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Curso de Administração Pública (AJAJ) – TRE-PE

Aula 03 – Empreendedorismo, Governança, Mudanças Institucionais


Prof. Vinicius Ribeiro

Aula 03

Administração Pública – TRE-PE


Empreendedorismo, Governança, Mudanças Institucionais
Professor: Vinicius Ribeiro

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Aula 03

Olá pessoal, vamos seguindo?


Tópicos da Aula

Empreendedorismo, Governança, Mudanças Institucionais ............. 02


Questões .................................................................................. 19
Vale a Pena Estudar de Novo ........................................................... 30
Exercícios Trabalhados .................................................................... 33
Gabarito .......................................................................................... 41

3 Empreendedorismo governamental e novas lideranças no


setor público. 3.1 Processos participativos de gestão pública:
conselhos de gestão, orçamento participativo, parceria entre
governo e sociedade. 4 Governo eletrônico. 4.1 Transparência
da administração pública. 4.2 Controle social e cidadania. 4.3
Accountability. 7 Governabilidade e governança. 7.1
Intermediação de interesses (clientelismo, corporativismo e
neocorporativismo). 8 Mudanças institucionais: conselhos,
organizações sociais, Organização da Sociedade Civil de
Interesse Público (OSCIP), agência reguladora, agência
executiva.
Empreendedorismo

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Para entrarmos nesse tópico, essencial definirmos o conceito de empreendedor:


qualificação dada a um indivíduo que possui determinadas características, tais
como inovador, realizador, arrojado, autoconfiante, capaz de assumir riscos
calculados, agente de transformação/mudança. Esse conceito não se restringe às
empresas, podendo aparecer a figura do empreendedor em um projeto específico
ou em uma ação isolada dentro de uma comunidade.
Podemos, principalmente, chamar de empreendedor o fundador de uma empresa,
já que normalmente ele constrói algo partindo do nada, em situações difíceis.
Dentro das organizações, segundo Gifford Pinchot, uma pessoa empreendedora
pode ser chamada de intra-empreendedor.
Ainda falando sobre o empreendedor dentro de uma empresa, é preciso
mencionar que para que pessoas empreendam dentro de uma organização, é de
suma importância que a empresa dê condições para isso, ou seja, deve ser
encorajada a inovação.
Caso contrário, o mais empreendedor dos empreendedores se tornará um
perfeito burocrata, na concepção pejorativa da palavra. Nesse caso, o “homem é
fruto do meio”.
De qualquer modo, uma pessoa com características de empreendedor acredita
ser importante sentir-se útil para o grupo em que está inserida, possuindo
necessidade de obter poder e de se tornar realizada em suas ações, buscando
sempre diversas oportunidades.

É importante mencionar que é possível treinar pessoas para se tornarem


empreendedoras. Segundo Filion, “o treinamento para a atividade
empreendedora deve capacitar o empreendedor para imaginar e identificar
visões, desenvolver habilidades para sonhos realistas.”
Para Say, o empreendedor (palavra oriunda do termo francês “entrepreneur”) é
aquele que “movimenta recursos econômicos de um setor de menor
produtividade para outro de maior produtividade e melhor rendimento.”

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No setor público, o termo empreendedor também vem sendo difundido. Isso vem
ocorrendo principalmente no âmbito das instituições, ou seja, definindo o que
seria uma instituição empreendedora.
Segundo Ted Gaebler e David Osborne: “Naturalmente, o fato de que não se pode
governar como quem dirige uma empresa não quer dizer que o governo não
possa tornar-se mais empreendedor. Qualquer instituição, pública ou privada,
pode ser empreendedora, assim como qualquer instituição, pública ou privada,
pode ser burocrática.”
É possível gerar competitividade, inclusive entre entidades públicas. Vejamos o
que cita Gaebler:

“O serviço postal americano lançou uma série de selos em homenagem a Elvis


Presley, seguindo uma estratégia muito inteligente. Em primeiro lugar, foram
lançados cinco selos com imagens de diferentes fases da carreira do cantor,
submetidos ao público para que escolhesse os mais bonitos. Apenas dois foram
escolhidos e os demais descartados. Em fevereiro deste ano, o correio faturou
nada menos que 1,1 bilhão de dólares com esses selos. Uma receita obtida com
um serviço que a empresa nem mesmo terá de realizar, uma vez que boa parte
dos selos foi comprada por gente que quer guardá-los como lembrança.”
Outro exemplo:
“em vários Estados Americanos, uma certidão de nascimento custa apenas 9
dólares. Se os pais quiserem uma certidão decorativa, feita em papel especial
para colocar na parede, o mesmo serviço sai por 50 dólares. É simplesmente um
recurso de marketing para adicionar valor à informação.”
Percebam que as características do empreendedorismo podem sim serem
aplicadas às entidades públicas, desde que essas sejam administradas com mais
energia, com mais garra. É preciso que haja envolvimento de todos e que o
Governo seja flexível para se adaptar às mudanças do “mercado”. É o reinventar
do governo.

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Intraempreendedor: aquele funcionário que inova, que assume


responsabilidades dentro do órgão ou da empresa é um intraempreendedor. Ele
não está criando uma nova empresa, ele está fazendo com que a empresa onde
trabalha seja mais empreendedora. Ele entende o funcionamento da empresa
como um todo, entende o negócio em si.
O processo empreendedor inicia-se com o surgimento de uma oportunidade,
através de uma necessidade detectada, possibilitando ao empreendedor efetivar
realizações com inovação. A materialização dessa oportunidade gera novas
oportunidades, funcionando como um ciclo virtuoso, com o empreendedor no seu
centro.
Vamos a um exemplo. Um funcionário cheio de ideias, mas com pouca coragem,
continua efetuando seu trabalho rotineiro. Um belo dia, é demitido. A partir daí,
ele se vê obrigado ou enxerga nessa nova fase uma oportunidade de empreender
o seu negócio, através de suas criações. Surge, assim, um empreendimento.
Da percepção da oportunidade até a efetivação do empreendimento, há um
extenso caminho a percorrer. As fases intermediárias é o que podemos chamar
de processo empreendedor.
Fase 1 – Identificação da Oportunidade: onde surgem as ideias, seja pela
busca de algo ou pelo surgimento de uma oportunidade. É necessário avaliar a
conveniência da oportunidade.
Fase 2 – Decisão de avançar: deve ser desenvolvido o plano de negócios,
delineando estratégias da empresa a ser criada ou em crescimento.
Fase 3 – Implementação: o empreendedor deve utilizar sua habilidade de
negociação para captar os recursos necessários.
Fase 4 – Crescimento: momento de gerir a empresa, em que devem ser
reconhecidas as limitações, ser recrutada uma excelente equipe de trabalho,
implementar as ações que minimizem os problemas e maximizem os lucros.

Identificação
Decisão de
da Implementação Crescimento
oportunidade avançar

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Governo Eletrônico (e-gov)


Governo Eletrônico é o uso de sistemas de informação para auxiliar o setor
público a entregar resultados aos cidadãos e tornar a gestão pública mais
transparente. Ele tem como princípio a utilização das modernas tecnologias de
informação. O intuito é o controle social e a democratização do acesso à
informação, ampliando discussões e dinamizando a prestação de serviços
públicos.

O Governo Eletrônico atua em três frentes:


 Junto ao cidadão;
 Melhoria da sua própria gestão interna;
 Integração com parceiros e fornecedores.

Governança e Accountability
As partes interessadas (stakeholders) em uma empesa/entidade pública são os
acionistas da empresa, os clientes, os funcionários, etc. Indivíduos e organizações
ativamente envolvidos no negócio em si, cujos interesses são afetados (positiva
ou negativamente) por ele, ou que exercem influência sobre o mesmo. Pode
abarcar, também, atores externos, como fornecedores, agências
governamentais, comunidades afetadas pelo projeto e a sociedade em geral.
É para os stakeholders que as empresas trabalham. Principalmente o stakeholder
acionistas/fundadores em empresas privadas ou o stakeholder cidadão nos
órgãos e entidades públicas.
Podemos fazer a seguinte separação:
 Stakeholders primários (fundamentais para as atividades da
organização, afetando e sendo afetados diretamente): fornecedores,
clientes, acionistas, empregados; públicos (comunidades, governo).
 Stakeholders secundários (há influência, mas os agentes não estão
necessariamente dedicados): mídia, entidades de classe, sindicatos.

