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THE 12th LATIN-AMERICAN CONGRESS ON ELECTRICITY GENERATION AND TRANSMISSION - CLAGTEE 2017 1

Optimization of the Maintenance Programs of


Distribution Systems with Focus on the
Reliability through an Artificial Immune System
H. F. Moraes, C. Trentini, L. W. Oliveira, Member, IEEE, B. H. Dias, Member, IEEE, V. H. Ferreira

 𝑗 Taxa de desconto para atualização de custo de


Abstract-- The supply of electricity by an electrical energy manutenção;
distribution system (EDS) must be evaluated from some aspects 𝑥𝑒,𝑚,𝑡 Decisão sobre o plano de manutenção 𝑚 para o
that include the continuity and security, which is a challenge for equipamento 𝑒 no período 𝑡 (1: execução, 0: caso
the utilities. In this sense, maintenance programs are developed
contrário);
for EDS and are periodically performed aiming at improving the
system reliability and avoiding outages. Moreover, corrective 𝑐𝑜𝑠𝑡𝑐𝑒,𝑚 Custo de confiabilidade do plano de manutenção
procedures are planned in case of unexpected failures. The 𝑚 para o equipamento 𝑒;
present paper proposes an optimization approach to determine S Conjunto de seções da rede de distribuição;
preventive and corrective maintenance plans for EDS by 𝐶𝑠,𝑡 Confiabilidade da seção 𝑠 no período 𝑡;
applying the metaheuristic optimization method known as
𝜆𝑠,𝑡 Taxa de falha da seção 𝑠 no período 𝑡;
Artificial Immune System (AIS) to the problem. The objective is
to maximize the reliability with a minimal total cost of 𝑃𝐷𝑠 Demanda de potência ativa da seção 𝑠;
maintenance. The approach considers constraints for different 𝑐𝑜𝑠𝑡𝑓𝑠 Custo de falha da seção 𝑠, obtido de funções de
reliability indexes, the number of plans by equipment, the time dano a diferentes tipos de consumidores;
required by crews and the type of consumer to calculate the 𝜆𝑡𝑟,𝑡 Taxa de falha do transformador da subestação;
reliability cost. The contributions of the paper are to apply a still
𝑀𝑡𝑟𝑠 Conjunto de seções constituído pela seção 𝑠 e por
unexplored technique to the problem of maintenance planning
and to assess the reliability through different indexes. Data from aquelas cuja falha impacta em 𝑠;
a test case are used to evaluate the proposed approach. 𝜆𝑚𝑠𝑖,𝑡 Taxa de falha da seção 𝑚𝑠, individualizada, no
período 𝑡;
Index Terms--artificial immune system, distribution system, 𝑀𝑡𝑟 Conjunto de planos de manutenção para cada
preventive maintenance, reliability. transformador;
𝑟𝑒 Tempo médio requerido para reparo ou ação
I. NOMENCLATURA corretiva do equipamento 𝑒;
𝑓𝑜𝑏 Função objetivo; 𝑆𝑒 Conjunto de seções alimentadas pelo
𝑓1 , 𝑓2 Funções de custo de manutenção e confiabilidade, transformador 𝑒;
𝑚𝑖𝑛
respectivamente; 𝑑𝑖𝑐𝑚𝑒𝑠 Valor limite mensal do indicador duração
𝑝ℎ Número de períodos (meses) do horizonte de individualizada de interrupção por unidade
planejamento; consumidora (DIC);
𝐸 Conjunto de componentes da rede de distribuição; 𝐸𝑇𝑅 Conjunto de transformadores de distribuição;
𝑀𝑒 Conjunto de planos de manutenção para o 𝑚𝑖𝑛 Valor limite trimestral de DIC;
𝑑𝑖𝑐𝑡𝑟𝑖
equipamento 𝑒 ∈ 𝐸; phq Conjunto de períodos trimestrais do horizonte de
𝑐𝑜𝑠𝑡𝑝𝑒,𝑚 Custo do plano de manutenção 𝑚 para o planejamento;
equipamento 𝑒; 𝑚𝑖𝑛
𝑑𝑖𝑐𝑎𝑛𝑜 Valor limite anual de DIC;
phy Conjunto de períodos anuais do horizonte de
Os autores deste artigo agradecem o apoio do CNPq, FAPEMIG, CAPES,
planejamento;
𝑚𝑖𝑛
INERGE e do grupo de pesquisa ‘‘Otimização Heurística e Bio-inspirada” da 𝑓𝑖𝑐𝑚𝑒𝑠 Valor limite mensal do indicador frequência
UFJF. individualizada de interrupção por unidade
H. F. Moraes, C. Trentini, L. W. Oliveira, B. H. Dias são da Universidade consumidora (FIC);
Federal de Juiz de Fora, Rua José Lourenço Kelmer, Juiz de Fora, MG 36036- 𝑚𝑖𝑛
330 Brasil (e-mail: hugo.moraes@engenharia.ufjf.br). 𝑓𝑖𝑐𝑡𝑟𝑖 Valor limite trimestral de FIC;
V. H. Ferreira é da Universidade Federal Fluminense, Rua Passos da 𝑚𝑖𝑛
𝑑𝑖𝑐𝑎𝑛𝑜 Valor limite anual de FIC;
Pátria, Niterói,RJ 24210-240 Brasil (e-mail: vhferreira@id.uff.br)
𝑎𝑚 Coeficiente para controle do número de
manutenções do tipo 𝑚 no horizonte de
planejamento;
𝑏𝑒 Limite do número total de planos no horizonte de
planejamento;
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𝐸𝑓 Conjunto de componentes do alimentador 𝑓; Várias estratégias têm sido investigadas baseadas em


