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Módulo 5 – Doenças infectocontagiosas e biossegurança

Apresentação do Módulo

Paulo é agente de polícia civil e aquele dia foi escalado para auxiliar numa missão
especial: cumprir 80 mandados de prisão. Durante a operação, denominada Limpa Ruas,
Paulo e outros 30 agentes, além dos mandados, abordaram várias pessoas em atitudes
suspeitas.

Missão cumprida. Dever da ordem garantido. Paulo foi para casa.

Dois dias depois, de cama, com febre alta, nariz congestionado, garganta inflamada, dor de
cabeça e em estado de prostração generalizada, Paulo descobriu que havia pegado uma
gripe muito forte, que lhe deixou de cama por dois dias. Ele necessitou medicação
específica e mais sete dias para que estivesse totalmente recuperado.

Foi uma gripe, mas poderiam ter sido outras doenças.

Muitas vezes você não é chamado para atender chamadas de socorro para esse tipo de
doença, mas pode ter que lidar com uma situação assim durante a sua atividade.

Quais são as principais doenças? O que fazer? Que cuidados devem ser tomados?

Por isso, neste módulo você estudará dois temas: doenças infectocontagiosas e
biossegurança.

Esses dois temas estão mais presentes nas rotinas dos profissionais da área de segurança
pública do que se imagina.
Objetivos do Módulo

Ao final do estudo deste módulo, você será capaz de:

Definir doenças infectocontagiosas;

Descrever os mecanismos de transmissão das doenças infectocontagiosas;

Enumerar os sinais e sintomas das doenças infectocontagiosas mais comuns;

Descrever o atendimento pré- hospitalar para casos de doenças infectocontagiosas;

Prevenir a exposição ocupacional ao material biológico e reduzir os possíveis danos


relacionados ao contato acidental do emergencista;

Descrever biossegurança.

Estrutura do Módulo

Este módulo está dividido nas seguintes aulas:

Aula 1 – Doenças infectocontagiosas

Aula 2 – Biossegurança

Aula 1 – Doenças infectocontagiosas

1.1. Definição

São as enfermidades de fácil e rápida trans missão, provocadas por agentes patógenos
(vírus e bactérias). Esse agente patógeno ou ser vivo que as produz recebe o nome de
agente etiológico ou causal. Em outros casos, é necessária a intervenção de outro
organismo vivente ou objeto chamado agente portador, vetor ou intermediár io, para que se
produza a doença.
1.2. Conceitos importantes

1.2.1. Infecção

Penetração, alojamento, multiplicação e desenvolvimento de micro-organismos


patogênicos no corpo de um hospedeiro, provocando nele reações orgânicas patológicas.

1.2.2. Contaminação

Presença de micro-organismos patogênicos.

1.2.3. Incubação

Tempo entre o contágio com um agente infeccioso e os primeiros sintomas da doença.

1.2.4. Período de transmissibilidade

Período em que há risco de transmissão direta ou indireta de micro-organismo.

1.2.5. Profilaxia

Conjunto de iniciativas e medidas que visam à prevenção e ao controle de doenças.

1.3. Mecanismos de transmissão

Quando exposto a secreções e/ou excreções contaminadas, o risco de infecção ocorre na


seguinte probabilidade:

0,3% para HIV;

4 a 10% para vírus da hepatite C;

30 a 40% para vírus da hepatite B.

O agente patógeno ingressa em um hóspede por contágio direto ou contágio indireto.


1.3.1. Contágio direto

De pessoa a pessoa, ou seja, o agente patógeno ingressa por contato com uma pessoa
doente.

Exemplos: Enfermidades respiratórias, tuberculose, gripe (influenza), cólera, doenças


venéreas, etc.

1.3.2. Contágio indireto

Por meio de seres vivos (portadores ou vetores) e objetos contaminados (intermediários).

Exemplos: Moscas, ratos, ar, terra, água, objetos, alimentos, luvas usadas, seringas,
colares, etc.

1.4. Doenças infectocontagiosas mais comuns

Leia a seguir sobre as doenças infectocontagiosas mais comuns.

