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MÓDULO III - MODELOS DE TUTORIA

Unidade 1 - Estratégias de ensino e aprendizagem on-line

Modelos de tutoria

A literatura nos apresenta três modalidades de tutoria: a presencial, a virtual


e semipresencial ou híbrida.

Considera-se tutoria presencial o momento de contato do aluno diretamente


com o seu tutor para dirimir dúvidas e demais orientações acerca de um determinado
projeto educacional.
A tutoria virtual tem sido utilizada em cursos a distância para capacitação e
alinhamento profissional nas organizações que estão distribuídas em diferentes
localidades.
A tutoria semipresencial, também chamada de híbrida, se caracteriza pelo
atendimento virtual e presencial, alternadamente. Conforme vimos na Unidade 2, a
Portaria Ministerial nº 4.059, de dezembro de 2004, autorizou as instituições de ensino
superior a ofertarem, na modalidade a distância, 20% das disciplinas de cursos de
graduação reconhecidos. Isto significa que um quinto das grades curriculares poderá
ser oferecida na modalidade on-line.
Art. 1º - § 1º Para fins desta Portaria, caracteriza-se a modalidade
semipresencial como quaisquer atividades didáticas, módulos ou unidades de
ensino-aprendizagem centrados na autoaprendizagem e com a mediação de recursos
didáticos organizados em diferentes suportes de informação que utilizem tecnologias
de comunicação remota.
Os encontros presenciais são utilizados para a dinamização do conteúdo e
das relações interpessoais, além de sanar as dúvidas dos alunos. Geralmente, no
início, há um encontro de apresentação da metodologia, da ferramenta virtual a ser
utilizada, dos locais onde se encontram os conteúdos temáticos, dos critérios de
avaliação e das tarefas que serão mensuradas. No final da disciplina os alunos
novamente comparecem para a prova presencial, uma exigência do MEC.
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Dependendo do projeto de curso adotado pela instituição que promove a
EAD, poderá haver diferentes tipos de tutores:
Tutores locais ou regionais – atendem nos pólos espalhados por diferentes
estados, cidades ou municípios. Dinamizam as relações entre os alunos, participam
dos encontros presenciais e mantêm contato direto com outros tutores do sistema
central dos cursos.
Tutores virtuais – são os professores que orientam os alunos, tiram as
dúvidas e fazem o acompanhamento totalmente a distância. Esta tutoria deverá ser
esmerada, já que não será possível conquistar a confiança e familiaridade com os
alunos pessoalmente.
Tutores especialistas em determinados temas – atualizam o material
didático, indicam definição de termos, elaboram e corrigem as atividades avaliativas,
respondem dúvidas de conteúdos e participam de chats com os alunos. Eles tanto
podem estar disponíveis totalmente a distância como podem aparecer em
determinados pólos nos encontros presenciais agendados.
Tutores centrais – são aqueles que trabalham alinhados com os valores
institucionais, participam das capacitações dos demais tutores locais e mantêm com
toda a rede tutorial um contato estreito de forma a manter o padrão da prática
pedagógica estabelecida nos projetos de curso.

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Construtivismo e linguagem dialógica


"O construtivismo se constitui numa tendência pedagógica contemporânea que
se preocupa com o interacionismo entre o sujeito que aprende e o objeto de estudo.
Ele parte da premissa que a inteligência é uma habilidade adquirida, exercitada e visa
transformar o sujeito até o ponto da autosuperação. Essa teoria tem servido de
ancoragem para a estruturação de cursos on-line, daí a necessidade de uma imersão
em seus pressupostos e rituais." (Sonia Véras)
Leitura complementar: leia mais sobre o construtivismo no texto: O tutor como
coadjuvante no processo de aquisição de conhecimento.

