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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E TECNOLOGIAS – DCHT


COMPONENTE CURRICULAR: FISIOLOGIA VEGETAL
CURSO DE ENGENHARIA AGRONÔMICA

Respiração vegetal: Mecanismos envolvidos neste


processo.

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Docente: ...

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Introdução
• A respiração é um processo biológico no qual compostos orgânicos reduzidos são
mobilizados e subsequentemente oxidados de maneira controlada.
• Durante a respiração, energia livre é liberada e parte é incorporada em forma de
ATP, uma fonte de energia que pode ser prontamente utilizada na manutenção e
no crescimento da planta.

Fonte: https://www.estudokids.com.br/respiracao-e-transpiracao-dos-vegetais/
Substratos da respiração em plantas
• Carboidratos;

• Sacarose (principal em plantas);

• Glucose;

• Frutose;

• Amido (via fosforolítica e via hidrolítica);

• Frutana (insulina);

• Lipídeos;

• Triacilglicerol (sementes de oleaginosas).


Sacarose: Principal substrato para a respiração vegetal
• A sacarose, é degradada por ação de duas enzimas: sintase da sacarose e a
invertase (invertase alcalina e a invertase ácida).
• A sintase da sacarose e a invertase alcalina são localizadas principalmente no
citosol, enquanto a invertase ácida é encontrada associada às paredes celulares
e aos vacúolos (locais em que o pH fica próximo de 5,0).

Fonte: http://www.fisiologiavegetal.ufc.br/APOSTILA/RESPIRACAO.pdf
Etapas da respiração
• Estas reações podem ser divididas em três fases: a Glicólise, o Ciclo do Ácido
Tricarboxílico (Ciclo de Krebs) e a Cadeia de Transporte de Elétrons.
• Glicólise: As enzimas que catalisam as reações da glicólise estão localizadas no
citosol, e em plantas, também nos plastídios, e nenhum oxigênio é requerido para
converter sacarose a piruvato.
• Os dois próximos estágios da respiração (ciclo de Krebs e CTE) que completam
a oxidação da sacarose ocorrem em uma organela circundada por uma dupla
membrana, a mitocôndria.

Fonte: http://alunosonline.uol.com.br/biologia/mitocondria.html
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Piruvico_piruvato_miguelferig.jpg
https://giphy.com/search/mitochondria
Processos de liberação de energia
• Aeróbicos: Com a participação de oxigênio;
• Anaeróbicos: Sem a participação de oxigênio (fermentação).

• Processo Aeróbico:
• É o processo pelo qual a glicose é degradada em CO2 e H2O na presença de
oxigênio;
• O rendimento é maior que a fermentação, produzindo 38 ATPs por molécula de
glicólise quebrada ;
• Ocorre: Ciclo de ácido cítrico e na cadeia transportadora de elétrons;

Equação resumida:
C6H12O6 + 602  6CO2 + 6H20 + Energia
Glicose + Oxigênio  Gás carbônico + Água + Energia
Mitocôndria
• A mitocôndria compõem todas as células eucarióticas, animais ou vegetais, cuja
atividade se relaciona com o metabolismo energético das células e com a
produção de ATP na respiração aeróbica.
• A maior parte do ATP é produzida nas superfícies das cristas por enzimas
inseridas nessas membranas;
• As mitocôndrias possuem duas membranas: uma externa (sem invaginação) e
outra interna completamente invaginada, formando as conhecidas cristas
mitocondriais.

Fonte: https://giphy.com/gifs/mitochondria-smOOOSyUDVene/download
http://www.fisiologiavegetal.ufc.br/APOSTILA/RESPIRACAO.pdf
Visão geral da respiração

Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAhMBsAH/exercicio-mitocondrias-bio-cel-william-flores
Glicólise
• Na glicólise (glykos = açúcar; lysis = quebra), a molécula de 6 carbonos da
glicose é quebrada em 2 moléculas de piruvato + NADH + ATP;
• O açúcar é parcialmente oxidado, forma hexose-P, daí triose-P e ácidos orgânicos
(o piruvato).
• Essa etapa rende pequena quantidade de energia como ATP e poder redutor sob
a forma de NADH (nucleotídeo piridina reduzido).

Fonte: http://alunosonline.uol.com.br/biologia/glicolise.html
Etapas da Glicólise

Fonte: http://www.biomedicinaemacao.com.br/2012/04/via-glicolitica-ou-glicolise.html
• 1° reação da Glicólise

É catalisada pela enzima


Hexocinase.

• 2° reação da Glicólise

É catalisada pela enzima


Fosfoglicose isomerase.
• 3° reação da Glicólise

É catalisada pela enzima


Fosfofrutocinase.

• 4° e 5° reações da Glicólise

São catalisadas pelas


enzimas, Aldolase, e
Triose-fosfato isomerase.
• 6° reação da Glicólise

É catalisada pela enzima


Gliceraldeído-3-fosfato
desidrogenase.

