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Capitulo 1 Introdugao eatudo de equagdes diferenciais constitui uma parte muito impor tante da Matemética, Além disso, um mimero bastante apreciével de fonéme- nos fisicos 6 descrito de alguma forma por algum tipo de equagao diferencial assim, 6 extremamente itil conhecer alguns métodos de resolugio deseas equacdes bem como interpretar fisicamente o que elas significam. Vejamos Primeiramente algumas definigées relevantes. 1.1 Definigdes Para iniciarmos nosso estudo, é necessétio definir alguns conceites pre- liminares: Definigéo 1.1. Se uma varideel pode assumir qualquer valor, independente- mente de outra varidvel, ela € chamada independente. Por ezemplo, a8 va. ridveis 2, y, 2, t, h sio independentes. Para representar o conjunto de todas 48 varidveis independentes num certo problema, usaremos a notaséo {2}, on- de x € wma das varidveis independentes do problema. Definigdo 1.2. “Quando uma varidvel depende de outra, ou outras, ela é dita dependente, Dizemos também que essa variével wma fungio das variévcis das quais ela depende, Ela mio pode assumir qualquer valor, pois depende de ‘outras varidveis. Séo exemplov de variéveis dependentes as sequintes fungées: we), ay), Kavw2), (0), vlx2,t), f(2,y). Pora representar o conjun- u 2 weooveho to de todas as oaridveis depeadentes num. certo probleme, wsaremce 0 note- sho {y(e)} Definigo 1.8. Uma equopdo diferencie! 4, besicamenis, ume equagic que ‘nyalue 07 derivadas de uma ou mais varidveis dependentes com relogéo 6 ‘uma ou mais varidveis independentes, Batéo, or eruacdes Ga) a2) (1s) (a) (5) esemplos de equapées diferencias. Gomo se percebe nas equagées acima, existem véries tipos de equagies de equagio M (ey) do + (6,9) dy = 07 A ranpoate 6 a solugtio ds equapiis diferancin! exate € s fungio Fle, y} = 2, onde Ple,y) dads por uma das expressies 2.7 ou 2.8, ¢ 2 € uma constante num que pode set deteriminada 8e houver algums sondligio sdicional. Vejecnos um ‘exemplo completo, considerando & equagfo diferencial abaixo: (G0? +4oy) d+ (22% +-2y) dy = 0 Desta equagio, temos M(ayy) = 802 + day © M(z,y) = 2c! + 2y. Porton to, devemos verificar se ela é uma equagio diferencial exets e, para tanto, calculamos aM) _ 4 ‘ ante.) ay Be ‘Vemos que sio iguals, logo, a equagio é exata. Assim, temos OEY) ate) =a? +40) 0 FEN = Ney) = 20" +29 Uiilinando a primeica, obtemos Fen =0)+ [mien 66 = ata) | (02? +409) 08 Flay) =294+22"y+ 669) tas a degunda now dis que OF (ay) oy 2, du) rats OO aes ay N(a,y) = 2? + 2y (0) “ac ‘A equagio acima dé, diretamente, 22. saUagbes bersaxowsesemantvns ey 2, partanto, temos Fey) =e +20ty ty + mas @ soluglo da aquagio diferencia! é da forma (e,9) P(y= +2 yt tose ou, Boaloente, inearporande ce a6 exon Pr talysyime (2, que é a solugdo geral da equacéo diferencial exata inicial ?, Se considerarmos ‘uma condigao inicial, como, por exemple, y(1) = 0, podemos obter a constante pols, see cap, Avene fox =1 2970, ou a, P42ito+ 0% , para este caso, a soluglo fica 42a y ty? ‘Vejamas agora mais um tipo de equacao diferencial 2.2. Equagdes Diferenciais Separdveis Definig&o 2.8. As equagéer do tipo F(e)Gly) dr + f(2)a(u) dy = 0 10) * ota ¢ uma solugio implicita da equasio diferencia. Vamos verifear a sua validade Gerivando esta equagio em reagéo a z, ou sia, . 2 toy 208 + yf mo tt dey Qe 4a) dt 0 (2 Heya Qe +a) ay=0 ‘que € a equa difeencial inci, asim, 2 equacio 2:9 € realmente a sua solugéo. “0 2 mquegdas ow zin/ocus onapuimis os Pruauad onde sseperoreis ponpue ele podem ser cola. FO) ye, 0) (2.11) Fe” * oo) ict sis. the ston wit kh =a). M(s,y) = M(2) = Fle) N(oy) = Nw) cw) pore verifcar see &ezata clevlaos a al) ON (zy) = (2) - Te))~° * “oe ~as\eq))™° on 6a dain asin 65 inst « squnia 8.12 Gosia apoie ver ecrita na forma M(2) dz + N(y)dy = 0, que pode ser imediatamente integrada °, resultando em [crac [ aenen=e (2:2) ou teméém, {#2 do+ [| Way (21s) fe) Gay Aa equacdes 2.12 ov 2.19 fornecem a solugéo da equardo diferencia! separd- vel B11. ‘Vejamos agora um exomplo. Considers a oquagio eseny de+ (22 +1) cony dy = Esta equacéo no é exata, mas pode ser transformeda em uma equagéo dife- rencial separdvel se dividiemos a equagio pelo fator (22 +1) aeny, isto &, w+ cosy d+ 24 dy m0 seny @ > Note que M 6 apenas fungio de 2, que N & apenas fungio dey, «que, por iso, a eqeagto ‘chamada separdvel, 0 que facta & reslugéo. 24 mqvicdss annie sx7:nivs a 0 resultedo fice * BY iy og [ae [St a= ‘Lecbrande que [eawsa Keone 1 din(a? +1) +Inlsen ol = co Muttipficande cota expresio poe 2'echamando 2ey =n {} ame n(x? +1) + in(oen? y) = ta(e2) ou ainda, chamando c= cP finalmente, (22-41) sen?y =e aaa) quo 6 2 soluséo de equagto diferencia! incil. Se houveralguma condigéo adicional, como, por exemplo, (0) = §, teremos (= e=l © equagio,ceré (2 +1) sen? 1 importante notar gue, a divide a sungio por (2?