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E o que a governança tem a ver com isso? Vamos entender esse conceito
também?
Segundo Michael Hitt, a governança é “o conjunto de estratégias para
administrar a relação entre os acionistas, que é utilizado para determinar
e controlar a direção estratégica e o desempenho das organizações.”
Tudo que se relaciona com a boa administração da empresa visando o interesse
dos stakeholders (partes interessadas) é considerado governança corporativa.
Dentro desse contexto temos a teoria da agência. O que é isso? À medida que
as empresas crescem, os donos e acionistas precisam delegar a
administração a um terceiro, a um agente. Esse agente irá administrar o
negócio.
O problema é que o agente pode estar interessado em atender os seus interesses,
deixando de lado os interesses dos acionistas. Esse é o problema do agency
(agência).
Em busca da harmonia nessas relações, são estabelecidas forças de controle,
classificadas em externas e internas.

Forças externas Forças internas

• definição de mecanismos • concentração da propriedade


regulatórios; acionária;
• padrões contábeis exigidos; • constituição do Conselho de
• controle pelo mercado de Administração;
capitais; • definição do modelo de
• pressões do mercado de remuneração para os gestores;
atuação; • monitoramento compartilhado
• ativismo de investidores. da companhia;
• estruturas multidivisionais de
negócios.

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Para complementar isso, o controle é fundamental. As auditorias podem


acompanhar e corrigir problemas na gestão do administrador.
Assim, conceitos como responsabilidade, accountability, prestação de contas e
transparência são fundamentais no contexto da agência.
Outros conceitos:
 Compliance: submissão
 Disclosure: divulgação
 Fairness: justiça/equidade
Todos esses significados foram observados quando da edição da Lei Sarbanes-
Oxley. Trata-se de uma Lei que visou promover ampla regulação nas
corporações, fundamentada nas boas práticas de governança corporativa.
Devemos ter em mente que a mudança do papel do Estado nos últimos anos
obriga o Estado a ter esse foco na governança. A velha administração burocrática
com características de estrutura rígida e por vezes ineficiente tem dado lugar à
administração gerencial.
Em 1995, momento em que a Administração Pública Brasileira passava a ser mais
gerencial e menos burocrática (ao menos na teoria), essa mudança adveio do
Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado - PDRAE. Por que aparelho está
em negrito? Por que eu gosto dessa palavra? Não. É para destacar que a reforma
lidou com o aparelho, ou seja, com a melhoria da governança. O problema não
era de governabilidade. A governabilidade relaciona-se com legitimidade e poder:
isso já havia na época, devido à Constituição de 88 e ao seu cumprimento. A
governabilidade refere-se a condições sistêmicas do exercício do poder por parte
de um Estado.
A governabilidade utiliza a governança para atuar. Então, não é errado falarmos
que a governança AUXILIA no processo de legitimação dos governos,
aumentando a governabilidade.
O Estado tem dividido várias funções com a iniciativa privada. Privatizações e
concessões têm sido a tônica de governos atuais. Assim, a quantidade de atores
envolvidos com a máquina pública no sentido amplo é bem grande. Gerir tudo
isso não é tarefa fácil.

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Basta pensarmos nos grandes problemas que o Brasil enfrenta com as


Organizações Não Governamentais. Essa inserção de atores múltiplos acaba
gerando isso, quando não há governança.
É preciso dizer que, apesar de o Estado ter “dividido” suas funções com outros
atores, ele continua sendo titular do serviço público. O Estado, mesmo que deixe
de ser executor de um serviço, deve regulá-lo.
No ponto de vista da governança, o que é mais difícil: executar por si só algo ou
controlar o que outro participante executa? Com certeza o controle é mais difícil,
pois o Estado depende do bom trabalho do executor, que não é ele.
Essa nova administração é voltada para resultados, é flexível, deve ter
excelência, envolve vários atores. Mas, para se ter tudo isso, é fundamental ter
governança. Para que agentes efetuem um trabalho de excelência, é preciso ter
uma estrutura que permita isso.
Vejamos alguns problemas gerados pela ausência de governança:
 Abuso de poder
 Erros estratégicos
 Fraudes
Uma boa governança deve carregar consigo os seguintes aspectos.

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Participação

Estado democrático de direito

Transparência

Orientação formada por consenso

Responsabilidade

Equidade/Inclusão

Efetividade e eficiência

Prestação de contas - accountability

O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) define os seguintes


princípios da governança:
 Equidade: tratamento justo.
 Responsabilidade Corporativa: sustentabilidade das organizações.
 Transparência: disponibilizar informações.
 Prestação de Contas (accountability).
Em um ambiente empresarial, é muito comum, quando se adota a governança
corporativa, fazer uso de mecanismos de controle da propriedade sobre a gestão,
tendo em vista que o agente “toma” conta do patrimônio do patrão:
 Conselho de administração: instrumento de gestão de participação
societária, possibilitando a orientação e o acompanhamento dos negócios
da organização.
 Auditoria independente: atividade que busca a completa independência do

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auditor pelo auditado, uma vez que aquele é uma pessoa alheia aos
acontecimentos da empresa.
 Conselho fiscal: órgão fiscalizador dos atos de gestão administrativa,
protegendo os interesses da empresa e dos seus acionistas.
 Comitê de Auditoria: órgão vinculado ao Conselho de Administração, que
tem como funções:
o Supervisionar a integridade e qualidade das práticas contábeis e seus
demonstrativos.
o Verificar a conformidade dos atos da administração.
o Orientar as relações da empresa com os analistas, o mercado e os
investidores.
o Levantamento e análise de “riscos vitais”.
Quem mora em condomínio sabe muito bem que esses três mecanismos são
muito comuns para auxiliar no controle da atuação do síndico. O síndico é um
agente que toma conta do patrimônio dos proprietários do condomínio. Ele recebe
a “confiança” de todos ou da maioria para poder administrar algo em prol da
coletividade.
Governança Participativa: governança que envolve canais institucionalizados
de participação da sociedade civil, como o orçamento participativo. Trata-se de
um processo de cogestão, com democracia direta atuando junto com a
democracia representativa.
Governança Eletrônica (e-governance): envolve o uso de meios eletrônicos
que promovem a interação entre governantes e governados. O dadosgov é um
exemplo disso. Trata-se de um ambiente com dados abertos para consulta da
população. Esse e-governance funciona como um incremento para a governança
corporativa.
Accountability: é a obrigação que um órgão/entidade possui de prestar contas
dos resultados obtidos, em função das responsabilidades que decorrem de uma
delegação de poder.
Para Tinoco:

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“A responsabilidade (accountability), como se vê, corresponde sempre à


obrigação de executar algo, que decorre da autoridade delegada e ela só quita
com a prestação de contas dos resultados alcançados e mensurados pela
Contabilidade. A autoridade é a base fundamental da delegação e a
responsabilidade corresponde ao compromisso e obrigação de a pessoa escolhida
desempenhá-lo eficiente e eficazmente”.
Existe um desmembramento no conceito de accountability em: horizontal e
vertical. Vejamos as definições.
 Horizontal: a existência de agências estatais legalmente capacitadas e
autorizadas (dispostas e aptas) a penalizar por sanção criminal ou
impedimento em relação às ações ou omissões por outros agentes.
 Vertical: vigilância e sanções que eleitores exercem sobre o setor público,
por meio das eleições (votação de presidente, senadores, deputados, etc.;
plebiscitos, referendos) e ações diversas da sociedade.
Há ainda um terceiro tipo de accountability. Trata-se da accountability societal,
que é realizada por ONGs, pela imprensa, sindicatos e associações em geral

Mudanças Institucionais
Falamos um pouco sobre isso nas aulas 0 e 1. Vamos fazer um
complemento.

