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in)su A O (in)sustentavel peso do aval em livranga em branco estado Sci 7 Prestae Bor Socio de sociedade para garantia de crédito bancario revolving” PROF, DOUTOR MANUEL JANUARIO DA COSTA GOMES Semin : igi 4 firndamentagio de dieito constante do AUJ 4/2013. 5, ee a rarco incorpora jd uma vinculasdo cambidria? 4. A tipicidade ivmanga ‘0 com aval incorporado no amibito da concessao de crédito bancério. 5.A desvinculagéo ad nutum por deninca, a desvinculagio por resolugdo € a revogasao da autorizasao de preenchimento, 6.A tutela do banco-credor. 7. O paradoxo da soluséo do AU]. 1, Introdu¢io” LO ST) através do AUJ 4/2013', decidiu fixar jurisprudéncia no seguinte sentido: Tendo 0 aval sido prestado de forma inestrita ¢ ilimitada, mao & admissivel a sua ‘bcio de uma sociedade a favor de quem aquele foi prestado, demincia por parte do avalista, ainda que, entretanto, venha a ceder a sua par- em contrato em que a mesina é interessada, ticipasao social na sociedade avalizada. * Estudo publicado na revista “Cadernos de Direito Privado”, n.° 43 (2013). * Abreviaturas mais utilizadas: Ac.=Acérdio; ‘AUJ=Acérdio de Uniformizagio de Jurispe déncias BancaBTC=Banca, Borsa ¢ Titoli di Credito; CC=Cédigo Civil; DBMF=Diritto della Banca e del Mercato Finanziario; DJ=Direito e Justia; DSR =Direito das Sociedades em Revista; ED=Enciclopedia del Diritto; LUC=L¢i Uniforme relativa ao Cheque; LULL=Lei Uniforme con matéria de Letras ¢ Livrangas; RC=Relacio de Coimbra; RDCom=Rivista di Diritto Commerciale e di Diritto Generale delle Obbligazions RL=Relacio de Lisboa; RLJ=Revista de Legislagio ¢ de Jurisprudéncia; RP=Relagio do Porto; RS=Rivista delle Societas RIDPC=Rivista Trimestrale di Diritto e Procedura Civile; STJ=Supremo ‘Tribunal de Justiga. 1 Publicado no D.Ra 1" Série, n° 14, de 21 01.2013. © AUJ, tirado em 11.12.2012, tem como relator Gabriel Catarno- Cademos O Dineito 9 (2019), 15-39 14 Manuel Jamusrio da Costa € Somes 19 fez bem acoritios do STJ relativamente aos quais 6 py estarem verificados Os pressupostos da unin com mint Voto de vencido, neste part; orm, nos debrugarmos sobre a bondade doa estavam em (mais) direto conf, Uy, 6rdio-fundamento, ¢ 9 Acst Pensamos que 0 04 Em “confionto” estavam ncenden ainda qu antes de rio das segdes civeis © Zo de jurispradéncia, Parece-nos importante, nebrdios que 12.2008", como ac dot. No Ac. ST] 02.12.21 presente a seguinte factualidade: uma socig Gade recorrera ao crédito bancirio, mis Cone amente a uma abertura qj crédito revolving, tendo o contrato de crédito sido celebrado por seis ese, sntamaticamiente renovado por iguais periodos de tempo, salvo dentincia Ma qualquer das partes com a antecedéneiat minima de tinta dias relativamente ag fim do prazo inicial ou de alguma das suas prorrogagdes. Por ocasizo da cele. crédito, em 1996, a sociedade subscrevera uma livranga a sociedade. Em 2001, um dos sécios que avalista cedeu a quota que tinha na yermos sumariamente os coneretamente o Ae, ST] 02. cgrdio recort 5.2011, come 2.2008 estave bragio do contrato de em branco, avalizada pelos sdcios d subscrevera a livranga em branco como sociedade e renunciou a geréneia da mesma, tendo, nesse mesmo ano, remetido ao banco carta registada com aviso de recegio, solicitando que “(...) 0 me aval, bem como o da minha esposa, sejam retirados nas livrangas da firma ( y Quarto anos volvidos (em 2005), 0 banco comunica ao ex-sdcio € exegerente da sociedade que resolvera 0 contrato de crédito celebrado com a socied ie ando o preenchimento da livranga com os montantes da respon mais comuni cabilidade da sociedade e dos avalistas. _ OAc. STJ 02.12.2008, proferido, a final, na sequéncia de oposi¢io 4 exe dio por pate do ex-so «ex-ante da sociedade, apés varias consideragSe sobre a gus do aa eda denna decidiu, sustentado, em particul : scensio, que a letra em branco nfo te i ne lan vendo aceitado coma villda”' denineia do aval até so:mom amd spreenehie mento do preenchi- mento do titulo”. ? Referima-oot 20 yoo de vencido de Paulo Si, para quem ni co” entre 0 acérdio recorrido ¢ o acérdio-fund. no existe “ui “4 fundamento, im quadro factual mesma “apenas porque em ambos os casos se pretendew Neat entando que a questio nao é cia,com a comnicato 20 tomador do facto de se ter deixado de son sue © ficdcia de d ofa Processo n.° 08A3600, in unudgsi,pt, em que foi relator Paul de ser sécio da firm, weade™ e Garcia Calejo. 0 Si, endo adjacent « proceso 5903/09.34TVLSB.LLSI, in wnudesipt, cm que foi rt 05 Mario Cruz i relator Gabri riel Catarin arino, sendo adjuntos Sebastido Pévoas ¢ Moreira Alves. Cadernos O Direito 9 (2014), 13-39 Para garantia de um emptéstimo banciic eee ee ots 05.2011 2006, ext entegon ao erie barn coneedouma Sociedade em dhe «coma ana de anes em branco subi pea soe im ano volvid a 235% do capital iter om dos sécios cedeu as quotas correspondentes Tes capil soil 2 un terri, tendo, nes equi esr ao banc Gancio de 2008) slicando que reine o seu al das operas Santi le crédito que estavam em renovacio®. O banco nao consi bci Obs nsiderou a carta do ex-sécio e preencheu as livrangas em 2009, sendo que os contratos de crédito tetio sido objeto de renovacio no periodo de tempo que mediou entre a data da carta de desvinculagio do ex-sécio e a do preenchimento das livrangas por parte do banco®, por nio ter 5 Processo 830121, in wuw.dgsi.pt, em que foi relator Oliveira Barros, nio contendo a pigina a indicagio dos adjuntos. 6 Processo 03B2060, in wwwdgsi.pt, em que foi relator Oliveira Barros, sendo adjuntos Salvador da Costa e Ferreira de Sousa. 