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Natal
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“Os cristãos também não comemoram o nascimento de Moisés, Abraão, Davi e
muitos outros profetas. Mas existe uma resposta para isso: Jesus foi revelado
para os cristãos, como Mohammad foi revelado para os muçulmanos. Em tudo
que vivemos existe uma liderança e na religião não seria diferente. No entanto,
não é só o islã que não comemora o Natal, outras culturas como a indiana e a
japonesa também não comemoram”, afirma Fernando Salim Pereira Ahmed
Carim, 47, escritor e divulgador do Islã.
Ainda que para os muçulmanos Jesus não seja filho de Deus, isso não significa
que é proibido participar das celebrações de Natal. “Não há nenhum problema
celebrar a data de nascimento dele junto de amigos e familiares de outras
religiões, pois não há nenhum impedimento legal —dentro das leis da religião—
que nos impeça”, fala Rafael Maron, assistente administrativo.
Para Carim, essa “proibição’ de desejar feliz natal e celebrar ao lado dos colegas
cristãos não existe. “Não é um pensamento islâmico, pois Komeinni, um líder
religioso da comunidade islâmica muçulmana, sempre distribuiu presentes a seus
vizinhos cristãos nessa época como prova de amizade, carinho e respeito”, fala.
Como não celebram o Natal, o islã tem outras festas religiosas em seu calendário
e uma delas é o Eid ul-Fitr, que acontece todos os anos após o último dia do mês
do Ramadan, quando os muçulmanos jejuam durante todo o mês. “Dedicamos
esse tempo a pensar em nossos irmãos necessitados, que não tem o que comer
e vemos como é difícil suportar a fome, que tantos passam por isso não só por
um mês, mas dias após dias”, fala Carim.
“O Eid ul-Fitr é uma festa para marcar o fim do jejum, que começa da hora que o
Sol nasce até a hora que ele se põe, uma celebração por todo o esforço que
fizemos jejuando. São 3 dias de festa”, fala Maron.
Uma outra festa religiosa islâmica é o Eid ul Adha, que é uma festa de sacrifico,
que acontece durante o Hajj [peregrinação anual à Meca]. “Todos
os muçulmanos que estão nesse dia fazendo peregrinações devem sacrificar um
carneiro e distribuir a carne aos necessitados. Depois, mais tarde, visitamos
amigos e parentes e levamos presentes e muitas carnes”, fala Carim.