+1) sony, etamon con. siderando que seny # 0. E se sen ), Ou seja, sey = ne, n = 0,41, 42, Como een y = 0, 1m, ©, subslituindo ests soluglo na equego diferencial, enctatmanece 4 ogy) =f sone a) = 355 cone 20 “sri Cie o=0 Entiéo, y = nx também 6 golugio da equagéo e corresponde ao valor ¢ = 0 ns equagéo 2.14. Assim, nenhuma solugéo da equagéo diferencial foi perdida 80 fasermos a transformagio pera 2 forms separével, 2.3 Equagdes Diferenciais Homogéneas Definigao 2.4. Ums funpio F ¢ dita homogénea de grau n se ocorver que P(tx,ty) = F(z, y) ‘ow seja, quando em F(z,y) 4 substituimos por tx e y por ty e depois fa- toramos 0 t, © expressdo resuliante fica na forma acima, Por exemplo, se P(s,y) =<" + x%y, temos * Aqui nov interessam apenas fungies de dues varidvels, mas a defini & wilde pars qutlaver nimeo de vats, Po xanga se vernon Fs), fungi grt homoge de ordem ne ocorrer, Fltestusts) = Fle,y,2) 8 24 ravages nurataneae nouocinshe F(éz,cy) = (s2)* + (t2)* (em) ates Paty =884 05% = P(e +2) Flts,ty) = OF (2,9) €F(au) = 23 + 2%y homogénen de grax 9. Definigéo 2.5. A equacdo diferencial de prinieim ordem M(z,y)dz + N(a,y) dy = 0.é homogénea se, quando eserita na forma fe sew) «existir uma fungao 9 tal que f(x,y) possa ser coloceda na forma ten=o(2) #-0(2) De forma euivalente, a equagio diferencial € homogénea 4@ a8 forges (Ey) €¥(z,u) forem homogéneas de mesmo grou. Vejamos um exemplo. A equagéo diferencial € 0 equagdo diferencial fica ayde + (2? +y") dy 4 homognea,, Vamos conferi-la pelos dois métados. Primeito, escrevondo-« na forma vemos que podemos reeserevé-la como 4a 2 mAgOss ansrci oxDNCAIAS Ds PUM ORD B0+8) 4 sg i+) Lees ae (2)- e-@ equagio diferencial é homogénea. Agora vamos analisé-la pelo segundo imétodo. Neste caso, temos M(x,y) =2y e N(x,y) = 2? +y?. Assim, M (testy) = (te) ty) =P ey M(te, ty) = PM (,¥) ¢ M(2,y) 6 homogénea de grau 2, Para NV(#,y) temos N(te,ty) = (ta)? + (ty)? =O +P =O +2) N(tz, ty) = 2N(2,y) e N(c,y) também é homogénea de grau 2, como M(z,y). Portanto, a equagio diferencial é homogénea, Como se resolve uma equagéo diferencial homogénea? A resposta é dada pelo seguinte teorema, e pela sua prove, ‘Toorema 2.2. Se a equagéo diferencial (ey) da + N(,9) dy = (2.18) E homogénea, «-mudanga de varidveis y = vr, ow v = ¥, transforma « oqua- gi0 2.15 numa equagéo diferencial separéeel nas varidvcie v 6 2. 23 mqucdes branevcils KowaBEAs 48 Demonstragic. A equegio 16 & homogtaes. Bato, podemce cecrsvéis as forme. como vines ne definighio 2.5. Agora, fazemos y = v2. Entio, dy dy a B= Slot) 040s saiaio asec Fi )) =) pois v = #. Podemos reoscrever a expressto acima na forms dy etee fw-o()] dz +2dv=0 que é uma equagio diferencial separdvel, e assim, dv dx vo * = A resolugio 6 feita por intogragdo direta, ou soja, wat! = ‘onde ¢ é uma constante de integragéo. A solugéo geral fica dy mt! i @29) «, apts resolver a integral, deveros substituir novamente w = ¥ para voltar fs varidves nica. o Examinemos um exemplo. J vimos que a equagéo ayde+ (+ ¥4)dy=0 @ homogtinea. Vamos reeserevé-le como 4 coulgdas owsnsncas onominus nm PRUs oF que pode ser eserita como L+0? de aay te ‘que ¢ uma equagio diferencial separdvel. Integrando esta expressio, temos |[eele+/# ue, mediante « utilizagdo de fragées parcisis 5, resulta em Lita} ginlel + 5 In(v? +2) + ina} Chamando ¢ = Ine), temos * A frag da primeira Integral &decompasta em ima soma de fagies paris, ¢ ela fea = At t2a+ Di toe rors Liv’ _ 2+ Cv (Atay? wae area (0s polindmios devem ser igus, logo, 2 mudgbes aursnevcnts HouaoOEAS at Lint? 42) talol + Zin(v* +2) = infea|— ina info] + 2 n(o? + 2) Multiplicando este expreasio por 4, ¢ agrupando os logeritmee, tamoe Info?(e?-+2)] = io(2)* a+) - (2) as as OB enti, ao [[aet-ilt+ilete = Hints Lint 42) ‘queso os dois primsiros termos do resultado, O outro terme vem da outta integral, que dé tu logeitma 6 4. squicdas arsanrouss oxomtuis ba pai ont Pees Gan que 6 solugéo (implisits) da equegéo diferencia! incil. ‘Até agors vimos equagdes diferencias que podem ser linenres ow né-li- nesres. Yamnos concentrer & nossa atengéo nas equagdos lineares de 1¢ order 2.4 Bquacdes Diferenciais Lineares Definigéio 2.6. Se for posstve! escrever ume equacéo diferencia! ordindria de {1 onde na forme 2+ Pew = Qe) as) ‘esta equapio diferencia! serdé wme equazéo lineor. ‘Como exemplo, a equagéio ou ainda, wy ae (ete Bead que é linear, porque esté no tipo da equagio 2.18. ‘A equasjio 2.18 pode ser reescrita na forma [P(ely — Q(@)] de + dy = 0 (29) ue é uma equagéo do tipo M(s,y)dz + N(x) dy = 0, onde M(z,y) Ple)y— Q(z) € N(x,y) = 1. Esta equagiio nio 6 exata ®, pois © A menos que P(e) = 0. 