7 Processo 10143/2007-2, in wuurdgsi.pt, em que foi relator Esagi Maria José Mouro e Neto Neves. ® Outros aspetos relevantes, em termos di do Ac. STJ 10.05.2011 ¢ ao texto do Ac. sunmuedgsi pt, em que foi relator Manuel Marques ¢ adjuntos Pedro Brighton ¢ Anabel revogado por aquele. | ; 6 i conclusio que retiramos do texto do Ac. RL 40.11.2010, que nio do texto do Ac. ST] 10.05.2011, quando & referido que 0 prazo de reembolso convencionado para os crédito fo de 180 e de 90 dias. Ora, como a carta de Gesvinculagio (na qual o socio refere que as Tinhas de crédito estavam a ser ‘enovadas) & de Janeiro de 2008 ¢ a data de vencuitt 10 aposta mas édito est! s )é i 10 ata de acti pei rf é 1009, infere-se — ins é - is dito terio sid li we 28.08.2009, i indirectamente, é certo ~ que as linhas de crédito (© ivrangas € 28.08.2009, renovadas. iy Martins, sendo adjuntos le factualidade, podem ser vistos em consulta 20 texto RL 30.11.2010 (Processo 5903/09.4TVESB.L1-1, in la Calafate), efetivamente Cadenios O Direto 9 (2019), 1-39 16 Manuel Janudrio da Costa Gomes havido dentincia por qualquer das partes nesses contratos, conforme admiva 4 jsula 5.4 das condigdes gerais. discussio a efi fcia liberatéria , da carta do ex-s6cio, ¢ a sua natureza, em fangio das especificas ‘de ser objeto de deninci — relativamente aos avales PFES dirigida a sociedade, © STJ, designadamente na caracteris~ chi Estando em . ndo obstante uma per- que sustenta uma cera Por parte do scio garante que ced © Ge lea Sua Quota — a a = ge £. 0 nosso entender, algo misturada a demincia do aval cambiirio ae = © completo com a deniincia do acordo tendente ao preenchimento do tro. constam, é certo, do “nove” , rolina Cunha — faculdade de desvinculagio unilateral reid Nido deixa de ser curioso, se nio mesmo sintomitico, o facto de nio encontrarmos no AUJ 4/2013 uma dinica referencia ao artigo 10° da LULL, dispositive que, podemos dizé-lo, “avaliza” — mas nio em branco — a validade Ga letra em branco €, por remissio do artigo 77.° do mesmo diploma, também da livranga em branco”™. De resto, as referencias que, no ponte IL.B.2 do AUJ surgem ao titulo em branco € ao acordo de preenchimento nio tém continuagio no ponto IL.B.3, ue, como se disse, reproduz 0 ponto II.B.2 do Ac. STJ 10.05.2011, sendo que no tinham j4 suporte no ponto IL.B.1, também reproduzido do Ac. STJ 10.05.2011. Fica mesmo o intérprete com a sensagio — que ja tivera ao ler 0 Ac. STJ 40.05.2011, mas agora minorada, atento 0 “novo” ponto II.B.2 - de aus 0 AUJ 4/2013 nio se tera fixado plenamente no a ie coor < guente com as factualidades subjacentes quer ao acérdao rec acérdéo-fundamento. Se nao vejamos: 2 ¢ Conaisn, Ligies de direito comercial, I~ 1a de cimbio, Universidade de Coim- F 6 i Letra ‘io, Univers! o ireito comercial, 1 ; 0, Univ ql \ ‘ Oy wr Ou ves¥8 ASC sho, Direito comercial, 111. Titulos de erédito, sboa, 1992, 112 ss 75,1 svi 2 1975, 13 Cademos O Direito 9 (2014), 13-39 18, J Manuel Januério da Costa Gomes AU] di id: ge do aval ), 0 AUJ dis- e finalida’ cipios ue enformam cone ene WB (Natureza, fungae 5 prin Ji 4 os fel avi | cambiario, as suas caracteristicas © no sobre 4 delinarageo itulos de crédito e os negocios cambidrios, bem ©” face 4 fianga. Contudo, como se disse, relativamente 4s sit Prestados por sécios, maxime de sociedades por quotas, hho Ambito e para garantia de operagdes de crédito reveleint rente, ndo encontramos alusdes. al (i) No ILB2 “Indeterminabilidade do negocio juridice bie “trabalha” com o AUJ 4/2011", relativo 4 questio da determinacao pilidade ao aval. uagdes P* em liv ou em conta-cor- )", 0 AUJ /determi- nabilidade na fianga, questionando a sua aplical O AU) cita e reproduz Carolina Cunha, autora que, come disse, su atribuigao ao sécio subscritor de livranga em branco, em determinadas circuns- tincias, da faculdade de desvinculagao unilateral do ‘cordo de preenchimento. E certo que o AU} faz algumas referéncias ao titulo em branco mas nunca se demarca claramente daquela que, se bem vemos, constitui uma perspetiva inquinada: a de que o titulo em branco ja incorpora vinculagdes cambiarias € a de que o chamado avalista em branco é ja — antes do preenchimento do titulo — um obrigado cambiirio e o dito aval uma vincula¢ao cambiaria, Ora, como bem refere Cassiano dos Santos", a distingio entre aval € vinculagio para aval em titulo em branco “é fundamental e nao pode ser desvalorizada”. Isso mesmo é demonstrado por varias passagens do aresto, destacando-se 0 primeiro pardgrafo do ponto II.B.2 imediatamente subsequente a citagio do Fensamento de Carolina Cunha. Depois de transcrever uma passagemn ema que Pemfora defende que, em determinadas situagdes de financiamento bancario, a cessagdio da qualidade de sécio pode implicar a inexigibilidade em permanecer yvinculado como garante no quadro de um aval prestado em titulo em branco, 0 AUJ avanga logo com a afirmagao, de que a“razoabilidade ou plausibilidade” de tal solugio “pode conflituar, em primeiro lugar, com a propria natureza do se, sustenta a aval, incondicional € irrestrito”. Se bem lemos & vemos, 0 STJ diz-nos, paradoxalmente, algo como © seguinte: a admisibilidade de desvinculasao por parte de sécio avalista de titulo em branco conflitua com a natureza do aval em titulo completo, Se esta crua interpretagao 1» Cem comentirio a este Aconlio,0 nosso O mandamento da detenninabi i eo AU] n.