• 7° reação da Glicólise

É catalisada pela enzima


Fosfoglicerato cinase.
• 8° reação da Glicólise

É catalisada pela enzima


Fosfoglicerato mutase.

• 9° e 10° reações da Glicólise


Gliconeogênese
• Ocorre na rota glicolítica na direção inversa, sintetizando açucares a partir de
ácidos orgânicos.
• Acontece nas sementes de algumas espécies.
• Ex: Helianthus annuus L.

Fonte: http://flores.culturamix.com/flores/naturais/girassol
Processo anaeróbico (fermentação)
• Glicólise: Não necessita de oxigênio para ocorrer, sendo realizada no citosol (plantas =
plastídeos);
• Na ausência ou na falta momentânea de oxigênio, o piruvato não é o produto final da
glicólise.

Fonte: http://slideplayer.com.br/slide/7549697/
Fermentação
• Fermentação alcoólica: O piruvato sofre a ação da descarboxilase, libera CO2 e
forma acetaldeído, este sofre a ação de uma enzima álcool desidrogenase
formando etanol;

• Fermentação lática: O piruvato sofre uma ação de uma lactato desidrogenase


sem sofrer qualquer descarboxilação;

Fonte: https://pt.slideshare.net/biapmello/biotecnologia-fermentao-alcoolica
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAe1EQAL/respiracao-plantas
Ciclo do ácido cítrico
• O piruvato é importado pela mitocôndria e sofre descarboxilação gerando
um radical AcetilCoA com 2 C.
• Une-se a uma molécula de oxaloacetato 4 C, formando citrato 6 C.

• No ciclo são perdido 2 C, regenerando o Oxaloacetato fechando o CAT


• A energia contida no carboidrato é transferida para molécula de ATP,
NAD e FAD, reduzindo a NADH+H+ e FADH2 respectivamente.
• Produz energia e/ou compostos redutores para a cadeia transportadores
de elétrons;
• Produz esqueleto de carbono para o metabolismo celular em geral.
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAe1EQAL/respiracao-plantas
• Tem 2 funções: Produz energia e/ou compostos redutores para a cadeia
transportadores de elétrons; Produz esqueleto de carbono para o metabolismo
celular em geral.
Fonte: http://antonini.med.br/geral/bioquimica-ciclo_de_krebs.html
Cadeia transportadora de elétrons

• Membrana interna da mitocôndria;

• Cristas mitocondriais;

• Coenzima Q (composto orgânico);

• Proteínas transmembranar;

• Citocromos (proteínas com átomos de


Fotomicrografia de mitocôndrias
cobre ou ferro).
Fonte: https://blogdoenem.com.br/biologia-enem-respiracao-celular-cadeia-respiratoria/
Cadeia transportadora de elétrons
 COMPLEXOS:

- NADH desidrogenase;
- CITOCROMO b-c1;
- CITOCROMO oxidase;
- ATP sintase.
• CARREADORES MÓVEIS:

- UBIQUINONA;
- CITOCROMO c
• COMPONENTES-CHAVES:

- NADH e seus elétrons;


- FDH2;
- ÍONS DE HIDROGÊNIO;
- OXIGÊNIO MOLECULAR;
- ÁGUA;
Fonte: http://antonini.med.br/geral/bioquimica-ciclo_de_krebs.html - ADP E FOSFATO
 Os elétrons capturados pelas moléculas
de NADH e FADH2 irão passar por esse
circuito;
 Ao mesmo tempo, são liberados elétrons
altamente energéticos;
 Precisam passar pelas proteínas e citocromos
presentes nas cristas mitocondriais;
 Os elétrons formarão, juntamente com os
transportadores, diferentes compostos
provisórios cuja quantidade de energia é menor
que a transportada pelo transportador anterior;
 A energia liberada será utilizada para
transportar íons H+ presentes na matriz, para a
região entre a crista e a matriz externa
da mitocôndria;
 Os hidrogênios poderão passar apenas pelo
complexo proteico transmembranar chamado
de enzima ATPsintase;
 Quando ocorre a passagem de um íon
hidrogênio pela ATPsintase, uma parte desta
enzima é quebrada;
 O OXIGÊNIO FICARÁ INSTÁVEL, e reagirá
com íons de H+, formando H2O.

Fonte: http://www.ledson.ufla.br/respiracao_plantas/cadeia-transportadora-de-eletrons/
Fosforilação
• Os complexos proteicos também são bombas de prótons;
• A medida que os e- descem para níveis mais baixo na CTE a energia liberada é
usada para bombear H+ para o espaço intermembrana;
• A membrana interna é impermeável a H+ ;
• Forma-se um gradiente de concentração de H+ ;
• Os H+ voltam a matriz pela ATP sintase, a favor do gradiente eletroquímico
liberando energia;
• A ATP sintase usa essa energia para produzir ATP a partir de ADP+P.
Saldo Total
• Cada NADH formam-se 3 ATPs na cadeia respiratória. Formam-se 2 NADH na
glicólise, 2 na entrada do piruvato na mitocôndria e 6 NADH no ciclo de Krebs;

• Para cada molécula de glicose que inicia a respiração celular, temos


10 NADH entrando na cadeia respiratória. Assim, a partir dessas moléculas
de NADH, teremos a formação de 30 ATPs;

• Além dos NADHs temos também a formação de 2 moléculas de FADH2, que


rendem 2 ATPs cada durante a cadeia respiratória, totalizando 4 ATPs;

• Só na cadeia respiratória, temos a formação de 34 ATPs.


