You are on page 1of 88
ANNE CAUQUELIN TEORIAS DA ARTE Tato REANEJANOWITZE Revo nen vicromaMunar rec em ttn om some erm ve ree Usted ee Po ‘Cp 2m Loar arn ae ‘Seale pr sp nce alge Tate parents irene iar dag pa sued cane it inp Dado tna de Cay na abc IP ‘Chau beeia oon 3 hk 1 Ane Cnt wdc Ree ussite oan Busine Tes pe niente none dernier be erat om tsnencaoncns Ninareltncon 8 SUMARIO Introdusio. ° 10 que entender por‘teorias da ate?. 9 Umer na 1 2 tie on no 2 3 inn deao pagrin 5 I. Tpologia de agbes poses... hah nde 7 2 Aompantanes A ost ASTEDRIAS DE FUNDAGAQ ascnnsnnncesminn 2B CAPITULO 1— As tosis ambientai. 2 [Plato oua orger do te6c0 p10 8 ARC evennse 2 LO duplndecaes = & 2 Avinleiseai 0 3. Una din dssnee nn 2 4 Adsenimagi ambi a I. A atte como sintom: Hoge nn 36 1 Un ami pra a 36 2 Tenn. 38 3 Une itm a UO halo romantica. : 2 6 LO cane abn 2 Rapin dapat 1. metas aie, 44 Ati wae con. 5 Mast de Seer Conetus50 wn CAPITULO 2 ~ As teoras juntas... 1 Arstteles ou as regas do art. [Um teat ft anton 3 nar 2 hate a mio en waa igo I Kant eo sitio da esta. 1.0 cates da nt oo conhcinea alan: at 2 Onto pads edo wr 3.0 mente cmon obo» aks anna {Una alga te. IL Adorn, a negogio da extn 1. Uma er ei 2A agp en NO iets Adser a eco angen Conelusto A acdo ds teoras de fundacio. SEGUNDA PARTE AS TEORIAS DE ACOMPANHAMENTO... a 3 ° 30 51 33 9 GBSe ENE gs28 2 2.4 wld danger tetas anaes hitmen 105 1.0 eo semligho . a: 118 {Atta senbies ee ge 2 Ds ips i. 17 aun a 12 CAPITULO 2 As peiias eons 18 1. Uma teoriagio pita critica de atten 134 Lisson ob nn 2.0 maeiodo pardon tea Diet 1Umenm ces mibnhenie Grosirg.- os M7 1. Una prea ue & pensads ou “to ndo um ie’ 154 MO rumor teico 158 {Lda nisin ec 160 2 Taso dove agar 102 2 Aspopesiie dances ate cae tn TES iio gens Api oenonnonn i. ITRODUGAO, |. QUE ENTENDER POR TEORIAS DA ARTE? De madiata,pelemes nos perguntara respite da sen tido do tuo: Teoria ca ate’ Tatas deft de tors no sentido geralmente atibuido aa terme, ou so de teora centfca? Ou, anda de teria que manifesta uma coerén= 18 intema, desenendeande propengics que se dedizer ‘unas das outa para formar um conjunto dotado de valor oslo do? ESBS secremsongiroeteotraneseinoata 9 mtr meester or ‘Com efit, ndo etarinmos dizendo nada sabre uma twora se nos contenssemos em expor sou conti, 8 -a,¢m esumi-Inem suas pins: sobetdo no iia ‘ms assim torn-la nem mals ise ner mais compreen sive se nada gséssermosa respeito de sua impertincia do poder quo chs tem cu no de corer seu objet SIR veatamelscoida tegration pric sus ten pace SSCAMELGO bs LETT ssa artculagio ~ que nom sempre € pereptive! mas ‘india 6, no Smbito que nos iz spite, mas face. te detective na medida em que aa manieataces da ate io vishel, mosradas e mostéves que seus coments ios téricon so de Fc acemo ~ a8 mids ne encaregas be epigrafélos erika ni safe tvemecencsenacrenes- tarmos xs definigSoabsoutaments pragmtica (astcoras julgadas de acondo com seus efeitos) la nos conduzies en * ‘OAS re 7 {Wo a caacertzar~ a tpologza’~ um legue de ade pos ‘ros ede fat leva a cabo, no que diz espito 3 cons- tuo depois manutencio ou 3 transfomasSo do sto da arte de seus principio, até mesmo de suas regtas Ein ‘uma, ela nos conduzra a analsartpos de ag80,em ver de snala contd conceal das especulasies. A prt de um inventio de ajdes posivis podertamos enti determinar tum lugar pora cada teoria, hem como para cada tentative de tecrzagi. 