Pluralismo/Ouvidoria
As ouvidorias, também chamadas de ombudsman, são espaços de diálogo entre
órgãos e cidadãos ou empresas e clientes. Por meio de ouvidorias que as
empresas conseguem ouvir de fato seus clientes e obter subsídios para melhoria
de processos e produtos. O cidadão, por sua vez, utiliza a ouvidoria de um órgão
público para obter informações ou fazer reclamações sobre serviços prestados.
Assim como na iniciativa privada, esse diálogo deve servir de subsídio para a
melhoria do serviço prestado pela Administração Pública.
A ouvidoria tem o importante papel de equilibrar forças. Sem esses canais de
comunicação, o cliente ou o cidadão não conseguem fazer valer seus direitos.

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Hoje em dia, as formas tradicionais de Instituição oriundas do Direito


Administrativo (autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de
economia mista) não têm sido suficientes para o atendimento dos diversos
anseios da sociedade. O Estado acaba sendo inflexível às mudanças da sociedade,
não dando, por exemplo, a oportunidade de a sociedade participar das decisões
de política pública e controlar a atuação dos agentes públicos.
Em um contexto como o nosso – imenso território e grande miscigenação, o
Estado acaba sendo pouco efetivo em suas ações, uma vez que as políticas
traçadas são generalistas e não conseguem atingir a necessidades de minorias e
de populações distantes do eixo central. As políticas públicas acabam se tornando
ineficazes.
Um ponto importante na questão institucional é o engessamento legal. A rigidez
de normas acaba por inibir a experimentação de novas formas de instituição.
Novos modelos têm o papel de acompanhar as transformações que possam estão
ocorrendo na sociedade.
Diante desse cenário (realidade), algumas soluções podem ser citadas:
 Arbitragem: criação de instâncias de recurso que possam arbitrar entre
os interesses públicos e privados com certa flexibilidade para negociação;
 Sociedade Civil: o envolvimento da sociedade é possível, seja na escolha
de uma obra a ser executada, seja na participação em conselhos de
políticas públicas. O Estado deve sempre monitorar e financiar essa
participação;
 Pactuação de Resultados: aqui está a figura do contrato de gestão;
 Sobreposição: definição clara de papéis para evitar o retrabalho ou a
sobreposição de atribuições;
 Organizações privadas com finalidade pública: é preciso definir um
ambiente jurídico que dê suporte a instalação de instituições privadas com
finalidade pública;
Vejam que tem sido uma tendência a necessidade de ampliação dos canais de
participação da sociedade no Governo. É nesse contexto que se inserem também
as ouvidorias.

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As ouvidorias são canais presentes nos órgãos. O trabalho dessas áreas é receber
demandas, dúvidas, reclamações e sugestões de cidadãos. Após o recebimento,
a dúvida, por exemplo, é encaminhada ao setor competente. A partir daí o
trabalho da ouvidoria é acompanhar a solução do problema que surgiu a partir
da ligação do cidadão.

Direitos do público à informação


Esse é um tema bastante atual, tendo em vista a recente publicação da Lei de
Acesso à Informação. A regra passa a ser a divulgação dos documentos
produzidos pela Administração Pública.
Aquilo que for sigiloso deverá possui justificativas que demonstrem a não
publicação do documento.
A partir de agora, os órgãos públicos estão disponibilizando estruturas internas
que processem as informações requeridas pelo público para que os dados sejam
fornecidos de forma pertinente.
O tratamento da informação é fundamental. Esses setores especializados devem
analisar a pertinência da solicitação, verificar a possibilidade de resposta imediata
e saber identificar os responsáveis pelo fornecimento das informações mais
complexas.
Identificando o setor responsável, esse departamento centralizador das
requisições repassa o pedido de informação e acompanha a solução tempestiva
da solicitação.
Além das solicitações, a Administração Pública vem disponibilizando em seus sites
informações básicas sobre serviços prestados. Como exemplos, temos o
dados.gov, o Portal Brasileiro de Dados Abertos.
Nesse portal, o cidadão tem condições de utilizar dados governamentais. Ele
também pode reutilizar e redistribuir esses dados desde que a autoria seja
creditada.
David Eaves enumera três leis de dados abertos, conforme disponível no próprio
site dados.gov. Vejamos:
1. Se o dado não pode ser encontrado e indexado na Web, ele não existe;

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2. Se não estiver aberto e disponível em formato compreensível por máquina,


ele não pode ser reaproveitado; e
3. Se algum dispositivo legal não permitir sua replicação, ele não é útil.
Outro exemplo é o Portal da Transparência, onde estão demonstrados os recursos
públicos federais. É nesse portal que está disponibilizada uma certa polêmica
atual: a divulgação da remunerações dos servidores públicos do Poder Executivo.
Muitos questionam que essa medida viola a intimidade dos servidores.
O fato é que cada vez mais, os cidadãos vão tendo acesso às informações
governamentais, tudo isso de forma mais profissional e em tempo real.
A Lei de Acesso à Informação (Lei 12.527/2011), que foi sancionada no final de
2011 representou um marco na cultura de transparência na administração
pública. Trata-se de uma norma que regulamenta alguns dos dispositivos
constitucionais citados.
Vejamos as diretrizes mencionadas nessa nova Lei:
I - observância da publicidade como preceito geral e do sigilo como exceção;
II - divulgação de informações de interesse público, independentemente de
solicitações;
III - utilização de meios de comunicação viabilizados pela tecnologia da informação;
IV - fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência na administração
pública;
V - desenvolvimento do controle social da administração pública.

Além das diretrizes, alguns conceitos importantes foram trazidos na norma:


Art. 4º
I - informação: dados, processados ou não, que podem ser utilizados para produção
e transmissão de conhecimento, contidos em qualquer meio, suporte ou formato;
II - documento: unidade de registro de informações, qualquer que seja o suporte
ou formato;
III - informação sigilosa: aquela submetida temporariamente à restrição de acesso
público em razão de sua imprescindibilidade para a segurança da sociedade e do
Estado;
IV - informação pessoal: aquela relacionada à pessoa natural identificada ou
identificável;
V - tratamento da informação: conjunto de ações referentes à produção, recepção,
classificação, utilização, acesso, reprodução, transporte, transmissão, distribuição,
arquivamento, armazenamento, eliminação, avaliação, destinação ou controle da

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informação;
VI - disponibilidade: qualidade da informação que pode ser conhecida e utilizada
por indivíduos, equipamentos ou sistemas autorizados;
VII - autenticidade: qualidade da informação que tenha sido produzida, expedida,
recebida ou modificada por determinado indivíduo, equipamento ou sistema;
VIII - integridade: qualidade da informação não modificada, inclusive quanto à
origem, trânsito e destino;
IX - primariedade: qualidade da informação coletada na fonte, com o máximo de
detalhamento possível, sem modificações.

Cidadania
Vamos começar pela definição de cidadão: “Indivíduo no gozo dos direitos civis e
políticos de um Estado”.
Por muito tempo, a palavra cidadania não era comum dentro das empresas. O
homem era visto como uma máquina, como um mero recurso, que deveria ser
eficiente, produtivo a qualquer custo.
Hoje, mesmo que a passos não tão largos assim, essa ideia vem sofrendo
alterações. Do momento em que as empresas perceberam que o homem é o fator
de competitividade no mercado, novas preocupações surgiram.
Temas voltados ao ser humano passaram a ter importância dentro de uma
organização. Assim, assuntos como valores, éticas, emoções, qualidade de vida
e cidadania ganharam destaque. A razão disso, como falamos, é a necessidade
de cuidar do bem mais precioso de uma empresa: o homem.
Voltando ao conceito de cidadão, que remete ao exercício de direitos, podemos
dizer que a cidadania nas empresas e nos órgãos públicos vai ao encontro (a
favor) da participação das pessoas nas decisões tomadas.
Assim, ao fazerem parte daquilo que realmente importa nas empresas e nos
órgãos, os indivíduos passam a se sentirem mais responsáveis pelo que estão
fazendo. A consequência desse comprometimento é um melhor trabalho
desempenhado pelas pessoas, podendo gerar resultados mais qualificados.
Dentro do setor público, temos vários exemplos da crescente participação da
sociedade nas decisões do Estado. As audiências públicas são um exemplo desse
relacionamento.