* 4/2001, in “Estudos de Direito das Garantias”, I, Almedina Cai fia me 1 Ge. Cassiano Dos SANTOS, Ava, Henan ert ranco e denincia ow resohugao de nbra, 2004, 109 ss. ‘ao Aebriio de Unifornizacio ae Jurisprudéncia do SJ de 11.012.2012, in RE eae in RLJ ano . (2.2 cohuna). MW sustentével peso *vel peso do aval em livranga em brane prestado por séio... 19 da posicio do ST] estive | nio este) | * correta (endo que e se pode dizer & labilidade por p: a), © menos qu vinculagio ou desvineul situagio juridiea estava sub juice. admitimos, humildemente, que o AU) finda a ne arte do ex. ‘nbiirio em titulo com que 6 u Gio da des- -sécio na pressuposicio duma pleto = que nio era — aval ¢: aqquela que E certo que, como ji dissemos, no ponto 1.B.2 especificidade do aval prestado em titulo de erednae argumentos contra a suscetibilid esses cua andilise fazemos infial®, (iit) No ponto 11.3.3. — que, Ac. STJ 10.05.2011 = 6 AU}, b dentincia, dedica-se tratua © STJ parece descer A crédito incompleto para apresentar ade de desvinculagio do ex-s6cio, argamentos COMO se disse j4, reproduz o ponto I.B.2 do . ascado em douta doutrina relativa & figura da a demonstragio de que esta figura - tipica das relagdes con- s duradour, : ~ hho pode ser aplicada no quadro de uma figura unifateral como & 0 aval cambiirio, Isto sign ca que, nO ponto ILB.3, o AUJ volta a esquecer-se da matéria que, de algum modo,“enxertara”, com manifesta instabilidade, no ponto 1.82: ade que as factualidades subjacentes respeitam no a um wal aposto em titulo completo mas, antes, a um aval aposto em titulo em branco ¢ ao facto de estar em causa a “denunciabilidade” ou a faculdade de desvinculagio unilateral fice ao acordo de preenchimento. Ou seja a questio € colocada pelas factualidades do ac6rdio-fundamento e do acérdao recorrido relativamente a uma realidade contratual pré-preenchi- mento do titulo — pré-cambidria — mas 0 ST] resolve-a como se 0 titulo estivesse e jac mbiirio™, Tustra-se com a seguinte passagem completo e o aval fo ‘i 17, retirada de 11.B.3'7: . / ; “Em nosso juizo, ¢ salvo o devido respeito, niio se constituindo © aval como um acordo entre o avalista e 0 aval izado, ou o tomador um contrato, Ou se): iS L : . do titulo cambiario, nto podera desligar-se do vinculo que constituiu mediante ' a {ci os} or ci rado uma declaragio de vontade (recepticia) devendo responder como obrigad cambiario”. E ainda, no mesmo ponto I1.B.3: 5 Cf. infra, ponto 5. de mina uniform: » infra, > a tas ¢ aul: eguivowes de i de jut 6 GF Canonina Cuntia, Cessio de quotas @ ani: CIENT oat: eamnbérnt CASSIANO DOS 5 5, vol. 9 (2013), 91 55., com alusio aos io - a colana) se refers sIt, ano 5, vol. Bnd ssolucdo de vinculagd 3s DSR ivranga em Branco ¢ desiincia ou re solugao de vincuin Sanros, Aw Lert sdeixado na somibra” a verdadeira questo, 9 ST) ter “deixa : 5 to de 0 $1) prod, paticanmente isis vers, uma ona ae gaa de jurispmudéncia, in io, ci 2 : encontramos no ponto 1B. ao fact 17 Esta passage Te " do acordio recorndo. 20 Manuel Januirio da Costa Gomes strut © ameride arranca da fimcionalidade do aval ¢ Feperente nee the si0 Gntica deste modclo de garantia, que revestind as Care (cris ais Ou apontadas supra, ndo sto pasiveis de ser redutivers relagoes © yg juri- aeinenpmrtacio’ de vontades, aval constitainde se CONG 1 ote ode eeaonee prensa distinta de outias garancias pesois, WN Cee dos ser reconvertivel a um contmito Consenst do entre © ayo de avidin, ef pour Cause, POSSE sero! de saber se 0 aval brigados cambidrios € que As mores questdes a entrentar Fs em livranca em branco constitui uma v ul . 5 »mador bd ve vel da relacio entre o avalista em brinco € 0 banco & nace bs a 1} esvinc! | ateral, demincia ou de outro modo de desvine! demais ol de saber se, esultam identificadas: @ inculagdo cambiiriay © Gi uma rela juridica passivel de 3. O aval em livranga em branco incorpora ja uma vinculagio cambia L Importars, preliminarmente, enfrentar a firme convicgio que percorre o livranga em branco é um. aval cambiirio, AU] 4/2013, de que 0 aval aposto em no sentido de que incorpora uma vinculagao cambiaria. O aval em branco nao é um aval cambidrio conquanto se destine, mas nao “Io. E nao € um aval cambidrio, desde logo porque a chamada 0 livranca, sujeita ao regime da LULL antes do conforme decorte claramente do artigo 76.°/1 fatalmente, a sé livranga em branco nao vale cont preenchimento regular do titulo, da LULL. Cite-se, a titulo de exemplo, classicos da doutrina portuguesa, Escreve o primeiro o seguinte, “Nao hé qualquer contradig4o entre os preceitos dos artigos 1.° ¢ 2. artigo 10.°. De acordo com os artigos 1.° € 2.°, nao pode produzir efeitos como letra 0 escrito a que falte qualquer dos requisitos apontados na lei como essenciais. Simplesmente, nenhum destes textos determina o momento em que a letra deve apresentar-se integrada por todos os scus elementos essenciais. Esta questo é resolvida pelo artigo 10.°; por ele ficamos a saber que, para tal efeito, © momento decisivo nao é o da emissio da letra, mas sim o do vencimento”. E aind: itida em branco; é dbvio, porém, “Pode, deste modo, uma letra ser em! gue a obrigagio que incorpora s6 podera efetivar-se desde que NO momento do preenchimento 0 titulo se enco’ ¢ o preenchimento se nio Ferrer Correia e Oliveira Ascensao, dois nomes conquanto com alusio 4 letra em branco. com referéncia 3s disposiges da LULL": °eodo ntre preenchido. S mercial, III, cit., 134. 18 Cf, Ferner Correia, Lisdes de direito co O (in)sustemtavel peso do aval em i em livranga gzer antes do vencimento en bat priests. 4 z , nO 0 escrito ni. 7 , scr | yarmonia com 0s artigos 1.