Estratégias motivacionais e facilitadoras da interação

Importante iniciarmos abordando que há fatores psicológicos importantes que


favorecem o desenvolvimento do indivíduo: a emoção, o afeto, a cognição, a
linguagem, o pensamento, a imaginação e a motivação. Vamos nos deter um pouco
nesse último fator.
A motivação é o impulso que move as nossas ações, o nosso comportamento
social. O que está por detrás da motivação humana? Você já observou que
quando estamos interessados por algum tema, focamos a nossa atenção neste objeto
de aprendizagem?
As teorias da motivação prevêm três vertentes no direcionamento do
comportamento humano no trabalho: teoria das necessidades, teoria das intenções e
expectativas e teoria dos estímulos externos ou aprendizado social.
A teoria das necessidades enfatiza as condições internas e externas do
indivíduo como forma de direcionar o comportamento humano no trabalho. Aqui, o
homem precisa traçar metas para viabilizar um projeto que se coloque como
significativo para ele. As bases desta teoria estão em Maslow (1954), que analisa o
homem como ser inacabado em busca de necessidades constantes: necessidades
fisiológicas, de segurança, sociais, de estima e reputação e autorrealização.
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A teoria das intenções e expectativas explora a visão prospectiva do
indivíduo sobre o resultado de determinada tarefa organizacional. Essa teoria parte
da premissa de que, quando o indivíduo tem uma intenção, esta é capaz de mobilizar
seu comportamento para a ação. A intenção depende diretamente da percepção que
o homem tem das coisas. Um objetivo a ser concretizado é o primeiro passo para esta
teoria. Daí a necessidade de o profissional docente ater-se ao projeto instrucional,
acreditar nele e levá-lo ao término. As expectativas que os indivíduos carregam e a
chance de serem alcançadas são proporcionais ao grau de satisfação destes no
estudo e no trabalho.
A teoria dos estímulos externos ou aprendizado social procura definir
fatores ambientais que influenciam o comportamento do trabalhador. Estímulos e
reforços são elementos populares ao trabalho porque mobilizam as energias do
trabalhador que passa a apresentar comportamentos na esperança de continuar a
receber estes incentivos, por meio de comissões, gratificações, prêmios, destaques e
reconhecimento social. Motta (1998) confirma quando diz que a melhor maneira de se
manter um comportamento é pelo uso do reforço contínuo.
Peters e Waterman (1989) apresentam uma abordagem sobre a motivação
similar à de Herzberg (1966) e Skinner (1969), quando afirmam que as pessoas não
usam racionalidade para falarem de sí, gostam de se mostrar como vitoriosas e bem-
sucedidas. São capazes de se auto-motivar e se julgam donas do próprio destino.
Para eles, as pessoas atribuem o sucesso a si e o fracasso ao sistema.
Mayo (1945) concluiu em sua experiência que as pessoas são motivadas pela
necessidade de reconhecimento e valorização de seus talentos, daí a urgência de o
educador ressaltar as virtudes de seus alunos, tornando-os suscetíveis a estímulos
positivos, favorecendo a exacebação de habilidades.
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Wallon (1973) confirma esta ideia de que o homem e o meio são


interdependentes e estão vinculados pela emoção. Daí a necessidade de um estímulo
para que as pessoas mantenham relações interpessoais harmoniosas, respeitosas,
realizadoras e gratificantes.

Você deve ter observado que o tema motivação é tratado sob diferentes
óticas. Essa pluriconcepção bem descreve o caráter complexo do tema.
Agora vamos tratar da interação. Interação indica aproximação de pessoas,
seja pelo espaço físico, seja pela sintonia em termos de interesse temático, de
formação acadêmica ou troca de experiências.

Sem interação não é possível a comunicação entre os indivíduos, somente o


diálogo é capaz de aproximar e integrar em profundidade duas pessoas. No diálogo,
o homem interage com seu semelhante e a responsabilidade de um com o outro
eclode.

Quando determinado grupo se configura como comunidade virtual é possível


usar a expressão - interação colaborativa- para descrever o elo entre estes indivíduos.

