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GUIA PARA A PROVA (A2) DE LEGISLAÇÃO AGRÁRIA E AMBIENTAL

ROTEIRO/GUIA PARA PROVA

1. O QUE É O ESTATUTO DA TERRA, EM QUE CONTEXTO FOI ELABORADO


E APROVADO, O QUE SÃO INSTITUTOS JURÍDICOS, A DIFERENÇA ENTRE
POLÍTICA AGRÍCOLA E POLÍTICA AGRÁRIA.

O estatuto da terra consiste em uma lei ela lei 4.504, de 30-11-1964, sendo portanto uma obra
do regime militar, que regula o uso da terra para fins de uso, ocupação e fundiários. Esta ao
mesmo tempo previa as desapropriações por interesse sociais e a redistribuição fundiária. As
metas estabelecidas pelo Estatuto da Terra eram basicamente duas: a execução de uma
reforma agrária e o desenvolvimento da agricultura. Entretanto podemos constatar que a
primeira meta ficou apenas no papel, enquanto a segunda recebeu grande atenção do governo,
principalmente no que diz respeito ao desenvolvimento (capitalista ou empresarial) da
agricultura. No mais, o Estatuto da Terra disciplina os direitos e obrigações relativos aos bens
imóveis rurais, com a finalidade de execução da reforma agrária e da política agrícola. Vê-se,
então, que ele cuida de duas áreas distintas do mesmo segmento. Quando foi reformulada
pelos militares em 64, o objetivo principal do Estatuto da Terra era frear e controlar as
reivindicações populares e tensões sociais que cresciam de maneira acentuada e desviar o
foco do conflito; não, necessariamente, executar o programa de redistribuição fundiária. A
principal finalidade era evitar a eclosão de uma revolução camponesa e, estrategicamente,
tranquilizar os grandes proprietários de terra.

Institutos Jurídicos: “Conjunto de normas reguladoras ou disciplinadoras de certas criação


legal, com características próprias, constituindo uma entidade autônoma de direitos, que
atendem os interesses de ordem privada ou pública.” Desse modo é um termo que usa para
definir que determinada situação, medida, condição ou fato é algo que é tão especial para a
vida em sociedade (no sentido consolidado pelo o uso e pela tradição) para a vida. Por
exemplo, "casamento", "posse", "falência" e "domicílio" são institutos jurídicos, pontos sobre
os quais tanto a lei como a doutrina e a jurisprudência têm algo a dizer, considerando-os
isoladamente e determinando algumas regras para a sua exata definição e localização.

Política Agrícola x Política Agrária:

Política AGRÍCOLA: “Conjunto de ações do Governo destinado a influir nas decisões dos
agentes responsáveis por atividades agrícolas”. (promove, regula, fiscaliza, controla, avalia
as atividades e suprir necessidades). Ou seja, a Politica Agrícola é o conjunto de providencias
de amparo à propriedade da terra, que se destinem a orientar, no interesse da economia rural,
as atividades agropecuárias, seja no sentido de garanti-lhes o pleno emprego, seja no de
harmoniza-las com o processo de industrialização do país.

Política AGRÁRIA: São ações especificas do Poder Público o de elementos do Poder,


influindo na estrutura e na atividade agrária com o objetivo de estabelecer um ordenamento
satisfatório dessa atividade, obtendo desenvolvimento econômico e bem-estar da
comunidade.
2. ENTENDA O SIGNIFICADO DA FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE.
PROCURE ESTRUTURAR ARGUMENTOS PARA DEBATER SOBRE OS
PILARES QUE SUSTENTAM A DETERMINAÇÃO DE QUE UMA
PROPRIEDADE CUMPRE COM SUA FUNÇÃO SOCIAL, SEJA ECONOMICA,
SOCIAL OU AMBIENTALMENTE.

R= É quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigências


estabelecidos em lei aos requisitos.

I – aproveitamento racional e adequado;

II – utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação dos meios ambientais;

III – observância das disposições que regulam as relações de trabalho;

IV – exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.

Princípios da Preservação do meio ambiente.

É um requisito para o cumprimento da função social da propriedade.

Todos têm o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo
e essencial à sadia qualidade de vida.

 Preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e promover o manejo ecológico


das espécies e ecossistemas.
 Preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do Pais.
 Definir espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos.
 Exigir na Lei estudo de impacto ambiental prévio, na instalação de obras ou atividades
potencialmente causadoras de degradação do meio ambiente.

Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende,


simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos
seguintes requisitos:
I - aproveitamento racional e adequado;
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio
ambiente;
III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.
A preservação do meio ambiente é certamente requisito para o cumprimento da função
social da propriedade, sendo também eleito como princípio autônomo dada a força
normativa que possui.
Vale a pena rever o artigo 225, da CF/88:
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico
das espécies e ecossistemas;
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as
entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes
a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente
através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos
que justifiquem sua proteção;
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora
de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que
se dará publicidade;

A função social da propriedade rural como elemento de produção. A Lei


8.629/93 no seu artigo 6°, estabelece os critérios para que a propriedade rural seja
considerada produtiva, conceito que se próxima da noção de aproveitamento racional e
adequado. A não observância dos percentuais mínimos estipulados na citada lei pode
sujeitar o proprietário a uma intervenção do Poder Público, o que se dará por meio do
instituto da desapropriação por interesse social, para fins de reforma agrária.
Outro destaque é a função social da propriedade rural como elemento ecologia.
Desta forma a Constituição Federal estabelece como requisitos da função social da
propriedade a utilização adequada dos recursos naturais e preservação do meio ambiente.
A Lei 8.629/93, em seu artigo 9°, §2°, considera adequada a utilização de recursos
naturais disponíveis quando a exploração se faz respeitando a vocação natural da terra,
de modo a manter o potencial produtivo da propriedade. Considera também a preservação
do meio ambiente, a manutenção das características próprias do meio natural e da
qualidade dos recursos ambientais, na medida adequada à manutenção do equilíbrio
ecológico da propriedade e da saúde e a qualidade de vida das comunidades vizinhas.
Reconhecendo a função social da propriedade, a Constituição não nega o direito
exclusivo o dono sobre a coisa, mas exige que o uso desta seja condicionado ao bem-estar
geral. Não ficou, portanto, o constituinte longe da concepção “tomista” segundo a qual o
proprietário é um procurador da comunidade para a gestão de bens destinados a servir a
todos, embora pertençam a um só. A idéia da função social da propriedade traz noções e
determinações muito mais amplas que aquelas anteriormente consagradas. O cultivo,
eficiente e correto, passa a ser uma obrigação do titular do direito de propriedade, que
somente o conserva integralmente, sendo o imóvel produtivo.
Nos termos do artigo 186, incisos I a IV, da Constituição da República, a função
social da propriedade rural é constituída por um elemento econômico (aproveitamento
racional e adequado), um elemento ambiental (utilização adequada dos recursos naturais
e preservação do meio ambiente) e um elemento social (observância das normas que
regulam as relações de trabalho e exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários
e trabalhadores).
Somente cumpre a função social da propriedade a que atenda simultaneamente
aos elementos econômicos, ambiental e social.
A degradação ambiental da propriedade rural, seja ela provocada pela utilização
inadequada dos recursos naturais ou pela não preservação do meio ambiente, implica
aproveitamento irracional e inadequado da terra. Há, portanto, vinculação entre os
elementos econômico e ambiental da função social, sendo impossível dissociá-los.
Não pode ser considerada produtiva, do ponto-de-vista jurídico-constitucional,
a atividade rural que utilize inadequadamente os recursos naturais e degrade o meio
ambiente para alcançar o grau de eficiência na exploração da terra.

3. ENTENDA COMO SE DETERMINA UMA PROPRIEDADE PRODUTIVA E,


PORTANTO, NÃO PASSÍVEL DE DESAPROPRIAÇÃO PARA FINS DE
REFORMA AGRÁRIA. SE PREPARE PARA DISCUTIR O SIGNIFICADO DO
GRAU DE UTILIZAÇÃO DA TERRA (GUT) E O DO GRAU DE EFICIÊNCIA
NA EXPLORAÇÃO (GEE). INCLUSIVE SE PREPARE PARA SE POSICIONAR
CRITICAMENTE SOBRE OS INDÍCES EM QUESTÃO E O QUANTO ELES
REFLETEM A REALIDADE.