1. Fundagie ‘Aaglo de contre de funda um dosnt de atv des cspeific dente todos ox dominios de atividades é de certo 0 que importa mais que tudo. No que dz respeito 8 ‘ats, essa af fandadora ent, pertence quel tive ‘de pensamento que rincu na Gea antiga e duo pode de inca 3 razto, cnc 8 sabedoria ware, que se deste logo ees conta 2 ql todo seu esforgo sols) porgtesfagmentadas de uma experitnia exten, na >) qual &a dor da separagio € a0 mesa tempo a agra ea |. anpisia do ctemoretomo dee longinquo onde ee com ‘Roms DLE st preende ‘a wd em s? — que sia clocndos como valores que ‘vio conquistar os artistas eos pensndores ps-Nietsche™ ‘Mais do que tages, ais do que temas uma maneia de ver, ‘uma tonalidade de conjunto, uma mancira de usa a lingua- gem, de acentsara experincia que wo modificar as relagdes tradicionais de pensar e de agi ‘como artis 5.NNa paisagem de Schopenhauer ‘Como acentece ra mao parte do tempo com as funda hes ambient, o que las dsseminam ma paisagem & nfo ‘somente sua pps wiio do mundo, mas 2 vise que Ihe -seraram de font nas quas cs se inspiaram, quaisque que tenham sido as tansformagies que he fram sofer em 5 pid, Assim,» est@icn de Schopenhauer et! pronte como ‘um pano de fando na visio nietachlan,e, por ese vs, le ‘etl tambim presente de algam medo no domiio de ae. A odniragio de Nietesche por Schopenhauer & tofak por um lado, devido as critica virulent contra Hegel. seu ‘nimiga deelarado: por oat, peo principio essencial de 0 mundo como contd ¢ representa 0 do querer iver. Ba Cok Apis Neth sos et, pra uci tn) se poem ee tan aero, pales Sat Saree Geese ptr tebce sore fos caus wes csemeice se Hort de Neth em ‘astern prasmen odeum slabs ‘Anat Sepeuny ke mde omnia of rptettoe (wae bares PCP To) Scope deere {Sion dO ani em coma dete Bir. ssorcwQTEEN ‘A rweusa do mundo dos profesvores do sstematismo, da flosofa abstrat, ds conceit vies, © conjunto sim- bolizado pela figurn cxecrada do “impudente Hegel. es- crevinhador e autor de inépias“ esto polémico, bri- Thane, a independéncie de persameno,o distancismerto para fora do mundo das univesidedes, tudo isso clara~ ‘mente impressionara Niotasche. Quanto 3Vontade ~ pin cipio da vida universal, cega, nia, & qual ninguém escapa nie ser serefugiando no Nirvana, na negagio de um gue- ‘ervver primitivo que evjeita © conhecimento ace seus rOprie fins ~ ela vai ter encontrads, ou pelo menoe seu Analegon,naarigem inexcedvel do hormem tigi nietrs~ chiano. A Vontode sehopennaucriana & 0 principio ital {ndlferente aos sujeltos que softom ela 60 mundo que so- age, deiando aos homers aiusdo de sua liberdade; sua ‘encrgia auavessa mineras, plants e animals, se consuma ‘em sta negagio. Oconhecimento, a ciéneia a inteligincia Inamana sio apenas objtivagdes desse querer fundamen tale tudo © que elas podem fazer levantar por umn ins- ante 0 véu da duato do conhecer, send, portant todas egativas, Saber que o conhecimento é abt de um fun do de negativdade, que a sabedara &acstagSoe rentin~ ‘ia. 20fantasma de uma iberdade indvidua,nterromper 2 flusio para compreender que a vontade 6 essncia do ‘mundo, é essa sua laela, Tem, La sn ny, Pat UR 80) owas sere 3 ‘Assn jutaments poser ate sto dads se queer-viva por ela permit capil, por asim izes, rele mesmo mas sam doy exbindo- él a grande coneo- ‘odor, Flcontemago da este neces do que ‘ez aarteenaquace sua volénl e permit oeequcciment, Preigurandoosspeco tific do confto ena em briaguez eo sono entre Apolo e Dios) a vsi sho penaveriana ao transport ate pars al d3 3250 bs tata 0 fazer dea 0 modo pivegado de conhecimento {8 via, 6 extamente a paisagem onde va se desemvoier opensementotrigco date Eo longus igo initio qua dtc se radi sabes ate present, st stuado an pata um quant gra ou mum Oriente Imagini: de Nictsche na Grn siti, ode Schope- howe nas Upaishad seed de ernie ne- 3680 do querer vive O veils da erbeagueze do sono, da ener asim como da eine, a