𝑡𝑓𝑚𝑎𝑥 Tempo de disponibilidade de equipes para estudos de taxas de falha de sistemas e de seus tempos de
manutenção; reparo, visando traçar seu impacto na continuidade de
𝐹 Conjunto de alimentadores de distribuição; fornecimento. A análise de confiabilidade de um sistema
𝑛𝑠 Número de soluções selecionadas para o processo requer a análise de confiabilidade de todos os equipamentos
de maturação de afinidade do SIA; que o compõem, na busca por conhecimento sobre os fatores
que causam falhas e como estas se propagam pelo sistema. A
𝜆𝑒 Taxa de falha do equipamento 𝑒 em um plano de
melhoria de confiabilidade de um sistema implica em maiores
manutenção de referência;
custos de investimento e menores custos de interrupção [4].
𝑓𝜆𝑒,𝑡 Fator multiplicativo da taxa de falha do Uma possível política para o problema de manutenção é
equipamento 𝑒 no período 𝑡, definido pelo plano baseada em índices de confiabilidade, que se utiliza de valores
de manutenção 𝑚 neste período; históricos de falhas, importantes para avaliar a qualidade do
𝑁𝑐,𝑖 Número de clones gerado para a solução fornecimento de energia elétrica. Nesse ponto, destaca-se a
candidata 𝑖 no SIA; política de manutenção centrada na confiabilidade, do inglês
𝑓𝑖∗ Afinidade da solução candidata 𝑖 do SIA, reliability centered maintenance, baseada em ações que visam
normalizada utilizando-se a distribuição normal reduzir os custos de manutenção e aumentar a confiabilidade
em torno da afinidade média entre as candidatas; do sistema [5].
𝑑 Número de soluções geradas no processo de Um cronograma de manutenções é proposto por [6] cuja
edição de receptores; definição é feita utilizando-se a técnica de otimização meta-
𝛽, ℎ Parâmetros do SIA; heurística algoritmo genético. Fangxing e Brown [7] baseiam-
𝑛𝑔𝑒𝑛, Número máximo de gerações do SIA e número se na confiabilidade do sistema e em seu custo efetivo para
𝑔∗ de gerações com estagnação para convergência, priorizar atividades de manutenção em redes de distribuição.
respectivamente. A referência [8] desenvolve uma estratégia ótima para
definição de planos de manutenção de acordo com limites
II. INTRODUÇÃO impostos por agências reguladoras. Já em [9], um modelo de
otimização multiobjetivo baseado em algoritmo genético e