R= são incapazes de desapropriação para fins de Reforma agraria: A pequena e média propriedade
rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não possua outra. E com a produtividade
produtiva (GUT e GEE).

Considera – se propriedade produtiva para fins do disposto, aquelas que explorada


economicamente e racionalmente, atinge simultaneamente Grau de Utilização da Terra (GUT)
igual ou superior a 80% e Grau de Eficiência na Exploração (GEE) igual ou superior a 100%.

Considera-se propriedade produtiva aquela que, explora economicamente e racionalmente, atinge,


simultaneamente, graus de utilização da terra e de eficiência na exploração.

Assim, para aferição. Propriedade Produtiva é aquela que atinge simultaneamente Grau de
Utilização da Terra (GUT) de no mínimo 80% e Grau de Eficiência na Exploração (GEE) de
100%.

 O GUT é a Área Efetiva Utilizada, consiste no somatório das áreas de exploração vegetal,
extrativa, pastagem e processos técnicos de formação ou recuperação.
Imóveis considerados IMPRODUTIVOS são os que possuem o GUT menor que 80%, ou
seja, da área aproveitável do imóvel.
Pelo menos 80% deve estar cultivado com lavouras, pastagens, exploração florestal ou
extrativista para ser considerado produtiva.

O GEE – Grau de Eficiência na Exploração, não pode ser menor eu 100%, o grau de
deficiência se refere aos rendimentos por hectare, ou lotação de unidade animais por
hectares.
4. VERIFIQUE A QUESTÃO DA OPÇÃO BRASILEIRA NO QUE SE REFERE ÀS
OPÇÕES DE EXPROPRIAÇÃO E DESAPROPRIAÇÃO PARA FINS DE
REFORMA AGRÁRIA.
R= A Expropriação é a desapropriação forçada por lei, onde o proprietário não recebe
indexação pelo bem desapropriado. Ela ocorre em casos como das glebas de terra onde
são cultivadas plantas psicotrópicas (cultivo de drogas) ou a exploração de trabalho
escravo. Segundo a CF, art. 243 Confisco/Expropriação é: “As glebas de qualquer região
do País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas serão
imediatamente expropriadas e especificamente destinadas ao assentamento de
colonos, para o cultivo de produtos alimentícios e medicamentosos, sem qualquer
indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.”
A Expropriação compara-se ao confisco, já que não há indenização a ser paga ao
proprietário das terras. No entanto, o confisco decorre de forma arbitrária enquanto a
expropriação deve demonstrar o motivo fundado em lei. Outro exemplo de expropriação
é quando o transfere o bem do devedor a outra pessoa, a fim de satisfazer o direito do
credor, independente de sua anuência.
Já a desapropriação tradicional é quando o poder público desapropria um bem em função
de necessidade pública, utilidade pública ou interesse social.
Na desapropriação tradicional há o pagamento de indenização ao proprietário do bem.
Seja na Expropriação ou Desapropriação, muitas vezes é necessário o trabalho de
um perito avaliador no decorrer de processo. É este profissional que fará a avaliação
imobiliária do bem objeto desta ação.
O perito oficial é nomeado pelo juiz e é ele quem determinará, em seu laudo de avaliação
de imóvel, qual o valor do imóvel em conflito.
No entanto é de extrema importância que s partes envolvidas contratem seus próprios
peritos (chamados de perito assistente técnico) para acompanharem os trabalhos do
expert, atentando-o para pontos em que pode ter esquecido, formulando quesitos e o
parecer técnico que poderá ser favorável ou desfavorável .
O perito assistente é um profissional extremamente técnico e com domínio no assunto.
Há diversos casos em que o juiz proferiu sentença tomando por base o parecer do perito
assistente ; por isso a extrema importância deste profissional num processo desta
natureza.
Segundo o Art. 243 da Constituição Federal Compete à União desapropriar por interesse
social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função
social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de
preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo
ano de sua emissão.
Ainda, o art. 185, I e II, da CF: São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma
agrária:
I - a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu
proprietário não possua outra;
II - a propriedade produtiva.

5. ESTEJA PREPARADO PARA DISCUTIR O QUE É A USOCAPIÃO; O QUE


SÃO TERRAS DEVOLUTAS E O PROCESSO DISCRIMINATÓRIO, O QUE É
O MÓDULO RURAL E A DIFERENÇA DO MÓDULO FISCAL.
R= Usocapião e um modo de aquisição da propriedade ou de qualquer direito real que se dá posse
prolongada da coisa, de acordo com os requisitos legais, sendo também denominada de prescrição
aquisitiva.