2, mavecdas pense nat ry BME _ pte) e No entanto, 32 utilizarmos um jatar éntegronte, els pode ser convertida nums. ‘equagio diferoncial exats. Definig&o 2.7. Um fator integrante (x,y) 6 uma fungéo que, multiplionda ‘pela equaréo diferencial M(e,y) de + Nev) dy = 0 @ transforma auma equacéo dijerencial exata, ou sejo, no equagéo Hess) M Cov) de + uls,v) (on) dy = 0 (2.20) ne 6 por defnigto, exate Por exemplo, 8 equagéo diferencia yde-+2e dy =0 do 6 exata, pois M(z,y) = y, N(z,y) = 22 e oM(e,0) _ oy Entretanto, se multiplicarmos esta equacio por y, teremos wde-+2ay dy=0 © agora, M(a,y) =y?, N(ayy) = 2ay @ OM(2,9) _ 5, _ ON(ay) _ _ ee ¢ a equagio diferencial torna-se uma equagio exata, sendo (2,y) = y 0 seu {ator intogrante. Se utilizarmos fatores integrantes, a equagio diferencial linear 2.18 pode ‘ser resolvida através do seguinte teorema: 60 2 BOUAGHES IreRENOAISORDIRNAS Oe PanUnRs ORO Teorema 2.8. A equanio diferencia! tineee + Pew= ae) dem um jor integrante na forma layy) = ef Pee € sua solugdo € dada por v(e) srt te| feb te O(0) ar +4 (021) Demonstragio. Considere a equacdo diferencia 2.19, Vamos multiplicé-la por lum fator integrante (x) que a torne uma equagio exata, ou soja, [ale)P(@)v — mle) Q(2)] dx + wx) dy = 0 Por definigéo, a equagéo diferencial acima é exata, ¢ assim, Floor —n(edQea}] = Zinta) aque 0 vedas a rte) tt que pode ser separada em 8 ~ pie)ae 7 o intagrada,resultando em inlal= [ Plaae la) = of DE ‘Agora multiplicamos a equagio diferencial 2.18 pelo fator integrante, isto 6, ofPeyeedy + ef POMP (aby = of PEG (a) © lado esquerdo pode 6 Sls rorey] =f oe aE [efron] z [el obey] = fe 4 eyel EPC) ‘e assim, 4 equagao diferencial fica EZ [srerty] =P Q¢@) [el Poiey] = 17 Q(2) ae faletrony] = [troaieyae of Paléay = [trmaaieyes ee ou, finalmente, fa) =e SPIE Uf ef PQ) da + q o ‘Vejamos agora um exemplo de aplicagio. Considere a equagio diferen- cial 9 aw et gu 6s" Nesta equagio, P(x) = 2 © Qa) = 62?. Entio, a) =e | [Pea] ‘Multiplicando « equagio diferencial por (2), temos 2 1. alone spcumraoncaoaintr rman oot Ys, oehy — ged BBs tye 0 lado esquerdo é, na verdade, lon) = 2+ u(02) © equagio diferencial fica Ate) <0 "d(z4y) = Go de [aen= [oan wyaatte ue)=24+5 que € a solugio da equagio diferencial inicial. Vejamos um outro exemplo Hustrativo, Considere a equacio diferencial wv dz + (Bey —Udy=0 (222) que pode ser colocada na forma dy dz 1 Say ‘que ¢ nio-linear em y. Bsta equagio também ndo ¢ exata, separivel ow ho- moginea. No entanto, como foi dito no inicio deste capitulo, ao definir a ‘equagao 2.2, quando uma equagio diferencial estd na forma da equagio 2.22, odemos interpretar que y = y(x) ou que = 2{y). Assim, vamos tenter esta, ‘tima interpretacio, ou seja, vamos escrever a equagiio como ‘on ainda como 24 Bquiodas aweanvoAl hiteines 88 0 é do tips ae = +Piy)s = Av) Bt Pe = ow 6 ume equacéo diferencial linear em 2, podendo wer reslvids mediante & iiangio de. equagia 2.21, com substibuggo de « por ye y por 2. O fator Integrante é A) = 0 [ [ Pda] -~[/()4] reegnd Hy) Multiplicando o fator integrante pela equaglo diferenciel, temos 18 tee vGtiveny Coma Bits <0 F +2007) obtemos ‘que é a solugdo da equagio diferencial 2.22. Vejamos uma classe especial de equagdes diferenciais que podem ser transformadas om equagées lineares. 54 2 sqUngbaesirnences oROWARI De Px ORD 2.5 Bquagdo de Bernoulli Definigéo 2.8. Uma equagéo diferencia! do farmo dy a in ‘2 Ss Peel = Qed (2) 4 chomode de oquagéo diferencial de Bercoull de gran ‘Um éxomplo do uma equagée diferencial de Bernoulli 6a equagto 24 when=2. Sena equagéo de Bernoul tivermos n= 0 ow n = 1, entéa a equagio & na verdade linear e pode ser resovida mediante algum dos métodos jd viston [Nos outros ensoe,« equseéo diferencia! 6 nfolinear e ela pode ser resolvida através do seguinte teorems: pois Ple) ‘Teorema 2.4. A oquagdo diferencial de Bernoulli nao-inear ay ae a H+ Play = Ue sendo n # 0 ou J, pode ser transformada numa epuagdo diferencial linear através da mudanga de variéveis que resulta numa equagéo diferencia! tinear em v 7. * A equagiodiferencal 0) ay Hoh + Piaf) = 9) conde /{y) 6 shgums fungio de y, pode ser transformada numa equagéo diferncial linear através da madanca de varidvels v= f(y), pols, & _ donde Bay a ex equagio fea 2, squigho ve seanoust Demonstragio. Primsiro, multiplicamas & equegSo diferenciel 2.28 por y ou seja, wt Pe = Qe) (238) Seu=yl, entiéo, eb equagio 2.25 fica ( ou, de forma equivalente, F + (1-mPe@w=(-n)Qte) Chamando Ale)=(1-n)P@) ela) = (Ln) Qa) temas B+ A Go= Que) ae 6 linear em. a ‘Como exemplo, vamos resolver a equagio diferencial 2.24, que 6 ‘Neste caso, n= 2, e entdo, devemos multiplicar a equagdo por y2, ou seja, + Pee = ae) ‘queé uma oquagio diferencial near. A equagdo diferencia de Bernoulli 6 um caso particular desta equagio. 58 2 SQUAGOES mirc ORDIVAIIS DE PRL ORD Sal nia Lembrando que v= y“, temos y = 4, ou sgje, = 1 ste Fasendo substitugio, Ramos com tat bi w= z we) = ate atti aque é« solugdo da equasfo difeencal de Bernall 2.24, iy aa oe ‘que esté na forma padido das equagées diferenciais lineares, com P(z) = Qle) = 4.0 fator integrante & lz) = exp [free] 2.6 Exercicios 2.1 Resolva as seguintes equagies diferenciais exatas: A“ » -o0(f (92429) de+(2e+y)dy=0 2 (In\zi) ! » wea) (ey 222) de + (+0) idgestl Multiplicando a equacio diferencial por este fator integrante, temos a Be ami (+1) cosrdr + 20senr d0 = 0 ‘as t= ! a Como sertdt— Deeds =0 a 9 = . (2ay ~3) de + (22 +4y) dy = 0 btemos y(t) =2 5 a ge) =1 {er Ores fee 8 (ev) = de 2(0) =3 ia seperdveis abel, 2.2 Resolve as eq a ar(s?