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Questões para a técnica do Questionamento Elaborativo
Primeiramente, verifica-se o elemento subjetivo. A lesão corporal culposa não se subdivide. Já a lesão corporal
dolosa se classifica em outras modalidades (leve, grave, gravíssima, seguida de morte).
Sendo dolosa a lesão, há duas modalidades de lesão leve (a do caput e a do parágrafo 9º do artigo 129).
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O parágrafo 9º tipifica a lesão leve com violência doméstica.
Vejamos:
Violência Doméstica
§ 9o Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem
conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de
hospitalidade: (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006)
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos
O STF, no julgamento da ADC 19 e da ADI 4424, considerou a constitucionalidade do artigo 41 da Lei Maria da
Penha.
Desta forma, não se aplica a Lei 9099/95 nas hipóteses de violência doméstica contra a mulher.
Sendo assim, não se aplica o artigo 88, que menciona a exigência de representação nos casos de lesão corporal
leve e culposa.
Desta forma, todo e qualquer crime de lesão corporal, ainda que leve, que envolva violência doméstica contra a
mulher, será de ação penal pública incondicionada.
Também não se aplica, em caso de violência doméstica contra a mulher, a suspensão condicional do processo,
pois o benefício encontra previsão também na Lei 9099/95.
536 do STJ:
A suspensão condicional do processo e a transação penal não se aplicam na hipótese de delitos sujeitos ao rito da
Lei Maria da Penha.
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542 do STJ:
A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência doméstica contra a mulher é pública in-
condicionada
588 do STJ
A prática de crime ou contravenção penal contra a mulher com violência ou grave ameaça no ambiente doméstico
impossibilita a substituição de pena privativa de liberdade por restritiva de direitos.
589 do STJ:
É inaplicável o princípio da insignificância nos crimes ou contravenções penais praticados contra a mulher no âm-
bito das relações domésticas.
600 do STJ
Para configuração da violência doméstica e familiar prevista no artigo 5º da lei 11.340/2006, lei Maria da Penha,
não se exige a coabitação entre autor e vítima.
Prosseguindo nas demais modalidades de lesão corporal, há algumas formas de lesão qualificada. Ou seja, o tipo
traz uma nova escala penal. É o que ocorre nos parágrafos 1º, 2º e 3º por exemplo.
Cabe ressaltar que a lesão corporal prevista no parágrafo 3º é hipótese clássica de crime preterdoloso. Isso signi-
fica que á dolo apenas na lesão. No resultado morte há somente culpa do agente.
Nos casos dessas modalidades de lesão corporal (grave, gravíssima e seguida de morte), caso haja violência
doméstica contra a mulher, aplica-se a causa de aumento de pena do parágrafo 10.
§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo, se as circunstâncias são as indicadas no § 9o deste artigo,
aumenta-se a pena em 1/3 (um terço).
§ 1º Se resulta:
No que tange aos incisos do parágrafo 1º e 2º, devemos considerar algumas informações importantes:
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Em 07/07/2015 entrou em vigor a Lei 13.142, que incluiu novas qualificadoras no homicídio, alterou a lei de crimes
hediondos e também incluiu uma nova causa de aumento de pena na lesão corporal.
Vejamos:
§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal,
integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decor-
rência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa con-
dição, a pena é aumentada de um a dois terços.
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Fato é acontecimento!
Logo, para haver calúnia e difamação, é essencial que o agente impute um acontecimento ao ofendido. Ou seja,
diga que ele fez algo. Lembrando ainda que esse acontecimento precisa ser algo determinado.
Exemplo:
Caio diz que Tício subtraiu o carro de Mévio, sabendo que isso não é verdade.
Neste caso, há calúnia, pois imputa-se um fato determinado.
A ofensa à honra objetiva significa que há possibilidade de alterar o juízo de valor que outra pessoa faça da ofen-
dido. Desta forma, nos crimes de calúnia e de difamação, a ofensa precisa chegar ao conhecimento de terceira
pessoa. Já na injúria, a ofensa é à honra subjetiva, sendo necessário que o próprio ofendido tome conhecimento
da ofensa para que haja consumação.