mais, qi rates imponderive eas fundagoes que chamamcs de ambiental: as dias eo ideal o Espirito seu advent a origem cseure- tora 0 mado entities de conhecimento, tad sso del- ‘ela uma sa, que, por sor constr com elementos di pares, por vezes totalmente contradittis, no dei, ainda assim de formar um conjunt, um mei no qual aarte pode Mt ANNEEALUUHLIN se ewer fora do qual ela nie ens Mesmo aim. 5 ss fndagie mo ofervem nenhum proetoconctet, ne har mioneia de wear “a obra de ate, pi de cer sane. elospermanecom agin taki dora, que. po \ su ex presen prune eng que sf vader Nunta ascends de sua existincis oi mwio2 ASTEORIAS INJUNTIVAS. ‘os mnstrumentos #Bperae oroprion a essratvicade Gus conferem ates eepeéietdadeetundanvetiridenacad, ‘So.outos ners deteoraintsiamentedienmies gia eo fsa ries ‘que chimaremondei nau 50 popu de iguana rani contigs a exis da arte dai umacrdem (oes das _ sentido do temo) & multipiedade de epremieade key “ERE intends stares dolsando pos, © mundo do metaisiea— sea qual fora mania cor a transcen nia ona sb tad 56 sonecarcuen’ pelos teoras ombientas para volta terra, 30 meio das ‘obras de ate, do pabico © das avidades que Ines so i ispenadves paras aferar como obs. |. ARISTOTELES OU AS REGRAS DA ARTE [No momento em que Patio desenhava a asta paisa ‘gem do belo onde, definitivament, a ate tha poco es- aga Arstteesatacava a questo de um modo bem dife- rete, E, de fat, ole a atacava de forma conceta, em um terreno delimitado.Asua manera franca, tommando uma si- tuagio existente tentando dala extair os principio de funcionamento, 0s conceitosconstituives. A Poti situa 2 tmagédla em mio is cutras artes do discurso e estabclece seus fandamentostebiose pstcoe’. ‘Mas, 2 andar teorcamente ess arte particule Po tins tabla também para todos os discuscs de Aczio e, por enterso, pa 0 dominio de arte em ger. ‘Cont, durante muito temp, a Pai 36 ser conhe «ia por meio de alguns rechos ecolhidos ullzados pelos sis como args das rs unidades,o precio segundo ‘0 gual a tragiia dove provocar no espectador temore pit Tf ey a ue nae Gators des Rees Lets tad de ant tm) on au apa de es be aba de ‘bvpant toe jon Lt urs 13,8 Rerun ad cat Sipe jen pace nai amar "HORIAS DA ARTE 37 5 ede, ou ainda, que a ago deve aprescntar personagens eee (a “ogra njungies rds, privandoo lento de mia uss, ddesua imvengao, ce sa berdade. Oxo ness 380 0 mS ‘mo fenémeno interpretative que faz também da gia! un ingeumente rigdo, uma espicie de ago nstuclonal para 9 recocinio eaquecendo-se que a &spenasuma prtede uma teoria muito mois ampla a inguogem, atieulod rete, or um lado, ea postiey por outro ‘Mas hi muitasouleas coisa alm de reas nee tot bho fndador como por exemplotudo.o que ce espita As nocdes de mimesis, de verdad e de verossimilhanca, de reepgio estca~o Fite para fegio = ov anda arelae «0 entree raratvo ea imagem, «liberdade do auto ca frontacia as exigénclas do geo. todas esas io questbes ‘que ainda hoje em ia nurom a flexes sobre a ate en ‘Entenpmenmosteractnstiny. Freocupocio taxondmica © 2c Are Cag ine Ly UE. sis tam Aes sata de tee ps mpi ‘natn a igen previous tbo ee nls oquilvada, Da mesma maneira que os news © as 2 es bilogee eg ban pee urate de titon en gence (ws ¢ cpt A) ris tn 8 sem qi pie que sum econo. © rdtod de Bie esi gates err pam ising dco de giver nrativo espe" di’. Conn, ona expe pacar 0 pardigma de densa epee flee popes pees id gin ape Aginave 0 ene por un, madipeantuintadisersl iat paesS tale Alederiniine oper: ores er peo fuecomuns ae espivis cpr: pam cone ini gd (pce? Piru mnimenode remo que the hail Ais sits nase prima espe patil da rag anita cease pete oa al eee daa tonite de 00 pn os ep he