Usocapiao rural, também denominado pro labore, tem como requisitos a posse como sua por 5
anos ininterruptos e sem oposição, de área rural não superior a 50 hectares, desde que não seja
possuidor de qualquer outro imóvel, seja este rural ou urbano.

Terras devolutas - são terras pertencentes ao Poder Público, mas que não tem uma destinação
pública definida, pois não estão sendo utilizadas pelo Estado. “O conceito de terras devolutas é
residual, ou seja, as terras que não estão incorporadas ao domínio privado nem têm uma
destinação a qualquer uso público são consideradas terras devolutas.” Maria Sylvia Zanella Di
Pietro (2009, p. 714)

Processo discriminatório é aquele destinado a assegurar a discriminação e delimitação das terras


devolutas da União e dos estados-membros, além de separá-las das terras particulares e de outras
terras públicas.

Módulo Rural é uma unidade indivisível, por ser considerada a menor unidade de terra possível
para que a família rural consiga alcançar a sustentação já citada acima. Ou seja, o suficiente para
produzir alimentos necessários para sobrevivência da família acrescido da progressão econômica.
Módulo RURAL é aquele necessário para que a terra cumpra sua função social, estando
diretamente ligada à área da propriedade familiar.

Módulo FISCAL é uma unidade de medida dada também em hectares, que reflete a área média
dos módulos rurais encontradas dentro de um município. Este conceito é importantíssimo, pois
através dele, tem-se a definição dos imóveis rurais quanto ao tamanho quando defini-se:
 –pequena propriedade: imóvel rural de área compreendida entre 1 (um) e 4 (quatro)
módulos fiscais;
 –média propriedade: imóvel rural de área compreendida entre 4 (quatro) e 15 (quinze)
módulos fiscais;
 –grande propriedade: imóvel rural de área superior a 15 (quinze) módulos fiscais.

6. O SIGNIFICA RESPONSABILIDADE OBJETIVA E RESPONSABILIDADE


SUBJETIVA NO CONTEXTO DO SISTEMA DE RESPONSABILIDADE
AMBIENTAL.

A responsabilidade civil é um instituto jurídico que consiste no dever do infrator de ressarcir


um dano causado a alguém. Ela pressupõe prejuízo a terceiro o que gera o dever de reparação do
dano causado. Na responsabilidade civil é necessário identificar aquela conduta que reflete na
obrigação de indenizar.

Existem duas teorias que explicam e classificam a responsabilidade civil em subjetiva e


objetiva. A primeira teoria é a da responsabilidade subjetiva fundada no elemento culpa, na
culpabilidade, pois sem a culpa não há a reparação civil. Pela responsabilidade civil subjetiva é
preciso analisar se a pessoa agiu com negligência, imperícia ou imprudência para que haja o dever
de ressarcimento a vítima lesionada. Para caracterizá-la, é imprescindível alguns elementos quais
sejam: a conduta antijurídica, o dano, o nexo de causalidade e a culpa que é o elemento marcante
na responsabilidade subjetiva. Por outro lado, a segunda teoria é a da responsabilidade objetiva
que entende que a reparação baseia-se no dano causado e sua relação com a atividade
desenvolvida pelo agente. Explica-se essa teoria pelo alto risco de determinadas atividades e pela
impossibilidade prática de se provar a culpabilidade em determinadas ocasiões. Portanto, os
elementos essenciais são: o dano e o nexo de causalidade. Na responsabilidade objetiva não existe
a necessidade da comprovação da culpa para que haja a obrigação de reparar o dano.

A responsabilidade civil ambiental vislumbra tanto desmotivar uma conduta danosa ao meio
ambiente e ao bem estar social quanto à reparação do dano com a recuperação e restauração do
bem lesado ou sendo essa impossível com a indenização em dinheiro. Ela estabelece regras para
a verificação do dano causado e a responsabilização do agente causador. O empreendedor de uma
atividade econômica deve ter o cuidado de zelar pela preservação ambiental e assumir os danos e
os riscos advindos dessa atividade. Por isso, a responsabilidade está pautada na assunção de riscos
e a doutrina divide em duas principais teorias sobre a atividade de risco, a saber: teoria do risco
criado e teoria do risco integral.