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Alguns procedimentos são facilitadores da interação dos alunos em
comunidades de aprendizagem:
 Criação de um ambiente confiável, onde as pessoas tenham informações sobre as
demais e que estejam claros os objetivos destas pessoas ao participarem de uma
comunidade.
 Manutenção de um clima de respeito entre os componentes da comunidade, no
uso do vocabulário e imagens. Os grupos devem manter um código de condutas e
postagens virtuais, como, por exemplo, o respeito à diversidade.
 Definição de um responsável por agregar as pessoas e conduzir o rumo das
discussões.
 Estabelecimento de uma plataforma de interatividade que viabilize a comunicação
bidirecional entre emissor e receptor.
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Estratégias Cooperativas
Em educação a distância, cada vez mais, faz-se necessários o uso de
estratégias cooperativas de ensino-aprendizagem. Devem ser planejadas e
organizadas de forma a incentivar os alunos a interagirem entre si, para a realização
de tarefas e para o alcance dos objetivos propostos.
Vejamos, a seguir, alguns exemplos de estratégias cooperativas.
Fórum de discussão
Grande estratégia para análises e confrontação de ideias ou para gerar novas
discussões. Amplia a visão sobre determinado assunto, a partir da troca de
experiência e participação do grupo.
É importante que o tutor formule boas questões, esclarecendo os objetivos do
debate, indicar fontes de pesquisa para o aprofundamento do conhecimento sobre o
assunto.
Estudo de casos
É uma atividade que estimula a articulação entre a teoria e a prática,
possibilitando a interpretação da realidade. Na elaboração do estudo de casos é
necessário:
 Descrição do assunto a ser investigado.
 Análise e interpretação dos pontos críticos.
 Identificação da solução aos pontos apurados.
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Situação-problema

Ela vem sendo utilizada como elemento favorecedor da inteligência coletiva.


Permite a aproximação do sujeito com seu meio, gerando certa interdependência
entre ambos. “Conhecer é modificar, transformar o objeto e compreender o processo
dessa transformação e, consequentemente, compreender o modo como o objeto é
construído“ (PIAGET, 1972:4). Para o autor a interação não parte nem do sujeito nem
do objeto, mas da interação indissociável que eles estabelecem.
A aprendizagem baseada em problemas foi concebida a partir da teoria
interacionista que concebe a aprendizagem a partir da construção coletiva.
Existem algumas características próprias a esta concepção de aprendizagem:
1- A escolha do tema é feita pelos dois personagens principais do lócus escolar –
professor e alunos.
2- A realidade do aluno serve como ponto de partida e de chegada do currículo.
3- As regras e decisões são compartilhadas entre professores e alunos.
4- O ponto de partida na determinação do tema da situação-problema é o interesse
do aluno e sua prontidão.
5- O aluno é o agente do processo e o professor seu orientador da aprendizagem.
Um exemplo da implementação dessa estratégia no Ensino Superior está
acontecendo no curso de Pedagogia da UNISINOS, conforme relato de Eliane
Schlemmer, 2001, publicado pela Revista Colabora, volume 1.
Um exemplo da implementação dessa estratégia no Ensino Superior está
acontecendo no curso de Pedagogia da UNISINOS, conforme relato de Eliane
Schlemmer, 2001, publicado pela Revista Colabora, volume 1.

O professor construtivista faz sempre muitas perguntas, mais do que


afirmações definitivas, promovendo no aluno o ato de também questionar, levantar
dúvidas, instigar-se pela curiosidade de novos fatos esclarecedores.
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Trabalho com Projetos

Mais do que uma estratégia cooperativa de ensino o trabalho com projetos é uma
estratégia integradora de alunos, pois como um trabalho coletivo, ela obriga os alunos
a uma ação compartilhada. Assim os alunos aplicam o conhecimento adquirido pelas
leituras e exercícios de determinadas áreas temáticas. Consequentemente, a escola
cumpre sua missão final, ultrapassar os limites da sala de aula para adentrar, atingir
e beneficiar a comunidade em suas amplas vertentes. Há uma aproximação entre
conhecimento e sociedade.