° ¢ 2.2 10 no produzira efeito como letra, d con Fen, 0 letra, de Também Oliveira Ascensi , censio, depoi | , depois axinimos da letra em branco, Pois de se debrugar sobre os requisit ‘ tos adverte que “ ar efei ue roduzir efeitos como letra”, mais preci ts letra em branco continua a nio ” anda {ambiério com 0 preenchimento” que a letra “sé surge como titulo Il. Existe ja obrigaca jar j gagio cambiaria antes do preenchimento? io é polémica, conforme da nota Ferrer Correia” es partido, haver quem considere a obrigacio cz viii sade obiiarteo gacdo cambiaria existente, nao obstante o direito correlativo ser insuscetivel de efetivagio, pelo simples facto de o ti ser emitido, o que seria ilustrado com 0 facto de o titulo, ainda Sota poder circular por endosso. i atnda.que incomplete, cake ne 2 eee 2 posigio daqueles para quem o subscritor do Se ne econ a auem 0 nmi Sea aia assinado, no ve a ~ 1 regou fica com o direito de o preen- cher, cambiarizando” ~ entio ¢ s6 entio ~ 0 vinculo. Estamos, portanto, com Oliveira Ascensio quando escreve que alguns aspetos “como a relevincia da Grculagdo 4 semelhanga da circulagio cambiaria nao bastam para transformar 0 documento em letra antes do vencimento””. Diriamos, assim, que, com a entrega da livranca em branco ao banco-credor, 0 subscritor fica sujeito a que este preencha o documento, o qual passara entio oer titulo de crédito, ganhando, também entio, a vinculacao do subseritor — € to avalista — a natureza de vinculagao cambidria ou cartular. Antes desta fase, as situagdes juridicas envolvidas nao sao ainda cambiarias ¢ pode acontecer » CE Ouivenwa AScENSKO, Direito comercial, Ill. Titulos de crédito, Lisboa, 1992, 115 € 117.Veja-se, na literatura alema, 0 classico Hurck, Recht der Wertpapicre, 62 ed., Verlag Franz Vahlen, 1954, liegt allerdings noch kein gultiger “to: "Solange die Vervolstindigung nicht vorgenommen ist, Wechsel vor”. Cf Fessan Counrsn, Licdes de direito comercial, 1H, cit., 135-136. Entre nds, sustenta Prasiba PY ‘Auatusba, Direito comercial, 11. Titulos de crédito, AAFDL, Lisboa, 152, que a letra em branco “ lum verdadeiro titulo de crédito"; contudo, 0 autor tempera significativamente o alcance desta potigdo com a afirmagio de que respectivos direitos de crédito nio poderio ser exercidos sem que se verifiquem todos 08 requisiios do artigo 2.° da LULL. 2 Cf Onsveawn AScENSAO, Dircito comercial, 111, cit., 117. - vu 2 Sobre a responsabilidade do avalista, cf, por todos, Frssae Comma, Ligies de direito anil i cit, 214 45., O1svesnn Ascsss0. Direito comercial, (11, cit., 169 98. € SOVEEAL Merit Tins dito € valores mobilidrios '- “Titulos de crédito, vol. 1, Almedina, Coimbra, 2008, 76 sim do ie extrangcira, of, vB Camvonasse,, Solidarieta cambiaria (con particolare iferimento all’avallo), fant di credito”™, coord. de Giovanni L. Pellizzi, Giuffre, Milio, 1969, 47 56. Cadernon O Drntita 2H, IF 22 Manuel Janudrio da Costa Gomes a titulo seja devolvidy ., Como explica J- G, Pinto Coelhgas eterminam, Pols, Para o signa, ‘a constitutigio desde logo g, Cunha™ que a subscrigg, como no caso em qu! gue nunca o venham as nento do contrato. ura do titulo em branco di mas nio propriamente Jina foricamente, 0 ‘embriio’ g, subscritor por cumpri Jo oa assinat “a emi tirio um vinculo juridico, fria”. Refere, por sua vez, Caro! meta meira etapa de uma fattispecie entos, desembocara na const). obrigagio cambi ¢ entrega do titulo em branco “representam, ria, isto 6, constituem a pri Jos todos os elem vinculagio cambi complexa que, uma vez reunid tuigio da obrigagio cambiaria”. Lé-se também em Paulo Sendin®: pleta, esta em formasdo para vir, sendo preenchida, A admissibilidade da letra em branco, exigida pela cia de que a forma completa do titulo e correspondentes obrigagdes possam ficar adiadas para um momento ulterior ao dat eriagZo ow emissio (unilateral “A letra em branco, porque é incom. a tornar-se letra”; € ainda®, vida real, traz a consequén- ow contratual) da letra”. Estas ideias eram assim resumidas por Brunetti”, nunciare che lemittente debitore puro € sem- al credito ordinario, ed & debitore in potenza no inicio do século pas- sado: “8 pid corretto invece & plice verso il prenditore, quanto quanto alla forma cambiaria del credito stesso”. ‘Alguma doutrina refere-se a um efeito retroativo associado a0 preenchi- mento do titulo”: se, aquando da subscrigio da livranga pelo devedor, foi preenchida a data em que a livranga é passada, o efeito retroactive fixar-se-ia nessa data. ‘A ideia de um efeito retroativo no pode, porém, ser abragada sem reservas, estando limitada a0 dominio estritamente cambiirio®; assim, na situagao hipo- tizada, 0 efeito retroativo no permite, qua tale, desconsiderar as manifestagdes > C£J.G, Pinto Coetno, Das letras, 1 (Apontamentos coligidos por Jodo Anténio de Oliveira Reborédo), Livraria Portugilia, Lisboa, 1939, 121; pp. 120, o autor qualifica como “andmuala ¢ absurda concepcio” a ideia de que, antes do preenchimento, ji exista “uma verdadeira letra. s¢ bem que por preencher”. CE Canouina Cunna, Letras e Hivranas. Paradignas actuais ¢ recompreensio de win regime, Almedinas Coimbra, 2012, 637. CF Pau Cf. Pauto Senpin, Letra de cdmbio, L. U. de Genebra, 1, Cirewlagio cambidria, Portuguesa, Almedina, Coimbra, 1976, 234. * CE. Pauto Sinn, Lera de cio, I it, 234, » Cf Brunet, La cambiale in bianco, Contribute allo sudio del diritre can! 1908, 78-79. > CE Onivetna AScENSAO, Dircito comercial, IL, cit., 1 161, nota 77 € 162-16. » Cf. ambém Buuneret, La cambiale in bianco, cit. 79- Universidade Catdlica ibiario, Fratelli Bocca, Milio, 17 © Pauro Sunn, Letra de cimbio, L, cite O (in)sustentével es i peso do aval ent livranca em branco prestad ‘ado por sécio... 23, de vontade dos sujeitos (v. g. do avalista em b enti m mento, no sentido de hes retirar a validad an j a je mesmas assista. Esse “fendmeno” “ow ce) feitas antes do preenchi- Gildade ou eficécia extracambiirias que is mest ee 1 i va 14 acontece ja an quente na praxis bancaria em que ha utiliza ane Seon go de livrangas e m | branco no Ambito de operagdes de concessio de crédi pranco, sendo completado 4 data do rtenchimento del um dos elementos em “ inuacd lo em perante situagdes cuja abordagem nao Sepende, cl pleno, da posi¢io que se tome relativamente 3s teorias, em co Pe Jo. menos em e da emissio”, polémica essa que 86 nascera com € a patie do pee hme regular do titulo. Nao obstante, a questio da criagio versus ee mento ausente do titulo em branco, designadamente quando colocado ome armen com © titulo incompleto™. em confronto ; IIL, Perguntar-se~A se € decisive para a matéria em anilise € que foi objeto de aten¢io por parte do AUJ 4/2013, que a vinculagio do avalista nio seja ainda cambidria. Ou seja: as coisas mudam relevantemente em fungio de a vinculagio pré-prenchimento — no titulo em branco, portanto ~ ser tida por cambiaria ou no cambiiria? Parece-nos que nao, olhando para as fact do acérdio-fandamento: € que as relages entre 0 av armos uma expressio que, em rigor, € duvidoso que possa ser aqui preenchimento), uma vez que pres- verso de aplicago do artigo 17.