i ira pm F precise nota, antes de mats nada, que Aratteles co ast ta a er i er ds dso princi ‘ym om primal hat, ms, em er wianas. sem a bmeter a um a rice dosfavorsval Coma estamos deboamos sobre terreno da ass sromsDn ete 58 cago ‘natural’, do problema de defini ig, de cine linia de asso nko entra a menu prevcpagio com hicrarquizagio de ordem tion. nenfuma avallago rela nada um principio superior (em bc spo ow tango, anda, © merce dos moluseos& te interes ‘ante de ser estudado quanto um lett). Seta ae TT Fades humans corn um “yinero 2 arte seria uma de suas especies, e seria assim defini: uma expécie de tv dav qu procs com vista a um fim exter, wes expec tnguir-se das outa atividades cup fir & inerente | [i (« ‘Asim. a agho de comer bem ea de dormir bem man im a sade do organsme de mapeira manent: io hi elas ose propiamente dita. im eompensagio, 0 médic, que’ produc cura do compo com scusremelos ws. a um fim exterior a ele: ele prtica ums ate. ‘A arte &, enti uma disposi de produzit (pots) acompantada derogra’Procuir "ware exténca wm eujo | das cosas queso snc de ser ou de no ser principio de existénca reside no artista” \ © Nessa tica ura produ & juiida porsua cuntorm ' pe as eyes’ vercaceirs’ que foram seguidas Caso tenho | seguido as ogra fakas, a produ tert sthad, Nenana 5 Fra Nn V1.2 109 he MA TOA depts spi teri ra una er ofp td pap Gum x tae ogee © pnzenugues reensiode se comparara um dal de sara transcend 138, que nto compete & atividade produtva. ‘© queiimporta ao tesco da arte & entdo,enunciar es say regs verdadiras e, diante iso, avaliar of mos © 2 matéria da produgio de aero com os fins que el se ds Fe &akcangar Dao intercsse em classifica 0s fins € ver 0 se aticulam os géneros eas espécies. TFereobe-se portant que, dentro do género ‘discs | spécie‘Soeoi, por exempo, em como im atnde “be ro-belo!A espe ‘etre, por sua vez, visa de certo ao bem, mas) o verdadero esti um tanto alastado de objetivo; & 0 verossiml que ela procura na maicria das Tila histria er em wita 0 verdadeir, masse preo- pe pouco com oom eo belo. Aare da mines também te algum rag a mais ou a menos pr interméio do al seus fin se ditingam das outrasespéces ea definam. [Asiecipando um pouco o quo vcd a seguir, diemos que no se aia nem da bem nem do verdadeio, mas do veros- ‘Simi e do prazet 0 que de fatoa diferencia de tudo o main. is portanio, um terreno cuidadosarente ipo, toms do automo, condigioindispensivel para seu tratarnento pelo teérco, tudo isco gras ao metodo tmxondmico. ‘Mas a taxonomia prossegue:pode-s, com af, agora que a are fo definida como expécte de ur ginero =a a= dade de prod, oré-La por sus vez como género para as espécies que el englobs. Dentro da arte da ines, con- siderada desse modo como género, encontram-se diversas moms oe a pice diferentes por accion ov pres ai, 2 acéafauta daca dfoutede Pa iia mods ent smo as a dang ang mo apenas do imo sem melo “Quanto arte da mimesis. que se serve apenas da lingua- em, comnus sem dencminas ato presente — 0 ue sgifea que & sem ding, ser tag atic que esd Um tbh dedi contin pois pre not tao i pip le. 2... arte da mimes ou de uma teors da fex80 [Nés manteremos 0 terme rego mimesis, que presen ta vantagem de no ns langar sobre a fla pista ds imi laglo (niesstmimético) nem sobre a da tepresenaglo, qu remeteria as represents de iis. ‘Se ves em mente que tds are produsio acompa- hada de regras, compreendemos de imediato que a nme- sis no 6 cépla de um modelo, pido decalque da idia, afasiada da verdade crm muitos graus como era 0 cao para Plato. la 6 antes do tudo faricadoa,afrmatva,autbno- sma, Se ela repete ou imi, o que rpete ro & um objeto, mas um processo: musi produz do mesma modo como tnatureza produ, com meiosandogos, com isla da eis- ‘Wacia a um objeto ou a um sr: difeenga se deve a0 fato de que esse objeto std um arteato, que esse sor ser un set de gt en 187 @ pane VOLE ‘© produto de uma fico é 180 real quanto 0 gerado pela natureza, apenas nio pode ser avalado de acordo com ‘os mesmos cities. Fora a naturera, 0s seres qu ela pro- uz so como oles so: la sabe © que faz, 00 faz bem, suas regras de produgSo so imanentes (mesmo que aconteyamn ‘vez por outa, muito raramente, eros de programagio ~ por ‘exemplo, monstrcs por falta ou por excesc). NBo acontece a mesma coisa com os sures defo; © que 6 process in Aerie na nokrers est, no attefato,subetido 3 exeror- dade ¢ portant, 8 contingénci (Qcfastament. Hs, pois, um afatamento necessrinem toda fcgo, pois a produgio no pode ser seno um auslo- ‘gn do procento natural. Conn a nature, a produce dis Be de elementos, de mes e de um objetivo fim: f ‘er com gue de algum modo os cbjetos ou seres que cla vai predirc porsam ‘funciona’ no univers para © qual esa destinados. ‘Enea ‘como’ neste afastamento, ques insta a fic «0. Assim, porexempla, a histria que procura permanecer ‘oats fel posivel aos acontecimentos produrios pela ne cesidade, e que lo 0 queso, nio manifesta ese afasa- ‘mento que constitu a essincia de poesia A histriarepete ‘mals catamente posse & gulsda pela prcocupacio com a verdad. A fe, por sua vez, Bo repete, ela compe, & sua preocupacio é com o rerssnil mio com a verdad ‘eros aqui ~ jamais 0 diremos 0 sufcente ~ que 2 mimesis arisen em nada se asemelha 3 cBpla de Pa eons DAA 8 tore atv, tom sua prdprianatureza, eno pretende de mode algum mudi-la para procurar o verdadero. ‘Oafetamenta lenge de serum def, & pois aqua Iicade; melhor ee 6 constituvo de qualquer atvidade ati. tie. Asie, hi afstamentona pinta ("Plygnot pinta os homens mals bonits; Pauson, 0s menos bonitos” também quando soa outs, na prosa eno vers (or exem- ‘plo “Homer fz os homens superiors 8 residade.”). (© que o afestamenco anuncia € a pomibilidade de as {ej assimilada a um ergajomentopoltica, quer aida em | eriginalidsd’ ou se, em tansgessto das regres intemes Yo sto esto, are de vanguard uur de un favor que 80 desmentide:nenfuma obra pode hoje em di i ak ‘cONCLUSAO AAGAO DAS TEORIAS DE FUNDAGAO _Até aqui tentamos elaborar um apanhado des diversas fundagaes que presidem 0 extcicio de ate, tanto teico ‘quanto prio, O que é preciso notaré constant treed a que os teércos foram submetidos tanto nos eoments- tos que Ines suceeram quanto na pritcaatstica propia mente dita, que se nut da ambiénca teGrea na qual se esenvolve. A ago tedrca existe de fat, mas no funciona «de moto corcemitante com os dseurses que a movimentae, Retracusias,retoeadas,deslocads, as terias da arte jamais esto presetes em seus aspects origins. Essa oredr, algumas vers verdadetamente radical, ‘como fol ocsso em regio a Plato, outras vezs apenas in- texpretativa,como om relago a Adomo, no nica con: secéncia resultant das fundacBes; este outa, que passa ra maria das weres despercebia, mas cua ago & conte dobartante importante, que 6a cestincia no seo de uma 8 see cwwoueny pinto gral uma dos) de todos ce duos fandadores or mais afastdos cue etiam uns os ous dmegndon | AAT STATAGIAID \ Cio an 39 iain © século XVI @ 0 século XX um preceito de Patio ‘ainha discurs contempordneos rspeto da disingi en ‘re arte tenia, enquanto a contemplagio, a mediagio.e a uanscendénca penetram ra pini, que porsua ver tam- ‘bém zexém 0 imperativo cco, Esa (0s movimenlos as doulrnas assim como as cbs, as ova- ages palias eos julgamentes pesados. Nem o principio de contadigio nem