Quais são as suas etapas?

1ª) Planejamento – o professor levanta as necessidades dos seus alunos e os


objetivos educacionais.
2ª) Tema do projeto – o professor indica um tema a partir de uma situação concreta
a resolver. Partindo sempre dos conhecimentos prévios dos alunos.

3ª) Fontes de pesquisa – o professor sugere os materiais e os procedimentos de


pesquisa sempre em colaboração com os alunos.

4ª) Definição dos grupos – o professor explica que a atividade deverá ser coletiva e
que os alunos precisarão se organizar em equipes.

5ª) Desenvolvimento dos projetos – Levantamento de hipóteses de trabalho e


busca de estratégias. O professor aqui é somente interventor, ele acompanha o
desenvolvimento das ações de seu o controle do cumprimento de prazos nas
diferentes etapas do projeto. Os alunos apresentam relatórios parciais de suas ações.

6ª) Divulgação dos projetos – o professor define quando haverá apresentação entre
os grupos de forma que sejam compartilhados todos os projetos dos diferentes
grupos.

7ª) Avaliação – neste momento os alunos explicitam como se sentiram, como se


avaliam e como avaliam os demais, deixando para o professor a tarefa de consolidar
estas informações.

Nesta unidade, observamos que o tutor que consegue utilizar as várias estratégias de
motivação, participação e interação, além de oferecer diferentes modelos de
acompanhamento, faz com que sua prática se destaque positivamente, a partir da
concretização do processo ensino-aprendizagem.
Unidade 2 - Rotina da tutoria
Recursos do ambiente virtual

Edméa Santos (apud SILVA, 2003:223) define um ambiente virtual como um “espaço fecundo de
significação onde seres humanos e objetos técnicos interagem, potencializando assim a construção
de conhecimentos, logo a aprendizagem”.
Esses ambientes têm recebido algumas nomenclaturas como LMS, Learning Management System
– Sistema de Gerenciamento da Aprendizagem; ou AVA – Ambiente Virtual de Aprendizagem.
Muitos são os ambientes de ensino-aprendizagem disponíveis no mercado. Variam nos formatos e
custos. Geralmente, permitem a produção de conteúdos, canais de comunicação síncronos e
assíncronos, gerenciamento de banco de dados e controle de todas as informações disponibilizadas,
tanto dos alunos como dos tutores.

Apesar desses ambientes apresentarem recursos comuns, o que os diferencia não é


a tecnologia propriamente dita, e sim as concepções pedagógicas adotadas: currículo,
comunicação e aprendizagem.
Santos (apud SILVA, 2003:225) ainda enfatiza algumas funcionalidades essenciais
nos ambientes de ensino-aprendizagem virtuais:
a) Intertextualidade, conexões com outros sites ou documentos; intratextualidade,
conexões com o mesmo documento; multivocalidade, agregar multiplicidade de
pontos de vista; navegabilidade, ambiente simples de fácil acesso e transparência
nas informações; mixagem, integração de várias linguagens: sons, texto, imagens
dinâmicas e estáticas, gráficos, mapas; multimídia, integração de vários suportes
midiáticos.
b) Potencializar comunicação interativa síncrona (em tempo real) e assíncrona (a
qualquer tempo).
c) Criar atividades de pesquisa que estimulem a construção do conhecimento a
partir de situações-problema.
d) Criar ambiências para avaliação formativa, onde os saberes sejam construídos
num processo comunicativo de negociações, onde a tomada de decisões seja uma
prática constante para a (re)significação processual das autorias e co-autorias.
e) Disponibilizar e incentivar conexões lúdicas, artísticas e navegações fluidas.
Dentre as ferramentas de interatividade, tanto entre alunos, quanto com o material de
ensino, podemos citar:
Chat – permite comunicação em tempo real todos-todos ou reservada, um-um.
Fórum – permite o registro e a comunicação assíncrona entre todos os atores do
processo ensino-aprendizagem. Proporciona a criação de temas para discussão e
troca de conhecimentos.
Lista de discussão – tem quase as mesmas características do fórum, no entanto as
mensagens são socializadas no formato de correio eletrônico.
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Blogs - são interfaces digitais fáceis de serem criadas onde é possível disponibilizar
textos, imagens, sons a qualquer tempo e interagir com os outros, formando
comunidades. É uma espécie de diário on-line.
Bibliotecas - São espaços que disponibilizam informação cujos conteúdos estão
originalmente em forma eletrônica.
Glossário - Vocabulário de uso específico utilizado para elucidar o significado de
termos pouco usados, técnicos ou restritos.
Enquetes - Pesquisa na qual as pessoas respondem uma pergunta escolhendo uma
dentre algumas alternativas pré-definidas.
FAQ - lista com respostas de perguntas frequentes.
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Procedimentos para a atividade de tutoria