° da LULL” ~ relagées imediatas € ainda que de vinculagio cambria se tratasse, 5 resultantes da sua relagio com 0 ualidades do acérdio recorrido ¢ lista € 0 banco credor sio — para us convocada (situados que estamos antes do supe © uni nio mediatas, o © avalista poderi; que significa que ‘a opor ao banco excepge' J 11 — 2.* Parte, Fasciculo I~ Titulos ANDO OLAVO, Dircito comercial ‘so, Direito comercial, & Cf, sobre esta, por todos, Fer de crlito em geral, Coimbra Editora, Coimbra, 1977, 88 ss., OLiverna ASCEN III, cit., 130 ss., Pas DE VASCONCELOS, Direito comercial, 1, Almedina, Coimbra, 2011, 317 ss. € ExcrAcia Antunes, Os tiulos de crédito. Uma introdugao, Coimbra Editora, Coimbra, 2009, 38-39. 31 CE, sobre esta diferenga, Pavone La Rosa, Cambiale. Diritto ‘sostanziale, in ED V. 195% a Enise nés, ef, PAULO SENDIN, Letra de cdobio, | 184 ss. ¢ 193 ss., lendo-se a PP: es ape letra passada em branco sem que o seu sacador, para que venha aser conerlen Hao i gfetivamente o exercicio da sua leg! Pmidade, através da transmissio da letra ainda inca ea pele seu endosso, ou do sew saque ainda incompleto para o comador. B inerents 1 rate assim querido pelo seu sacador © 2580 por cle posto na cr se ea p exercicio da sua legitimidade part °° eeriormence completado por seu GNC isting m Sobre este ponto, cf também, POF iltimo, a distingdo da letra meramente incompleta”. Sol Contin, Letras e Hivrangas, cites 531 s8.. 32 Cf, Carolina CUNTA, Letras e livrangas, pleto, efetivamer cit., 593. Cademos O Direto 9 (2014), 13-39 a4 Marvel Janinaete dha Coste Ginnes ; elon rnos terms do pacto de preennchinnent lor rat AME it 11) vinculagie © preeneh imesnto, as quais se €e0 (enti finant © event : “ celebrade fo pacto de Je subseritont ¢ fede seja det aqui relevante 24° ° Fay entre aeqeele 6 utianent jmento la livranga erminado p Se bem veness salista € a sociede ei by que 0 respeny a socied: one pancareren vo CONLE ade subseritone ¢ io sepa Vi entre 0 banco-credor, ine pelo pacto celebraddo emtte dor, Do mesmo ntode, 138 sitmagdes em que ts iateral de preenei © autorizs livranga € 0 isivel win pat ido é 0 ban fo mas Une coecredor & mento". autorizagio Ul no a sociedade Admit preenchi- subseritort, um pacto de identifica a ser absor~ a sitaagao tende a sociedade ¢ © seri Cicil banco, jd que tem como proct Jc preenchime obrigados cambi se que nem sempre Yo sdcio CO shimento que sr win contidto ¢ quanto Os (futures) antate de preenchimento celebrado em branco aderente™. ausa pela circuns- co entre ro de preene rtida, tanto podemos Ce de preenchimento 4 sonistas nto plurilateral vida pelo ps © banco. A pa quanto tantos pacte rios. Pode ocorrer eo mibém uma adesdo ao ¢ bance, sendo 0 avalista possam ser Jo terem, qid tale, dos pela sociedade a favor entre a sociedade Estas conclusdes no parece que postas ent avalistas en) branco 1 sio profigoniz. lido o empréstimo. A legitimagio para itora contacto cont oO tancia de, amitide, os Contactos esses que banco-credor, conced aberto o crédito ou é ao banco pelo avalista € do avalista, Ou seja, a sociedade no avalista, sendo, de resto, este = € ina o documento potenciado de quem & preenchimento é dada vio pela sociedade subse agindo por conta € como mandatiria do s6cio sntagdo — que ass! da livranga em nome atua, Gipica nao a sociedade em 8 como futura (¢ eventual) livrang Nio cabe aqui tratar de algum ao pacto de preenchimento” mente, interessantes mas Nem por isso sossegantes e A autorizagio para preenchi- davidas associadas Direito comercial, UL, cit., 114: "A lei s6 prevé um pacto. BC CF, desde logo, Ouivetea ASCENSAO, : Ie ser dado também por acto unilateral, 0 que seria con- Hi que indagar se 0 consentimento pod seuneo com a unilateralidade dos titulos de erédite “£. CAROLINA Cunt, Letras e livrangas, cit., 587. s Vannita, Das obrigagses em geral, U1, 7.* ed. 3s 5 ® Sobre a adesio ao contrato, cf., por todos, ANTUNES medina, Coimbra, 1997, 392, Gatvao Titus, Manual dos contratos en geral, 4.* ed., C al, 4." ed., Coi Editora, Coi tora, Coimbra, 2002, 459-560 e Munnzis Coxputno, Tratado de direito civil portugués -s, tomo LV, Cumprimento ¢ no cunprinente, ‘Tiansmissdo, Modificagio e al Lineman io € extingdo, Garanttias, das obriga Almedina, Coimbra, 2010, 250. % Tntre nds, enfatizando a necessidade d Dieta comercial, I, cit.,329, Puwcina De ALM liltimo, Cassiano pos Santos, Ausf, fivranca em 333 s8.. fe um pacto de preenchimento, cf, Ps ; of. Pats pr: va, Dircito comercial, I, 'S DEVAS 147 &, em espe branco € demincia ou resolugio de vi ier vincstlaga 0, city “ileal aha ities da a idee dt be ae MS (terentavel peso do aval em fis Pee dO aval em Tivranca em branco prestado por siio... 2 ento ~ incluindo © pacto de preenchi mento ~ ineluindo o pacto de preenchimento em branco € apr ecessidade de ct , “st te \ Pacto ou de uma autorizagio — nineorin ge” particular, para os escritos de Paulo Sendin””, Caroling Cun y ae tose Beste nio coincidente, Cassiano dos Santos, N* Cunha ‘Trata-se de pontos que, nio est: e, em sentido ‘ando presentes pas na fac y-fundamento e do acérdio recorrido, nos limit, on lade do acér- ‘amos a deixar assinalados, IV. Importa acertar uma questio terminolégic: (ou letra) em branco ow aval em branco entendemos a em branco e que se destina a valer como aval camb o titulo. A figura no ser, assim, plenamente : por aval aposto em livranga assinatura aposta no titulo io uma vez preenchido ts coincidente com a do “aval em branco”, contraposto ao “aval completo”, enquanto expressio utilizada para designar © aval que se exprime, sem qualquer outra indicagio, pela simples assinatura do avalista®, Em fungio da ideia generalizada, mas nio plenamente certeira, de que 0 artigo 10.