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Onda Estacionaria – Tubo de Kundt

1 - Conceitos relacionados sendo ρ a densidade do meio e B é módulo de


compressão volumétrica, definido por,
Freqüência, comprimento de onda, velocidade do som,
− Δp
interferência construtiva e destrutiva, ressonância. B≡ (2)
ΔV / V
2 – Objetivos no qual uma mudança na pressão Δp causa uma
mudança no volume ΔV do meio de propagação. A
Estudar os processos de interferência construtiva e velocidade de propagação do som no ar em condições
destrutiva de ondas sonoras, determinar o comprimento normais de pressão e temperatura é 343 m/s, ou 1234
de onda e a velocidade de propagação do som no ar. Km/h . A velocidade de propagação do som também
depende da temperatura do meio de propagação, e para
3 - Método utilizado o ar seco esta dependência é expressa por,
Uma onda sonora produzida por um Gerador de Áudio m.T
v = 331,45 + 0,59. o (3)
Frequência (GAF) é aplicado a um alto-falante s. C
localizado na entrada do Tubo de Kundt. O Padrão de sendo v a velocidade do som em m/s e T a temperatura
interferência obtido na saída do trombone é medido em °C.
com um medidor de nível de pressão sonora.
5.1 - Ressonância
4 - Equipamentos
Ao ser aplicado por um agente externo, um único
1 Gerador de áudio frequência (GAF) pulso a um sistema oscilante, este oscilará em sua
1 Alto falante com amplificador freqüência natural com a amplitude da oscilação
1 Tubo de Kundt diminuindo até zero com o tempo, devido ao
1 decibelímetro amortecimento. Ao ser aplicada uma seqüência
contínua de pulsos, o sistema oscila de modo forçado.
5 - Fundamentos Teóricos São possíveis duas situações principais em um
sistema com oscilações forçadas: 1) A freqüência f dos
O som é uma onda mecânica, produzidas por um pulsos aplicados pela fonte externa é bem diferente
sistema oscilante e se propaga com as deformações
da(s) freqüência (s) natural (ais), ω0 de vibração do
provocadas pela diferença de pressão em um meio
sistema; 2) A freqüência f dos pulsos aplicados pela
material elástico qualquer (ar, metais, isolantes, etc).
fonte externa é igual ou quase igual à(s) freqüência(s)
Um exemplo de fonte sonora é o alto-falante, no qual
natural(ais), ω0 de vibração do sistema.
um diafragma em forma de cone se movimenta para
Na primeira situação o sistema oscila em uma
fora e para dentro do dispositivo, gerando regiões de
alta e baixa pressão, ao comprimir e rarefazer o ar nas freqüência que não é nem f nem ω0, e as oscilações se
proximidades do cone. manterão com pequena amplitude. Na segunda
As variações de pressão que chegam aos nossos situação, o sistema oscila com uma freqüência f igual à
ouvidos induzem os tímpanos a vibrar, causando a ω0, e as oscilações atingirão grande amplitude,
sensação fisiológica do som. As ondas sonoras com ocorrendo o fenômeno chamado ressonância.
freqüência inferior a 20 Hz são denominadas infra- A ressonância acontece quando um sistema físico
sônicas e as com freqüência acima de 20 KHz são oscila de maneira forçada em sua freqüência natural de
denominadas ultra-sônicas. oscilação, atingindo grande amplitude.
A velocidade de propagação do som em qualquer
meio material é descrita pela relação, 5.2 – Coluna de ar no interior de tubos
B No caso particular em que as duas extremidades
v= (1) do tubo são abertas, se uma corrente de ar for dirigida
ρ perpendicularmente a uma destas extremidades, ondas
longitudinais estacionárias poderão ser criadas no

Toginho Filho, D. O.; Catálogo de Experimentos do Laboratório Integrado de Física Geral.


Departamento de Física • Universidade Estadual de Londrina, Maio de 2009.
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interior da cavidade. A pressão do ar nas extremidades λ 2.l


do tubo é sempre igual à pressão atmosférica, se n =l⇒λ = , com n = 1,2,3,... (4)
2 n
comportando como pontos de nós de pressão na
produção das ondas estacionárias. Considerando esta notação, as Figura 1a, 1b e 1c
Sob condições apropriadas, a onda que se propaga descrevem n = 1 com λ1 = 2.l , n = 2 com λ 2 = l , e
no interior da cavidade interfere construtivamente com n = 3 com λ 2 = (3 / 2).l , respectivamente.
a onda que é refletida em um nó de pressão na borda do Aplicando a relação v = λ ⋅ f na equação (4),
tubo, formando ondas estacionárias. A formação das
ondas estacionárias é caracterizada pela presença de temos:
nodos (nós) e antinodos (ventres) no interior do tubo. n
v=λ⋅ f v⇒ f = (5)
Na posição dos nodos, a amplitude de pressão na 2⋅l
cavidade é idêntica à pressão atmosférica, enquanto nos Assim, as frequências naturais de vibração obtidas
antinodos a amplitude é máxima. Atendidas as em tubos abertos seguem uma sequência harmônica
condições de interferência construtiva, a cavidade pode descrita pela série:
produzir um grande número de freqüências naturais f, n⋅v
chamadas harmônicos. f = , com n =1, 2, 3... (6)
Na Figura 1 são apresentadas as curvas que 2.l
descrevem a variação de pressão no interior de um tubo
aberto, para os 3 primeiros harmônicos. No caso em que uma das extremidades do tubo
é aberta e a outra é fechada, se uma corrente de ar for
dirigida perpendicularmente à extremidades aberta,
ondas longitudinais estacionárias poderão ser criadas
no interior da cavidade. A pressão do ar na extremidade
aberta do tubo é sempre igual à pressão atmosférica, e
a pressão na extremidade fechada é máxima.
Na Figura 2 são apresentadas as curvas que
descrevem a variação de pressão no interior de um tubo
com uma extremidade aberta e outra fechada, para os 3
primeiros harmônicos.