O S sistemas de potência são compostos pelos segmentos de


geração, transmissão e distribuição. A distribuição é o
segmento do setor elétrico dedicado à entrega de energia
lógica fuzzy é proposto para otimização de planos de
manutenção em sistemas de distribuição de energia (SDE)
centrada em confiabilidade.
ao consumidor final. A análise de disponibilidade dos sistemas Visto que empresas são avaliadas por agências reguladoras
de distribuição de energia tem grande importância na e penalizadas por violação de índices de confiabilidade,
avaliação de seu desempenho [1]. A qualidade de energia estudos que estabelecem a ligação entre planos de manutenção
recebida pelo consumidor deve ser avaliada a partir de alguns e confiabilidade são importantes. Verifica-se que os trabalhos
aspectos, tais como, a energia entregue em termos de níveis de anteriores propõem metodologias para aumentar a
frequência e tensão e os índices de continuidade na prestação confiabilidade, mas não diferem o tipo de consumidor, sendo
do serviço, este último um dos grandes desafios para as que o custo deste requisito varia com o perfil de consumo.
empresas distribuidoras especialmente no Brasil. Haja vista a importância do tema de manutenção centrada
Tendo em vista que um sistema de fornecimento de energia em confiabilidade para o planejamento de SDE, o presente
ininterrupto é impossível de ser praticado, ou seja, falhas são trabalho propõe uma metodologia baseada na técnica meta-
inerentes ao sistema e podem ocorrer a qualquer momento, a heurística bioinspirada denominada sistemas imunológicos
confiabilidade do sistema está associada à ocorrência de falhas artificiais para o planejamento da manutenção de SDE. Os
em seus componentes/equipamentos. Na ocorrência de falhas, objetivos conflitantes de máxima confiabilidade e mínimo
os estados dos componentes da rede podem ser restabelecidos custo de manutenção são contemplados, bem como restrições
às condições normais de funcionamento através da realização de limites de diferentes índices de confiabilidade. O aspecto
de reparos ou substituições de elementos danificados. Estas inovador reside na aplicação de uma técnica de otimização
ações são chamadas de manutenções corretivas [2]. Os ainda inexplorada para o problema de planejamento da
principais fatores que influenciam as falhas em sistemas de manutenção com foco em confiabilidade, bem como na
distribuição são: idade dos equipamentos, histórico de uso e de consideração de diferentes tipos de consumidores para o
manutenções, e condições climáticas da região [3]. Para evitar cálculo de custos de interrupção. Um estudo de caso