-+1) det (p41) demo * ») woer+ordo=0 ) (+2) e+ vle+ say =0 a(-)=-3 4 re + cossec? dy = 0 u(h) =% 2.8 Mostre que equagio diferencial homogénes (Ae + By) de + (C2 + Dy) dy =0 é exata somente s0 B= C. 24 Mostre que as soguintes equagées diferenciais so homogineas e resol- 2) (2s? 4 20t-4 8) do (6? +2858 ») (e+ y)de—2dy=0 4 v8 du (uw) do =0 © Pode er Wil s traneormagio (a5) — Satta tala +0) = HES tER 58 2 ugar neural onoWhRAE DR RuearA oaDe e)at=0 se evancfors 4 (sr — By) ee + (ar — v) by = 0 ul) =4 (2 +08) at—astas a(t) =2 9 2.5 Resolve as soguintes equagées diferenciais por algum método estudado. Sian é gtr tee =cosd eo) sBayaaet a ra {Eon (0) =0 °) eee) dz +(e +1)dy=0 (0) = 4 26 Sey, ésolugéo de ay Fi + Pley= (0) e v2 6 solugio de an 28 1 squcgdae ovanancise owwnUns oe pains ONDE Brey = ase) rmostre que yi +p & solugio de + Play = Qule) + Oxle) Use o resultado do exercicio anterior para resolver 4 y= Deen + San! Fi ty =2eene + Sande A equagéio diferencial & = Ag yt + Be + cle) € chamada equagéo de Riccati. 8) Mostre que, se A(z) = 0, a equagio 6 linear, e se C(2) € uma equagéo de Bernoulli. 'b) Mostre que, se y: ¢ uma solugéo da equagéo de Riccati, a transfor magio a equagin appl vane reduz a equagio de Riccati a uma equagio linear em v, ¢) Resolva, usando o item b), 2 equagio (a)? +(22— ty sendo dada a solugéo ys(z) =1 Capitulo 3 Aplicagées de Equagoes Diferenciais de Primeira Ordem Este capttulo é dedicado a algumas aplicagées da teoria de equagBet diferenciais de 19 ordem vista no capitulo anterior, Felizmente, os proble- ‘mas fsicos reais, na sua maioria, podem ser descritos em termos de equa- ‘8es diferencias relativamente simples, endo em vista a variedade e apareate Complexidade da natureza, o que poderia sugerir que natureze. néo é tio complicada assim. Na verdade, né 6 que ainda nio desenvolvemos os modos ais simples de explicéla. Isto é particularmente verdade no cago de pro- blemas que envolvem equagies diferencisis de 18 ordem. Vamos iniciar com aqueles relacionados & Mecénica Clisica. 3.1 Mecfnica Classica ‘A Mecanica Cléssica, ou Newtoniana, & baseada nas trés leis de Newton, aque podem ser sintetizadas na 28 lei, que relaciona a forga F resultante que age sobre um certo corpo com a taxa de variacao do momentum linear = mi desse corpo, quando medidas num sistema de referéncia inercal, ou seja, -# Faq 1) Esta equagao por si s6 é uma equacio diferencial que pode ser bastante an 28 1 squcgdae ovanancise owwnUns oe pains ONDE Brey = ase) rmostre que yi +p & solugio de + Play = Qule) + Oxle) Use o resultado do exercicio anterior para resolver 4 y= Deen + San! Fi ty =2eene + Sande A equagéio diferencial & = Ag yt + Be + cle) € chamada equagéo de Riccati. 8) Mostre que, se A(z) = 0, a equagio 6 linear, e se C(2) € uma equagéo de Bernoulli. 'b) Mostre que, se y: ¢ uma solugéo da equagéo de Riccati, a transfor magio a equagin appl vane reduz a equagio de Riccati a uma equagio linear em v, ¢) Resolva, usando o item b), 2 equagio (a)? +(22— ty sendo dada a solugéo ys(z) =1 Capitulo 3 Aplicagées de Equagoes Diferenciais de Primeira Ordem Este capttulo é dedicado a algumas aplicagées da teoria de equagBet diferenciais de 19 ordem vista no capitulo anterior, Felizmente, os proble- ‘mas fsicos reais, na sua maioria, podem ser descritos em termos de equa- ‘8es diferencias relativamente simples, endo em vista a variedade e apareate Complexidade da natureza, o que poderia sugerir que natureze. néo é tio complicada assim. Na verdade, né 6 que ainda nio desenvolvemos os modos ais simples de explicéla. Isto é particularmente verdade no cago de pro- blemas que envolvem equagies diferencisis de 18 ordem. Vamos iniciar com aqueles relacionados & Mecénica Clisica. 3.1 Mecfnica Classica ‘A Mecanica Cléssica, ou Newtoniana, & baseada nas trés leis de Newton, aque podem ser sintetizadas na 28 lei, que relaciona a forga F resultante que age sobre um certo corpo com a taxa de variacao do momentum linear = mi desse corpo, quando medidas num sistema de referéncia inercal, ou seja, -# Faq 1) Esta equagao por si s6 é uma equacio diferencial que pode ser bastante @ 4 sotiangdas oe aude areaarctts D8 PRR ONDE leoe a | ds validade desae principio de conservagho, toda s Weoria da Mecdnica é da duids, Se néo sgem forges sabre um corpo, num referencia! inercial, entéo seu momentum linear € constante, @ esse corpo se move num movimento re tilineo uniforme, que é 0 que dia ® 1 lei de Newton. Quando hé uma forga resultante, o mavimenta do sistema € mais complicado, Vejames alguns casos Intereasantes. 