A teoria do risco criado entende que aquele que, em razão de sua atividade ou profissão, criar
um perigo está sujeito à reparação do dano que causar, salvo prova de haver adotado todas as
medidas para evitá-lo. Os defensores da teoria do risco criado afirmam que somente as atividades
perigosas ensejam a responsabilização dos danos por elas causados. Neste sentido, Annelise
Monteiro Steigleder menciona que “a teoria do risco criado, a qual procura vislumbrar, dentre
todos os fatores de risco, apenas aquele que, por apresentar periculosidade, é efetivamente apto a
gerar as situações lesivas, para fins de imposição de responsabilidade”. (Steigleder,2003).

Essa teoria admite a aplicação das excludentes de responsabilidade como o caso fortuito e a
força maior. Por sua vez, a teoria do risco integral é a modalidade mais extremada da teoria do
risco, pois essa teoria sugere a inaplicabilidade das excludentes de responsabilidade e a obrigação
de reparar decorre apenas do fato dano. O Brasil adotou em matéria de direito ambiental a teoria
da responsabilidade civil objetiva, sendo assim, não é necessário à comprovação da culpa para
que haja a obrigação de indenizar. A responsabilidade civil objetiva foi fundamentada na teoria
do risco integral. A vinculação da responsabilidade objetiva à teoria do risco integral é a forma
mais rigorosa de imputação de responsabilidade por dano ambiental, tendo em vista que, segundo
essa teoria o dever de indenizar existe quando ocorre o dano, mesmo nos casos de culpa exclusiva
da vítima, caso fortuito ou força maior.

7. DOS OBJETIVOS DO CRÉDITO RURAL.

Fortalecer o setor rural;

Estimular os investimentos rurais feitos pelos produtores ou por suas associações


(cooperativas, condomínios, parcerias, etc.);

Favorecer o oportuno e adequado custeio da produção e a comercialização de produtos


agropecuários;

Incentivar a introdução de métodos racionais no sistema de produção, visando o aumento da


produtividade, à melhoria do padrão de vida das populações rurais e à adequada utilização
dos recursos naturais.

8. IMPOSTO TERRITORIAL RURAL: CONCEITOS, DEFINIÇÕES E


APLICAÇÃO.
A legislação que rege o ITR é a Lei 9.393/1996 de 19 de Dezembro desse mesmo ano, e
alterações subsequentes.
A relação existente entre os dois ramos dos Direito analisados no presente (o Direito
Tributário e o Direito Agrário) se encontram proporcionalmente concreto e de grande valia, tendo
em vista que os institutos (e em especial o do ITR, ora apreciado) contrapõe interesses que
ressaltam aos olhos de toda a população, tanto por aqueles que detém terras e são cobrados (por
meio de impostos) por isso, ou pelos movimentos sociais (interessando na tão almejada Reforma
Agrária), acautelado pelo ramo agrário.

Nesse sentido, é necessário compreender o que se tem por Imposto sobre a Propriedade
Territorial Rural, de maneira conceitual. Assim, pode-se afirmar que é um tributo que visa
cobrar certo valor daqueles que se beneficiam de uma propriedade localizada em via
territorial não-urbana, preenchidos os requisitos do fato gerador que lhe compete.

Dessa maneira, fica simplificado o motivo da criação do ITR. A sua criação (introduzida
pela Constituição Federal de 1891), teve por presunção que as terras rurais fossem tributadas,
como gerador de renda aos cofres públicos por instrumento de reforma agrária e, posteriormente,
(na Constituição de 1988) para fomentar a produtividade agrícola, utilizando-a como forma de
desestimular a conservação de propriedades tidas como indigente (improdutiva).

Tem-se atualmente, então, por Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) como
sendo um tributo que, por assentamento na norma constitucional, deve vir a servir como
ferramenta ativa para forçar os proprietários de terras rurais a cumprirem a sua função social da
propriedade (agrária), que, por vez, necessita, efetivamente, ser ensejada e fiscalizada.