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Alguns temas que são discutidos no âmbito dos Poderes (Executivo, Judiciário e
Legislativo) são trazidos para discussão antes de qualquer tomada de decisão.
Assim, quando há um projeto de lei em discussão que carece desse debate devido
à repercussão que o assunto possui, a realização das audiências é fundamental.
Um excelente exemplo dessas audiências é o que ocorreu recentemente na
Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, em que se discutia a educação.
Com um discurso simples, direto e carregado de importantes verdades, uma
professora da rede pública expôs os reais problemas da educação, vivenciados
por ela em sua rotina de trabalho.
Outra evidência da crescente participação da sociedade nos rumos do país. Após
a veiculação na internet de vídeos do Ministério da Educação que seriam
mostrados a alunos da rede pública, a repercussão da sociedade com relação ao
conteúdo fez com que o Governo suspendesse a distribuição do material.
Os vídeos, que trazem uma importante mensagem acerca do combate à
homofobia, acabaram ficando bastante “fortes” para a distribuição em escolas. A
partir desse problema, uma diretriz foi lançada, como se pode perceber nas
palavras do Ministro da Secretaria Geral: “qualquer material sobre costumes será
feito a partir de consultas mias amplas à sociedade”.
Outro aspecto que evidencia a cidadania nas decisões estatais é o orçamento. O
modelo inicial de orçamento que o Estado utilizava era um mero documento
contábil que apenas listava receitas e despesas.
Posteriormente, esse orçamento evoluiu, chegando ao orçamento-programa, em
que a preocupação com os resultados e as realizações para a sociedade passou
a ser o foco. Além disso, esse orçamento mais evoluído trouxe uma estreita
relação entre o planejamento e o orçamento.
Mais recentemente, entrou em cena a figura do orçamento participativo, em que
a população é contemplada no processo decisório, por meio de lideranças ou
audiências públicas.
Nesse tipo de orçamento, os Poderes Executivo e Legislativo são co-participantes
na elaboração dos orçamentos. Um ponto fundamental é a transparência dos
critérios e informações que nortearão as decisões. Isso é claro, já que, ao

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envolver a população, a transparência é fundamental para garantir a lisura do


processo orçamentário. O poder público deve estar disposto a descentralizar e
repartir o Poder.
O orçamento participativo requer mobilização social. Além disso, o governo deve
ter discricionariedade para alocar os recursos e atender aos anseios da sociedade.
O que isso quer dizer? Se o governo tiver vinculações orçamentárias (obrigações
oriundas de lei), ele não poderia adequar os gastos para resolver problemas da
população.
A experiência de orçamento participativo tem ganhado força nas prefeituras
municipais. Algumas cidades, como Porto Alegre, vêm adotando com êxito essa
prática, que parece ser bem mais complexo de adoção no âmbito nacional.
É mais palpável que essa participação ocorra em âmbito local, como aqui em
Brasília, em que as Regiões Administrativas têm utilizado desse expediente.

Intermediação de Interesses (clientelismo, corporativismo e


neocorporativismo)
Essas são formas que surgem naturalmente em qualquer tipo de regime. São
instrumentos de legitimação política que estão inter-relacionados.
No caso do corporativismo, temos um interesse econômico ou profissional em
jogo, sendo representado no campo político. Associações que representam
determinado setor econômico (automobilístico, imprensa), associação dos
magistrados é outro exemplo. No Brasil, o corporativismo surgiu na década de
30, na era Vargas. É utilizado para remover/neutralizar conflitos econômicos,
sociais e políticos.
Com relação ao neocorporativismo (corporativismo societal), esses grupos
de interesse passam a ser institucionalizados, com monopólio de representação,
com status público/político, participando do processo decisório que afeta as
categorias.
No tocante ao clientelismo, temos certas lealdades entre políticos e burocratas,
que se utiliza da barganha (execução de emendas parlamentares, por exemplo).
Trata-se de uma troca de favores, muito presente no presidencialismo

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pluripartidário brasileiro, uma vez que o governo precisa fazer sua maioria
negociando com diferentes atores. O clientelismo associa-se ao patrimonialismo.
No clientelismo, existe sempre um patrão e um cliente, podendo envolver
também a troca do voto por empregos públicos.
Temos também o fisiologismo, que se caracteriza pela prática de ações de
burocratas/políticos para satisfação de interesses particulares.

Questões
1) (CESPE SPU 2014) Governabilidade refere-se à responsabilidade da
administração pública na prestação de contas.
Esse é o conceito de accountability.
Gabarito: E
2) (CESPE TCU 2011) Governança trata do aperfeiçoamento dos conflitos
de interesses presentes em determinada sociedade quando se trata de
defender interesses.
Esse é o conceito de governabilidade, que envolve questões políticas, conflitos de
interesse.
Gabarito: E
3) (CESPE TCU 2011) Entre outros aspectos, a governança trata das
condições sistêmicas sob as quais se dá o exercício de poder em
determinada sociedade.
Exercício do poder também é uma questão de governabilidade.
A governabilidade relaciona-se com questões políticas. Enquanto a governança
refere-se a finanças, a recursos e à administração, a governabilidade guarda
relação com as condições políticas para exercer a gestão. Exemplo claro é a
problemática que tem o poder executivo para governar tendo que depender do
poder legislativo para aprovação das matérias de interesse.
Gabarito: E
4) (CESPE EBC 2011) Governança e governabilidade são conceitos
distintos, contudo fortemente relacionados, até mesmo,

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complementares. O primeiro refere-se às condições substantivas de


exercício do poder e de legitimidade do Estado; o segundo representa os
aspectos instrumentais do exercício do poder, ou seja, a capacidade do
Estado de formular e implementar políticas públicas.
Os conceitos estão invertidos. Primeiro conceito é governabilidade e o segundo é
governança.
Gabarito: E
5) (CESPE INCA 2010) Os mecanismos de accountability vertical,
baseados na liberdade de opinião e de associação, impõem a necessidade
da existência de instituições estatais e agências com poder legal e para
a realização de ações de supervisão de rotina até no âmbito das sanções
legais decorrentes de ações contra atos delituosos.
Esse é o conceito de accountability horizontal.
Accountability: é a obrigação que um órgão/entidade possui de prestar contas
dos resultados obtidos, em função das responsabilidades que decorrem de uma
delegação de poder.
Para Tinoco:
“A responsabilidade (accountability), como se vê, corresponde sempre à
obrigação de executar algo, que decorre da autoridade delegada e ela só quita
com a prestação de contas dos resultados alcançados e mensurados pela
Contabilidade. A autoridade é a base fundamental da delegação e a
responsabilidade corresponde ao compromisso e obrigação de a pessoa escolhida
desempenhá-lo eficiente e eficazmente”.
Existe um desmembramento no conceito de accountability em: horizontal e
vertical. Vejamos as definições.
 Horizontal: a existência de agências estatais legalmente capacitadas e
autorizadas (dispostas e aptas) a penalizar por sanção criminal ou
impedimento em relação às ações ou omissões por outros agentes
 Vertical: vigilância e sanções que eleitores, imprensa e ONG’s exercem
sobre os servidores públicos, por meio das eleições (votação de presidente,
senadores, deputados, etc.), ações da sociedade, fiscalização da imprensa

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e exposição de atos das autoridades.