3.1.1 Plano Inclinado ‘Umm dos movimentos mais simples que pode ser exaustivemente estudado €0 movimento de um corpo colocado num plano inclinado, como na figura 3.1. Inicialmente, vemos consiorar 0 plano inclinado sem atrit, e assim, as forgas {que agem sabre o corpo so & atregio grevitacional de Terra, que gera 0 seu peso P = mf, ¢ 0 reacéo normal 1¥ da superficie do plano inelinado. O plano incliaado tem uma inclinagio 0, e vamos considerar um sistema, de eixos zy 4s forma mostrads ns figure 3,1. Caleulemos 0 movimento do corpo. “, ‘> > x Figura 3.1: Um corpo num plano inclinado sem atrito, Podemos decompor o movimento do corpo nas dus diregies, x ¢ y. Na diregio y, observames que 0 corpo nio enéra nem flutua sobre o plano ineli- nado, Portanto, nessa direcio nao hé nenhum movimento, nio ha accleragio ce, assim, «forge resultante nessa diregio & mula, ou sea, 2 uacimes exisnea 63 Ry=0 ge ig-N Py-N=0 Ney N= Poosd N =mgcosd (8.2) [Na direpio «, hé wm movimento acelerado ¢ o corpo desce o plano. Ento, Re#0 Rea Pe Re=Psen8 Re = mgsen6 (33) ‘Agoro, vamos aplicar a 28 lei de Newton, equals 3.1 para © nosso exeo, ou seis, ee ee dps 4 ae, dm ET gm) = tt ae 'No nosso caso, a massa do corpo néo varia, ¢ entio, e dt reste apenas Be te a ae ‘A grandeaa # 6 definida como sendo a accleragéo oz do corpo e ela inede & taxa de variagdo da velocidade do corpo, ou seja, numa notagio vetorial af aS “ 1 seuevoberoerancte oomatovi ose ono Asm, doe Ba mae ‘que, reunids com 8 equacho 3.3, fornece Ps ee geen = mag og = gsen8 (4) © objeto desce o plano com uma aceleragio constante dada por ay'= ysen6. Quando @ = 0, o corpo fics parado na horizontal, © quando @ = §, 0 corpo cai em = livre. Vamos agora calcular a velocidade do corpo, lembrando que 05 = Hf, isto 6, dug FE = aeen0 Basta equacio pode ser integrada diretamente, pois g ¢ 9 sio constantes, ow sje, dug = gsen0 dt [Cave Lonee Us — Yay = gnen O(t — to) alt) = Vag + gsend (t— to) ‘onde vz, € fo So constantes de integragio, dadas pelas condigées iniciais do problema (em geral se faz fo = 0, sem perda de generalidade). Fazendo essa consideracéo, x velocidade do bloco fiea volt) = vey + 980n8t (3s) Lembrando que a velocidade é dada por ds we (a6) ‘8 posigdo do bloco pode ser obtida, pois se ats0amen exdssoe 6 de Gn Meet gens que também ¢ integrével, resultendo em dr = (vey +.98en04) dt [== [oatrmona conealt pe 1 2 B= 20+ tagl + Zosendt onde tp ¢ outra constante de integragéo, dando a posigio inicial do bloco. ‘Temos, assim, a descrigdo completa do movimento do corpo ao descer um plano inelinado sem atrito, ‘Vamos agora tornar @ situagio um pouco mais real, considerando umn plano inelinado com atrito, e com o corpo sujelto & resisténcia do ar, como nostra a figura’3.2. "Figura 8.2: Um corpo num plano inelinado com atrito e sujeto & resisténcia do ar Além do peso e da rea¢o normal do plano, 0 bloco esté sujeito a uma forga de atrito cinético de contato f, pois ele se arrasta sobre o plano, bem 85 2 arcacss ve sqUAGORS DireneNoas Dg patteA OMe como & ums forgs esuasds Delo strive com 0 sx, também chamada de re eiaténcis do ar %, que, fenomenologi pare velocidades baixes ¢ pore eorpoe pequencs, & proporcional & velocidad, podendo eer esctita como Raw @7 Além diego, também fenomenologicamente, sabes que o aitito cinétice de contato / & proporcional & reaglo normal entre 48 superfices, ou seja ', f= pan 68) ‘onde jy 6.0 coeficiente de atrito cinético que carecteriza as duas supertlcles ‘em contato. ‘Como ocorre no caso em que nfo hé atrito, na diragéo y néo existe movimento, ¢ 0 resultado ¢ a equagéo 3.2, No entanto, na diregao 2 a situagéo 4 diferente, Vamos montar a equagéo diferencial para essa diregio: fe= Ber fse dg mE = mgsend ~ peN ~ 70 Bota equagéo ¢ linear e separével, ¢ ela pode ser resolvida através de deg 1 mgaen= gu, ~ mt = ele ingaend — aN ye 1 He 7 lalmasen dpa ~ 00) e-, rm mgsend ~ pN — ye ‘ng sen — pe = hy mgsen 8 ~ j1gN — "We _ ing send = 14. — Yay mgsen8 — pg — ¥_ = (mg send ~ yyN ~ yep) Definindo uma constante de tempo r por = ™ * A equacio envolve apenas os médulo, pois a forga de atrito ea normal nia tn mesa ice. 2 seelytcn sme aig Beamos com We = mgsen 9 ~ yy. — (mgsen 9 — yy. ~ 7s) elt) = F(mpsend = pal) (1 = e-#) + vege (3.9) a expressio da velocidade ¢ mais complicada que no caso sem abrito, pois aparece uma fungéo exponencial, No entento, ela também é mais rien fica. mente, porque é possivel estudar vérios limites nesta equagéo, Por exemplo, ‘quando 0 tempo toma-se grande se comparedo a r, ou atja, quando £3> r, 0 que formalmente significa considerar lims.. ¥z(t), 0 termo exponencial, que seria e- = 0, so anula, e resta apenas 1 ‘u(t > 7) (mg sen 8 — j.N) = que € chamada velocidade limitee que, na verdade, uma constante. Portanto, transcorrido um certo tempo, o bloco desloca-se em um movimento retilines uniforme, limitedo pelo comprimento do plano incliaado, Na prética, apéa ‘algumas constantes de tempo 7, 0 blocojéalcanga.o MRW, pois o decaimento dda exponencial & bastante répido, Outros casos interessantes s80 diseutidos nos exercicios. .2 Movimentos Verticais Uma classe muito importante de movimentos que ocorremn na natureza, consiste em movimentos numa diregio perpendicular & superficie da ‘Terra, que so 05 movimentos verticais, como, por exemplo, a