Ao que se refere à competência para cobrar este imposto, fica bem descrita, nas linhas de
HUGO DE BRITO MACHADO. In verbis:

O imposto sobre a propriedade territorial rural é de competência da União Federal (CF,


art. 153, inc. VI, e CTN, art. 29). No regime da Constituição de 1946 esse imposto era da
competência dos Estados (art. 19, inc. I). Com a Emenda Constitucional n. 5, de 1961, passou à
competência dos Municípios, e com a Emenda Constitucional n. 10, de 1964, passou finalmente
à competência da União Federal.

Assim, fica evidente que o ITR já sofreu alterações em sua estrutura de competência
diversas vezes, deixando, hoje em dia, ao encargo da União Federal, sua aquisição. Para tanto, o
ilustre tributarista ainda conclui seu raciocínio descrevendo a causa de al imposto se encontrar
"em mãos" da União Federal: A atribuição do imposto sobre a propriedade territorial rural à União
deveu-se exclusivamente ao propósito de utilizá-lo como instrumento de fins extrafiscais, tanto
que a sua receita era, na vigência da Constituição anterior, destinada inteiramente aos Municípios
em cujos territórios estivessem os imóveis situados (CF-1969, art. 21, § 1º).

Enfatizando a conceituação do imposto analisado, bem como da competência que o


mesmo detém, fica cristalino que sua introdução, no ordenamento jurídico nacional, (pela
Constituição de 1891) trouxe novidade, por meio do instituto, que caracteriza-se pela própria
cobrança de tributo aos territórios rurais. Porém, é preciso entender a sua finalidade (o que será
analisado em momento oportuno) para que a compreensão do mesmo seja completamente
satisfeita.

A Declaração de ITR é uma declaração obrigatória para todos os proprietários de imóveis


rurais, titulares de domínio útil ou possuidores de qualquer título, inclusive usufrutuário, pessoas
físicas ou jurídicas que estejam instituídas da posse de imóvel rural. Anualmente, a DITR precisa
ser entregue à Receita Federal do Brasil. Por se tratar de um imposto de caráter declaratório, o
produtor rural deve estar atento aos dados informados, pois a qualquer momento o produtor
poderá ser intimado a comprovar as informações declaradas na DITR.

1) Ausência de entrega da DITR e a indisponibilidade da Certidão Negativa de Débitos: A CND


é um documento indispensável para efetivação de registros de compra, venda, integralização de
capital, desmembramento, doação, partilha causa mortis, garantia hipotecaria e outros, logo, a
falta desta certidão pode impossibilitar a realização de transações comerciais e imobiliárias.

2) Falta de atualização do endereço de correspondência do declarante: O endereço de


correspondência contido na DITR é utilizado pela Receita Federal para a comunicação com o
contribuinte em caso de: informações inconsistentes, débitos, intimações e notificações de
lançamento. As intimações e notificações, quando não recebidas pelo contribuinte no endereço
informado nas declarações, poderão ser publicadas por edital na sede da Delegacia da Receita
Federal de cada região. Assim, caso o contribuinte não tome conhecimento destas no prazo para
defesa administrativa (30 dias), será gerado um processo de cobrança fiscal através da
Procuradoria da Fazenda Nacional, restando ao contribuinte apenas a defesa judicial.

3) Definição do Valor da Terra Nua (VTN): Este é o ponto “crítico” de uma DITR, pois está
diretamente ligado ao valor do imposto que será pago pelo contribuinte. Como este valor é
bastante discutido em processos de fiscalização, chamamos sua atenção para a definição deste
valor. Além de estar diretamente ligado a arrecadação do imposto, o VTN declarado na DITR
poderá ser utilizado para a apuração do Ganho de Capital no caso de uma futura venda.

4) Ausência da Entrega do Ato Declaratório Ambiental (ADA): A entrega do ADA é obrigatória


para todas as propriedades rurais que possuem áreas isentas de imposto, tais como: Área de
Preservação Permanente (APP), Reserva legal (RL), mato nativo e outras.

9. CONTRATOS RURAIS: CONCEITO, DEFINIÇÕES E APLICAÇÕES

Segundo o DECRETO No 59.566/1966 Art 1º O arrendamento e a parceria são contratos agrários


que a lei reconhece, para o fim de posse ou uso temporário da terra, entre o proprietário, quem
detenha a posse ou tenha a livre administração de um imóvel rural, e aquele que nela exerça
qualquer atividade agrícola, pecuária, agro-industrial, extrativa ou mista (art. 92 da Lei nº 4.504
de 30 de novembro de 1964 - Estatuto da Terra - e art. 13 da Lei nº 4.947 de 6 de abril de 1966).