Gabarito: E
6) (CESPE TRE-BA 2010) O conceito de accountability implica a
transparência das ações e práticas governamentais que passam a ter
mais visibilidade e ser do conhecimento das pessoas em geral, portanto,
representa ferramenta de combate à corrupção.
Accountability é um conceito trazido pela PSO que introduz a transparência e a
importância da prestação de contas na administração pública, sendo fundamental
para o combate à corrupção.
Gabarito: C
7) (CESPE TC-DF 2012) O fato de o governador de uma unidade
federativa, incluso o DF, perder sua legitimidade democrática lhe
acarreta a perda da governança.
Essa questão foi anulada pela banca. Veja a justificativa:
“Há divergência na literatura em relação ao assunto tratado no item. Desse modo,
opta-se por sua anulação.”
Penso eu que a banca queria colocar a questão como errada, pois diretamente é
a governabilidade que acarreta perda de legitimidade. No entanto, problemas na
governança podem levar a problemas na governabilidade.
Gabarito: X
8) (CESPE ABIN 2010) Na gestão por resultados, desenvolvem-se ações
contrárias às consideradas necessárias ao atendimento das demandas
de accountability.
Accountability e gestão por resultados são conceitos que possuem estreita
relação. Tão importante quanto atingir resultados é prestar contas e demonstrar
a boa utilização de recursos.
Accountability: é a obrigação que um órgão/entidade possui de prestar contas
dos resultados obtidos, em função das responsabilidades que decorrem de uma
delegação de poder.
Gabarito: E
Em um município, o seu gestor público, depois de dois anos de governo,

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firmou alianças entre esferas de poder de elites políticas locais, de modo


a garantir recursos necessários para a realização de determinados
projetos urbanos.
Com base nessa situação hipotética, julgue o item a seguir, acerca do
empreendedorismo governamental e das novas lideranças no setor
público.
9) (CESPE TRE-BA 2010) Se esse gestor público atuou como alocador de
recursos e solucionador de problemas, então ele, ao agir assim, assumiu
o papel interpessoal, visto que essas tarefas são características
inerentes a esse papel.
Nesse caso, o papel é de decisão.
Gabarito: E
A respeito do empreendedorismo governamental e das novas
lideranças no setor público, julgue o item que se segue.
10) (CESPE TRE-BA 2010) A construção de uma área de lazer destinada
à promoção de atividades turísticas e culturais por meio de parcerias com
empresas privadas é um exemplo de empreendedorismo governamental,
pois promove a integração entre o governo e determinado grupo social.
Parceiras entre o governo, a iniciativa privada e o voluntarismo é condição “sine
qua non” (essencial) para o sucesso de um governo empreendedor. Além disso,
a questão mostra que o governo está buscando alternativas para gerar novas
atividades na sociedade.
Gabarito: C
Julgue os itens subsecutivos, referentes ao empreendedorismo
governamental e às novas lideranças no setor público.
11) (CESPE TRT 10ª 2013) A gestão pública empreendedora implica a
busca por resultados, visando atender às necessidades dos cidadãos e
não aos interesses da burocracia mediante o estímulo da sua parceria
com sociedade.
Perfeito. Empreendedorismo é resultado, é satisfação das necessidades da
coletividade.

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Gabarito: C
12) (CESPE TRT 10ª 2013) Aproximando-se do modelo tradicional
burocrático, o governo empreendedor visa estimular a ação e a parceria
da sociedade, exercendo forte controle sobre a economia.
O controle sobre a economia deve diminuir no contexto gerencial do
empreendedorismo.
Gabarito: E
13) (CESPE ANAC 2012) Os avanços tecnológicos têm gerado
ferramentas mais acessíveis que incentivam o controle social e
demandam novos aplicativos, no âmbito do governo eletrônico.
Perfeito. Quanto mais sistemas de informação, sites de governo, etc, melhor a
transparência e o controle social.
Gabarito: C
14) (CESPE SPU 2014) Os conselhos de políticas municipais são
instâncias de participação popular que se equiparam aos órgãos
executivos, o que lhes permite por em prática as ações que propõem.
Os conselhos são meramente opinativos. Os órgãos do poder executivo
continuam com o poder de decisão exclusivo.
Gabarito: E
Vejamos questões de outras bancas.
15) (CS-UFG UFG 2015) O termo intraempreendedor representa aquele
que, dentro da organização, assume a responsabilidade de promover a
inovação de qualquer tipo, a qualquer momento, em qualquer lugar na
empresa. O intraempreendedor deve ter competências que devem gerar
habilidades. A habilidade para realizar as atividades funcionais de uma
organização e entender o seu funcionamento como um todo corresponde
à competência de
a) conhecimento do produto.
b) setor.
c) negócio.
d) liderança.

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Esse conhecimento do todo denota o conhecimento do negócio da empresa, da


sua atividade principal (atividade-fim).
Gabarito: C
16) (FCC MPE-AP 2012) As chamadas organizações públicas enfrentam
limites para a atuação empreendedora e pontos de resistência à ação
inovadora que, na maioria das vezes, impõe-se de fora para dentro e por
pessoas estranhas ao ambiente organizacional. Nesse sentido, o
empreendedorismo, como meio de atuação do gestor público, depara-se
com fatores que devem ser combatidos para alcançar patamares mais
altos de qualidade na prestação de serviços públicos.
Os fatores que devem ser combatidos são:
a) hierarquia excessiva, paternalismo, burocracia e inflexibilidade.
b) crescimento da área pública, terceirização em áreas meio,
patrimonialismo e baixa adesão ao e-gov.
c) hierarquia excessiva, patamares elevados de gratificação por
resultados, patrimonialismo e inflexibilidade.
d) crescimento da área pública, descontinuidade, burocracia e
flexibilidade.
e) hierarquia excessiva, crescimento da área pública, patrimonialismo e
baixa adesão ao e-gov.
Ótima questão. Vejamos os itens.
a) essa é a nossa resposta.
Paternalismo refere-se a autoridade, como a de um pai.
b) o crescimento da área pública não deve ser combatido nesse contexto. É um
crescimento no sentido do empreendedorismo, na geração de novos negócios.
A terceirização das áreas meio também não deve ser combatida. Deve ser
estimulada para que a Administração coloque foco nas suas finalidades.
O patrimonialismo representa uma administração que privilegia a nobreza.
O governo eletrônico (e-gov) representa uma ação fundamental no contexto do
empreendedorismo.
c) as gratificações são importantes ferramentas de estímulo aos funcionários.

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d) o crescimento da área pública e a flexibilidade não devem ser combatidos.


Um ponto importante é que os serviços necessitam de continuidade para terem
excelência.
e) o crescimento da área pública não deve ser combatido nesse contexto.
Gabarito: A
17) (ESAF MTE 2010) A aplicação do empreendedorismo, no âmbito da
Administração Pública, implica saber que:
a) normas rígidas e exaustivas são o melhor suporte para a tomada de
decisão em ambientes complexos sob constante mudança.
b) não se deve estimular a competição entre entidades prestadoras de
serviços públicos semelhantes.
c) a administração por resultados perde espaço para a supervisão
hierárquica e para a realização de auditorias de gestão.
d) quanto maior a autonomia conferida a servidores públicos, novas
formas de controle ou responsabilização devem ser adotadas.
e) tal como ocorre na iniciativa privada, incentivos econômicos são o
principal fator motivacional de gerentes e chefes.
Vejamos item por item.
a) normas rígidas são características da burocracia.
b) a competição é a “menina dos olhos” do governo empreendedor.
c) no empreendedorismo, a administração volta-se para os resultados que devem
ser alcançados. Geralmente, as estruturas governamentais empreendedoras
possuem hierarquia menos rígida, compatível com a flexibilidade e agilidade que
a situação requer.
d) de fato, para dar rapidez à prestação dos serviços, aqueles que executam
devem ter autonomia para tomar determinadas decisões.
e) incentivos econômicos não necessariamente motivam pessoas. Um bom
ambiente de trabalho pode ser muito mais eficaz.
Gabarito: D
18) (FUNCAB PM Porto Velho 2009) “...cidadania pressupõe a
comunicação entre os vários setores da sociedade, exigindo uma

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comunicação capaz de integrar Estado, governo e sociedade em prol de


políticas públicas que procurem atender as necessidades
sociais”. (Oliveira, M.J.C.). A comunicação pública, dentro da proposta
de construção da cidadania, é aquela que:
a) é praticada pelo governo com o objetivo de prestar contas;
b) adota o “marketing” político, buscando atingir a opinião pública
através de métodos publicitários em busca de respostas rápidas e efeitos
imediatos;
c) envolve o cidadão de maneira mais diversa, participativa,
estabelecendo um fluxo de relações comunicativas entre Estado e
sociedade;
d) define técnicas persuasivas para abordar os assuntos e a forma como
eles serão apresentados aos cidadãos;
e) adota as novas tecnologias para atrair cidadãos e formar opinião.
Como falamos, a cidadania se evidencia no contexto organizacional ou no setor
público por meio da participação da sociedade nas decisões, estabelecendo-se
um fluxo de comunicação com o Governo.
Gabarito: C
19) (AOCP UFGD 2014) O modelo de administração para resultados se
inicia com o estabelecimento dos resultados desejados, passa pelo
monitoramento e avaliação de desempenho que podem proporcionar
ações corretivas, além de conferir autonomia processual aos agentes
executores, com possibilidades de sanções positivas e negativas. A
seguir, estão listadas algumas características integrantes do modelo de
gestão por resultados. Informe se é verdadeira (V) ou falsa (F) cada
característica listada a seguir e assinale a alternativa com a sequência
correta.
( ) Alinhamento de expectativas de forma clara e transparente, entre
todos os agentes políticos, externos e internos, sobre quais são as
diretrizes e os objetivos da organização.
( ) Concessão de autonomias aos executores / implementadores das