o rigor exegsticovalem aqui, dentro do mundo da arte. que os teorasfundadorasagem 3 mancira de ur runar tebrcy, que rina incontestive sobre a mcrp- ‘lo da ar, inpondo-so de alguma maneia a0 pico (10 qual é preciso inchir tanto os ritcos quanto cs tesrcos da art) € condicionando tanto a producio das obras quanto sua compreensio, Esse rumor, que pole serchamado de “vulgat age como as teoras que ele divulga, deforma 20 ‘mesmo tempo ambiental e injuntia, modelando a atviade atntica para que ela poss comesporder 3s expetativassu5- ouscnse ° lab. ralpmands oi eso dae :prapmatice. Ede seu mais prestgiozo defensor A miatic ‘2 6a esfra do inetivel do indie, que date edo etic: ela compreende o mundo todo papa mundo, ‘aja unidade no pei ser captada soba forma dessospro= Posies fragmentadas da linguayer, sj qual or 0 esforga feito pela gramitca para colci-as juntas. Oineve da arte limita, pos a arte de linguagem, que no € eceida a no ser com a conciqdo de sus propia negasio.. Ede descobet, sde mancia triunfo Wetgerstin gic, um Wiigensein mistico ou mesmo teolige. (Out intexpretasdo.que pormancee mais pesto dos tos (tos que se constitu: em qua para liga) acaba. 1a por nos mcstrar que, Se algo deve se ealido~ a unidade do mundo ou © mundo come unklade- pea impossibi- lade de coloacdo de uma proposisia dizemdo 0 que & ¢ 39 mesmo tempo o que ela 6. Est af ume lmitagoine- na ligaa ao propo fat de falar que dena fora do cam po ds polavra um mundo que se mestra € qué se expressa como ineprimivel. 3h prs uma dena epi does imeyien oa Rs et eae et cn dae Cagastngnon, TER 1950), a fe EJ ly = Sejam qual forem os fundamentos do dlaivel edo i tive (a saber, qual dles funda 0 outro) & preciso constatar que tanto uma quanto a outa das vias adotadas pelasteo- rizagGes sobre a arte =a via hermenfutica ou a via semicli- ‘sca ~fecham-se sobre si mesma, fabricando em tormo das ‘questdes da arte mundinhos fechados que com fregiéncia perdem 0 contato com a questio com que supostamente deveriam se ccupar: art, para se dedicar 2 toda sorte de dls ‘cusses internas de suas disciplnas ou campo de pesquisos. ‘Meson assim, esse acompanhamente, em meio a seu bruai de teses contraditirias, desempenha um papel na clabora- ) das obras de arte conte; “HfsTas com efeto, sho, bem ou mal, levados a se defini em relagio a uma corrente de pencamento, devendo responder is pergunias de seus criteos, que tanto os atra-| palham quanto cs poem em evidéndta, ou, 30 contra, = se elogentes quanto asus perspeetivn © ponton ds vista. © exeriio do eset Ihes ¢ cade vex mais familar sno, hje en da incentive! o némero de publicacbos artistas joa, eno trios, entrevitsisoladss ou mi rifestos. Mas, enquanto cs trios tendom a s ites pelos movimentos que costumaen ter algume impor | cm suas grades de lerura (como os impressionists ber fiiando-se em particular dos hermeneuias e dos fro logos: os pintores de gener, beneficiondo-se dos hist recente sna SET) rons m4 ARTE wr riadores: € os expressionisas, dos picnalistas)os artistas, por sua vez, adguiter oalimento teérizo a seu bel-prazer, {e acordo com o humor € a ocailo, sem se preocupar com 8 cocrénca: contudo, permanecem infuenciados — com a sjuda da midiatizaio da sociedade ~ por uma redede dis- 1rsosda qual ndo podem fui, como veers no prix opin, so sansiele 3 expresses, 2 palavs de onde, carmuLo? [AS PRATICAS TEORIZADAS EEnquanto a5 teoriagies secundirasintervinham ss cobras € aps elas, procurando elucdar seus enigma evi- enciar suas estruturas ou acomparhar sua eexpyio com instrumentos concetuas prontos precisando apenas ex perenenti-4s ou aust los a um novo tren, o estilo das pros teorizadas de que remo