perda no fornecimento de energia ao consumidor, ações de envolvendo uma rede de distribuição e planos candidatos para
manutenção devem ser aplicadas periodicamente com o um horizonte de planejamento é realizado a fim de se avaliar a
objetivo de melhorar a confiabilidade do sistema. Estas perdas metodologia proposta.
podem ser resultantes da deterioração dos equipamentos e da
falta de manutenção de componentes, podendo ser tratadas de III. FORMULAÇÃO DO PROBLEMA
forma preventiva. Ações classificadas como manutenção
preventiva são realizadas antes da ocorrência de falha no A formulação do planejamento de manutenção em SDE
fornecimento de energia, reduzindo a probabilidade de através de técnica de otimização envolve a modelagem de uma
indisponibilidade de componentes/equipamentos do sistema função objetivo e de restrições para este problema, cujo
[2]. propósito é determinar as melhores estratégias de manutenção
a serem tomadas em um horizonte de planejamento, com foco
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na confiabilidade e mínimo custo. Utilizaremos da referência inclusive esta possibilidade. O modelo formulado é
[9] como base deste trabalho. A função objetivo é dada por: simplificado por não considerar o tempo médio para a
manutenção preventiva, que gera menor impacto na
𝑀𝑖𝑛 𝑓𝑜𝑏 = 𝑓1 (𝑋) + 𝑓2 (𝑋) (1) confiabilidade do que o tempo médio para reparo na ação
𝑝ℎ corretiva, representado neste modelo pelo parâmetro 𝑟𝑒 . Ainda,
𝑓1 = ∑𝑡=1 ∑𝑒∈𝐸 ∑𝑚∈𝑀𝑒 [𝑐𝑜𝑠𝑡𝑝𝑒,𝑚 × (1 + 𝑗)𝑡
(2) as ações de manutenção preventiva 𝑥𝑒,𝑚,𝑡 impactam nas taxas
× 𝑥𝑒,𝑚,𝑡 + 𝑐𝑜𝑠𝑡𝑐𝑒,𝑚 ]
𝑝ℎ de falha 𝜆𝑡𝑟,𝑡 e 𝜆𝑚𝑠𝑖,𝑡 através de fatores multiplicativos,
𝑓2 = ∑ ∑ 𝑐𝑜𝑠𝑡𝑓𝑠 × (1 + 𝑗)𝑡 × 𝑃𝐷𝑠 × 𝜆𝑠,𝑡 (3) conforme equação (14).
𝑡=1 𝑠∈𝑆
𝜆𝑒,𝑡 = 𝑓𝜆𝑒,𝑡 . 𝜆𝑒 ∀ 𝑒 = 𝑡𝑟, 𝑚𝑠𝑖 (14)
A parcela 𝑓1 representa o custo de cada decisão envolvendo
os planos de manutenção para todo o horizonte de Se determinado plano é mais intensivo que o de referência,
planejamento, enquanto que 𝑓2 consiste no custo total de falha o fator 𝑓𝜆𝑒,𝑡 é menor que ‘1’, implicando em redução da taxa
do SDE, incluindo os custos de interrupção de todas as seções de falha. Caso contrário, a taxa de falha é elevada para planos
da rede elétrica em todos os períodos deste horizonte. A taxa menos intensivos em relação ao de referência. A
de falha da seção 𝑠 no período 𝑡, 𝜆𝑠,𝑡 , é calculada como: confiabilidade 𝐶𝑠,𝑡 é atualizada de acordo com 𝜆𝑒,𝑡 e, portanto,
também depende do plano de manutenção.
𝜆𝑠,𝑡 = 𝜆𝑡𝑟,𝑡 + ∑𝑚𝑠 ∈ 𝑀𝑡𝑟𝑠 𝜆𝑚𝑠𝑖,𝑡 (4)
IV. METODOLOGIA PROPOSTA
