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  • 3 Contos de Amora Natalia Poletto PDF

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    | acompanha inteessado os likes e os comentitios das fo- tos da mie estropiada na cama do hospital Na tergafer, antes de chegar ao curso de espanol, (Clara passaré em fente 20 estacionamento eouvrko seu Gentil perguntaralguma cosa sobre Fernanda, Ela vires Ponder que Fernanda esti bem e logo, logo volta ativa, 0 homem diré que sente muito pela mie de Car, que uma mulher muito boa e trabalhadora. Clara nie en tenders, pois sabe que o homem no conhece sua mie ¢ também porque nfo hs naa de erado com ele depois de cinco passos se daré conta de que ele fla de Ferman. 4, Entio Clara vai pensar pela primeira vex na idade de Femanda enum cilculo simples veré que a hipstese do Jhomem nao ¢ descabida, mas fcaréirritada por ser tio redutora. Ela subiri para a aula de espanhol no déimo andi, mas nessa tarde, no aprender cosa alguma, Nes sa mesma terga firs, Rafel perguntard para a mie como ‘seria partir daquele momento ese a Clara itd mora com cles, Femanda demoraré em tar algum sentido daquil, «ele tentaréexpicar dizendo a Clara, mie, sua namorada, com uma naturalidade anormal Aretha Franklin comeyard 8 cantar what you wan, babe, Igo. What you need, jou know 1 got. All ask you is forlite, enquantoo nome de (Cara piscaréna tela quebrada do celular ‘Usa meias compridas até os joclhos porque, mesmo no verio, tom os pés fos. Senta na beirada da cama e vai desenrolando as ‘meas: panturilha, canes, torozelo e para. Volta se endiritar A barsiga impede que se dabre sobre si. Respirafundo,estica bem os bragos e termina, Dobra as meas e as coloca embaixo do travessir, Sio apenas para dormir: Marla nio & doce, mas, olhando da ‘outra metade da cama, ndo consigo no ama, vai Marla até cozinha eeu jfimagino que em pow «cotempo, vou ser acordada pelo barulho de metaisbatend, sgavetas endo empurradas ou por um assovio de cansao ve. Tha que jiniosabemosa letra. Eu iro para o lado dajanela ainda com as festasescuras, porque & muito, muito cedo, fecho os olhos esorie,Osruldos comegam. Ela nia faz por _mal, 56 ndo tem sléncio nas mos. A porta be do fundo do nosso espago,comego a ouvira melodia, Sempre ames- ma. Eme pergunto que misica essa, Acho que 6a nosss. Agora sei que em breve tere quefingirum sono pro- undo, porque ela vai voltar para a cama com cafés e pies «se ela achou tempo, uma flor desenhada no guardana- po, Mailia gosta de carrinhos de controle remoto, pren- dedores de roupas,saias com bolsose plantas. Nunca vai arrancar uma flo. Por isso, desena. ‘A porta abe, Maria senta na cama sem a bandeja, El toca a minha perma e eu finjo despertar. As frestas da jane j luminadas recriam seus contornos. Eu pego a sa mio inguietae, antes de abrir os olhos, pereebo que ‘no vai bem. Pergunto o que ela tem. Ela me diz que est esquecida. Fu replico que estamos. la me olha triste ¢ diz que fer o café sem o pé e queimou os pes na torra- ira, Eu desalinho a testa num no entendimento e ela repete que fer café sem 0 pé que deixou s6 a 4guafer- vendo na moca e que, 20 servir apenas gua nas xicaras, ficou um minuto parada sem entender, por iss, 0s ples ‘queimaram na torradeira, Ela me diz que esti velha ees- {quecida, Eu digo que somos velhas esquecidas Cho pata os cabelos dels, agora sobre o meu ven- tre, Ela deita de lado e pede para que eu Ihe cubra os és, apenas os pés. Pede também que eu abra a janela. By estco minhas costase bragos até a cordinha da per- siana e a luz nos revela: minhas mios manchadas so- bre os cabelos brancos dela. Hé quantos anos, Marlia? HA quanto tempo esse ritual das manhis de domingo? Penso, mas nio digo nada. Parece que Maria chora. Se

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