queda livre das gotas de chuva e 0 arremosso de projéteis, que em geral no ocorrem apenss na, diregio vertical, condo uma combinasio de dois movimentos independentes uum do outro: um movimento vertical e um horizontal, que podem ser estu- dados também de forma independente, Consideremos um movimento vertical de queda de um péra-quedista, que s0 inicia com velocidade nula (v9 = 0). © paéira-quedista esta sujeito & forga peso e A resisténcia do ar. No inicio da, queda, o péra-quedas esti fechado oa volocidade aumenta rapidamenta, pois 6 4 fotatodan 92 squsodee nuamoNe DEPaniRAA OfDE: ‘s cesigtinots. do ar 8 psssagem do péra-quediste & baixa, por esuss de forme geométrica deste. Neste caso, a retisttacis do ar & peoporsionsl A veloside- de. Quando o pére-quedss se abre, no tempo t/, 9 resisténcia do ar sumente bestante, também por esues ds sus forme geométries. Para este parte do ‘movimente, a resieténcia do ar pode sor coneiderada proporcionsl ao quae drado da velocidade. No tempo , hé ums mudanga no comportamento ds ‘resistncia do ar, e preciso separar o movimento em cuss partes ¢ analisé-las separadamente, A figura 8.3 ilustra a situagéo, 420 0 Heo Re- pd y Figura 9.3: Um péra-quadista em queda livre, Na primeira parte da queda, desde ty = 0 até t= 1’, resistineia do ar 6 dada por Raw Alem dessa forea, temos 0 peso do corpo, dado por P = mj. Assim, para esta parte do movimento, considerando o sistema de referéncia da figura ¢ lembrando que de ame 24 sackiton exisncn 69 quendo ® mease é constante ?, temos A= Psa Ry=mg—w Sf =me—m w= a-e8) ase (3.10) ‘A equagio 3.10 dia velocidade do péra-quedista antes de abrir 0 péra-quedas. Se o péra-quedas nfo funcionar, o para-quedista chegerd ao solo com uma velocidade me we 00) = ‘que pode ser bastante grande, porque'y para o para-quedista é pequeno devido ‘sua geometria, o que pode nfo Ihe ser muito sauddvel. Vejamos agora a 2 parte do movimento, que ocorre apés o tempo t! de abertura do péra-quedas. Neste caso, a resultante das forgas & * A massa 6 » massa total, péra-quelsta + pdre-quedas 70 1 ervepber De eeuAgbesoxrenawov toe paneerA exam HaPsh Ry = mg - Po” mn = my — po" ke aie at Lama que 6 resolvida através de fragSes parciais ®, ¢ 0 resultado & + A decomposigio & s seguinte: 1 1 ing= BH FFmg Bom i AyB v+ Aymg + BYB v— Bymy a _ AF BVI 4 (A~ BG - oF mg ie s polindmios tim que se gals, logo, =e (A+ B)VB v= 0% A= -B (A-B)ymg=1 == ing BF 2 sachsen esse 1 [yBu- vagy” _t-¢ “aaa! ervey” uf VE os) ta [et ses } Bo vias | VE w— yin, [Been [vee va VB vs fing) VE 0 — Jim VBu~ yg _ [vid - Bt fed) fn VB ur ves ~ VEU Definindo -(% ont a a tems sae. (Se they ira [Paal* onan (o+a)[Sae]enen © termo entre colchetes pode ser representado por T ¢ assim, v-a=P(v+a)ere-" mam ipa el eens Bh kipp ok a Lastname [aaa « +m aggL gain + vem ~ Jgin(v8 e~ vara] wo ies so Ba ~ 37s om ate wa n 2 4 Anucigo2t a2 Sou. 90m preaaos oe Pate OND ofp Pert) waft ree] ¢, finalmente, temos ¢2¢) (a) Ns expressio 8.11, vemos que a velocidade terminal apés a sbertura do pérae ‘quedas & v(t + 00) = a= que 6 razoavelmente pequens, pois pera o péra-quedas aberto & grande, © ‘que diminuio valor da fraglo *. Com essa velocidade, o péra-quedista chegard ‘em seguranca a0 solo. Na prética, o tempo que decorre desde a aberture do péra-quedas até ele alcangar a velocidade terminal & razcavelmente cuto. Base tipo de fendmeno também ocorre com 6 gotes de chuva. Elas atingem sua velocidade terminal rapidamente, pois, do contrétio, provocariam grandes estragos e ecidentes 20 cair no solo. 3.1.3 Movimento de Foguetes Ocstudo do movimento de foguetes é extremamente relevante, de varios pontos de vista. Fisicamente, o interesse esté no fato de que, para se movimen- tar, 0 foguete expele para trés do si, pela cauda, os gases gerados pela queima de combustivel, 0 que, por sua ver, faz com que o foguete seja impulsionado para frente, por meio de agéo ¢ reago. Além disso, & massa do foguete vari nnesse processo, pois parte da massa é ejetada na forma de gases. Trata-se de tum sistema de massa varidvel, e portanto, o seu estudo deve levar isso em ‘conta, Vamos considerar inicialmente um foguete no espago, sem influéncias externas, no sentido de que sobre ele nfo agem forcas externas. Nosso sistema, neste ca80, 6 0 foguete e os gases que ele expele, vistos a partir de um sistema. inercial, como na figura 3.4 4 Além do fato do quo.e toma a raie quedrads da fag 2 stecics endo ke Fuso wt dy 3 S Se SI ia msdn (in <0) Figura 3.4: Um foguete se movendo no espaga, livre de forgas externas, Na figura 94, temos duassituagGes, uma no tempo ¢ e outra no tempo {+ dt posterior. A velocidade do foguete em relagdo ao sistema inercial no tempo t é v, © sua massa 6 m. O foguete expele uma certa quentidade de massa dm, onde dm < 0 (por convensio), sua velocidade aumenta para um valor v + dv, e & massa dimimui para uma quantidade m + dm, Os gases so expelides com uma velocidade u em relagéo ao foguete e, em relaglo a0 sistema inercial, a