° da LULL regula a letra em branco, bem como considerando que a lei resolve no artigo 31.°/III da LULL a davida por quem, na falta de indicagao, é dado o aval*', € usual encontrarmos a expressio “aval em branco” para aludir 4 situaco em que alguém avaliza, como nos termos do artigo 31.° da LULL, uma letra ou uma livranga em branco. Claro que, nao havendo, antes do preenchimento regular, propriamente uma livranga e nao havendo vinculagio cambiaria, no ha também, summo rigore, um vinculo de aval (cambidrio)": a inexisténcia do titulo de crédito CF Pavio SenDIN, Letra de cambio, I, 190 ss., com referéncia 4 possibilidade de © pacto de preenchimento nio existir ou ser em branco. % Para CAROLINA CUNHA, Letras e livrangas, 539, “nem a existéncia de um acordo de preenchi- mento ad hoc, nem a intengio de cometer 0 completamento a outrem se revelam, afinal, impres- cindiveis de per se”; contudo, considera que “petmanece inarredivel, como pedra de toque,a von” tade do subscritor, tal como foi manifestada ou hermeticamente reconstituida”. B complementa, oh cit., 541, com a consideragio de que a perspectiva que adota “no exacerba a importincia do acordo de preenchimento”; ¢ justifica: “Nao dele, mas sim da emissio voluntéria de um titulo incompleto que se retira 0 critério da identificagao da fattispecie contemplada pelo art. 10, LU”. 2 CE Cassiano bos SANTOS, Aval, livranga em branco e deniincia ou resolugio de vinculacao, cit., 333 ss.. © CE Manwoco & Sousa, Das letras, livanyas ¢ cheques, 1, 2. ed., Lumen, Lisboa, Porto, Coimbra, 1921, 476-477. 4 CE Ouiveina ASCENSAO, Direito comercial, III, cit., 165 ss.- a © CE Cassiano DOs SANTOS, Aval,livranca em branco e demincia ow resolusao de vinculagao, cit. at (22 coluna) € 314 (1.* coluna):"“o subscritor assume por ela [subscrigio de wall umn — que a subscrigdo se venha a tornar um aval aquando do compleramento do a ainda (12 e 24 colunas):"s6 ha verdadeiro aval enquanto garants cartular se houver Cademos O Direito 9 (2014), 13-39 26 Manuel Januério da Costa Gomes vinculagio cambiiria § inexisténcia de e tio sé, um da) aval cambidrio. Ha, antes de que 0 titulo em branco po jo de crédito. livranga e a correlativa ha, propriamente, (ain aval cambidrio, na prognose assim e entio, “evoluir” para titul pletado e, ser com j . . ;ncorporad cidade social da livranga em branco com aval incorporado 4. A tipi de crédito bancario no 4mbito da concessao actwalidades “desencontro” do AUJ 4/2013 com as ndamento é, em primeiro lugar ¢ talvez idade dos negécios bancarios normalmente com 8. O desencon- I. Se bem vemos, 0 do ac6rdio recorrido e do acérdio-fui sobretudo, um desencontro com a real e com a fipicidade social na utilizagio de | avales incorporados, figura amidde designa tro até sera, sumo rigore, mais amplo, ja que dro de referéncia” do direito societirio, conforme abordagem esta que, tendo sido ignorada pelo AUJ, deixamos, de mom penumbra. de crédito ivrangas em branco, da por livranga-cangio® haveria que convoear ainda 0 qua- prope Evaristo Mendes‘ eno, Na 115-116, a propdsito da utilizagio da lena vee em aberturas de crédito em. conta corrente, ¢ tamber CAROUNS 553 ss,, sobre a utilizagio da letra em branco na pravis banedna, ntes de contratos de abertura de erehito, ca, Ce ainda Evanni Ho “aval © Cf, vg. J. G. Pinto Con.to, Das letras, 1, © em branco, designadamen Consa, Letras e livrangas, cit. nadamente como garantia de dividas emerge! a uma “utilizagio socialmente tip re Aval e fansa gerais in DJ XIV (2000), Tomo 1, 158 a6 aludinda aos tips svn “€) titulo comummente utilizado no content em apreyo & anco, a favor do credor que se quet desigs neario, refesindo-se, a proposite, i ¢ fianga gerais”, lendo-se a pp. 156: a bvranga, emitida pelo devedor principal ¢ avalizada em br garantt,o qual fica postador da mesioa”, E ainda:"Mais propriamente, (ata-se ent regia de uma Koraneeanio, ito é, concebida tio-s6 para fortalccer a posigly extacartalar, canis ou I decreed dos eredur”, Lé-se também a pp. 164:"Os tipos sociaix mais fivgquentey & sipnitic a yarantias prevtaday pelos socios, yaranter ¢/ou adininiviaddotes das soetedtles de de dav rexpectivas anciedaden™, Sobre o tents. + ed, Alinedina, Counbna, 2008, LVS, Dahan’ correpondem capitan a favor de bancos financiadores da activida cf ainda Misar0s Lasthe, Garantlas das obrigagies, ta Vanes, Direito das garantias, Alinvedina, 2010, F109 @ CASMANO DON SANTIS Aval, livranga em branca e dentincia on resolugdo de vineulasto, city 315 (2 * colina): "6 ity bancénio a sociedades™, Cf ainda Rostano Maniiney ‘ib ha ppaities (quae vem excepy,io mio finan ian Furisa pa Posty, Coarantias de cumprimenta, 5.¢ ed, Nbwedins, Condy, 2000, 129A vantages a fianga 6.) Na ltenatinns italiana,at M42 a eancomementes do aval 440, ewencalinente, ov mewnd vg Mens, Leonteatts bancart, 4* ed., Gaulle, Milan, 19K, 2 OF Eunwnsie Missin, Aval e fianga zeralt, ot VOT 6 Caren 0 Vrain BLN, SSID O (inlsustentivet sustentiivel peso do aul em ivy ” Tivnanga em branco prestado por sécio... 