1 – Crime de calúnia, pois houve imputação de fato e a ofensa foi praticada na presença de outras pessoas.
Caso a síndica fosse xingada não haveria calúnia, mas sim injúria, pois não haveria imputação de fato.
2 – Crime de difamação, pois trata-se de imputação de fato determinado e ofensivo à reputação. A difamação não
exige que o fato seja falso.
3 – Injúria, pois embora haja imputação de fato, a ofensa não se deu na presença de outra pessoa. Havia no local
apenas ofensor e ofendido.
4 – Crime de injúria com aumento de pena do artigo 141, II. Neste caso, há crime contra a honra porque a conduta
foi praticada através de um bilhete. Caso fosse na presença do funcionário público, o crime seria de desacato
(artigo 331 do CP).
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Calúnia
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.
§ 2º - É punível a calúnia contra os mortos.
Difamação
Injúria
O parágrafo 1º do artigo 140 prevê hipótese de perdão judicial, causa extintiva da punibilidade.
§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se consi-
derem aviltantes:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
Já o parágrafo 3º prevê a injúria preconceituosa ou discriminatória, que se caracteriza como forma qualificada do
crime de injúria.
§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição
de pessoa idosa ou portadora de deficiência:(Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
Pena - reclusão de um a três anos e multa.
- Procedência nacional
- Cor
- Raça
- Etnia
- Religião
Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor,
etnia, religião ou procedência nacional.
Constituição Federal:
Art. 5º.
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XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da
lei;
No que tange ao crime de preconceito, podemos visualizar duas condutas bastante diferenciadas na Lei 7716/89,
já que o artigo 20 se distingue dos demais.
No artigo 20, há uma manifestação preconceituosa, que atinge um grupo como um todo. Nos demais artigos, a
conduta caracteriza-se como impedir acesso a direitos.
Vejamos:
Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência naci-
onal.
Pena: reclusão de um a três anos e multa.
Vejamos:
Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência naci-
onal.
Pena: reclusão de um a três anos e multa.
§ 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que
utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo.
Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput é cometido por intermédio dos meios de comunicação social ou
publicação de qualquer natureza: (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)
Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa
§ 3º No caso do parágrafo anterior, o juiz poderá determinar, ouvido o Ministério Público ou a pedido deste, ainda
antes do inquérito policial, sob pena de desobediência:
§ 4º Na hipótese do § 2º, constitui efeito da condenação, após o trânsito em julgado da decisão, a destruição do
material apreendido.
Art. 3º Impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a qualquer cargo da Administração Direta
ou Indireta, bem como das concessionárias de serviços públicos.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, por motivo de discriminação de raça, cor, etnia, religião ou pro-
cedência nacional, obstar a promoção funcional.
Pena: reclusão de dois a cinco anos.
Art. 4º Negar ou obstar emprego em empresa privada.
§ 1o Incorre na mesma pena quem, por motivo de discriminação de raça ou de cor ou práticas resultantes do pre-
conceito de descendência ou origem nacional ou étnica:
A lei 7716/89 prevê ainda outras condutas típicas que se caracterizam por um impedimento de acesso a direito,
tais como:
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- Impedir o acesso ou recusar atendimento em salões de cabeleireiros, barbearias, termas ou casas de massa-
gem ou estabelecimento com as mesmas finalidades
- Impedir o acesso às entradas sociais em edifícios públicos ou residenciais e elevadores ou escada de acesso
aos mesmos
- Impedir o acesso ou uso de transportes públicos, como aviões, navios barcas, barcos, ônibus, trens, metrô ou
qualquer outro meio de transporte concedido
- Impedir ou obstar o acesso de alguém ao serviço em qualquer ramo das Forças Armadas
- Impedir ou obstar, por qualquer meio ou forma, o casamento ou convivência familiar e social
Prevê ainda a Lei 7716/89 como efeito da condenação a perda do cargo ou função pública, para o servidor públi-
co, e a suspensão do funcionamento do estabelecimento particular por prazo não superior a três meses.