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políticas públicas, em conformidade com a plataforma político-


partidária.
( ) Contratualização de resultados, autonomias e sanções.
( ) Avaliação dos resultados e retroalimentação do sistema de gestão
para eventuais correções de rota, constituindo assim uma ferramenta
gerencial.
( ) Fortalecimento de uma modalidade de “accountability” baseada no
desempenho eleitoral e poder político do grupo dominante,
independente dos resultados.
( ) Manutenção do comportamento autorreferido da burocracia, em
detrimento da atenção a metas claras e contratualizadas.
a) V – V – V – V – V – V.
b) F – V – F – V – F – F.
c) V – F – V – V – F – F.
d) F – F – F – F – V – V.
e) F – V – F – F – V – V.
Vejamos os itens.
I) Item certo. Para que a gestão por resultados seja bem exitosa, é necessária a
participação de todos. Todos precisam estar alinhados para o cumprimento dos
objetivos.
II) Item errado. A conformidade deve ser com o que necessita/almeja os
cidadãos.
III) Item certo. A contratualização é um instrumento fundamental para o alcance
dos resultados.
IV) Item certo. É preciso sempre avaliar para que a futura execução seja cada
vez melhor.
V) Item errado. A base são os resultados.
VI) Item errado. A administração por resultados se insere no contexto do
gerencialismo.
Gabarito: C
20) (FCC BAHIAGÁS 2010) Accountability é

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a) a relação de legitimidade e autoridade do Estado e do seu governo


com a sociedade.
b) o reconhecimento que tem uma ordem política, dependente das
crenças e das opiniões subjetivas, e seus princípios são justificações do
direito de mandar.
c) o conjunto de mecanismos e procedimentos que levam os decisores
governamentais a prestarem contas dos resultados de suas ações,
garantindo-se maior transparência e a exposição das políticas públicas.
d) a capacidade do governo de representar os interesses de suas
próprias instituições.
e) a aquisição e centralização de poder do setor público na administração
das agências, por meio dos princípios de governança corporativa do setor
privado.
Accountability deve ser entendido como a necessidade de prestar contas daquilo
que os gestores estão fazendo, uma vez que eles representam a vontade de toda
a coletividade.
Gabarito: C
21) (CESGRANRIO PETROBRÁS 2010) A Governança Corporativa tem
como um dos seus pilares a constituição e o funcionamento de um
Conselho de Administração. Uma das melhores práticas de Governança
Corporativa, vinculada ao Conselho de Administração, é a
a) criação de um comitê de auditoria.
b) elaboração de um Manual de Procedimentos Internos.
c) aplicação de um sistema de árvore funcional.
d) separação das funções de presidente do Conselho e executivo chefe.
e) criação de um sistema de avaliação de desempenho justo e
transparente.
Segundo Michael Hitt, governança corporativa é “o conjunto de estratégias para
administrar a relação entre os acionistas, que é utilizado para determinar e
controlar a direção estratégica e o desempenho das organizações.”
 Conselho de administração: instrumento de gestão de participação

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societária, possibilitando a orientação e o acompanhamento dos negócios


da organização.
Assim, a prática é a separação de funções de presidente do Conselho e executivo
chefe, para que haja esse acompanhamento imparcial dos negócios da
organização.
Gabarito: D
22) (CESGRANRIO PETROBRÁS 2010) Lei Sarbanes-Oxley promoveu
ampla regulação na vida corporativa, fundamentada nas boas práticas de
governança corporativa. Seus focos são quatro valores ou
princípios: compliance, accountability, disclosure e fairness. A
constituição de um comitê de auditoria para acompanhar a atuação dos
auditores e dos números da companhia está vinculada aos princípios de
a) compliance e disculosure.
b) compliance e fairness.
c) apenas accountabilitty.
d) apenas compliance.
e) disclosure e fairness.
O comitê de auditoria refere-se à accountability, já que se relaciona com a
prestação de contas.
Accountability: é a obrigação que um órgão/entidade possui de prestar contas
dos resultados obtidos, em função das responsabilidades que decorrem de uma
delegação de poder.
 Compliance: submissão a regras
 Disclosure: divulgação de informações
 Fairness: justiça/equidade
Gabarito: C

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Vamos praticar questões das matérias já estudadas?


23) (CESPE TRE-PI 2016) A respeito da evolução histórica das reformas
administrativas no Brasil e dos modelos teóricos de administração
pública, assinale a opção correta.
a) A reorganização do poder público por meio da descentralização
administrativa e flexibilização do sistema, com a criação dos entes da
administração indireta, resulta do modelo gerencial implementado pelo
plano diretor de reforma do aparelho do Estado.
b) A definição de critérios de seleção, a organização das instituições em
hierarquias estabelecidas e os cargos com esfera de competência
prevista em termos legais e sujeitos à disciplina são algumas das
características do modelo administrativo racional-legal.
c) O modelo racional-legal, pautado na modernização e no gerencialismo,
originou-se da administração pública burocrática, que é fundamentada
em uma gestão impregnada de administração familiar, na qual não há
distinção, pelos gestores, entre o público e o privado.
d) O plano diretor de reforma do aparelho do Estado, ao introduzir o
modelo racional-legal, predominante até a atualidade, representou uma
significativa reforma e modernização da administração pública
brasileira.
e) O modelo pós-burocrático, cujo principal objetivo é o abandono
definitivo de todas as categorias da burocracia clássica, preconiza uma
menor intervenção do Estado nas atividades econômicas.
a) Não é criação de entes (estados ou municípios). É criação de entidades
(autarquias, fundações, estatais)
c) O modelo racional-legal não é pautado na modernização e no gerencialismo.
Além disso, a confusão entre o público e o privado é característica do

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patrimonialismo, não tendo nada a ver com o modelo racional, oriundo da


burocracia.
d) O modelo racional-legal é oriundo da burocracia, introduzida por Getúlio
Vargas.
e) Não há abandono definitivo.
Gabarito: B
24) (CESPE TCE-PA 2016) O Decreto-lei n.º 200/1967, na tentativa de
modernizar a gestão pública no Brasil, estabeleceu como princípios
fundamentais o planejamento, a organização, o treinamento e a direção.
Na verdade, os princípios elencados no Decreto-lei são: planejamento,
coordenação, descentralização, delegação de competência e controle.
Gabarito: E
25) (CESPE TCE-PA 2016) O Plano Diretor da Reforma do Aparelho do
Estado foi criado na transição entre o governo de Collor e o de Itamar
Franco, com a finalidade de aumentar a governança do Poder Executivo.
O PDRAE é de 95, no governo FHC, por meio do Ministro Bresser Pereira.
Gabarito: E
26) (CESPE TCE-PA 2016) A reforma da gestão pública de 1995 instituiu
na administração pública brasileira a dimensão gestão, a qual permitiu
maior autonomia e introdução de novas formas de responsabilização
para os gestores, como a administração por resultados, a competição
administrada por excelência e o controle social.
É isso mesmo!!! Vejamos as dimensões:
 Dimensão institucional-legal: formada pelas mudanças necessárias no cam
po normativo e legal da Administração;
 Dimensão política: voltada para o contexto político, onde entra a dimensã
o institucional-legal também;
 Dimensão cultural: baseia-se na mudança de valores burocráticos para ge
renciais;
 Dimensão-gestão: põe em prática as novas ideias gerenciais e oferece à s
ociedade um serviço público efetivamente mais barato, mais bem controla

