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Felipe Rosa dos Santos Lima

Acadêmico de Medicina – Universidade Federal de Sergipe

INFERTILIDADE
EPIDEMIOLOGIA: Segundo a OMS, incide em 7 a 15% dos casais em idade reprodutiva.

CONCEITOS:

 Fecundabilidade: Probabilidade de conseguir gravidez dentro de um único ciclo


menstrual (20-25% em casais normais);
 Fecundidade: Probabilidade de conseguir um nascido vivo em um ciclo menstrual
 Infertilidade: Ausência de gravidez após um ano de coite desprotegido (em casais que
mantem pelo menos 2 a 3 relações semanais);
o Primária: Ausência de gestação prévia;
o Secundária: Presença de gestação prévia, mas não necessariamente com
nascido vivo.
 Esterilidade: Incapacidade permanente de procriação

AVALIAÇÃO DO CASAL

 Frequência das relações sexuais


 Tempo de coite sem contracepção
 Idade da mulher
 Paridade prévia

Quando iniciar a investigação?

o Mulheres < 35 anos – esperar um ano de coito sem contracepção


o Mulheres > 35 anos – 06 meses sem contracepção ou imediata

Causas de infertilidade

 Fator masculino – 35%


 Tuboperitoneal – 35%
 Ovulatório – 15%
 Infartilidade sem causa aparente – 10%
 Outros (uterinos, imunológicos.) - 5%
LEVANDO EM CONTA APENAS A MULHER

o Tuboperitoneal – 40%
o Ovulatório – 40%
o Infertilidade sem causa aparente – 10%
o Outros – 10%

PROPEDÊUTICA MASCULINA

ANAMNESE: hábitos de vida, cirurgias pregressas, traumas, hábitos e história sexual, presença
de disfunção erétil ou ejaculação precoce, caracteres secundários.

CAUSAS DE INFERTILIDADE MASCULINA:

o Varicocele – 42,2%
o Idiopático – 22,7%
o Obstrução – 14,3%
o Outros – 20,8%
Felipe Rosa dos Santos Lima
Acadêmico de Medicina – Universidade Federal de Sergipe

EXAME BÁSICO:
ESPERMOGRAMA
 Conclusões baseadas em duas amostras;
 Período de abstinência: 2 a 3 dias;
 Coleta em laboratório ou domiciliar (período de até uma hora da coleta até a análise);
 Frasco estéril: DISCRET
 Higienização
TERMOS

o Azoospermia – Ausência de espermatozoides no ejaculado;


o Oligozoospermia – Espermatozoides < 20 milhões
o Astenozoospermia – Alterações de motilidade
o Teratozoospermia – Alterações na morfologia
o Necrozoospermia – Vitalidade < 70%

PARÂMETROS SEMINAIS OMS 2010

Volume (ml) >= 1,5


Concentração/ml >= 15
Concentração total >= 39
Motilidade (A+B) (%) >= 32
Motilidade total (%) >= 32
Vitalidade (%) >= 58
Morfologia (%) >= 4
OUTROS EXAMES:

o USB de bolsa escrotal


o Dosagem hormonal: FSH, LH, PRL, Testosterona livre
o Cariótipo sanguíneo
o Biópsia de testículo

REANASTOMOSE DE DUCTO DEFERENTE:

o Em 5 anos – 75%
o Em 10 anos – 25%

PROPEDÊUTICA FEMININA

ANAMNESE: história reprodutiva prévia, menstrual, sexual, hábitos de vida, cirurgias pregressas,
medicamentos, caracteres secundários, história familiar de malformações ou falhas
reprodutivas.

 FATOR OVULATÓRIO
 FATOR TUBOPERITONEAL
 FATOR UTERINO

FATOR OVULATÓRIO

A anovulação e as alterações da função lútea ocorrem em cerca de 40% das pacientes inférteis.

CURVA DE TEMPERATURA BASAL: Produção de progesterona que exerce um efeito termogênico


no hipotálamo. Aferir pela manhã a partir do 1º dia do ciclo. Aumento menor que 11 dias diz
Felipe Rosa dos Santos Lima
Acadêmico de Medicina – Universidade Federal de Sergipe

favorável para insuficiência do corpo lúteo. A persistência por mais de 16 dias pressupõe se
gravidez. Não é recomendável e nem confiável.

DOSAGEM DE PROGESTERONA: Coleta-se na fase lútea média. Resultado >3ng/ml diz que a
paciente ovulou, >10ng/ml afirma que a paciente tem a função lúte a normal. Devido a secreção
pulsátil do hormônio pode ocorrer de a dosagem não registrar o pico. É recomendável, porém
não muito confiável.

ULTRASSONAGRAFIA SERIADA: Documentar a ovulação e programar o coito. O folículo


dominante cresce 2mm/dia e rompe com 20 a 25 mm. É o método ideal e muito confiável, porém
é manual dependente.

AVALIAÇÃO DA RESERVA UTERINA: É indicada para paciente com mais de 35 anos, infertilidade
sem causa aparente, história de menopausa precoce, cirurgia ovariana prévia e tabagismo.
Dosa-se FSH e Estradiol basais entre o segundo e quinto dia do ciclo. FSH>10pg/ml e/ou Estradiol
> 60-80pg/ml é um mal prognóstico. FSH>18 IU/L é 100% especificidade para falha na
concepção.

FATOR TUBOPERITONEAL

Envolvido em 40% dos casos de infertilidade feminina. Lesões tubárias são sequelas de DSTs,
cirurgias, endometriose.

HISTEROSSALPINGOGRAFIA: É o exame indicado na avaliação básica. Feito no segundo ao quinto


dia após o término da menstruação. Tubas que no exame aparecem ser obstruídas tem 60% de
chances de serem prévias.

VIDEOLAPAROSCOPIA (ANA FLÁVIA): Padrão ouro. Alterações na HSG que são passíveis de
correção na videolaparoscopia.

FATOR UTERINO E CERVICAL

Estão mais associados ao abortamento do que a infertilidade em si.

ULTRASSONOGRAFIA TRANSVAGINAL e HISTEROSSALPINOGRAFIA são os exames usados na


avaliação inicial.

INFERTILIDADE SEM CAUSA APARENTE

Diagnóstico de exclusão.

Causas prováveis:

 Anomalias do gameta;
 Problemas na implantação embrionária

Em 7 anos, 14% conseguem um feto vivo.

TRATAMENTO

RECOMENDAÇÕES GERAIS: mudanças de hábitos de vida, modulação do peso (menor que 27 e


maior que 17).

Indução da Ovulação: CITRATO DE CLOMIFENO (início no 3º ao 5º dia do ciclo por 5 dias. 50 a


150 mg). Ocorreu ovulação? – Não aumenta a dose. A maioria das gestações ocorrem em 6
ciclos. Risco de gestação múltipla (6,9-9% gêmeos e 0,3-0,5% trigêmeos. Efeitos antiestrogênicos
Felipe Rosa dos Santos Lima
Acadêmico de Medicina – Universidade Federal de Sergipe

e hiperestímulo ovariano. Contraindicado em casos de cistos ovarianos, hepatopatias, tumor


hipofisário, disfunção tireoidiana e adrenal.

GONADOTROFINAS: em pacientes que não respondem ao clomifeno.

METFORMINA: pacientes com resistência à insulina. Atua diminuindo a insulina da paciente que
causa diminuição da testosterona assim restaurando a função ovariana.

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