A função objetivo em (1) é sujeita às seguintes restrições: Como o problema de planejamento da manutenção de
sistemas de distribuição envolve as variáveis discretas 𝑥𝑒,𝑚,𝑡
∑𝑚∈𝑀𝑡𝑟 [𝑟𝑒 . (1 − ∑𝑠∈𝑆𝑒 𝐶𝑠,𝑡 )] ≤ para representar as decisões sobre planos, em um conjunto 𝑀𝑒 ,
𝑚𝑖𝑛
(5) para cada equipamento ‘𝑒’ e período de tempo 𝑡 do horizonte
𝑑𝑖𝑐𝑚𝑒𝑠 ∀𝑡 𝜖 𝑝ℎ, 𝑒 𝜖 𝐸𝑇𝑅
∑3𝑞 ∑ ∑ de planejamento, a meta-heurística bioinspirada SIA [10] é
𝑡=1+3(𝑞−1) 𝑚∈𝑀𝑡𝑟[𝑟𝑒 . (1 − 𝑠∈𝑆𝑒 𝐶𝑠,𝑡 )] ≤
𝑚𝑖𝑛
(6) proposta no presente trabalho. Esta técnica é capaz de lidar
1,5 × 𝑑𝑖𝑐𝑡𝑟𝑖 ∀𝑞 𝜖 𝑝ℎ𝑞, 𝑒 𝜖 𝐸𝑇𝑅 com variáveis de otimização discretas de forma eficiente,
12𝑦
∑𝑡=1+12(𝑦−1) ∑𝑚∈𝑀𝑡𝑟 [𝑟𝑒 . (1 − ∑𝑠∈𝑆𝑒 𝐶𝑠,𝑡 )] ≤ sendo inspirada no sistema imunológico natural adaptativo de
𝑚𝑖𝑛
(7)
3,0 × 𝑑𝑖𝑐𝑎𝑛𝑜 ∀𝑦 𝜖 𝑝ℎ𝑦, 𝑒 𝜖 𝐸𝑇𝑅 animais vertebrados.
∑𝑚∈𝑀𝑡𝑟 [𝑥𝑒,𝑚,𝑡 + (1 − ∑𝑠∈𝑆𝑒 𝐶𝑠,𝑡 )] ≤ O algoritmo SIA faz uma analogia entre a produção de
𝑚𝑖𝑛
(8) anticorpos do sistema natural para reconhecimento de agentes
𝑓𝑖𝑐𝑚𝑒𝑠 ∀𝑡 𝜖 𝑝ℎ, 𝑒 𝜖 𝐸𝑇𝑅
patogênicos, ou antígenos, com a geração de soluções
∑3𝑞 ∑ ∑
𝑡=1+3(𝑞−1) 𝑚∈𝑀𝑡𝑟[𝑥𝑒,𝑚,𝑡 + (1 − 𝑠∈𝑆𝑒 𝐶𝑠,𝑡 )] ≤
(9) candidatas para um problema de otimização. No lugar do
𝑚𝑖𝑛
1,5 × 𝑓𝑖𝑐𝑡𝑟𝑖 ∀𝑞 𝜖 𝑝ℎ𝑞, 𝑒 𝜖 𝐸𝑇𝑅 antígeno a ser reconhecido, existe uma função objetivo a ser
12𝑦
∑𝑡=1+12(𝑦−1) ∑𝑚∈𝑀𝑡𝑟 [𝑥𝑒,𝑚,𝑡 + (1 − ∑𝑠∈𝑆𝑒 𝐶𝑠,𝑡 )] ≤ minimizada conforme equação (1), cujo valor é inversamente
(10)
𝑚𝑖𝑛
3,0 × 𝑓𝑖𝑐𝑎𝑛𝑜 ∀𝑦 𝜖 𝑝ℎ𝑦, 𝑒 𝜖 𝐸𝑇𝑅 proporcional à afinidade. Utilizando o princípio de seleção
𝑝ℎ
∑𝑚∈𝑀𝑒 ∑𝑡=1 𝑎𝑚 . 𝑥𝑒,𝑚,𝑡 ≤ 𝑏𝑒 ∀𝑒 ∈ 𝐸 (11) clonal, esta técnica estabelece a proliferação de anticorpos
com maior afinidade, indicador de qualidade das soluções,
∑𝑒∈𝐸𝑓(𝑟𝑒 ) ≤ 𝑡𝑚𝑎𝑥
𝑓 ∀𝑡 𝜖 𝑝ℎ, ∀𝑓 𝜖 𝐹 (12) através de processo de maturação de afinidade de dois
∑ 𝑥𝑒,𝑚,𝑡 = 1 ∀𝑡 ∈ 𝑝ℎ, ∀𝑒 ∈ 𝐸 (13) estágios, hipermutação somática e edição de receptores, que
𝑚∈𝑀𝑒 consistem em mutação e geração aleatória de soluções,
respectivamente. A Fig. 1 apresenta o fluxograma deste
As restrições de (5) à (10) limitam os índices de algoritmo [9].
continuidade de fornecimento de energia elétrica DIC e FIC
do sistema de distribuição, em função das decisões de gen = 1 Gera
Início (1)
P*
planejamento 𝑥𝑒,𝑚,𝑡 . A restrição (11) estabelece o limite 𝑏𝑒
para o número de planos de manutenção em cada equipamento Sim gen = gen+1 Substitui
Fim Convergência? (10)
𝑒 durante o horizonte de planejamento, sendo que as P
Não
constantes 𝑎𝑚 são definidas com base na política de
Avalia Gera
investimento da distribuidora para o programa de manutenção. (2) (9)
f D
A restrição (12) considera o tempo de disponibilidade de
Seleciona Substitui
equipes de manutenção para cada alimentador 𝑓 e período de (3)
Ps P
(8)