velocidade dos gases é v =v — u. Como o sistema foguete + gnses ejetades até livre de forgas externas, temcs, pela 28 lei de Newton, equagio 3.1, ou seja, 0 momento linear desse sistema ¢ constante. Orientando um eixo nna mesma diregio e sentido do movimento do foguete, podemos escrever os valores dos momentos para os tempos ¢ e t + dt. Para o tempo t, temos, simplesmnente,, P(t) = mv Para o tempo t+ dt, 0 momento é a soma dos momentos do foguete ¢ da massa de gas expelida, ou seja, % 4 Aruicécbes x nquNG0S DUEREIGI OF PnLUERA ORD (Grn dral(v + av) + (v ~ u)(—din) ry + ani + sd + di dy = ween + ui pit + di) = mu + mdo-+ udm + drado ‘Como ¢ momento & constante, o momento no tempo t deve ser igual a0 mo- ‘mento no tempo t + dé, vit) = wlt +a) ‘my = my + mdv + udm + drm cy mdv = —udim ~ dm dv ‘Na equagio acima, © produto dmdv é muito menor do que os outros por- ue ele € o produto do dois valores infinitesimais e pode ser desprezado em comparagéo com os outros. Assim, obtemos mdy udm (3.12) ‘A equagio 3.12 & uma equagio diferencial e nos fornece varios resultados interessantes. Primeiro, considerando que a velocidade w dos gases expelidos @ constante, pocemos integrar a equagio para obter a velocidade, ou seja, vam +ain[™] (213) ‘Da equagio acima, percebe-se que a velocidade esta limitada basicamente pola raado mo/m. Por este mativo, 08 foguetes slo consruldos em extgio, de forma que, apés acabar o combustivel de um estdgio, este € liberado, a. rassa total do foguot diminui (ver exercicio 3.18) ea velocidade final pode ter bem maior. Outro resultado da equa 8.12 pode ser obtido mediante a divséo da cequagdo por ds 2, aeohwcn dso 15 a ob Como & scsleragdo & dade por c= $f temos for interpretado como sendo uma forga: Na verdade, esta € a forca que oe gases exercem sobre o foguete, chamada empuzo do motor do foguete, ou seja, 18 facil verificar que, se considerarmos apenas o foguete como sistems, sem os os, esta a forgs externa que age sobre ele. A grandexa ane @ chamada taza de consumo de combustivel, ‘Vamos agora considetar um foguete aujeito & agio da gravidade, quando ‘est4 decolando, como na figure 3.5. ie Fl! | ave Figura 3.5: Um foguete na decolagem, sujeito & forge da gravidade. 2: APcagtes os squagbes DERBI Dr panies 0200 no esté isolado © Neste caso, © sultante das forese peso do foguate: items foguate + geaos ox dp Pot = i Fag dt = dp © valor de dp 6 obtido dos resultados extraidos pare 0 caso anterior, ou seja, Poxi dt = a(t + dt) — pft) ns Fog dt = mv-+ mdv + udm + Gado —mv ~mgdé = mdv + udm dy dm aig = mB 4 dt dt ‘Essa equagio pode ser reescrita como we z dy (3.14) eo resultado é wom oft to) ut] j ‘Quando o foguete parte do repouso, podemos fazer 1) = 0, Tambéim é permi- | ‘ido tomar ty = 0 como sendo o tempo inicial do movimento. Entio, u(t) = -at + unl BE (3.15) © a equagiio 3.15 fornece a velocidaile do foguete. Essa expresso é uma apro- ximagéo, pois ndo consideramos a variagdo de g com a altura, Além disso, 2 weokvten deen Cd dependendo do valor de velosidede dos gases t, » expressio acim pode sex regativa, eo fogusie nfo decols até consumir ime parte do combustvel as forma. que rexdo entre as messes numente, Ne. verdade, o8 foguetes ao cone. truldos de mansira a nfo permitir que iar corr, e ees partem easim que 2 taxa de qusima de combustivel tinge seu valor pleno, o-que ocorse muito rapidamenia. ‘A equagéo 3.14 pode ser reescrita em termos apenas de massa, com = rotirada da dependéncia temporal, se considerarmes que « taxa de queima de ‘combustivel é uma constante, ou seja, dn a= 16) ‘que pode ser expressa como dt = , que, substituida na equacko 3.14, result Ekg = ms = 99 Somme) +o ia{ 8] CConsderando gue o foguete parte do repouso,temat ¥(rm) = Z¢m~ mo) +uln [| (a7) A altura que 0 foguete alcanca ¢ obtida através da integraggo da equagio 3.17, que é feita no exercfeio 3.15, mediante a wtilizacéo da equagio 3.16 e sua resolugio quando a é uma constante, isto - dm dm= ade isi 8 4 APLICAgOSS Ds 2OUAQSE DPERENCAIS DE PravemA ORE sm — tay = a mam - at (18) en altura é dada por ~ w+ Bin[ 2] G9) que também é uma. aproximagio, pois g diminui com e alture, e 0 foguete pode atingir alturas maiores do que as dadas por esta equagéo. 3.2 Eletromagnetismo Os circuitos elétricos so formados por componentes elétrices ou ele- trénicos, cujos exemplos sio os resistores, capacitores, indutores, ete. Alguns estes podem ser estudados por meio de equagées diferenciais de 18 ordem, ‘a0 passo que outros geram equagées diferenciais de 2# ordem. Por enquanto, ‘Yamos nos concentrar nos circuitos mais simples, que so os cizcuitos RC e RL em strie. Nesses circuits, 0 resistor ¢ representado por sua resisténcia FR, 0 capacitor, por sua capacitincia C, eo indutor, por sua induténcia L. ‘Cada uma dessas grandezas tem uma relagio com & carga q ou a corrente i que atravessa o elemento e com a diferenga de potencial V a que ele esté submetido, como mostram as equages (3.20) (3.21) (3.22) Alm disso, sabemos que a corrente i mede a quantidade de cargas que fluem por unidade de tempo, e assim, dg ing (3.23) De posse destas expressies, podemos escrever as equagdes que descre- ‘vem 08 circuitos simples. Vamos comegar com o cireuito RO. 3. mteraouowrano 3.2.1 Cireuito RC ‘uu cireuito RC em série ¢ composto por um resistor Re um eapect ©. A fangéo bésies de um capacitor ¢ acumular cargas, até um certo valo ‘méximo que depende de cada capacitor. No caso doe resistores, sus principal fangéo € dissipar energie, em geral ns forme, de calor, @ ser utilizeda pe- 8 alguin outro fim, como num chuveiro eléirico, por exemplo. A figure. 