27 Nas operaydes de convessio de erédit ge responnbilidade limitada, & treque it pected desea comer 7 ete a prestaglo de estaco de garantias pessoais por “ da sociedade, . Autias por parte dos séci i presi de gaat a nt ins i sécios constitui, amitide, a diniea via : s edito bancivio, subst i vihiliagio do eee ‘irio, substitutivo das vias de fina mente interno asegurado pelos proprios sécios", como sejam as nae suplementares OU OS suUprimentos, sem esquece od “ esquecer os aumentos de capital ce de terveinys, normalmente s6cio A prestagio de ga de “1 A situagio dos garantes pessoais & como é sabido, ser = sivel © perigosa” re quando 0 sdcio pres : 7 gen a! prestador de garantia nio tem controlo sobre o nivel reendividamento da empresa e, log ; sree peti euto da empresi e logo, sobre a dimensio da sua responsabilidade se perigo ¢ me casos de mi ° . se perigo € menor nos casos de miituos, nos quais esté plena e totalmente palizado 0 risco do ga " , ba ae lo garante, quer seja — para nos teferirmos as situagdes mais ee — fiador (risco tidejussdério) quer seja avalista de livranga entregue ao credor, A sicuagio muda substancialmente quando estamos perante aberturas de exidito renoviveis, maxime em conta corrente (revolving credit)", nas quais os ganintes, sejam eles fiadores ou avalistas de livranga em branco, sabendo, embora, grosso mode, 0 montante possivel méximo da sua vinculago, ndo domi- nam a dimensio temporal da mesma, uma vez que, tipicamente, a renovagio das operagSes de crédito esti nas mios das partes no contrato, mais concretamente o banco e a sociedade**. Dai ser usual quer a prestacio de fianga quer a utilizagio de um mecanismo, aparentemente mais agil, mas perfeitamente funglvel com a garantia fidejuss6- ria’, que éa via das livrangas em branco subscritas pela sociedade e avalizadas pelos sécios. © CE. por todos, MENEZES CORDEIRO, Manual de Direito das Sociedades, 11. Das sociedades em espe- ciel. 2* ed, Almedina, Coimbra, 2007, 285 ss. ¢ 293 ss. Corinto DE ApReU, Curso de Direlo Comerisl I 42 ed. 2011 328 ss. e PAULO OLAVO units, Direito das sociedades comercia's, sited, dina, Coimbra, 3012, 294 s8.,814 55.€ 842 «5, Refere-se, proposito, CASSIANO a8 Sastos @ Bia ee ™ — a “ wy J, ivnanga em branco e dentincia oH resolusdio de vinculagio, Cit. ols (i. ‘cl 3 “subversi «to, favor de alguns credores, do sistema de responsabilidade ave se je ee © Sobre a fianca como negocio de risco of de perigo, cf. 0 nosso pe Bi m te Scire 0 sentido ¢ 0 dmbito da vinaulasao come fiador, Ais Cone 7 : © Cf. nosso Contratos comerciais, Almedina, COUNDE2: 2012.37 genie sem praro * Reporamo-nos sstuabes em HT incr Pre cxé dito revolving, nao seja possivel stem trato fixado, quer em si quer conexionado com © on i o onto 5 der iquele o prazo convencionado Par exec ini POPs proces © Esa fungibilidade passou a ser mais clara qua Pt si ‘ s tar mai . xecutivos os contrat: d ae tar, mais amplamente, como ritulos execu e especifico do artigo 2: P id P' feréncia 20 regimes 1 civil passou 2 acei- ados pelo devedors do DL re cf, sobre este ponto, conquanto com Cademos © Direito 9 (2014), 13:39 28 Manuel Januirio da Costa Gomes ° bate das social destas operagGes — nas quais € & surge como vias ios gran =o recurso a livrancas © numa determin, ~ nea ou alternativa 3s fancas de § risco equalente praca, para operaydes similanss a soviede ossa prefe , um banco privilegie o recurso a flanca® Vasadee cae TECUISO a livrangas em branco com nie mans ae cumulacio. das quals resulte qu també: $ bém flador do contraco de empréstimo Banc, * eos ‘ veite 5 ecido que a Se cparuralmiente r crédito a On, a cio es ‘iedade através da . ; Pprestagio de garant : 7 : eravoss oF MENSS gravou se srios objetives 2 crite — aceitard, razoavelmente, que a sua Po em fungio da utilizagio — muitas vezes. CO? : Sees ae cane mains Banga” ou da “ja livranga em Branco”, Por outro lado, nio fas, pelo menos. 4 PAN: pleno sentido que, rratando-se, como se trata, de vias plenamente fingiveis, © banco poss ae preenchimento do titulo ~ um nivel de seguranca M* fore no caso de os apostos por sdcios em livrangas em branco do q aside sees apenas porque no primeiro caso as vinculagdes seriam (PRE vimos) cambiirias® e no segundo nio. ue no caso de fang, ensamente, Jd 0 rie x breves sobre os moamnismes de ganar: Mirio Frota, A caus dos direitos dos 2 de Junho, Isaset MeNénes Cawro 133/2009, de “Liber Amiconon do cumprimento no crédi consumidores”, Aimed © Cf, vg. Canouina Cunna, Leas ¢ lienangas, cit., 610 ss.. Temos presentes os casos ComUNS ¢F comuns em que 0s sécios,em funcio ‘do seu “envolvimento™ com a sociedade, téim i singre com éxito, do que poderio resultar beneticios para os roasted sien da Giecibo haem re eo consideramos 0 cxs0s dos sécios minorities aheados da vida dvand eee Bode cobseanse, se deixam “eapeurat” na rede dx prostagao de garantias a pedido da ciedade que. nio vista a viabilizagdo de concessio de crédito bancirio. sociedade, tendo em 5! Cf. 0 nosso Assungao fideiussoria de divida, cit., 82 € 472, nota 330. Sobre : tion de Maval et la résurgence du cautionnement fondamental”, cf. M. Ca questio da “dispara- con acre, Pé, Droit dessins, 8. ed Lite, Paris, 2007, 2 353 /G Moti'S 283 ss. . 52 Cf. 0 nosso Contratos comerciais, it © Veja-se 0 seguinte trecho do ponte TLB.2 do AUJ, que ilustra 0 modo 9 como o ST] en "ata 0 aval aposto em tieulo em branco como S= aval aposto em titulo completo garantia banciria, 0s sécios devem fet ‘a nogio clara de que se estio a 9 fose"A6 prea w cambiariamente, pelo pagamento do direito de crédito que se comprome ea pewoalie fe 0 avalizado 0 nio fazer. Dai que nio thes seja licito,¢ seja saan 2 Utstazer vatia pessoal que se constita pelo aa, que se pos el de inten ve cambiiria que asumiram’”, Presumimos, naturales devine oe ramos no echo (FANSCTHO, COnsticul Nente gue ae: sunita 9 do AUJ, por “garantia cambiiria™, uM Lpso, tenes ‘O ser tg ao consumo, in na, Coimbra, 2012, 301. caso d das fungdes axiais da g3 teralmente, da obrisa¢a sigarantia banca", que encol substituida, na linha do raciocins O (injsustentavel Peso do aval om ls Urania em by brace pre se bem mais gravou intenss ge ee POF parte REENSO no caso de cineulacio © qual o aval f contra achimento® nio