tempo 𝑡. Por fim, a restrição (13) garante que apenas um dos


Clona Reseleciona
planos candidatos de manutenção 𝑚 seja definido para cada (4)
C Ms
(7)

equipamento ‘𝑒’ e período de tempo 𝑡 do horizonte de


Muta Reavalia
planejamento. (5)
M fM
(6)
Destaca-se que a ausência de manutenção é considerada Fig. 1. Algoritmo de seleção clonal [9].
como um plano 𝑚 e, portanto, que a restrição (13) cobre
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Os passos do algoritmo da Fig. 1 são descritos a seguir. definidos os planos ‘3’, ‘2’ e ‘0’ para P1, P2 e P3,
Passo (1): geração de uma população de soluções respectivamente.
candidatas ao problema de otimização P*, que inicializa a
população corrente do algoritmo P. No problema tratado no V. ESTUDO DE CASO
presente trabalho, cada solução compreende um plano de Esta seção apresenta o estudo de caso para validar a
manutenções para a rede distribuição durante todo o horizonte metodologia baseada em SIA proposta, cujos dados de planos
de planejamento. de manutenção foram obtidos de [9]. A Tabela I apresenta os
Passo (2): avaliação da população P de planos candidatos planos possíveis para este estudo, que considera dois tipos de
ao problema de otimização. Esta avaliação consiste na equipamentos, transformador e condutor, cujos custos de
resolução do problema formulado em (1)-(13) seguida do manutenção em cada plano são dados na Tabela II. O plano 𝑚3
cálculo da função objetivo da equação (1). não pode ser definido para condutores.
Passo (3): seleção das 𝑛𝑠 melhores soluções para compor TABELA I
população 𝑃𝑠 . A solução com o menor valor de 𝑓𝑜𝑏, equação PLANOS DE MANUTENÇÃO CANDIDATOS
(1), é a de maior afinidade.
Plano Tipo de manutenção
Passo (4): clonagem das soluções de 𝑃𝑠 , processo em que as 𝑚0 Sem manutenção preventiva
melhores soluções, associadas aos menores índices 𝑖, geram 𝑚1 Manutenção mínima
maior número de clones, conforme equação (15). A população 𝑚2 Manutenção média
de clones é 𝐶. 𝑚3 Manutenção intensiva
Passo (5): mutação probabilística das soluções de 𝐶,
processo em que as melhores soluções recebem menor TABELA II
probabilidade de mutação, conforme (16). A população de CUSTOS DE MANUTENÇÃO ($)
clones após submetidos ao processo de mutação é 𝑀.
Plano
Passo (6): avaliação da população 𝑀. Equipamento
𝑚0 𝑚1 𝑚2 𝑚3
Passo (7): seleção das 𝑛𝑠 melhores soluções de 𝑀 para Transformador 0 120 300 1974,50
compor 𝑀𝑠. Condutor 0 8 100 --
Passo (8): substituição das 𝑛𝑠 piores soluções de P por 𝑀𝑠.
Passo (9): geração de ‘𝑑’ soluções aleatórias no processo A rede de distribuição utilizada foi obtida de [13], cujos
denominado edição de receptores para compor o conjunto D. dados de carga e topologia, ilustrada na Fig. 3, referem-se ao
Passo (10): substituição das ‘𝑑’ piores soluções de P por 𝐷. primeiro ano de planejamento apresentado em [13]. A rede
conta com quatro transformadores que alimentam os
𝑁𝑐,𝑖 = 𝑟𝑜𝑢𝑛𝑑(𝛽. 𝑓𝑖∗ )⁄𝑖 (15) alimentadores que saem da subestação (barra 1), além de seis
∗ trechos de condutores, conforme Fig. 3.
𝑝𝑖 = 𝑒 −ℎ.𝑓𝑖 (16)

O algoritmo alcança a convergência quando o número de


gerações 𝑛𝑔𝑒𝑛 alcança o limite, ou quando o processo fica
estagnado em uma solução ótima durante 𝑔∗ gerações.
Maiores detalhes e algumas aplicações do SIA para
otimização de SDE podem ser encontradas em [11]-[12].
No presente trabalho, a codificação é feita de modo que Fig. 3. Rede de distribuição [13].
cada atributo, ou seja, informação de um anticorpo do SIA,
seja associado a um equipamento e um período (mês) do Os números em cada trecho da Fig. 3 correspondem aos
horizonte de planejamento, e armazene a decisão do plano de respectivos comprimentos, dados em [km]. Os dados de taxa
manutenção para este equipamento e período. A Fig. 2 de falha foram obtidos de [3] e são apresentados na Tabela III.
exemplifica esta codificação para dois equipamentos, três Os tempos de reparo - 𝑟𝑒 foram obtidos de [13] para a rede de
possíveis planos de manutenção e um horizonte de distribuição.
planejamento de três períodos. TABELA III
TAXAS DE FALHA DOS COMPONENTES

