Sonorização, Fotografias e Sonorização, Fotografias e Iluminação -11,76%
-18,70%
Iluminação Total -3,23%
Total -5,29%
Total -2,42%
Total -6,84%
Comércio Serviço
Comércio Serviço
Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços.
Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços.

Formas de Pagamento por setor de atividade

Cartão de Faturamen-
Setor À vista Cheque Débito A prazo Boleto
Crédito to Total

Comércio 28,81% 0,81% 46,07% 21,75% 2,54% 0,02% 100,00%

Serviços 29,24% 1,92% 41,49% 20,30% 4,02% 3,03% 100,00%

Total 26,65% 1,33% 43,38% 23,63% 3,71% 1,30% 100,00%

Revista Fecomércio DF 63
pesquisa conjuntural

Desempenho de vendas Fev16x


Jan16
Águas Claras, Guará, Núcleo res, Restaurantes e Lanchonetes (-1,44%).
-15,15% Tiveram crescimento os segmentos: Ma-
Bandeirante e Vicente Pires
Asa Norte, Asa Sul, Sudoeste e Cruzeiro -0,30% nutenção e Serviços em TI (0,52%) e Cabe-
leireiros (0,29%).
Ceilândia, Taguatinga e Samambaia -9,73%
Entre as formas de pagamento, o car-
Gama, Recanto das Emas, tão de crédito foi o mais utilizado nas com-
-4,41%
Riacho Fundo e Santa Maria
pras. No comércio, a modalidade respon-
Paranoá, Itapoã, Sobradinho, deu por 46,07% das vendas. No setor de
-8,47%
Planaltina e São Sebastião
serviços, foi responsável por 41,49% das
Total -7,57% compras. A Pesquisa Conjuntural de Mi-
Águas Claras, Guará, Núcleo Bandeirante cro e Pequenas Empresas do DF é realiza-
1,36%
e Vicente Pires da mensalmente pelo Instituto Fecomér-
Asa Norte, Asa Sul, Sudoeste e Cruzeiro -4,35%
cio. Foram consultadas 900 empresas.

Ceilândia, Taguatinga e Samambaia -8,04%


Gama, Recanto das Emas,
-3,92%
Riacho Fundo e Santa Maria
Paranoá, Itapoã, Sobradinho,
-8,37%
Planaltina e São Sebastião
Total -5,29%
O segmento que
Total -6,84%
apresentou a maior
Comércio Serviço
queda foi o de Cama,
Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços.
Mesa e Banho, com
Fev16 x
Nível de Emprego

-16,46%
Jan16
Águas Claras, Guará, Núcleo Bandeirante
-9,95%
e Vicente Pires
Asa Norte, Asa Sul, Sudoeste e Cruzeiro -3,09%

Ceilândia, Taguatinga e Samambaia 7,23%


Gama, Recanto das Emas, Riacho Fundo
-10,44%
e Santa Maria
Paranoá, Itapoã, Sobradinho,
0,00%
Planaltina e São Sebastião

Total -1,87%
Águas Claras, Guará, Núcleo Bandeirante
-26,28%
e Vicente Pires
Asa Norte, Asa Sul, Sudoeste e Cruzeiro 5,09%

Ceilândia, Taguatinga e Samambaia 0,68%


Gama, Recanto das Emas, Riacho Fundo
0,00%
e Santa Maria
Paranoá, Itapoã, Sobradinho, Planaltina
-7,81%
e São Sebastião

Total -3,23%

Total -2,42%

Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços.

Comércio Serviço

64 Revista Fecomércio DF
A
EMPRES

NC IA
À IN F Â

UNICEF/BRZ/Manuela Cavadas
UNICEF/BRZ/João Ripper

© UNICEF/NYHQ2009-1911/Pirozzi
UNICEF/BRZ/Manuela Cavadas

UNICEF/BRZ/João Ripper
UNICEF/BRZ/João Ripper

secure.unicef.org.br/empresasolidaria
0800 605 2020
parcerias@unicef.org

Empresa Solidária à Infância é um programa que o UNICEF criou para mudar a realidade
de milhares de crianças e jovens. Ao fazer uma doação, sua empresa colabora com o nosso trabalho
e ajuda a levar oportunidades e direito à saúde, educação e proteção. É assim que, juntos, faremos
a nossa parte por um mundo melhor. Acesse o site, saiba mais sobre o programa e participe.
Revista Fecomércio DF 65
pesquisa relâmpago

Carlos Geison, Milenna Santos, Jorge Moysés, Manoelina da Costa, Edvan Miranda,
diretor do Sindicato colunista do Jornal bancário contadora Chefe de Fila
Nacional dos Aeroviários de Brasília

RUIM REGULAR RUIM BOM RUIM


Tem demonstrado a Do ponto de vista da O sistema de aviação Se não estiverem A desorganização
simultâneas
Decolagens

falta de preparo dos agilidade, é ótimo. Mas a brasileiro é arcaico preparados para a faz com que essas
pilotos, da aviação segurança é primordial e parece não estar situação, não deve tentativas acabem
civil e militar, que não e, ao que parece, a preparado para esse acontecer, colocam a vida prejudicando os
receberam treinamento operação em Brasília tipo de decolagem. das pessoas em risco. passageiros.
adequado para esse ainda prescinde de É uma prática boa que
procedimento. aprimoramento. precisa de preparação.

REGULAR REGULAR BOM BOM BOM


imposto de renda
Mudanças na
declaração do

Veio ajudar a vida É mais um mecanismo Ajuda a evitar É uma boa mudança Cinco dias é pouco,
do contribuinte e do de controle de fraudes no país, porque vai evitar pois o pai precisa
fisco, mas a criação sonegação de pois muitos lançam fraudes, afinal, no estar presente nesses
do imposto único impostos, mas tem seus dependentes momento estamos dias em que a mãe
faria que o sistema sido questionado pelas e não colocam seus passando o País a está se recuperando.
tributário fosse mais seccionais da OAB em rendimentos. limpo.
eficiente para o todo o País.
trabalhador.

BOM BOM RUIM BOM RUIM


Aumento da licença-

Melhorias na Projeto bastante Muito tempo para a O pai terá mais Mais uma forma
paternidade

condição familiar do interessante e que licença-paternidade pode tempo para ajudar de corrupção, pois
trabalhador, isso é contribui para que os incentivar o casal a ter em casa, para cuidar não resolve nada
um avanço, porque a cuidados com o bebê mais filhos e, portanto, do filho. É uma e ainda cobram
presença paterna é sejam realmente diminuir a carga prática boa. muitos impostos.
importantíssima no compartilhados. trabalhista.
seu desenvolvimento.

RUIM RUIM RUIM BOM RUIM


secretariado do GDF
Troca-troca do

É falta de preparo do A constante troca Mostra que o governo Se o governador estiver Mais burocracia
governador e da equipe compromete a não tem experiência e trocando os secretários dificulta a vida
de governo. Ainda estão continuidade do empossa secretários a por motivos justos é do trabalhador.
tentando montar uma Executivo, sugere que a pedidos de partidos, em bom, mas se for por Estão procurando
equipe de secretários gestão está em processo busca de apoio político. outros motivos, não mais uma forma
que seja competente. de tentativas e erros e deveria acontecer. de controlar o
causa insegurança. salário pelo CPF.

66Untitled-4 1
Revista Fecomércio DF 18/11/10 11:29
w w w. t e r r a c a p . d f. g o v. b r

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Revista Fecomércio DF 67
68 Revista Fecomércio DF

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