Voltando aos crimes contra a honra, o crime de calúnia não pode ser confundido com o crime contra a Administra-
ção da Justiça, de denunciação caluniosa, previsto no artigo 339 do Código Penal.
Denunciação caluniosa
Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração de investigação admi-
nistrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe
inocente: (Redação dada pela Lei nº 10.028, de 2000)
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
O Código Penal prevê algumas hipóteses em que é possível ao ofensor provar que aquilo que disse é verdade, de
forma a não responder pelo crime contra a honra. Trata-se da exceção ou prova da verdade.
Vejamos:
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível;
II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141;
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível.
Exceção da verdade
Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é rela-
tiva ao exercício de suas funções.
Percebe-se que na calúnia a exceção a verdade é a regra, já que o artigo 138 nos diz apenas as hipóteses em
que ela não poderá ser aplicada.
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O artigo 141 prevê causas de aumento de pena para os crimes contra a honra, a serem consideradas na terceira
fase da dosimetria da pena.
Vejamos:
Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido:
Parágrafo único - Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa, aplica-se a pena em dobro.
Vejamos algumas outras disposições do Código Penal:
Exclusão do crime
Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde pela injúria ou pela difamação quem lhe dá publicidade.
Retratação
Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de
pena.
Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia ou a difamação utilizando-se de meios
de comunicação, a retratação dar-se-á, se assim desejar o ofendido, pelos mesmos meios em que se praticou a
ofensa.
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Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação ou injúria, quem se julga ofendido
pode pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá satisfatórias, re-
sponde pela ofensa.
O artigo 145 dispõe sobre ação penal, prevendo como regra a ação penal privada e trazendo algumas exceções.
Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do
art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal.
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141
deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do
§ 3o do art. 140 deste Código.
Cabe destacar que no caso de crime contra a honra de funcionário público em razão de sua função, a hipótese é
de legitimidade concorrente, consoante dispõe o enunciado 714 do STF:
QUESTÃO
Em uma discussão de futebol, Rubens e Enrico, em comunhão de ações e desígnios, chamaram Eduardo de “la-
drão” e “estelionatário”, razão pela qual Eduardo formulou uma queixa-crime em face de ambos.
No curso da ação penal, porém, Rubens procurou Eduardo para pedir desculpas pelos seus atos, razão pela qual
Eduardo expressamente concedeu perdão do ofendido em seu favor, sendo esse prontamente aceito e, conse-
quentemente, extinta a punibilidade de Rubens.
Eduardo, contudo, se recusou a conceder o perdão para Enrico, pois disse que não era a primeira vez que o que-
relado tinha esse tipo de atitude.
A) O crime praticado por Rubens e Enrico foi o de injúria, na forma do Art. 140 do Código Penal. Apesar das ofen-
sas serem relacionadas à pessoa que pratica crimes, já que Eduardo foi chamado de “ladrão” e “estelionatário”,
não há que se falar em crime de calúnia.
A calúnia exige, para sua configuração, que seja atribuída ao ofendido a prática de determinado fato que configure
crime. No caso, porém, não foram atribuídos fatos, mas sim qualidades pejorativas. Em razão disso, o crime prati-
cado foi o de injúria.
B) O argumento a ser formulado pela defesa é o de que o perdão do ofendido oferecido a um dos querelados a
todos aproveita (Art. 51 do CPP), gerando a extinção da punibilidade dos coautores, caso seja aceito (Art. 107, V,
do CP). Ao conceder perdão para Rubens, necessariamente esse perdão deve ser estendido para Enrico, de mo-
do que, com sua aceitação, haverá extinção da sua punibilidade.
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Questões para a técnica do Questionamento Elaborativo
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