Figura 1 – Diagrama com a indicação da variação da pressão


nos 3 primeiros harmônicos de ondas estacionárias em um
tubo cilíndrico de comprimento l, com as duas extremidades
abertas.

O n-ésimo harmônico possui n ventres e n+1 nós,


sendo cada harmônico um modo normal de vibração do
sistema. Entre os nodos das extremidades de fixação
pode haver qualquer número de nós intermediários,
sendo possível o comprimento da onda estacionária
assumir muitos valores diferentes. Como a distância Figura 2 - Diagrama com a indicação da variação da pressão
entre nós adjacentes é λ/2, em um tubo de comprimento nos 3 primeiros harmônicos de ordem impar de ondas
l haverá exatamente um número inteiro n de meios estacionárias em um tubo cilíndrico de comprimento l, com
uma das extremidades fechada.
comprimentos de onda λ/2 (ou ventres), ou seja,

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Entre o nodo localizado na borda aberta do tubo e


o ventre localizado na borda fechada do tubo, só pode
haver múltiplos pares de λ/4, ou seja:
λ 4.l
n =l⇒λ = , com n = 1,3,5,... (7)
4 n
Considerando esta notação, as Figura 1a, 1b e 1c
4⋅l
descrevem n = 1 com λ1 = 4.l , n = 3 com λ3 = ,e
3
4⋅l
n = 5 com λ5 = , respectivamente. Figura 3 – Diagrama do arranjo experimental utilizado no
5 experimento de ressonância de ondas sonoras em tubos.
Aplicando a relação v = λ ⋅ f na equação (7),
temos: Prática 2 – Ressonância
n 1. Montar o aparato experimental de acordo com o
v=λ⋅ f ⇒ f = v (8) diagrama apresentado na Figura 3;
4⋅l
2. Medir a temperatura ambiente na sala;
com n = 1,3,5,...
3. Ajustar a posição do embolo, para que a cavidade
As frequências naturais de vibração obtidas em fique com a profundidade nula;
tubos com uma extremidade aberta e outa fechada 4. Fixar a frequência em 1000 Hz;
seguem uma sequência harmônica descrita pela série: 5. Variar lentamente o comprimento do embolo para
n⋅v obter o primeiro ponto de ressonância, com o
f = , com n =1, 3, 5... (9) máximo de intensidade sonora;
4.l
6. Medir o comprimento da cavidade ln em que são
observados os 5 pontos consecutivos de
6 - Montagem e procedimento experimental ressonância;
7. Repetir os procedimentos de 4 até 6 para
Prática 1 – Avaliação qualitativa frequências de 1200Hz até 2000 Hz com intervalo
de 200 Hz;
1. Montar o aparato experimental de acordo com o 8. Organizar os valores medidos em uma tabela
diagrama apresentado na Figura 3; (Tabela I) com colunas para o índice da medida, a
2. Medir a temperatura ambiente na sala; freqüência e seu erro, os valores da profundidade ln
3. Ajustar o GAF em 1000 Hz, com a intensidade do da cavidade.
som em um volume baixo;
4. Variar o comprimento do embolo do tubo de
6 – Análise
Kundt, avaliando com o ouvido o que acontece
1. Relatar o resultado da avaliação qualitativa feita no
com a intensidade do som;
procedimento 4 da Prática 1;
5. Ajustar a posição do embolo, para que a cavidade
2. Relatar o resultado da avaliação qualitativa feita no
fique com o maior comprimento possível;
procedimento 6 da Prática 1;
6. Variar lentamente a frequência do GAF de 100Hz
até 1000 Hz, avaliando com o ouvido o que
3. A partir da Prática 2, construir a Tabela I;
acontece com a intensidade do som.
4. Transcrever a Tabela I para o aplicativo de
tratamento de dados;
5. Acrescentar na Tabela I uma nova coluna para o
comprimento de onda λ e seu erro;

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6. Calcular o valor médio de λ e seu desvio padrão, na


coluna equivalente para cada valor de freqüência;
7. Construir com o aplicativo de tratamento de dados
um gráfico de λ(1/f) do comprimento de onda em
função do inverso da freqüência (Gráfico 1);
8. Fazer o ajuste do Gráfico 1 utilizando uma função
apropriada;
9. A partir dos parâmetros de ajuste do gráfico 1,
obter a velocidade do som no ar e fazer os
comentários pertinentes.

Referências Bibliográficas
1. Emico Okuno, Iberê Luis Caldas e Cecil Chow. Física
para Ciências Biológicas e Biomédicas (livro texto).
Editora Harbra Ltda, São Paulo,1986.
2. Halliday, D., Resnick, R., Walker, J. – “Fundamentos de
Física 2” - São Paulo: Livros Técnicos e Científicos
Editora, 4a Edição, 1996.
3. Lide, D. R., Editor – “Handbook of Chemistry and
Physics”, pg 14 - 34 – Boca Raton: CRC Press, 76a
Edição, 1995.
4. Ondas sonoras, UFRJ, Disponível em:
http://www.if.ufrj.br/teaching/fis2/ondas2/ondas2.html,
acessado em 23/04/2008.
5. Wavelengths and frequencies with a
Quincke tube. Disponível em:
http://www.fizika.org/skripte/of-prakt/of-
praktikum.html , acessado em 02/03/2009.

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