podera invocar 0 abus O NO pree: “ sa em brinco Cunha®, a “discrepinci aie Ca ‘Orn conf Pancia essencial” associada . Essa S. como dz Carolin ra, conforme resulta do expose ao tino em & ns XPOSTO, enquanto o teu! tO © titulo n: ha livranga, nao ha vinculacio cam! biitia, Mas se mos, se entender que a vinculagdo do aa ren Jo do avalista em be gs relagSes que temos em pracngr de iene ys nga So inequivocamens: no Ambito das quais podem ser { subjacente. E aqui entramos num ponto esenc Sitas valer as exceydes deriva derivads um vivel auromaticamente se posa des ca prestada. em deter dos termes, e 0 avalista de ti yrs Para am 9 nig possa faze Nio vemos razio alguma para sacrificar o garante atavs de aval em be no altar dos prineipios apliciveis aos citulos de crdtito em geral. ii g ro em geral, }3 gue on itul ore ; glem de o titulo de crédito relevante — a Hvranga — no exsan pelo menos) Nidade sea circunstincia, que corsponde, de resto, 3 no: di ir da pose do ainda, qua hn ou tipicidade das situagdes, de a ven ,nio havendo o “concune” mga em branco rio s banco-credor™ * de um tere Lemus ¢ Been + Como bem retire Casorine CUSHAS nmar do risco do avalsta emt deance ¢ Ls uberis om Sree. 0 genidos pela Slevado"se explica:"o avalista nfo suporta apenas 6S FS prnvenientes dis AES qin o rine de rer de cuepeir ae 9 foae dado invocar drevennene axalizado ¢ credor (como que ao avatizad piariamente para “cv! gio fundamental entre Sem se poder prevalever de menty do ua vicisitade ge cumprit o hear” ut EW 29 crador: 0 isco de &F : fico taner sabocritor em Brana: a Yer Jo); suporta, ouerassimt, 9 FSCO SPLEEN de quale peanee nerds ne ue marieseou € o conreado qv 89 © SE inseady BS ‘ mado é hfal concur paste Cowute, Das koa Leite rte ¢ ambemn desvanttasens € ofereve @ RUBE ESS SH foul, Ramat om Been € An's west de ada LIT-TES, iaig entre a vont’ e incon ote 4 efor se JERE 29 ss ¢ PESTANa DE VASCONCEE nfanya ou tidy a ASCENSTO. . © CE. por todos, OLIVE BS cee. ferns, He acho legal, correspye™ © Ce Carona CUSHA, Lem: € eS yp resulta de uma imposyss Tegal. con s So banco-credor 859 eed parte da ppicnde Esa munutengio na poss jendo até quenonar se oe Be lei (artigo dendo i norm tag sinagdess POVSEN © rageco 208 cconsumiidorss € 2 props Fee GEES o regime do 6 social da opetagio, Diversaenses 0° * 0 Tees 9 ENP Caio L Januirio da Costa Gomes vee ivranga”s ssim, neste tempo de “pre livrang: 4 olver uma que “arsenal cambiério” para Tes i i cartular, _ vinculagio de natureza cartel oo E 2 demos, assim, que, 145 siruagdes socialmente tipicas a que ¢o, ntendemos, assim, que, Pt recorrido ¢ do acérdio-fundamento, », » Pas, pleno sentido que o Scio pondem as factualidades do aconti0 1D z i i faz, a , efeitos de desvinculagdo unilateral, f42, ivranga em branco deva ser tratado de mos sociedade garante pela via da lis fidejuss6rio® equivalente face ao sécio de sociedade garante fide} 30 Manu temos por desajustado j P stado in, tio na qual esta ausente Qualy t Se de deixar de ser aqui convocada é a i ue nas situagdes tipicas que estavan, er no acordio recorrido, 0 banc, ‘er aval dos sécios. O crédito d. le crédito por parte do banco, onial” conforme demons, a concessao de crédito ¢ s bancos em aceitarem a III. Outra abordagem que ndo po crédito de assinatura®’. Parece evidente q| presentes, quer no acérdio-fundamento qu $6 tera aceitado financiar as sociedades apos © assinatura €, digamos, o requisito da concessao di A assinatura do sécio tem um valor patrim © facto de 0 banco a exigir como requisito para conforme é também demonstrado pela resisténcia do: libertago de sécios “bons” em termos patrimoniais. 22.° do DL 133/2009) que estabelece a obrigatoriedade de aposigio da expressio “Nao 4 ordem™ ou equivalente: cf, sobre este regime, por todos, Gravato Monats, Crédito aos consumidors, ‘Almedina, Coimbra, 2009, 104 55.€ [sain Mrninrs Campos, Notas breves sobre os mecanismos de ‘garantia, cit., 301-302. “Assim, concordamos e discordamos da seguinte pasagem do ponto 1.8.2 do AUJ:"Pensamo, como jé adiantimos supra, que o aval, como garantia que se destina a garantie © pagamento do valor patrimonial inserto no titulo de crédito no pode ter © mesmo tratamento que a garanti fidejuss6ria ou a flanga, Na verdade, 0 avalista, contrariamente 20 que acontece 20 obrigado fiejussGrio, nio responde perante 0 credor nos mesmos termos que este mas sim, ¢ «3 ae tim direito de regresso perante 0 sacado correspondente 20 que haja pago a0 tomador do tale pelo incumprimento pelo sacado da obrigacio inserta no titulo”. Discordamos a sued hem fue a referencia a0 aval, que aise le sejatida como feta 20 aval em branco, mas if a medida em ay medida em que seja lida como aplicada a0 aval cambiério, aposto, porenny > concordamos pleto. Pode, entio, dizer-se que as figuras do aval € da fianga sig tuto dine em titulo com- pees, de rato, polémico. Citemos Husck, Recht der Wenpapier, cig, poeq nee PONS IE die Wechselbiirgshaft von der Biirgschaft des BGB scharf 2u unterscheide ‘In ihrer Wikung ist ‘Handelsecht und Werlpapierrecht, 14." ed., Beck, Munique, 1999, 305, Na en”; cf. também, BROX, aaeee pai Counts, Da garanta nas obrigates, 1, Lisboa, 1938-1939, gos WoutTina, cf, Pot 89 s8., encontrando-se. 1), 6 reconhecimento de wna certa similitude com a fi c flanga: 4 fo coincide em absoluto com a da fianga, todavia, ni ge panje nbOF4 Com uma ode dizer que se afaste a pp. 9 porén natureza que por completo dela”. PG @ nosso Contratos comeriais, cit, 283 voy, Societd a "garania’ limitata e Societd a “garay ziqn © C., ¥. fe SIMONE person), in BS, ano 33 (1988), 278 58. illimi i Nmitata (di capitali e di a ae 14D J (inisust (imisustentavel peso do aval ent livra nga branco prestad. Na pritica, 0 banco pretende lo por sécio.., 31

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