2.6 presente um diagrama desse circuito, k ¥ = [2 i, Figura 3.6: Un sceito RC ea see Os resistores slo representados por uma linha terrilhada, os capeti- tores, por duas placas paralelas de mesino tamanko, apesar de o capacitor poder ter qualquer forma geométrica. Fontes de tensio sio representadas por ‘uae placas paralelas ce tamnanhos diferentes, e a placa maior, por convengi, € a positiva, Blas servem para “fornecer” energia aos elétrons, para que eles ossam se movimentar e gerar uma corrente elétrica. Inicialmente, o circuito esté desligado, e as placss do capacitor néo tm nenhuma carga liquida, ou seja, 0 mimero de cargas positivas (os prétons dos niileos atdiicas) & igual ao niimero de cargas negativas (os elétrons) em cada uma das placas, e vamnos considera que existem 10 cargas de cada (10 elétrons ¢~ e 10 protons p*) ®, A forga elétrica entre cargas de mesmo siual & repulsiva, enquanto que entre sinais opostos ela 6 atrativa. Além disso, as pr6tons néo so méveis, apenas os létrons. Assim, antes do circuito ser ligado, as foress repulsvas exercidas po * © mimero ral 6 muito maior do que iso, da erdem de 10%, 4 apticegbas na 2quigdes BPERENCIAS De onaueina CADE 2iicona de ume place sabreas eléirons dis outra so conlcabalancedas pales nose strathes gavaces polos prévons ce placa sabre cs elstcons da segunds, pois 0 niimaro de cargas positives € igual zo de cargas nogativas © mesma balengo de forges ococre para. os protons, ¢ 9 total liquide geval 6 uma resultente nula. No tempo te = 0, 0 coniato & cnlocado no ponto A. Quando isso ovorre, a fonte de tensSo Vy transfere energie. pare os eléirons. ‘Vamos considerar que um elétron de cada vex teeeba uma certe. quantidade de energia da fonte e vain pela placa negativa da fonte (os elétzons 36 podem sair por esse lado). O elétron passa pelo resistor, onde perde uma parcels de energie, © chega 2 placa esquerda do capacitor, que adquire uma carga nogotive, como indicado na figura. A carga liquida da placa esquerda agora 6 de -le, onde e é © médulo da carga do elétron ®, pois existem 11 elétrons © 10 protons. Rsto clétron extra da placa eaquerda age sobre os clétrons e prétons da cutra placa, agora néio hé uma compensagio total das forgas, porque existe wim elétron a mais do que o niimero de prétons. Hé uma forge resultante repulsiva que “empurra” os elétrons da outra placa. Além disso, a fonte de tenso, que perdeu ume”, ficou positivamente carregada e passa 4 atrair os elétrons da placa direita do capacitor. Estes efeitos combinados fam com. que vin dos elétrons da placa da direita v4 para a fonte de tensio, © 0 resultado & que a placa da direita do capacitor fica positiva, com uma ‘carga +1¢, @ @ outra placa, negativa, com uma carga —Le, sendo que a fonte de tensio niio perde nem gana cargas. O fato de que o capacitor agora tem cargas gera um campo elétrico entre suas placas, ¢ ewe campo elétrico cause, uma diferenca de potencial entre elas. Essa diferencu de potencial tem sinal poste ao sinal da fonte de tensio. A fonte de tensio agora dé energia para outro olétron. Esse elétrou pas sa no resistor, perde um poueo da energia ¢ se aproxitna do capacitor. No centanto, age agora sobre o elétron uma forga repulsiva causada pelo elétron extra do ciclo anterior. Além disso, na placa positiva os protons estao em maior mimero e eles atraem 05 seus elétrons com mais forga, Assim, 6 mais dificil para 0 22 elétron chogar ao capacitor. Quando ele chega, 0 processo continua, e a diferenga de potencial no capacitor fica um pouco maior, bem como a carga em cada uma das placas, A medida que o proceso se desen- volve, fica cada vez mais dificil para o elétron chegar ao capacitor, até ane, ‘quando a carga é tal que a diferenga de potencial entre as placas ¢ —Vp, 0 ‘movimento cessa, e 0 capacitor esté completamente earregado. Esta é a des- © Para valores unmévios, wer apéadion A. ss suernounanari g fisice. qualitative do processo de eargn do um expect faser ume desctigio quantitative. Para iam, esosevernaa s lei das saalhae pore cireuito scims, quands 0 contato & colocada em A, lembeando que 0 sentitio sonvencional pars & eorrente # 0 oposic ao do movimento dee eldtrons. Assim, 8 quades de potoncial shravés do circulto dio Yi -Va~ Ve 4 Rat = a-Ri-Lmo Lembrando que i= #, temos ou a(t) = CVo[1 ~ ee] (3.24)

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