AIDS (síndrome da imunodeficiência adquirida);


http://www.aids.gov.br/data/Pages/LUMISBF548766PTBRIE.htm;

Hepatite B; http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?229

Hepatite C; http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?230

Tuberculose; http://bvsms.saude.gov.br/html/pt/dicas/60tuberculose.html

Meningite; http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?282

Cólera; http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?87

Doenças sexualmente transmissíveis (DSTs);


http://www.aids.gov.br/data/Pages/LUMIS1DA1127BPTBRIE.htm

Gripe; http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?221

Malária; http://www.cives.ufrj.br/informacao/malaria/mal- iv.html

Dengue; http://www.dengue.org.br/
Doença de Chagas; http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?151

1.5. Sinais e sintomas

Febre;

Alteração de coloração da pele;

Cefaleia;

Dores no peito e abdômen;

Tosse e dificuldade respiratória;

Diarreia;

Mal-estar geral.

Alguns pacientes com doenças infecciosas podem não apresentar sinais ou sintomas
evidentes ou observáveis.

1.6. Atendime nto pré-hospitalar em situações que envolvam doenças infecciosas

Utilize EPI (equipamento de proteção individual).

Avalie a segurança da cena.

Mantenha o paciente em repouso.

Evite a perda de calor corporal.

Previna o estado de choque.

Monitore os sinais vitais.

Importante!

Muitas vezes, não há como prever quando poderá ocorrer um contato com essas doenças;
portanto, procure manter o seu esquema de vacinação atualizado.
Aula 2 – Biossegurança

Biossegurança são normas e medidas preventivas para reduzir o risco de transmissão de


doenças infectocontagiosas relacionadas com o trabalho do emergencista no que se refere à
saúde e à segurança.

Importante!

A segurança individual do emergencista vem sempre em primeiro lugar. Nada justifica


descuidar-se da biossegurança. Cumpra suas tarefas e seu trabalho sem esquecer os riscos
potenciais presentes durante o atendimento.

2.1. Normatização de condutas para prevenção à exposição ocupacional ao material


biológico

Em situações de exposição ocupacional ao material biológico, é imprescindível seguir as


seguintes normas:

Utilização de equipamentos de proteção individual (EPIs);

Descarte de materiais perfurocortantes em locais apropriados;

Limpeza e descontaminação da viatura e dos materiais.

Estude sobre cada um deles!

2.1.1. Utilização de equipamentos de proteção individual (EPIs)

Os cuidados de proteção individual visam a estabelecer barreiras contra agentes


infecciosos que podem ser transmitidos ao emergencista durante a ocorrência.

A utilização de EPIs é obrigatória em todos os casos em que possa haver contato com
fluídos orgânicos do paciente, na limpeza da viatura e lavagem de materiais.

Os principais EPIs preconizados para o atendimento pré-hospitalar são:

Capacete;

Óculos de proteção;
Máscara facial;

Luvas;

Avental.

2.1.2. Descarte de materiais pe rfurocortantes

O desconhecimento dos profissionais em relação à necessidade de descarte de qualquer


material perfurocortante – independentemente de estar ou não contaminado, como agulhas,
vidros, frascos e ampolas – em coletores resistentes e específicos para essa finalidade é
responsável por elevado número de acidentes.

As exposições associadas aos coletores de materiais perfurocortantes são frequentes.


Podem ocorrer durante a tentativa de descarte desse material, o acondicionamento ou a
manipulação dos coletores.

Circunstâncias comuns de exposição

Coletores cheios acima do limite permitido, agulhas ou outro material


perfurocortante projetado para fora do coletor;

Dificuldade de descarte do próprio instrumento;

Falta de coletores específicos;

Montagem incorreta dos coletores;

Localização inadequada;

Coletores pequenos ou em número insuficiente;

Descarte incorreto.

2.1.3. Limpe za e descontaminação da viatura e dos materiais utilizados

Desinfecção e descontaminação dos pisos e paredes das viaturas

Para a desinfecção e descontaminação dos pisos e paredes das VTRs, realize as seguintes
ações:
Informe à central de operações o procedimento que será realizado para a devida
desativação da VTR.

Utilize equipamentos de proteção individual.

Retire todo o material do interior da VTR.

Limpe e descontamine de acordo com a sequência: da área menos contaminada para


a mais contaminada, ou seja, da cabine do motorista para a porta traseira da viatura.

Limpe a VTR com água e sabão, retirando toda a sujeira.

Aguarde a secagem da VTR.

Aplique o produto químico adequado à desinfecção ou descontaminação (sabão,


hipoclorito de sódio, álcool a 70%, etc.) e espere o tempo de ação.

Desinfecção de vidros e superfícies externas de equipamentos metálicos, macas,


mobílias e bancadas

A desinfecção e a descontaminação deverão ser realizadas com álcool a 70%, da seguinte


forma:

Friccione o respectivo material com o álcool a 70%.

Espere secar.

