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CONCURSOS (VJ Estratégia Aula 04 DSi Ree ee ree Pere} Professores: Nadia Carolina, Ricardo Vale Aula 04 - Prof* Nadia / AULA 04 DIREITOS POLITICOS E PARTIDOS POLITICOS 3- Direitos Politicos Negati 4- Principio da anterioridade eleitoral: Partidos Politicos. Questdes Comentadas Lista de Questées Gabarito 014, amigos do Estratégia Concursos, tudo bem? Na aula de hoje, encerraremos 0 estudo dos direitos fundamentais. Falaremos sobre os direitos politicos e os direitos relacionados a organizacao e funcionamento dos partidos politicos. Um grande abrago, Nadia e Ricardo Para tirar dividas e ter acesso a dicas e contetidos gratuitos, acesse nossas redes sociais: Facebook do Prof. Ricardo Vale: htty ‘www.facebook.com/profricardovale Facebook da Prof. Nadia Carolina: https://www.facebook.com/nadia.c.santos. 16?fref=ts Canal do YouTube do Ricardo Vale: 1de 60 1- Conceitos Iniciais: Para iniciarmos nosso estudo sobre os direitos politicos, nada melhor que defini-los, ndo é mesmo? Os direitos politicos sdo aqueles que garantem a participacdo do povo no processo de conducio da vida politica nacional. Segundo o Prof. Alexandre de Moraes, “so 0 conjunto de regras que disciplina as formas de atuac&o da soberania popular’.! S&o direitos relacionados ao exercicio da cidadania e, segundo Gilmar Mendes, formam a base do regime democratico.” Os direitos politicos s40, portanto, instrumentos de exercicio da soberania popular, caracteristica dos regimes democraticos. Esses regimes podem ser de trés diferentes tipos: a) Democracia direta: € aquela em que 0 povo exerce o poder diretamente, sem intermedidrios ou representantes; b) Democracia representativa ou indireta: é aquela em que 0 povo elege representantes que, em seu nome, governam o pais; ) Democracia semidireta ou participativa: é aquela em que o povo tanto exerce o poder diretamente quanto por meio de representantes. Trata-se de um sistema hibrido, com caracteristicas tanto da democracia direta quanto da indireta. E adotada no Brasil, que utiliza certos institutos tipicos da democracia semidireta, tais como o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular de leis. A doutrina classifica os direitos politicos em duas espécie: positivos e; ii) direitos politicos negativos. direitos politicos * MORAES, Alexandre de. Constituigéo do Brasil Interpretada e Legislacao Constitucional, 92 . Sao Paulo, Editora Atlas: 2010, pp. 538. 2 MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional, 10° edicdo. Sao Paulo, Saraiva: 2015, pp. 715. > Na representacio, o representante exerce um mandato e no fica vinculado & vontade do povo (mandato livre), diferentemente do que ocorre no mandato imperative, em que o representante se vincula & vontade dos representados, sendo apenas um veiculo de transmisséo desta. Além disso, ele nao representa apenas os seus eleitores, mas toda a populacdo de um territério (mandato geral). www.estrategiaconcursos.com.br 2de 60 Aula 04 - Prof Nadia / Os direitos politicos positivos estdo relacionados a participacdo ativa dos individuos na vida politica do Estado. S&o direitos relacionados ao exercicio do sufragio. Por outro lado, direitos politicos negativos s&o as normas que limitam 0 exercicio da cidadania, que impedem a participacéo dos individuos na vida politica estatal. So as inelegibilidades e as hipdteses de perda e suspensdo dos direitos politicos. 2- Direitos Politicos Positivos: Os itos politicos positivos, conforme ja afirmamos, esto relacionados a Participacdo ativa dos individuos na vida politica do Estado. A esséncia desses direitos é traduzida pelo art. 14, incisos I a III, CF/88. ‘Art. 14. A soberania popular serd exercida pelo sufragio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: I- plebiscito; II - referendo; III - iniciativa popular. Os direitos politicos positivos estao relacionados ao exercicio do sufragio. Ao contrario do que muitos pensam, sufragio nao € sinénimo de voto. O sufragio € um direito pUblico e subjetivo. O voto é o instrumento para o exercicio do sufragio. Direito de sufrégio 6 a capacidade de votar e de ser votado; em outras palavras, 0 sufrdgio engloba a capacidade eleitoral ativa e a capacidade eleitoral passiva. A capacidade eleitoral ativa representa o direito de alistar- se como eleitor (alistabilidade) e o direito de votar; por sua vez, a capacidade eleitoral passiva representa o direito de ser votado e de se eleger para um cargo ptiblico (elegibilidade). CAPACIDADE ELEITORAL ‘CAPACIDADE ELEITORAL ‘ATIVA PASSIVA, De acordo com a doutrina, o sufragio pode ser de dois tipos:* * MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional, 10° edicdo. Sao Paulo, Saraiva: 2015, pp. 716. www.estrategiaconcursos.com.br 3.de 60 Aula 04 - Prof Nadia / a) Universal: quando o direito de votar é concedido a todos os