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do e com a melhor qualidade;


 Dimensão econômica: está voltada para o mercado.
Gabarito: C
27) (CESPE TCE-PA 2016) A criação das primeiras carreiras
administrativas na administração pública e a busca pela adoção do
concurso como forma de acesso ao serviço público são características do
modelo de administração burocrática, implantado na década de 30 do
século passado.
Perfeito!!! Isso foi operacionalizado por meio do DASP – Departamento
Administrativo do Setor Público, criado no Governo Vargas.
Gabarito: C
28) (CESPE TCE-PA 2016) Com o fim da ditadura militar, em 1985, e a
retomada da democratização do Brasil, houve um significativo avanço na
modernização da administração pública.
Isso, na verdade, não ocorreu!! A Constituição de 88 trouxe uma série de
retrocessos para a Administração Pública, como a centralização.
Gabarito: E
29) (CESPE TCE-RN 2015) O aspecto regulador do Estado vai além de
aspectos econômicos, abrange também questões relativas à saúde, ao
meio ambiente e à segurança.
Isso mesmo. O estado regulador avança nas mais variadas áreas. Temos, por
exemplo, a Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS.
Gabarito: C
30) (CESPE STJ 2015) O controle por resultado objetiva a diminuição da
burocracia, substituindo o controle rígido pari passu por um controle a
posteriori dos processos administrativos.
Isso mesmo. No lugar do controle de processos (pari passu) da burocracia, o
gerencialismo opta pelo controle por resultado (a posteriori).
Gabarito: C
31) (CESPE TCU 2015) A teoria da burocracia, proposta por Max Weber,
sustentada pelo tripé racionalidade, impessoalidade e profissionalismo,

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tem como principais objetivos a eficiência, a eficácia e a efetividade dos


processos organizacionais.
Não é bem assim. A burocracia até trata da eficiência. No entanto, eficácia e
efetividade não fazem parte do modelo racional-legal.
Gabarito: E
32) (CESPE Telebrás 2015) A concepção de interesse público, de acordo
com a nova gestão pública, representa a agregação de interesses
individuais e é um elemento fundamental para a compreensão das
reformas administrativas necessárias ao país.
É isso mesmo!!! Agregação de interesses individuais = interesse público/coletivo.
À medida que as reformas ocorreram, a administração pública vai se formatando
para melhor atender ao público.
Gabarito: C
33) (CESPE Telebrás 2015) Uma distinção entre as últimas reformas do
setor público e as anteriores é que, agora, a ênfase está na mudança de
procedimentos e não mais na reestruturação organizacional.
É isso mesmo!!! A burocracia preocupava-se mais com a estrutura. O
gerencialismo foca em mudar procedimentos em prol de resultados.
Gabarito: C

Exercícios Trabalhados
1) (CESPE SPU 2014) Governabilidade refere-se à responsabilidade da
administração pública na prestação de contas.
2) (CESPE TCU 2011) Governança trata do aperfeiçoamento dos conflitos de
interesses presentes em determinada sociedade quando se trata de defender
interesses.
3) (CESPE TCU 2011) Entre outros aspectos, a governança trata das condições
sistêmicas sob as quais se dá o exercício de poder em determinada sociedade.
4) (CESPE EBC 2011) Governança e governabilidade são conceitos distintos,
contudo fortemente relacionados, até mesmo, complementares. O primeiro

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refere-se às condições substantivas de exercício do poder e de legitimidade do


Estado; o segundo representa os aspectos instrumentais do exercício do poder,
ou seja, a capacidade do Estado de formular e implementar políticas públicas.
5) (CESPE INCA 2010) Os mecanismos de accountability vertical, baseados na
liberdade de opinião e de associação, impõem a necessidade da existência de
instituições estatais e agências com poder legal e para a realização de ações de
supervisão de rotina até no âmbito das sanções legais decorrentes de ações
contra atos delituosos.
6) (CESPE TRE-BA 2010) O conceito de accountability implica a transparência das
ações e práticas governamentais que passam a ter mais visibilidade e ser do
conhecimento das pessoas em geral, portanto, representa ferramenta de
combate à corrupção.
7) (CESPE TC-DF 2012) O fato de o governador de uma unidade federativa,
incluso o DF, perder sua legitimidade democrática lhe acarreta a perda da
governança.
8) (CESPE ABIN 2010) Na gestão por resultados, desenvolvem-se ações
contrárias às consideradas necessárias ao atendimento das demandas de
accountability.
Em um município, o seu gestor público, depois de dois anos de governo, firmou
alianças entre esferas de poder de elites políticas locais, de modo a garantir
recursos necessários para a realização de determinados projetos urbanos.
Com base nessa situação hipotética, julgue o item a seguir, acerca do
empreendedorismo governamental e das novas lideranças no setor público.
9) (CESPE TRE-BA 2010) Se esse gestor público atuou como alocador de recursos
e solucionador de problemas, então ele, ao agir assim, assumiu o papel
interpessoal, visto que essas tarefas são características inerentes a esse papel.
A respeito do empreendedorismo governamental e das novas
lideranças no setor público, julgue o item que se segue.
10) (CESPE TRE-BA 2010) A construção de uma área de lazer destinada à
promoção de atividades turísticas e culturais por meio de parcerias com empresas
privadas é um exemplo de empreendedorismo governamental, pois promove a

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integração entre o governo e determinado grupo social.


Julgue os itens subsecutivos, referentes ao empreendedorismo governamental e
às novas lideranças no setor público.
11) (CESPE TRT 10ª 2013) A gestão pública empreendedora implica a busca por
resultados, visando atender às necessidades dos cidadãos e não aos interesses
da burocracia mediante o estímulo da sua parceria com sociedade.
12) (CESPE TRT 10ª 2013) Aproximando-se do modelo tradicional burocrático, o
governo empreendedor visa estimular a ação e a parceria da sociedade,
exercendo forte controle sobre a economia.
13) (CESPE ANAC 2012) Os avanços tecnológicos têm gerado ferramentas mais
acessíveis que incentivam o controle social e demandam novos aplicativos, no
âmbito do governo eletrônico.
14) (CESPE SPU 2014) Os conselhos de políticas municipais são instâncias de
participação popular que se equiparam aos órgãos executivos, o que lhes permite
por em prática as ações que propõem.
15) (CS-UFG UFG 2015) O termo intraempreendedor representa aquele que,
dentro da organização, assume a responsabilidade de promover a inovação de
qualquer tipo, a qualquer momento, em qualquer lugar na empresa. O
intraempreendedor deve ter competências que devem gerar habilidades. A
habilidade para realizar as atividades funcionais de uma organização e entender
o seu funcionamento como um todo corresponde à competência de
a) conhecimento do produto.
b) setor.
c) negócio.
d) liderança.
16) (FCC MPE-AP 2012) As chamadas organizações públicas enfrentam limites
para a atuação empreendedora e pontos de resistência à ação inovadora que, na
maioria das vezes, impõe-se de fora para dentro e por pessoas estranhas ao
ambiente organizacional. Nesse sentido, o empreendedorismo, como meio de
atuação do gestor público, depara-se com fatores que devem ser combatidos para
alcançar patamares mais altos de qualidade na prestação de serviços públicos.