Repita o procedimento por 3 (três) vezes consecutivas, com tempo de exposição de


10 (dez) minutos.

Desinfecção dos acessórios, cânulas, reanimadores manuais e máscaras

Deverá ser realizada sempre logo após o uso, de acordo com a seguinte seq uência:

Lavagem – Os materiais deverão ser lavados com água e sabão, com o auxílio de
esponja e escova.

Desinfecção – Coloque os materiais imersos num vasilhame com hipoclorito de


sódio a 1%, por no mínimo, 45 minutos.
Enxágue – Os materiais deverão ser enxaguados em água corrente limpa.

Guarda – Depois de limpos e da desinfecção, guarde os materiais em local adequado


isento de umidade e poeira.

Desinfecção de frascos de aspiração de secreções

Providencie a desinfecção dos materiais logo após o seu uso, da seguinte forma:

Faça a imersão em solução de hipoclorito de sódio a 1% por 30 minutos.

O líquido dos frascos deverá ser trocado, ainda que esteja limpo, a cada 24 horas.

O material contaminado deverá ser desprezado em lixo e esgoto apropriados, em


unidade da rede hospitalar.

2.2. Cuidados no atendimento pré-hospitalar

Ao atender um paciente, recorde que uma das maneiras de controlar as doenças


infectocontagiosas é assumir que todo fluido corporal é potencialmente infeccioso. Por
isso, procure:

Evitar o contato direto com fezes, sangue e fluidos corporais.

Usar luvas de látex ou vinil.

Usar máscara facial simples e óculos de segurança.

Usar para RCP a máscara com válvula (unidirecional) que impede o retorno.

Lavar as mãos com água morna e sabão imediatamente depois de atend er o paciente.

Importante!

Para maior segurança e segundo o tipo e/ou quantidade de pacientes, é recomendável o uso
de dois pares de luvas.
Finalizando...

Neste módulo você estudou que:

• Doenças infectocontagiosas são as enfermidades de fácil e rápida transmissão,


provocadas por agentes patógenos (vírus e bactérias);

• As doenças infectocontagiosas são transmitidas por contato direto (de pessoa para
pessoa) ou indireto (objeto contaminado);

• Muitas vezes, não há como prever quando poderá ocorrer um contato com essas
doenças; portanto, procure manter o seu esquema de vacinação atualizado;

• Biossegurança são normas e medidas preventivas para reduzir o risco de


transmissão de doenças infectocontagiosas relacionadas com o trabalho do
emergencista no que se refere à saúde e à segurança;

• Em situações de exposição ocupacional ao material biológico, é imprescindível


seguir as seguintes normas: utilização de equipamentos de proteção individual
(EPIs), descarte de materiais perfurocortantes em locais apropriados e limpeza e
descontaminação da viatura e dos materiais;

• Para maior segurança e segundo o tipo e/ou quantidade de pacientes, é


recomendável o uso de dois pares de luvas.

Exercícios

1. Doenças infectocontagiosas são enfermidades de fácil e rápida transmissão. Entre as


doenças infectocontagiosas mais comuns NÃO se inclui:

(A) Gripe

(B) AIDS

(C) Hepatite C

(D) Pneumonia
2. Na desinfecção dos acessórios de respiradores, cânulas, reanimadores manuais e
máscaras, os materiais deverão ser imersos em hipoclorito de sódio a 1%, durante, no
mínimo, o seguinte espaço de tempo:

(A) 10 minutos

(B) 15 minutos

(C) 30 minutos

(D) 45 minutos

3. “Tempo entre o contágio com um agente infeccioso e os primeiros sintomas da doença.”

A afirmação acima refere-se a:

(A) Incubação

(B) Desinfecção

(C) Esterilização

(D) Contaminação

4. Doenças infecciosas são enfermidades de fácil e rápida transmissão. Entre as doenças


infecciosas mais comuns NÃO se inclui:

(A) Gripe

(B) AIDS

(C) Hepatite C

(D) Pneumonia

5. Quando exposto a secreções e/ou excreções contaminadas, o risco de infecção para o


vírus da hepatite C ocorre na seguinte probabilidade:

(A) 0 a 3%
(B) 4 a 10%

(C) 15 a 25%

(D) 30 a 40%

6. A utilização de EPI será obrigatória:

(A) Em todos os casos em que possa haver contato com fluidos orgânicos do paciente.

(B) Na limpeza da viatura.

(C) Na lavagem de materiais utilizados para atender o paciente.

(D) Todas as alternativas acima estão corretas.

1=D/2= D/3= A/4= B/5= B/6 =D

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