flr agora é bem diferen- te. Flas neacem ao mest tempo em ue as obras gue ss tentam © esto to igndss ao cbjeto que as neta 3 exstir «qe no poderiam ter qualquer pretonsio de autonomis, am, ‘quer de agua valida, som esse soporte, Quase siml= Vanco, abe e discuss so produzidos no paleo da ete, ‘conjuntamente, Um carroga o outro, ¢ vice-versa sss teolzGes se apresentam sob dus formas, Uma constitu uma pritieaextrir produ da bape tis: {a actin de aie, exerida por autores Mteiris equ diz ‘espetto a uma obra em particulars obras de um artist 08 130 sos cacumn ainda a todo um movimento artistico. A outa ¢ uma pit | ca tera, morsa na produto, da qual nfo © separa, = sultado da oto des propio atts: dros de ate, notas ce reflexbos, textos em forma de manifesto, ensais lgumas veres até traades, escritos que pontuam a pesquisa, por ‘lo dos quai os artistas se stam, analism os elemen- {os de seus trabalhos, xem suas isa, deferdem sas «rengas, posconam.e sobre otabulexo dos movienentos artisticos, respondem 3s eleas¢ emitem apinides sobne sous congéneres Fons ‘témem comum, raiconalnen ofato de, cm geralnio se ‘considerarem uma teora expecta, aplcando seus pint Pics ao vivo, dietamente ras vees eitindo seus enun- ‘iados de forma sistemitica, mas revindicanda, contuda, © _ginda, a crits. O “for ert sorioento contemporénes gra como a vanguard de um periodo determinado”. [letraklha, pois athamente nto com seus dicpulbs, /Groenbergers Michael Fede Roslind Kraus, para con 'sagrar gras presents: Louis, Noland e Osk, mas tin 118 Rts Row Th pein fc At fatto! mo de 96. al pri Sie "HORAS DATE 151 terpretaparalelamente toda a tradi da arte modema co- locando 0 periodo presente ra mesina fase do passa. \Ve-se com ssa inflexio que ociio impe a0 traba- Iho de ‘seus artistas e dos que ataos por sua importa, tornam-se formalistas para see defendidos por ele. Eres se sunt que se pode falar dos efeitos ols de uma pr ticateoizaca como a exercida por Greenberg, térica, no dominio da arte em geral: artistas, bem como golersas, ‘marchands, ios de ate, hisorladones eesttctas. Sabjetvidade de escolhas objlvidad de estruturagio, ‘ocrtico nto pode eseapora ess dup enzgio:o principal & fazer pasar aprimetra ramifeagdo da conta peo slo dda sogunda..e Greenberg fi deceto um meste neste jg, (© que pos importa mostrar 2qu, contd, é menos 3 manel- ‘hum tanto ace dealancar aes ins ou ey de ecrcer lum poder eal sabe trabalho dos artistas, ¢ portant 80> brea histria da arte, do que areal necessiade da teorza- etal nocessidade & por outo lado, dupa, pois encare= fga-Se da tora daca como praia que deve ser una ‘oa’ erica) eda pita antistien, que & seu objeto. ssa estrutracio itil 208 citicos que quiserem se towmarinfventes’¢recanhecidos mos énetlignciade por ctieos menos exigentes que se cantontam em fazer de al- gua maneia publicidad de artists Atte evidentemente ‘ids na mais basa conta por alguém como Greenberg, que trata de jomalistica e que, ¢ preciso confess, éaatitude 132 ossecavque.ns ‘A esse respeito, posse atiscar a hiptewe de que a aftuineia de eniticos chega 8 formar um verdadeiro mio eéprio da art, um miroccemo com 5135 it sua visa de papi seus Srgos de ifs, lianas batalhase es estates, itis e derotas. que om assim cons tituid falta (626 que no promove) 3 ocoréncia de um _ndmero sempre cescentede menimentos artistes de obras nova, essa ata cada vez mais viva que caacteriza 05 rimérdice do siculo XX. Segundo essa hipétese, sera possvel ver no mundo a art stun abusea ca acleragi desse movimento dai tien por ua vez lgado a0 cresimento do ndmero de epo- sige de galeria, de eventos pilose, cm sume, 3 exten 50 do mercado, que tende a