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Os fatores que devem ser combatidos são:


a) hierarquia excessiva, paternalismo, burocracia e inflexibilidade.
b) crescimento da área pública, terceirização em áreas meio, patrimonialismo e
baixa adesão ao e-gov.
c) hierarquia excessiva, patamares elevados de gratificação por resultados,
patrimonialismo e inflexibilidade.
d) crescimento da área pública, descontinuidade, burocracia e flexibilidade.
e) hierarquia excessiva, crescimento da área pública, patrimonialismo e baixa
adesão ao e-gov.
17) (ESAF MTE 2010) A aplicação do empreendedorismo, no âmbito da
Administração Pública, implica saber que:
a) normas rígidas e exaustivas são o melhor suporte para a tomada de decisão
em ambientes complexos sob constante mudança.
b) não se deve estimular a competição entre entidades prestadoras de serviços
públicos semelhantes.
c) a administração por resultados perde espaço para a supervisão hierárquica e
para a realização de auditorias de gestão.
d) quanto maior a autonomia conferida a servidores públicos, novas formas de
controle ou responsabilização devem ser adotadas.
e) tal como ocorre na iniciativa privada, incentivos econômicos são o principal
fator motivacional de gerentes e chefes.
18) (FUNCAB PM Porto Velho 2009) “...cidadania pressupõe a comunicação entre
os vários setores da sociedade, exigindo uma comunicação capaz de integrar
Estado, governo e sociedade em prol de políticas públicas que procurem atender
as necessidades sociais”. (Oliveira, M.J.C.). A comunicação pública, dentro da
proposta de construção da cidadania, é aquela que:
a) é praticada pelo governo com o objetivo de prestar contas;
b) adota o “marketing” político, buscando atingir a opinião pública através de
métodos publicitários em busca de respostas rápidas e efeitos imediatos;
c) envolve o cidadão de maneira mais diversa, participativa, estabelecendo um
fluxo de relações comunicativas entre Estado e sociedade;

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d) define técnicas persuasivas para abordar os assuntos e a forma como eles


serão apresentados aos cidadãos;
e) adota as novas tecnologias para atrair cidadãos e formar opinião.
19) (AOCP UFGD 2014) O modelo de administração para resultados se inicia com
o estabelecimento dos resultados desejados, passa pelo monitoramento e
avaliação de desempenho que podem proporcionar ações corretivas, além de
conferir autonomia processual aos agentes executores, com possibilidades de
sanções positivas e negativas. A seguir, estão listadas algumas características
integrantes do modelo de gestão por resultados. Informe se é verdadeira (V) ou
falsa (F) cada característica listada a seguir e assinale a alternativa com a
sequência correta.
( ) Alinhamento de expectativas de forma clara e transparente, entre todos os
agentes políticos, externos e internos, sobre quais são as diretrizes e os objetivos
da organização.
( ) Concessão de autonomias aos executores / implementadores das políticas
públicas, em conformidade com a plataforma político- partidária.
( ) Contratualização de resultados, autonomias e sanções.
( ) Avaliação dos resultados e retroalimentação do sistema de gestão para
eventuais correções de rota, constituindo assim uma ferramenta gerencial.
( ) Fortalecimento de uma modalidade de “accountability” baseada no
desempenho eleitoral e poder político do grupo dominante, independente dos
resultados.
( ) Manutenção do comportamento autorreferido da burocracia, em detrimento
da atenção a metas claras e contratualizadas.
a) V – V – V – V – V – V.
b) F – V – F – V – F – F.
c) V – F – V – V – F – F.
d) F – F – F – F – V – V.
e) F – V – F – F – V – V.
20) (FCC BAHIAGÁS 2010) Accountability é
a) a relação de legitimidade e autoridade do Estado e do seu governo com a

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sociedade.
b) o reconhecimento que tem uma ordem política, dependente das crenças e das
opiniões subjetivas, e seus princípios são justificações do direito de mandar.
c) o conjunto de mecanismos e procedimentos que levam os decisores
governamentais a prestarem contas dos resultados de suas ações, garantindo-se
maior transparência e a exposição das políticas públicas.
d) a capacidade do governo de representar os interesses de suas próprias
instituições.
e) a aquisição e centralização de poder do setor público na administração das
agências, por meio dos princípios de governança corporativa do setor privado.
21) (CESGRANRIO PETROBRÁS 2010) A Governança Corporativa tem como um
dos seus pilares a constituição e o funcionamento de um Conselho de
Administração. Uma das melhores práticas de Governança Corporativa, vinculada
ao Conselho de Administração, é a
a) criação de um comitê de auditoria.
b) elaboração de um Manual de Procedimentos Internos.
c) aplicação de um sistema de árvore funcional.
d) separação das funções de presidente do Conselho e executivo chefe.
e) criação de um sistema de avaliação de desempenho justo e transparente.
22) (CESGRANRIO PETROBRÁS 2010) Lei Sarbanes-Oxley promoveu ampla
regulação na vida corporativa, fundamentada nas boas práticas de governança
corporativa. Seus focos são quatro valores ou princípios: compliance,
accountability, disclosure e fairness. A constituição de um comitê de auditoria
para acompanhar a atuação dos auditores e dos números da companhia está
vinculada aos princípios de
a) compliance e disculosure.
b) compliance e fairness.
c) apenas accountabilitty.
d) apenas compliance.
e) disclosure e fairness.

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23) (CESPE TRE-PI 2016) A respeito da evolução histórica das reformas


administrativas no Brasil e dos modelos teóricos de administração pública,
assinale a opção correta.
a) A reorganização do poder público por meio da descentralização administrativa
e flexibilização do sistema, com a criação dos entes da administração indireta,
resulta do modelo gerencial implementado pelo plano diretor de reforma do
aparelho do Estado.
b) A definição de critérios de seleção, a organização das instituições em
hierarquias estabelecidas e os cargos com esfera de competência prevista em
termos legais e sujeitos à disciplina são algumas das características do modelo
administrativo racional-legal.
c) O modelo racional-legal, pautado na modernização e no gerencialismo,
originou-se da administração pública burocrática, que é fundamentada em uma
gestão impregnada de administração familiar, na qual não há distinção, pelos
gestores, entre o público e o privado.
d) O plano diretor de reforma do aparelho do Estado, ao introduzir o modelo
racional-legal, predominante até a atualidade, representou uma significativa
reforma e modernização da administração pública brasileira.
e) O modelo pós-burocrático, cujo principal objetivo é o abandono definitivo de
todas as categorias da burocracia clássica, preconiza uma menor intervenção do
Estado nas atividades econômicas.
24) (CESPE TCE-PA 2016) O Decreto-lei n.º 200/1967, na tentativa de
modernizar a gestão pública no Brasil, estabeleceu como princípios fundamentais
o planejamento, a organização, o treinamento e a direção.
25) (CESPE TCE-PA 2016) O Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado foi
criado na transição entre o governo de Collor e o de Itamar Franco, com a
finalidade de aumentar a governança do Poder Executivo.
26) (CESPE TCE-PA 2016) A reforma da gestão pública de 1995 instituiu na
administração pública brasileira a dimensão gestão, a qual permitiu maior
autonomia e introdução de novas formas de responsabilização para os gestores,

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como a administração por resultados, a competição administrada por excelência


e o controle social.
27) (CESPE TCE-PA 2016) A criação das primeiras carreiras administrativas na
administração pública e a busca pela adoção do concurso como forma de acesso
ao serviço público são características do modelo de administração burocrática,
implantado na década de 30 do século passado.
28) (CESPE TCE-PA 2016) Com o fim da ditadura militar, em 1985, e a retomada
da democratização do Brasil, houve um significativo avanço na modernização da
administração pública.
29) (CESPE TCE-RN 2015) O aspecto regulador do Estado vai além de aspectos
econômicos, abrange também questões relativas à saúde, ao meio ambiente e à
segurança.
30) (CESPE STJ 2015) O controle por resultado objetiva a diminuição da
burocracia, substituindo o controle rígido pari passu por um controle a posteriori
dos processos administrativos.
31) (CESPE TCU 2015) A teoria da burocracia, proposta por Max Weber,
sustentada pelo tripé racionalidade, impessoalidade e profissionalismo, tem como
principais objetivos a eficiência, a eficácia e a efetividade dos processos
organizacionais.
32) (CESPE Telebrás 2015) A concepção de interesse público, de acordo com a
nova gestão pública, representa a agregação de interesses individuais e é um
elemento fundamental para a compreensão das reformas administrativas
necessárias ao país.
33) (CESPE Telebrás 2015) Uma distinção entre as últimas reformas do setor
público e as anteriores é que, agora, a ênfase está na mudança de procedimentos
e não mais na reestruturação organizacional.

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Gabarito:
1) E 2) E 3) E 4) E 5) E 6) C 7) X
8) E 9) E 10) C 11) C 12) E 13) C 14) E
15) C 16) A 17) D 18) C 19) C 20) C 21) D
22) C 23) B 24) E 25) E 26) C 27) C 28) E
29) C 30) C 31) E 32) C 33) C

Abração e bons estudos!!!

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