Saldo Total
- UMA MOLÉCULA DE GLICOLISE

- TOTAL DE ATP PRODUZIDOS NO PROCESSO DA RESPIRAÇÃO CEULAR


• 2 ATP – glicólise
• 2 ATP – ciclo de Krebs
• 34 ATP – CTE

38
OBS: Em algumas células, a entrada do piruvato na mitocôndria gasta 2 ATPs, por isso, o saldo da
respiração celular nestas células será de 36 ATPs.
PRODUTOS FORMADOS
Via alternativa de transporte de elétrons
• A CTE pode ser interrompida por certos composto: cianeto, monóxido de carbono
e rotenona;
• CTE possui a Oxidase alternativa;
• A oxidase alternativa é resistente ao cianeto (CN-), monóxido de carbono (CO) e
rotenona;
• Ela permite o transporte de e- sem o uso de todos os complexos da CTE;

• A oxidase alternativa reduz O2 a H2O;

• Quando os e- passam por essa via dois complexos são evitados;

• Com isso a energia que seria conservada como ATP, é perdida como calor.
• Esta produção de calor parece ser importante em órgãos reprodutivos de
algumas espécies (família Araceae), favorecendo a volatilização de certos
compostos que atraem insetos polinizadores.

• Sob condições de estresse, o aumento da atividade da oxidase alternativa pode


contribuir para evitar o sobre fluxo de energia e a formação de radicais livres,
efeitos que poderiam ser tóxicos à maquinaria mitocondrial.

Fonte: http://www.cultivando.com.br/plantas_detalhes/comigo_ninguem_pode.html
http://lobopodo.blogspot.com.br/2011_04_01_archive.html
Respiração nos órgãos e tecidos vegetais
• Raízes: Através do floema via translocação a
sacarose sintetizada nas folhas fotossinteticamente
ativas é enviada para as raízes onde é utilizada
para gerar energia na respiração e viabilizar os
processos de manutenção e crescimento;

• Flores: No período da floração das plantas o dreno


preferencial são as flores em formação onde muita
energia é demandada para a construção de dos
novos tecidos florais, aumentando de forma
significativa a respiração nestes órgãos ;
• Frutos: No início da formação a taxa respiratória é
bastante elevada. A medida que o fruto se
desenvolve, aumentando de tamanho, a respiração
tende a diminuir completando a maturação,
amadurecimento e chegando a senescência;

• Folhas: Os estômatos são os principais


responsáveis pela regulação das trocas gasosas
entre o interior da folha e a atmosfera;

• Caules: Apresentam respiração menos intensa, é


mais significativa na região do câmbio vascular;

• Sementes: No início da germinação, durante a


embebição, aumentam as taxas de respiração;
Fatores que afetam a respiração nas plantas
Fatores que afetam a respiração nas plantas

• Temperatura: o aumento da temperatura entre 0ºC e 30ºC aumenta as taxas


respiratórias . A cada aumento de 10ºC dobra a respiração;
• Quantidade de Substrato: os substrato (amido, sacarose , lipídios e frutanos),
qualquer fator que venha afetar a produção destes compostos afetará a taxa
respiratória ;
• Fotorrespiração: A perda de Co2 que ocorre na presença de luz, diminuindo a
eficiência fotossintética;
• Sais Minerais : Uma maior disponibilidade de nutrientes minerais ou condições
de salinidade (estresse salino) elevam a taxa respiratória que está relacionada ao
acúmulo de íons nos tecidos(respiração salina);
• Hidratação dos Tecidos: A redução de hidratação causa redução da atividade
respiratória, devido principalmente à redução da atividade enzimática;
• Concentração de Co2 atmosférico: Aumento na concentração de Co2 ,agem de
forma negativa sobre a respiração, principalmente, quando associado a redução
de temperatura e baixo O2 ;
Plantas de mangue podem apesentar raízes adaptadas para captar oxigênio do
ar, designadas pneumatóforos ;

Fonte: http://dicionarioportugues.org/pt/pneumatoforo
Referências
• MAISA, Fabiana. Respiração em plantas. Disponível
em<http://www.ebah.com.br/content/ABAAAe1EQAL/respiracao-plantas>. Acesso
em 29 de maio de 2017.
• RAVEN, Peter H. 1936. Biologia Vegetal, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2008.
• VIEIRA, Elvis Lima; SOUZA, Gilene Santos; SANTOS, Anacleto; Manual de
Fisiologia Vegetal. São Luís: EDUFMA, 2010.230 p.

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