Sabemos que não há receitas estruturadas para a tutoria. É necessário que


haja certa flexibilidade para atender às diferenças individuais dos alunos de diferentes
públicos. No entanto, levando em consideração que todo ato educativo deve ter
caráter intencional, será relevante determinar alguns procedimentos tutoriais
indispensáveis a qualquer tipo de curso, de público-alvo, de mídia e de ambiente de
ensino.
1 – O tutor como criador de ambiente permissivo à aprendizagem.
No início da disciplina ou curso, o tutor deve apresentar-se ao grupo como
alguém receptivo à função tutorial, preparado para acolher e respeitar a diversidade,
disponível para atender e sanar dúvidas gerando segurança e confiança na relação
bidirecional nova que está estabelecendo. Precisa, ainda, ambientar os alunos nesse
novo meio. Estimular a apresentação individual e coletar informações sobre as
expectativas de cada um.
2 – Exploração dos recursos.
Os ambientes de ensino oferecem diferentes recursos pedagógicos. No início
dos cursos os alunos deverão ser familiarizados sobre existência desses instrumentos
facilitadores da aprendizagem. Cabe ao tutor a indicação e estimulação aos alunos da
exploração dos recursos que se encontram disponíveis.
3 - Estimulação da participação.
O tutor presente responde diariamente aos alunos, seja pelo correio
eletrônico ou diretamente nos fóruns, demonstrando o interesse por seus trabalhos e
fazendo apreciações sobre os mesmos, indicando também outras fontes de pesquisa
para enriquecimento do processo de aprendizagem e estímulo à permanência no
curso.
4 - Reforço ao desempenho positivo.
O tutor que sabe reconhecer os talentos de seus alunos costuma destacar
positivamente aqueles que apresentam pontualidade na entrega dos trabalhos,
demonstram atitudes de interação com os demais colegas e constroem produções
textuais relevantes. O tutor também pode utilizar determinadas competências dos
alunos para o desempenho de determinados papéis no curso: líder, facilitador da
comunicação interpessoal, questionador, etc.
5 - Animação da comunidade.
O tutor animador apresenta comportamento proativo, gosta do contato com
o aluno e demonstra satisfação na troca de experiências. Semanalmente envia
reportagens interessantes relativas ao tema gerador das disciplinas. Mantém o bom
humor do grupo, fazendo da alegria um componente do ambiente de aprendizagem.
6- Fechamento das discussões.
O tutor deve apresentar seus posicionamentos no final de cada debate de
modo a consolidar as informações postadas.
7- Avaliação.
O tutor sinalizador do desempenho dos alunos informa com frequência como
o aluno está sendo avaliado, tanto em relação à qualidade de sua performance
discente quanto em termos quantitativos.
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8- Avaliação formativa.
O tutor deve revisar os conteúdos que os alunos apresentem dificuldades,
utilizando novas estratégias de aprendizagem.
9 – Feedback aos alunos.
O tutor que no ato da avaliação da aprendizagem consegue alertar os
alunos para a incorreção e para uma retomada em busca do acerto com ética, com
responsabilidade e com compromisso. Para se chamar a atenção de alguém com
sentido construtivo é preciso muita habilidade e, mais do que tudo, é necessário estar
cônscio do temperamento do aluno para que seja bem recebida a recomendação.
10- Atenção com a realização das atividades.
Há alunos que não participam das atividades e precisam ser estimulados
individualmente. São os que requerem atenção especial e diferenciada. O melhor
meio de comunicação é o endereço eletrônico pessoal. O tutor deve estar atento ao
momento de chegar até esse aluno, para evitar o abandono. O discurso dialógico,
intimista e preocupado acaba gerando o envolvimento do receptor. Nunca esperar a
terceira tarefa por fazer.
Esses dez itens devem fazer parte do arsenal de atividades diárias. Assim, o
aluno acaba dominando a forma de tutoria, prevendo o que pode esperar daquele
profissional.
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Registro de atividades