nacionais, independentemente de condicées econémicas, culturais, sociais ou outras condigdes especiais. Os critérios para se determinar a capacidade de votar e de ser votado so néo-discriminatérios. A Constituigo Federal de 1988 consagra o sufragio universal, assegurando o direito de votar e de ser votado a todos os nacionais que cumpram requisitos de alistabilidade e de elegibilidade. b) Restrito (qualificative): quando o direito de votar depende do preenchimento de algumas condigées especiais, sendo atribuido a apenas uma parcela dos nacionais. O sufragio restrito pode ser censitario, quando depender do preenchimento de condicdes econémicas (renda, bens, etc.) ou capacitario, quando exigir que o individuo apresente alguma caracteristica especial (ser alfabetizado, por exemplo). Voltando ao art. 14, da CF/88, percebe-se que a CF/88 explica que a soberania popular sera exercida pelo sufragio universal e pelo voto direto e secreto e, nos termos da lei, mediante plebiscito, referendo e iniciativa popular de leis. voto, como ja se disse, é o instrumento para o exercicio do sufragio. A CF/88 estabelece que este deverd ser direto, secreto, universal, periédico (art. 60, § 4°, CF), obrigatério (art. 14, § 1°, I, CF) e com valor igual para todos (art. 14, caput). Dentre todas essas caracteristicas, a Unica que néo & clausula pétrea € a obrigatoriedade de voto, ou seja, é a unica que pode ser abolida mediante emenda constitucional. E 0 que so plebiscito e referendo? Tanto o plebiscito quanto o referendo so formas de consulta ao povo sobre matéria de grande relevancia. A diferenga entre esses institutos reside no momento da consulta. No plebiscito, a consulta se da previamente A edicado do ato legislativo ou administrativo; j4 no referendo, a consulta popular ocorre posteriormente A edic&o do ato legislative ou administrativo, cabendo ao povo ratificar (confirmar) ou rejeitar o ato.> Segundo Gilmar Mendes, “no ordenamento juridico brasileiro, 0 sufragio abrange o direito de voto, mas vai além dele, ao permitir que os titulares * No Brasil, ja se utilizou 0 referendo por ocasiao da edicao da Lei n° 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento). Na ocasio, 63,94% dos eleitores foram contra a proibicéo da comercializacao de armas. O plebiscito também ja foi utilizado, no ano de 1993, para definir a forma de governo (repiblica ou monarquia) e © sistema de governo (parlamentarismo ou presidencialismo) a vigorar no Brasil. www.estrategiaconcursos.com.br 4.de 60 Aula 04 - Prof Nadia / exergam o poder por meio de participacio em plebiscitos, referendos e iniciativas populares". 2.1- Capacidade eleitoral ativa: A capacidade eleitoral ativa é a aptidao do individuo para exercer o direito de voto nas eleigées, plebiscitos e referendos. No Brasil, a capacidade eleitoral ativa é adquirida mediante a inscricdo junto a Justica Eleitoral; depende, portanto, do alistamento eleitoral, a pedido do interessado. E com o alistamento que se adquire, portanto, a capacidade de votar. Além da capacidade de votar, a qualidade de eleitor dé ao nacional a condico de cidadao, tornando-o apto a exercer varios outros direitos politicos, como ajuizar ag3o popular ou participar da iniciativa popular de leis. Destaque-se, todavia, que 0 alistamento eleitoral, por si sé, nao € suficiente para que o individuo possa exercer todos os direitos politicos. Com o alistamento eleitoral, 0 cidadao garante seu direito de votar, mas nao o de ser votado, uma vez que o alistamento 6 apenas uma das condigées de elegibilidade. Assim, para usufruir de todos os direitos politicos, 6 necessario o preenchimento de outras condigées, que estudaremos mais a frente. 0 alistamento eleitoral esta regulado pelo art. 14, CF/88. Nesse dispositivo, encontramos as situagdes em que o alistamento eleitoral é obrigatério, facultativo ou mesmo proibido. Vejamos: Art, 14. §1° - O alistamen I - obrigatérios para os maiores de dezoito anos; II - facultativos para: a) os analfabetos; b) os maiores de setenta anos; ¢) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. § 2° - Nao podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o periodo do servico militar obrigatério, os conscritos. A Constituiggo Federal determina que apenas brasileiros (natos ou naturalizados) poderdo se alistar; os estrangeiros s&o inalistéveis e, portanto, nao podem votar e ser votados. Em outras palavras, os estrangeiros ndo podem ser titulares da capacidade eleitoral ativa, tampouco da capacidade eleitoral passiva. Destaque-se que os portugueses equiparados, por receberem tratamento equivalente ao de brasileiro naturalizado, poderao se alistar como eleitores. © MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional, 10° edicdo. Sao Paulo, Saraiva: 2015, pp. 715. www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 60

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