Componente Taxa de falha - λ Tempo de reparo - 𝑟𝑒


Transformador 0,000614 falhas / ano 10,15 horas
Condutor 0,012303 falhas / km.ano 10,15 horas

Fig. 2. Codificação utilizada no SIA para planejamento da manutenção. Como a confiabilidade dos componentes no período 𝑡 é
função da manutenção aplicada em ‘𝑡 − 1’, o plano de
De acordo com o exemplo da Figura 2, o algoritmo define manutenção impacta na ocorrência de falhas e, portanto, na
os planos de manutenção de índices ‘0’, ‘1’ e ‘2’ para o
sua taxa. Daí, os fatores multiplicativos de taxa de falha 𝑓𝜆𝑒,𝑡
Equipamento ‘1’ nos períodos. Já para o Equipamento 2, são
são utilizados em [3], que aumentam ou diminuem a taxa
conforme o plano de manutenção aplicado. Estes
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multiplicadores são apresentados na Tabela IV [3], em que o resultante do somatório de 𝑓1 e 𝑓2 , conforme (1). Todos os
plano 𝑚2 é o plano de referência, cujo fator é unitário. custos são dados em [$]. As Tabelas X e XI apresentam os
Conforme a modelagem proposta, o planejamento da mesmos custos considerando ausência de manutenção e
manutenção considera diferentes tipos de consumidores no manutenção intensiva, respectivamente, em todo o período de
SDE para o cálculo do custo de confiabilidade, dado pela planejamento. Verifica-se que a opção por ausência de
função 𝑓2 da equação (3) que compõe a função objetivo. Para manutenção resulta em mínimo custo de ações, porém em
estes tipos de unidades de consumo, a Tabela V apresenta os máximo custo de confiabilidade (custo de interrupção), ao
custos de interrupção de fornecimento de energia elétrica, em passo que a manutenção intensiva em todo o período implica
função do tempo, dados em [$/kW] [13], os quais definem o em máximo custo de ações e mínimo de confiabilidade (custo
parâmetro 𝑐𝑜𝑠𝑡𝑓𝑠 da equação (3) de interrupção). Nos dois casos, o custo total, 𝑓𝑜𝑏, é maior
que o referido custo obtido pelo SIA, o que demonstra a
TABELA IV
MULTIPLICADORES DE TAXA DE FALHA
importância de se definir de forma estratégica a manutenção
da distribuição.
Plano Multiplicador - 𝑓𝜆𝑒,𝑡 TABELA IX
𝑚0 1,51 CUSTOS RESULTANTES DOS PLANOS DE MANUTENÇÃO DEFINIDOS PELO SIA
𝑚1 1,05 𝑓1 ($) 𝑓2 ($) 𝑓𝑜𝑏 ($)
𝑚2 1,00 5.866,81 466.537,23 472.404,03
𝑚3 0,95
TABELA X
TABELA V CUSTOS RESULTANTES PARA AUSÊNCIA DE MANUTENÇÃO EM TODO O PERÍODO
FUNÇÕES DE DANO PARA DIFERENTES TIPOS DE CONSUMIDORES 𝑓1 ($) 𝑓2 ($) 𝑓𝑜𝑏 ($)
0 702.800,88 702.800,88
Tipo de Duração de Interrupção
Consumidor 1 min 20 min 60 min 240 min 480 min TABELA XI
Industrial 1,625 3,868 9,085 25,16 55,81 CUSTOS RESULTANTES PARA MANUTENÇÃO INTENSIVA EM TODO O PERÍODO
Residencial 0,381 2,969 8,552 31,32 83,01 𝑓1 ($) 𝑓2 ($) 𝑓𝑜𝑏 ($)
Comercial 0,001 0,093 0,482 4,914 15,69 55.321,33 464.324,87 519.646,19