Uma atividade tutorial só se configura se houver registro das ocorrências. Esse


registro poderá ser feito por meio de diferentes recursos:
· Diário, onde são arquivadas informações dos contatos e produções dos alunos todos
os dias.
· Relatório de registros das dúvidas dos alunos, dos exercícios que apresentaram
maior ou menor dificuldade, termos que geraram dubiedade de interpretações,
questionamentos acerca da ferramenta, observações que os alunos fazem ao curso,
etc.
· Planilha para registros de dados sobre as atividades avaliativas.
Verifique um exemplo de planilha para acompanhamento das atividades avaliativas
dos alunos.
Legenda:
E=excelente
B=bom
I=insuficiente
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Exemplos de práticas eficazes

Como exemplo de orientações tutorial, destacamos o Programa Progestão do


Fundescola do MEC que bem conduziu seus tutores na posição de avaliadores de
alunos.
Estes tutores deveriam chamar a atenção dos alunos sobre fatos não
incluídos no texto-base, mas que se referiam aos conteúdos da disciplina.
Deveriam sugerir novas interpretações a determinados fatos. Promovendo a
problematização dos temas.
Deveriam indicar novas fontes de informação além dos livros e materiais
contidos nas referências bibliográficas. Filmes, documentários, relatórios de pesquisa
e entrevistas faziam parte deste arsenal alternativo de informações.
Os tutores deveriam sempre chamar a atenção dos alunos para conclusões
não justificadas ou com argumentações incompletas.
Os tutores deveriam sugerir comparação entre as produções anteriores e
atuais dos alunos, facilitando assim a percepção da auto-criticidade.
E, por fim, os tutores deveriam promover as habilidades dos alunos pessoais
e profissionais. Solicitando que os alunos refaçam uma tarefa utilizando novas
abordagens ou outros vieses.
Reproduzimos, ainda, aspectos da entrevista do prof. Francisco Botelho
diretor da Diretoria de Tecnologia Educacional da Universidade Católica de Brasília,
concedida em 2005 sobre as melhores práticas de um tutor no ambiente virtual:
 Ser um grande animador do processo de aprendizagem, animador no sentido de
estar sempre motivando o aluno a participar dos processos interativos, a realizar
tarefas, a pesquisar, busca autônoma do conhecimento, a aprender a aprender;
 Ser um mediador da aprendizagem no sentido dele ser um problematizador dos
conteúdos, dele saber criar situações que façam com que o aluno pesquise, que façam
com que o seu aluno precise buscar a produção do conhecimento a partir das
informações que ele já tem.
 Acompanhar as tarefas dos alunos.
 Dar feedbacks que sejam consistentes, pois isso é também uma forma de mostrar
cuidado, é uma forma de mostrar carinho, uma forma de mostrar respeito à opinião do
aluno.
 Avaliar a produção do aluno e estimular o aluno a continuar a produzir.
Para finalizar, apresentamos na página seguinte as melhores práticas no
ensino on-line, segundo Palloff&Pratt (2004:157-158).
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Para finalizar, apresentamos as melhores práticas no ensino on-line, segundo
Palloff&Pratt (2004:157-158), observe:

Foco no aluno virtual Melhores práticas da instituição e do professor


- Solicitar no início do curso que os alunos se
apresentem para conhecê-los como pessoas;
Entender quem são nossos - Criar um espaço social no curso;
alunos - Humanizar o site do curso, tornando-o caloroso e
convidativo;
- Usar o humor como forma de incentivo.
- Saber lidar com as questões referentes ao trabalho
com estilos de aprendizagem on-line;
- Respeitar diferentes estilos de aprendizagem;
Entender como os alunos
- Oferecer atividades variadas para atender aos
aprendem
diferentes estilos de aprendizagem;
- Disponibilizar várias opções de trabalhos para
escolha dos alunos.
- Incentivar os alunos a contatar o professor e o grupo
Ter consciência das questões
quando for necessário;
que afetam as vidas dos alunos
- Incentivar os alunos a contextualizar os conteúdos
e sua aprendizagem e de como
de acordo com suas experiências;
eles as trazem para a sala de
- Ter ciência do impacto do isolamento do aluno em
aula
sua aprendizagem e procurar flexibilizar.
- Desenvolver e oferecer programa amplo de serviços
ao aluno;
- Designar pessoal de apoio aos alunos;
Entender o que os alunos
- Oferecer suporte técnico 24h;
virtuais precisam para dar apoio
- Proporcionar treinamento técnico para o acesso fácil
a sua aprendizagem
ao curso;
- Avaliar as habilidades técnicas dos alunos antes de
iniciar o curso on-line.
- Desenvolver atividades colaborativas que
incentivem a reflexão;
Entender como ajudar os alunos - Disponibilizar diretrizes para o desenvolvimento do
virtuais em seu desenvolvimento pensamento crítico e para os alunos darem e
como participantes reflexivos. receberem feedback;
- Realizar auto-avaliações durante o andamento do
curso.
- Solicitar no início do curso que os alunos enviem
seus objetivos de aprendizagem e a forma que
Encontrar um meio de envolver
pretendem alcançá-los;
os alunos virtuais na elaboração
- Solicitar feedback constante;
do curso e na avaliação.
- Responder às sugestões e se puder, incorporá-las
ao curso;
- Incorporar resultados das avaliações dos alunos no
curso, tais como cartas aos próximos alunos, etc.
- Respeitar a privacidade do aluno;
- Disponibilizar feedback imediato;
Respeitar os direitos dos alunos
- Considerar as contribuições como propriedade
como aprendizes e seu papel no
intelectual dos alunos;
processo de aprendizagem.
- Capacitar os alunos a se responsabilizarem por seu
processo de aprendizagem.
- Desenvolver o curso com metodologia para o ensino
aprendizagem on-line;
- Ser criativo no desenvolvimento de tarefas que
Entender como desenvolver
desenvolvam a colaboração e reflexão;
cursos ou programas sem deixar
- Estar atento ao afastamento dos alunos e procurar
de dar atenção à melhora
trazê-los de volta ao curso;
contínua da qualidade, de forma
- Desenvolver cursos que tenham conteúdo relevante
que os alunos se envolvam com
sejam interativos;
o processo de aprendizagem e
- Lembrar que há pessoas do outro lado da linha que
progridam suavemente na
precisam que seus professores sejam abertos,
direção de suas metas, seus
honestos, flexíveis e respeitosos, que respondam aos
objetivos e seus sonhos.
pedidos e às questões dos alunos, que os capacitem
para o futuro e, mais do que qualquer outra coisa,
estejam presentes na experiência de aprendizagem.

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