Art 3º “Arrendamento rural é o contrato agrário pelo qual uma pessoa se obriga a ceder à outra,
por tempo determinado ou não, o uso e gozo de imóvel rural, parte ou partes do mesmo,
incluindo, ou não, outros bens, benfeitorias e ou facilidades, com o objetivo de nele ser exercida
atividade de exploração agrícola, pecuária, agro-industrial, extrativa ou mista, mediante, certa
retribuição ou aluguel , observados os limites percentuais da Lei.

§ 2º Chama-se Arrendador o que cede o imóvel rural ou o aluga; e Arrendatário a pessoa ou


conjunto familiar, representado pelo seu chefe que o recebe ou toma por aluguel.

Valor do aluguel e prazo de duração:


1. No contrato de arrendamento rural, se o imóvel for todo alugado, o valor recebido pelo
arrendador por todos os arrendamentos somados não pode ser maior que 15% (quinze
por cento) do valor venal do imóvel, que consta na Declaração do Imposto sobre a
Propriedade Rural (ITR). Contudo, se for arrendada apenas uma parte do imóvel, o limite
será de 30% (trinta por cento) deste valor.

2. prazos mínimos para o contrato de arrendamento, conforme a legislação:

 3 (três) anos, nos casos de arrendamento em que ocorra atividade de exploração de


lavoura temporária e ou de pecuária de pequeno e médio porte;
 5 (cinco) anos, nos casos de arrendamento em que ocorra atividade de exploração de
lavoura permanente e ou de pecuária de grande porte para cria, recria, engorda ou
extração de matérias primas de origem animal;
 7 (sete) anos, nos casos em que ocorra atividade de exploração florestal.

Art 4º “Parceria rural é o contrato agrário pelo qual uma pessoa se obriga a ceder à outra, por
tempo determinado ou não, o uso especifico de imóvel rural, de parte ou partes do mesmo,
incluindo, ou não, benfeitorias, outros bens e ou facilidades, com o objetivo de nele ser exercida
atividade de exploração agrícola, pecuária, agroindustrial, extrativa vegetal ou mista; e ou lhe
entrega animais para cria, recria, invernagem, engorda ou extração de matérias primas de
origem animal, mediante partilha de riscos do caso fortuito e da força maior do
empreendimento rural, e dos frutos, produtos ou lucros havidos nas proporções que
estipularem, observados os limites percentuais da lei (artigo 96, VI do Estatuto da Terra)”.

Parágrafo único. Para os fins deste Regulamento denomina-se parceiro outorgante, o cedente,
proprietário ou não, que entrega os bens; e parceiro-outorgado, a pessoa ou o conjunto familiar,
representado pelo seu chefe, que os recebe para os fins próprios das modalidades de parcerias
definidas no art. 5º.

Art 5º Dá-se a parceria:

I - agrícola, quando o objeto da cessão for o uso de imóvel rural, de parte ou partes do
mesmo, com o objetivo de nele ser exercida a atividade de produção vegetal;
II - pecuária, quando o objetivo da cessão forem animais para cria, recria, invernagem
ou engorda;
III - agroindustrial, quando o objeto da sessão for o uso do imóvel rural, de parte ou
partes do mesmo, ou maquinaria e implementos, com o objetivo de ser exercida
atividade de transformação de produto agrícola, pecuário ou florestal;
IV - extrativa, quando o objeto da cessão for o uso de imóvel rural, de parte ou partes
do mesmo, e ou animais de qualquer espécie, com o objetivo de ser exercida atividade
extrativa de produto agrícola, animal ou florestal;
V - mista, quando o objeto da cessão abranger mais de uma das modalidades de
parceria definidas nos incisos anteriores.

CARÍSSIMOS ESTUDANTES,

DEDIQUEM-SE SEMPRE!
ENCONTRAMOS-NOS NA SEXTA-FEIRA, FORTE ABRAÇO E DESEJO DE
SUCESSO.

ATENCIOSAMENTE,

JULIANA MARIANO ALVES

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