O horizonte de planejamento é de 24 meses. Os demais VI. CONCLUSÕES


parâmetros, como os limites mensais, trimestrais e anuais dos Este trabalho apresentou uma proposta inédita de aplicação
indicadores de confiabilidade considerados nas restrições (5)- da técnica meta-heurística bioinspirada Sistemas Imunológicos
(13), bem como os tempos de disponibilidade de equipes para Artificiais, ao problema de planejamento da manutenção em
manutenção, podem ser encontrados em [9]. As Tabelas VII e sistemas de distribuição. Sobre a formulação do problema de
VIII apresentam os resultados obtidos pela metodologia manutenção, esta foi baseada na literatura, porém com
proposta baseada em SIA para transformadores e condutores, diferenciação entre tipos de consumidores para o cômputo do
com a definição do plano de manutenção para cada grupo de custo de confiabilidade para planos candidatos. A técnica SIA
equipamentos nos dois anos de planejamento. é proposta para lidar com a natureza discreta das opções de
ações de manutenção em cada período do horizonte de
TABELA VII
PLANO DE MANUTENÇÃO DETERMINADO PELO SIA PARA TRANSFORMADORES
planejamento. Foram considerados transformadores e cabos e
um horizonte de planejamento de dois anos. A partir dos
Mês Plano Mês Plano Mês Plano Mês Plano resultados, pôde-se comprovar a importância da aplicação da
1 𝑚1 7 𝑚1 13 𝑚1 19 𝑚1 metodologia de otimização para aliar os compromissos
2 𝑚1 8 𝑚1 14 𝑚1 20 𝑚1
3 𝑚1 9 𝑚1 15 𝑚1 21 𝑚1
conflitantes de custos mínimos de manutenção e de
4 𝑚1 10 𝑚1 16 𝑚1 22 𝑚1 confiabilidade, visando minimizar o custo de planejamento.
5 𝑚1 11 𝑚1 17 𝑚1 23 𝑚1
6 𝑚1 12 𝑚1 18 𝑚1 24 𝑚1 VII. REFERÊNCIAS
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Computation, vol. 6, nº 3, pp. 239-251, Junho, 2002.
[11] L. W. Oliveira, E. J. Oliveira, F. V. Gomes, I. C. Silva Jr, A. L. M.
Marcato e P. V. C. Resende, “Artificial Immune Systems applied to the
reconfiguration of electrical power distribution networks for energy loss
minimization,” Electrical power e energy systems, vol. 56, pp. 64-74,
Março 2014.
[12] P. V. C. Resende, L. W. Oliveira, E. J. Oliveira, F. V. Gomes, A. R.
Oliveira, A. M. Variz e I. C. Silva Jr, “Reconfiguração de sistemas de
distribuição de energia elétrica via sistemas imunológicos artificiais,”
Proc 9th Latin-American congress on electricity generation and
transmission Mar del Plata Argentina, p. 5, 2011.
[13] H. Falaghi, C. Singh, M. R. Haghifam e M. Ramezani, “DG intedrated
multistage distribution system expansion planning”, Electrical Power
and Energy Systems, pp. 1489-1497, 2 Julho 2011.

VIII. BIOGRAFIAS

Hugo F. Moraes Estudante de Engenharia Elétrica


pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF),
Brasil. Possui interesse nas seguintes áreas:
otimização, confiabilidade de sistemas elétricos e
fluxo de potência.

Caroline Trentini é Engenheira Eletricista pela


Universidade Federal de Juiz de Fora (2017).
Atualmente faz mestrado em Engenharia Elétrica na
Universidade federal de Juiz de Fora. Possui
interesse nas seguintes áreas: otimização,
confiabilidade e energia alternativa.

Leonardo W. Oliveira (M’11) possui graduação


(2003) e mestrado (2005) pela Universidade Federal
de Juiz de Fora (UFJF), Brasil, e doutorado (2009)
pela Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ/COPPE), Brasil. Atualmente trabalha no
Departamento de Energia Elétrica da UFJF. Possui
interesse nas seguintes linhas de pesquisa:
otimização, planejamento e operação de sistemas de
potência e energia.

Bruno H. Dias(S’00–M’09) é Engenheiro


Eletricista pela Universidade Federal de Juiz de Fora
(UFJF), 2005. Recebeu os títulos de Mestre e Doutor

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