encobrit ou até mesmo abafar 8 obras que pretence promover com sev constants obri- fatéiocomentiro, a ponto de tora invsives. (© movimento da obra para sua extia ~ que pareca tombar ob o sentido, 2 cba exposta espera do coments, coma era 0 caso dos Sil, leis de Academia pubicdos apés coda exposicio~ esala parecendo inverter-s atal- ‘mente: orto estilo Greenberg produzira de alguma ma ‘ei obra, em vee de contomplé-a to logo pronts. Em conclusio, como obseraines em reaco as cifcu- aces de constitigi como eiten da no eva, a cess ded da tories fz soni agudaente: quando ni é en- conlrada onde deveria, quando no hs nenhar principio ‘em erie para aala,julgar ou cclocr no haga, dois fe- ‘owas DLE 183 ‘outro, um discutso geral de tendncio, que ini debates de sciodade nos quais =e iso nia € um acaso = écolocada 18 questdo do sentido ou do ndo-sentido da ate, questo sem verdad resposta~ ou que pode sex soluionada so- mente como a questa do movimento caminhando. a DEA Modes, 0 de Dis bere em: cr conte Geeta tabalhar come modelos GR | See ia Be ead sae Sasa Copan gus fled uma at on “Rampotines em proceso de we faaar.0 primero porguesea_ | “enceregamentO™ na iS Oeurrer seu avo (0 bur SS ee “ConTeTRRIOE RIGOR, gue The foram itis eos que “Hinde endo poruve a erica cat continue endo ‘Gorasstandooendreo obtim um reuliade nto rd Raines mma GSE, ‘TDieggindo porque’ mlontiade de que fea prova na quali wae ee Coca Seana tae 154 sve cavauE UMA PRATICA QUES PENSADA OU ISTO NAO BUM LVRO" Desde os ‘cademos’ de Da Vinal. da correspondéncia «de Poussin, do dito de Delors, os restos de artistas vém setomando numeroses, odquirinde dtcito de dadania no dominio daestéiea como as obras de seus autores cls es- tho centro do sto), mas de que dieto se trata? Qual Goes tatuto desis textos? Justiicatives, exlicatvas, padaggicos (cursos professadce, como por exerplo os do Bauhaus), tustades (por exempl, os de Kandinst)” ou de intnesse ocumental para futuros hizoriadores da are (por exe pl, as estas ou os ‘apontamentos’ de Die) da categoria aconfiasio eda medias (apantamentos dios) es peo rmocionais e polfmicos (textos para extlogo, maniestos, os para uso publi so ilerenis dos ets para uso pr taco (conespondénce odo) ox primes wisn ma tifcagio send argumentagioe explicasio exteriors Dray Kandy, Du prin dP dee penta eer) at pe pag Done. roms pace 155 bra propriamente dita, ¢estariam desinados,vltados 30 extern, o8 segundos seam notas escits para so p= prio, rascunhos, asus, manélogo interior faiam parte do ‘bea a titulo de um movimento interno de relexdo, inds- pensével&pritca de uma arte (nesse sentido, a8 rosuras € comagbes ds manuscrtos de Flaubert so txts privado’, o interior da bea, senda, de certa manelra, comentisios sobre ela). Mas esa ditingdo code diante de uma neces sia amibigtidade: como jugar por exemploas cots de Fou sin? Els servem a dois usos 0 episolar nBo pode ignorr 0 ‘que éeve ao pinto nem que deve trablhar para se reco- ‘nhecisento como pintor Ele éa mia il intermedia brigatino or conta disso, submete-s a el, tebalha para un glia ou para seu conforte. Mas, inversamente, nfo se pode pretender tarbm que a formulagio, a vetbalizayio dos questesolocadas pelo eu-pintr a ex-eseriba, madi- Fiqueo order das prods? O pinto suit ents os pre cits que o esc estrutuou_na ealidade nose sabe qual dos dos faz on nem come &parihada ainvengS0. feecentremeio que 2 tecmedingGo entre ongo-vorbal eo verbal, de manera jun tacos doi © titulo de um texte recente de Noa Doll, La parole dite par wn co, cola singularmente em perepectiva essa ambigildade, na qual Ios zene “ein Te Nol Det La ue ie or mat (Harman, col gan 99,

You might also like